Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

26/05/2016

Visita Entre Religiosos

Visita Entre Religiosos
Livro Fala Preto Velho
Autor: Pai João / Wanderley Oliveira

Cap. 8 - VISITA ENTRE RELIGIOSOS NO HOSPITAL ESPERANÇA

"Quem vive para agradar aos outros 
está construindo um campo de atração 
para a ruína, a enfermidade e a depressão."

Nas tarefas de tratamento para religiosos no Hospital Esperança, são inscritas aquelas pessoas que tiveram problemas graves com o preconceito, enquanto no corpo físico. Nego estava participando de uma turma de trinta e cinco pessoas como colaborador de educação.

Imaginem que experiência é essa: evangélicos visitam centros espíritas. Umbandistas pregavam para católicos em suas ingrejas. Já pensaram, muzanfios, uma assembléia da Igreja Evangélica bem rigorosa ir assistir a uma sessão espírita para desenvolver o sentimento de fraternidade?

Chegou o dia para aquela turma de trinta e cinco alunos fazer a tão esperada visita a outro templo religioso com fins educativos e de tratamento.

A escolha do templo era feita pelos facilitadores depois de uma minuciosa pesquisa a respeito de quais correntes poderiam trazer melhor aprendizado àquele grupo. Foi escolhido, na ocasião, o templo umbandista. Havia três espíritas no grupo de trinta e cinco estudantes, entre eles, Anésia, líder espírita influente em um estado do sul do Brasil. Antes de começar a visitação, ela procurou a facilitadora Julinha e expôs:

- Estou tomada por uma enorme tensão por conta dessa visita.
- Acalme-se, Anésia. Deus tem caminhos novos para você.
- Eu confesso que tenho receio de sair correndo de lá.
- Vamos lá?
- Seja o que Deus quiser!

A equipe visitante daquela oportunidade participaria de uma gira de caboclos e foi recebida com carinho pelo Pai Zequinha às portas do templo umbandista. A casa estava lotada. Era um templo de proporções medianas, que abrigava duzentas e cinquenta pessoas com conforto.

A gira começou, e os atabaques rufaram ao som de um ponto de Oxóssi. Médiuns vestidos de branco dançavam de forma rítmica. Após a dança dos médiuns, de uma pequena porta coberta por um véu, saíram os caboclos. Tinham a pele muito vermelha e cocares de cor verde limão que irradiavam uma luz muito intensa.

Os atabaques pararam, e entrou a comandante da gira noturna. Era a cabocla Jurema, que cumprimentou a todos no seu típico palavreado:

- 'Esse que esses fios" aqui, para todos esses "fios" que louvado seja Deus! Essa cabocla veio "buscá fios de pembá" (trabalhadores da umbanda) que tão sem rumo nas fileiras da vida. "Buscá fios" que largaram da luz para a sombra do preconceito. "Esse que essa" cabocla Jurema veio e salve todos os caçadores de Aruanda"

De repente, Jurema parou em frente à Anésia olhou fundo em seus olhos e disse:

- "Esse que essa fia" é minha protegida!
- Sou mesmo cabocla? - respondeu Anésia timidamente.
- A "fia" já acendeu lume (vela) com minha mão no terreiro e sentiu uma fé que esqueceu no tempo. "Esse que essa fia" é minha protegida de pemba. Né verdade fia?
- Sim, é verdade, Jurema. Eu me lembro disso.
- E a fia não vai voltar pra tenda de axés (casa umbandista) de onde saiu?
- Como assim Jurema?
- "Óia" aqui bem fundo no "ôio" de Jurema, fia.

Anésia fixou seu olhar no olhar da cabocla, que disse em voz firme:

- Anésia foi fia fraca de vontade. Mudou de religião pra fazer vontade de marido turrão. Seu marido prendeu sua vontade, fia. Cabocla fala verdade, fia?

Anésia ficou sem graça com a fala e , sem saber explicar a razão, caiu em choro compulsivo, dizendo descontroladamente em voz alta:

- Eu amo a umbanda, eu amo os caboclos, eu amo o atabaque, eu amo esse lugar, não me tirem daqui, não me tirem daqui nunca mais...

A cabocla, nessa altura da catarse de Anésia, pegou-a pela mão direita e rodopiou-a no próprio eixo do corpo por várias vezes, e Anésia, assumindo outra fisionomia, com gestos rápidos, começou a correr em disparada pelo salão, tão rápido que começou a volitar, formando uma cortina de cor verde em torno de seus movimentos. Sob os aplausos dos caboclos presentes, todos saudaram em uníssono: òké Aro! Arolé (saudação a Oxóssi) e Oké caboclo!

São as coisas do mundo dos espíritos, muzanfios. Contando assim, parece até ficção, né, fio?

Anésia guardava na alma uma frustração não resolvida de mais de quarenta anos. Havia sido umbandista quando jovem. Casou-se com um espírita devotado que lhe incutiu a ideia de avançar na sua caminhada espiritual, largando a umbanda, que, na concepção dele, era uma religião bem atrasada em relação ao espiritismo.

Passados dois anos de sua retirada dos serviços de incorporação e da eliminação forçada de vários rituais que sustentavam sua fé vigorosa, Anésia tombou em depressão. Nunca mais foi a mesma mulher alegre e disposta. Teve sua vontade, sua escolha e seu desejo sufocados pela vontade do marido "mais esclarecido". Queimou uma etapa, desrespeitando sua caminhada evolutiva.

Por longos anos, insistiu em voltar para a umbanda, pois recebera vários recados de pais de santos e de médiuns dizendo que sua depressão tinha como causa o seu afastamento dos serviços e dos rituais.

Anésia não se respeitou, não viveu o que precisava e preferiu escutar a voz de quem lhe compartilhava a sagrada tarefa do lar. Sua frustração, seu vazio interior em função de abandonar aquilo que lhe conectava com seu Deus interior, com sua fé profunda e sólida, abriu campo para a dor da revolta muda . A depressão tirou o brilho dos últimos dias de Anésia.

Ali,naquela visita, ela resgatou seu propósito, sua verdade, seu mapa único e intransferível, que ninguém, por mais que a amasse, teria o direito de alterar a rota, seja por qual motivo fosse.

Anésia se tornou umbandista novamente do lado de cá da vida. Deverá renascer mãe de santo, com amplos compromissos no bem e na caridade.

O que nego véio fica às vezes pensando num sabe se vai acontecer é o que vai dizer o "fio" marido dela quando chegar do lado de cá e vê-la paramentada de sinhá mãe de santo...(risos).




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24/05/2016

Livro Umbanda Sem Medo e Sem Preconceito

Livro Umbanda Sem Medo e Sem Preconceito

Flávio de Oxossi é o pseudônimo de Flávio Lettieri, empresário, palestrante, escritor e coach de executivos. Em parceria com seu guia espiritual Pai Benedito de Aruanda, surge esta obra de inestimável valor a quem deseja compreender a Umbanda.

Confesso a dificuldade em escrever esta resenha de tanto que gostei do livro. Não é uma obra, digamos, didática repleta de definições e classificações; tampouco um romance. Parece mais um bate-papo entre o autor e leitor, repleta de "causos" e experiências, sem deixar de ter todo um embasamento teórico.

O livro possui apenas 136 páginas, é fininho e quando o vi na livraria Saraiva não botei muita fé. Me sentei para dar uma folheada e não consegui mais parar de ler, trazendo-o então para minha biblioteca. Li com muita calma, para absorver todo o conhecimento que foi gentilmente compartilhado pela bondade de nobre Entidade.

A obra é dividida em 4 partes. Para que vocês possam sentir a essência do livro, citarei os capítulos e colocarei pequenos trechos para ilustrar.

Parte I: A religião na História da Humanidade, possui 4 capítulos onde encontramos o sentido da palavra religião, a Igreja e a demonização das religiões pagãs, os diferentes caminhos de Deus e a jornada de um homem em busca do Criador.
Fui chamado por outra médium, incorporada com a Cigana Joana. (...) de repente, a médium fala para mim: "Temos aqui uma senhora clarinha e gordinha que diz ser sua avó."
Pra mim, aquilo só poderia ser brincadeira. Tudo bem que minha avó era clarinha e gordinha, mas minha avó era evangélica. Ela nunca aparecia em um centro de macumba.(...)
Eu estava atordoado com tudo aquilo. Aguardei ansioso o término dos trabalhos.
Ao final me chamaram. Havia uma carta endereçada a mim. A emoção que senti naquele momento somente pode ser comparada ao nascimento do meu filho. (pg 33)
Parte II - Umbanda: uma religião brasileira. Nesta parte o autor aborda a história da Umbanda e seu provável vínculo com os atlantes; seu nascimento em 1908 através do Caboclo das 7 Encruzilhadas e a sua evolução atual.
Hoje, Luciano, vivemos uma outra época dentro da religião. Mais do que com a religiosidade, os Guias trabalham com a espiritualidade. Por isso, a grande maioria dos médiuns que atualmente trabalham nos terreiros são semiconscientes. Essa é uma oportunidade de se elevarem espiritualmente enquanto realizam seus trabalhos.
Por isso, nessa nova era da religião, é essencial que os médiuns estudem, que busquem as informações. Não basta seguir o que o Guia pede, é preciso entender o que Ele faz. (pg 54)
Parte III: Umbanda tem fundamento. Composta por 5 capítulos, na terceira parte o autor entra nos fundamentos e preceitos da Umbanda, explicando o que e quais são os Orixás; a questão da magia branca x magia negra; o que é e como funcionam os trabalhos de caridade; como são realizados os trabalhos dos Guias, sempre respeitando a Lei Maior, o livre arbítrio e merecimento dos consulentes.
Os Guias, por estarem em outro plano e por terem uma visão mais ampla de nossas necessidades, vão nos ajudar de acordo com o que realmente precisamos, sempre respeitando o nosso livre arbítrio. Os Guias não podem adivinhar o futuro das pessoas, sobretudo porque o futuro de alguém sempre será a consequência de suas escolhas presentes. O que ele pode fazer é, tomando por base aquilo que está acontecendo no presentes, falar sobre as maiores possibilidades de ocorrência no futuro.
E, ainda assim, ele só vai dizer isso para a pessoa se for permitido pela Espiritualidade Maior, se essa descoberta for de merecimento da pessoa e se isso for contribuir para a evolução dela. Ou seja, os Guias não agem de forma impulsiva e desordenada. Tudo é regido com muito discernimento e as coisas só acontecem segundo a Vontade de Deus. (...) Os Guias. via de regra, mostram opções e as prováveis consequências de cada escolha. Todavia respeitam aquilo que decidimos. (pgs 89 e 90)
Parte IV: Preces aos Sagrados Orixás e ao Divino Criador Olorum. Nesta parte encontramos uma coletânea de lindas preces.

Blog do Livro Espírita







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Estudos Científicos da Morte

Cientistas, cientistas, cientistas! Por mais que estudem, pesquisem e experimentem, nunca poderão alcançar a verdade que somente a vida espiritual é detentora. 

Interessante o texto abaixo, que relata a experiência de quase morte, que explica como o cérebro reage, tenta explicar a visão de parentes já falecidos e outras visões espirituais como sendo "alucinações", o que, aliás, há muito afirmam, a novidade é que se deram conta agora que as ditas "alucinações" se dão quando o coração para de bater. Parece que o esforço da ciência nunca passará de especulações para entender os desígnios de Deus.

Nós, espiritualistas, que acreditamos na vida após a morte, tenhamos com estes estudos científicos mais uma comprovação da vida espiritual, pois se não existisse, tudo seria bem mais fácil para a ciência, não existiriam dúvidas, o morrer seria o fim sem nenhum vestígio da força do pensamento, que sabemos acompanha o espírito encarnado e desencarnado. Além do que, as pessoas que passaram por esta experiência de quase morte, é quase e não a morte, daí somente diante da nossa fé e merecimento temos a comprovação dos espíritos que não vestem mais o corpo de carne. (Ednay Melo)

***


BREVE ESTUDO CIENTÍFICO DA MORTE

Estudos científicos da morte

A cada minuto, cerca de 108 pessoas morrem em nosso planeta - mas o que estas pessoas sentem no momento da morte?

Cientistas e pessoas que estiveram muito perto da morte dizem que a presença de um “túnel longo e escuro” ou de experiências religiosas é apenas uma parte do processo.

Alguns afirmaram que estavam cientes de eventos reais ocorrendo ao seu redor - mesmo quando seus corações haviam parado de bater.

Outros falam de encontros com amigos e pessoas amadas, como se o corpo estivesse nos preparando psicologicamente para a morte.

O que as pessoas que “morreram” dizem?

Muitas pessoas que passaram por paradas cardíacas compartilharam suas experiências online - com uma discussão popular sobre o assunto no site de perguntas e respostas Quora.

O aspecto que une muitas das experiências - tanto de pessoas religiosas quanto não religiosas - é uma sensação de calma.

Barbara escreveu: “Embora eu pudesse ouvir perfeitamente - o som do monitor quando meu coração parou, o início do procedimento de reanimação, todos falando ao mesmo tempo - eu não tinha nenhuma outra sensação.”

“Enquanto eu afundava na inconsciência, eu me sentia muito calma, relaxada, sem a necessidade de respirar, sem motivo para me alarmar, sem sentir nenhuma dor, totalmente em paz. Tudo ficou escuro nos cantos do meu campo de visão, até que havia apenas escuridão.”

Terrance escreveu: “Eu tive uma experiência. Não havia uma luz clara. Jesus não apareceu. É apenas uma aceitação da realidade, um fim definitivo, como terminar um livro. Eu senti a vida escapando, fui ficando muito cansado, e só conseguia pensar nas coisas que não tinha conquistado.”

Aaron escreveu: “Há muitos anos eu tive uma parada cardíaca no pronto-socorro. Meus sentidos me deixaram, um por um. A primeira coisa que desapareceu foi o tato, seguido pela audição. A última foi a visão, deixando-me com um campo completamente branco, e pensamentos que pareciam estar cada vez mais longe uns dos outros.

Experiências "pré-morte”

Muitas pessoas chegando ao fim de suas vidas têm alucinações ou visões envolvendo amigos ou parentes mortos.

Pesquisadores da Canisius College, em Nova Iorque, entrevistaram 66 pacientes terminais em um hospício. Eles escreveram: “Conforme os participantes se aproximavam da morte, sonhos/visões reconfortantes de pessoas falecidas se tornavam mais comuns,

"O impacto das experiências pré-morte em indivíduos perto de morrer e em seus familiares pode ser profundamente significativo…

"Estas visões podem ocorrer meses, semanas, dias ou horas antes da morte, e tipicamente diminuem o medo de morrer, fazendo com que a transição entre a vida e a morte seja mais fácil para aqueles que estão passando por ela.”

O que realmente acontece no cérebro no momento da morte?


Estudos científicos da morte
A atividade cerebral costuma aumentar repentinamente quando um corpo morre - levando a um estado de hiperatividade neural.

Alguns pesquisadores acreditam que esta é a razão por trás das experiências de quase-morte.

A American Chemical Society diz: “Nos primeiros segundos, a última porção de oxigênio presente no corpo se esgota, e a atividade cerebral aumenta.”

"Estudos recentes mostraram que neste momento o cérebro pode entrar em um estado de hiperatividade perceptual neural.”

Você vê um “túnel longo e escuro?”


Estudos científicos da morte
Ver um túnel longo e escuro com uma luz vindo na sua direção enquanto você morre é bem raro, de acordo com um estudo realizado com mais de mil pessoas que passaram por paradas cardíacas.

Cerca de 50% dos pacientes se lembraram de algo ocorrido durante o período de parada cardíaca, mas muitas destas experiências são assustadoras, ou envolveram lembranças de eventos reais (de um período em que pensava-se que a pessoa estava morta).

Apenas 9% dos entrevistados tiveram algum tipo de “experiência de quase-morte”, e somente 2% tiveram experiências visuais “fora do corpo”.

Pesquisadores da Universidade de Southampton, no Reino Unido, estudaram 2.060 pacientes que enfrentaram paradas cardíacas e voltaram à vida. Eles concluíram que as pessoas ainda conseguem ver e ouvir - mesmo quando estão “mortas”.

Vários pacientes se lembraram de eventos reais da sala de operação após terem “morrido”, de acordo com os cientistas da universidade.

O Dr. Sam Parnia disse que em um caso os pesquisadores foram capazes de confirmar que um paciente havia se lembrado de eventos que realmente ocorreram após seu coração parar de bater.

O Dr. Parnia disse: “Isso é muito importante, já que temos acreditado que experiências relacionadas à morte são alucinações ou ilusões, ocorrendo antes do coração parar ou após o mesmo voltar a bater, mas não uma experiência que corresponde a eventos ‘reais’ durante o período em que o coração não apresenta batimentos.”

Blog Rob Waugh
Site Yahoo



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Santa Sara Kali


Santa Sara Kali é a padroeira do povo cigano, é pouco conhecida, como também é pouco conhecida a sua história. Acredita-se ser Egípcia, era escrava, venceu os mares com sua fé e virou Santa.

Conta a lenda que Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino, junto com Sara escrava, foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem provisões. Desesperadas as três Marias puseram-se a orar e a chorar. Sara então retira seu lenço da cabeça, chama por Jesus Cristo e promete que se todos se salvassem, ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito.

Milagrosamente, a barca sem rumo, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit-Rône, hoje a tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer, no sul da França. Por ser escrava e negra, ao aportar não foi acolhida como os outros de seu barco.

Um grupo de ciganos a encontrou e ficaram penalizados, então acolheram-na. Sara cumpriu a sua promessa até o final de seus dias. Conta a lenda que ela operou alguns milagres entre o povo cigano e por isso, após sua morte foi cultuada como padroeira do povo cigano.

Suas histórias e milagres a fez Padroeira Universal do povo cigano, sendo festejada todos os anos no dia 24 de maio. Segundo o livro escrito pela cigana Miriam Stanescon, deve ter nascido deste gesto de Sara Kali, a tradição de toda a mulher cigana casada, usar um lenço, tornando a peça mais importante do seu vestuário, tanto que quando se quer presentear uma cigana com o mais belo presente, se diz:- “Te darei um lindo lenço”.

Além de trazer saúde, prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajuda-las diante da dificuldade de engravidar. Muitas que não conseguiam ter filhos, faziam promessas, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mér, fariam uma noite de vigília e depositariam aos seus pés como oferenda, um lenço, o mais bonito que encontrassem. Lá existem centenas de lenços, como prova que muitas mulheres receberam essa graça.

Para a mulher cigana, o milagre mais importante da vida, é o da fertilidade. Quanto mais filhos tiver, é considerada pelo seu povo, uma mulher dotada de sorte. A pior praga para uma mulher cigana é desejar que ela não tenha filhos. Talvez seja esse o motivo das mulheres terem desenvolvido a arte de simpatias e garrafadas milagrosas para a fertilidade.

Uma outra lenda diz, que Sara Kali, as três Marias e José de Arimatéia, teriam fugido numa pequena barca, transportando o Santo Graal (o cálice sagrado), que seria levado para um mosteiro da antiga Bretanha. A barca teria perdido o rumo durante o trajeto e atracado no porto de Camargue, às margem do Mediterrâneo, que ficou conhecido como Saintes-Maries-de-La-Mer, transformado num grande local de concentração cigana.

O seu dia é comemorado e reverenciado através de uma longa noite de vigília e oração pelos ciganos espalhados no mundo inteiro, com candeias de luzes azuis, flores e vestes coloridas, muita música e muita dança. Cujo simbolismo religioso representa o processo de purificação e renovação da natureza e do eterno “retorno dos tempos”.

Autor desconhecido




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19/05/2016

A Vida é Uma Dança!


Quando uma porta se fecha, outra se abre; quando um caminho termina, outro começa... nada é estático no Universo, tudo se move sem parar e tudo se transforma sempre para melhor.

Habitue-se a pensar desta forma: tudo que chega é bom, tudo que parte também. É a dança da vida... dance-a da forma como ela se apresentar, sem apego ou resistência.

Não se apavore com as doenças... elas são despertadores, têm a missão de nos acordar. De outra forma permaneceríamos distraídos com as seduções do mundo material, esquecidos do que viemos fazer neste planeta. 

O Universo nos mandou aqui para coisas mais importantes do que comer, dormir, pagar contas....

Viemos para realizar o Divino em nós. Toda inércia é um desserviço à obra Divina. Há um mundo a ser transformado, seu papel é contribuir para deixa-lo melhor do que você o encontrou. Recursos para isso você tem, só falta a vontade de servir a Deus servindo aos homens.

Não diga que as pessoas são difíceis e que convivência entre seres humanos é impossível. Todos estão se esforçando para cumprir bem a missão que lhes foi confiada. Se você já anda mais firme, tenha paciência com os seus companheiros de jornada. Embora os caminhos sejam diferentes estamos todos seguindo na mesma direção, em busca da mesma luz.

E sempre que a impaciência ameaçar a sua boa vontade com o caminhar de um semelhante, faça o exercício da compaixão. Ele vai ajudá-lo a perceber que na verdade ninguém está atrapalhando o seu caminho nem querendo lhe fazer nenhum mal, está apenas tentando ser feliz, assim como você.

Quando nos colocamos no lugar do outro, algo muito mágico acontece dentro de nós: o coração se abre, a generosidade se instala dentro dele e nasce a partir daí uma enorme compreensão acerca do propósito maior da existência, que é a prática do AMOR. Quando olhamos uma pessoa com os olhos do coração, percebemos o parentesco de nossas almas.

Somos uma só energia, juntos formamos um imenso tecido de luz. Não existem as distâncias físicas. 

A Física Quântica já provou que é tudo uma ilusão. Estamos interligados por fios invisíveis que nos conectam ao Criador da Vida. A minha tristeza contamina o bem-estar do meu vizinho, assim como a minha alegria entusiasma alguém do outro lado do mundo. É impossível ferir alguém sem ser ferido também, lembre-se disso.

O exercício diário da compaixão faz de nós seres humanos de primeira classe.

Autor desconhecido




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12/05/2016

Trabalho de um Exu

Trabalho de um Exu

Estou em um canto do terreiro observando os trabalhos. Os médiuns já estão em posição, velas foram firmadas, todos já bateram cabeça. Os pontos invadem o salão.

Na assistência pessoas que frequentam a casa com assiduidade e outras que pisam pela primeira vez. Sinto que algumas estão visivelmente emocionadas, seus protetores estão ali. Outras estão suando frio, passam mal, estão agoniadas, afoitas para saírem dali.

Espíritos trevosos estão atuando sobre elas, querem sair dali o mais breve possível, pois temem serem descobertos. Certamente serão afastados e não poderão perturbar aquelas pessoas.

A Mãe de Santo vibra com intensidade, na corrente um médium balança a cabeça, parece que vai cair. Percebo que seu caboclo está por perto. O médium ainda é novo, não está totalmente integrado com seu guia, mas com paciência e amor, em breve estará incorporando seu caboclo.

Na corrente, muitos estão incorporados.

O caboclo chefe, toma a Mãe de Santo, como faz há décadas e brados de guerra são ouvidos. Na medida em que os irmãos da mata chegam, trazem forte energia para todos. Unidos numa só força, eles, através dos passes, retiram da assistência os eguns e kiumbas, limpam as pessoas que estão perturbadas, e transmitem força e esperança.

As pessoas que antes choravam, agora sorriem aliviadas. Dores são aplacadas. Vejo que muitas daquelas pessoas em breve, estarão também recebendo os seus guias. Embora esteja acostumado a ver essas cenas, sempre me emociono. Daqui do meu canto, serenamente acompanho os trabalhos.

Repentinamente uma jovem da assistência, põe-se a vociferar. Sua voz antes melodiosa e serena, torna-se grave e arrogante. Ela tenta agredir os fiscais da casa, que habilmente a conduzem para dentro do terreiro. Sem dúvida o kiumba que a acompanha é muito perigoso. Os caboclos estão alertas, nem bem cruza a porteira, o kiumba grita, xinga, tenta machucar a pobre moça, diante da mãe desesperada que se encontra na assistência.

Os caboclos abrem a roda, os atabaques soam mais alto. O caboclo chefe se adianta sobre ele, forte energia circula sobre o corpo da jovem moça. O caboclo não quer que ela se machuque, ele vibra sua maraca e o caboclo da menina pela primeira vez aproxima-se da filha com força.

Chegou minha hora, me aproximo calmamente. O kiumba evita meu olhar, se desespera. Sorrio e caminho em sua direção, preparo minhas armas. Ele grita, esbraveja. O caboclo pede meu apoio. Não me faço de rogado, para desespero do kiumba, de um salto estou com minha espada em sua garganta. Domino-o com facilidade. Chamo outros que o amarram e o levam para seu devido lugar. Outros kiumbas menores que o acompanhavam, também são capturados e receberão seus castigos.

A moça acorda leve e feliz. Os caboclos terminam o descarrego, agradecem meu auxílio. Eu volto para o meu canto, ali na cafua observo o fim dos trabalhos. Minhas velas, meus charutos, meu marafo estão firmados. Os trabalhos terminam, todos se vão felizes.

E eu, na porteira, estou de sentinela...

Autor Desconhecido




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10/05/2016

A Umbanda Não Presta e Eu Sou Crente

A Umbanda Não Presta e Eu Sou Crente

Com o passar do tempo, fui me aprofundando cada vez mais nos estudos e aprendendo mais sobre a Umbanda. Aprendi duas coisas: A Umbanda não presta e eu sou crente.

Nos últimos dez anos, aprendi que a Umbanda não presta para pessoas que não têm caráter. Não presta para pessoas que vivem da religião, e não para a religião. Não presta para aqueles que usam o nome de Deus em vão. Não presta para aqueles que vivem de ilusão, para aqueles que buscam uma vida fácil e sem nenhum sacrifício.

A Umbanda realmente não presta para aqueles que não têm amor ao próximo, que não buscam a caridade como meio de se elevar ao nosso grande Pai. A Umbanda não presta para aqueles que não buscam estudar e se aprimorar como ferramentas para que seus guias encontrem caminhos de se manifestarem. A Umbanda não presta para aqueles que não entendem a simplicidade de um Preto-Velho, a humildade de um Caboclo e a pureza de uma criança.

A Umbanda não presta para aqueles que não se arrepiam com o som do atabaque vibrando no peito, não sentem o perfume da defumação, o significado da pemba e a simbologia das imagens. A Umbanda não presta para quem não tem fé.

Aprendi também que ser crente, por definição do dicionário é: “1. Que, ou pessoa que tem fé religiosa; 2. Sectário ou sectária de uma religião; 3. Que, ou pessoa que acredita”. Assim sendo, sou crente, pois acredito, creio e confio nessa Religião pela qual, a cada dia, eu me apaixono mais.

Sou crente nos Orixás, sou crente nos Pretos-Velhos. Sou crente que um dia nossa Umbanda possa ter mais filhos do que afilhados. Mais bandeiras espalhadas pelo mundo. Mais Caboclos gritando e atirando flechas para o alto.

Sou crente naquilo que faz meu coração querer bater mais alto que o atabaque. Sou crente na Umbanda. Sou Umbandista, graças a Deus!

Fábio Verch




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