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27/01/2013

Quando o Terreiro Não Resolve

Umbandista com erva e vela

Você brigou com o vizinho ou com algum parente, tem conta atrasada pra pagar, o chefe está exigindo demais, seus relacionamentos não dão certo...

Isso já aconteceu ou pode acontecer um dia. Tudo aparenta estar calmo e de repente, uma sucessão de erros e problemas aparece e praticamente lhe derruba.

Lá dentro, no fundo de sua alma, parece que há um nó se formando, às vezes de mágoa, às vezes de raiva.

Você precisa dar um jeito de sair dessa situação o mais rápido possível e chegar à superfície para respirar!

Daí você lembra que há um terreiro de Umbanda que pode lhe ajudar.

Com muita esperança você vai até o terreiro pedir ajuda e tomar um passe de um preto-velho.

Logo na entrada da casa de fé há alguns vasos com plantas que estão ali estrategicamente postados para começar a canalização de energias. Em seguida, a tronqueira, ou casinha de Exu, pronta para receber as cargas mais fortes que são direcionadas ao terreiro ou aos filhos de fé. Uma ou duas imagens de santo na porta estão emanando boas vibrações.

Começa a gira, os pontos cantados e o som dos atabaques servem para nivelar e neutralizar as más vibrações. Em seguida, entra um cambono ou um médium com um turíbulo para dar início à defumação. Todos os cantos e passagens do terreiro são defumados, os filhos da corrente e a assistência também são. Defumar para queimar os miasmas impregnados no corpo. Defumar para ajudar o corpo a absorver as energias emanadas pelos guias. Defumar para facilitar a entrada de boas e novas energias.

Os guias incorporam nos "cavalos" trazendo força e boa vibração da Jurema e, como uma onda, essa força e vibração vão atingindo a todos na casa.

Às vezes os guias fazem a dança no centro do congá, onde energias nocivas e acumuladas no ambiente e nas pessoas são concentradas e expelidas no redemoinho de forças e energias criado pelos guias.

Chega a hora de se consultar com o guia e você pede proteção e ajuda para que tudo volte ao normal em sua vida.

O Preto-Velho te dá um passe, te benze com ervas, defuma com a fumaça do cachimbo e acende uma vela pra você.

Hora de ir embora. Você sai com a sensação de que aquele nó na alma continua lá.

Os dias passam e as coisas não melhoram.

Sua conclusão era de que o "guia era ruim" ou "o terreiro é fraco" ou "o médium estava mistificando".

Mas o que aconteceu de errado realmente?

Ao chegar no terreiro você desejou do fundo do coração retirar todo o mal interno?

Tentou tirar a raiva, o ódio, o ciúme, a maledicência, a inveja que residem dentro de você?

Durante a gira você se esforçou um pouco para se concentrar no trabalho e orar por aqueles que te fazem mal?

Refletiu sobre aquilo que faz diariamente e talvez no mal que possa estar causando a outros?

Percebeu que o passado ficou pra trás e que não adianta mais ficar recordando de mágoas e derrotas, pois isso envenena o coração?

Ao consultar-se com o guia, tentou ouvir o que ele dizia para aprender seus ensinamentos ou ficou remoendo seus problemas?

Ficou em silêncio na assistência ou falando em voz baixa e o necessário?

Se na maioria das perguntas acima sua resposta foi "não", acredite: você e somente você pode fazer uma limpeza interna, refletir sobre o que faz ou o que deixa de fazer, mudar atitudes, aprender a ouvir para ser ouvido, perdoar quem tenha te feito mal, ignorar aqueles que não consegue perdoar sem revidar com a mesma moeda, agradecer a Deus pela vida que tem.

A Umbanda não faz milagres! Os guias não fazem milagres!

Mas há a bondade divina com toda sua justiça que dá aquilo o que a pessoa realmente precisa e merece!

Se a sua vida não melhora é porque algo está errado com você.

Mude internamente para que os guias, a Umbanda e Deus possam te ajudar!

Newton Carlos Marcellino




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Interações com os Guias


Interações com os Guias


O trabalhador de um grupo mediúnico tem, em geral, oportunidades mais frequentes de dialogar com guias espirituais do que a maioria das pessoas.

Esse fato, em si, traz a esses trabalhadores uma responsabilidade muito grande, pois o uso adequado daquilo que recebemos de graça nos será cobrado pela nossa consciência quando alcançarmos uma maior evolução intelectual e moral.

É imprescindível, assim, que sempre nos questionemos a respeito de como melhor utilizar essa oportunidade tão bela.

Allan Kardec discute em detalhes, no capítulo XXVI de "O Livro dos Médiuns", a respeito dos tipos de perguntas que devemos levar aos espíritos superiores, os quais têm sempre prazer em respondê-las quando elas nos levam ao bem e ao progresso.

Será que devemos usar o contato frequente que temos com as entidades para satisfazer curiosidades ou atender necessidades imediatistas referentes à nossa vida pessoal?

Será que devemos "procurar problemas" para trazer à análise de nossos irmãos mais iluminados? Vale meditar a respeito.

Esse tópico se resume em um questionamento:

A que ponto de vibração estamos levando os espíritos que vêm nos ajudar?

Precisamos ter muito cuidado para não canalizar a energia dos nossos iluminados guias para assuntos de ordem material, de natureza inferior.

Essa é parte importantíssima da responsabilidade do grupo de trabalho.

Estejamos sempre, por favor, plenamente conscientes da orientação que queremos dar aos trabalhos.

Nossos mentores vêm auxiliar-nos em nossa evolução moral e intelectual, porém eles precisam de nossa cooperação—através de um trabalho consciente, bem intencionado e responsável—para que consigam nos ajudar com mais eficiência.

Não podemos, nem devemos, censurar todas as perguntas de caráter pessoal e rotulá-las como sendo de finalidade egoísta.

Como pode sempre haver um fim produtivo nessas perguntas, todos os nossos mentores estarão sempre dispostos a nos dar auxílio e orientação quando nos deparamos com dificuldades em nossas vidas.

Devemos manter em mente, no entanto, que, ao nos dispôr ao trabalho na caridade pela mediunidade, devemos antes buscar servir do que ser servido, antes consolar do que ser consolado.

Muitos irmãos em grande sofrimento e ignorância podem encontrar alívio através de nossa mediunidade e, se escolhemos remoer improdutivamente nossos "problemas" quando estamos em condições de trabalhar, não estamos exercendo todo o bem que poderíamos exercer.

Paralelamente, é muito importante que sempre nos lembremos que os "problemas" em nossas vidas são, na verdade, "soluções", ou seja, oportunidades de crescimento.

Vivenciar esse conhecimento através de uma atitude sempre positiva, que reflita resignação e paciência, é um dos grandes frutos da verdadeira fé.

Nossos mentores nunca vão resolver os nossos "problemas", pois isso seria um desfavor para nós.

Eles vão, isso sim, nos auxiliar a resolvê-los através de ensinamentos que nos motivem a buscar a fé e o cumprimento da Lei do Amor em nossas vidas.

O Consolador - Revista Semanal de Divulgação Espírita


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20/01/2013

Saravá Oxossi






Oração a Oxossi

Escrito por Maria de Fátima 




Divino Pai do Reino Vegetal,

Onde a Vida se renova sem sangrar,

Quero beber da seiva pura das Tuas matas,

Para me curar e renascer.

E nos Segredos encantados onde habitas,

Peço licença para entrar e aprender.



Busco a cura da alma e do corpo

E sei que no Teu Reino vou encontrar.

Vou me cobrir de folhas

E me banhar dos seus segredos,

Limpando a mente das ilusões e medos;

Mirar o Alto da Tua Sagrada Flecha,

Que às Luzes do Criador vai me guiar.



Quero abraçar os animais e as plantas

A quem dedicas tanto Amor,

Assim nos ensinando que toda vida é Santa,

Embora feita de elos desiguais,

Mas que se juntam sob o Teu comando

Para varrer do mundo a ignorância e a dor.



Divino Pai,

Que nos ensinas a todo o instante

E a vida inteira,

Tu és o nosso Educador e Mestre,

A nos mostrar o valor de cada espécie

Do fabuloso Mundo em que campeias,

Extraindo sucos e remédios,

Domando feras e elevando os homens

Para honra e glória de OLORUM,

A nos mostrar

Que diante DELE e NELE, nós somos Um!...



Okê, Oxóssi!

Amado Paizinho,

Senhor da Flora e da Fauna,

Arqueiro Sagrado de OLORUM,

Que venha a nós a Cura Soberana

Do Teu Conhecimento Iluminado!

Dá-nos a Tua bênção, Divino Instrutor!








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16/01/2013

As Dez Coisas que os Seres das Sombras Mais Gostam que Você Faça

Obsessão espiritual

1. - Que você minta, que não viva a verdade em cada ato, que não faça da vida aquilo que gosta, que procure preponderar os interesses materiais em relação aos conscienciais e que jamais cumpra com a sua palavra.

2. - Que você tenha muita dúvida, que sinta-se inseguro o tempo todo e que não tenha fé na vida, nas pessoas e nas possibilidades que o universo nos oferece.

3. - Que você não estabeleça uma conexão com a Fonte Divina ou Deus. Que você acredite que só se vive uma vida. Em especial que você se concentre em aproveitar a vida no sentido de apenas se divertir o tempo todo, principalmente, que você não dê atenção à evolução do amor e da consciência. Quanto menos você pensar e agir no sentido de realizar a missão da sua alma, que é o propósito da sua existência, mais você agrada os seres das sombras e mais você facilita o trabalho deles.

4. - Que você não se preocupe jamais com os outros. Que não pense em caridade, em bem-estar alheio, em colaborar para a formação de uma sociedade mais digna e elevada. Quanto mais você pensa unicamente nos seus interesses mundanos, mais você agrada e facilita o trabalho das sombras.

5. - Que você jamais perdoe, que sinta muita raiva e desejo de vingar-se das pessoas as quais lhe fizeram mal. Além disso, que você faça valer a sua palavra a qualquer preço, sem compaixão, sem paciência e sem respeito. O tipo de campo de energia produzido por esses sentimentos alimenta muito a força dos seres das sombras, oferecendo a eles alimento, energia e campo de ação para suas investidas nefastas.

6. - Que você jamais estude e que nunca busque o desenvolvimento de seus potenciais. Em especial que você seja acomodado, preguiçoso e sem iniciativa. Quanto menos você cuidar do seu corpo, da sua mente, das suas emoções e do seu espírito, mais você ajudará a facilitar o trabalho das sombras. Quanto mais alienado e cético você for, melhor!

7. - Que você seja fanático, determinista, inflexível, convicto e fascinado. Quanto menos tolerância, equilíbrio, leveza e sensatez você tiver nos seus atos, mais você contribuirá para as estratégias dos seres das sombras.

8. - Que você elimine da sua vida a oração, a meditação e qualquer tipo de prática espiritual. De preferência que você substitua essas práticas por vícios como drogas, álcool, fumo, alimentação desequilibrada, jogos e sexo promíscuo. Quanto mais você abandonar práticas saudáveis, mais você contribuirá para abrir a porta de acesso que liga os seres das sombras até você.

9. - Que a sua disciplina seja muito ruim e que você nunca tenha persistência para seguir seus objetivos, para realizar suas práticas diárias de conexão com Deus e que nunca tenha perseverança em seguir os seus sonhos.

10. - Que jamais acredite na sua intuição e que siga apenas a voz da razão e que não confie em nada, absolutamente nada que não seja comprovado cientificamente ou que não tenha relevância acadêmica. Em especial, que você abandone a sua sensibilidade de perceber as coisas e situações, acreditando apenas no que você vê com os próprios olhos. De preferência, quando situações ruins acontecerem em sua vida, vitimize-se e rapidamente encontre um culpado, que certamente não deve ser você.

Não quer alimentar atitudes que atraiam obsessores ou seres das sombras para a sua vida? Quer construir um estilo de vida que lhe faça feliz? Quer estar em sintonia com as Fontes Divinas?

Então, faça um exame de consciência e elimine da sua vida esses comportamentos citados anteriormente. Eliminando esses erros comuns você certamente dará um importante passo na conquista de uma vida cheia de bênçãos e bem aventurança!

Bruno Gimenes




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13/01/2013

Orixás

Orixás - Por Pai Etiene Sales

Orixás são divindades.
Fagulhas de um sagrado que mistura o entendimento humano, nossa capacidade de entendimento de tais seres, com a força emanada por eles que nos dão sustento. Principalmente nos piores momentos de nossas vidas.

Orixás são vida.
Uma chama tranquila de vida que nos desperta para uma outra consciência, em que não existe bem nem mau, mas um significado para todos os nossos atos e ações. Fazendo com que saibamos que eles estão lá, em um lugar qualquer, nos orientando, nos guiando, nos enriquecendo de sabedoria. Porém, não são responsáveis pelos nossos erros, nossas escolhas ruins, nossos infortúnios, nossas quedas, nossa ignorância, pois Eles avisam, alertam, orientam ... Mas é nossa a vida e são nossas as escolhas.

Orixás são caminhos. 
Que deveríamos seguir, mas acabamos desviando, tentando atalhos, uma maneira melhor e mais rápida ... Daí voltamos, e eles estão lá nos esperando. Sempre de braços abertos, mesmo que nos sacudam e nos dêem broncas, estão lá, aguardando por nós.

Orixás são temperança.
Têm vontade própria, caráter, glória, perseverança, bondade, carisma ... Todas as características humanas, pois somente assim poderíamos definí-los.; somente assim, poderíamos descrevê-los.; somente assim, eles poderiam se revelar diante de nós. Como um espelho onde é refletida a nossa imagem, mas que tem sua própria têmpera e brilho, os quais não podemos ver com os nossos frágeis olhos, porém, sabemos que Eles estão alí, pois a força que vem do olhar do reflexo é algo a mais que não enxergamos, mas que podemos apenas sentir. Vemos, mas não enxergamos, apenas sentimos.

Orixás são idealizações. 
Onde eles se colocam tudo do que há bom, e onde não conseguimos alcançar esse bom. Ao contrário, só sabemos pedir, arriar, oferecer, obrigações materiais, onde não vemos o retorno útil, pois somos egoístas demais, ignorantes demais, brutos demais e muitos não sentem o retorno daquilo que é oferecido e revertido em nossas vidas. A transmutação da matéria ofertada em energia geradora de uma construção interior que poucos ainda conseguem entender e utilizá-la em suas vidas.

Orixás são luta.
Luta pela vida, por viver, por continuar, por existir, pela família, pelos amigos, pela tribo, pela glória de ser humano ... Ser especial da criação, que luta desde o ventre e continua lutando, não se deixando sub-julgar nem se derrotar pelo mau do sofrimento, do egoísmo, da ganância, do soberba, da exploração do homem pelo próprio homem.

Orixás são amor.
Amor de mães, de pais, de fraternidade, de dividir a comida, compartilhar as responsabilidades, do ensinar as gerações futuras para que se possa preservar uma crença, os ritos, a doutrina, a fé.

Orixás são comunhão. 
Entre Deus (Olorun ou Zamby) e os homens, nas pessoas das entidades. Dos pretos-velhos, dos caboclos, dos exus e pombogiras, dos boiadeiros, dos baianos, das crianças, dos marinheiros, dos ciganos, de tantos e tantos outros que se dispuseram a retornar para, munidos com a força de seus Orixás, orientar e guiar os homens no mundo da Terra, trocando o sofrimento pela alegria.; a dor pelo alívio.; a discriminação e o preconceito, pela liberdade e pelo respeito.; a inveja pelo dividir e compartilhar.; a ignorância pela consciência da humildade do conhecimento de ensinar e aprender ...


Orixás são a minha vida e sem eles eu não sou nada, eu não existo.


Etiene Sales




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Consulta na Umbanda é Coisa Séria

Consulta na umbanda


Existem muitas pessoas que vêm perguntar aos guias sobre assuntos os mais variados: saúde, vida sentimental, vida material e até mesmo vida espiritual. Querem emprego, namorados, dinheiro, posição.

Querem se livrar dos inimigos, dos aborrecimentos; querem ganhar na loteria, saber do marido ou mulher e com quem andam.

Querem que os guias deem respostas para qualquer pergunta, por mais indiscreta e complicada que seja e que, além disso, resolva rapidamente as situações mais escabrosas, os problemas mais difíceis.

Nada disso reflete o objetivo da Umbanda.

Consulta na Umbanda é esclarecimento, conselho amigo e sábio dado por um guia de Luz e que enxerga longe para ajudar a quem necessita, para caminhar na estrada difícil da escola da vida, para guiá-lo para a luz.

O médium que dá consultas, quando incorporado com seus guias, assume uma grande responsabilidade para com a pessoa atendida.

Uma palavra leviana pode ter consequências gravíssimas e irremediáveis, pode levar a erros e injustiças, pode afastar o consulente do caminho da luz, pode provocar dramas.

Alguns assuntos são espinhosos, saúde por exemplo:

Médium não é médico, logo, não tem direito de diagnosticar nem receitar remédio de farmácia.

Os Guias verificam se a doença é de origem espiritual ou material e, então, aconselham o paciente, porém, sem ter a pretensão de substituir o médico da Terra. Só a medicina terrena pode diagnosticar e receitar remédios de farmácia.

Alguns guias receitam banhos de ervas ou chás. Para estes últimos é preciso muito cuidado e o médium responsável deve conhecer bem as ervas receitadas para evitar possíveis aborrecimentos ou acidentes.

Em todos os casos, temos que encarar os seguintes fatos: os guias, por mais esclarecidos e evoluídos que sejam, não são infalíveis, nem dotados do conhecimento integral de tudo que acontece no Universo. O saber de cada guia é fator de sua evolução.

Os guias podem ignorar ou não ter licença para dizer certas coisas.

Ora, uma Entidade de luz é disciplinada e prefere calar-se a dizer o que não deve.

No que se trata de bens materiais, o assunto é complexo, a maioria dos guias prefere ajudar sem falar, por vários motivos:

  • A pessoa está na Terra para aprender uma lição de vida. 
  • A mãe pode ajudar o filho e explicar o dever de casa, mas não pode fazê-lo. 
A pessoa tem que lutar para conseguir o que deseja e ela tem um carma a cumprir.
Numa prova cármica, em regra geral, ninguém pode interferir.

Muitas vezes o pedido formulado é altamente prejudicial à evolução espiritual do consulente, ou à sua felicidade material futura.

Os guias preferem ouvir os pedidos em silêncio para poder agir em seguida da melhor forma.

Não devemos esquecer que o guia não é onisciente. Ele corre gira para ficar ciente de todas as circunstâncias.

Ele também não é todo-poderoso. Só pode dar com licença do Alto e conforme o merecimento de cada um.

Há pedidos sobre o futuro aos quais nem sempre o guia pode responder, o futuro é aleatório e seu conhecimento não é aberto a todos.

Estamos lançados numa trajetória porém temos livre-arbítrio e podemos nos desviar dela.

Algumas perguntas não passam de fofocas e os guias não tem tempo a perder com este gênero.

A parte espiritual é que justifica a existência das consultas.

Um guia que está dando passe não precisa conversar para saber do que é que a pessoa necessita; nem precisa colocar seu médium a par dos problemas que a afligem.

Ele vai ajudar no que for possível.

A utilidade da consulta vem da necessidade que as pessoas têm de contar seus problemas a um amigo discreto, compreensivo e que pode lhe dar bons conselhos, esclarecendo dúvidas, ajudando de fato, explicando, encorajando, consolando.

As pessoas precisam de um ouvido atento, de um amparo afetivo. Necessitam poder se abrir sem constrangimento. Tudo isso elas encontram na figura amiga dos guias.

O médium deve vivenciar a síntese da Sabedoria:

1- FÉ no Poder Eterno da Vida;

2- ESPERANÇA de atingir a perfeição;

3- CARIDADE para retribuir a Misericórdia do Alto;

4- PAZ para sentir a Harmonia da Lei que rege os Espaços;

5- AMOR para com todos os seres e para com todas as forças da Natureza;

6- SABEDORIA como humildade, reconhecendo que somente Deus é possuidor da Sabedoria Divina;

7- CRISTO como presença íntima em nosso coração;

8- COMPREENSÃO – por saber que os seres atuam em planos diferentes de entendimento;

9- SERVIÇO – reconhecendo de que deve colocar-se como servo do Mestre e nunca como senhor;

10- VIGILÂNCIA – observação das falhas que lhe são próprias, antes da constatação dos erros alheios;

11- HUMILDADE – todas as tarefas são importantes e feitas para Aquele que é maior do que todos os companheiros;

12- DAR – sem pensar em receber, agradecendo.

A.D.



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11/01/2013

A Calunga Grande

A Calunga Grande

O termo "calunga" é de origem bantu e tradicionalmente faz referência à morada dos mortos, ou mais comumente, ao cemitério. Assim, sempre que nos referimos à calunga, estamos nos referindo ao campo santo, o cemitério, o local os despojos carnais são depositados. No entanto, essa palavra assumiu uma outra dimensão. 

Ao serem capturados (ou ao ver seus irmãos sendo feitos cativos) e colocados em navios negreiros, os africanos passaram a ver o mar como um grande cemitério, já que a viagem rumo à escravidão representava uma espécie de morte em vida. Era como se o mar levasse embora tudo que lhes era precioso: os costumes, a crença, a dignidade, o convívio com os entes queridos e, principalmente, a liberdade. Dessa forma, o mar passou a ser encarado como uma grande calunga, ou seja, como um grande cemitério.

Assim surgem dois novos verbetes no vocabulário do negro – e que viriam integrar o dialeto das religiões com matiz africana: a calunga grande (o mar) e a calunga pequena (o cemitério propriamente dito).

Há um aparente paradoxo na utilização desse termo para se referir ao mar, afinal não é ele um dos reinos dos orixás? Não seria o mar a origem da vida? Então como relacioná-lo à morte?

Não esqueçamos que a morte (iku em yorubá) não representa o fim, e sim uma transformação. Não esqueçamos também que Omolu, o orixá da cura, mas também da morte (no sentido de transformação, não de fim), e Iemanjá, a rainha do mar, o princípio e a origem da vida, da maternidade, da concepção.

O que parece ser um paradoxo é, na verdade, a explicação para essa questão. Ao mesmo tempo em que o mar representava a morte aos cativos, representava também um renascimento no Brasil. Não que esse renascimento fosse algo agradável, longe de defender a escravidão, mas era um renascimento no sentido de levar a sua cultura, as suas crenças, os seus orixás a terras tão distantes. Era como se a o pai Omolu determinasse o fim em terras africanas e Iemanjá um recomeço em novas terras, permitindo assim que os povos americanos tivessem a oportunidade de conhecer as divindades pelo ponto de vista africano, e não do europeu, tradicionalmente cristão/católico. Concluímos que aqueles negros cativos, bravos heróis, deram a sua liberdade e a sua vida para nos agraciar com a crença e o conhecimento sobre os divinos orixás, inkisses e voduns. Graças a eles e à sua heroica resistência hoje temos a oportunidade de cultuar essas entidades, sem a viseira das religiões tradicionais da Europa.

Assim sendo, o mar, chamado de calunga grande, que representou em tempos idos um gigantesco cemitério, é para nós um reino sagrado, que nos trouxe essa oportunidade. A quem cultua as divindades do panteão africano não basta reverenciar seus reinos sagrados, é preciso conhecer os seus fundamentos e história. Ao colocar os pés na água do mar, não esqueça de saudar os divinos orixás, a vida e aos nossos ancestrais cativos, a quem devemos tanto.

Douglas Fersan




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