"(...)A ciência da Jurema todo mundo quer saber, ela é como o segredo da abelha, trabalha sem ninguém vê(...)"
Malunguinho é considerado o representante do culto à Jurema Sagrada no Nordeste.
Não se tem notícias se esta pessoa realmente existiu com este nome no séc XIX, mas a sua obra de bravura para libertação e sobrevivência do povo negro tem registros na história. Todos os líderes quilombolas da Província de Pernambuco daquela época chamavam-se Malunguinho, cujo termo banto "malungo" significa companheiro de lutas. O último líder quilombola, chamado João Batista, foi morto no dia 18 de setembro de 1835. Nesta data a Tulca homenageia este grande Mestre da Jurema: Reis Malunguinho, "Reis" porque ele não é apenas um.
A história de Malunguinho faz parte da história do nosso País, assim, Malunguinho remete ao arquétipo de liderança, bravura, luta, sofrimentos e alegrias no sentimento de união, fraternidade e parceria na busca da dignidade humana.
Malunguinho está na Umbanda que praticamos, porque os espíritos que carregam a sua bandeira de coragem são espíritos livres, como sempre lutaram em terra. Sendo liberdade a sua marca, eles não estão presos a nenhum culto ou religião, mas estão em todos os cultos, no coração de todas as pessoas que permitem a sintonia com esta grandiosa falange iluminada, de todos os grupos ou comunidades mediúnicas que abrem espaço para todos os espíritos, assim como o Caboclo das Sete Encruzilhadas nos ensinou.
Respeitamos e admiramos profundamente o culto da Jurema Sagrada, cujo fundamento é trancado a sete chaves, tradicionalmente repassado oralmente de geração a geração.
"(...)A ciência da Jurema todo mundo quer saber, ela é como o segredo da abelha, trabalha sem ninguém vê(...)"
O que mais impressiona é a grandeza, profundidade e verdade que a falange dos Malungos nos transmite, com tanta sabedoria e simplicidade, que pode-se observar em alguns dos seus pontos cantados, composições que são verdadeiras obras primas, repassadas por médiuns simples, humildes e que se mantém no anonimato. Transcrevemos abaixo um desses pontos, que desconhecemos a autoria, mas que somos gratos por dividir conosco um pouco dessa luz. criada em comunhão com todos os Juremeiros do lado de lá.
Salve Reis Malunguinho!!! Sobonirê!!!
Ednay Melo
***
Ponto Rei Salomão
"Ele é o Mestre da Pedra Mármore
Da pedra mouro, mourão
Ele é Mestre certeiro
Que adivinha, adivinhão
Arruda branca é uma erva
Da cova de Salomão
Dai-me força, oh meu Deus
Dai-me ciência, Rei Salomão
Salomão bem que dizia
Aos seus filhos juremeiros
Não se entra na Jurema
Sem pedir licença primeiro!
Salomão, meu Salomão
Arreia, arreiá
Salomão do juremá
Arreia, arreiá
Salomão, meu Salomão
Arreia, arreiá
Salomão do Vajucá
Arreia, arreiá
No mundo eu avistei uma muralha
Feliz de quem ela atravessar
É a muralha das três donzelas
Que vivem no fundo do mar
Segure eu no mundo, segure eu
Sustenta eu juremá, sustenta eu
Oh meu Cruzeiro do Mundo
Concedei a luz suprema
Ilumina o mundo inteiro
E a Ciência da Jurema
Ilumina seus discípulos
E a ciência da Jurema..."
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Malunguinho é considerado o representante do culto à Jurema Sagrada no Nordeste.
Não se tem notícias se esta pessoa realmente existiu com este nome no séc XIX, mas a sua obra de bravura para libertação e sobrevivência do povo negro tem registros na história. Todos os líderes quilombolas da Província de Pernambuco daquela época chamavam-se Malunguinho, cujo termo banto "malungo" significa companheiro de lutas. O último líder quilombola, chamado João Batista, foi morto no dia 18 de setembro de 1835. Nesta data a Tulca homenageia este grande Mestre da Jurema: Reis Malunguinho, "Reis" porque ele não é apenas um.
A história de Malunguinho faz parte da história do nosso País, assim, Malunguinho remete ao arquétipo de liderança, bravura, luta, sofrimentos e alegrias no sentimento de união, fraternidade e parceria na busca da dignidade humana.
Malunguinho está na Umbanda que praticamos, porque os espíritos que carregam a sua bandeira de coragem são espíritos livres, como sempre lutaram em terra. Sendo liberdade a sua marca, eles não estão presos a nenhum culto ou religião, mas estão em todos os cultos, no coração de todas as pessoas que permitem a sintonia com esta grandiosa falange iluminada, de todos os grupos ou comunidades mediúnicas que abrem espaço para todos os espíritos, assim como o Caboclo das Sete Encruzilhadas nos ensinou.
Respeitamos e admiramos profundamente o culto da Jurema Sagrada, cujo fundamento é trancado a sete chaves, tradicionalmente repassado oralmente de geração a geração.
"(...)A ciência da Jurema todo mundo quer saber, ela é como o segredo da abelha, trabalha sem ninguém vê(...)"
O que mais impressiona é a grandeza, profundidade e verdade que a falange dos Malungos nos transmite, com tanta sabedoria e simplicidade, que pode-se observar em alguns dos seus pontos cantados, composições que são verdadeiras obras primas, repassadas por médiuns simples, humildes e que se mantém no anonimato. Transcrevemos abaixo um desses pontos, que desconhecemos a autoria, mas que somos gratos por dividir conosco um pouco dessa luz. criada em comunhão com todos os Juremeiros do lado de lá.
Salve Reis Malunguinho!!! Sobonirê!!!
Ednay Melo
***
Ponto Rei Salomão
"Ele é o Mestre da Pedra Mármore
Da pedra mouro, mourão
Ele é Mestre certeiro
Que adivinha, adivinhão
Arruda branca é uma erva
Da cova de Salomão
Dai-me força, oh meu Deus
Dai-me ciência, Rei Salomão
Salomão bem que dizia
Aos seus filhos juremeiros
Não se entra na Jurema
Sem pedir licença primeiro!
Salomão, meu Salomão
Arreia, arreiá
Salomão do juremá
Arreia, arreiá
Salomão, meu Salomão
Arreia, arreiá
Salomão do Vajucá
Arreia, arreiá
No mundo eu avistei uma muralha
Feliz de quem ela atravessar
É a muralha das três donzelas
Que vivem no fundo do mar
Segure eu no mundo, segure eu
Sustenta eu juremá, sustenta eu
Oh meu Cruzeiro do Mundo
Concedei a luz suprema
Ilumina o mundo inteiro
E a Ciência da Jurema
Ilumina seus discípulos
E a ciência da Jurema..."