Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

19/10/2017

Mediunidade na Umbanda

Mediunidade na Umbanda

Mediunidade não é provação purgatória nem punição. É uma bênção, uma provação divina concedida ao espírito no momento em que reencarna. Se bem desenvolvida, é um eficiente recurso facultado pela Lei, para resgatar carmas, acelerar a evolução espiritual e harmonizar o ser com suas ligações ancestrais. Lembremos que os Guias Espirituais que acompanham um médium também estão em processo evolutivo.

A Umbanda é a religião fiel depositária dos antigos cultos realizados na natureza e seus rituais religiosos são sustentados pelos Tronos Naturais, os nossos amados Orixás, os Senhores da Natureza. O esclarecimento do processo mediúnico umbandista é fundamental, para que o médium de Umbanda perca seus medos, preconceitos e tabus e entenda o que o diferencia dos médiuns de outras religiões.

Numa corrente espiritual de Umbanda, o médium é o importante elo de comunicação entre o plano material e o espiritual, sob irradiação direta dos Orixás, dos quais ele recebe amparo e direção, mesmo que sua mediunidade de incorporação demore a aflorar ou nunca aconteça. O médium incorporante ou “cavalo” de Umbanda lida com várias incorporações diferentes, tornando-se um canal amplo. Ele é o ponto de apoio das entidades que se manifestam nas linhas de ação e trabalho, como os Caboclos, Pretos-Velhos, Baianos, Exus e outros, em sua luta ferrenha contra poderosos agrupamentos e falanges do astral negativo.

O espírito que virá com o compromisso da mediunidade de Umbanda, na preparação de sua reencarnação, recebe nos seus chacras um complemento de energia vital eletromagnética. Isso permitirá aos guias atuarem mais intensamente na região dos plexos, facilitando-lhes o domínio do corpo físico do médium e possibilitando-lhes assumir suas principais características gestuais e de linguagem. Esse complemento energético é fundamental, também, para que o médium umbandista possa suportar as difíceis tarefas de embate com os espíritos do astral inferior, o chamado submundo astral.

Na incorporação, é necessário o esforço de concentração do médium e do espírito, para que a rotação dos chacras de ambos atinja uma velocidade próxima e a sintonia necessária, para a percepção correta dos pensamentos e desejos do outro. No corpo físico, os chacras ou centros de força localizam-se em regiões que correspondem a áreas de grande concentração de feixes nervosos – os gânglios. A excitação do sistema nervoso, por meio da atuação nos chacras, promove as sensações que o médium sente. Os centros de forças, quando absorvem energias não afins, de pessoas ou de ambientes, ficam obstruídos e são necessários movimentos ritmados para desbloqueá-los e para dinamizar os campos eletromagnéticos.

As danças rituais da Umbanda criam as condições ideais para essa catarse energética. Há uma enorme interpenetração das vibrações do médium e do guia, pois, quando o padrão vibratório do médium é desestabilizado, seu espírito fica adormecido, momentaneamente paralisado, e o mentor adentra com facilidade em seu campo eletromagnético, adequando-o ao seu padrão e direcionando suas vibrações mentais. As incorporações na Umbanda são sempre ativas e ritmadas, pois as entidades que se manifestam são altamente brilhantes, luminosas, irradiantes e energeticamente sobrecarregadas, graças aos seus constantes contatos com os pontos de forças da natureza, onde estão “assentadas”.

Nos rituais de Umbanda, a percussão dos atabaques, juntamente com a entoação dos pontos cantados, criam uma sonoridade altamente vibratória e elevada, ativando o emocional e apassivando o mental consciente do médium, facilitando a incorporação. O chacra básico é estimulado, dando a devida e necessária sustentação para que ele possa girar dezenas de vezes, sem cambalear ou cair. Ao girar, as entidades incorporadas espargem energias positivas, magneticamente irradiantes, que vão anulando os negativismos acumulados no éter local.

Se um médium está bem preparado, com seus chacras equilibrados, alinhados e iluminados, os guias utilizam seu poder para atuar nos campos vibratórios dos consulentes e dos espíritos necessitados. Isso pode ser facilmente percebido nas tarefas de tratamento de espíritos sofredores. Muitos desses espíritos chamados sofredores são encaminhados para os templos umbandistas por equipes socorristas, que os acolhem após o desencarne ou os resgatam, recolhendo-os nos abismos, após a evolução necessária. Esses espíritos precisam incorporar, para serem “curados”, com a luz da vela branca e com o magnetismo, energia e vibração carnal do médium, pois a dor e o sofrimento físico se estendem ao corpo espiritual, até que o desencarnado receba o tratamento devido. Os mentores realizam a doutrinação, a orientação para a cura das dores do mental, mas os ferimentos do corpo espiritual são curados de imediato, quando um espírito sofredor incorpora num médium e absorve o seu magnetismo animal.

A mediunidade em geral tem eclodido para colaborar na luta contra a carga magnética inferior planetária, para a cooperação espiritual na redenção dos irmãos desencarnados, confortando os sofredores, comovendo os obsessores e orientando os irmãos confusos. Desenvolver a mediunidade significa passar por um aprendizado, por uma conscientização, para desobstruir as faculdades mediúnicas dos escolhos religiosos, dos tabus, dogmas e medos e elevar-se espiritualmente, portando valores úteis e bons para oferecer ao próximo.

Médium de Umbanda, tenha confiança em nossa maravilhosa religião, eleve seu padrão mental e energético, faça sua reforma íntima e cultive suas virtudes. Dê atenção à sua higiene física, moral e espiritual, para o bom desempenho de suas tarefas, e lembre-se de que a manifestação espiritual tem lugar e hora para acontecer. Integre-se a uma casa de confiança, estruturada no amor ao Divino Criador e aos Sagrados Orixás, e estude sempre.

Lurdes de Campos Vieira




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12/10/2017

O Ingressar no Novo Terreiro


O Ingressar no Novo Terreiro

Um tema complexo, diria até melindroso de ser abordado, devido a certos pormenores que envolvem a questão. Um período que pode ser muito difícil para alguns médiuns, principalmente quando ele ficou muito tempo em uma determinada casa, a qual por ventura fechou ou o dirigente veio a falecer. Na realidade esse período complexo de adaptação acaba se tornando difícil justamente pela não aceitação, comparação que muitas vezes o médium começa a fazer do terreiro antigo com a nova casa religiosa, o novo terreiro que ele esteja ingressando.

Período em que o médium está ÓRFÃO e precisa de um NOVO LAR ESPIRITUAL.

Nunca é tarde para recomeçar.

Primeiramente um dirigente não é e nunca será igual a outro, mesmo um dirigente que teve uma determinada raiz religiosa quando o mesmo abre seu próprio terreiro, seus guias chefes trazem com eles suas próprias doutrinas e diretrizes. Então comparações não devem ser feitas até mesmo por respeito a memória do dirigente antigo quanto ao novo dirigente. Além do mais as pessoas são únicas, pena que não são eternas.

Um dirigente sério e idôneo deve coibir e evitar dar espaço a certas comparações e comentários quando surgirem com teor pejorativos de outros dirigentes que não conheceu, na medida do possível, é preciso ter ética.

Já em alguns textos eu venho batendo na tecla, que todo médium antes de ingressar numa nova casa deve observar bem sua rotina, sua doutrina, o andamento da casa de uma forma geral, justamente um dos motivos é esse o de adaptar-se a nova casa da melhor forma possível.

Já ouvi de alguns dirigentes a seguinte frase: Prefiro 50 médiuns novos do que 01 médium velho, justamente por causa desse período complexo de adaptação que nem sempre é tranquilo e agradável. Inclusive já vi casas, que não aceitam médiuns velhos de outras casas, justamente para não terem que passar por certos aborrecimentos, eu particularmente acho errado, mas respeito, porque acredito que uma casa religiosa de Umbanda deve ser vista como um grande ventre materno que a todos agrega. Mas admito que não é fácil, o agregar com seriedade e doutrina não é tarefa fácil é diferente de simplesmente apenas jogar para dentro do terreiro como sendo mais um e nada mais, agregar é diferente disso. Mas por um outro lado, com essa discriminação, acabam perdendo médiuns bons, experientes que poderiam enriquecer muito sua casa e egrégora.

O dirigente e a direção da casa por sua vez, devem ser muito claros e transparentes ao passar a diretriz e doutrina da casa, todos os pormenores, direitos e deveres que aquele médium deverá cumprir no terreiro. O médium só poderá ingressar na casa, depois de aceitar as normas e doutrinas da mesma, para que por ventura amanhã o dirigente não seja questionado sobre isso, tipo… você não me passou isso.

As vezes o médium vem de outra casa cheio de maus costumes, manias, irredutível, ele quer agir e fazer valer sua vontade, daquele jeito na nova casa, até muitas vezes se confrontando com a rotina da mesma, e isso está errado, o médium que está entrando no terreiro, o mesmo tem que se adaptar a casa e não a casa a ele, a casa já tem sua hierarquia, suas normas e diretrizes doutrinárias e não vai se moldar somente para adequar-se aquele médium que está ingressando.

Muitas vezes o médium é orgulhoso, turrão, até vaidoso e pode estar vindo de uma casa por exemplo que o dirigente não tinha tanto conhecimento e dedicação assim, não havia estudos, disciplina nessa casa, não haviam doutrinas e preparos condizentes e esse médium muitas vezes irredutível não se abre a aprender, ou pelo menos não se questiona, se realmente aprendeu tudo ou melhor será que o que aprendeu estava realmente correto? Muitas vezes o novo dirigente começa a perceber certas falhas e vícios e tenta corrigi-los da melhor forma, tem médiuns que se abrem com facilidade a novas aprendizagens e conhecimentos outros se melindram, se frustram e até saem da casa posteriormente porque simplesmente não querem mudar, ou mesmo por orgulho quando confrontados, e quando isso acontece não se tem muito o que fazer, é só abençoar e desapegar. Fora também que cada casa, cada terreiro de Umbanda tem sua diretriz. O dirigente nessa situação é melhor um Orixá te abençoe que um diabo te carregue, bobagem ficar se desgastando com esses tipos de comportamento. A vida é a melhor escola e os guias os melhores professores.

Mas entra nessa questão a conveniência, há certos maus costumes e atitudes bem condizentes principalmente em relação a médiuns não idôneos, com moral e caráter duvidoso.

Vamos citar um exemplo simples: tem casas que para um médium começar a benzer, a ser um médium ativo de trabalho assistencial, ele passa por etapas e confirmações, outras o médium basta incorporar que em pouco tempo já está no atendimento, eu particularmente acho errado, mas acontece, o atendimento espiritual diga-se de passagem é algo sério, e mesmo tendo todos os cuidados cabíveis poderão ocorrer falhas, imaginem colocar um médium despreparado no atendimento. Baseado neste exemplo, vamos supor que esse médium saia dessa casa, e quando inicie em outra, o dirigente atual baseado em seus conhecimentos e na Umbanda que o mesmo pratique, começa a perceber que há falhas de incorporação ainda com esse médium que ele precisa de um maior aprimoramento, de uma lapidada, e tome a decisão de não permitir de momento, que esse médium seja um médium de trabalho em sua casa, um médium passista, muitos médiuns diante de tal situação vão se queixar e dizer mas eu já sou passista, só que ele está em uma outra casa, uma outra diretriz e doutrina e ele não será diferente dos demais que ali estão, terá que passar pelas etapas da casa em si. Na realidade um bom médium não tem dificuldade nenhum de conquistar seu espaço. Alguns médiuns é claro, vão encurtar esse tempo devido é claro já estarem firmes e virem com uma bagagem boa, mas terão igualmente de seguir as regras e doutrinas da casa, e quem irá determinar esse tempo é os guias chefes da casa. O detalhe nessa questão é confiança na diretriz tanto física quanto espiritual, não tem meio termo.

Já vi terreiros que o dirigente não teve esses cuidados, acreditou na palavra do médium que se dizia experiente, e deu asas para o passarinho voar, vamos dizer assim, e teve sérios problemas, o médium vacilou, receitou coisas erradas, que trouxe sérias consequências para o consulente e para imagem da casa como um todo. Porque é muito fácil um médium chegar numa casa nova e dizer sou experiente, trabalhei anos em determinados lugares, mentir literalmente. Dirigente muito cuidado nessa hora.

Muitos estarão se questionando, mas e os guias do pai e mãe no santo? pois é, nessas horas que os guias chefes se colocam a frente, é deles que parte certas outorgas, mas vejam juntamente com a diretriz dos dirigentes da casa. Médiuns não mintam porque diante de um guia chefe verdadeiro não há mentiras que não sejam com o tempo reveladas.

É muito complicado tirar certos costumes e vícios de médiuns de outras casas, alguns podem ser adaptados, outros infelizmente se o dirigente permitir entra em choque com toda a diretriz e rotina do terreiro, e lá começa os burburinhos e conversas de bastidores.

Certa vez, vi uma médium nova em um terreiro, numa gira de exú, ela havia preparado uma farofa e levou para o terreiro, no transcorrer dos trabalhos os cambonos não perceberam e apenas entregaram a farofa para o exú da moça, o qual começou a apreciar o prato, para surpresa de todos por debaixo da farinha tinha carne crua, puro sangue, quando o exú da mãe de santo percebeu, ela estava lavada de sangue da carne em todo o rosto, detalhe naquela casa não era permitido levar carne crua para exú e pombogira, imaginem o pampeiro que deu. Então observem que são coisas que acontecem (mas que não deveriam) que podem trazer desconforto tanto para aquele médium novo, quanto para os já existentes na casa. São situações inusitadas que infelizmente podem acontecer fugindo completamente do previsto. Observem que nem sempre algo que era costumeiro em uma casa será permitida na outra, muito pelo contrário muitas vezes algo que era permitido em uma outra casa pode entrar em choque completamente com a doutrina de outra.

O médium que está ingressando na nova casa, deve passar por etapas de adaptação e deve estar receptivo a aceitação, a troca de conhecimentos, caso contrário fatalmente ele não irá ter vida longa nessa casa. Porque vejam bem o dirigente ele tem que priorizar o todo, a egrégora e o equilíbrio de sua casa, e o médium por sua vez tem o livre arbítrio de escolha.

O médium, quando entra num terreiro novo, se sente meio que perdido, a forma de rito e trabalho podem ser bem diferentes do lugar de onde veio, e esse médium deve ser recepcionado com atenção, carinho, aceito no meio da melhor forma, com paciência. Essa recepção e companheirismo dos demais não podem faltar nunca. Fora que muitos médiuns buscam exatamente a mudança, porque nem todos tem a felicidade de entrar em uma boa casa logo no começo de sua trajetória mediúnica.

O que acontece muitas vezes é que alguns médiuns chega… chegando, se é que me entendem, cheios da razão, já vem dizendo meus guias trabalham desse jeito e pronto, bem coisa de médium mesmo e não de guia, porque quando um médium entra numa casa nova, seus guias já se adequam e se sintonizam na energia da casa, e eles respeitam a doutrina da mesma e sua diretriz espiritual, caso contrário não teriam escolhido a mesma para seu pupilo, a não ser que aquele terreiro em si esteja sendo uma lição. Imaturidade, orgulho e vaidade, três veneninhos bem danosos para qualquer médium.

Uma vez uma médium abriu o seguinte questionamento, ela disse que ela era de “Quimbanda” e que havia optado a seguir a “Umbanda” e que algumas de suas antigas entidades já não estavam incorporando mais, e que outras entidades estavam vindo, vejam bem alguns espíritos vibram e se sintonizam numa faixa vibratória de acordo com seus campos energéticos, um guia que não se sintonize numa determinada frequência pode não se adequar a mesma, e pode se afastar, cedendo lugar para um outro guia que melhor se adeque. Certa vez, num debate foi questionado a seguinte questão, os espíritos de exus e pombogiras que se manifestam numa “Quimbanda” onde há o rito da imolação por exemplo (apenas como referencial) são os mesmos que se manifestam num terreiro de “Umbanda”? em sua grande maioria não, justamente pela forma de atuação e sintonia vibratória energética, que diferencia a forma de atuação e trabalho. Talvez seja por essas questões que vemos diferenças gritantes de atuação de determinadas entidades e guias, levando em questão também é claro o fato de uma falange englobar diversos espíritos com escalas evolutivas bem diversas umas das outras. Como também já vimos entidades que começaram a se manifestar completamente diferentes do que antes acontecia numa determinada casa, o que pode acontecer nessa questão e que acontece diga-se de passagem é outro falangeiro da mesma falange vir, um outro espírito, e muitas vezes passa desapercebido ao ponto desse médium não notar, são fatos que nem são comentados e falados pelas entidades justamente para não causar duvidas e desconfortos desnecessários na rotina de seus médiuns. Não podemos esquecer também que os espíritos usam roupagens espirituais de acordo com a missão que estejam desempenhando.

Todas essas questões acabam que entrando em choque para um médium que está ingressando numa casa nova, porque ele muitas vezes não consegue se adequar, mas existe um outro detalhe importante, um terreiro é a casa dos espíritos, o ponto de vista do médium conta na escolha, claro que sim, mas de praxe quem escolhe a casa são os guias desse médium, é por essas e outras que muitos médiuns não param em lugar algum, de um lado os médium não adequam por pura arrogância e por outro é porque não foram seus guias que escolheram essa casa, quando é os guias que escolhem a casa aumenta-se gradativamente as chances de sucesso desse médium na nova casa. Só alertando que muitos médiuns são colocados em determinadas casas não muito corretas, por ensinamento e aprendizagem de seus próprios guias, então observem que tem casos que a lição nem sempre será algo fácil de ser aprendida, por isso vigiem-se e não sejam teimosos. *Observem os sinais.

Hoje em dia alguns médiuns só querem “espiritar”, parecem corrimão, vivem passando de mão em mão, não param em lugar algum, não criam raízes, esses médiuns chegam num estágio que nenhum dirigente mais os aceita de tanto que não param em lugar algum infelizmente. O médium tem que se vigiar para que não caia nessa armadilha e se torne um marionete de entidades mistificadoras e zombadoras os colocando em situações vexatórias e deprimentes de ver.

Neste texto não posso deixar de mencionar, OS BONS MÉDIUNS, que as vezes nossos Orixás nos presenteiam, médiuns esses que são verdadeiras bençãos para qualquer terreiro e egrégora de Umbanda, médiuns que tiveram uma boa estrutura, doutrina, de excelente índole e caráter, que enriquecem onde pisam. Verdadeiras árvores frutíferas e fortes que foram boas sementes. Uma das características primordiais desses médiuns é sua receptividade, seu carisma, sua empatia com o novo que lhe apresenta, se adaptam com muita facilidade, bons soldados lutam em qualquer exército.

Alguns toques:
Não tenham pressa de ingressar num terreiro.
Prestem muita atenção na rotina e doutrina da casa, e quando for lhes passado essas doutrinas leiam com bastante atenção.
Quando entrarem numa casa, entrem de coração e mente aberta, para absorver coisas novas. Cuidado com comparações, arrogância, vaidades e melindres desnecessários.
Sejam humildes, conhecimento é uma troca, transmita o seu de forma adequada.
Sejam pacientes consigo mesmo e com os outros.
A palavra é aceitação, estar de coração aberto, seja um bom soldado e se apresente as ordens conforme o mandato, sempre.

Enfim pessoal, espero que esses toques ajudem com que alguns médiuns que estejam passando por essa etapa, a passarem com mais tranquilidade. Meus sinceros respeitos a todos.

Axé.

Cristina Alves





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28/09/2017

Reflexões de Umbanda

Reflexões de Umbanda

O pagamento mais comum ao médium de Umbanda e dirigente é uma moeda chamada ingratidão, por isso, é preciso essa consciência de quem está nesta batalha. Sim, uma batalha! Porque fazer a caridade é lutar contra muitos conceitos opostos e se manter firme e de pé para a próxima batalha!

A maior moeda é a ingratidão, mas a recompensa é a edificação! Um médium cresce como ser humano independentemente de sua situação financeira, social ou amorosa, ele se torna algo que estará com ele pela eternidade de sua alma, de seu espírito.

Quem não consegue compreender esse conceito não deve estar no caminho de auxiliar e sim no caminho de ser auxiliado.

Trabalhar rumo a caridade é para aqueles que têm disposição de progredir e progresso é labuta, progresso se trata de um processo árduo que precisa de força espiritual, mental e até mesmo física.

Ser médium é diferente de estar médium, ser médium é para quem tem força e expansão em seus horizontes relacionados a conceitos, estar médium é para aqueles que de alguma forma precisaram passar por esse caminho, nem que seja pra saber que ainda precisarão amadurecer e compreender os desígnios da vida, que ainda precisam de muita ajuda dos destinados ao exercício da mediunidade.

Umbanda é uma seleção de soldados feita antes do nascimento terreno!


***


Qual a dificuldade em respeitar hierarquias?

Muitos enxergam hierarquias como arrogância, entretanto, as hierarquias são símbolos da humildade. Quem respeita hierarquias carrega consigo a humildade, a simplicidade em saber que caminhos são percorridos diariamente, que é necessário respeitar aqueles que já percorreram caminhos por onde você ainda sequer conheceu, respeitar as hierarquias é respeitar a bagagem de seu mais velho, seja ele irmão de terreiro, pais, avós ou simplesmente pessoas que têm bagagens preenchidas com experiência e conhecimento. 

Hierarquia não é diploma, hierarquia é bagagem, hierarquia é caminhada e vivência, não há a necessidade de constrangimento ao lidar com elas, apenas se constrange aquele que não tem humildade suficiente para reconhecer a caminhada de seu próximo. 

Respeite as hierarquias, saiba lidar com elas, entretanto, respeite também os mais novos, pois a humildade consiste em não se negar a explorar sua própria estrada, mesmo que seja para voltar e auxiliar quem nela está começando a andar!


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Alguns pais espirituais (pais ou mães) se fecham ao repassarem ensinamentos aos seus filhos, claro que tudo no seu tempo, tudo na sua hora e momento, entretanto, o que digo é a respeito de um medo que o responsável tem do filho aprender e passar a saber tanto como ele ou por grande aptidão de forma humilde obter ainda mais conhecimentos no futuro. 

Se um filho meu expandir mais do que eu expando é motivo de alegria pra mim, pois como pai que sou me sentirei orgulhoso de preparar tão bem um filho a ponto dele expandir as nossas raízes, progredindo-as ainda mais dentro das mesmas estruturas. 

Quem não ensina o que é certo aos seus filhos corre o risco de vê-los aprendendo o que é errado, não se poupe de ensinar, porque um dos momentos em que mais aprendemos é quando ensinamos e repassamos o que sabemos!


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Assumir a sua crença, a religião que te faz melhor é o primeiro passo contra o preconceito. Não estou falando de sair por aí gritando ''sou umbandista'', mas que apenas não se intimide ou se envergonhe ao responder quando perguntarem que é umbandista, não respondendo que é católico ou espírita pra ficar um pouco mais ameno. 

Estamos no século XXI e em pleno ano de 2017, será que ainda precisamos nos omitir somente para sermos aceitos numa roda de conversa ou num ciclo de colegas? Será que omissão é uma forma de ser respeitado? Pense e reflita, somos livres e não merecemos a companhia de pessoas que se incomodam com as nossas crenças ou descrenças!


(Reflexões compartilhadas da página do facebook do Pai Lazinho do Quilombo)




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25/09/2017

Banho de Ervas

Banho de Ervas

Muitas pessoas têm duvidas sobre como preparar os banhos, se eles devem ser jogados na cabeça, que ervas podem ser utilizadas, se toda erva tem o mesmo efeito, e por aí vai. Vale lembrar que este é um assunto muito vasto e que cada caso é um caso, mas em geral podemos seguir algumas regrinhas e recomendações básicas. Vamos lá:

Os banhos de ervas são, de uma maneira geral, rituais onde utilizamos elementos da natureza com o intuito de que haja uma troca energética entre o indivíduo e esses elementos naturais utilizados. Os banhos de ervas servem principalmente para limpar as energias negativas, afastar influências negativas, reequilibrar, aumentar a capacidade receptiva do aparelho mediúnico e desobstrução dos chacras. Não somente os médiuns ativos na Umbanda devem tomar banhos de ervas, mas todos em geral podem e devem se beneficiar deste poder natural.

Os banhos de ervas secas devem ser preparados por infusão, ou seja, essas ervas devem ser colocadas em uma vasilha com água fervente que será tampada e permanecerá assim por pelo menos 15 minutos. Lembrando que ervas secas não devem ser fervidas e que precisam ser ativadas antes de serem utilizadas. A ativação de ervas secas se faz amassando-as e apertando-as um pouquinho entre as mãos. Os banhos de ervas frescas devem ser preparados por maceração, ou seja, as ervas frescas devem ser colocadas em um recipiente com água e maceradas por alguns minutos. Caules, raízes mais grossas e talos duros (como as espadas) devem ser fervidos por um período médio de 30 minutos. Os banhos de ervas devem ser tomados depois do banho higiênico, podem ser coados e devem ser preparados sempre com um número ímpar de ervas. Para potencializar o poder energético dos banhos podemos utilizar águas naturais como água de chuva, de cachoeira, de rio ou de mar.

Existem algumas categorias de banhos:

Banho de Descarrego: 

Serve para livrar o indivíduo de cargas energéticas negativas. Estamos o tempo todo em contato com diversas pessoas e ambientes onde o mal e as energias negativas são abundantes. Por mais que nos vigiemos ora ou outra baixamos nosso nível vibratório e imediatamente estamos entrando nessa egrégora de energia negativa. Se não nos cuidarmos vamos adquirindo doenças, distúrbios e podemos até ser obsediados, por isso o banho de descarrego é fundamental. Há dois tipos de banho de descarrego: o banho de sal grosso, que lava toda a aura desmagnetizando a pessoa (Este banho é muito eficiente para descarrego, porém não deve ser jogado na cabeça e após este banho deve se tomar imediatamente um banho de ervas para equilibrar as energias, uma vez que ele realmente é capaz de tirar toda a energia da aura) e o banho de ervas de descarrego, que tem efeito mais duradouro e consequências maiores que o banho de sal grosso pois algumas ervas são naturalmente descarregadoras e sacodem energeticamente a aura de uma pessoa eliminando grande parte das larvas astrais e miasmas. Para preparar este tipo de banho devemos utilizar ervas quentes como arruda, guiné, aroeira, folhas de fumo, entre outras. 

Banho de Defesa: 

Serve para a manutenção energética dos chacras impedindo que eles se impregnem de energias nocivas em determinados rituais como, por exemplo, em oferendas em campo de força ou quando vamos conhecer um novo terreiro. As ervas utilizadas para preparar este tipo de banho são aquelas relacionadas ao Orixá regente da pessoa ou aquelas que uma entidade receitar. 

Banho de Energização: 

Reativa os centros energéticos e refaz o teor positivo da aura. É um banho que devemos utilizar regularmente e que devemos tomar antes ou até mesmo depois de uma gira espiritual. Para o preparo deste tipo de banho devem ser utilizadas ervas mornas como pétalas de rosas brancas ou amarelas, alecrim, alfazema, levante, entre muitas. 

Banho de Fixação: 

É utilizado para trabalhos ritualísticos e deve ser tomado apenas por médiuns que irão realizar um trabalho aprofundado e entrar em contato com entidades elevadas. Este banho abre todos os chacras aguçando a percepção mediúnica e as ervas utilizadas nele devem ser as indicadas pelo chefe de terreiro ou pela entidade. 


Além deste há também os banhos específicos que são preparados com ervas frias e trabalham em um determinado campo de energias como, por exemplo, os banhos atratores que podem ser preparados com malva, canela ou rosas vermelhas; os banhos energéticos que podem ser feitos com girassol, guaraná ou emburana; os banhos calmantes que podem ser preparados com capim cidreira, melissa ou erva de São João; entre outros


Mônica Caraccio


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22/09/2017

Aos Visitantes da Tulca

Aos Visitantes da Tulca

TENDA DE UMBANDA LUZ E CARIDADE - TULCA 
Aos Visitantes da Nossa Tenda

Saravá fraterno a todos os irmãos!

A Umbanda é uma religião que agrega, que soma e compartilha para o Bem de todos. Uns dos princípios básicos da Umbanda é não cobrar pelos seus atendimentos, não imolar animais e não barganhar com entidades espirituais. Conheça um pouco da nossa Casa: "Quem Somos"

Consulte sempre a nossa agenda 

Em toda Casa de Umbanda existem regras que precisam ser respeitadas para que o trabalho em benefício de todos flua da melhor forma. Assim, reservamos este espaço para orientar os nossos visitantes de como se comportar em nossa Casa:

Enquanto durar a pandemia, o acesso à Casa só é permitido com a apresentação do cartão de vacinação completo e o uso correto de máscara.

Quem for de carro, informamos que as vagas no nosso estacionamento só são liberadas a partir das 16 horas, horário em que a loja vizinha fecha. Antes disso, as opções para estacionar são nas ruas paralelas à avenida.

Respeite o horário de chegada, a fim de não interromper os trabalhos.

Importante manter postura de recolhimento íntimo e cultivo de bons pensamentos enquanto estiver no Templo.

Não é permitida a entrada com saias curtas, shorts curtos, roupas transparentes e (ou) muito decotadas. Use roupas claras de preferência.

Aguarde o momento do breve intervalo para ir ao sanitário, se puder.

Desligue os celulares e evite conversas paralelas.

O ideal é permanecer na Tenda até o final de todos os trabalhos.

Menores só entram acompanhados dos seus responsáveis.

É proibido fotografar, gravar vídeos ou áudios no interior do Templo.

P.S. O médium que desejar fazer parte da corrente mediúnica em nossa Casa, deve aguardar o período de 12 meses frequentando a nossa Assistência, bem como deve concordar com os termos do nosso "Regimento Interno"

Estamos disponíveis em caso de dúvidas! É sempre um prazer tê-los conosco!

Obrigado pela compreensão!

Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca


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20/09/2017

Assiduidade e Pontualidade nos Terreiros


Assiduidade e Pontualidade nos Terreiros

Vamos entender o que significa cada uma dessas palavras que fazem uma grande diferença dentro de um terreiro de Umbanda.

Assiduidade: O termo assiduidade tem origem no latim assiduus ou assiduitate, significa alguém que é diligente,incessante, frequente, contínuo, que sempre está presente.

Pontualidade: Seria aquele médium que chega sempre no horário, não chega atrasado, responsável com seus compromissos, tem respeito consigo mesmo e aos demais.

Será que um médium que mais falta do que vem no terreiro ele está alcançando o rendimento necessário para seu aprendizado e evolução nas questões espirituais e mediúnicas, da mesma forma que o médium assíduo e pontual?

Com certeza não, muito pelo contrário, ele muitas vezes fica mais perdido que cachorro quando cai da mudança (rsrsrs)quando chega no terreiro, por exemplo se está tendo uma palestra daquelas continuadas, nem vai saber do que estão falando e pior acaba por atrapalhar os demais com perguntas que já foram respondidas, dificultando o trabalho ali proposto.

Fora que um médium assim, se ele não tem comprometimento com questões básicas como essas de assiduidade e pontualidade, será que ele está cumprindo preceitos, resguardos etc, para estar ali dentro de uma gira de Umbanda?

Muitas vezes chega no terreiro, ainda provocando desequilíbrios energéticos que vão na contra mão para com aqueles médiuns que tentam praticar sua religiosidade de forma responsável e correta, não podendo esquecer que os irmãos da corrente acabam por se aborrecer com tais médiuns, criando dificuldades até mesmo interpessoais dentro do terreiro.

Quem pratica da forma correta, com certeza não aceita negligência e desrespeito com sua fé.

Muitas vezes o médium tem problemas com trabalho, nessas questões ele deverá procurar terreiros que trabalhem de acordo com seus horários e necessidades, tentando conciliar suas necessidades da melhor forma, para que consiga cumprir dessa forma sua missão da forma mais adequada. 

Algumas casas trabalham 3x por semana, casas assim até se adequam mais a alguns casos e mesmo assim, alguns dirigentes não aceitam em suas correntes mediúnicas médiuns faltosos com suas responsabilidades, são questões doutrinárias e de diretrizes de cada terreiro devendo ser respeitadas.

Sou sincera em dizer MÉDIUNS TURISTAS os bons dirigentes estão fugindo deles, porque causam muitos problemas.

O médium antes de entrar para dentro da corrente deverá ser informado quanto a essas questões e só entrarem se puderem se adequar as diretrizes, evitando dessa forma desgastes futuros. Mas infelizmente não é assim que acontece, muitos médiuns entram afoitos dentro de um terreiro e nem se preocupam com tais diretrizes e depois de um tempo ou se adequam ou são retirados da corrente por não estarem cumprindo com suas obrigações e isso provoca um desgaste e um desconforto muito grande, um desrespeito para com a casa e o tempo que o dirigente dispensou para aquele filho.

Problemas de comprometimento, nas questões de assiduidade e pontualidade vemos em pequenos e grandes momentos dentro de um terreiro, causando transtornos.


  • Uma delas muito evidenciada é em momentos de obrigações internas dentro da casa, ou externas, onde há horários a serem cumpridos, e os “atrasildos” de sempre acabam atrasando e chegando fora dos horários, atrasando todo mundo junto com eles, alguns dirigentes já cansados dessas posturas e diria folgas, já colocam limites quanto a isso, dão sim um tempo de tolerância mas caso o médium não chegue nesse prazo seguem adiante os deixando para trás, é muito triste quando isso acontece, nenhum dirigente quer em momento de obrigação deixar alguém para trás, mas o bem estar do grupo e da maioria deve prevalecer.


Eventualidades podem acontecer, mas cabe ao médium responsável avisar o dirigente do que está acontecendo com ele, para que o dirigente consiga se moldar a situação, tomando as medidas mais adequadas e evitando é claro aborrecimentos que poderiam ser evitados.


  • Outra situação é no dia a dia das giras no terreiro, atrasos de filhos na casa e até mesmo consulentes que acham que o terreiro tem que estar aberto a sua disposição chegando o horário que chegar, vejam não é assim que funciona, já vi inclusive consulentes chegarem mais de duas horas atrasado e achar ruim porque os cambonos não deixam ele entrar mais no terreiro. É muito desrespeitoso sem motivo aparente uma pessoa chegar horas atrasado ou mesmo passando muito dos minutos de tolerância. Volto a dizer eventualidades acontecem e devemos abrir espaço, mas não podem virar rotina.


Os médiuns e consulentes devem entender que a Umbanda é uma religião como qualquer outra que tem suas doutrinas e diretrizes e nossos terreiros tem que se darem ao respeito também para que não sejam confundidos com a “casa da Maria Joana”, onde as pessoas se dão o direito de fazerem o que bem entendem.

Se deem ao respeito, para se exigir respeito.

Consulentes: uma dica, se um guia o qual tenha confiança lhe passar um tratamento espiritual, respeite a assiduidade que o mesmo exigirá e será pedido a você. Explico: alguns guias vendo algumas necessidades espirituais passam determinados tratamentos que exigem uma frequência pelo menos durante um prazo, muitas vezes o consulente vai em uma ou duas giras, inicia, as coisas melhoram, ele simplesmente abandona tudo, negligenciando a continuidade do tratamento, e com o tempo é como uma doença mal curada se você não toma os antibióticos de acordo, nos dias e horários corretos a doença piora, o processo é exatamente assim em alguns tratamentos espirituais. 

Os médiuns de trabalho ou passistas, devem entender o quanto suas presenças são necessárias porque cada guia tem sua forma de trabalho e atendimento e quando o médium falta aquela pessoa praticamente (não sempre), terá que praticamente reiniciar tudo de novo e isso também provoca choques energéticos espirituais, dificultando ainda mais o tratamento e obtenção do resultado.

Todo dirigente tem orgulho de seus médiuns quando são assíduos e pontuais, porque denota comprometimento, seriedade, integridade, e o mais importante ele sabe COM QUEM PODE CONTAR, já com um médium que mais falta que vem, ele acaba virando um móbile um objeto de decoração, mais um, não acrescenta em nada, muito pelo contrário acaba diminuindo, fora que a grande maioria desses médiuns são médiuns problemáticos e acabam provocando desequilíbrios dentro da corrente porque vivem carregados de energias densas, onde que acabam por descarregar em seus terreiros, e isso poderia ser muito bem evitado se tivessem posturas mais responsáveis e sérias quanto a religião que adotaram para seguir.

Alguns dirigentes infelizmente, não se importam desde que esses médiuns paguem suas mensalidades em dia, outros além disso, fingem-se de cegos, porque casas numerosas em tempos de festa lhes dá ibope, porque uma das várias características de médiuns sem comprometimento é que adoram aparecer em dias de festas, são os chamados médiuns “pombos”.

Mas atitudes assim não são de dirigentes sérios.

A uns anos atrás presenciei uma cena inusitada numa festa de Iemanjá, um terreiro onde as médiuns mulheres estavam impecáveis e os homens idem, muito bem vestidos, paramos para assistir o andar dos trabalhos, e nos deparamos com uma situação realmente constrangedora, os ogãs tocando, cantaram vários e vários pontos para Oxossi, mais de meia hora cantando sem parar, não incorporou nem o pai de santo, nenhum filho se quer deu uma “estremecida”, depois de mais de uma hora tocando, o dirigente deu uma bronca numa médium e ela supostamente incorporou. Esse caso presenciado usamos para debate em nossa casa, dentre várias suposições abordadas do ocorrido, algumas foram questões de comprometimento, seriedade, assiduidade e pontualidade, um médium que está em dia com seus compromissos não tem o porque de seus guias não responderem na hora de uma gira, agora imaginem o que presenciamos na questão de um terreiro inteiro, que diga-se de passagem tinha-se mais de 30 médiuns. Então vejam que número de médiuns não qualifica terreiro se é bom ou não.Como disse um amigo e dirigente, hoje em dia ter poucos médiuns está sendo uma benção (by Claudio Zeus), porque quantidade nunca será sinônimo de qualidade. Reflitam.

O exemplo parte de cima, o dirigente deve ter em sua consciência sua responsabilidade no bom andamento de seus trabalhos e trabalhar com seus médiuns sobre essas questões, e ser exemplo também, porque infelizmente estamos vendo dirigentes que mais cancelam seus trabalhos do que executam, e quando os médiuns vão tentar saber dos porquês é porque estão em festas, viagens, seus terreiros ficam sempre em segundo plano.

Um dirigente que se comporta cotidianamente dessa forma não impõe respeito e seriedade, simplesmente seus médiuns podem seguir seu exemplo ou simplesmente não levá-lo mais a sério e com respeito devido.

Um médium e uma casa que não tem seriedade é um desserviço até mesmo para as pessoas que a frequentam, porque há casos de consulentes que estão a fazer um tratamento espiritual e que necessitam de uma certa frequência, como que uma pessoa pode ser tratada espiritualmente se os médicos (guias) não tem seus instrumentos de trabalho (médiuns)?

Médiuns de trabalho, passistas devem ter essa consciência e respeito e levarem com responsabilidade e seriedade o trabalho mediúnico que se prestaram a executar.

Muitos médiuns ficam revoltados e aborrecidos porque são retirados da corrente por falta de seriedade e comprometimento, mas pensemos num hospital que os enfermeiros, os atendentes, os médicos faltam e nunca estão, teria esse hospital condições de atenderem aos doentes e enfermos que lá chegam? claro que não.

Qual a postura de um administrador hospitalar quanto a esses profissionais? os demitem e trazem profissionais competentes para a execução do serviço.

E assim se procede em um terreiro de Umbanda, o grande Hospital das Almas, um lugar de comprometimento, respeito e seriedade, com pessoas dedicadas e comprometidas, assíduas e pontuais em suas missões.

Cristina Alves




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11/09/2017

A Umbanda não Faz adivinhações

A Umbanda não Faz adivinhações

Muitas vezes as pessoas acham que a Umbanda, mais precisamente os Guias Espirituais, estão a disposição para adivinhações, para dizer se as coisas que almejam, como marido, negócios estão para acontecer, e detalhe, muitas vezes tem que acontecer do jeito que foi planejado, saber de amores que sumiram, e por ai vai…! Claro que os Guias têm a permissão de falar algumas coisas, como: “tem tudo para dar certo, mas faça a sua parte”, “a pessoa que você almeja está próximo, mas olhe para os lados”, “estamos ajudando para que tudo aconteça, mas não vacile nos caminhos”, “orai e vigiai”, alguns trabalhos de ajuda como mandalas, magias, descarrego, desobsessão… Mas, seguramente, nunca adivinhações ou previsões, se assim fosse não precisaria mais ter pessoas desaparecidas, era só ir a um Terreiro de Umbanda. Também não precisaríamos mais de remédios e nem de médicos encarnados, estaríamos famosos pelos nossos milagres… O que existe meus irmãos é força, determinação, fé, vontade, aliados aos trabalhos espirituais que nossos queridos Guias, através de Jesus, nos oferecem, e assim podermos alcançar o merecimento de sermos curados, de recebermos os bens materiais que lutamos para obter, mas o maior de todos, o de receber os bens espirituais para crescermos e evoluirmos.

A vida é feita de escolhas, diariamente podemos escolher qual caminho seguir e nesta escolha podemos mudar acontecimentos, como por exemplo, posso ir a uma festa e conhecer uma pessoa legal ou decidir ficar em casa assistindo novela, também posso acordar pela manhã e sair para trabalhar, mas não sem antes xingar São Pedro pela chuva, ou posso acordar e aceitar a previsão do tempo, colocar sapatos mais fechados e chegar no meu trabalho dando bom dia a todos, pois graças Deus tenho um trabalho, tenho meu ganha pão.

Eu escolho meus caminhos, eu escolho como cumprir meu carma, ou eu cumpro da melhor maneira possível, ou da pior maneira possível, isso se chama livre arbítrio. Ao reencarnamos nós escolhemos as dívidas a serem pagas, então escolhemos a família, condição social, pessoas que nos cercam e os grandes acontecimentos onde iremos ser testados, são as provas terrenas. Concordam que aqui é a grande escola da vida da qual precisamos fazer provas para ver se passaremos de ano, ou permaneceremos na mesma série? Assim é a grande roda da vida, e como diz Caboclo Baiano Zé do Coco “ Oxente, o tempo de encarnado é tão curto que deve ser aproveitado a todo instante”. É verdade, nós vivemos como se essa encarnação fosse eterna e acabamos vivendo o amanhã, esquecendo de viver o presente que nos fortalece para o dia seguinte…

Então você pode perguntar: se eu faço meus caminhos pra que vou a um terreiro para ser ajudado? Eu pergunto: Porque uma pessoa precisa ir à escola? Para aprender, não é verdade? Nossos amados Guias são nossos professores, psicólogos, pais, irmãos, amigos, profundos conhecedores das Leis de Deus e vêm nos ensinar a andar, ensinar qual o melhor caminho a trilhar… Como diz Emmanuel: “ O pastor conduz seu rebanho, mas quem tem que caminhar são as ovelhas”. Eu adoro essa frase, ela representa bem o que devemos fazer e a quem seguir. Jesus sempre ao curar dizia: “vai que tua fé te curou”. A doutrina espírita nos explica as enfermidades e curas, e qual a atuação para se chegar a uma cura, que depende de pensamentos e vontade da pessoa. Os espíritos benevolentes trabalham nos fluidos, já impregnados das qualidades dos pensamentos e sentimentos que os fazem vibrar, essa atuação se dá no perispirito da pessoa, pois nas perturbações vibratórias do perispirito se originam as doenças orgânicas e psíquicas dessa ou de outras vivências… Mas não vamos entrar nesse assunto, pois para isso, precisaríamos algumas aulas, a intenção é entendermos como temos as rédeas de nossos passos e atos.

Sabendo de tudo isso, tenho mais certeza de que minha felicidade depende de mim e de minha fé, mas sei que preciso de ajuda, e essa ajuda eu busco na minha religião que me faz crescer dentro dos caminhos de Deus. Os sofrimentos, irmãos, são para a nossa evolução. Bendito aquele que aprende com suas dificuldades, eu aprendi a encarar cada obstáculo como degraus de luz, pois cada um deles me fortalece, me dando base para suportar a próxima tempestade…

Jesus nos ensina a construirmos nossa casa em cima de uma rocha para quando vierem as tempestades, enchentes, ventos, ela esteja sobre bases firmes. Para construirmos essa casa requer muito esforço e dedicação. A rocha representa Jesus e todo seu Evangelho, e a casa somos nós. Se construirmos nossa vivência em seus ensinamentos alcançaremos a felicidade, como diz Pai Reginaldo: “O evangelho é o único Manual que nos leva a Deus” e novamente como disse nosso Mestre: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai a não ser por mim”.

Esses dias recebi um texto que tinha uma frase assim: “Para ser Umbandista, devemos saber lidar com a ingratidão”. Refletindo em cima dessa frase simples e curta, porém sábia e profunda, observamos nos Templos Umbandistas pessoas que o frequentam e, realmente, com algum tempo fazem mudanças significativas, mas basta um NÃO do Guia ou do Pai da casa para essas pessoas (sem generalizar) dizerem que o centro é fraco ou o Guia é fraco. Isso me faz pensar na ingratidão ou como é simples esquecer as coisas que lhe aconteceram. Agora, saindo da ingratidão e indo para a construção, em que base essa pessoa construiu sua casa? Base de areia, pois basta a primeira dificuldade para a sua casa desabar , e pior, querer culpar os que lhe deram a mão. Para ser Umbandista temos que ter nossa casa bem construída, pois vamos nos deparar com essa situação por muitas vezes, e com outras piores, mas também vamos ver muitas pessoas crescerem e evoluírem.

A Umbanda é amor, caridade, seriedade, evolução, servir… Cada casa tem sua ritualística, mas dignas de respeito e como diz meu Pai Valdo, estruturado nas palavras sábias do fundador da Umbanda, Caboclo das Sete Encruzilhadas:

“A Umbanda cabe a cada pessoa em seu estágio evolutivo desde que tenha como base:

Não matar;
Não cobrar;
Evangelizar;
Vestir o branco e
Utilizar as energias da natureza para o bem.”

Pensem nisso! Em vez de se lamentarem, de ter auto piedade, de criticarem, ou ter ingratidão, olhem para cima. Com certeza terá uma mão estendida lhe chamando para a sua evolução, para seu crescimento, para sua reforma interior, para sua auto análise como filho de Deus. E esta mão, eu sei que é Deus, atua através de nossos queridos Guias Espirituais a nos conduzir nos caminhos de Nosso Pai Misericordioso.

Lembrem-se: “quem caminha são as ovelhas”

Mãe Kátia




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