Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

15/01/2019

Incorporação Fora do Terreiro

Incorporação Fora do Terreiro

Fico triste quando observo os dramas vívidos por pessoas de boa fé, mas de pouco ou quase nenhum conhecimento sobre os mecanismos da mediunidade, por falta de leitura ou pesquisa edificante, e que se arvoram nas práticas da fenomenologia do transe quase sempre induzidos a realizarem incorporações particulares, fora do ambiente do terreiro, por um familiar ou "amigo" desavisado, sob o pretexto da "caridade", caridade esta que normalmente visa questões ingênuas, curiosidades frívolas ou questões sem nenhuma urgência.

A prática isolada do transe, fora do ambiente preparado espiritualmente e com direção espiritual para tanto, expõe o médium e o consulente às possibilidades malévolas de espíritos mentirosos, enganadores e até mesmo obsessores astrais.

O fato é lastimável porque além de contaminar a aura do medianeiro e o ambiente doméstico onde é praticado, pode causar constrangimentos de grande monta, visto que raramente o transe se dá de maneira completa podendo deixar o médium a mercê de suas próprias opiniões.

O mais dramático é que, normalmente, o médium é induzido a tanto tocado na vaidade com insistências do tipo: "seu guia é lindo e poderoso", ou ainda, "você já nasceu pronto e não precisa dar satisfações a ninguém para fazer a caridade".

Enfim, estas questões são cada dia mais corriqueiras e trazem consequências que na maioria das vezes são de difíceis soluções, atingindo quase sempre o sistema neurológico e psíquico do praticante.

Em questão de espiritualidade é preciso disciplina, orientação e responsabilidade pessoal, além da necessidade de "testar os espíritos para ver se são de Deus", pois as aparências enganam e trazem efeitos terríveis.

Em outras palavras, médium coerente e com conhecimento de causa NÃO faz incorporação particular a domicílio, mas sim indica o necessitado para uma sessão no ambiente correto que é a casa de religião.

Pai Mozart de Iemanjá





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Como Reconhecer um Verdadeiro Mestre Espiritual

Como Reconhecer um Verdadeiro Mestre Espiritual

Para alguns discípulos, encontrar o seu Mestre é encontrar uma mãe que aceita trazê-lo nove meses no ventre para fazê-lo nascer no mundo espiritual. E, depois de nascer, isto é, desperto, os seus olhos descobrem a beleza da Criação, os seus ouvidos ouvem a palavra divina, a sua boca saboreia alimentos celestes, os seus pés levam-no aos diferentes lugares do espaço para fazer o bem e as suas mãos aprendem a criar no mundo sutil da alma.

Muito poucas pessoas sabem o que é realmente um Mestre. Algumas leram livros que contam histórias inverossímeis: que um Mestre é perfeito, onisciente, onipotente.... que ele não tem necessidade de comer, nem de beber, nem de dormir... que ele está ao abrigo de todas as tentações e, sobretudo, que passa o seu tempo a fazer milagres, como no livro de Spalding: "A Vida dos Mestres".

Quantas pessoas não ficaram exultantes com este livro sem suspeitarem de que contém imensas histórias sem fundamento. É verdade que os grandes Mestres têm poderes excepcionais, mas não os utilizam para fazer prodígios diante de gente embasbacada. Aparecer e desaparecer, caminhar sobre as águas, voar no espaço, materializar festins, atravessar as chamas de um incêndio, fazer aparecer casas... mesmo que seja capaz de fazê-lo, um verdadeiro Mestre não o fará, pois assistir a tais espetáculos não ajuda os humanos a transformarem-se...

Um Mestre - é necessário que você o saiba - é feito como todos os outros homens: tem os mesmos órgãos, que o fazem sentir as mesmas necessidades e os mesmos desejos. E se lhe cortar um pedaço de carne, verá que seu sangue correrá e que a sua cor é vermelha como o de toda a gente! A diferença está em que a consciência de um Mestre é muito mais vasta do que a da maioria dos homens: ele tem um ideal, pontos de vista superiores e, sobretudo, conseguiu um perfeito domínio sobre si próprio. Evidentemente, para tal é necessário imenso tempo e um trabalho gigantesco, e por isso ninguém pode tornar-se Mestre numa só encarnação.

Se você encontrar um Mestre, tenha consciência de que todas as qualidades e virtudes que ele manifesta não foram adquiridas apenas nesta vida. Não, ele teve que trabalhar durante séculos, milênios até, e, como as qualidades que adquirimos pelo nosso próprio trabalho não desaparecem no momento em que temos de deixar a terra, quando regressa ele traz de novo essas qualidades. Assim, de encarnação em encarnação, ele vai adquirindo sempre novos elementos espirituais até ao dia em que torna-se um verdadeiro condutor da luz e das virtudes divinas.

Infelizmente, há também seres que se preparam durante séculos para se tornarem condutores do mal; são os mestres da magia negra. O ser humano é livre de escolher o bem e o mal. É claro que, quando escolhe o mal, mesmo que a Inteligência Cósmica o deixe continuar durante um certo tempo, ele acabará sempre por ser aniquilado, dado que, pelo seu comportamento, se opõe à ordem universal. Mas, à partida, o ser humano tem a hipótese de escolher. Enquanto vivo, é livre de se determinar num sentido ou no outro.

Alguns seres, muito raros, apesar desta liberdade que lhes é concedida, permanecem definitivamente determinados. Os grandes Iniciados, por exemplo, determinaram-se para a luz e para o amor. Alguns, é certo, caíram, mas a maioria deles permaneceram espíritos de luz. E, aliás, quanto mais tempo passa, menor é a possibilidade de mudarem de direção, pois, graças ao seu trabalho espiritual, eles foram conseguindo transformar, divinizar, a matéria do seu corpo e esta tornou-se como que um metal inoxidável, ouro puro.

Contudo, enquanto um ser não chega a este estado de evolução, é sempre possível ele mudar de direção, e existem casos na História em que magos brancos tornaram-se magos negros.

Pergunte como é possível alguém tornar-se um mago negro... Na realidade, é muito fácil, mesmo para você: basta dar vazão à sua natureza inferior. Se transgredir continuamente as leis da bondade, da justiça e do amor, tentando obter êxito à custa dos outros, tentando derrotá-los, destruí-los, só poderá tornar-se um mago negro. É simples, é claro. Muitos imaginam que, para alguém se tornar um mago negro, é necessário que um mestre diabólico lhe ensine a arte dos encantamentos e dos esconjuros maléficos. Isso pode acontecer, mas, para alguém colocar-se ao serviço do mal, não é absolutamente necessário ter um mestre; sem instrutor, sem receita, sem nada, qualquer um pode tornar-se um mago negro se deixar-se guiar demasiado pela sua natureza inferior. E o mesmo se passa com um homem que só pense em ajudar e em esclarecer os outros: mesmo que não tenha um Mestre para o instruir, estará a caminho de tornar-se um mago branco.

Na realidade, cada ser humano tem um Mestre, e se não for um Mestre visível, será um Mestre invisível. Os criminosos têm, no mundo invisível, um mestre que não cessa de aconselhá-los a prejudicar os outros. E mesmo que eles digam:

"Nós, um mestre? Nunca!", devem ficar a saber, estes cegos, que têm um mestre cujos conselhos perniciosos seguem dia e noite.

É evidente que, quando eu lhe falo de Mestres, refiro-me sempre aos verdadeiros grandes Mestres espirituais, aos magos brancos. Sei bem que se dá este título de Mestre a muitos artesãos para se mostrar que são excelentes na sua profissão e também aos notários, aos magistrados, aos artistas, etc... É uma maneira de ver as coisas e eu não lhes recuso este título. Mas, você deve saber que um verdadeiro Mestre, no sentido espiritual do termo, é um ser que, em primeiro lugar, conhece as verdades essenciais; não aquilo que os homens escreveram, criaram ou contaram, mas o essencial segundo a Ciência Cósmica.

Em segundo lugar, um Mestre deve ter tido a vontade de dominar, dirigir e controlar tudo em si, e realizado essa vontade. Por último, esta ciência e este domínio que ele adquiriu devem servir apenas para manifestar todas as qualidades e virtudes do amor desinteressado.

É pelo seu desinteresse que reconhecerá um verdadeiro Mestre. Cada Mestre vem à terra para nela manifestar uma qualidade particular: há, portanto, Mestres da sabedoria, Mestres do amor, ou da força, ou da pureza... Mas todos os verdadeiros grandes Mestres têm, obrigatoriamente, uma qualidade em comum: o desinteresse.

Há tantos impostores e charlatães dispostos a aproveitarem-se da ingenuidade dos humanos!

Limitaram-se a ler livrecos de ciências ocultas, muitas vezes escritos por ignorantes, e pronto! Passam a apresentar-se em todo o lado como grandes Mestres. Não trazem consigo qualquer sinal de que o Céu os reconheceu como tal; foram eles próprios que se declararam Mestres e acreditam que isso chega.

E os outros, em vez de estudarem um pouco um ser destes para ver como ele se comporta, seguem-no de olhos fechados. Ele irá enganá-los, despojá-los, subjugá-los, mas eles não se darão conta. Bom, é magnífico, eis pelo menos um ser inteligente! Os outros é que são estúpidos. Porque não procuraram saber de onde é que ele vem, como vive, quem foi seu Mestre, quem o enviou?... Ah, não, não, é inútil colocar essa questão; desde que ele lhes prometa iniciá-los em três dias - a troco de alguns milhares de dólares, é claro - acreditam nele.

Têm pressa, compreende? A iniciação não deve durar mais do que três dias. O mundo está cheio de gente desta, de burlões, de vigaristas, que se aproveitam da ingenuidade e da estupidez dos outros. Mas eles, pelo menos, são inteligentes!

Não nego que essas pessoas possam ter alguns poderes - qualquer um, desde que se exercite, pode obter certos poderes -, mas a questão está em saber como os empregam e em que sentido. É a esse respeito que o Céu se pronuncia. O Céu não se preocupa com os meios que possui, mas com o uso que deles faça. O que conta para o Céu não é sua ciência, nem sua clarividência, nem seus poderes, mas seu desinteresse. Você pode ter a ciência, a clarividência e os poderes, mas enquanto não for desinteressado, mesmo que os humanos o reconheçam como Mestre, o Céu não o reconhecerá.

A desgraça dos humanos é a sua falta de discernimento: ao encontrarem um verdadeiro Mestre, desinteressado, desconfiarão, mas seguirão o primeiro indivíduo que apareça e lhes lance poeira para os olhos, apresentando-se como Mestre. Na realidade, um verdadeiro Mestre, nunca lhe dirá que é um Mestre, nunca; ele deixará senti-lo e compreendê-lo, não tem pressa de ser reconhecido. Um falso Mestre, pelo contrário, a partir do momento em que decretou que é um Mestre, tem somente uma ideia: impôr-se aos outros.

Acabei de receber uma carta de um homem que acreditou ser capaz de tornar-se um guia espiritual: escreveu-me para contar as suas dificuldades e as suas angústias. Evidentemente, era de esperar. Por que motivo se pôs ele a enganar as pessoas com a pretensão de guiá-las, enquanto ele próprio não estava em condições de fazê-lo? Mas os humanos são assim, julgam-se capazes de guiar os outros antes de terem adquirido as virtudes necessárias: a sabedoria, o amor, a pureza, a força, o desinteresse. Não! Enquanto não se tiver recebido ordem de um ser superior para assumir a esmagadora tarefa de guiar os humanos, é muito perigoso, para quem quer que seja, querer desempenhar este papel.

Eu gostaria muito de ajudar este homem, porque vejo que ele é muito infeliz e nem sabe porquê. Imaginou que bastava ler alguns livros de ciências ocultas e pôs-se a evocar as forças poderosas do mundo invisível para as utilizar, sem ter aprendido previamente a entrar em harmonia com elas. Pois bem, quando assim é, essas forças vingam-se e dizem:

"Porque procura servir-se de nós para satisfazer os seus caprichos? Nós não queremos submeter-nos a você. É fraco e ignorante e merece uma boa lição."

Quantos pretensos ocultistas não têm sequer um verdadeiro conhecimento das leis do mundo espiritual! Pode crer: eles leram alguns livros e, sem se prepararem, querem fazer figuras aos olhos de alguns discípulos, realizando prodígios perante eles. Pois bem, não é assim que se deve fazer.

Para se assumir o papel de guia espiritual, é necessário ter-se recebido um diploma, pois no mundo espiritual também se recebem diplomas. Os diplomas que existem no plano físico têm a sua correspondência no plano espiritual, à imagem do qual o plano físico foi criado. Os espíritos luminosos que nos enviaram à terra observam-nos, medem-nos e, se vêem que fizemos esforços, que conseguimos dominar-nos e corrigir alguns dos nossos defeitos, dão-nos o diploma. E onde está esse diploma? Não será um papel, que pode ser apagado ou destruído. É como um selo que se imprime no nosso rosto e em todo o nosso corpo, para mostrar que obtivemos vitórias sobre nós próprios. Talvez os humanos não vejam isso, mas todos os espíritos da natureza, todos os espíritos luminosos, o vêem, mesmo de longe, e então obedecem-nos e ajudam-nos.

Sim, para se ter o direito de executar certas tarefas no plano espiritual, é necessário obter também a aprovação de certos seres, e não pense que é fácil.

Muitas pessoas acham que os estudos necessários para se obter o diploma de educador ou de professor são muito demorados e difíceis. Mas isso não é nada, nada mesmo, comparado com as condições que têm que ser preenchidas por aqueles que querem ensinar aos discípulos as verdades da ciência iniciática.

Eu fico sempre espantado ao ver a ignorância e a ingenuidade das pessoas perante esta questão: todas, ou quase todas, crêem que estão à altura de poder usar o título de Mestre, imaginam que ele caiu assim do céu, já perfeito, sem Ter realizado o mínimo esforço.

Pois bem, você não encontrará criatura alguma que tenha vindo perfeita à terra. Quer a mostrem, quer a escondam, todos têm a fraqueza, ou mesmo várias.

Até os grandes Iniciados têm pelo menos uma fraqueza; por vezes é o medo, outras vezes o orgulho, ou a avareza, ou até a sensualidade. Mas a superioridade de um Iniciado advém-lhe, em primeiro lugar, de ele estar consciente dessa fraqueza e, em segundo lugar, do fato de empregar todos os meios para triunfar sobre ela.

Qualquer ser, independentemente da elevação do seu espírito, ao encarnar na terra, recebe dos pais como herança uma matéria mais ou menos defeituosa que deverá transformar, o que conseguirá graças às suas qualidades e virtudes.

E, quando o consegue, alcança uma elevação ainda maior, porque foi capaz de transformar uma matéria bruta em uma matéria elaborada de que poderá servir-se para o seu trabalho. É, pois, nos Iniciados que se descobre verdadeiramente a força do espírito, pois eles conseguem dominar tudo, ao passo que a maioria dos humanos arrasta consigo, durante toda a vida, defeitos que não consegue vencer.

No entanto, também é necessário que se saiba que um Iniciado vem à terra trazendo com ele as qualidades sobre as quais trabalhou nas encarnações precedentes. Graças a essas qualidades, ele afasta-se instintivamente do mau caminho e direciona-se, pelo contrário, para atividades construtivas, luminosas. Mesmo que não se lembre de nada, ele é impelido, sem se aperceber, a caminhar na mesma direção que seguiu no passado. Pela minha parte, durante muito tempo não tive qualquer lembrança das minhas encarnações, mas nasci nesta vida com marcas, registros, que me impeliram em uma determinada direção.

Omraam Mikhael Aivanhov

Extraído do livro "O que é um Mestre Espiritual?", Ed. Prosvecta





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13/01/2019

O Trabalho do Guia Através do Médium Consciente


O Trabalho do Guia Através do Médium Consciente

Chegou a hora do seu guia trabalhar com o passe, responder às perguntas daqueles filhos que se prostram à sua frente, e aí meus amigos, como agir?

Muitos nem esperam esse momento chegar, o dirigente julga o momento e muitas vezes pega o filho desprevenido e aí meus amigos: COMEÇA A PELEJA!

Não adianta que não ouvirão vozes dos seus mentores, não chegará a dita voz soprando em seu ouvido o que deve falar ao assistente que está em sua frente, não meus amados, vão surgindo ideias e situações misturando-se a com a mensagem do mentor e a sua cabeça, aí está um grande desafio, aprender a diferenciar o que é da sua cabeça e o que é da entidade, esse é um processo extremamente pessoal, tem médiuns que demoram dois, três meses, outros levam anos, outros ainda mesmo depois de dez anos de Umbanda, ainda se confundem, é extremamente complicado determinar um prazo correto para o processo. Serei bem sincero a vocês, é uma fase extremamente fatigante, onerosa, muitos abandonam a Umbanda nessa fase por não quererem discernir esse louco processo que todos passamos por isso. A incerteza toma conta de cada segundo da sua incorporação, é terrível! 

No começo é complicado mesmo, é bem complicado identificar quando é um aviso do seu mentor e quando é imaginação de sua própria mente, mas insistam, vocês chegam lá.

No começo da incorporação você terá solavancos, o guia deve se acoplar ao seu processo vibratório, e como ele está em um patamar diferente do nosso, ocorre essa acoplagem abrupta causando um solavanco no corpo, uma coisa que eu odiava ouvir no meu processo de desenvolvimento mediúnico é: “ – Vem devagar, sem machucar o cavalo, pega o cavalo direito.

Isso é uma falácia, o processo é extremamente o inverso, é oneroso ao mentor espiritual a acoplagem, e assim como a metamorfose da lagarta para a borboleta é um processo custoso, também é custoso a equivalência vibratória aceitável para o processo de psicofonia (ou incorporação, como queiram).

O Guia não tem e nem terá a intenção de te machucar, o solavanco não é porque ele vem te machucar e sim você que precisa se adequar a um patamar aceitável para o encaixe vibratório das duas vibrações.

Mas voltando ao processo da incorporação consciente, apenas com o tempo vai ocorrendo essa acoplagem e as energias vão se afinizando, portanto meus irmãos, é extremamente natural o sentimento de constrangimento, de vulnerabilidade, o demasiado receio de estar fingindo e a preocupação constante com o comentário dos outros irmãos da corrente.

Muitos médiuns iniciantes também sentem-se confortáveis com a incorporação apenas quando é evocado pelo guia do dirigente ou qualquer outro responsável, ou seja, quando o mentor esfumaça com o fumo, como o passe fluídico ou até mesmo com outros métodos de facilitação da incorporação, mas chega um momento que temos que parar de engatinhar e andarmos com as próprias pernas.

Não se esqueçam do animismo, isso é extremamente normal também durante o desenvolvimento, sim, é natural “copiarmos” o que as entidades dos mais velhos fazem, porque é nossa zona de conforto, por isso, nessa fase, somos totalmente presos a paradigmas e outros processos imitadores, seja uma saudação, um grito de guerra, uma chegada ou até mesmo algum trejeito de incorporação. Depois que vão adquirindo a confiança, vai mudando, muitas vezes o guia te pega de um jeito mais ameno mesmo, hoje o caboclo que eu trabalho dá um salto, antes ele mal pulava.

Sim, os bebês não imitam seus pais? Estamos nascendo para a mediunidade, então vamos copiar o que está ao nosso redor até criarmos nossa própria personalidade e desprendimento no assunto, não?

O outro processo complicado é deixar que o influxo espiritual do mentor tome conta, eu tento deixar a mente extremamente livre, quando vou vacilar no pensamento, penso na lua ou no sol, penso no mar, que são pontos estratégicos de força espiritual.

Quando você se torna um médium mais intuitivo, tanto faz você ou o guia falando, pois o acontecimento ou o fato é certo, vai muito do treinamento e dedicação do médium nesse processo.

Também é muito comum o guia perguntar algumas coisas no começo para o assistente, e depois de algumas perguntas, o médium toma confiança e deixa o guia engrenar ajudando, aconselhando e fazendo pequenas previsões. Mesmo porque é extremamente complicado para o mentor passar informações para o médium inseguro, lembrem-se sempre, somos extremamente ativos no processo da psicofonia (ou incorporação, como queiram), a incorporação (ou psicofonia) é de nossa total responsabilidade e não o contrário.

Um fator que vai acelerar demais o processo, é quando algo que o guia de vocês falarem e acontecer, sim, sem querermos ser hipócritas, mas isso dá uma bela massageada em nosso ego e o incentivo necessário para seguir em frente, o segundo item que auxilia nesse processo de confiança, é quando durante a consulta ele falar algo que o assistente na hora vai consentir e confirmar que aquilo é verossímil, esses são dois fatores que AJUDAM EXACERBADAMENTE no processo de desenvolvimento mediúnico e consequentemente na confiança na psicofonia de vocês, isso também é relativo, depende do desenvolvimento do médium, das suas faculdades inerentes e consequentemente de sua seriedade e dedicação no processo, não é como uma escola que a cada ano você passa de série, tem pessoas que mudam de degrau em semanas, outros em meses e outros em anos, como disse, depende única e exclusivamente de vocês.

Existirão médiuns melhores sim, existirão aqueles guias que quando chegam, param a casa, e não digo no quesito “show de danças”, “show de piadas”, não, digo no quesito liderança, clareza nas explicações, daqueles que vão no íntimo de suas aflições, que falará com a sua alma, sim, ainda existem médiuns que são capazes de trazer isso à tona, são raros e antes que me perguntem: NÃO PRECISAM SER INCONSCIENTES!!! [RISOS]. Um outro fato, o guia vai pegar um pouco da sua personalidade e do seu aprendizado, obviamente, é difícil apagar na mediunidade consciente todo o traço de sua personalidade, alguma coisa ou outra vai “vazar”, isso vocês perceberão com guias que querem brigar, que querem exaltar uma graça, que querem mostrar que fazem e acontecem, ou seja, guias vaidosos tem muito a ver com o médium e nesse processo, digo com total veemência que é o médium “passando a FRENTE”. E só para enfatizar, NUNCA USEM SEUS GUIAS PARA FALAREM COISAS QUE NÃO POSSUEM CORAGEM DE DIZER, NUNCA!

Sejam bons recipientes aos seus mentores espirituais, estudem, preparem-se, eu diria que a Umbanda se torna uma religião demasiadamente complexa devido a todos esses transtornos que passamos durante o desenvolvimento, e confesso meus irmãos, nem todos conseguem passar, nem todos conseguem dar uma boa comunicação e isso não é culpa dos mentores, nunca!

Esses posts sobre o começo é mais uma referência para que não se sintam sozinhos, muitas vezes não temos coragem de desabafar esses problemas com receio de colocarem à prova nossos guias, a confiança de nossa incorporação, então aqui é o espaço para tirarem as suas dúvidas no ANONIMATO, muitas vezes essa falta de fé é um grande obstáculo e impede muitas vezes de um médium brilhante trilhar esse caminho, justamente pelas dúvidas, vergonha e até medo que encontramos em nosso caminho.

Mas não temam, isso é mais comum que imaginam, acontece aos milhares e eu diria com total propriedade que acontece esses mesmos fatos com 99% dos médiuns.

Neófito da Luz



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A Dança na Umbanda

A Dança na Umbanda

Lembramo-nos de uma conversa com um companheiro de nosso cazuá, o qual lembrava-se naquele instante de um ensinamento passado a ele por nossa mãe-de-santo há muitos anos: A força do Guia está na mente do médium.

O movimento rítmico é a linguagem fundamental para expressarmos aquilo que experienciamos interiormente e cujo significado encontra-se além da razão. Aquilo que não pode ser expresso somente por palavras, encontra um profundo sentido e expressão na dança ritualística.

Essa realidade da manifestação espiritual na Umbanda reside em experiências as mais remotas, que temos vivenciado desde nossas primeiras encarnações como seres humanos neste planeta Terra.

Cremos que as primeiras práticas religiosas surgem do contato direto que os homens primitivos encarnados tiveram com os Espíritos e com fenômenos co-relacionados a estas experiências transcendentes. A repetição destas experiências afixou-se em nossas estruturas inconscientes, as quais compartilhamos coletivamente (inconsciente coletivo).

A dança está, portanto, diretamente relacionada a cultura, a religião e a arte.

A palavra Reigen, ou dança em roda, é vista como herança dos ancestrais. Langer diz que "a dança em círculo realmente simboliza uma das realidades mais importantes da vida dos homens primitivos - o reino sagrado, o círculo mágico. O Reigen, enquanto forma de dança não tem nada a ver com o saltitar espontâneo; preenche uma função sagrada da dança - divide a esfera da santidade da esfera da existencia profana. Dessa maneira, ele cria o palco da dança, que se centraliza naturalmente no altar ou seu equivalente - o toten, o sacerdote, o fogo - ou talvez o urso abatido ou o chefe morto a ser consagrado" (Langer, apud Fatima 2001).

A dança ritualística corresponde a uma oração corporal, a prece em movimento. No entanto, durante a ascenção do Cristianismo na cultura ocidental, o corpo foi desconsiderado e visto como instrumento de pecado, merecendo, portanto, o repúdio. Por exemplo: entre os anos 465 e 1453 da era cristã, o ato da dança era considerado pecado gravíssimo perante a Igreja.

Assim, na cultura cristã, a prece passou a ser somente falada, pensada, mentalizada, tornando-se um ato mais abstrato e individualista.

Segundo cremos, a execução da dança ritual serve como instrumento de harmonização do indivíduo com o Cosmo, reordenando em si as forças do universo, reintegrando-as em nós mesmos.

A oração corporal, expressa pela dança ritual, coloca a prece em movimento, promovendo a harmonia entre espírito - mente - corpo, canalizando as energias transcendentes, advindas do mundo espiritual, e externando-as na dimensão material.

Sendo assim, sentir, pensar e agir, se tornam em movimento ritual (Fatima, 2001)

"O movimento sempre foi empregado com dois propósitos distintos: a consecução de valores tangíveis em todos os tipos de trabalho, e a abordagem de valores intangíveis na prece e na adoração. Ocorrem os mesmos movimentos corporais tanto no trabalho quanto na veneração religiosa, conquanto difira na sua significação em ambas as instâncias" (Laban, apud Fatima, 2001).

Na Umbanda, o fenômeno mediúnico consolida-se no movimento. Este, por sua vez, ocorre na dança ritualística, pela qual o médium comunica corporalmente seu estado de transe e deixa transparecer "o outro" espiritual que naquele momento apodera-se, mesmo que parcialmente, de sua mente.

"A dança, por isso, não é apenas a transparência do divino, assim como uma janela aberta, uma vista para o divino. A dança também não é uma viva imagem reminescente - a dança é, em tempo e espaço, um signo, um acontecimento visível, uma forma cinética para o invisível" (Wosien, apud Fatima 2001).

Hanna afirma que "dançar pode levar a estados alterados de consciência (que mudam os padrões fisiológicos na frequencia das ondas cerebrais, na adrenalina e no açucar do sangue) e, em consequencia, à alteração da ação social"(Hanna, apud Fatima 2001).

Isso implica que o médium, utilizando-se da dança ritual, perca o controle sobre si mesmo. O que é natural, pois para que possa haver o contato mediúnico, ou seja, para que a mente do médium possa ser acessada por outra mente (a do Guia), é necessário que por instantes este perca o controle sobre si mesmo.

Na dança ritual o médium libera a irradiação da energia espiritual de seu Guia, por meio da expressão mental manifesta no corpo. O Círculo feito durante a dança (em volta de si mesmo e em volta do centro imaginário do terreiro) afasta tudo o que se refere à consciência objetiva e individual do médium, concentrando ali somente o que há de espiritual e divino em si. Neste momento, tudo o que pertence a esta vida sai de cena para emergir do mais inconsciente do médium a sua realidade plena e espiritual, em união com o sagrado, o divino, o seu Orixá.

Fazendo uma analogia, o movimento circular, característica geral da dança ritualística, simboliza o arquétipo junguiano do Self (centro e totalidade da personalidade humana). O círculo possui uma propriedade simbólica de perfeição, ausência de divisão, homogeneidade (Almeida, 2005).

Na verdade, são quatro os símbolos fundamentais e universais: círculo, quadrado, cruz e centro.

O centro, além de ser um dos símbolos fundamentais, aparece na liturgia sempre associado a um dos outros símbolos, devido a idéia de movimento expressa por essa conjunção centro-eixo, presente na estrutura dos demais símbolos (cruz, círculo e quadrado).

Assim é que nas danças circulares sagradas, os movimentos rituais dão-se em relação a um centro disposto no local, geralmente simbolizado por um ou mais elementos tais como: vela, fita, imagem, símbolo cabalístico (ponto riscado, no caso da umbanda) ou a cruz. Tais elementos dispostos no centro do terreiro, têm a função referencial de conjução entre o terreno e o divino, espiritual e material, o "axis mundi" (ponto de ligação entre a Terra e o Céu).

Ao longo do transe, as entidades manifestadas pelos médiuns, executam danças e gestos que caracterizam e exprimem símbolos arquetípicos de caráter numinoso, como identificação da espiritualidade umbandista, como sejam os movimentos circulares ou em forma de cruz, as representações feitas (geralmemte com as mãos) simbolizando flechas, espadas, lanças, espelhos, pentes, laços, etc.

Sachs fala das danças medicinais xamânicas. Nestas práticas, o doente era colocado no centro do círculo, e o xamãn, médico, curandeiro, dirigia a dança circular, até que os dançarinos entrassem em êxtase, até que subjugassem aquele espírito da enfermidade que tomava aquele corpo doente, o afastassem, ou o possuindo em si mesmo (no sentido da possessão) pudessem vencê-lo (Almeida, 2005).

Aqui está um dos grandes sentidos de trabalhos de ordem espiritual, visando a cura (física, psíquica e espiritual) muitas vezes empregados pelos nossos Caboclos, principalmente, em nossas giras. A corrente mediúnica é mobilizada a trabalhar com seus guias, pela dança ritualística, em torno de um enfermo (geralmente posto ao centro ou a frente do conga) sob o qual serão direcionadas as irradiações dos Orixás e do qual serão retiradas e dispersas as negatividades de várias ordens.

A dança ritual também foca a atenção aos pés, conectando-nos com a Terra. O pé é o símbolo de nossa força, pois é ele quem nos mantém eretos. Pelos pés inicia-se o enraizamento de nossa vida psíquica, corpórea e espiritual (Almeida, 2005).

O médium em transe mantém os pés sempre em ligação com o chão, simbolizando a ligação com a Terra, a ancestralidade (os pés descalços relembram as danças dos Negros e dos Indígenas Brasileiros). O corpo do médium neste momento simboliza a memória coletiva de um povo e a tradição da cultura Umbandista.

A prática da dança ritualística de maneira ordenada e efetuada com conhecimento ocasiona uma condição de saúde mental, valoriza a imagem corporal do indivíduo e coloca-o em uma condição de relacionamento saudável consigo mesmo e com a coletividade.

Havíamos colocado uma perspectiva a respeito do princípio de Individualidade do ser humano, a qual manifesta-se pela multicorporeidade, ou seja, na existência de não só um, mas vários corpos. Estes corpos sutis são portadores de movimento/vibração, sendo que estes, ao movimentarem-se de maneira harmoniosa, promovem a homeostase, a condição de saúde (mental, emocional e física).

A dança ritual estabiliza estas estruturas, integrando-as com o corpo físico, abrindo campo para os estados alterados de consciência (estados superiores de consciência) em forma de transe mediúnico, conforme já havíamos salientado.

A essência da dança é holistica (Fatima, 2001), ou seja ela integra aspectos sociais, espirituais e cósmicos. Por conta disso, utilizamo-nos do movimento para expressarmos nossas tradições; o contato com o mundo espiritual; a alteração da consciência.

O sentido de irmos para dentro de nós, fazendo emergir a luz divina de nossa realidade mais essencial, porta pela qual "passam", de Aruanda para a Terra, os nossos Guias e Protetores, está em razão de podermos encontrar sempre, no fundo de nosso ser, a grandiosidade do Orixá que vive dentro de nós e possamos compartilhar com a vida os resultados desta busca, pela beleza e pela musicalidade de nossas práticas espirituais, profundas em sabedoria e sensibilidade.

Gregorio Lucio



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Falanges na Umbanda


Falanges na Umbanda

Para entender o significado da palavra "falange", basta olharmos no dicionário, o qual diz que falange é o mesmo que legião, agrupamento de tropas organizadas. Visto isso podemos dizer que as falanges na Umbanda são agrupamentos de espíritos, sistematicamente organizados pela cúpula criadora da Umbanda Astral. Podemos dizer que dentro das falanges da Umbanda, existem hierarquias referentes a tipos vibracionais, áreas de atuação do espírito, grau evolutivo, experiência adquirida, dentre outros, cabe ainda salientar que essa organização espiritual não é de feitio somente da Umbanda, e sim de toda a espiritualidade, que do lado de lá trabalham como um todo, cada um em suas especialidades.

Como nosso objetivo principal é tratar da espiritualidade perante a Umbanda, cabe informar que as falanges que aparecem na nossa morada do Pai são atribuídas as linhas de trabalho existentes e também aos Orixás. Não podemos confundir por exemplo, a Linha de Pretos Velhos com Falange de Pretos Velhos, ou seja, a Linha de trabalho é referente ao grau alcançado pela evolução do espírito, que nela pode exercer a sua especialidade, onde esta especialidade é especificada dentro das falanges, por exemplo, um espírito que trabalha na Linha de Pretos Velhos e tem grande conhecimento em magia e quebra de feitiços poderá vir a trabalhar na Falange do Preto Velho Rei Congo, se apresentando como tal.

Algumas falanges (lembrando que não são todas deste modo), são criadas através do merecimento de certos espíritos, que após desempenhar muitos e muitos anos seu trabalho em outras falanges, só que com uma peculiaridade própria, a espiritualidade proporciona o presente e uma função de maior responsabilidade para este espírito, criando assim uma falange que estará sobre os seus cuidados e responsabilidades. Nesta falange se encontrarão assim, espíritos que se assemelham as funções e vibrações desta falange. Lembrando que para o espírito receber esta dádiva ele já possui extensa bagagem espiritual e grau evolutivo.

Compreendendo este modo hierárquico que a espiritualidade se organiza, podemos dizer que dentro de uma falange temos o chefe e criador da mesma, este responsável por todos os trabalhos desempenhados pelos obreiros que atuam nesta, temos os chefes de grupos de falanges, que são responsáveis pela coordenação de um grupo que trabalha na mesma falange, mas de menor patente e experiência, assim este chefe tomará conta e informará os resultados do grupo qual ele comanda ao criador da falange.

Normalmente as entidades que se apresentam com o numero sete no nome, por exemplo, Capa preta da sete encruzilhadas, são chefes de agrupamentos de espíritos que atuam na sua falange. Ainda podemos ver a divisão de especialidades dentro da própria falange, caracterizando assim uma sub-falange, por exemplo, os Pretos Velhos que se apresentam como Pai Chico da Calunga, estão dentro da falange do Pai Chico, mas por apresentarem o sobrenome da Calunga, mostra que o trabalho desempenhado por ele, é feito com as almas, ou seja, espíritos na transição do mundo físico para o espiritual, que se diferencia do trabalho desempenhado pelo Pai Chico de Aruanda, que tem o caráter mais doutrinário, esclarecedor do que se diz respeito ao evangelho de Cristo.

Sob esta ótica, podemos compreender como é possível existirem diversas entidades se identificando com o mesmo nome, em diversas casas, no mesmo horário, muitas vezes no mesmo terreiro, espalhados pelo país inteiro, e por que não pelo mundo.

A.D.




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A Cura nos Terreiros Umbandistas

A Cura nos Terreiros Umbandistas

A umbanda vem recebendo um reconhecimento privilegiado nos campos de cura, a eficácia dos trabalhos terapêuticos na casas umbandistas vem exercendo grande impacto sobre as correntes espiritualistas; Até alguns centros kardecistas dos quais ainda exerciam certo tipo de preconceito contra o culto umbandista, vem fazendo apologia às praticas terapêuticas umbandistas.

Muitos são os fatores responsáveis por esse êxito nas práticas de cura umbandistas, um dos que não devemos nunca menosprezar, é o ectoplasma, uma fonte de energia do corpo espiritual facilmente manipulável e maleável existente em todos nós.

Muitos dos passes e simples terapias são resolvidos através da doação do ectoplasma, é claro que isso é apenas um dos métodos utilizados pelos médiuns e mentores dentro da liturgia umbandista. Também temos a cura através da imposição das mãos, onde somos condutores de energia do prana (Fluxo de energia disperso no Cósmico segundo os hindus) e através das mãos, direcionamos a energia até o ponto enfermo.

Como a Umbanda é universalista, e a cada dia que passa médiuns das mais diferentes doutrinas e mentores dos mais variados cantos do globo, atuam de uma forma íntegra e diferencial, a mediunidade evoluiu com o passar dos tempos, o conhecimento está próximo a todos e com isso, novas linhas de trabalho na Umbanda surgem para suprir a deficiência que talvez, um dia, tínhamos.

Existe até guias que utilizam princípios do reiki, e já presenciei um médium que não sabia de nada sobre a filosofia e o seu caboclo realizou um excelente trabalho, temos também o caso de um exu que fazia cirurgias espirituais e assim, com o vasto conhecimento existente no Universo, a Umbanda vem atuando sobre várias vertentes.

Em meu ponto de vista, devemos isso principalmente à Grande Vibração de Oxossi que atua na cura e de Omulu que atua na transmutação, sob essa egrégora, os mentores vêm exercendo papel fundamental para a diminuição das aflições dos irmãos da Terra, com os médiuns também evoluindo, possibilita-se uma integração singular entre médium e guia. A Mediunidade semiconsciente e consciente também é um dos grandes fatores, ocorre uma simbiose ímpar, o guia aprendendo e utilizando as faculdades inerentes do médium e o médium aprendendo com o guia atuando em uma troca fantástica de energia e conhecimento.

Também não devemos esquecer de nossas sagradas folhas, nossas miraculosas ervas que atuam como catalisadores para as mais variadas patologias existentes no campo físico e espiritual, ótimas para limpeza, para a cura e até atuando como condensador de energia para a queima de larvas e miasmas astrais. Com tudo isso, meu pensamento é rapidamente remetido à Perfeição Divina, tudo temos na Natureza, e a Umbanda antes de tudo, é o culto à Natureza, a todas as energias provenientes do Universo, e atuam em cada canto da vibração sutil dessa energia, as cachoeiras, as matas, os mares, entre outros vários. Até mesmo no cemitério, que é o campo santo da transmutação, o portal das almas.

O que mais me impressiona nesse Universalismo Umbandista, são os diferentes graus de conhecimento que cada guia traz, o conhecimento dos caboclos não são somente aqueles que se perderam no tempo, são aqueles também que foram rememorados nos dias hodiernos, as práticas ditas ancestrais, arcaicas ou primitivas, voltam a ocupar ênfase no dia de hoje, estamos vivendo uma era maravilhosa de resgate, com isso, a saúde mental será o prisma de tudo isso.

É a cura através da Magia, da simbiose energética, dos conhecimentos antigos orientais, é a Umbanda trazendo a evolução, provando que não temos somente um corpo físico, que quando curamos nosso corpo espiritual, nosso perispírito, estamos também curando ou evitando que um malefício se alastre também no corpo físico.

Percebe-se que na Umbanda temos um arsenal de técnicas para suprir as enfermidades dos adeptos que ali adentram, e isso ocorre nas mais variadas linhas, a Linha de ciganos trazendo seus conhecimentos que perduraram os séculos através de suas inigualáveis magias. Os sábios preto-velhos que trouxeram sua ciência oriunda do continente africano, miscigenada com o poder das ervas brasileiras, entre outras grandes correntes das sete linhas da Umbanda, cada qual com sua característica e sua ciência.

E devemos agradecer a essa perfeição Cósmica da qual estamos sempre sofrendo influência, e dessas maravilhosas vibrações que damos o nome de orixás, sob tais auspícios, nós médiuns com o auxílio do conhecimento de outro orbe, dos guias e mentores, conseguimos gradativamente infiltrar-nos ainda mais nessa gama de conhecimento existente no Cósmico e no corpo espiritual de cada consulente necessitado de ajuda.

Enfim… Uma série de fatores contribuiu para o grande êxito das curas nos nossos amados terreiros, e como sempre, pregando a humildade e o culto e respeito à natureza, galgaremos com grande sucesso, as escadas inerentes à nossa evolução espiritual.

E vale lembrar, também é muito importante um médium consciente de suas obrigações e que dedique seu tempo aos estudos, quanto mais rica é a cabeça do médium, maior sua serventia para o trabalho dos guias de luz.

Neófito da Luz



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Ibejis ou Erês

ibejis na umbanda

As Entidades Espirituais que incorporam em nossos terreiros de Umbanda com o arquétipo infantil e que formam a Linhas das Crianças, Erês ou Ibejada são representantes da alegria, da sinceridade, da inocência e de tudo que é puro, no entanto, essa Linha, e toda sua potência, é pouco conhecida pelos próprios umbandistas que, na maioria das vezes, só as veem como crianças peraltas ou submissas. Consequentemente os trabalhos religiosos com essa Linha ficam cada vez mais distantes dos terreiros ou ainda ligadas somente ao sentido da festa, das guloseimas, da bagunça e da extravagância em todos os sentidos.

Na realidade essas Entidades são Seres Espirituais mestres nos conceitos do Bem e do Puro e muito ajudam para evolução moral dos médiuns ensinando que a única forma de se levar vantagem é sendo puro, como é a criança, também não admitem a mentira nem a maldade. Os filhos de Ogum, como também são conhecidos, têm a presença mais alegre da Umbanda, trazendo sempre renovações e esperança, reforçando a natureza pura e ingênua dos seres humanos. É a linha que mais cativa as pessoas pelo ar inocente que traz na face do médium.

Saiba que é brincando e rindo que efetuam maravilhosos trabalhos de descarga fluídica, aliás, é no sacudir dos braços e pernas que atiram seus fluidos naturais afastando, assim, espíritos de baixa vibração que estejam prejudicando as pessoas. Com esses movimentos também desagregam energias densas enraizadas no corpo astral e áurico que proporcionam doenças no corpo e na alma.

A fala com as ‘Crianças’ é sempre cheia de brincadeiras e de “ingenuidade”, no entanto são profundas, sábias e altamente reveladoras, mesmo porque o que mais estimulam em nós é o autoconhecimento. Além disso, uma das suas maiores capacidades é nos fazer rir e é nesse riso contagiante que “eles” curam nossas amarguras.

As ‘Crianças’ gostam de sentar no chão, junto à terra, fonte de energia transmutadora e curadora, suas preces são cantadas em melodias alegres fazendo referência a Papai e Mamãe do Céu e em mantos sagrados. Seus pontos riscados são curtos e bastante cruzados pela Flecha, Coração, Chave e Raiz … são verdadeiros Magos Naturais. Quem já não ouviu a frase: “O que os Filhos das Trevas fazem, qualquer criança desfaz. O que a criança faz (no sentido do Bem, é claro) ninguém desfaz ou interfere”.

A festa das Crianças na Umbanda, conhecida como Festa de São Cosme, Damião e Doun, tem duração de um mês, iniciando em 27 de setembro (Cosme e Damião) e terminando em 25 de outubro (Crispim e Crispiniano).

Aproveite o dia, a energia, a vibração e todo o entusiasmo dessas maravilhosas Entidades, dê uma pausa para pensar, abrir o coração e entenda, embora de forma simples e pura, as profundas e sábias mensagens desses verdadeiros SÁBIOS – Senhores da Pureza Cósmica. Aproveite também e determine algo especial para você. Determine que seu lado infantil e puro sempre influencie suas decisões e seus relacionamentos.

E, se for à uma festa de Cosme e Damião em um Terreiro de Umbanda, aproveite ao máximo a oportunidade e todos os ensinamentos e leve para casa, além dos doces e bolos, o exemplo de alegria dessa encantadora falange!

Mônica Caraccio





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