Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

03/12/2018

Pisando as Areias Sagradas

Pisando as Areias Sagradas

A Umbanda, como qualquer outra religião, possui alguns fundamentos que deveriam ser observados por todos os seus adeptos e simpatizantes mas, infelizmente, por falta de conhecimento, conveniência, modernidade, etc, vem aos poucos caindo em desuso em nossos Terreiros.

Um destes fundamentos é o chamado descalçamento, ou seja, o ato de retirar os calçados afim de adentrar ao local sagrado onde encontra-se o Pegi, afim de passar pela consulta com as Entidades ali manifestadas em seus médiuns.

O "Rito do Descalçamento", ou o descalçar os pés ao aproximar-se de um lugar santo tem o prestígio da antiguidade e universalidade ao seu favor.

É conhecidíssima a passagem bíblica onde o Altíssimo fala a Moisés através da sarça ardente, mandando tirar as sandálias dos pés visto que o lugar em que estava pisando era terra santa. Alguns autores acreditam que é dessa ordem que as nações orientais derivaram o costume de executar todos os seus atos de culto religioso com os pés descalços, porém é muito provável que esta cerimônia estivesse em uso muito tempo antes da circunstância da sarça ardente, e que o legislador judaico a reconhecesse como sinal de reverência.

Somos, particularmente, da opinião que tal costume foi derivado dos antigos patriarcas e transmitido por tradição oral às gerações seguintes.

A direção de Pitágoras aos seus discípulos, por exemplo, era expressa nas seguintes palavras: "Oferece sacrifícios e adora com os teus pés descalços".

Os muçulmanos, ao irem executar suas devoções, sempre deixam suas sandálias à porta da mesquita. Os Druidas tinham o mesmo costume ao celebrarem seus ritos sagrados; assim como os antigos peruanos deixavam sempre seus sapatos à porta ao entrarem no magnífico Templo consagrada à adoração ao sol.

Tal hábito, portanto, é um símbolo de reverência. Significa, na linguagem do simbolismo, que o lugar a que se vai aproximar desse modo humilde e reverente é consagrado a algum objetivo santo.

A área reservada ao Pegi - este Sanctum Sanctorum do Templo Umbandista, onde são inculcadas as solentes verdades da vida, da morte e da imortalidade - o adepto, assim como o consulente, ao entrar deve purificar seu coração de toda contaminação e lembrar-se, como o devido sentimento de sua aplicação prática, dessas palavra que outrora caíram sobre os ouvidos do antigo patriarca judeu: "Tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa".

Isto quer dizer que não devemos levar para dentro do lugar sagrado as imundícies do mundo exterior, especialmente aquelas que podem ser carregadas por nossos calçados, maculando assim a sacralidade do lugar. Devemos ter em mente que tal ato, além de uma questão de respeito ao Terreiro, deve ser considerado como medida de higiene.

Outro aspecto que devemos considerar é a questão energética, visto que o corpo em contato direto com o solo cria um ponto onde as energias negativas são descarregadas, funcionando como uma espécie de "fio-terra".

Portanto, da próxima vez que participar de uma gira, não se esqueça de colocar em prática este costume tão antigo, respeitoso e benéfico a todos os participantes.

Fonte: Ouvindo as vozes de Aruanda




Leia mais

O Porquê dos Uniformes na Umbanda


O Porquê dos Uniformes na Umbanda

Determinado dia, numa conversa sobre religiões, em que os interlocutores eram umbandistas e espíritas, defrontei-me com a afirmação de um deles (kardecista) sobre a desnecessidade da utilização de vestimentas uniformes na Umbanda, e que tal prática era irrelevante para o intercâmbio com a Espiritualidade.

Em razão da ignorância (falta de conhecimento) de algumas pessoas que, não sendo umbandistas, insistem em expressar opiniões preconceituosas, a elas dedico esta matéria.

Uma das diretrizes trazidas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, por ocasião da anunciação da Umbanda no plano físico, evento histórico ocorrido em 15/16 de novembro de 1908, em Neves, São Gonçalo – R.J, é a que diz respeito à IGUALDADE.

Sabemos que na atual sociedade, com valores deturpados ou invertidos é comum as pessoas avaliarem umas as outras, não pelo grau de espiritualidade, caráter, boas ações ou honestidade, mas sim pelo que se apresenta ou ostenta a nível de posses.

Dentro deste contexto é corriqueiro embora extremamente falho, valorizar ou conceituar os habitantes deste planeta tendo como base a apresentação pessoal externa do indivíduo, ao invés de se atentar para os qualificativos internos (subjetivos). Prioriza-se bens materiais em detrimento das virtudes.

E é justamente por isto que a Umbanda adotou o vestuário uniforme (branco, é claro!), para que alguns assistentes ainda enraizados e equivocados conceitos, não tenham como dar vazão aos seus distorcidos juízos de valor.

Assim, quem adentra por um terreiro na esperança de cura ou melhora de seus problemas jamais terá a oportunidade de identificar no corpo mediúnico, todos com trajes iguais, eventuais ou supostas diferenças intelectuais, culturais e sociais. Não terá a oportunidade de saber que por trás daquela roupa sacerdotal se encontra um engenheiro, um diplomata, um rico empresário, um camelô, ou uma empregada doméstica.

Porque há quem vincule a eficácia de um socorro espiritual tomando por parâmetro o próprio médium através do qual a Entidade Espiritual se manifesta. Se o medianeiro atuasse nas sessões espírito-caritativas com trajes civis, as pessoas que pensam da forma retrocitada passariam a tentar avaliar o grau de intelectualidade, de situação financeira, social etc, pela qualidade do vestuário apresentado pelos médiuns.

Então, sacerdotes calçando sapatos de fino couro, camisas e calças de marcas famosas, seriam facilmente identificados e preferencialmente procurados. Outros tantos, humildes na sua apresentação, seriam deixados em segundo plano.

Observem em reuniões de certos seguimentos religiosos que criticam a Umbanda, o que acontece durante seus cultos: Desfiles de roupas de grife, ternos arrojados, calçados importados, em verdadeira hemorragia de vaidade e auto-afirmação. Estes que assim se apresentam são o centro das atenções, admirações, bajulações e exaltações, enquanto aqueles que não têm condições financeiras de se vestir, amargam a indiferença e o ostracismo.

Em nossa religião isto não acontece (em Templos de Umbanda sérios!), porque mesmo aquele que se apresenta em trajes suntuosos, terá que necessariamente substituí-los por um uniforme, uniforme este igual ao que é utilizado por um biscateiro, uma dona-de-casa ou um desempregado, durante as sessões de terreiro.

Na Umbanda, Sopro Divino que a todos refresca, o personalismo ou destaque individual é algo que jamais deverá existir. Somos meros veículos de manifestação da Espiritualidade Superior, e a par disto, devemos sempre nos mostrar coletivamente, sem identificações pessoais ou rótulos, tão somente como elos iguais de mesma força e importância, neste campo de amor e caridade nominado Umbanda.

Os que se colocam contra o vestuário uniforme dos sacerdotes umbandistas, são aqueles mesmos que, não tendo conhecimento sobre a ação nefasta de certos fluidos etéreo-astrais sobre a matéria, estando em lugares ou com pessoas portadoras de magnetismo inferior, ao chegarem nos Centros (kardecistas) para darem passes, sem tomar banho e trocar de roupa, esta impregnada de cargas fluídico-magnéticas densamente negativas, que por conseguinte interferem no campo áurico e perispiritual dos médiuns, simplesmente acabam através da imposição e dinamização das mãos, passando ao assistente toda ou parte daquela energia inferior que carrega.

Na Umbanda o uniforme do médium ou está no vestiário do terreiro, e portanto dentro do cinturão de defesa do mesmo, ou está em casa, sendo lavado e passado, longe do contato direto com as forças deletérias.

Aconselho aos detratores da Umbanda um pouco mais de estudo, humildade e respeito, pois que a utilização dos uniformes em nossa liturgia tem fundamento, tem um porquê. Vestimenta umbandista é sinônimo de igualdade e de higiene astral-física.

Saravá Umbanda !!!!

Autor desconhecido





Leia mais

Orixá Omulu


Aos 25 dias do mês de junho do ano 2000 a mídia anunciou ao mundo a revolucionária descoberta da ciência - O Projeto Genoma conseguiu mapear o código genético do ser humano, o que, segundo os cientistas responsáveis, trará grandes benefícios para a cura de doenças que afligem a humanidade.

Contudo, já vem de muito antes, mais precisamente da Idade Média, a busca do Homem, com pretensão de se tornar Deus, de experimentos através da Alquimia, na intenção de descobrir o elixir da vida eterna. Todavia, diante deste grande avanço científico devemos parar e refletir: O Homem decifrou o código genético físico, mas, e o espírito? Deste só Deus tem o código, fazendo os seres humanos de nosso planeta encarnarem e desencarnarem num corpo de moléculas agregadas e perecíveis (corpo físico), quantas vezes forem necessárias a sua evolução.

E são estes dois extremos, Encarne (vida física) e Desencarne (morte física) que Deus colocou sob a supervisão de OMULU, O Orixá da Transformação (em yorubá Omo = filho, Lu = Senhor).

Esta Grande Potência Astral Inteligente, quando relacionado à vida e à cura, por alguns recebe o nome de Obaluayê (em yorubá Oba = rei, Lu = Senhor, Ayê = terra). Tem sob seu comando incontáveis legiões de espíritos que atuam nesta Irradiação ou Linha, trabalhadores do Grande Laboratório do Espaço e verdadeiros cientistas, médicos, enfermeiros etc., que preparam os espíritos para uma nova encarnação, além de promoverem a cura das nossas doenças. Atuam também no plano físico, junto aos profissionais de saúde, trazendo o bálsamo necessário para o alívio das dores daqueles que sofrem.

O Senhor da Vida é também Guardião das Almas que ainda não se libertaram da matéria. Assim, na hora do desencarne, são eles, os falangeiros de Omulu, que vêm nos ajudar a desatar nossos fios de agregação astral-físico (cordão de prata, cordão fluídico), que ligam o corpo astral ao corpo material.

Os comandados de Omulu, dentre outras funções, são diretamente responsáveis pelos sítios pré e pós-morte física (hospitais, cemitérios, necrotérios), envolvendo estes lugares com poderoso Campo de Força Fluídico-Magnético, a fim de não deixarem que os vampiros astrais (kiumbas desqualificados) sorvam energias do duplo etérico, do tônus vital e do éter sanguíneo dos corpos físicos em vias de falecerem ou falecidos.

Ao contrário do que alguns poucos desinformados afirmam, a Irradiação ou Linha de Omulu se faz representar aqui no plano terrestre, especificamente nos terreiros, nas formas fluídico-perispirituais que conhecemos. São Caboclos (as), Pretos (as) - Velhos (as), Crianças e Exus que atuam nesta Linha, identificando-se como nomes tais como Preto-Velho Pai Benedito da Calunga Pequena; Caboclo do Cruzeiro das Almas; Tranca-Rua das Almas; e Mariazinha da Pedra Furada.

Saravá Omulu!

Autor desconhecido



Leia mais

A Mediunidade como Pilar

A Mediunidade como Pilar

A Umbanda é diferente do Candomblé, apesar de ambos cultuarem os Orixás. A diferença principal é a mediunidade. Na Umbanda, os médiuns recebem os espíritos de seres humanos que passaram pela Terra e atingiram um certo grau de evolução. São os espíritos dos nossos ancestrais, reverenciados na Umbanda porém tratados como eguns no Candomblé, não sendo permitida sua presença nos barracões ou roças que seguem realmente as tradições das nações ketu, jeje ou angola. No Candomblé, quem se manifesta nos iniciados são os Orixás, considerados como divindades ou forças divinizadas da natureza. Existem até algumas lendas que falam da passagem dos orixás pela Terra na forma humana, como Xangô quando ele foi o rei de Oyó, Obá e Oyá suas esposas etc. Mas essas estórias se referem a um tempo mítico. Já a mediunidade com espíritos dos ancestrais é o pilar do sistema religioso da Umbanda.

Algumas pessoas acreditam que as entidades que se manifestam na Umbanda são espíritos comuns de pessoas que desencarnaram mais ou menos recentemente. Para esses adeptos, o trabalho na mediunidade favorece a evolução tanto do médium quanto da entidade. No entendimento da Umbanda Esotérica, conforme as obras de W. W. da Matta e Silva, os mentores de Umbanda não são espíritos quaisquer. Na verdade são espíritos muito antigos, ancestrais da humanidade inteira que por misericórdia divina se manifestam nas formas adaptadas de Caboclos, Pretos-velhos, Crianças e Exus. Vêm com a missão de trazer as vibrações dos Orixás, os espíritos de Deus, sob o comando do Cristo Jesus. São, portanto, ordenados de cima para baixo através das hierarquias celestes e não dependem dos humanos encarnados para seguirem suas vias evolutivas.

De qualquer modo, para ser um médium de verdade é preciso ter uma preparação especial. É preciso estar muito bem estruturado do ponto de vista energético, emocional, moral e de consciência para suportar ser o mediador da interação entre o plano espiritual e o plano material. Não é fácil. Mesmo pessoas que encarnaram com a missão de serem médiuns, que tiveram os chacras e o corpo astral estruturados antes do reencarne para esse contato mediúnico se desgastam facilmente e não conseguem manter seu mediunato por um longo período. E se não se cuidarem, acabam a carreira mediúnica dando incorporações vacilantes, consultas atravessadas e até servindo de ponte para o baixo astral que os utiliza como intermediários para obsessores e quiumbas travestidos de entidades de Umbanda. Muitos terreiros terminam assim, com a mediunidade do pai ou da mãe de santo corrompida e com a presença de entidades negativas infiltradas, levando aos desmandos do sexo, álcool e dinheiro.

É possível entender o risco que envolve o trabalho mediúnico na Umbanda. Se observarmos o kardecismo, por exemplo, veremos que as comunicações são feitas por mentores que são espíritos de um grau vibratório próximo ao de nós encarnados. Não existe uma grande diferença entre o médium e seu mentor espiritual. Também os desencarnados não-mentores que se apresentam são pessoas comuns, mães, filhos, pais, avós dos consulentes que transmitem suas mensagens por meio da psicografia ou da psicofonia. Existem ainda os obsessores cujas influências negativas são resolvidas por meio de passes e de doutrinação. Na maior parte são espíritos sofredores, perdidos no umbral que se associam a encarnados com os quais têm alguma conexão kármica ou vibratória. O trabalho do Espiritismo é de suma importância e atende a uma plêiade de espíritos situados nas esferas espirituais próximas do plano terrestre.

Na Umbanda, temos uma diferença maior entre o médium e as entidades atuantes. Os espíritos ancestrais vêm de esferas elevadas, com os conhecimentos necessários para trabalhar na magia, mexer no karma dos consulentes e lidar com espíritos obsessores mais graves. Se o médium não está bem preparado e sintonizado com seu guia, os trabalhos podem não ocorrer como deveriam e o primeiro a sentir os impactos será ele mesmo, pois as cargas negativas ficarão no terreiro e no campo astral do médium. Como já dissemos, os quiumbas que são combatidos pelos caboclos, pretos-velhos e exus são espíritos enquistados no mal, conscientes de suas ações negativas e muitas vezes conhecedores da magia negra e das artimanhas necessárias para atingir a fraqueza dos seres humanos. Tais espíritos não são convencidos com doutrinações, eles sabem o que fazem e porque o fazem. Nesse embate entre a Luz e as sombras, o médium é o grande instrumento e o ambiente astral do terreiro é o campo de batalha. Claro que as demandas acontecem no plano astral, mas o ponto de sustentação física é o templo.

Por esses motivos, ser médium de Umbanda é uma tarefa árdua que requer um espírito indômito, uma persistência hercúlea e um burilamento moral contínuo para não sucumbir aos perigos e tentações. O conhecimento metódico e a iniciação são armas importantíssimas para quem quer se aventurar nesse campo. A manutenção zelosa do contato com seus mentores é imperativa.

Autor desconhecido



Leia mais

25/11/2018

Luz! Câmera! Mistificação!!!

Luz! Câmera! Mistificação!!!

Indignação.

Esta é uma das tantas palavras que afloram da mente dos verdadeiros Umbandistas, diante das várias situações negativas que infelizmente ocorrem em nosso meio religioso, e que, diga-se de passagem, nada têm a ver com a nossa Sagrada Umbanda.

A história é a mesma. Pessoas inescrupulosas, de comportamento vil, encarceradas pela vaidade e egocentrismo, atributos que constituem e comandam personalidades doentias, e que querem a qualquer custo ser o centro das atenções e discussões, nem que para isto tenham que macular a imagem da Umbanda. Para estes elementos de má índole, a Umbanda é vista, não como um instrumento de ação espiritual positiva, de amor e caridade, mas sim como trampolim para se alcançar interesses pessoais reprováveis.

Analisemos juntos e com serenidade espiritual uma situação que foge à observação de muitos, mas que merecem ser trazida à tona, a fim de que a grande massa de umbandistas (os verdadeiros, é claro!) possam ficar atentos e tirarem suas conclusões, ante a determinadas atitudes que ferem frontalmente os princípios sadios de nossa religião.

É acontecimento natural, reflexo da necessidade humana em registrar eventos de relevância, ou como forma de organização histórica das Instituições, que durante uma Gira ou Sessão que tenham por fim saudar a Espiritualidade Superior, ou ainda comemorar a fundação ou aniversário de fundação de um Templo Umbandista, que adeptos (médiuns ou assistentes) queiram perpetuar tais momentos de maneira a terem uma fonte documental de referência segura contra possíveis lapsos de memória.

Desde modo, é comum observarmos pessoas se utilizando de gravadores, máquinas fotográficas e câmeras de filmagem durante as várias cerimônias que se realizam nos terreiros. Até aí, nada demais, uma vez que não é um procedimento exclusivo da Umbanda, mas usual em outros seguimentos religiosos. No entanto é certo e lógico que ao utilizarmos da tecnologia para determos nos instrumentos sonoro ou visual manifestações da Espiritualidade Superior, devemos ter em mente o caráter de impessoalidade durante essas ações.

O importante nessas ocasiões é ter uma visão do que acontece como um todo, ou seja, registrar em gravadores ou câmeras a exteriorização da espiritualidade de uma forma coletiva em que cada médium se apresente como mera unidade instrumental para a manifestação dos espíritos.

Não se concebe a ideia de que Caboclos (as), Pretos (as)- Velhos (as), Crianças e Exus entidades de alta estirpe espiritual que militam na Corrente Astral de Umbanda, se manifestem nos terreiros e fiquem procurando as lentes de máquinas fotográficas ou filmadoras na intenção de verem captadas a sua imagem (na realidade a imagem do médium).

É evidente que quando isto ocorre, não é por ação dos espíritos trabalhadores da nossa Cristalina Umbanda, mas sim pela vaidade, pelo narcisismo, e outros atributos negativos enraizados em algumas pessoas, que de umbandistas nada têm. Simulam incorporação com tal ou qual espírito e, sob tal mistificação, exteriorizam o seu verdadeiro "eu". Pedem para serem fotografados, fazem pose para as câmeras, estufando o peito e olhando para as lentes com ares de superioridade, parecendo mais um intelectual sendo fotografado e filmado em eventos sociais.

E não é só isto. A pessoa pode até estar incorporada, restando saber a que classe pertence o espírito que se manifesta através dela.

Sabemos que espíritos ainda pouco esclarecidos se fazem passar (mistificam) por Caboclos, Exus, Pretos-Velhos etc., a fim de se infiltrarem nos Templos Umbandistas, promovendo a discórdia, a excentricidade, a confusão. Para estas entidades o flash de uma máquina fotográfica ou o refletor de uma câmera filmadora funcionam como grandes massageadores de ego, apegados que estão aos vícios, sentimentos e desejos humanos.

Os espíritos laboradores de nossa religião encaram fotografias, filmagens e gravações como algo sem nenhuma significância, mas as toleram por necessidades e desejos humanos. De igual forma, médiuns sérios jamais se preocupam em "sair na foto ou na fita", pois sabedores que nos trabalhos de terreiro é a Umbanda que deverá ser o único foco das atenções e exaltações. Aos leitores, Luz, Câmera, Atenção !!!

Jornal Umbanda Hoje



Leia mais

23/11/2018

Trabalhadores de Umbanda

Trabalhadores de Umbanda

Quem já não sentiu vontade de desistir de tudo?

Quem não se viu diante de tantas dificuldades e tantos problemas em sua vida e não quis deixar a Religião em segundo plano?

E naquelas horas em que trabalhamos o dia inteiro e, cansados, queremos ficar em casa?

E aquela festa de aniversário ou casamento bem no dia da Gira?

Amigos e parentes que fazem de tudo para você desistir dos seus propósitos dentro da religião?

Se a pessoa está trabalhando não vai à gira por causa do trabalho, o que é compreensível, se está desempregado é porque não tem dinheiro para ir até o templo...

Se eu for colocar todas as coisas que nos levam a não ir ao terreiro, será uma lista extensa...

A fé e a determinação deve ser uma constante na vida dos trabalhadores de Umbanda, pois tudo pode nos levar a desistir de ir naquele dia que poderia ser especial pelo simples fato de ir, afinal só de ficar duas ou três horas louvando Deus apesar de ser pouco é especial e mágico ao mesmo tempo.

O compromisso não é diretamente com o dirigente espiritual, mas sim com sua espiritualidade e com as pessoas que buscam ajuda e conselho dos Mestres do Astral, os nossos amados Guias Espirituais.

Sabemos sempre pedir, pedir e pedir e muitas das vezes recebemos, mas na hora de doar espera-se que esteja sempre presente de corpo e alma para ajudar.

É hora dos trabalhadores da Seara Bendita de Pai Oxalá começarem a repensar seus valores diante da sua missão dentro da Umbanda e encarar com mais seriedade o trabalho de Socorro Espiritual.

Lembrem-se: - Antes você pertencia à assistência e procurava ajuda, hoje você é o socorrista e existem tantos outros precisando de ti.

Devem sim viver a vida de forma plena com alegria de estar com os parentes, amigos, colegas. Mas não devemos nos esquecer dos irmãos e irmãs que precisam de abraço acolhedor e ao mesmo tempo curador, para que somente assim alcance sua evolução espiritual.

Colégio de Umbanda
Inspirado por Pai João das Almas






Leia mais

Médium em Desenvolvimento. Onde está a minha coroa?

Médium em Desenvolvimento. Onde está a minha coroa?

Em alguns terreiros de Umbanda é comum a confirmação ao trabalho de um médium em desenvolvimento através do ritual conhecido pelo nome de Coroação. Já outros terreiros usam o ritual do Amaci (lavagem da cabeça com ervas específicas) como ato confirmatório da preparação ao serviço mediúnico daquele que por alguns meses ou anos frequentou a corrente e participou das giras de desenvolvimento. Já outros terreiros sequer utilizam algum ritual preparatório.

Os chefes verificam a incorporação e o teor de algumas mensagens das entidades incorporadas e depois enviam o médium para o trabalho na corrente. Tais procedimentos, entretanto, variam de uma casa para outra. Como não há nenhuma determinação geral e única, cada agrupamento de umbandistas pratica aquilo que aprenderam com seus pais ou mães de santo e perpetuam o ritual em seus templos.

A coroação do médium não se restringe a apenas uma lavagem de cabeça com ervas aromáticas, ou raspagem, ou cortes, ou quaisquer outros rituais meramente externos de demonstração pública. Considerando todas as etapas do processo de preparação, o médium em desenvolvimento não perde seu tempo em interrogações inoportunas ao Dirigente ou ao Guia-Chefe pelo dia em que será finalmente coroado.

A espera é salutar, mas a pressa torna o aprendizado deficiente. A ansiedade, a intemperança e a impaciência são entraves para um saudável processo de aprendizado e um manuseio firme e seguro do seu instrumento de trabalho, a mediunidade. Uma corrente de Umbanda é composta basicamente de médiuns em preparação, médiuns preparados e Guias Espirituais. O preparo do médium que irá servir de instrumento dos Mentores Espirituais da Umbanda é etapa importante para o bom e seguro trabalho de uma corrente umbandista.

Essa preparação engloba tantos passos que grande parte dos médiuns em desenvolvimento desistem do serviço que iriam desempenhar. O fato é que muitos não aprenderam a controlar seus impulsos e gostariam de já estar “trabalhando” com seus Guias. Acreditam que somente o fato de sentir “uma vibração” intensa das Entidades já é suficiente para ouvir o consulente, aplicar-lhe passes e rezas, receitar obrigações, oferendas e banhos ou realizar trabalhos de desmanches de magia – serviço muito perigoso, mas comum nos terreiros de Umbanda.

Os médiuns em preparação, ou em desenvolvimento, desconhecem algumas nuances da mediunidade que podem ser prejudiciais a si mesmos e até mesmo a todo o corpo mediúnico. Não têm a percepção de que a mediunidade pode ser-lhes útil ou poderá se transformar num grande trampolim colocado à beira de um precipício.

Tal a necessidade do preparo acompanhado de perto pelo Guia-Chefe e sob os olhos sempre atentos do Dirigente Espiritual do Terreiro. O médium que age pelo impulso é comparável àquele discípulo que mereceu várias vezes as reprimendas de Jesus Cristo, tamanha era sua impulsividade. Por impulso, Pedro arrancou a orelha de um soldado. Noutra ocasião, o mesmo Pedro que antes havia sido corrigido por Jesus exclamou que iria para a cruz no lugar do Mestre. Também por impulso, o apóstolo respondeu a Jesus, logo depois da Ressurreição, que o amava.

O indivíduo que usa a mediunidade sem o devido preparo é como o homem que empunha a espada sem o treino da habilidade: fatalmente alguém sairá ferido no fim das contas. Pedro teve que aprender a controlar os impulsos e, acima de tudo, a ser paciente.

A paciência é uma virtude que deve ser cultivada por todo aquele que deseja servir à Espiritualidade Maior. O primeiro passo que o postulante ao exercício mediúnico deve dar, a partir da real compreensão do chamado realizado pelos Mentores da Corrente Astral da Umbanda é o abandono dos velhos costumes por uma promessa de grandes resultados futuros.

Assim como Pedro abandonou a rede que consertava e iniciou uma trajetória de aprendizado contínuo, o médium em desenvolvimento literalmente lança ao chão os velhos dogmas e as concepções errôneas acerca da vida espiritual, da caridade e do seu papel na vida comum. As palavras ”é necessário ao homem nascer de novo” implicam em deixar para trás todas as amarras do velho homem que todos levam consigo para as correntes mediúnicas, sejam em formas de pensamentos, atitudes ou visões do exterior.

É preciso deixar para trás alguns conceitos que outrora cultivou com tanto afinco e sem resultado concreto, tal como a crença em condenações eternas, ou o temor a um Deus vingativo e cruel, ou a unicidade da existência, ou ainda a religiosa supremacia de uma única raça e a demonização de irmãos e amigos desencarnados. Conceitos que afastam o médium de sua importância no intercâmbio espiritual e o lança a um mundo materialista e obscuro.

A próxima etapa nesse vagaroso processo de aprendizado é a caminhada diária e constante, sempre guiado pelo Mestre e Amigo. Pedro, assim como os demais discípulos, precisou caminhar ao lado de homens que mal conhecia. Alguns deles até mesmo eram mal-vistos pela tradição religiosa da época. E, nessa caminhada diária, muitas coisas viu e ouviu do Mestre Nazareno. Nas idas e vindas pelas terras da Judéia, Pedro atravessou um longo estágio de aprendizado.

O médium em preparação carece de um tempo para assimilar todas as coisas que ouvirá do Guia Espiritual e todas as informações são dosadas diariamente. Não se aprende tudo em um único dia ou em um único mês. É preciso tempo e observação constante de tudo o que estará vivenciando ao longo dos meses. Há que compreender também as diferentes opiniões e modos de agir dos seus irmãos de corrente.

O desenvolvimento envolve, ainda que dolorosamente, a aceitação das diferenças comportamentais, ideológicas, religiosas, sociais e morais de co-participantes dos rituais umbandistas. Mesmo que tenha um pouco mais de conhecimento, não deverá se colocar acima dos demais como o senhor da verdade apontando-lhes as falhas e os tropeços da caminhada.

A oração constante, a busca pela essência divina e o esforço por uma vida espiritual mais elevada devem estar no trabalho individual de preparação ao serviço mediúnico nos terreiros de Umbanda. Para obter grandes e preciosas inspirações dos Mentores de Aruanda, o médium em desenvolvimento colocar-se-á em humilde posição de alma necessitada e buscará a força necessária através de horas de conexão com o Plano Superior.

Assim, terá experiência suficiente para discernir entre a comunicação de um Guia Superior ou a ardilosa verborragia de uma Entidade embusteira. A confirmação para o trabalho mediúnico chegará no tempo certo, não sem antes a verdadeira compreensão do ministério repetido várias vezes dentro de si. Como fez o discípulo quando interpelado pelo Cristo sobre o seu amor incondicional.

Após a confirmação íntima de sua responsabilidade como médium a serviço da Espiritualidade Maior, virá do Alto o poder necessário para desempenhar o trabalho corretamente. É quando descem da Corrente Astral as irradiações poderosas dos Orixás que formam as Sete Linhas de Umbanda. A partir daí, o médium poderá ter sua “coroa” confirmada pelo Guia Chefe e pelos seus próprios Mentores.

Julio Cezar Gomes Pinto




Leia mais
Topo