Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

26/12/2021

Assentamento na Umbanda

Assentamento na Umbanda


O assentamento é uma força extrema e assentada, enraizada, plantada, que ficará ali pelo tempo desejado por quem assentou, ao contrário do firmamento, que ficará ali enquanto uma vela estiver acesa, por exemplo, ao se findar essa vela o firmamento se finda.

O assentamento é uma base bem estruturada e bem sustentada para dar força aos trabalhos espirituais, normalmente o assentamento é a força de sustentação do templo de Umbanda, que auxilia no recebimento de pessoas.

Nos terreiros estruturados se faz uso normalmente de dois principais assentamentos, que são o assentamento do Gongá e o assentamento da Tronqueira.

Esses dois pontos dos terreiros são de extrema importância, pois a Tronqueira que fecha a entrada do terreiro, afastando todo e qualquer tipo de espírito sem luz que possa ter a intenção de atrapalhar os trabalhos, e o assentamento do Gongá é para que todos os filhos tenham um apoio espiritual do dirigente da casa, fazendo assim um bom trabalho junto as Entidades de Luz.

No Gongá se faz normalmente o assentamento para o Orixá de frente do seu dirigente encarnado, Pai, Mãe de Santo, responsável pela casa.

Na Tronqueira se faz os assentamentos para o Exu ou Pombo Gira do dirigente da casa, ou seja, para os Guardiões que acompanha esse Zelador.

O assentamento de um terreiro, ou casa, ou templo de Umbanda pode ser feito com elementos da natureza na força do Orixá ou da Entidade Mentora da casa, e normalmente será o mesmo que indicará quando, como e com o que deverá ser feito esse assentamento.

Devemos entender que o assentamento é a sustentação dos trabalhos de um terreiro, e não é fundamento, é sustentação ao trabalho da casa, o fundamento é a teoria da religião de Umbanda.

Quando se recebe uma ordem de montar um terreiro à primeira providência a ser tomada é assentar essa casa, ou seja, fazer o fundamento particular daquela casa, dentro das regras e leis do Orixá ou da Entidade Mentora do seu futuro Zelador.

Na maioria das vezes esses assentamentos podem ser feitos por diversos elementos da natureza, porém um dos mais utilizados é o Otá, ou seja, no idioma Nagô iorubá, significa pedra.

Devemos esclarecer que não se deve pedir a terceiros que assentem o futuro terreiro, pois o correto é que o Mentor do médium responsável diga como será feito esse assentamento.

Vejamos que se o médium tiver certa insegurança para fazer esse assentamento, certamente ele não estará preparado para dirigir uma casa de Umbanda. Seria recomendado aguardar o momento mais propicio, pois o tempo trará mais firmeza e maturidade para tal missão, e assim não trazer mazelas a terceiros, ou a si próprio.

Devemos entender também que não se deve copiar um assentamento de alguma outra casa, pois muitos Zeladores de Umbanda acreditam ter que acompanhar assentamentos mirabolantes, como por exemplo, a de uma casa de Candomblé, que nada tem a ver com os assentamentos da Umbanda, pois normalmente não tem nada de simplicidade, assim como e de praxe na Umbanda, que busca a demonstrar humildade e simplicidade extrema.

Na Umbanda se diz que ninguém assenta fora o que não está assentado dentro, essa é uma das grandes lições da Umbanda no que se refere a assentamento, ou seja, devemos antes de tudo ter amor, carinho, dedicação, caridade para com a Umbanda e a quem a procura, pois o terreiro é exteriorização do que está dentro de você, ou seja, receber pessoas, fatos, problemas alheios de assistentes, devemos recebê-los antes em nossos corações. Portanto devemos mostrar em nossos assentamentos aquilo que devemos mostrar caridosamente e humildemente a nossos assistentes, sendo assim basta um assentamento simples, feito com muito amor, sem muitos elementos naturais, mas com extrema quantidade de caridade, amor e carinho, principalmente demonstrar toda a verdade no que está destinado a ser feito, pois ali estará a sua verdade.

Faça com amor seu assentamento, caso seja necessário um dia cumprir essa missão.

Carlos de Ogum







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20/12/2021

Umbanda e Espiritismo

Umbanda e Espiritismo

Vejo com curiosidade essa eterna discussão sobre a denominação “espírita-umbandista” que algumas pessoas usam, e que causa profundo desconforto entre os umbandistas e irritação entre os espíritas.

Desconforto entre os umbandistas porque sabemos que a Umbanda tem personalidade própria e que apesar de estudarmos a doutrina de Kardec, não somos espíritas, pois espírita é quem segue esta doutrina codificada por ele. Bem, pelo menos isto é o que a grande maioria pensa, embora em julho de 1953, à página 149, o órgão oficial da Federação Espírita Brasileira, O Reformador, declarou oficial e textualmente:

“Todo aquele que crê nas manifestações do espírito é Espírita”.

E conclui:

“Pelo que estamos entendendo, os umbandistas creem nas manifestações, logo são Espíritas”.

No ano de sua morte, Allan Kardec declarou na Revue Spirite, de 1869, página 25:

“Para que alguém seja considerado espírita, basta que simpatize com os princípios da Doutrina (além da crença em Deus, nos espíritos imortais e na comunicação deles, na evolução, na lei de causa e efeito, pré-existência do espírito, pluralidade dos mundos habitados, etc) e que por ela paute a sua conduta”.

Citado por Luciano Napoleão da Costa e Silva, no livro "Nosso Amigo Chico Xavier".


A Umbanda tem sua própria doutrina que não foi codificada por encarnado nenhum, mas sim pelas entidades que militam na Seara Umbandista. Nós encarnados é que perdemos tempo discutindo fundamentos, preceitos, etc, quando deveríamos estudar melhor aqueles fundamentos e preceitos que desconhecemos.

A função da Umbanda é bem diferente da função espírita frente a Espiritualidade Maior. Entretanto elas não são conflitantes, como muitos desejam fazer o leigo crer, mas sim complementares. Essa “divisão” existe somente em nível de terra e não em nível de Astral Superior. O que existe é uma categorização que não significa superioridade e nem inferioridade, mas especialidades diferentes. Apenas isso.

Infelizmente alguns espíritas nos veem como inferiores, pois lidamos com entidades que “falam errado”, utilizamos rituais, velas, defumadores, enquanto eles (os espíritas) não utilizam nada disto e trabalham do mesmo jeito. São médiuns do mesmo jeito.

Entretanto desde que o mundo é mundo e começaram a existir as religiões, todas tem ritualística, com início, meio e fim. Somente a doutrina espírita não tem ritualística.

A grande maioria dos espíritos desencarnados que precisa de ajuda, teve algum tipo de contato, enquanto encarnados, com algum tipo de religião, consequentemente com algum tipo de ritualística, por isso muitos são encaminhados pela espiritualidade superior, para os terreiros de Umbanda, pois entenderão mais rapidamente a “linguagem” que lá é falada. Por isso os trabalhos de desobsessão na Umbanda são mais rápidos do que nos Centros Espíritas.

Mais uma diferença entre Espiritismo e Umbanda é que esta última dá oportunidade a qualquer entidade em qualquer faixa vibratória e evolutiva de trabalhar em função do Bem, indiscriminadamente e sem preconceitos.

Que o espírita tenha feito esta opção é um direito dele e não cabe a ninguém ir contra, entretanto o que ele não tem o direito é de dizer que a Umbanda é inferior ou que esteja num estágio evolutivo abaixo do Espiritismo, baseado simplesmente no fato da Umbanda se utilizar de rituais que ele está longe de entender ou não se identificar, ou ainda por a Umbanda ter em suas raízes influências africanas, ameríndias, católicas e espírita. Criticar o que não se entende ou desconhece não foi um ato do Codificador do Espiritismo, aliás o verdadeiro espírita não tem esse tipo de atitude. O verdadeiro espírita nos respeita!

Por outro lado, vemos os detratores do Espiritismo e das religiões espiritualistas colocando num mesmo saco a Umbanda, o Espiritismo e o Candomblé, e o que é pior, pessoas que denigrem o nome da Umbanda e do Candomblé.

É óbvio e compreensível que se você é espírita, portanto estudioso das coisas do espírito, médium dedicado e consciente, e totalmente avesso a rituais, ficará indignado ao ser comparado com terceiros.

Importante é entender que Umbanda e Candomblé não são sub-divisões, correntes ou linhas do Espiritismo, mas sim religiões espiritualistas, com características próprias e bem estabelecidas.

O grande problema são esses irmãos desonestos e ignorantes que se dizem espíritas, umbandistas ou candomblecistas e saem cometendo desatinos em nome de uma dessas três religiões que tem em comum apenas o fato de se comunicarem com a espiritualidade.

Que espíritas, umbandistas e candomblecistas se indignem e reajam contra os desonestos, os charlatães, mas não uns contra os outros, sem agressões mútuas, tentando agir da mesma maneira que os mentores, guias e Orixás de cada segmento fazem, esclarecendo e orientando, ou seja, fraternalmente e com respeito.

Que Eles sejam nosso exemplo!

Iassan Pery


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12/12/2021

Umbanda também é Respeito

Umbanda também é Respeito

O UMBANDISTA NÃO JULGA AS OUTRAS RELIGIÕES

A Umbanda é uma religião universalista. Isto significa que ela reconhece a parcela de verdade que há em cada um dos diferentes caminhos espirituais e não se considera melhor que as outras religiões. Não faz julgamentos negativos sobre os caminhos adotados pela fé dos outros, nem busca convencer ninguém a seguir seus rituais.

Em sua própria formação, a Umbanda recebeu a influência de diferentes religiões. Há elementos do catolicismo, do espiritismo francês, do xamanismo, do candomblé, do culto aos ancestrais dos povos bantos, do esoterismo e até mesmo das religiões árabes, entre outros. Os próprios guias, em seus atendimentos, trazem consigo os saberes das diferentes espiritualidades que vivenciaram quando encarnados.

Um mesmo espírito de luz pode trabalhar em diferentes religiões. Há relatos de guias que se apresentam na Umbanda como preto velhos e na mesa branca como doutores. O que importa para eles é ter espaço para fazer a caridade. Onde o bem é praticado, os bons espíritos fazem-se presentes para auxiliar. Até mesmo nas igrejas encontramos os Exus fazendo a proteção.

A Umbanda não conquista ninguém pelo medo, mas encanta pelo amor. Não faz promessas de salvação eterna e nem de resolver todos os problemas de uma pessoa. Antes, explica a cada um as lições que precisa passar. Todo mundo é livre para deixá-la a qualquer momento. E a vida da pessoa continuará abençoada da mesma forma, seguindo ela um caminho de luz.

A Umbanda não se apresenta como o único caminho para conhecer Deus, nem o melhor, ou o verdadeiro, ou o mais elevado. Ela é apenas mais uma entre tantas milhares de outras formas que o Pai Maior, em seu imenso amor, permitiu ser conhecido. A religião é um rótulo, que varia de acordo com a cultura de cada povo e a consciência de cada pessoa. Mas a espiritualidade é universal. Há diferentes caminhos para diferentes consciências. O mais importante é fazer o bem a si mesmo e ao próximo.

Cada um que se considera um Umbandista deve-se considerar um representante dela. Ter uma postura de respeito perante as outras religiões. Mostrar, nas palavras e na prática, que nossa religião é uma religião de amor, luz e caridade ao próximo.

Autor desconhecido






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15/11/2021

Pais e Mães de Santo

Pais e Mães de Santo

O PESO DA MISSÃO DOS PAIS E MÃES DE SANTO

Poucos realmente veem tudo o que o Pai ou a Mãe de Santo faz dentro do terreiro. São cobrados de todos, ninguém nunca está satisfeito e sempre há uma pessoa para reclamar. Porém, quando é necessário agir, muitos somem.

É imensa a responsabilidade do Pai ou Mãe de Santo. Nas mãos deles, está a manutenção do terreiro e a sobrevivência de nossa religião. O fardo é pesado, mas por amor o exercem. E cabe a todos nós apoiá-los da melhor forma possível.

Eles precisam lidar tanto com espiritual, quanto o administrativo e humano do terreiro. São os responsáveis por preparar e ativar as firmezas e assentamentos do terreiro, abrir e fechar giras, acompanhar o desenvolvimento mediúnico de cada um, fiscalizar o atendimento de todo médium. Se surge algum problema, no final, é ele que vai resolvê-lo.

Além disso, sobra para eles administrarem toda a parte material do terreiro. É preciso adquirir velas, copos, materiais para as firmezas, produtos de higiene, fora os custos com água, luz, aluguel. No dia de gira, o espaço precisa estar limpo e organizado e mais uma vez sobra para o Pai ou Mãe de Santo coordenar quem realizará estas tarefas.

Tudo possui o seu custo, e nem sempre é suficiente as doações da consulência e mensalidade dos médiuns recebidas. Se algum filho está sem condições de contribuir financeiramente com a casa, o Pai e Mãe de Santo ainda o escuta e procura ajudá-lo. Quantas vezes o dirigente tirou do próprio bolso para pagar uma despesa ou auxiliar alguém do terreiro? Muitos nem ficam sabendo.

Porém, a parte mais difícil da missão dos sacerdotes é lidar com os próprios médiuns da casa. Se os filhos percebessem o quanto são, em algumas situações, imaturos e infantis, criando desarmonias por assuntos pequenos, levando ao Pai e Mãe de Santo intrigas e melindres desnecessários. Seus ouvidos já receberam todo tipo de informação, os quais algumas ele preferia nem ter conhecimento.

Com frequência, ele precisa agir como um administrador de egos frágeis. Se dá atenção para um, outro fica enciumado. Se repreende os erros, consideram-nos muito duro. Se ensina com palavras suaves, acusam-no de ser muito tolerante. Sempre há um para lhe apontar o dedo e dizer, nas fofocas de corredores, como ele deveria proceder.

O que os umbandistas ainda não entenderam é que o Pai e Mãe de Santo são humanos como todos nós. Possuem suas qualidades e defeitos. Não são perfeitos, como ninguém é neste planeta. Porém, foi neles que a espiritualidade confiou esta missão, e o fez por um bom motivo, porque confia na capacidade deles de estar à frente de um terreiro.

Além de tudo isso, os Pais e Mães de Santo ainda precisam atender os consulentes. São muitos que os procuram fora do horário de gira. Há situações que exigem um cuidado maior, trabalhos na residência de particulares, pessoas passando mal de madrugada, médiuns mal orientados que saíram de outros terreiro, e tantas mais situações diferentes.

Os dirigentes possuem, ainda, sua própria família e trabalho, que nem sempre conseguem oferecer a devida atenção a eles. Dividem-se entre tantos pedidos e solicitações. Raramente encontram um momento de repouso e lazer. Suas energias estão dedicadas, em grande parte, no cuidado dos outros.

São os professores de todos nós. Orienta-nos, constantemente, no nosso crescimento pessoal e espiritual, ainda que muitos não o percebam. Neste sentido, agem como verdadeiros pais e mães, acolhendo e doutrinando os seus filhos. Isto quando não precisam atuar como se fossem psicólogos, confidentes de todos, que derramam sobre eles todas as mazelas.

Em alguns terreiros, até existe uma divisão de tarefas, o que é muito positivo e alivia o trabalho do sacerdote. Pais e Mães Pequenas, cambones chefe, assumem parte dessa responsabilidade. Porém, se alguém deixa de cumprir sua tarefa, mais uma vez cabe ao dirigente substituí-lo.

Há quem queria ser pai ou mãe de Santo somente para poder mandar a vontade, fazer tudo do seu jeito. Mas não compreende o peso da responsabilidade, o tamanho dos sacrifícios que esta missão exige. Não basta querer ser sacerdote, muito menos pagar algum curso. É preciso vocação e outorga da espiritualidade. Mas saibam todos: Pai Oxalá a tudo vê e nenhuma caridade será esquecida.

Saravá a todos!

Autor desconhecido




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14/11/2021

A Umbanda Delivery

 

A Umbanda Delivery

*Aos "novos" médiuns da geração internet, Youtube, Tiktok, Instagram, pai Google e afins!*

A ideia da " Umbanda virtual" é absurda e não tem fundamento espiritual  nenhum!

É impossível a qualquer ser humano se tornar Médium Umbandista sem nunca ter pisado no chão físico de um terreiro. 

  • Você não se torna médico sozinho.
  • Você não se torna professor sozinho.
  •  Você não se torna advogado sozinho.

Para tudo na vida existe local e ambiente certo para a sua devida preparação, assim também é na Umbanda.

A frase " O terreiro  sou eu", que é muito comum hoje em dia, não está totalmente errada mas o mais correto seria:

"O terreiro somos nós Umbandistas". É impossível ser Médium Umbandista sozinho! 

  •  Como diz pai Joaquim de Angola:  O Chão do terreiro é a escola do médium Umbandista.
  • ME TORNEI UMBANDISTA INDO AO TERREIRO.
  •  ME FORTALECI ESPIRITUALMENTE INDO AO TERREIRO. 
  •  ME BATIZEI INDO AO TERREIRO.
  •  CONHECI AS ENTIDADES FREQUENTANDO O TERREIRO.
  •  ADQUIRI CONHECIMENTO FREQUENTANDO O TERREIRO.
  •   COMO ALGUÉM PODE DIZER QUE PARA SERVIR A ESPIRITUALIDADE NÃO PRECISA IR AO TERREIRO.?? 
  •  O chão de terreiro jamais será substituído pelo da sua cozinha, quarto, sala e afins.
  • A Umbanda é a mesma de 1908, diferentes são seus médiuns.
  •  Não existe passe virtual.
  •  Não existe benzimento virtual.
  •  Não existe consulta ESPIRITUAL virtual.
  •  A Umbanda não é virtual, A UMBANDA é presença FÍSICA.
  •  UMBANDA É TROCA DE ENERGIAS DENTRO DO TERREIRO.
  •  Se você quer INCORPORAR por conta própria na sala de sua casa, no quintal do vizinho, dentro do ônibus, no trabalho, no banheiro seja lá aonde você estiver afim, faça o que quiser só não use o nome da Umbanda.
  • Se você quer desenvolver mediunidade on-line não use o nome da Umbanda.
  • Você pode fazer o que quiser mas não use o nome da Umbanda nem da egrégora de espíritos que trabalham com disciplina, ética, responsabilidade e respeito.
  • Umbanda não é mediunismo!
  • Você pode Incorporar na sala, no quarto, na cozinha, pode montar tronqueira na sala, na cozinha, no quarto, pode manisfestar entidades em festas, bares, no momento que tiver tendo relações sexuais enfim você pode fazer o que você quiser com a sua mediunidade só não dê o nome de UMBANDA nem de caboclo, preto velho, Exu e pombogira.
  • Você pode cobrar passes via PIX , orientações espirituais etc. 
  •  Você pode colocar o cd da Xuxa e chamar a "Ibejada".
  •  Você pode colocar um pagode e chamar o "malandro".

Para isso crie você um conceito, um nome, uma Filosofia só não diga que isso é Umbanda.

  • Respeite o nome de Zélio Fernandinho de Moraes, Benjamin Gonçalves Figueiredo, Matta e Silva e tantos outros Umbandista que lutaram pela Umbanda com disciplina e Respeito.
  • Faça o que tiver vontade só não use o nome de caboclo, Preto velho, Exu e pombogira, respeite a egrégora da Umbanda.
  • Você é livre faça o que quiser, só não use o nome da Umbanda.
  • Umbanda tem regras, doutrinas, tradição, raiz e fundamento.
  • Umbanda respeita a vida Humana.
  • A Umbanda não trata o ser humano como cifrão.
  •  Terreiro de Umbanda não é Comércio ou lojinha de conveniência.

Cada coisa em seu devido lugar.

Rituais Umbandistas e incorporações são para serem realizados  dentro do terreiro não na sala, cozinha, quarto, balada, botequim, festa infantil e internet.

Jefferson Santana.


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03/10/2021

O Ritual de Defumar

O Ritual de Defumar

A defumação existe como ritual, ou como prática magística, há muito tempo. Umbanda, rituais védicos, igreja católica, ocultismo, a lista é grande… Mas, o que, afinal, existem nessas ervas?!

Basicamente a defumação é a “liberalização” da energia vegetal, concentrada na folha ou em outra parte da planta. Quando em contato com a brasa e consequentemente com o fogo, a energia vegetal libera-se e pode ser facilmente manipulada pela mente do defumador, através de orações, cânticos ou mentalizações. Defumação é um ritual de magia, assim como existem muitos outros… Quem gosta de uma explicação bioenergética, sempre fala da energia do duplo etérico das folhas que se dissolveriam na água (banho de ervas) ou se “libertariam” com o fogo (defumação). Isso explica uma parte do processo, mas não todo, visto que outras coisas entram no assunto, como espírito vegetal da planta, axé, egrégora e outras coisas mais…

Deve-se salientar também que, apenas “queimar umas ervinhas”, não tem grande significação e resultado magístico. O mais importante é a capacidade do defumador de direcionar essa energia. Perceba que o processo é MENTAL, aliado a um recurso na matéria, pois estamos na matéria! Na verdade, não existe muito esse lance de ser mental ou “elemental”. Toda magia é mental, porém pode-se usar recursos naturais e físicos, sim ou não. E isso não é melhor ou pior. É apenas uma das muitas formas. (apesar de que para mim, em alguns casos, a utilização de elementos físicos são muito úteis) O problema, como sempre, é achar que a sua prática deva ser igual a do próximo…

É nesse princípio da defumação que também fundamenta-se o uso de cachimbo e charutos pelos guias incorporados na Umbanda. É uma defumação individual, aliando o sopro (comum na terapêutica espírita de passe) com a fumaça (energia da erva) potencializando os efeitos de limpeza energética, principalmente em relação a formas mentais que orbitam pela aura das pessoas….

Existe além disso, o aspecto psicológico, a força de hipnose e indução que um ritual como esse tem, além do odor de determinadas ervas serem muito agradáveis, o que acalma e sutiliza a mente.

Lembrando que defumação não serve “apenas” para “limpar o ambiente”, mas sim para muitos outros fins, dependendo da determinação dada pela pessoa que defuma e a qualidade das ervas utilizadas no preparo. Sim, porque arruda é uma erva agressiva de limpeza, já alecrim é mais mansa e tem uma energia equilibradora… Pinhão roxo serve para “quebrar demanda” no vocabulário
próprio umbandista e o louro para trazer uma energia de prosperidade… A lista é longa.

Não esquecer também que para defumar usam-se ervas SECAS, ou seja, nada de erva fresca, que acabaram de serem colhidas, pois ela está cheia de água. E água e fogo não é uma grande combinação…. Com a erva fresca dá-se preferência para banhos…

Por fim, duas receitas muito básicas, que podem ser utilizadas tanto para banhos como para defumações:

Limpeza energética: Arruda, Guiné, Espada de São Jorge, sal grosso e alecrim.

Equilíbrio mental: Sálvia, alfazema e rosa branca

Lembrando que antes de despejar o banho sobre o corpo, ou enquanto se defuma, deve-se fazer uma oração pedindo que a força das ervas se ativem e então direcionar a energia para o fim que espera-se alcançar.

Autor desconhecido



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26/09/2021

Curiosidades sobre Exu

Curiosidades sobre Exu

Dizem que Exu é um homem sério, castigador, espírito sem compaixão alguma. Muitos falam que nem mesmo sentimento essas entidades apresentam. Muitos temem Exu, relacionando–o com o Diabo ou com algum monstro cavernoso que a mente humana é capaz de criar. 

Bem, dia desses, no campo santo de meu pai Omulu, vi algo inusitado que me fez pensar... Um desses Exus Caveiras, que apresentam essa forma plasmada como meio de ligação à falange pertencente, chorava sobre um túmulo. Discretamente, isso devo dizer, afinal os Caveiras em sua maioria são de natureza recatada e introspectiva, mas chorava sim. Engraçado pensar nessa situação, não é mesmo? Ele chorava pelos erros do passado, chorava por uma pessoa a qual amava muito, mas não mais perto dele estava. Claro, sabia que ninguém morria, mas a saudade e o remorso apertavam fundo seu coração. Isso acontece muito no plano espiritual, onde muitas vezes os laços são quebrados devido às diferenças vibratórias. Na verdade, o laço não se quebra, apenas afrouxa-se um pouco... Mas, voltando à nossa história, fiquei a pensar muito sobre aquele tipo de visão. Pensei que ninguém acreditaria em mim caso eu contasse esse “causo”, afinal, Exu é homem acima do bem e do mal, exu não tem sentimento, exu não chora... 

E para aqueles então que endeusam “seu” Exu, pensando ser ele um grande guardião, espírito da mais alta elite espiritual, espírito corajoso, sem medos, violento guerreiro das trevas, Exu acaba assumindo na Umbanda um arquétipo, ou mito, tão supra–humano, que muitas vezes ele deixa de ser apenas o mais humano das linhas de Umbanda. É, eu acho que todo Exu chora. Assim como eu e você também. Inclusive, todo mundo chora, pois todos temos dores, remorsos e tristezas. Isso é humano. 

Mas, voltando ao campo santo... Logo vi um Exu, vestindo uma longa capa preta, se aproximar do triste amigo Caveira. O que conversaram não sei, pois não ouvi, e muito menos dotado da faculdade de ler os pensamentos deles eu estava. Mas uma coisa é certa: Os dois saíram a gargalhar muito! “Engraçado, como é que pode? Tava chorando até agora, e de repente sai rindo de uma hora pra outra?” _ pensei contrariado. Fiquei alguns dias refletindo sobre isso, e cheguei a uma conclusão. 

A principal característica de um Exu é o seu bom–humor. Afinal, mesmo em situações muito complicadas, eles sempre têm uma gargalhada boa para dar. Na pior situação, mesmo que de forma sarcástica, eles se divertem. Ele pode escrever certo por linhas tortas, errado por linhas retas, errado em linhas tortas ou sei lá mais o quê, mas uma coisa é certa, vai escrever gargalhando. 

Admiro esse aspecto de Exu. Tem gente que de tanto trabalhar com Exu torna–se sério, “faz cara de mau”, vive reclamando da vida além de tornar–se um grande julgador. A verdade é que nunca vi Exu reclamar de nada, nem julgar a ninguém. Pelo contrário, o que vejo é que Exu nos ensina a não reclamar da vida, pois tem gente que passa por coisa muito pior e o faz com honra e... Bom–humor! 

Vejo também que Exu não julga ninguém, afinal, quem é ele, ou melhor, quem somos nós para julgarmos alguém? Exu ensina que o que nós muito condenamos, assim o fazemos porque isso incomoda. E sabe por quê? Porque tudo que condenamos está em nós antes de estar nos outros. Por isso Exu não gosta daquele que é um falso pregador, aquele que vive dizendo como os outros devem agir, vive dizendo o que é certo, vive alertando os outros contra a vaidade, vive julgando, mas no dia a dia pouco aplica as regras que impõe para os outros. O mundo está cheio deles. E Exu sorri quando encontra um desses. Mais para frente eles serão engolidos por si mesmos. Pela própria sombra. Mas Exu não ri porque fica feliz com isso, muito pelo contrário, ele até sente por aquela pessoa. Mas já que não dá pra fazer outra coisa, o melhor é sorrir mesmo, não é? 

O certo é que a linha de Exu nos coloca frente a frente com o inimigo! Mas aqui não estamos falando de nenhum “kiumba”, mas sim de nós mesmos. O que eu já vi de médium perdendo a compostura quando “incorporado” com Exu não é brincadeira. Muitos colocam suas angústias pra fora, outros seus medos e inseguranças, muitos seus complexos de inferioridade. Tudo isso Exu permite, para que a pessoa perceba o quanto ela é complicada e enrolada naquele sentido da vida. Mas dizem que o pior cego é aquele que não quer ver, e o que tem de gente que não quer enxergar os próprios defeitos... E não sobra opção a Exu, a não ser sorrir e sorrir mesmo quando nós nos damos mal. 

Mas, ainda falando dos múltiplos aspectos contraditórios de Exu, pois ele é a contradição em pessoa, devo ainda relatar mais uma experiência contraditória em relação a sua natureza. Dia desses, depois de um “pesado trabalho de esquerda”, fiquei refletindo sobre algumas coisas. E sempre que assim eu faço, algo estranho acontece. Nesse trabalho, muitos kiumbas, espíritos assediadores, obsessores, eguns, ou sei lá o nome que você queiram dar, foram recolhidos e encaminhados pelas falanges de Exu que lá estavam presentes. Sabe como é, na Umbanda, a gente não pega um livro pesado e começa a doutrinar os espíritos “desregrados da seara bendita”. A gente entra com a energia, com a mediunidade e com os sentimentos bacanas, deixando o encaminhamento e “doutrinação” desses amigos mais revoltados nas mãos dos guias espirituais. 

Esse trabalho foi complicado. Muitos, na expressão popular, estavam “demandando o grupo”, ou seja, estavam perseguindo nosso grupo de trabalho e assistência espiritual, pois tinham objetivos e finalidades diversas e opostas. Ninguém tinha arriado um ebó na encruzilhada contra a gente, eram atuações vindas de inteligências opostas ao trabalho proposto e atraídas pelas “brechas vibratórias” de nossos próprios sentimentos e pensamentos. Mas que na Umbanda ainda acha–se que tudo que acontece de errado é culpa de algum ebó na encruzilhada, isso é verdade... 

Bom, o que sei é que alguns dias depois, durante a noite, enquanto eu dormia, alguém me levou até um estranho lugar. Eu estava projetado, desdobrado, desprendido do corpo físico, ou qualquer outro nome que vocês queiram dar. Fenômeno esse muito estudado por diversas culturas espiritualistas do mundo. Fenômeno esse muito comum também dentro da Umbanda, mas pouco estudado, afinal, muitos pensam que Umbanda é “só incorporar” os guias e de preferência de forma inconsciente! Sei, sei...Olha Exu gargalhando novamente! Nesse local, um monte de espíritos eram levados até a mim e eu projetava energias de cura em relação a eles. Vi várias pessoas projetadas no ambiente, inclusive gente muito próxima, do grupo. Alguns pouco conscientes, outros ainda nada conscientes. Mas, o importante, era a energia mais densa que vinha pelo cordão de prata e que auxiliava no tratamento daqueles irmãos sofredores. Por quanto tempo fiquei lá não sei, afinal, a noção de tempo e espaço é muito diferente no plano astral. 

O que sei é que em um certo momento um Exu, que tomava conta do ambiente, veio conversar comigo:  

- "Tá vendo quanto espírito a gente tem “pego” daquelas reuniões que vocês fazem?"  perguntou o amigo Exu.
 
- "Nossa, quantos! Muito mais do que eu podia imaginar." 

- "E isso não é nada, comparado aos milhares que chegam, diariamente, “nas muitas casas” dos guardiões da Umbanda espalhados pelo Brasil."

- "Poxa, mas isso é sinal que o pessoal anda trabalhando bem, não é mesmo?" 

- "Hahahaha, mas você é um idiota mesmo, né? Desde quando fazer isso é um bom trabalho? Milhares chegam, mas sabem quantos saem daqui? Poucos! A maioria também para servir as falanges de Exu. O grande problema é que os médiuns de Umbanda pouco ou nada cuidam dos que aqui ficam precisando de ajuda.
Nossa missão aqui é transformar os antigos valores desses espíritos, mesmo que seja através da dor. Mas, depois disso, muitos precisam ser curados, tratados. E dessa parte os umbandistas não querem nem saber!
Ah, ainda eu pego o maldito que disseminou que Umbanda só serve para cortar magias negras e resolver dificuldades materiais. Vocês adoram falar sobre amor e caridade, mas quase ninguém se importa em vir até aqui cuidar desses que vocês mesmos mandaram para cá."

- "É que muitos não sabem como fazer isso amigo!" tentei eu defender os umbandistas. 

- "Claro que não sabem! Só se preocupam em “cortar demandas”, combater feitiços e destruir “demônios das trevas”. Grandes guerreiros! Mas nada fazem sem os vossos Exus, parecendo mais grandes bebês chorões querendo brincar de guerra! Lembre–se bem. Todos que a mão esquerda derrubar terão que subir pela mão direita. Essa é a Lei. Comecem a se conscientizar que ninguém aqui gosta de ver o sofrimento alheio. Comecem a ter uma visão mais ampla do universo espiritual e da forma como a Umbanda relaciona–se com ele. Dedique–se mais a esses que são encaminhados nos trabalhos espirituais. Ore por eles, faça uma vibração por eles, tratem–nos com a luz das velas e do coração. Busquem o conhecimento e forma de auxiliá– los. Quero ver se amanhã, quando você não aguentar mais o chicote, e não tiver ninguém para te estender a mão, você vai achar tão “glamuroso” esse ciclo infernal de demandas, perseguições e magias negativas. Isso aqui é só sujeira, ódio, desgraça e tristeza. Poucos têm coragem de pousar os olhos sobre essas paragens sombrias."

- "É, isso é verdade. Muitos falam, mas poucos realmente conhecem a verdadeira situação do astral inferior à qual a Umbanda e toda a humanidade está ligada, não é mesmo?"

 - "Hahaha, até que você não é tão idiota! Olha, vou dar um jeito de você lembrar essa conversa ao acordar. Vê se escreve isso pros seus amigos umbandistas! E para de reclamar da vida. Quer melhorar? Trabalhe mais!"

- "Tá certo seu Exu Ganga. Só mais uma coisa. Um dia desses li num livro que Ganga é uma falange relacionada ao “lixo”. Mas você apresenta–se como um negro e ao julgar por esses facões nas vossas mãos, acho que nada tem a ver com o lixo..."

- "Lixo é esse livro que você andou lendo! Ganga é uma corruptela do termo Nganga, do tronco linguístico bantu. Quer dizer “o mestre”, aquele que domina algo. O termo foi usado por muitos, desde sacerdotes até mestres na arte da caça, da guerra, da magia etc. Algo parecido com o Kimbanda, mas esse mais relacionado diretamente à cura e à prática de Mbanda. A linha de Exus Ganga é formada por antigos sacerdotes e guerreiros negros. É isso! Vê se queima a porcaria do livro onde você leu essa besteira de “lixo”... "

Pouca coisa lembro depois disso. Despertei no corpo físico, era madrugada e não fui dormir mais. Agora estou acabando de escrever esse texto, onde juntei duas experiências em relação a Exu. Não sei por que fiz isso, talvez pelo caráter desmistificador da sua figura. Pra falar a verdade, essas duas históras são bem diferentes. 

Primeiro, um Exu que chora, sorri e ensina o bom–humor, o autoconhecimento e o não julgamento. Depois, um Exu que preocupa–se com o “pessoal lá de baixo”. Diferente, principalmente daquilo que estamos acostumados a ouvir dentro do meio umbandista. Talvez Exu esteja mudando. Talvez nós, médiuns e umbandistas, estejamos mudando. Talvez a umbanda esteja mudando. Ou, quem sabe, a Umbanda e Exu sempre foram assim, nós que não compreendemos direito aquilo que está muito perto de nós, mas é tão diferente ao mesmo tempo. Dizem que o pior cego é aquele que não quer ver... 

PS: O termo "Ganga" é muito utilizado dentro da hierarquia do Candomblé de Nação Angola. Ganga forma o nome dos muitos graus existentes dentro dessa hierarquia. "Nganga" era na antiga África o feiticeiro, o sacerdote, o ritualista. Depois esse termo acabou por virar Ganga. É inclusive dessa raiz que muito provavelmente venha "Ganga-Zumba", o lendário rei dos Palmares, tio de Zumbi dos Palmares. Além disso, diz João do Rio em seu livro, "As Religiões no Rio", que "Ganga-Zumba" é como os negros Cambindas chamam uma divindade muito parecida com o Oxalá dos nagôs-yorubás. Por fim, ainda existe todo um culto afro-cubano denominado os "Santos Ganga", muito parecido com a Santeria Cubana. 

Autor desconhecido





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