Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

28/02/2018

Feliz é quem entende que tudo passa...


Algumas pessoas nascem com potenciais mais elevados para a felicidade (dizem que cinquenta por cento é genético); outras, porém, deveriam criar condições favoráveis dentro de si para a manifestação da felicidade: através de exercícios físicos, gratidão, compaixão e relações afetivas positivas.

Sendo assim, a felicidade não seria apenas um dom, e sim uma habilidade que deveria ser exercitada e praticada. A começar por diminuir o foco sobre nós mesmos e ampliar nossa capacidade de servir aos outros.

De todas as definições sobre a felicidade, a que mais me cativa é: “Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade”. Pois a felicidade verdadeira, aquela que permanece conosco independente da dança dos dias, é gratuita, à toa, desinteressada e enraizada em nós. Não compete com os fatos ruins que acontecem em nossa vida, apenas abre brecha para que a tristeza venha à tona por algum tempo, e depois retorna colocando tudo de volta no lugar.

Temos vivido tempos difíceis. Tempos em que nos tornamos dependentes da internet, de comida, bebida e remédios. Nossa cultura não nos ensinou que a felicidade genuína é conquistada no convívio afetivo com outras pessoas, praticando a empatia, a generosidade e a compaixão. No reconhecimento de que, mesmo que a vida tenha nos dado uma rasteira, ainda há motivos para agradecer. No aprendizado de que o mais importante não é o que recebemos do mundo, e sim aquilo que a gente oferece.

Algumas tribos indígenas que ainda conservam suas tradições nos servem de exemplo. Lá, se alguém fica doente, todos se unem num ritual para curar essa pessoa. Em nossa cultura, porém, temos vivido relações utilitárias. Esperamos que as pessoas que convivem conosco possam suprir nossas necessidades e expectativas. E em vez de ampliarmos nossas relações, acabamos restringindo-as e diminuindo nossas possibilidades de felicidade.

Enquanto continuarmos acreditando que nossa felicidade está no parceiro perfeito, na foto mais curtida do Facebook, na carreira de sucesso, na viagem dos sonhos ou na aparência plena, permaneceremos insatisfeitos e inseguros, pois é impossível controlar o que vem de fora. Porém, quando entendemos que essa felicidade pela qual nos esforçamos pode vir de dentro, ficamos mais resistentes ao que a vida nos tira, e menos deslumbrados ao que ela nos dá.

Feliz é quem entende que tudo passa. Quem sabe que bênçãos e adversidades se intercalam na vida de todos, mas não são elas que determinam se somos ou não realmente felizes. Feliz é quem não deposita seu bem estar permanente naquilo que é perecível, nem recusa a alegria duradoura em nome de um prazer momentâneo. Quem compreende que a vida é muito frágil, e por isso não adia o encontro com aqueles que ama nem chega tarde demais aos encontros que nunca mais se repetirão. Feliz é quem descobre, a tempo, que ser importante, ter a saia plissada da estação, o carro conversível do momento ou as férias perfeitas do Instagram só aquecem o coração momentaneamente, mas não garantem o fim de nossas inquietações. Pois até esse coração aquecido passa. E depois que passa, restamos nós e o que fizemos de nós. As vidas que tocamos, as oportunidades que aproveitamos, as escolhas que fizemos, a gratidão que temos, a compaixão que desenvolvemos, o amor que ofertamos, o perdão que não recusamos, e finalmente a felicidade que tanto buscamos e na simplicidade de ser e ter, encontramos…

Fabíola Simões




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23/02/2018

Umbanda, grande Hospital das Almas

Umbanda hospital


Atualmente percebo que muitos fundamentos e reais objetivos da Umbanda se perdem. Há uma necessidade quase doentia de muitos umbandistas de aparecerem na mídia, de terem um maior número de seguidores na internet, de mostrarem que "sabem" ensinando, muitas vezes, o que confunde mais do que esclarece de fato, porque o que importa para eles não é a Umbanda e sim o seu brilho pessoal. Vemos por aí mais e mais Terreiros em "festa" do que em trabalho caritativo, muitas vezes esse trabalho caritativo está apenas no nome, como um cartão de visitas. Cada vez mais surgem médiuns despreparados e confusos, principalmente porque seus dirigentes não se preocupam com o aprendizado destes médiuns, ou porque simplesmente não sabem ensinar, orientar pelos caminhos da Umbanda de fato. Fico feliz quando percebo que nem tudo está perdido quando me deparo com textos como este abaixo, da Cristina Alves. Texto esclarecedor e que convida para a reflexão, a fim de dar à Umbanda o seu real significado.

Ednay Melo


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UMBANDA, GRANDE HOSPITAL DAS ALMAS

Começaremos nosso estudo com uma reflexão. Observem os dois casos:

Há duas pessoas necessitadas de ajuda, uma está muito doente, impossibilitada de se locomover. Mas clama por socorro e assistência.

Outra está em estado de pobreza, mas ainda possui saúde e tem melhores condições comparada a primeira, só que não se conscientiza que precisa se melhorar com sua própria reforma íntima e fazer melhores escolhas. Se lamenta mas não se modifica.

Você irmão e irmã só pode socorrer a princípio uma, quem você socorre primeiro? Quem irá receber sua prioridade no tratamento?

A princípio a inclinação é ajudar as duas, mas a maior inclinação na maioria das pessoas é ajudar a pessoa do primeiro caso, porque ela não está nessa situação porque quer mas porque não consegue sozinha se auto ajudar. Seu estágio é de maior emergência, já no segundo caso é necessário o evangelizar, a conscientização, a redenção, o modificar.

Vamos encaixar essas duas situações no que ocorre dentro de um terreiro de Umbanda e iremos entender porque a Umbanda é um grande Hospital das Almas.

Vamos fazer um breve comparativo, a partir do primeiro caso.

Esse é o caso dos espíritos desencarnados que já passaram por processos de encarnação, mas que devido suas más escolhas e consequências não souberam aproveitar a oportunidade, e hoje se encontram nos campos umbralinos, se encontrando adoentados, endurecidos, carentes de ajuda e tratamento.

Eles são nossos pacientes emergentes, porque o real objetivo da Umbanda é o resgatar as almas desses campos, o ato de levar o devido tratamento, foi essa a missão que o nosso grande Mestre Jesus nos deixou e foi esse o seu grande objetivo o de salvar as almas, levar a cura aos doentes e enfermos, por isso que não podemos esquecer das almas que se encontram nos campos umbralinos.

No segundo caso são nossos irmãos que se encontram encarnados mas que ainda vivem a chance de fazerem seus resgates, evolução e redenção, a eles voltamos sim nossa atenção levando conscientização, evangelização, e espiritualização, para que eles com esse tratamento de prevenção não sejam os doentes espirituais do primeiro caso no dia de amanhã.

Mas faremos agora uma avaliação do que de fato vem acontecendo em vários terreiros de Umbanda.

As pessoas tem se esquecido do real objetivo de um Terreiro de Umbanda, sua real missão para com a espiritualidade, hoje em dia temos chegado em alguns lugares e tem passado a impressão que um terreiro é mais um salão de festas, um baile… do que uma casa de tratamento espiritual.

Os médiuns tem perdido muito sua força mediúnica e espiritual devido a VAIDADE, considero hoje a grande corruptora dos médiuns.

Todos os dias em nossas searas espirituais em nossas giras há uma circulação espiritual muito grande tanto de espíritos encarnados quanto desencarnados.

A grande diferença é que os espíritos que se encontram encarnados ainda possuem a chance maior de redenção, reforma, evangelização e espiritualização, e os espíritos que já se encontram desencarnados já por terem tido suas passagens terrenas, muitos já perderam a preciosa chance de melhoramento e muitos estão em estágio de imenso sofrimento, presos em seus endurecimentos, e muitos desses espíritos já não conseguem mais sozinhos saírem desses campos. Muitos deles chegam a penúria de suas decadências espirituais, são espíritos que acabam virando uma sombra dos seres humanos que um dia foram.

A Umbanda como grande Hospital das Almas trata com veemência esses espíritos.

Nossos espíritos nos ensinam que a nós médiuns não nos cabe o julgamento, e nem o ato de questionar quem merece ou não auxílio, um médico, um enfermeiro o seu real objetivo é o ato de salvar vidas. A nossa missão é o de auxiliar no resgate de almas.

Como grande Hospital das Almas trata os encarnados com evangelizações, orientações, prescrições como um médico que examina um paciente, os que se encontram doentes nossos guias e mentores os medicam com os bálsamos do espaço, os que estão fazendo um check up, trabalham com a evangelização e prevenção.

Nem sempre a medicação será doce, mas lembrem-se mesmo os mais amargos remédios eles tem sua importância e necessidade. E na grande maioria das vezes a ferida dói ao ser tratada, só deixa de doer quando a carne já está morta ou quando foi curada. Reflitam.

Mas aqueles espíritos que estão nos campos umbralinos necessitam ainda mais de socorro, precisam ser tirados de suas consciências adoentadas, precisam ser esclarecidos e iluminados, e isso só se consegue com uma boa equipe médica, tanto com membros no plano físico que somos nós os médiuns como com a equipes de socorro espiritual que são nossos guias e mentores, mas como toda boa equipe de tratamento médico, necessitam de meios para esse socorro, medicamentos, e o maior medicamento que é utilizado são as orações, as evangelizações, que agem como bálsamos para os espíritos que se encontram imensamente doentes.

O AMOR E A ORAÇÃO SÃO OS MAIS EFICAZES BÁLSAMOS DO ESPAÇO. NÃO REPUDIEM ESPÍRITOS ADOENTADOS, MESMO AQUELES QUE SE ENCONTREM COM ROUPAGENS ESPIRITUAIS QUE LHE CAUSEM TERROR, REPUDIO E MESMO PAVOR, VIBREM AMOR E ORAÇÕES, E PEÇAM ASSISTÊNCIA IMEDIATA DOS GUIAS E AMPARADORES.

Mas infelizmente esse verdadeiro propósito tem deixado de existir para dar espaço para vaidades tolas, arrogâncias, ganâncias, vários terreiros ao invés de se tornarem lugar de Hospitais e Postos de Socorro, acabam se tornando verdadeiros antros espirituais onde espíritos altamente nefastos tem usado dessas energias densas acumuladas para aplicarem ainda mais suas atrocidades, prejudicando tanto espíritos encarnados como desencarnados. Alguns terreiros no lugar de serem postos de atendimento têm virado verdadeiros postos epidêmicos de doenças espirituais e propagadores de parasitas.

Atentem bem que não estou falando de louvações ritualísticas comuns no meio Umbandista, e sim de festas com objetivos escusos, onde se visa mais a aparência, a vaidade, a ganância, o lucro fácil do que a pratica do amor ao próximo, da fé e da caridade.

Infelizmente temos visto muitos médiuns indo para o terreiro mais preocupados com a aparência do que realmente trabalhar em prol da espiritualidade.

Há algumas culturas religiosas, fora o Espiritismo e a Umbanda, que também entendem a necessidade do LEMBRAR dos nossos irmãos desencarnados e do TRATAR das questões espirituais, mas infelizmente outras ainda não percebem o quanto é importante lembrar que há espíritos necessitados de orações e preces, para o alívio de seus sofrimentos, presos nos campos tortuosos dos campos umbralinos. E nos condenam por tratarmos os espíritos desencarnados.

O médium quando chega no terreiro ele deve ser instruído do quanto é importante e necessário seu trabalho, ser trazido a realidade que estar ali não é para colocar uma roupa brilhante, rodada,, para competir quem está mais bonito e destacado da noite, o objetivo primordial da Umbanda não é esse, precisa entender que há espíritos que necessitam de seu auxílio como médium e da assistência dos guias e mentores.

Como num grande posto de atendimento há filas de espera, quando olhamos para os consulentes de um terreiro olhamos muitas vezes apressadamente e esquecemos que cada pessoa que está ali na assistência pode não estar só, pode ser apenas um elo, um vínculo, um ponto de apoio para outros espíritos que muitas vezes se encontram adoentados e necessitados e que acabam se ligando a elas como um endereço vibratório para estarem ali no terreiro e receberem o devido lenitivo e alívio de suas dores e enfermidades, e dentre esses pacientes há aqueles que são trazidos conscientes e aqueles que como num verdadeiro Hospital são trazidos inconscientes, em verdadeiros comas espirituais, que carecem do choque anímico dos médiuns presentes, dos ectoplasmas para a cura de suas chagas e feridas espirituais. Por isso que o atendimento espiritual já começa desde a entrada do consulente no terreiro, já há guias e mentores avaliando cada caso.

Observem o quanto é absurdo achar que um lugar com tamanha importância para as ordens do astral superior, ser comparado a um salão de festas apenas, quanta perda de energia, quanto tempo precioso jogado fora.

Antigamente, em casas mais antigas de Umbanda, se entendia melhor a importância de se estar envolvido em uma casa espiritual de Umbanda, havia sessões de tratamento, evangelização, de cura, havia os cruzambês das almas que eram pontos de fundamentação de toda boa casa de Umbanda, onde se tornavam verdadeiros pontos energéticos de magnetização e tratamento de espíritos, hoje lamentavelmente certos fundamentos estão se perdendo, tem médiuns que nem sabem do que se trata.

Infelizmente há pessoas que ficam mais ansiosos para o próximo “boca livre” do que cumprir sua real missão, médiuns que esqueceram do seu juramento como Umbandista.

JURO SOLENEMENTE SER INSTRUMENTO DA FÉ DO AMOR E DA CARIDADE.

Todo terreiro precisa abrir espaço para tratamentos de conscientização tanto para os médiuns quanto para os consulentes, ensinar da importância que envolve o lidar com espíritos, falar sobre prevenção e não só o ato de tirar ou se livrar de doenças espirituais, obsessões, feitiçarias etc, os adeptos de Umbanda precisam saber como identificar suas próprias mazelas espirituais para que certos tratamentos espirituais sejam mais efetivos e precisos, precisam saber dos cuidados que precisa-se ter para se estar numa sessão espiritual, para que aquele passe seja mais efetivo e o seu tratamento alcance o seu real objetivo.

Um exemplo básico, quando vamos realizar uns exames numa clínica médica, muitos desses exames exigem, jejum, a abstinência de certos alimentos, para que não interfiram no resultado final dos exames.

Na Umbanda se procede da mesma forma, um consulente deve ser informado que antes de tomar um passe deve respeitar certos preceitos como por exemplo não ingerir bebidas alcoólicas, evitar comer carne, sexo, evitar de ir em lugar que possuem densidades e choques energéticos mais pesados, como bares, cemitérios, até mesmo em igrejas, muitas pessoas se sentem pesadas, devido estarem muito suscetíveis, em algumas igrejas há um circular imenso de espíritos tanto iluminados como adoentados que vão em busca de lenitivo para seus sofrimentos, pessoas mais sensitivas podem sentir-se desconfortáveis porque não estão adequadamente equilibradas, mais um exemplo do quanto é importante a oração nessas horas que age como lenitivo e verdadeiro bálsamo, por isso que todo bom dirigente orienta e ensina como proceder dentro de lugares religiosos e sagrados, sabendo como entrar e sair desses pontos de força energéticos.

A palavra para essa questão é RESPEITO.

Infelizmente temos adeptos imensamente desrespeitosos que não respeitam solos sagrados, algo preocupante hoje em dia em vários meios religiosos.

Uma outra questão que acho de suma importância ser destacado aqui são os mendigos de alma, acredito que muitos irmãos que lerem esse texto já observaram o comportamento de pessoas as quais são chamadas de mendigos e muitos ficam pensando por que estas pessoas sofrem tanto, por que estão nesse estágio tão precário e decadente, muitos até falam e afirmam que se estivessem num estágio de tanto sofrimento dariam cabo de suas próprias vidas, pois não teriam forças para suportar. Uns até desacreditam da misericórdia de Deus para com eles.

O que muitos se esquecem que muitos desses nossos irmãos que se encontram nesses estágios são resgates cármicos, muitos escolheram estarem ali para o alívio e redenção, como meios de expiação, para que quando fizerem suas passagens suas malas sejam mais leves e alcancem a cura para seus espíritos. Por esse motivo que quando nosso Senhor Jesus caminha sobre a terra sua atenção é para com eles e assim age nossos guias e mentores que todos os dias vão nesses lugares onde se encontram esses irmãos em sofrimento, adoentados, muitos sendo vítimas das drogas e vampirizados por espíritos densos, vão tentar aliviar suas dores e sofrimentos e executarem os devidos resgates.

Mas temos também outros mendigos de alma que são aqueles que não conseguem sair de suas penúrias, não conseguem encontrar a luz, não conseguem encontrar a Deus, não conseguem se perdoar, fogem da luz, e saibam há pessoas nesse estágio tanto encarnadas quanto desencarnadas e é por elas que nossos guias todos os dias em nossas giras orientam, evangelizam, pedem orações, solicitam constantemente o ORAI E VIGIAI.

Os mendigos de alma costumam ser pessoas endurecidas, que não admitem que estão erradas e podem ficar anos presos nesses estágios, podendo se estender até outros planos se não encontrarem alguém que as elucide quanto a suas reais condições espirituais. Por isso o tratamento espiritual para essas pessoas é tão importante, mas como no tratamento físico em um grande Hospital o paciente é preciso querer se conscientizar o que é de fato mais difícil para alguns, o levar esse choque de consciência, porque muitos simplesmente não conseguem se auto avaliar e enxergar, podendo chegar a estágios bem decadentes espiritualmente.

Há inúmeros casos que são tratados no grande Hospital da Umbanda, desde casos de conflitos e desamores familiares, doenças espirituais e físicas, perseguidores espirituais tanto encarnados quanto desencarnados, feitiçarias, etc.

Por isso que quando forem para suas searas de Umbanda tenham a real consciência do que de fato é estar ali, saibam que o lidar com os espíritos exige sabedoria, exige respeito, prudência, exige Fé, Amor e Caridade.

Nunca se esqueçam dos espíritos que já se foram, lembrem-se deles através do Amor e da Oração, orem não só por aqueles que merecem seu afeto, mas orem por todas as almas que necessitam, orem pelos amigos e inimigos que se foram, orem pelos familiares, porque nunca sabemos se não há um ente querido nesses campos por nossa culpa e ato, ou por nossa falta de perdão e nunca saberemos se um dia também não iremos carecer desse amparo. O grande objetivo dos guias e mentores é a libertação desses espíritos, é o elevar todas as almas a casa do pai.

Espero que esse texto leve conscientizações valiosas a todos que nosso Pai Oxalá esteja com todos.

Cristina Alves.




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21/02/2018

Macumba Pega?


Já é de grande conhecimento que a palavra “macumba” refere-se a um instrumento musical oriundo da África, portanto, quem toca a macumba, é macumbeiro, como o músico que toca piano, é o pianista.

Vulgarmente trazido para o que vamos tratar neste texto, a palavra “macumba” tem sido ligada, pelo senso comum, à prática de trabalhos espirituais e feitiços. Feitiços esses, normalmente e erroneamente relacionados à praticantes de religiões africanas ou de matriz africana.

Mas afinal, a chamada "macumba", pega? A resposta vai depender da nossa sintonia.

Todo feitiço exige uma força mental que vibra como ondas elétricas, através de nossos pensamentos, seja ele em forma de prece, seja ele em forma de maldição. Entretanto, assim como um telefone, que só se consegue comunicação se atendermos a chamada, o feitiço só funciona se estivermos suscetível a ele.

De que maneira isto ocorre? Com a falta de oração e a invigilância de pensamentos ou atos. Estas duas atitudes são facilitam a nossa vulnerabilidade.

Sentimentos de baixa vibração como a mágoa, rancor, inveja, mentira, ira, desânimo, entre outros, tão negativos quanto, são alimentos para absorção de qualquer tipo de energia negativa. Estes sentimentos potencializam-se a medida que se atraem, por similaridade vibratória, espíritos de igual energia que utilizarão da nossa condição de encarnados para atingir seus objetivos, seja ele, prejudicar a parentes, amigos, e, com certeza, independente do foco, prejudicarão quem tiver servido de instrumento.

A partir dessa deficiência, todo e qualquer tipo de feitiço pode atingir o seu objetivo. Eles podem ser feitos de diversas maneiras; com o uso de forças energéticas animais, minerais e/ou vegetais, mas sempre pela força do pensamento. O que move tudo, na verdade, é o pensamento.

Existem maldições que sequer são expressas em palavras e tem poderes imensuráveis de destruição. Mas novamente destacamos: vai depender do fortalecimento e vigia do receptor o resultado de tal ato. Repetimos: tudo é sintonia, é pensamento.

Desmistificamos aqui a crença de que “macumba” é coisa de "macumbeiro" (Umbandista, Candomblecista, dentre outras religiões com influência Africana). Na verdade, a energia negativa é atitude de pessoas que necessitam de muita ajuda e conscientização mental, moral e espiritual.

O Candomblé cultua seus Orixás e respeita a ancestralidade, e, quando levado isso em conta e a sério, orienta seus adeptos sempre pelo caminho do bem. A Umbanda trazida em uma sessão Espírita, através do médium Zélio Fernandino de Morais, pelo Espírito do Caboclo das Sete Encruzilhadas, atua justamente para a quebra desses feitiços de forma totalmente gratuita, praticada com o incentivo do fortalecimento da fé raciocinada, a prática da caridade, conscientizando-nos de que tudo o que que plantamos, colhemos. E o amor dessas religiões que as assemelham, acabam tornando-se poderosas ferramentas de reversão desses tais “feitiços”, trabalhando arduamente, cada uma a seu modo mas com um mesmo objetivo: conscientização espiritual, moral e a caridade na sua mais sublime essência.

Trazemos neste artigo uma realidade: Tudo o que você pensa e vibra influencia a sua vida. Seja de forma positiva ou negativa.

Entretanto, temos o que chamamos de Justiça Divina. Para tudo o que fazemos, teremos um retorno, seja para o bem, seja para o mal. Não necessariamente na “mesma moeda”, mas certamente, na medida equivalente ao necessário para o teu aprimoramento evolutivo.

Existe um outro tipo não tão raro de feitiço, mas um dos mais perigosos: o autofeitiço, o qual a própria pessoa afogada no seu ego, orgulho e vaidade, se coloca em posição de vítima por julgar ser digna dos piores sentimentos de inveja e cobiça de terceiros. Ela aceita para si uma maldição que sequer foi feita e aproveita-se deste subterfúgio pra justificar seus insucessos. O individuo então se afoga na própria negatividade e traz para si, cada vez mais energias semelhantes, tornando o caso ainda mais complexo.

Esse seguramente é o pior feitiço, pois ele só se dissipa quando a própria pessoa se conscientiza da necessidade de melhoria íntima e põe em prática.

Para evitar todo e qualquer tipo de feitiço, se cerque de bons pensamentos, inicie o quanto antes a reforma íntima, mantenha uma rotina prazerosa de prece, ocupe sua cabeça trabalhando em favor do bem. A humildade no seu mais puro teor é mais forte do que qualquer feitiço que for direcionado até você e fará movimento de boomerang atingindo em forma de ensinamento, o remetente que necessita de lapidações e aprendizado.

E quando encontrar uma macumba por aí, não tenha medo, dance ao som que este lindo instrumento emite através do dom divino que o macumbeiro tem.

Jackelline Furuuti





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14/02/2018

Como se Proteger das Energias Negativas

Olá amigos!!! Muita gente tem me perguntado como fazer pra se proteger de energias negativas no dia-a-dia (tais como inveja, raiva, rancor) ou mesmo de entidades obsessoras.

Como já devem saber, a melhor proteção que podemos proporcionar a nós mesmos é a dos sentimentos e pensamentos positivos. Gratidão, alegria, paz e AMOR elevam nossa vibração. Assim nos sintonizamos apenas com o que vibra nesta mesma frequência.

Mas às vezes precisamos de uma força extra. Somos humanos! Quando passamos muito tempo preocupados, tristes, estressados, desanimados, magoados com algo ou alguém… ou quando nos tornamos o centro das atenções, por exemplo.

Se as energias negativas se instalam numa casa, os moradores podem ficar irritados, sonolentos, brigam por qualquer motivo e podem até adoecer. Os aparelhos domésticos quebram com frequência, acontecem pequenos acidentes.

Deixo aqui algumas dicas que podem ser muito úteis.

– A primeira e a mais importantes de todas: evitar falar dos projetos ainda por realizar. Parar de contar vantagem. Aliás, falar pouco sobre si mesmo é essencial (uma das grandes lições que tenho aprendido).

– É importante também escolher as companhias e as amizades. Não abra a porta de sua casa para qualquer um. Se você percebeu que determinada pessoa é negativa, está sempre se queixando da vida, reclamando de tudo, evite a sua companhia.

– Cristais podem ser imantados e programados para proteção. Podemos levá-los no bolso, na bolsa ou em forma de jóias.

– O Feng Shui recomenda que coloquemos um Bagua, de preferência com espelho convexo no centro, na porta de entrada de nossa casa. Deve ser posicionado pelo lado de fora, em cima da porta. É por esta porta que a energia Shi vai entrar. Havendo mais de uma entrada na casa, faça o mesmo em todas elas.

– Plantas e flores absorvem energias negativas. Principalmente as de proteção, que podem ser plantadas no vaso ou no jardim: arruda, alecrim, espada-de-são-jorge, guiné, pimenteira, comigo-ninguém-pode e manjericão.

– Cães e gatos também são ótimos protetores, que absorvem e transmutam as energias negativas do ambiente.

– Sal grosso é excelente pra absorver energias também. Uma dica ótima é colocar um punhado na máquina de lavar pra descarregar as roupas. Um copo de água com sal grosso embaixo da cama quando for dormir também é recomendável. Banho com sal grosso só deve ser usado em casos emergenciais, pois absorvem todas as energias da nossa aura, tanto as boas quanto as ruins.

– Tomar passe num Centro Espírita ou de Umbanda é altamente eficaz. Aliás, é fundamental estar em dia com a espiritualidade, orar sempre, etc, etc. De nada adianta ir tomar um passe, depois sair fazendo tudo errado de novo, né?

– As Mandalas também oferecem proteção, principalmente as de tons violeta. Não apenas protegem, mas também transmutam e equilibram as energias do ambiente.


– Para finalizar, deixo uma potente fórmula dos Florais de Saint Germain. Especial para proteção, que transmuta e eleva o padrão vibratório. Composição: Chapéu de Sol, São Miguel, Algodão, Boa Sorte, Goiaba, Lótus/Magnólia, Carrapichão, Allium, Incensum, Myrtus, Grevílea, Arnica Silvestre.

Se alguém se lembrar de mais alguma dica, pode deixá-la nos comentários. Sejamos felizes!!!

Fonte: Blog Marcelo Dalla



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Outra sugestão ...


Se você acredita que existe alguma força contra você, com certeza está alimentando o poder das energias ambientais em seu desfavor. De fato, essas forças existem e são poderosas. Mas assim como existe a “má-cumba”, acredite na força da “boa-cumba”. Acredite no extraordinário volume de coisas positivas que estão disponíveis só para você.
Quer saber como usar essas poderosas bênçãos da vida em seu favor? Reflita nesses 7 passos que sugiro:

1) Assuma responsabilidade sobre seus sentimentos e comportamentos e pare de transferir aos outros a razão de suas escolhas e dissabores.

2) Garimpe sempre o melhor que exista dentro de você, acolhendo com bondade e aceitação os seus equívocos e tropeços.

3) Desenvolva o hábito de sentir seus protetores espirituais no clima sagrado da oração e receba deles o alimento farto que suprirá suas forças.

4) Emita sempre que conseguir uma energia do bem a todos os que não te compreendem, não te apoiam e nem te querem bem.

5) Ouça sempre o que os outros dizem sobre você e examine com humildade, mas acima de tudo desenvolva a sabedoria de ouvir a sua melhor conselheira: a consciência.

6) Acredite ardentemente que não existe erro sem perdão, nem falha sem possibilidades de ser corrigida e mesmo que teus irmãos de caminhada não te aceitem, Deus te acolhe como você estiver.

7) O sétimo passo é com Jesus: (Mateus 10:14) - E, se ninguém vos receber, nem escutar as vossas palavras, saindo daquela casa ou cidade, SACODE O PÓ DOS VOSSOS PÉS.

Wanderley Oliveira




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Porque não Incorporar em Casa

Porque não Incorporar em Casa

Muitas vezes nos deparamos com pessoas que recebem os caboclos, pretos velhos e crianças em casa. Eles conversam, algumas vezes dão consultas e passam remédios que por vezes funcionam tão bem quanto os passados nos templos. Mas então porque não é recomendável fazer isso em casa, se funciona ?? Há vários motivos, mas gostaria de comentar os 3 que são em minha opinião, os principais:

1.) As complicações para SUA casa: Muitos umbandistas não sabem, mas o templo de umbanda, quando de sua abertura, possui vários pontos de força, onde todas as energias negativas (que chamaremos de “carrego”, usado no linguajar da Umbanda) podem ser enviadas para seu descarrego. Cada templo possui diferentes tipos de instrumentos para descarrego, ligado principalmente à linha da entidade que dirige o templo. Sua casa não tem essa preparação, e portanto todo o carrego que a entidade tira seja do ambiente, seja de você ou seja daqueles que você ama ou que atende acaba ficando depositado na sua casa. Obviamente que parte dele a entidade transforma e elimina, mas a parte mais “pesada” dele e que não pode ser transformada acaba sendo deixada no lugar onde o trabalho é executado e outra parte com quem o executou. Você pode imaginar que uma simples conversa não faria mal, mas os espíritos estão em trabalho constante mesmo quando aparentemente apenas conversando e funcionam como uma espécie de imã para o carrego que permeia o ambiente e as pessoas. Então mesmo numa simples conversa o espírito deixará sua casa com esta energia; isso afetará a todos de forma sutil no início, causando desentendimentos, desânimo, falta de vontade e com o tempo (e acúmulo) evoluindo para brigas, tristeza e até doenças.

2.) SUA preparação: É a segunda face do motivo acima; parte do carrego é processado pelo espírito, parte por quem recebe o espírito e parte fica no ambiente. O trabalho constante e os diversos graus de iniciação que existem na Umbanda (coroa de firmeza, pai pequeno, babá) preparam o corpo do médium para receber uma carga maior de carrego, para que possa suportar os trabalhos mais pesados realizados pelo templo. Se você não tem preparação e recebe uma carga muito pesada você prejudica a si mesmo, com sintomas inclusive semelhantes aos de sua casa, mas que se aplicam apenas a você. Uma coisa importante aqui: trabalhos pesados não significam trabalhos para prejudicar outra pessoa: desmanchar um “feitiço” que provocou uma doença em alguém, por exemplo, é um trabalho bastante pesado, mas benéfico. Afastar um espírito ruim que está influenciando uma família a brigar também costuma ser bastante pesado (e muitas vezes sutil) e benéfico, apenas para citar alguns exemplos.

3.) Presença de espíritos zombadores. Exceto pelos médiuns mais desenvolvidos, é muito difícil saber quando o espírito incorporado é sério ou apenas um zombeteiro se fazendo passar por outro espírito. O templo é energeticamente preparado por pessoas preparadas antes dos trabalhos para evitar que estes espíritos possam se manifestar, se utilizando inclusive das ferramentas que existem no templo. Em casa, como vimos no primeiro ponto estas ferramentas não existem, e não temos como preparar o local de forma adequada, muitas vezes não tendo nós mesmos esta preparação. Além disso, muitas pessoas que recebem os espíritos em sua casa tem pouco conhecimento e portanto menos condições de perceber a condição dos zombeteiros. Esse tipo de espírito pode até ajudar a pessoa que você atender, mas com certeza não vai transformar ou levar nenhuma carga com ele, deixando o carrego todo para você, ou se for mais inteligente, para sua casa, onde você não perceberá imediatamente. Afinal, se você vomitar ou se sentir mal após a desincorporação, provavelmente vai procurar o templo que freqüenta (ou algum templo se não freqüenta nenhum), mas se daqui a uma semana começarem brigas freqüentes você dificilmente relacionará isso ao atendimento que realizou.

Existem ainda as incorporações “involuntárias”, e elas são bastante comuns. Se isso está acontecendo, procure um templo de sua confiança, vá até lá e converse com um espírito incorporado nas correntes explicando o que está acontecendo. Se é um espírito benéfico que o está chamando a trabalhar ele com certeza se manifestará no templo, em condições adequadas e explicará o que deseja e porque está se manifestando de forma inadequada. Se for um espírito que deseja atrapalhar, ele será conduzido pelos espíritos do templo para ser educado, e provavelmente deixará de se manifestar. Não há motivo para desespero ou medo, apesar de saber que as pessoas que sofrem com as incorporações involuntárias sentem um medo justificado, muitas vezes por desconhecimento. Mas como vimos neste tópico, incorporar em casa é, de muitas formas, muito prejudicial.

Autor desconhecido







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29/01/2018

As Dificuldades da Mediunidade

As Dificuldades da Mediunidade

Atuar como um intermediário entre seres pertencentes a planos diferentes não é uma tarefa simples, mas é a função do médium, e exige intenso e intermitente esforço de concentração, disciplina e trabalho.

Se a convivência com seres “normais”, encarnados, já é suficiente para levar muita gente à loucura, o que dizer das situações bizarras com as quais os médiuns e paranormais devem lidar diariamente. Imagine, por exemplo, receber visitas de espíritos que não sabem que estão mortos; ver a alma de um enteado deixando o corpo no momento do desencarne; sair do corpo durante o sono e se ver na cama dormindo; escrever mensagens em outros idiomas e sequer entender o que está escrito; andar por aí sem conseguir discernir quem está nesta ou em outra dimensão. As histórias envolvendo os médiuns seguem por esse caminho.

São várias as dificuldades e os desafios enfrentados pelos médiuns quando ainda não se adaptaram às suas faculdades psíquicas, ou ainda não as conhecem bem. Em muitos casos, o próprio desabrochar da mediunidade já é um tanto traumático e amedrontador para o indivíduo, levando-o ao desespero. Segundo Wiliam Jones, presidente do Centro Espírita Seara Bendita, muitas pessoas não prestam a devida atenção a essas manifestações em suas vidas; às vezes nem percebem sua mediunidade, e acabam inutilizando uma ferramenta que pode ser fundamental para o próprio auxílio espiritual, ou o auxílio a uma comunidade.

Na introdução do livro A Vida no Planeta Marte, Hercílio Maes (1913 – 1993), médium que psicografou diversas obras do espírito Ramatís, conta que seu caso começou de forma muito desagradável: “O excesso de fluidos, que vibravam em mim, transformou-se num fenômeno de opressão e ansiedade, que me levou aos consultórios médicos, ingressando, então, na terapia de sedativos e tratamentos de neurose de sangue, sem que, no entanto, conseguissem identificar a verdadeira causa do meu estado, o qual era todo de ordem psíquica. Felizmente, um amigo sugeriu-me que eu devia desenvolver-me num centro espírita. Aceitei a sugestão e, efetivamente, em menos de trinta dias, recuperei minha saúde, quanto a esse estado aflitivo e anormal de perturbações emocionais. Devotei-me, então, a uma leitura intensa do setor espiritualista. Todavia, não consegui livrar-me da complexa confusão anímica, que é a 'via-crucis' da maioria dos médiuns em aprendizado. No meu deslumbramento de neófito, alvorocei-me no anseio de obter ou desenvolver, o mais depressa possível, a mediunidade sonambúlica, pois ainda ignorava que as faculdades psíquicas exigem exaustivo esforço ascensional e que a disciplina, o estudo, a paciência e o critério cristão são os alicerces fundamentais do bom êxito. Além disso, a dor, com todos os seus recursos impiedosos, assaltou-me por largo tempo; doente, fui submetido a quatro operações cirúrgicas; sofrimentos morais, aumentados ainda por prejuízos econômicos, fecharam-me naquela situação acerba em que a alma se vê forçada a olhar as profundidades de si mesma em busca de um mundo extraterreno, liberto das ansiedades mesquinhas e de caráter transitório”.

“Então, no silêncio das noites insones, meditando profundamente, consegui encouraçar-me daquela resignação intrépida que decide o homem a aceitar todos os seus espinhos, desde que seja a serviço do Divino Mestre. E minha alma ouviu o cântico sublime daquele amor que nos leva a compreender que somos uma unidade cooperadora do equilíbrio do Universo Moral, servindo a Deus e ao próximo”.

“Após ter imposto esse traçado a mim mesmo, um dia, escutei a voz amiga e confortadora de Ramatís para guiar-me. E, então, a minha mediunidade começou a florescer como a flor cuja raiz encontrou um solo rico de energias vivificantes”.

Primeiros Avisos

Antes de relatar esse processo, Maes descreve com detalhes o primeiro contato que teve com Ramatís, aos três anos de idade. Já havia nele uma forte predisposição para a mediunidade que, contudo, só veio a aflorar muitos anos depois. Uma explicação possível para o caos em que se transformou sua vida num primeiro momento, pode ter sido a interferência de seu mentor espiritual para avisá-lo que precisava começar a se preparar. Quando a pessoa não atende ao chamado, seja por descrença, descaso ou desatenção, seu mentor pode incitar algum tipo de transtorno – que pode ser de ordem material, física ou existencial – com o objetivo de alertar o médium. “É uma forma de sinalizar o fenômeno”, observa William.

Para Albert Paul Dahoui, escritor de A Saga dos Capelinos (série de nove livros sobre Capela), a mediunidade aconteceu de forma inesperada. Em 1969, aos 22 anos, ateu e materialista, Albert procurava explicações para a vida e o universo através da ciência. “Namorava aquela que viria a ser minha primeira esposa, e ela era umbandista. Quando mencionou o fato, achei aquilo tudo muito estranho e resolvi investigar”, ele conta. Após meses de insistência, conseguiu convencer a esposa a levá-lo ao centro de umbanda. “Lá pelas tantas, ela teve uma manifestação. Neste instante, impelido pela curiosidade, levantei-me para observá-la melhor. Assim que o fiz, senti uma irresistível vontade de me sacudir. Um espírito incorporou-se, como se diz no linguajar comum, e me arremessou contra o chão, após um vôo sensacional. Assim que me levantei, já livre da incorporação, meu corpo todo tremia, mesmo que jamais estivesse tão calmo quanto naquele momento. Pensei comigo: ou enlouqueci ou existe algo nessa coisa toda que preciso descobrir. Alguns dias depois, entrava para o centro de umbanda”. Mais tarde, Dahoui percebeu que já manifestava os sintomas desde os dez anos.

Embora continuasse frequentando o mesmo centro, não foi na umbanda que ele encontrou explicações suficientes para esclarecer inúmeras dúvidas que lhe surgiam. “Temos a sorte de ter os livros de Alan Kardec, assim como o trabalho de vários pensadores e médiuns, especialmente Chico Xavier. Já, na umbanda, salvo exceções que acredito existir mas não as conheço, os livros doutrinários ou são pobres, ou são escritos por pessoas que podem até ter boa vontade, mas são culturalmente primárias”. Albert, que acabou se tornando médium de incorporação e intuitivo, acredita que a mediunidade e os estudos que dela decorreram lhe conferiram uma maior compreensão do universo e dos processos que o constituem. “Mas isto é um trabalho para sempre”, adverte. “Adquirir conhecimento é uma atividade permanente. Entretanto, a compreensão dos fatos existenciais nos dá uma força maior e nos permite superar os problemas”.

Problemas e Soluções

Militar do exército, hoje na reserva, o médium e escritor Eurípedes Kuhl, de 68 anos, também não teve um começo muito tranqüilo. “Tinha sonhos recorrentes sobre desastres aéreos, que se confirmavam em, no máximo, 48 horas. Queda de aviões não são rotina, mas também não são raras. Acontece que eu passei a saber onde e quando. Aí, não me restou escape: procurei freqüentar reunião mediúnica, na tentativa de entender o que isso representava”, conta Eurípedes. Aos poucos o tema dos sonhos deixou de ser “queda de aviões”, e passou a todo tipo de tragédia, que em seguida se consumava, até que um dia as premonições cessaram.

Assim como Dahoui, Eurípedes acredita que, ao conseguir educar a mediunidade, passou a ter uma nova visão da vida e do universo. “Tenho procurando ser mais tolerante, fato que só bem me faz. A visão da vida e da reencarnação, sob a ótica espírita é, para mim, a maior contribuição filosófica que o Espiritismo oferta à humanidade”, diz Eurípedes. Ele observa que, no espírita convicto, conquanto o instinto de conservação impere em todos os seres vivos, “a morte, em si, sem ser desejada, deixa de ser temida. Acredito na existência de outros universos, não apenas o físico (da astronomia) e no espiritual (da concepção espírita), mas também, universos em dimensões ultra-espirituais”.

Wagner Borges, especialista em projeção astral e fundador do Instituto de Pesquisas Projeciológicas e Bioenergéticas, afirma que desde sua primeira experiência mediúnica (enquanto dormia, saiu de seu corpo e pode se observar), já foi logo se informar sobre o fenômeno. “Nunca tive medo, porque sempre procurei entender o que acontecia. Li muitos livros e participei de reuniões em grupo, de modo que minha mediunidade foi se desenvolvendo à medida que eu ia compreendendo cada vez mais esse assunto”. Ele conta que, certa vez, apareceu-lhe um espírito que estava sem a cabeça. Wagner teve de fazê-lo entender que sua cabeça astral continuava lá, que fora o seu corpo material quem sofrera a lesão. “O espírito se apresenta para você da forma como ele mesmo se vê; então eu o vi sem a cabeça. Pouco a pouco, ela foi se reconstituindo, quando ele se convenceu de que ela estava lá”.

Episódios semelhantes são corriqueiros nos centros espíritas. “Houve um homem cujo rosto estava todo deformado, e que não sabia que tinha morrido num acidente de trabalho”, conta William Jones. “Enquanto ele regulava a pressão de uma caldeira ela explodiu na sua frente. Nós lhe 'emprestamos' ectoplasma e recompusemos seu perispírito. Quando ele se olhou com a face refeita, ficou tão feliz que chorava de emoção”, relembra. Depois disso, os médiuns orientaram-no a procurar assistência do plano espiritual. “Ele tentava falar com a família, mas achava que ninguém queria falar com ele porque estava deformado”.

Conhecendo os Sinais

Há cerca 100 tipos de mediunidade, dos quais os mais recorrentes são: a psicografia (mensagens escritas, transmitidas por um espírito através do médium), pictografia (pintura de imagens recebidas), clarividência (capacidade de ver acontecimentos passados ou futuros, ver o corpo astral de outras pessoas e ver espíritos), clariaudiência (propensão para ouvir os espíritos), etc. Os médiuns conhecedores do assunto explicam que cada espírito recebe um potencial diferente mediante sua ocupação na Terra. “Por exemplo”, diz William, “se você encarnou com o objetivo de ajudar a humanidade através do jornalismo, então suas aptidões estarão voltadas para a comunicação. É a mesma coisa com a mediunidade: cada um recebe a que precisa”.

Os sintomas mais comuns indicadores de forte predisposição para a mediunidade são: suor excessivo nas mãos e axilas; maçãs do rosto muito vermelhas e quentes; as orelhas ardem; depressão psíquica e instabilidade emocional, melancolia; distúrbios de sono, ou em excesso, ou insônia; perda do equilíbrio do corpo, sensação de desmaio iminente; súbita aceleração dos batimentos cardíacos (taquicardia); fobia e medo de quase tudo, sensação de insegurança. Mas tudo isso vai se estabilizando e desaparecendo conforme o médium canaliza de forma mais adequada suas faculdades psíquicas com muito estudo, trabalho e disciplina.

Uma das tarefas mais complexas para o médium novato é conseguir discernir as influências que atuam em sua psique. Não se questiona mais o fato de que o ser humano sofre interferências de todos os elementos que compõem o universo, e isso inclui as formas-pensamento de outros seres. De uma maneira ou de outra, todos os seres humanos são, em maior ou menor grau de intensidade, médiuns por natureza. “Às vezes, o indivíduo escreve uma mensagem e não sabe se veio dele mesmo, de seu mentor ou de outro espírito. Nem tem certeza se foi inspiração ou psicografia”, diz William. Além disso, o próprio médium, por falta de confiança ou desenvoltura em lidar com sua mediunidade, pode interferir no que o espírito está tentando lhe dizer.

Dahoui lembra um episódio, quando trabalhava com sua entidade no centro umbandista, em que veio um consulente pedir auxílio espiritual. “Era um homem negro, de trinta anos, e postou-se em perfeito mutismo. Em questão de segundos, passou pela minha cabeça que o rapaz tinha sido abandonado pela esposa e que ela tinha levado sua adorada filha de oito anos. Além disto, estava sendo acusado de desvio de mercadorias na empresa em que era guarda-noturno. Imediatamente, não permiti que minha entidade lhe falasse aquilo. Só podia ser coisa de minha cabeça: era muita desgraça para um homem só”. Convencido de que aquilo era uma criação de sua mente, Dahoui disse ao homem que estava tudo bem e que fosse embora, ao que o consulente, arrasado, retrucou dizendo que não estava nada bem e, em seguida, contou exatamente a mesma história que surgira na mente do médium. “A entidade ainda tinha tentado falar algo, mas eu – um médium novo na época –, fiquei aflito e querendo me ver livre da situação constrangedora”.

Concentrar no Amor

Dahoui ainda observa que, se o espírito quer dizer alguma coisa que o médium acredita ser invenção de sua cabeça – e muitas vezes é mesmo – ele é capaz de não deixar o espírito falar. “Muitas pessoas hão de ficar revoltadas com o que estou dizendo, mas posso assegurar que devo ter tido contato com mais de três mil espíritos e médiuns diferentes nestes 33 anos de pesquisa, e não encontrei um caso sequer em que eu pudesse dizer que o médium não interferiu de uma forma ou de outra, em menor ou maior grau”. Sendo assim, o esforço do médium consiste em “sintonizar a freqüência”, como se fosse uma estação de rádio, de modo que a “melodia” possa fluir com o mínimo de distorção.

Mas a coisa não pára por aí. É unanimidade entre os médiuns experientes que a evangelização é condição indispensável para uma orientação positiva das faculdades mediúnicas. “Não é necessário que a pessoa desenvolva algum tipo de trabalho diretamente ligado ao Espiritismo”, diz William Jones. “Aliás, ela nem precisa ser espírita, mas tem que se desenvolver moralmente e ampliar seu poder de amar incondicionalmente”. Wagner Borges, que não tem uma religião específica, concorda plenamente com esse ponto. “Se você tem amor dentro de você e ele está presente em todas as suas ações, então você já está no caminho certo”.

O executivo Ailton Leite, de 49 anos, nunca trabalhou num centro espírita, apesar de ser médium desde a infância. “Sempre quis ser médico de gente, mas acabei virando um médico de empresas”, conta Leite, que também afirma ter uma forte sintonia com Ramatís. Ele acredita que, se não fosse pela mediunidade, ele não teria mergulhado nos conhecimentos espíritas, que muito contribuíram para seu crescimento moral. “Na profissão em que atuo, a paciência, a honestidade e a serenidade são valiosos atributos”, observa Ailton. “Cada um recebe as faculdades de que necessita para desempenhar uma determinada função nesta vida. Se você é um espírito missionário, que não tem nada a pagar e só vem para trazer conhecimento à humanidade, o plano espiritual pode julgar providencial que sua mediunidade seja muito forte, a fim de que ela potencialize seu trabalho”, explica. William completa dizendo que às vezes, a mediunidade só vem para mostrar algumas coisas à pessoa.

Todos os entrevistados concordam que não é preciso ter uma religião para ser bom e fazer o que é correto. Segundo eles, na ausência de uma educação ética, o médium pode utilizar seu dom negativamente. Pode comercializá-lo, aproveitando-se da fragilidade das pessoas para cobrar por consultas nas quais é capaz de delatar maridos que traem, sócios que roubam, acidentes que irão acontecer ou ensinar como ganhar fortuna fácil. “Existem pessoas que usam seu poder para se promover e chamar a atenção do público”, diz William. Ailton reforça essa tese dizendo que as pessoas sempre procuram os efeitos especiais, em detrimento dos verdadeiros ensinamentos. “Se numa mesma rua estiver um homem que entorta garfos com o poder da mente, e mais adiante houver outro falando sobre amor, justiça e solidariedade, o povo vai atrás do primeiro”, ele ironiza.

A mediunidade em si, como todas as coisas no universo, não é boa nem ruim. O dinheiro na mão de uma pessoa pode servir para comprar uma arma e matar um ser humano, ou para comprar comida e alimentar uma criança faminta. No cosmo, há espíritos comprometidos com a evolução humana, há os que precisam desesperadamente de orientação, e há os que ainda mantêm um apego ferrenho aos bens materiais. Cada qual sintoniza com as pessoas da mesma estirpe, da mesma índole. Ou seja, cabe a cada ser humano determinar suas companhias e seu destino, nesta e em qualquer outra dimensão.


Nathalia Leite





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24/01/2018

Divina Corrente de Umbanda

Divina Corrente de Umbanda

Dia desses estava pensando sobre a sublime missão da Umbanda. Uma religião que permite o culto a natureza, que aceita pessoas de todas as religiões, de todas as cores, bandeiras, passados, crenças, sem exigir nada; que se baseia no intercâmbio mediúnico como forma de aprimoramento livre; que se manifesta de forma simples e alegre, na prece entoada em cânticos, no colorido das pembas, no sacudir das ervas...e, assim, lembrei que a ideia de "corrente" é algo que sempre me chamou a atenção. Hoje entendo um pouco melhor esse conceito.

Mais do que um chavão ou uma metáfora, a concepção de corrente mediúnica tem um fundamento de fraternidade, de universalidade, de união, de apoio e de condensação energética. Nunca vou esquecer a imagem: todos de branco, de mãos dadas, fazendo uma oração em prol de pessoas que nem conheciam...isso é uma corrente mediúnica. A ação de dar as mãos, de estar apoiado por seus irmãos e de apoiá-los, de vibrar em um só coração, um só pensamento em prol daqueles que em muitas situações nos são invisíveis, colocar-se como parte de um todo... diluir-se em meio ao todo. Quando entramos em uma corrente mediúnica, estamos nos colocando a serviço da Luz e, numa postura humilde, estamos dizendo ao Universo: "sou uma peça a mais na grandiosidade da Vida, sou só mais um elo".

Elos fortes são forjados dia a dia, são construídos na experiência de sua própria espiritualidade, na humildade adquirida na dor e na desilusão, na fraternidade construída no desapego e na solidão, na alegria de ser útil, na esperança que a minha fé proporciona...é na aprendizagem profunda sobre as dores e alegrias da Vida que me forjo, me fortaleço para a Caminhada mediúnica. E me fortaleço cotidianamente no respeito e no zelo ao meu próximo e a mim mesmo.

Serei um elo forte da divina corrente de Umbanda quando perceber que não faço parte dessa corrente apenas nos dias de gira, nas saudações, nos trabalhos externos (nos campos naturais) ou quando preciso de ajuda. Serei um bom elo, quando entender que sou co-responsável pelo ideário que a sociedade tem do que é mediunidade e do que é Umbanda. Serei um elo luminoso quanto mais assumir as responsabilidades perante a minha própria espiritualidade; quanto mais aprender a respeitar minha Casa Espiritual, meus irmãos de religião; quanto menos fizer qualquer tipo de distinção em auxiliar; quanto mais eu aprender sobre amar, proteger e respeitar a egrégora que me acolhe e me acompanha...

Seremos melhores elos quanto mais entendermos que somos apenas instrumentos a serviço do Povo de Aruanda.
Salve a Divina Corrente de Umbanda!
Saravá o Povo de Aruanda!

Nelly




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