Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

18/11/2019

Como Melhor Aproveitar a Gira de Umbanda

Como melhor aproveitar uma gira de umbanda


No momento em que você entra no terreiro, a espiritualidade já está trabalhando por você. Um primeiro filtro de energia já é realizado: nem toda energia tem permissão para entrar. No plano astral, entre os diferentes seres que podem estar te acompanhando, acontece uma espécie de triagem. Alguns ficam do lado de fora, outros são encaminhados para tratamentos e, por fim, outra parcela te acompanhará para o atendimento com o guia.

Enquanto aguarda o início dos rituais, evite conversas desnecessárias e pensamentos negativos. Prefira o silêncio e a oração. Os guias já se fazem presentes. Muitas vezes, basta uma intuição para encontrar a solução de seus problemas. Porém, se estiver com a mente ocupada com futilidade e negatividade, dificilmente captará as inspirações da espiritualidade.

O descarrego e o passe já estão sendo ministrados, no próprio banco de espera. Esteja receptivo às vibrações elevadas. Lembre-se de que a espiritualidade é invisível aos olhos da carne, mas sentida no coração. E o terreiro é um espaço sagrado. Não é local para fofocas, intrigas, discussões, julgamentos e nem qualquer outro assunto de baixa moralidade.

Quando, enfim, iniciar-se os trabalhos, abra o coração. Vibre junto com os pontos cantados e o axé dos guias e Orixás. Cante, bata palma, dê a sua contribuição à energia da casa.

É verdadeiro o ditado “quem canta os males espantas". A música possui um alto poder de agir nas profundezas de nosso ser. É momento de prestigiar, agradecer, honrar a espiritualidade que nos ampara. Quando os pontos louvarem, por exemplo, a força de Ogum, permita que esta energia, através do toque dos tambores, do ritmo das palmas, e do axé das palavras, vibre em sua essência, trazendo todas as suas bênçãos. Ali mesmo as demandas podem ser quebradas, a força de vontade crescer e os caminhos se abrirem. O mesmo vale para todos os Orixás. Entenda que nenhum elemento do ritual está ali à toa, tudo possui o seu propósito e seu fundamento.

O bom atabaqueiro não é aquele que canta mais alto, nem o que bate mais forte nos tambores. Mas sim aquele que sabe, com harmonia, fazer o terreiro vibrar a força dos guias e Orixás. E o bom consulente e médium é aquele que sabe receber as bênçãos de toda esta espiritualidade.

Então vem a defumação. Através da queima de algumas ervas e resinas específicas, escolhidas pelo sacerdote da casa, as diferentes energias da natureza são liberadas do ambiente do terreiro. A defumação limpa, harmoniza e energiza nosso campo astral. Saiba que a força das folhas está na energia liberada, e não na fumaça que sai do turíbulo.

Digo isto pois vejo alguns que não se sentem satisfeito se a defumação não estiver em excesso e não tomarem um “banho” com a fumaça. É no plano astral que as bênçãos acontecem. Você não precisa fazer movimento nenhum, a não ser que este seja um fundamento da sua casa, basta apenas estar receptivo às boas energias. Como sempre dissemos, não se apegue àquilo que vê e toca, mas ao que sente.

E depois disso, temos, enfim, a grande oportunidade de conversarmos com as entidades. Que nunca esqueçamos quão maravilhosa é esta oportunidade de nos encontrarmos com os guias da Umbanda. Eles que já experimentaram as mais diversas peripécias da vida e atingiram níveis de sabedoria e iluminação ainda tão distantes de nós e dispõem-se, regularmente, a vir em Terra para nos instruir, proteger, fortalecer. E apesar de todos os conselhos e paciência deles, quantas vezes os filhos de Umbanda insistem em errar, a vibrar no negativo, a se voltar contra seus irmãos. E depois estes “filhos" dizem-se esquecidos pela espiritualidade, sem fé, quando eles mesmos não fizeram as suas partes.

Não desperdicem a oportunidade que possuem, pois é pela misericórdia de Deus que a Umbanda pode existir e fazer seus milagres na Terra. Quem pode dizer-se verdadeiramente merecedor de suas graças? Mas os guias compreendem a extensão da missão que carregam e é por amor a todos nós que fazem-se presentes no terreiro. Pelo estágio de evolução que já alcançaram, hoje eles poderiam habitar outros planos tão mais felizes que a Terra, mas optaram por fazer essa missão grandiosa em nosso planeta.

E apesar de toda luz e conhecimento que querem nos passar, são tantos os que apenas buscam dinheiro, relacionamento, casa, emprego, e outras coisas apenas materiais, isto quando não pedem, inutilmente, o mal do próximo. É triste isto. Sábio é aquele que sabe agradecer em vez de pedir. E maduro o que escuta em vez de lamentar e reclamar.

Há muita sabedoria nas palavras dos guias. Há muita elevação nas energias que deles recebemos. Mais uma vez repetimos: não se apegue ao que vê. Nem sempre é preciso acender uma vela, ou realizar uma oferenda, acender um charuto, ou usar pólvora, ou qualquer outro elemento material. Muitas vezes, é suficiente um simples passe. Em outros momentos, uma simples conversa, ou uma simples oração.

É muito importante compreender que existem algumas dificuldades que somente podem ser superadas com a nossa transformação interior. E enquanto você não mudar, não vencer este defeito, o problema não se resolve, não importa quantos trabalhos você realizar. São as sombras que habitam nosso coração e bloqueiam nosso caminho. E para lidar com isso, não há atalhos. Deve-se encarar a si mesmo, aprofundar-se no autoconhecimento, e elevar o espírito.

Tugu Reis





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04/11/2019

Simplesmente Umbanda

Simplesmente Umbanda


A Umbanda não me proíbe de fazer nada, mas me instrui o porquê devo ou não fazer.

A Umbanda não abre meus caminhos, mas me mostra como posso abri-lo com minhas próprias forças.

A Umbanda não me deixa mais forte, Ela me mostra o quanto eu sou realmente forte.

A Umbanda não me consola, Ela me faz enxergar que sempre há irmãos mais necessitados de consolo do que eu.

A Umbanda não me purifica, Ela me ensina como andar sempre puro.

A Umbanda não me faz perfeito, mas me mostra como sou realmente para que eu possa melhorar como ser humano.

A Umbanda não me traz prosperidade, mas me mostra todas as ferramentas para que eu possa buscá-la.

A Umbanda não me faz uma pessoa melhor, mas me dá todas as condições para que eu possa melhorar por mim mesmo.

A Umbanda não faz muita coisa por mim, Ela me ensina que quando fazemos pelos outros, estamos fazendo a nós mesmos.

A Umbanda não tem vários deuses, o que ela tem são vários seres Divinos trabalhando a serviço de um só Deus.

A Umbanda não faz nada por ninguém, Ela ensina a muitos a fazerem o que puderem pelo bem de outros.

A Umbanda veio para ensinar à servir e não para se servirem Dela.

Simplesmente Umbanda!!

Autor desconhecido





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O Rito do Descalçamento

O rito do descalçamento

POR QUE TIRAMOS O CALÇADO AO ENTRARMOS NO TERREIRO???

O "rito de descalçamento" ou descalçar os pés ao aproximar-se de um lugar considerado santo tem registro em várias religiões ou filosofias iniciáticas.

A orientação de Pitágoras aos seus discípulos era expressa: que eles, ao realizarem as abluções (purificação por meio da água) e adorações no templo, o fizessem com os pés descalços para que o "pó mundano" não contaminasse o espaço sagrado, significando simbolicamente que as coisas mundanas não deviam ocupar a mente dos discípulos com preocupações. Os mulçumanos, ao executarem seus ritos devocionais, sempre deixam suas sandálias à porta das mesquitas.

Os druídas assim procediam, bem como os antigos incas dos altos andinos deixavam sempre seus sapatos à porta ao entrarem no magnífico templo consagrado à adoração ao Sol.

Tal hábito é, portanto, um símbolo de reverência.

E na Umbanda??

Este ato litúrgico não deve ser compreendido como gesto de humilhação ou submissão, mas sim como um ato de reverência respeitosa e rogativa discreta que traz inúmeros benefícios ao indivíduo, se encarado com humildade sincera, auxiliando-o na saúde física e psicológica. Pisar descalço no terreiro DESCARREGA as energias negativas.

Tocar a testa no congá ou no chão absorve magnetismo positivo imantado nesses locais pela irradiação da aura das entidades espirituais que comparecem em auxílio aos filhos da Terra.

Autor desconhecido




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Exu Ensina o Perdão

Exu ensina o perdão


O PERDÃO, OS ERROS, A CULPA E A LIBERDADE.

O Senhor Guardião, um Exu da Capa Preta já me mostrou certa vez que o perdão é uma chave que abre todas as portas.

Como seria isso, se eu perdoo o outro que me machuca, que me trai, que assalta, que me magoa, que me agride? Não seria o perdão a chave da prisão desse outro e não da minha? Se assim for, sou eu a dona da liberdade daquele que erra para comigo e ele depende de mim para libertar-se.

Pois examinando bem a minha consciência, percebo que o perdão que me dão pelos meus erros não é condição suficiente para me libertar das culpas que carrego.

Exu, que chave é essa? De onde vem? É uma chave quase mágica, de poderes ilimitados, diz ele. Então ele me faz ver ao longo de minha vida, a força e o poder de cada perdão sincero que concedi.

O perdão me liberta das lembranças de todo mal que me foi feito, me limpa a alma. Retira de mim todo ódio, todo rancor, todo desejo de vingança. Deixa-me leve como uma pluma que flutua.

Olha, filha, ele diz. E eu olho as manchas que carrego em decorrência de meus atos que atentaram contra as leis supremas. A cada perdão concedido elas vão se enfraquecendo e já não me consome tanto a culpa que antes me açoitava o coração. Um peso vai sendo retirado das minhas costas a cada vez que decido deixar as cobranças com aquele que tem poder e autorização para isso.

Agora veja, criança, observa ele mais uma vez. E vai me mostrando a fila de cobradores que atordoada vai fazendo meia volta e retornando. A lei suprema não permitiu que eles me cobrassem daqueles erros que eu já fui capaz de perdoar. Respiro aliviada ao sentir que aquilo que me ligava a eles já não existe mais, meus últimos sentimentos de rancor vão se evaporando e no lugar deles sinto uma profunda compaixão até mesmo por estes que estavam a me cobrar e que um dia prejudiquei. Mas, estranho, não sinto mais culpa. Ela se foi...

Olho para esse guardião da longa capa preta e ele me diz; filha estenda os braços agora. Estendo os dois braços e vejo algemas aprisionando meus pulsos. Ele pega a chave do perdão que me havia mostrado pouco antes e abre as algemas. Para sempre? Eu pergunto, já sem conter as lágrimas. E ele responde; enquanto você tiver merecimento para carregar essa chave do perdão que conquistou, não haverá algemas ou portas que possam lhe prender. Poderá transitar por todos os lugares sem medo de que alguém venha a lhe cobrar por dívidas que hoje você é capaz de perdoar. Entende agora, filha?

Entendi Senhor Guardião, naquele dia, que o perdão que eu penso que concedo ao outro é a mim mesma que eu concedo. Perdoando o outro daquilo que me faz hoje eu perdoo a mim mesma pelo que fui capaz de fazer aos meus irmãos em tempos remotos, dos quais não me lembro mais...

Possa eu carregar essa chave por longos dias.
E possa eu contar essa história a outras pessoas, para que possam refletir sobre a sabedoria que encerram as palavras do Senhor Exu da Capa Preta.
Salve o Senhor e a sua banda!
Laroyê Exu!

Autoria Desconhecida


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27/10/2019

O Verdadeiro Médium Umbandista

O verdadeiro médium umbandista


O verdadeiro médium umbandista, não deixa de ser umbandista quando os atabaques do Terreiro silenciam. Ele continua vivenciando sua religião mesmo fora do templo sagrado. Pois sabe que é aqui fora que se deve pôr em prática todo o ensinamento dados pelos Guias na sessão.

O verdadeiro médium umbandista é aquele que se orgulha de sua religião. É aquele que não teme assumi-la publicamente ou ajudar aquele que precisa.

É aquele médium interessado, que sempre busca aprender mais, questionar mais, buscando compreender melhor como funciona sua religião e a espiritualidade.

O verdadeiro médium umbandista tem amor à sua casa religiosa. E isso porque entende que é nesse solo sagrado que seus Orixás e seus Guias se manifestam. Além disso é uma escola onde desenvolve sua mediunidade e aperfeiçoa sua moral. Busca auxiliá-la em tudo que precisa, tem zelo, tem capricho.

O verdadeiro médium umbandista programa sua vida incluindo os dias de trabalho, para que nenhum evento ocorra nesse dia. Pois trata-se de um dia sagrado. E quando chega o dia, o umbandista verdadeiro, desde o momento em que acorda, já está em sintonia com o astral superior. Isso porque sabe que os irmãos espirituais já estão agindo em seu Templo e em sua matéria. Precisa estar bem para socorrer aqueles que lá estarão precisando de auxílio.

O verdadeiro médium umbandista realmente acredita naquilo que professa. Sabe que a espiritualidade está em todos os lugares e tudo que faz é com fé e amor. Pois tem a certeza que os espíritos estão ali e irão, de alguma forma, auxiliá-lo, mesmo não sendo da maneira que ele esperava.

Não se desespera com as provações, com os contratempos, com as peripécias da vida, pois sabe que é nos momentos difíceis que realmente somos lapidados.

O verdadeiro médium umbandista precisa de firmeza interior. Sabe que alcançará através da humildade, do exercício do amor ao próximo e da caridade prestada sem pedir ou esperar nada em troca.

O verdadeiro médium umbandista sabe que a vaidade é porta escancarada para a entrada de espíritos trevosos que visam nos desviar do caminho.

Sabe também que não é o ingresso ou a permanência num Terreiro de Umbanda que fará com que sua vida “ande pra frente”. Ou que todos os problemas materiais se resolverão. Sabe que o mais importante é a conduta moral o seu desejo de evoluir.

O verdadeiro médium umbandista sabe que preceitos e oferendas não substituem a conduta moral correta. E muito menos a honestidade de propósitos, caridade e humildade!

Não há banho, trabalho, preparo, despacho, oferenda, amaci, que substitua um coração nobre, caridoso, honesto e sincero!

Raphael PH Alves




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14/10/2019

Melhorando a Sintonia com o Guia

Melhorando a sintonia com o Guia


Como melhorar a sintonia com meu guia e mentor?

Muitos médiuns me perguntam o que podem fazer para aumentar sua sintonia espiritual, como podem ajudar nos seus acoplamentos e assim por diante.

Quando ocorre o acoplamento espiritual de fato, o espírito do médium une-se com o espírito do seu guia, ele está ali, mas quem está atuando é o guia, tornando-se uma terceira energia. 

Algo notado e bem comum nos terreiros, podemos ver 3 falangeiros com o mesmo nome, trabalhando numa mesma gira, mas nunca serão idênticos e nem os mesmos espíritos atuando, devido ao fato deste processo de acoplamento espiritual, poderão até ter características e estereótipos afins devido a falange, mas sempre terão algo diferente que os distingue, porque muitas vezes um espírito vem com uma outra vibração. Ex. um caboclo de Oxossi, pode vir numa vibração de Ogum, então poderemos ver uma Cabocla Jacira na vibração de Oxum e outra na de Ogum, o que daria em seus estereótipos alguns pontos específicos de cada entidade, mas ambas trabalhando na chamada da Linha de Oxossi. Cada guia tem sua personalidade.

Vamos lá, responda a essa questão:

Quando você médium vai receber alguém especial em sua casa, o que primeiramente te passa na cabeça? Provavelmente você pensaria em lhe receber da melhor forma possível, com um sorriso, boa comida, a casa limpinha, com conforto, uma boa música tudo que pudesse lhe proporcionar conforto. Pois bem, está aí o primeiro passo, vamos manter a casa (O CORPO) em ordem, tirar as sujeitas, deixar tudo perfumado e bonito.

Para você, médium, é imprescindível manter a matéria limpa, com seus banhos de descarrego, banhos que harmonizam os chakras, tudo em dia, para que o seu corpo esteja purificado, energizado, limpo, para que aquele espírito quando vier se sinta familiarizado, se sinta em casa, confortável entre amigos, que tenha a mesma sintonia energética que você. Os nossos chakras quando harmonizados agem como verdadeiros faróis que guiam os espíritos até você.

Só uma observação importante: a sintonia do astral superior não desce até a nossa, lembre-se como uma estação de rádio nós é que temos que nos sintonizar a deles. Temos que estar o máximo afinados. Nesse aspecto as intenções e pensamentos devem estar de acordo com os objetivos da egregora da corrente astral.

Para isso o médium tem que se vigiar quanto a posturas durante aquele dia, ter tomado seu banho de ervas, firmado seu anjo da guarda. Lembrem-se vocês são os anfitriões, os bons modos diz: RECEBAM DA MELHOR FORMA, A CASA É SUA.

Nossos guias muitas vezes já estão a nos vigiar muito antes da hora da gira, eles sabem de suas tarefas e responsabilidades, na realidade quem as negligência muitas vezes somos nós os médiuns. Por isso atenção.

Imaginem você entrando como visitante numa casa toda suja, impregnada de gente mal educada, grosseira, como você se sentiria? Muito mal, não é mesmo? os guias também, a grande diferença, o que não é bom para um pode ser de gosto e arregalo da vida para outros, e assim são os espíritos negativos que se alimentam e vampirizam e gostam dessa baderna toda. Entram sentam, puxam uma cadeira, e bora tomar um gorozinho, comer uma carne, tudo de boas, as custas do tolo anfitrião que abriu a casa para a malandragem. O pobre médium se torna ai um marionete nas mãos de espíritos negativos e zombadores.

Mas um dia o dono da casa, pode se cansar de toda aquela farra, que está lhe desgastando, lhe trazendo prejuízos e buscar ajuda. E nesses casos nada melhor que a polícia do astral para solucionar e tirar esses abusados da casa. Os guias e mentores eles enfrentam, mas eles muitas vezes esperam o chamado, esperam o grito de socorro verdadeiro, sincero, está ali a redenção. Mas como todos bons emergentes sabem puxar a orelha quando preciso, porque os filhos tem que se conscientizar de suas responsabilidades, além do mais lidar com o espiritualidade nunca foi fácil e nem brincadeira.

A sintonia com seu guia, começa dias antes do momento da gira, os guias e mentores ficam atentos a posturas, comportamentos, pensamentos e tudo ali está sendo pesado cuidadosamente para ser avaliado como aquele médium irá chegar no dia do trabalho e até que ponto ele está absorvendo as lições dadas pelos seus mentores. Muitas vezes quando enxergam o pupilo meio desajustado, desequilibrado, utilizam por sinais, intuições, tipo:

“…oh fulano não esqueça vá tomar seu banho de descarrego/defesa..”

“…oh tal atitude não é legal falta poucas horas para o trabalho, é bom maneirar ai na bebida, na paquera, etc…”.

Avisos esses vindos muitas vezes pelas bocas de outras pessoas que são intuídas para isso. Mas muitas vezes o médium simplesmente não quer entender, não quer ouvir, ele quer bagunçar, irresponsavelmente vai todo desgrenhado e sujo para a gira, e chegando lá o resultado não tinha como ser diferente algo deu errado, e os colegas de trupe apareceram. Observem como poderia ter sido evitado caso aquele médium tivesse feito seus cuidados com esmero. Muito poderia ser resguardado, inclusive toda harmonia e segurança espiritual da casa, que em certos ataques pode ficar comprometida.

É amigos, água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.

Mas não é só isso, não adianta o médium chegar no terreiro impecável, se chegando na casa religiosa, colocar tudo a perder, com más posturas, como falação, fofocas, intrigas, invejas, ciúmes, querendo escolher a vítima do dia para puxar o tapete. O famoso cobra engolindo cobra.

Pode ter certeza coisa boa também não irá se sintonizar. O médium quando chega no terreiro deveria se resguardar, falar pouco, se preparar em silêncio, e ir se preparando para quando o convidado especial chegar, tudo esteja a seu gosto e preferência. Mas não é isso que acontece, é um que fala da vida do irmão, é outra que fica comentando da roupa da irmã porque é nova e a dela é velha, é o ciúme que não permite ver novos irmãos e irmãs no santo com bons olhos. Novamente o que tinha ido bem, caiu em frangalhos. Percebem como é minucioso, pois é não é fácil, mas é simples, basta cada um cuidar do seu. Observem que não é fácil manter uma gira equilibrada, quando vemos nos bastidores parece tudo fácil mas não é. Assumir a responsabilidade e o papel nesse consenso é de suma importância, tanto para os médiuns quanto para os dirigentes.

Terreiro é família é elo é corrente, um elo está fraco?

Se não consertado ele estoura a corrente. Pensemos.

Numa família um ajuda o outro, um se responsabiliza em amparar o outro. Pelo menos deveria ser assim.

Têm médiuns que quando chegam em ordem, começam a se preocupar com consciência, quando vou chegar na semi-inconsciência, quando vou ficar inconsciente será que vai demorar, trava uma verdadeira batalha, mas de fato muitas vezes é puro ego, é para provar alguma coisa para o irmão do lado do que por cuidado e esmero. Tem médium que é tão inseguro que ele força a barra, ele quer ficar, chegar na tal inconsciência que ele coloca na cabeça, trejeitos tipo: não vou abrir os olhos porque se eu olhar para o meu irmão vou ficar com medo dele achar que não estou com guia, outros travam tudo não saem do lugar, outros colocam os pés pelas mãos, estes é algo sério, porque correm o risco de tão anímicos provocarem uma mistificação, e ai a coisa se complica, porque além de serem vítimas de sua própria precipitação passa a ser joguete fácil na mão de espíritos mistificadores. Por isso moderação e disciplina.

Médiuns esqueçam um pouco essa coisa de consciência ou não, como numa escola deixem-se passar por etapas, sem querer passar de ano, sem ter aprendido no mínimo o ABC.

Caros médiuns não se cobrem tanto, parem de achar que tem que provar algo para alguém, você tem que provar para você mesmo, ali é você e seu guia, uma parceria, como se fosse um namoro, tem que ter confiança, entregue-se a essa segunda energia, e deixe-se levar pela terceira que se torna. O bom médium é aquele que se torna um instrumento afinado e se deixa tocar pelo músico experiente. Lembrando que como um instrumento tem afinação para sair uma boa música o médium carece de doutrina.

Muita oração, muito ouvido atento e observação, sem pressa, quem tem pressa come cru, e no que condiz a mediunidade come sangrando e dá uma baita dor de barriga. E na duvida sempre pergunte, o melhor médium é aquele que veste a camisa do mandato que lhe foi confiado e busca.

Entendam a consciência é como um carro (corpo), você é o passageiro e o guia o motorista Ok?

Vocês saem para uma viagem bem agradável, que poderá ocorrer 3 percursos:

O primeiro: Você está ligado em tudo, olhando em tudo, mas o nosso motorista (guia), está ali te acompanhando e tomando conta da estrada. Neste estágio: Você está CONSCIENTE.

No segundo: Depois de horas de viagem, aquela agitação do começo cede lugar para uma canseira gostosa, e você em alguns momentos cochila e em outros acorda. Nesse estágio: Você está SEMI-INCONSCIENTE.

No terceiro: Você com plena confiança no motorista, você adormece tranquilamente, porque sabe que logo chegara e o motorista é bom e você confia plenamente nele no volante.

Mas nunca tente tomar o volante da mão dele, ele é habilitado você não.

Mas observem em todos os estágios o guia estava ali presente.

Médium consulte seu dirigente ele saberá orientar com mais primor as ervas adequadas para seu aprimoramento de acordo com a raiz e tradição de sua casa. E vai chegar o tempo que você irá descobrir maneiras de melhorar sua canalização, com estudo, comprometimento, ao ponto delas se tornarem tão partes de você que não terá mais dificuldades, tudo será natural.

Na frente só a meta e a missão a ser cumprida – DA FÉ, DO AMOR E DA CARIDADE.

Lembrem-se médiuns muita calma, cada médium tem seu tempo para seu despertar consciencial, e quanto mais aconteça melhor será, mediunidade não deve ser forçada. Respeite seus dons, cada um nessa seara linda que chama Umbanda é uma flor única.

Cristina Alves




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01/10/2019

Umbanda é Ferramenta Divina para Alcançar a Todos

Umbanda é ferramenta divina


As sínteses históricas são, amiúde, arbitrárias. Aliás, o que não é diferente no nosso espiritualismo de terreiro, já que, pela vontade de muitos, a Umbanda em determinados “terreiros” tomou rumos contrários ao ideal Divino de salvação. Onde existem possibilidades de ganhos, há ainda, infelizmente, possibilidades maiores de destruição pela ganância. Ela, portanto, atende a uma exigência que temos por marco orientador, que nos ajudam a entender a nós mesmos e nossa própria história. Vamos fazer então, uma espécie de leitura de cego, captando somente pontos relevantes, baseando nossas considerações apenas naqueles trabalhadores que veem a Umbanda como ferramenta Divina para o bem, examinando apenas os tarefeiros sérios dessa filosofia.

A Umbanda é um ser vivo, pulsa e se transforma, muda e cresce, serve e acolhe. Grandes símbolos, ritos e mitos dão corpo a esta experiência, o que assustou o espiritismo iniciante de 1908. Era difícil ao espírita mais entendido da época, aceitar a imagem de um Caboclo projetando o Divino, era completamente inconcebível acreditar que um negro velho, que há poucos anos era escravo (13 de maio de 1888), serviçal, surrado e sujo, estar ali, manifestando conhecimento, aconselhando, ajudando os necessitados. Despertando o seguinte questionamento em mentes tão embotadas: Como podem Espíritos tão inferiores ajudar alguém? Esse era o discurso daquela época; esse ainda é o discurso. Não entendo como o espiritismo tão cheio de conhecimento, possua uma visão tão estreita sobre os trabalhos umbandistas. Alias visão que eu também possuía, antes de conhecer a Umbanda em essência.

Nos bancos de estudo kardecista, aprendemos que o Espírito não regride. Por assim dizer, entendemos que somente os mais preparados, intelectualmente falando, chegam a patamares mais iluminados no plano Astral, alias o que é uma verdade. Entretanto, como lembra Emmanuel (lição 121 de "Palavras de Vida Eterna"), não devemos ficar só na cultura em sentido único. Para a evolução espiritual são necessárias as duas asas: sabedoria e amor; inteligência e sentimento; teoria e prática. Pedro (II Pedro, 1: 6), sabiamente, já advertia que não bastava ficar na ciência, ou seja, só no conhecimento. Necessário juntar ao saber a piedade, o amor. Juntar ao conhecimento a sobriedade, moderar apetites e paixões. Saber suportar as dificuldades sem se queixar, procurando mitigar, ou remediar, os sofrimentos do próximo. Hoje diríamos: conhecer é importante, porém, o conhecimento sem pratica é vazio, sem sentido. Devemos é claro desenvolver a inteligência, somando a praticar da caridade, amor em ação, como dizia Paulo.

Foi nesse contraste que me deparei na Umbanda: Ela tem amor de sobra, mas pouco conhecimento. Com isso não estou afirmando que nosso espiritualismo de terreiro é exclusivamente constituído de pessoas iletradas, não é isso. O conhecimento em questão é aquele ensinado pela vida, pelos evangelhos, aquele que deixa claro que dicção não tem nada a ver com evolução. Conceito errado que trouxe dos bancos de estudos espíritas. E qual não foi minha decepção, quando vi a Luz de DEUS espargida das frases erradas de um baiano; quando ouvi conselhos de perdão em meio às cacoépias cometidas por um pai velho; ou ainda, a alegria espalhada nos corações chorosos, misturados aos pleonasmos ditos pelos erês. Confesso que ainda não consegui decifrar esse enigma, não sei ao certo o motivo desses Espíritos se utilizarem de arquétipos tão primitivos para realizarem suas tarefas. Mas, será que o efeito seria o mesmo se no lugar de um desses personagens estivesse um médico, um poeta, um escritor, um advogado? Acho que não! Será que não é mais uma vez DEUS mostrando sua força? Ensinando-nos humildade, dizendo de uma forma muito simples que ele é equidistante de todos nós? Que ELE pode realizar maravilhas pelas mãos de um erudito, ou daquele considerado caído por muitos?

Foi assim que se projetaram em meu intimo as imagens do Divino umbandista. Não um DEUS modificado por interesses religiosos como num falso panteísmo, ou ainda, pela ganância desmedida dos velhacos da fé sem raciocínio, que não enxergam além do próprio bolso, aproveitando-se dos infelizes e ineptos sofredores, que entregam suas vidas a esses “mercadores da cura”, que vendem a salvação, sem dar-se conta que eles próprios estão criando seus “infernos”, que inevitavelmente terão que habitá-los ao deixar suas vestes carnais. Mas por Espíritos refletindo a imagem sagrada do PAI em tarefa de salvação incondicional e, amor altruísta, montando, como num quebra-cabeça, sob os mais diversos nomes essa santificada imagem de um amor imensurável e destituído de interesses.

Outro ponto relevante da abençoada fé umbandista foi-me dito por uma baiana em trabalho recente: “A Umbanda é para os fortes”. Em alguns aspectos isso é bem positivo, já que, seus trabalhadores constituirão exército forte, e sempre pronto para batalha. Porém, há um fator desconfortante, essa situação acaba criando uma certeza excessiva em seus médiuns, que podem desenvolver uma autoconfiança muito perigosa. Humildemente entendo que devemos confiar, não há dúvida, mas compreendendo que nós médiuns somos porteiras abertas, captando a todo o momento aquilo que vibra ao nosso derredor, se não houver equilíbrio, estudo e empenho, seremos alvo constantes dos obsessores de plantão.

É comum ouvir na Umbanda: “não necessito aprender nada, é o guia quem trabalha”. Ledo engano, lamentavelmente as pessoas se esquecem que a comunicação se dá pela junção de fluídos, sintonia das irradiações. Onde as consciências se plugam, e passam a transmitir e receber, como os telefones celulares, suas mensagens. Tudo é mensagem nas comunicações: seja na psicografia; ou na incorporação de terreiro, recebemos uma ordem, e nosso cérebro, que já está condicionado a respeitá-la, executa, porém conforme seus arquivos, suas informações. Nosso cérebro é, portanto, um receptor e decodificador dessas mensagens, executando-as conforme aquilo que temos guardados em nossos arquivos perispírituais. Por esse motivo devemos nos preparar para as tarefas mediúnicas através do estudo, assim oferecemos uma base de conhecimento, que será explorada pelos bem-feitores espirituais.

Finalizando, o médium consciente de suas obrigações e missão, deve impreterivelmente buscar o burilamento espiritual, e o aprimoramento da razão, o conhecimento. Assim facilitará a comunicação, e a compreensão das mensagens recebidas do astral, e o trabalho fluirá em conformidade com o propósito de salvação pregado pelo Mestre Jesus, nosso Pai Oxalá.

Axé para quem é de axé!
Um Operário.




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