Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

23/01/2019

Vergonha de Ser Umbandista

Vergonha de Ser Umbandista
Não sou Umbandista, não gosto de "ismo", nem toco em nenhuma banda, mas tenho um grande orgulho da Umbanda e de tudo o que aprendi e ainda aprendo com os Orixás e com os Mestres de Aruanda, por isso, se em alguma discussão sobre religião, ouço alguém falando mal da Umbanda, essa pessoa vai ouvir; afinal, todas as religiões merecem respeito e de intolerante, já basta a nossa ignorância em relação ao diferente, porém, é interessante que isso não ocorre com muitos dos seguidores dessa religião afro-brasileira, a maioria nega de pé junto que já pisou em um terreiro, ou seja, o preconceito começa com os próprios praticantes da religião.

Uma coisa é ouvir o preconceito vindo dos evangelistas de plantão que adoram falar mal de qualquer religião que não seja a "cristã" deles, porém, perceber esse medo bobo de assumir o que faz vindo dos seguidores dessa religião tão linda, sempre me deixou muito curioso.

Certo dia, estava conversando com alguns amigos, um deles, umbandista de pai e de avô, e a discussão começou a girar ao redor da palavra "macumba" e acabaram, naturalmente, associando com a Umbanda, e lá fui eu, explicar que as coisas não eram bem assim, como os nomes e significados foram distorcidos, e defendi aqui e ali, tudo o que aprendi com a Umbanda, esperando que esse meu amigo, entrasse na discussão e falasse sobre a sua experiência, mas ele permaneceu em silêncio durante toda a discussão.

Quando o pessoal foi embora, olhei para ele e falei:

- E aí, o que ocorreu?

Ele olhou para mim e falou:

- Nada! Eu só não gosto de falar para as pessoas o que eu faço ou no que eu acredito. Eles não tem nada a ver com isso.

- Você tem razão - respondi - Afinal, não precisamos ficar por aí, levantando a bandeira de nada, mas acredito que precisamos nos manifestar quando vemos pessoas falando besteira sobre algo que conhecemos bem. E não consigo ficar calado quando ouço as pessoas pregando algo contra a religião alheia.

- Não me leve a mal, disse ele - Mas não quero que as pessoas me chamem de macumbeiro. Por isso, quando elas me perguntam que religião é a minha, sempre falo que sou católico, ou se o pessoal for mais cabeça, que eu sou espírita.

- Mas você vive dentro de um terreiro de Umbanda!

- Eu sei, mas não tenho coragem, nem força para assumir algo que sei que vou sofrer preconceito...é mais fácil apenas dizer o que eles querem ouvir.

Não disse nada, mais é por esse e por outros que a Umbanda continua sofrendo todo esse preconceito e continua sendo considerada uma outra seita, dessas de fundo de quintal, que só existem para fazer o mal. E a diferença entre seita e religião, queridos leitores, é o preconceito que cada uma carrega.

Frank Oliveira


***


Confissões de um Umbandista

Como já diz o título, logo se imagina do assunto que venho tratar. Em um país de várias cores, tradições e dialetos, onde predomina o catolicismo, eu sou mais um Umbandista que tive por muito tempo vergonha de assumir minha religião em público.

Mesmo com meus pais carnais sendo, também, Pais de Santo e tão influentes na religião, eu sempre tive vergonha de dizer que era umbandista, na hora em que perguntavam a minha religião, eu gaguejava e não assumia.

Dentro do Terreiro batia no peito e dizia que era filho de pemba, um umbandista nato e cantava com orgulho que era mensageiro da Umbanda. Mas a grande verdade é que para pedir aos Orixás e Guias as bênçãos eu era religioso e me dizia umbandista, mas somente dentro das quatro paredes do Terreiro, porque na sociedade, a vergonha e o medo de ser rejeitado ou coisa do gênero eram maior que minha vontade de dizer que a minha religião era a Umbanda.

Meus pais sempre me alertaram sobre a minha falta de fé, crença e respeito diante das Divindades Maiores da quais eu estava ligado, e eu por minha vez me achava muito certo em apenas estar de corpo presente nas giras. Meu orgulho e a falta de discernimento fizeram com que eu aos poucos fosse andando pra trás, ou seja, todas as bênçãos que eu tinha recebido, eu estava perdendo, afinal como diz minha mãe carnal e espiritual: “os Guias, os Orixás dão graças divinas muito superiores ao nosso plano em que vivemos, mas eles tiram quando nos faltam merecimento, o que Ogum dá só Ogum pode tira”, e isso realmente é de fato verdade.

E por incrível que pareça, depois de anos de religião, depois de muitos problemas gerados em torno de minha falta de concentração, de amor, de respeito, de humildade e principalmente, de fé diante dos Orixás, depois de muito perder, de ver que as minhas atitudes não estavam me levando a nada e a lugar nenhum eu decidi que mudar era o melhor e o mais sensato a fazer. Mas depois de tantos erros, depois de tantas falhas, a mudança não é fácil, e muito menos rápida, pelo contrário o meu trajeto aumentou muito, pois cada passo que eu dava para frente, logo depois eu dava dez para traz, e agora chegou à hora de percorrer toda essa estrada construída por mim mesmo.

Passei a ouvir mais minha Babá e meu Babalaô, que sempre me orientaram e me mostraram o caminho correto e depois de aos trancos e barrancos penar muito na lei de pemba, eu me vejo hoje muito mais umbandista e enraizado nas forças dos Sagrados Orixás.

Quem hoje me perguntar qual a minha religião, vai escutar com muito fervor, UMBANDA, pois foi Ela que uniu a minha família e mais do que nunca, sempre nos deu agô.

Aproveito a oportunidade para aqui agradecer aos meus pais carnais e meus Sacerdotes de Umbanda que estão engrandecendo e colocando a religião em seu devido lugar, que nada mais é que “O TOPO”.

Parabéns e não só eu, como muitos umbandistas, tiramos o chapéu para vocês.

Marcos Vinicius





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18/01/2019

É Preciso Estudar Umbanda

É Preciso Estudar Umbanda

A Umbanda tem fundamento: é preciso estudar

Muitos médiuns relutam muito quando o assunto é estudo, leitura, aprendizado, alguns simplesmente acham que é chegar ali, colocar uma roupa branca, incorporar um espírito e está tudo certo, e muitos ainda acham que estão fazendo muito, como se estivessem fazendo um verdadeiro favor ao espírito de estar ali cedendo sua matéria.

O que muitos médiuns se esquecem é que eles também precisam se espiritualizar, se evangelizar e reformar, eles precisam alcançar sua evolução e LUZ PRÓPRIA. Um médium mal instruído, ele simplesmente acaba sendo um possível veículo para espíritos tão ignorantes espiritualmente quanto eles próprios, fora que, por não saberem as minucias que envolve a espiritualidade, mediunidade e por não saberem detectar um espírito idôneo de um que não seja, médiuns assim se colocam apenas como um marionete do espiritual onde toda e qualquer manifestação espiritual é verdadeira e idônea, não existe crivo por exemplo, lembrem-se SINTONIA E AFINIDADE: Se um suposto espírito vier e falar: "oh você vai fazer esse trabalho com o nome de tal fulana um trabalho de feitiçaria", se esse espírito se identificar como sendo um guia e uma entidade famosos, vamos colocar assim, o médium e até mesmo o consulente cegamente o faz, sem analisar o teor da mensagem e o objetivo de tal propósito, então muitos médiuns acabam virando joguetes de espíritos mistificadores, nefastos devido a sua própria cegueira espiritual ou mesmo displicência. E não se enganem tem MUITOS por ai nesse patamar.

“O guia tem que saber tudo, eu não preciso saber nada”

Para mim essa é uma das frases mais ignorantes que eu pude ouvir na minha vida, e denota uma falta de conhecimento absurdo ao que envolve espiritualidade e mediunidade.

Da mesma forma que um cirurgião não pode ensinar uma criança a operar, assim é comparado um guia e mentor para com seu médium, ele irá trazer seus conhecimentos a seu médium na medida e de acordo com a evolução e dedicação do mesmo em estar buscando seu próprio conhecimento. Lembrando que o guia age no mental e no psiquismo do médium. Fora que um médium instruído irá facilitar em muito o trabalho e atuação de seus mentores.

Infelizmente muitos médiuns quando chegam numa casa religiosa de Umbanda onde o estudo é exigido, simplesmente descartam, acham cansativo e moroso, fatos assim se comprovam em dias de palestras que muitos poucos médiuns as vezes participam e pior os que costumam faltar são os mais necessitados das mesmas. Para estar modificando esse quadro, muitos terreiros de Umbanda estão colocando como normativa e regra doutrinaria a obrigatoriedade dos médiuns estarem sim, participando das palestras e estudos doutrinários. Não haveria necessidade disso caso os médiuns conseguissem entender da urgência e prioridade em se praticar os estudos, e do seu próprio papel no que condiz a seriedade e comprometimento.

Gostaria de frisar que o ESTUDO não é mais importante do que a EXPERIÊNCIA DE CHÃO DE TERREIRO, mas hoje em dia um não sobrevive mais sem o outro, cabe ao médium fazer das duas uma DUPLA IMPLACÁVEL, para um trabalho sério e consciente espiritualmente falando. Fora que o estudo ajuda a colocar as máscaras no chão, e verdades antes aceitáveis ou mesmo fantasiosas são desmascaradas devido a inverdades. Mas infelizmente talvez esteja ai o grande dilema, se descobrir-se, mediunicamente falando, e constatar que muita coisa ali que está ocorrendo pode estar equivocada ou, pior, estar muito errada, principalmente no que diz respeito a posturas, doutrinas, espíritos. Com certeza é preciso coragem e brio, força de caráter para admitir que possa se estar errando.

Mas tenham certeza é melhor descobrir tarde do que nunca.

Por outro lado, muitos médiuns se queixam que procuram conhecimento em suas casas, mas que além de não terem, todas as suas perguntas nunca são respondidas e a frase mais costumeira vinda de dirigentes é: “… ainda não é tempo para você saber tal coisa..” ou simplesmente ignoram e dizem “… não está na hora…”, claro que tudo tem seu tempo, sua hora, seu aprendizado, mas NUNCA um dirigente deve deixar seu médium sem uma resposta, pelo menos explicar do porque não pode saber. Mas sabemos que em algumas situações essas respostas na realidade é mais um escape de uma pergunta onde não se sabe uma resposta.

O que acontece muito é que temos por ai, muitos cegos guiando cegos, dirigentes que não sabem nem para eles próprios. Muitos que a frase dita lá em cima era usualmente ouvidas de suas bocas. “… não preciso saber nada, meu guia sabe tudo…”. Realmente um guia e mentor sabe tudo, e tem plena consciência e responsabilidade de não dar conhecimento para quem não sabe lidar com ele. Para se ter conhecimento se faz necessário merecimento e sabedoria. E infelizmente tem muito dirigente ensinando e instruindo médiuns de forma equivocada e errada, e esses médiuns cedo ou mais tarde sofrem as consequências.

Muitas vezes o médium sem ter para onde correr, acaba ele por sua própria conta procurando conhecimento fora, onde na realidade deveria obtê-lo dentro de sua própria casa, e mais triste é ver médiuns sendo expulsos porque o dirigente após descobrir os tira do terreiro, porque se sente com o ego ferido, mas não consegue enxergar que ele negligenciou aquele filho.

Vejo muitos médiuns dizendo eu não gosto de ler, não gosto de palestras eteceteras e tals – TENHO PREGUIÇA. Mas engraçado que muitos desses mesmos médiuns, não podem ver uma notícia escandalizando alguém ou uma outra casa, ou um ibope negativo, ou uma futilidade, o texto pode ser enorme, eles leem tudo, participam, compartilham, a impressão que se dá é que o que não presta tem mais valor, é mais interessante. O nome disso é maledicência. E eles estão sendo na realidade maus com quem mesmo? Pensemos.

Médiuns, quando frisamos em vários contextos que um médium deve ter comprometimento e seriedade no que condiz a espiritualidade e mediunidade não estamos jogando palavras no ar, é para seu próprio bem, uma mediunidade desequilibrada, sem instrução é veículo fácil para obsessão e para ataques de alto teor de gravidade.

Mediunidade é coisa séria, para gente séria, lembram-se dessa frase?

Alguns médiuns simplesmente se limitam, é como se achassem incapacitados para aprender, e isso não é verdade basta ter força de vontade, principalmente de gostar do que faz. Na realidade quanto mais amor mas se quer saber sobre.

Concordo plenamente, se for para um médium praticar uma mediunidade sem instrução, anti doutrinária, antes que obtenha uma mediunidade desenfreada e desequilibrada é melhor que se abstenha da pratica da mesma mais ostensivamente falando.

Muitos estão médiuns, mas muitos poucos são medianeiros sérios e conscientes.’

Cristina Alves





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17/01/2019

O que são Orixás?

O que são Orixás?

Para nós, trabalhadores das diversas fraternidades, que acreditamos e confiamos em regentes espirituais, temos a crença que Deus dividiu seus fatores ou energias em diversas formas, dotando seus filhos ou espíritos, humanizando-os com seus atributos e instruindo-os para serem polos magnéticos e condensadores para parâmetros humanos, atribuímos muitas vezes aos Orixás nossos modos de ser, viver, comportar, pensar, agir, e por fim acreditar.

O Orixá está na natureza, mas não é apenas a natureza. São fatores de energia e pontos de fixação para a evolução humana e principalmente aos trabalhadores da seara espírita umbandista ou Candomblecista. Enfim... É mais uma benção de Deus.

O Umbandista deve buscar o equilíbrio de todas estas forças através da prática da caridade, do amor e respeito à natureza e às coisas de Deus. A Umbanda nos ampara e propõe trazer o equilíbrio destas forças para as nossas vidas, desta forma seus filhos serão sempre polos atrativos e condensadores dessa energia.

Trabalhar na Umbanda ou ser seguidor de seus ensinamentos e parâmetros ensina e demonstra aos seres humanos que tudo está sempre em completa mutação nada é estático ou imóvel, a evolução é continua e chama a todos para que caminhem, ao lado e através de seus enviados de luz, que sempre nos trazem palavras de consolo, amparo, força, esclarecimento, caridade e amor, e assim fazer ultrapassar as paredes físicas do terreiro de Umbanda a sua mensagem.

Sendo a Caridade o objetivo principal do médium Umbandista.

A Umbanda não se propõe a ser solução milagrosa para todos os problemas de ordem materiais criados por nós, mas propõe que, através da harmonização com as forças da natureza, encontremos amparo e alívio para os nossos problemas.

Essas forças da natureza estariam dentro de nós, nascemos já preparados para a nossa batalha ou desafios como muitos comentam, somos amparados por nossos senhores, ou seja, nossos Orixás que significa:

Ori....Coroa....Cabeça;
Xá....Senhor .....luz...

Poderíamos dizer que Orixá significa:

Senhor da Cabeça ou;
Senhor da Luz

Cada Orixá tem função específica e até as que são antagônicas se harmonizam frente as nossas necessidades, por Graça do Criador.

Todas as energias emanadas pelos Orixás estando em equilíbrio nos tornam pessoas melhores e facilitam a nossa passagem na Terra, por isso falei em benção de Deus, e também em manifestações básicas e harmônicas dos Orixás apesar de algumas manifestações serem antagônicas, mas no fundo complementares. Tudo isso justifica e explica, enfim, o porquê é fundamental o estarmos equilibrados aos sete planos divinos com seus respectivos Orixás, explica o porquê de não nos dedicarmos a um ou dois Orixás específicos apenas.

Dentro da Umbanda trazemos todos os Orixás para fazer parte de nossa vida, ou seja, a Fé, Lei, Justiça, Conhecimento, Evolução, Amor, Cura e por fim a Proteção, todas essas forças devem fazer parte da caminhada do médium Umbandista, todos temos a necessidade do amparo divino para conseguirmos a realização de nossos planos reencarnatórios.

Sendo Orixá a tradução mais evoluída do nosso sistema manifestado através das forças da natureza, não poderíamos, nós, termos a mais pura essência desses complexos etéreos. E sim a centelha desfocada que se reflete, manifesta e influencia o médium. Que vem traduzida e decodificada em uma linguagem compreensível para nós.

A formação do arquétipo de cada um depende do grau evolutivo do médium, e contribuições dadas a sua formação, tais como, nível de consciência de vida de acordo com sua visão espiritual; qualidade da aprendizagem feita de encarnação para encarnação; historicidade cultural nesta encarnação; formação familiar e serviços prestados à comunidade em forma de caridade.

Quanto mais o médium trabalha em função da sua melhoria como ser humano, maior e melhor é a qualidade da influência vinda das Egrégoras do astral, pertencentes aos regentes da coroa mediúnica, ou seja, menos impurezas ele absorverá, já que seus sentimentos se tornarão forte filtro.

A jornada de um trabalhador de luz terá algumas facilitadoras, porém não será nada fácil atingir o objetivo final, ele dependera e muito do comportamento dentro e fora do terreiro, porque a todo o momento seremos lembrados que para alcançarmos a luz e podermos fazer parte dela, temos que deixar para trás a força das trevas e negatividades dos planos inferiores que tão bem conhecemos.

Somos importantes para Deus e os Orixás, mas também somos importantes para as trevas ou escuridão, devido ao magnetismo humano. Somente nós, seres humanos, temos a energia capaz de abrir alguns campos espirituais que se chama ectoplasma, através dessa energia invisível aos olhares dos homens, muitas formas e pensamentos são alimentadas ou mesmo curadas nos planos espirituais, por isto devemos sempre estar vigilantes sobre a nossa capacidade e dedicação ao bem.

Somos importantes de verdade, Deus nos quer ao seu lado sempre, nos envia seus guerreiros e guerreiras para que possamos vencer a nossa batalha particular, o resultado desta guerra dependerá única e exclusivamente dos nossos desejos e querer.

Roberley Meirelles





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Quem foi meu Guia?

Quem foi meu Guia?

Durante nosso desenvolvimento mediúnico tudo é novidade, e cada avanço é comemorado como uma etapa superada pelo médium. Dentre estes avanços, um dos mais esperados, com certeza, é quando seus Guias começam a revelar seus nomes simbólicos.

No início, as primeiras reações são de dúvida. “Será que é mesmo esse o nome do meu guia ou estou mistificando?” É uma pergunta comum no início da nossa jornada, porém, superadas estas dúvidas, o médium logo corre atrás de todas as informações possíveis sobre o nome recebido, e com a internet não é muito difícil encontrar todo o tipo de informação sobre qualquer falange do astral, o que não necessariamente é algo positivo.

Depois de procurar por imagens relacionadas a essa entidade, inevitavelmente o médium busca por uma história sobre seu guia, quem foi ele em sua última encarnação ou porquê ele veio a assumir esse nome, e é neste ponto que muitos atrapalhos podem acontecer, inclusive vindo a prejudicar o desenvolvimento deste médium.

Se você pesquisar pelo nome de uma entidade no google, certamente encontrará diversas histórias diferentes sobre a mesma. Algumas delas remetem a história contata por algum trabalhador em específico desta falange e outras são apenas estórias bonitas criadas pela mente de algum encarnado para ilustrar os trabalhos dos falangeiros. Em todos os casos, nunca teremos certeza se elas realmente aconteceram e, com certeza, nenhuma diz respeito ao guia que lhe acompanha.

O que infelizmente acontece em alguns casos é que, após lerem tais histórias, alguns médiuns acabam adotando-as como verdade e direcionando a postura da sua incorporação de acordo com as características descritas nelas, e é aí que vemos uma série de absurdos relativos ao comportamento da entidade quando incorporada, vestimentas, acessórios e etc., sem contar os casos onde, por ler que a entidade X foi o espírito famoso Y, o médium acaba levado pelo seu ego por incorporar uma celebridade histórica.

Por esse e outros motivos é que os nomes simbólicos adotados pelas entidades de umbanda, além de identificar seu campo de atuação, servem também para ocultar a identidade do espírito que ali atua, pois seu intuito agora é prestar a caridade independente de quem ele tenha sido em uma outra vida.

O que pesa aqui é a interação direta do médium com a sua entidade, que possibilita ao mesmo conhecer aos poucos este espírito que trabalha ao seu lado, suas características e a história dele em particular. Conforme o avanço do seu desenvolvimento, seu guia mesmo lhe contará ou mostrará alguma de suas encarnações que ele considera mais significantes dentro do seu processo evolutivo, a qual ele adotou como referência para o seu estado atual ou, em alguns casos, uma das encarnações em que vocês dois possam ter estado juntos, ou mesmo contar apenas uma história que ele julgue que a moral servirá para o aprendizado no momento atual do médium ou de quem a ouvi-la.

Utilize as ferramentas e o conhecimento disponíveis a seu favor e não para seu desequilíbrio, e acima de tudo, confie nos seus guias e busque diretamente com eles as informações a seu respeito. Troque a mistificação e a necessidade de se enquadrar a um arquétipo pela confiança e fé nos trabalhos dos seus guias. Não é porque o Caboclo de outro médium que tem o mesmo nome que o seu se comporta do jeito X ou atua na linha Y que o seu tem que se comportar igual.

Há muito mais mistérios na atuação dos guias e linhas de trabalho do que acreditamos saber ou ter codificado. Na Umbanda não cabem os padrões e as pasteurizações, sejam nas doutrinas, incorporações ou atuações de cada falange. Liberte-se da necessidade de enquadramento e entregue seu mental ao astral.

Peterson Danda





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16/01/2019

Assistência no Terreiro de Umbanda

Assistência no Terreiro de Umbanda

Quando vamos a um terreiro de umbanda procurar por ajuda espiritual, ou quando somos indicados, encaminhados, ou por curiosidade e até mesmo para visitar, em geral ficamos impressionados e curiosos com o andamento das atividades que serão ou estão sendo desenvolvidas. A umbanda traz uma impressão e imagem lúdica que nos envolve, que é atrativa, que vai desde o som do atabaque, que nos recorda algo muito familiar como as batidas do nosso próprio coração e o pulsar de nossa vida: ora corrida, ora estressada ou calma nos causando identificação imediata. Cercada de cores, velas, defumador até o brado de um Caboclo e o estalar de dedos de um Preto velho ou o balançar de seu rosário, que nos lembra de nossa casa, lugar de aconchego, onde podemos ter o mesmo rosário na cabeceira de nossa cama. Todo este ambiente visivelmente atrativo ou pitoresco pela grande quantidade de informação e representação que possui esconde-e-revela o místico, o que está para acontecer, o segredo da busca e descobre o véu da razão e/ou do sofrimento, oferecendo consolo, edificação (afirmação e confirmação dos objetivos) e ainda exortação, que se expressam pelas linhas de trabalho do dia e a qual o indivíduo que procurou foi atraído ou se afinizou. Como dizia um grande homem de DEUS: “… assim como a alma busca a DEUS, muito mais DEUS procura a alma para a esta se revelar.

Interessante é notar que os instantes antes da consulta ou do passe envolvem uma mistura de tensão, angústia, confiança e esperança, que se separam e voltam a se misturar, com perguntas que trazem respostas como: o que está encoberto se revelará? A trégua da luta chegará ao fim? Ganharei mais fôlego e força para ir em frente? Ou a tão sonhada palavra “BASTA este tempo acabou” será pronunciada pela entidade que me atenderá? Esta gama de emoções, sentimentos, pensamentos e situações que se passam no coração e na mente se retratam na postura e comportamento de quem aguarda sua hora de atendimento.

Fundamental para a assistência nesta hora é que mantenha sua postura orante, evite conversar, evite uso de eletrônicos, ou de qualquer coisa que tire sua atenção, pois será um grande encontro, um encontro com o divino, e por isto é necessário ter foco, ser pedinte e insistente, como a mulher que ao muito insistir como disse o mestre Jesus em seu evangelho teve seu pedido atendido. Estaremos falando com os mensageiros de Deus, e por este motivo devemos trazer “tudo” para a consulta ou para a gira, trazer “tudo o que somos”, usar de sinceridade, verdade e expor nossas feridas sem medo, com a confiança de que a Deus tudo é possível!

Ao buscarmos esta sintonia com Deus durante a sessão, ou durante a espera para o atendimento, os guias que cuidam da casa e de seus trabalhos se aproximarão de nós e contribuirão na realização do propósito de Deus a nosso respeito, segundo a abertura de nossos corações. Nosso papel, enquanto assistência, é nos abrir à energia que flui através do trabalho espiritual que está sendo realizado naquele ambiente, pois este tem objetivos, de modo a estar em sintonia, colaborando para que esta mesma energia flua em nós e que a finalidade da ação espiritual seja cumprida. A cada trabalho espiritual desenvolvido nos terreiros, sessões, consultas, passes e outros, as sementes do reino de Deus são lançadas em nós ou regadas em nossos corações, de modo que quando começam a crescer seus frutos, podemos perceber o quanto nos tornamos diferentes, ou as pessoas que nos cercam sinalizam através de seus comentários que estamos melhores do que antes.

Por este motivo, a assistência contribui muito com a gira, pois no astral os mestres e guias sabem quem irão atender e a assistência deve estar ciente de que falará com guias espirituais, seres tão evoluídos ao ponto de atendê-los, inclusive nas entre linhas, há relatos e histórias de grandes mestres como Ramatis e Saint-Germain que se configuraram em outra roupagem, ou seja, plasmaram e mudaram suas formas de apresentação e ainda hoje atendem no banquinho dizendo que são pretos velhos, por exemplo. Por isto deve ocorrer uma atitude respeitosa da assistência com as entidades espirituais, respeito que vai desde a forma de se vestir para ir ao terreiro receber a consulta, se comportar durante a gira ou consulta, pois devemos usar diplomacia e o bom senso de saber o que nos cabe usar a cada hora e de acordo com o ambiente que frequentamos.

Outro ponto que cabe destacar é que alguns terreiros de umbanda usam de preleção ou de alguma pequena palestra de evangelização, que ocorre antes dos atendimentos, utilizando como base o evangelho ou leituras espirituais visando sensibilizar os participantes (encarnados e desencarnados), pois todos estamos em evolução, e todo instante é tempo de mudança e de nos voltarmos para DEUS.

O importante é que ocorra uma mudança interior em nossas vidas, ou uma decisão de procurar este caminho de mudança, pois qualquer jornada neste mundo, quando encarnados, necessita de ajustes e reparos, nunca estamos preparados o suficiente para afirmarmos que já somos iluminados.

Mais um aspecto que cabe considerar é que diante destes maravilhosos mestres que nos atendem, que trazem roupagens diferentes, estes mensageiros de DEUS agem de diferentes maneiras na hora da consulta. Não tenhamos medo de suas atitudes, pois nunca fugirão do respeito e caridade (amor em atos concretos) que podem se expressar por meio de toques, orações, preces, passes, receitas, sons, palavras e recomendações, uma vez que no concreto da vida nos abrem portais internos para que enxerguemos e acessemos as respostas que necessitamos e queremos. Na verdade, estas respostas estão dentro de nós, fruto da presença de DEUS em nós, que em nós habita e que NUNCA se esgota em nos cumular de seus bens e amor.

Não tenhamos medo de ouvir o que não nos agrada, pois de verdade, na essência já sabemos, mas em alguns momentos preferimos o caminho da auto-sabotagem, das ilusões, das paixões gustativas (sejam essas expressas nas mais variadas formas de prazer sensível), da lei do menor esforço, ou de sempre culpar o outro e ainda de viver fugindo de assumir posturas e posicionamentos na vida. Este “conflito” nos faz tocar nosso nada e visualizar nossa sombra e então depender de DEUS e dizer a Ele ilumina-me!

Vale ainda ressaltar concluindo esta reflexão sobre dois tópicos muito importantes: um a passagem bíblica que afirma “de graça recebestes, de graça dai” (Mateus, 10), ou seja, a beleza da gratuidade divina, pois temos livre acesso a Deus através do contato com seus mensageiros de luz, que ocorre de graça e “de grátis”. Nossos guias e mentores não nos cobram nada por seus serviços e orientações, apenas despertar, consciência, entendimento e responsabilidade de sabermos com quem estamos nos envolvendo, com o DIVINO, com eles que são mestres de luz.

Em segundo, a presença da assistência no terreiro e os frutos da realização de DEUS que estas pessoas apresentam em suas vidas, também podem funcionar como um termômetro do terreiro e da vida de fé do corpo mediúnico. Pois, irá expressar o amor sincero vivido pelo mesmo dentro e fora do terreiro, e deve ser mantido pelos membros da casa através da adoção de rituais, preces e orações, cultivando a presença do divino, além do momento da gira; pela disponibilidade e atenção dispensada às pessoas que se afinizam pela casa de caridade, nos dias de trabalho espiritual; pela fidelidade vivida pelo corpo mediúnico aos preceitos e direção espiritual, que são fornecidas pelo terreiro; pelo esforço do desapego na orientação dos indivíduos, que procuram auxilio espiritual no terreiro, pois não somos “donos da verdade” e “ninguém nos pertence”; e ainda, pelo estudo constante e a busca de DEUS, fonte de todo bem!

Dennis de Carvalho


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A Assistência no Terreiro






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Os Guias nos Veem como Somos

Os Guias nos Veem como Somos

Sabe aquela pessoa que dá a impressão de fazer tudo errado?

Ela é folgada, preguiçosa, fala mal de todo mundo, falta no trabalho à toa, só vê o lado ruim das coisas, enfim, aquele irmão que a maioria faz questão de se afastar.

Bom, um belo dia você chega no terreiro, recebe seu guia, sente aquela energia maravilhosa e, quando menos espera, seu primeiro consulente é aquele irmão de quem você prefere ficar afastado.

Se você for inconsciente não há problema algum, afinal você não vai se lembrar, agora se for consciente, ou semi-consciente, vai sentir aquele “ai senhor, justo comigo?!”.

Sim meus queridos, apesar de estarmos ali, na força do guia, totalmente voltados pra caridade, nos policiando para sermos melhores, ainda somos humanos e, muitas vezes, julgamos sem perceber.

Bom, daí o filho chega e o guia dá aquele abraço apertado e gostoso nele. Nisso você sente que o filho está cheirando a bebida e lá vai você julgando de novo.

O passe corre tranquilo. O guia, na sua infinita sabedoria, ama aquele filho. Não importa se ele já roubou, se trata mal todo mundo ou se chuta o cachorro.

Aquele filho, que pra você é o exemplo do que não fazer e, ao invés de tentar aprender com os erros do seu irmão, você simplesmente se afasta dele, é o filho mais lindo pro seu guia.

Sabe por quê? Porque enquanto ele estiver ali, na frente do guia, procurando ajuda, é porque lá no fundo existe amor. Um amor escondido, que leva esse filho até o seu guia a pedir ajuda sem nem ele mesmo saber o que está fazendo ali.

Os guias não enxergam aquilo que somos por fora, eles enxergam aquilo que está dentro de nós. E apesar de muitas vezes acharmos que esse ou aquele irmão já se perdeu, os guias nunca desistem da gente. Porque eles são a face de Deus mais próxima de nós. E Deus nunca abandona.

Então, da próxima vez que você achar que pode julgar alguém que pede ajuda, lembre-se de que cada um está num estágio de evolução. Cada um de nós, inclusive você, precisa aprender a evoluir a cada dia. E Deus nos concede essa evolução, esse aprendizado, através de caminhos que nos parecem tortos porque não são os caminhos convencionais, mas sim caminhos de extrema provação e dificuldade.

E vocês podem ter absoluta certeza que o Guia do filho que você julgou está sempre com ele. Mesmo quando o guia não pode mover uma palha em prol do filho, porque a caridade só pode ser feita quando a pessoa se deixa ser ajudada, o Guia está ali, pra chorar conosco, do nosso lado, dando seu ombro amigo, seu abraço de luz pra nos consolar.

E de repente, quando menos esperamos, a vida começa a ficar colorida, as coisas começam a dar certo, as provações começam a ser mais brandas. Aquele irmão “torto” começa a ter benefícios na vida, apesar de toda a grosseria, de todos os erros. E você pode pensar “puxa, eu aqui, fazendo a caridade e ele, que só trata todo mundo mal, consegue um emprego melhor, mais dinheiro, mais tranquilidade”. É meus amigos, aquele irmão tão “torto”, através do amor do guia que você incorpora, vai se deixando levar, sem perceber, para a luz. E a melhoria na vida dele é só um estímulo pra que ele consiga cumprir suas provações até o fim e não desista de tentar se melhorar.

Os guias, apesar de todas as máscaras que usamos no dia a dia, nos enxergam como somos. Não adianta se disfarçar de bonzinho, caridoso, gentil, se lá no fundo você for diferente. Assim como não adianta usar máscaras de “malvados” pra ocultar o amor que existe em nossos corações, e que os guias, na sua infinita sabedoria, sabem procurar e achar lá no fundo.

Ana Lídia



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15/01/2019

Simplesmente Afaste-se

Simplesmente Afaste-se

Para nós médiuns, um dos testes mais difíceis no dia a dia diz respeito a situações em que de repente nos vemos atuando no drama pessoal de certas pessoas (de baixa energia), um papel ao qual não nos candidatamos. Se elas costumam se queixar cronicamente, nós nos tornamos seus simpatizantes (mesmo que por educação) ou seus conselheiros, o que é pior. Há os casos em que nos atacam, com raiva, discordando das orientações recebidas, especialmente quando indicamos que estão se colocando como vítimas e que a lamúria não leva a lugar algum. Seja qual for o jogo, estamos desperdiçando um tempo e energia valiosos com a frustração e ou raiva do outro.

Ajudar o próximo não é sofrer junto.

Com a experiência dos anos, aprendemos uma solução simples para as pessoas sobre as quais a razão parece não exercer nenhum efeito. Afastar-se delas – não com raiva ou medo, e sim com neutralidade.

Se você se sentir receoso ou culpado por se afastar, lembre-se de que ao recusar-se, sem julgamentos, a permitir que essas pessoas drenem sua energia ou o arrastem em direção ao buraco negro da vida delas, você não estará sendo covarde, esquivo ou insensível, e sim corajoso, sábio e piedoso.

Se alguém estiver lhe causando uma frustração desnecessária, não tente lutar ou raciocinar. Simplesmente afaste-se do campo de força negativo dessa pessoa. Caso você seja obrigado a permanecer no mesmo aposento que ela em casa ou no trabalho, mesmo assim você pode erguer um escudo mental de proteção.

Sorria e não diga absolutamente nada ou declare, com calma e firmeza: "Não creio que possa falar com você neste momento." Retome então tranquilamente suas atividades. A pessoa poderá não gostar da mensagem, mas sem dúvida a receberá.

Não devemos ter medo de desagradar e nem tampouco precisamos ser simpáticos a todos que nos chegam. Não permita ser influenciado ou intimidado pela negatividade. Sempre podemos nos afastar.

Especialmente aos médiuns, procurem ter mecanismos de defesa e não fiquem "disponíveis" para as vítimas do mundo, nem tentem ajeitar a vida de todos. Defendam-se não se expondo. Mantenham-se energeticamente "blindados" e disponíveis para o trabalho mediúnico, que tem dia e horário certo para os sofredores do corpo e da alma.

MUITO IMPORTANTE: NÃO OFEREÇAM AJUDA ESPIRITUAL A NINGUÉM, DEIXEM QUE PEÇAM. ESTE É UM MECANISMO SIMPLES DE PROTEÇÃO. QUANDO VOCÊ OFERECE, ESTÁ SE EXPONDO, POIS O OUTRO PODE ESTAR ACEITANDO SÓ POR EDUCAÇÃO.

Pedro de Ogum







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