Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

01/10/2018

Aprendendo sobre os seus Guias



Aprendendo sobre os seus guias


Existem basicamente 3 fatores que fazem com que a apresentação do guia varie:
1 – São espíritos diferentes.
2 – Trabalham em Médiuns diferentes.
3 – Trabalham em Terreiros Diferentes.

1 – São espíritos diferentes.

Antes de tudo cada guia que incorpora é único, cada um é um espírito em particular, com seu jeito de agir e pensar. O nome de que se utilizam é apenas um indicativo da forma que trabalham de sua linha e irradiação. Por isso podemos ter vários espíritos trabalhando com o mesmo nome em médiuns diferentes ou Terreiros diferentes, sem que sejam, por isso, o mesmo espírito.

É como ser um médico, engenheiro, etc... Todos possuem um conhecimento comum, além do conhecimento individual. E isso faz com que trabalhem de forma diferente, mas seguindo a mesma linha geral. A mesma coisa acontece com nossos guias.

2 – O médium, mesmo os inconscientes interferem animicamente na incorporação. Entenda-se que não é uma atitude deliberada do médium, mas algo que “vaza” da personalidade do médium na incorporação. Desde que esta interferência não atrapalhe o trabalho do guia, isto é perfeitamente aceitável.

3 – Trabalham em Terreiros Diferentes.

Se um médium continua trabalhando com o mesmo espírito, mas mude para um terreiro em que o ritual seja diferente, também é comum observarmos pequenas mudanças na apresentação e n trabalho do guia, trata-se da adaptação do guia ao novo local de trabalho.

Por isso há muitas variações na apresentação e método de trabalho dos guias. E perguntas como:

Alguém Conhece o Preto-Velho X ?
Como se apresenta o Caboclo Y ?
Informações sobre o Exu Z ?

Além de não atenderem a uma descrição fiel do guia a que quem pergunta se refere, podem aumentar o animismo ou causar insegurança.

Aumentar o animismo: A pessoa lê uma descrição de que o Caboclo Y não fuma charuto, e quando incorpora, fica com aquilo na cabeça, assim mesmo que o Caboclo queira pedir um charuto, pode encontrar dificuldades de romper esta barreira anímica criada pelo médium.

Causar Insegurança: O médium lê que o Exu Z quando incorpora ajoelha no chão, aí pensa, “nossa o que eu incorporo não ajoelha!!!” e começa a se sentir inseguro quanto a manifestação do seu guia, podendo com isso atrapalhar o seu desenvolvimento.

Resumindo, a melhor forma de conhecer seu guia e através do tempo, do desenvolvimento e do trabalho com ele, assim pouco a pouco você vai se inteirando de como ele é, como gosta de trabalhar, etc. E vai conhece-lo como ele verdadeiramente é!

Alex de Oxossi


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Dicas para visitar um Terreiro de Umbanda

Dicas para visitar um terreiro


1) Este é um solo sagrado, tal qual uma Igreja, Templo ou Catedral. Se a sua noção de sagrado e profano não é bem definida, respeite tudo que está ao alcance de seus olhos;

2) Você está buscando auxílio e orientação espiritual. Este lugar não é uma Tenda de milagres e muito menos um balcão de supermercado. Seja coerente com o que você precisa. Se esta fisicamente doente, procure um médico. Se quer um namorado(a), vista-se bem, arrume o cabelo, tenha bom papo e frequente bons lugares para exercitar sua vida social;

3) Este espaço foi idealizado por um responsável que possui valores próprios acerca da religiosidade e espiritualidade. Cada casa tem um tempero, um enredo e um balanço. Não mexa na panela onde a comida não é sua. Se você não sabe lidar com diferenças e diversidades, fique em casa;

4) Na condição de médium de outro lugar, saiba entrar e sair. Não faça absolutamente nada sem ser chamado ou convidado. Aproveite o momento para apreciar outra forma de trabalho e enriquecer a sua bagagem espiritual. Se o que você esta vendo não condiz com as suas “verdades”, guarde para você;

5) Um atendimento espiritual não pode ter conotação de assédio moral ou sexual, muito menos perfil de bulling. Se você se sentiu constrangido com o atendimento, procure o responsável da casa. Somente ele pode resolver e não o desconhecido que está ao seu lado na assistência. Se você fala mal de um trabalho pelo bel prazer de fofoca, guarde a língua dentro da boca. Isso preserva os dentes;

6) Se você não gostou do que ouviu, porque o atendimento mexeu no seu ego ou em feridas não cicatrizadas, pague cerveja em um bar para um amigo. Ele vai lhe dizer coisas agradáveis aos seus ouvidos;

7) Em Roma, faça como os romanos: tenha postura, discernimento e bom senso. Um trabalho espiritual é muito maior do que você pode compreender. Mas se você faz parte do grupo que reclama de tudo e todos os lugares, abra uma Casa para você, com as suas regras e o seu jeito.

Boa sorte!
Jorge Scritori





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Tratamento Espiritual


Tratamento espiritual


Um tratamento Espiritual à base de orações, passes, atendimento pelos Guias Espirituais, banhos, firmezas etc. sempre nos beneficia.

Mas pode não haver uma resposta imediata para o problema que nos afligia e que nos levou a buscar ajuda Espiritual. É comum ficarmos muito ansiosos, às vezes querendo uma solução “pra ontem”... Quando a resposta não é imediata, vem a aflição, a dúvida, parece que nada faz efeito... Isso quando não há uma reviravolta, parecendo que tudo ficou ainda pior...

Como entender isso?

Um tratamento Espiritual tem como principal objetivo trazer equilíbrio para o nosso campo magnético, ou seja, limpar, equilibrar e harmonizar as energias do nosso Espírito, da mente e do corpo físico. Essa harmonização irá favorecer o nosso bom desempenho nos vários setores da nossa vida e atrair prosperidade e abundância tanto Espiritual quanto material. Depois, compete a cada um cuidar da sua saúde Espiritual, mental, emocional e física, para que os resultados desse tratamento surjam e se mantenham positivos.

Não podemos esquecer que nós somos Espírito, mente e corpo físico. Esses três “corpos” funcionam interligados, o que acontece em um deles reflete sobre os outros. Para ter uma vida próspera, precisamos cuidar bem desses três aspectos.

O Espírito é a nossa Essência Divina. Quando bem cuidado (com orações, reflexão, respeito por si mesmo e pelos outros etc.), torna-se “o comandante ideal” para nos direcionar a uma vida mais plena e feliz, em todos os setores. Logo, descuidar do Espírito prejudica nossa paz interior e também o bom funcionamento da mente e do físico.

Por sua vez, a mente equilibrada recebe com tranquilidade o comando do Espírito, então gera pensamentos e emoções saudáveis e assim favorece o bom funcionamento do corpo físico. O estudo dos chakras nos mostra como as Energias Divinas são absorvidas pelo nosso campo magnético e como atuam diretamente sobre determinados órgãos físicos, promovendo o equilíbrio geral da nossa estrutura Espiritual, mental e física. Os reflexos do equilíbrio mental e emocional são mais visíveis no campo dos relacionamentos (amor, amizade, laços de família, parcerias etc.), mas atingem igualmente os demais setores da nossa vida (profissional, financeiro, saúde física, enfim, tudo). Descuidar da mente prejudica a qualidade dos pensamentos e emoções, perturbando o Espírito e também o físico. A ciência já comprovou que muitas enfermidades têm origem em pensamentos e emoções negativos.

Finalmente, um corpo saudável torna-se boa ferramenta para o trabalho da mente e do Espírito encarnado (alma). Descuidar do corpo prejudica não apenas a saúde física, mas também a mente e o Espírito.

Em resumo, precisamos nos cuidar por inteiro: no Espírito, na mente e no corpo físico.

Ora, um tratamento Espiritual vai trabalhar todos esses aspectos. Isso pode levar algum tempo. Enquanto a harmonização das nossas energias não acontece, os resultados imediatos que buscamos podem não ser visíveis. É algo parecido com o trabalho de construir uma casa: o terreno precisa ser limpo e aplainado, com a retirada do excesso das águas subterrâneas, para a preparação da base sobre a qual será feita a edificação; depois começa o levantamento das paredes; em seguida se faz a cobertura; e finalmente vem a fase de acabamento. O resultado esperado é a casa pronta, demora um pouco. Durante o processo, tudo parece revirado, bagunçado, pode haver imprevistos, às vezes dá vontade de desistir... Precisamos ter paciência e um bom planejamento, para chegar à etapa final. Então veremos que valeu a pena, vamos entrar numa casa nova, com as acomodações que idealizamos!...

Durante um tratamento Espiritual acontece algo semelhante.

Enquanto a Espiritualidade Superior está limpando determinadas energias, podemos sentir algum incômodo, ou começar a perceber coisas que antes não estávamos enxergando e então imaginar que aquilo foi causado pelo tratamento. Pode parecer que tudo ficou pior do que estava antes...

Na verdade, a limpeza Espiritual do ambiente também limpa a nossa percepção, é como se antes olhássemos através de um vidro sujo: não percebíamos claramente as coisas ao nosso redor. Quando esse “vidro” fica limpo, passamos a enxergar melhor. E aí começa o trabalho individual, a necessidade de cada um cuidar de si mesmo e verificar onde não estava agindo tão bem quanto poderia, e então analisar como poderá melhorar-se e manter-se o mais equilibrado possível, para ter uma vida melhor.

Um Guia de Luz não interfere em nosso livre-arbítrio. Os Guias trabalham dentro da Lei e da Justiça Divinas, e fazendo apenas o que lhes é permitido fazer em nosso benefício. Daí em diante, a tarefa é nossa!

Precisamos refletir sobre a nossa forma de viver, analisar as necessidades de mudança, fazer uma renovação positiva das nossas crenças e valores. Se nós desejamos mudanças em nossa vida, precisamos mudar internamente! É a Lei da Atração. Não é justo querer que alguém faça por nós o que é da nossa responsabilidade. Pedir ajuda é prova de humildade e inteligência. Mas querer que façam por nós é algo que desrespeita as Leis Divinas, lembra muito o desejo de se apropriar do que não nos pertence...

A Bíblia fala de um período de sete vacas gordas seguido de um período de sete vacas magras, aconselhando que se guardem recursos no período de abundância para a nossa sobrevivência no período de escassez. E é possível perceber que há momentos na vida em que passamos períodos de muita tranquilidade, para depois enfrentar épocas de crise. O “sete” pode representar os 7 Sentidos da Vida (Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração), ou seja, os caminhos de aprendizado que precisamos seguir para nossa evolução. Significa que tudo isso é necessário para o nosso crescimento Espiritual!

De fato, aprendemos com as dificuldades criando alternativas e nos adaptando, até alcançar novos períodos de estabilidade. Inclusive para aprender a agradecer e valorizar os períodos de fartura que já tivemos. São ciclos que se alternam, trazendo mais equilíbrio. Estamos aqui para aprender a aceitar isso e aprender a lidar com essas situações. Reclamar e revoltar-se não adianta, não muda coisa alguma...

O importante é que procuremos ajuda Espiritual para ter coragem, determinação e paciência no momento de atravessar os períodos de vacas magras. Sabendo que a nossa Essência Divina é a Fonte do nosso progresso, vamos confiar e trabalhar para atingir outro período de vacas gordas. Até que um dia possamos nos reunir com o Divino Criador, sentindo-O em nosso íntimo e vivendo em Infinita Abundância e Prosperidade, pois este é o nosso destino.

Seja como for, Deus está conosco. Sempre, em todos os momentos e em todos os lugares e circunstâncias. Ele está dentro de nós, na Essência de Luz que nos doou no momento da nossa Criação. Está também em torno de nós, porque toda a Criação Divina contém a Essência Perfeita do Divino Criador. Ter isto em mente, crer nisto com todas as nossas forças é o combustível que precisamos para atravessar quaisquer caminhos. Vamos, então, nos dedicar a aprender e a aceitar que a Luz do Divino Pai-Mãe da Criação seja a nossa Guia.

Maria de Fátima




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Flores da Umbanda

Há uns anos atrás, li um texto no qual Chico Xavier falava que, para melhorar a energia de um lar ,bastava plantar rosas no jardim. Comecei então a plantá-las, na casa de meus pais. Aqui no sítio bem que tentei, mas o cavalo as tratou como iguarias culinárias. Na Umbanda o uso das flores é muito importante, sendo que seu uso iniciou com a própria religião.


Todo evento da criação da Umbanda, pelo médium Zélio de Morais em 1908, começou com ele levantando,no meio de uma sessão espírita, falando: "Aqui está faltando uma flor". Saiu da sala indo ao jardim e voltando após com uma flor, que colocou no centro da mesa. Essa atitude causou um enorme tumulto entre os presentes. Restabelecidos os trabalhos, manifestaram-se nos médiuns kardecistas espíritos que se diziam pretos escravos e índios.


Desde o início da humanidade, as flores foram associadas com o Sol, por se voltarem para ele,e , assim como ele dissiparem a escuridão, simbolizando a energia vital, o final do inverno e a vitória sobre a morte. O Lírio de Oxum por exemplo, segundo a mitologia antiga, teria nascido do leite de Hera, que gotejava na Terra no mesmo tempo em que era criada a Via Láctea. Outra lenda diz que o perfume dos lírios espanta serpentes e por parecer com um cetro aparecem em muitos brasões de famílias da Europa antiga.


De todas as flores talvez a que mais tenha poder em nosso espírito seja a rosa. Na antiguidade, esta flor remonta o mito de Adônis , o amado de Afrodite, de cujo sangue teriam brotado as primeiras rosas, assim se tornaram símbolo do renascimento e do amor que sobrevive a morte.No século 1a.C. os romanos faziam uma Festa das Rosas em homenagem a seus mortos, e até hoje na Itália o domingo de Pentecostes é considerada a "Páscoa das Rosas".


Em contraposição no culto a Dionísio, deus do Vinho, era comum as pessoas se coroarem de rosas,pois acreditavam que abrandava o calor da bebida e impedia que alcoolizados contassem seus segredos, por este motivo ela se tornou também símbolo da reserva e da discrição. Assim esta flor começou a ser desenhada em cima dos confessionários - "sub-rosa", ou seja, sob o signo do silêncio e da discrição. Na iconografia eclesiástica tornaram-na a "Rainha das Flores" simbolo da rainha celeste,Maria.


Enquanto as rosas vermelhas representam desde os primórdios o amor terreno, as brancas são relatadas em sagas e lendas como a flor que simboliza a morte. Os alquimistas viam nas rosas brancas e vermelhas o sistema dualístico com elementos dos dois princípios originários: o enxofre e o mercúrio. A rosa vermelha também é considerada nas tradições antigas, um símbolo de honra nas guerras para os oficiais do exército-em especial os romanos- pois Marte (deus da guerra) teria nascido de uma rosa.


Uma gira de umbanda tem o formato de uma flor, onde o veio principal de energia - o caule- vem do congá. São muitas as flores de Umbanda, as que representam a sabedoria, a discrição como os pretos e as pretas velhas, a vitalidade e a batalha diária pela vida como os caboclos, a alegria das cores da existência como as flores das crianças, ciganas e boiadeiras, e dos necessários resgates como os das pomba-giras.


Na minha opinião ainda de aprendiz, talvez a mais importante flor que exista na Umbanda seja a que floresça no coração do médium,que deva ser sempre cuidada com verdade, amor, caridade e consciência de que nosso invólucro é provisório, porque é dela que virá o perfume que envolverá outros em seu caminhar. Saravá!

Por Andréa Deren Destefani




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14/09/2018

Quantos Filhos Sua Casa Tem?

Quantos Filhos Sua Casa Tem?

Um dia um jornalista ao entrevistar uma Mãe de santo, perguntou:

Quantos filhos sua casa tem?

A senhora não lhe respondeu como ele esperava, disse que ele deveria acompanhar as atividades do terreiro na próxima semana que ele teria a resposta.

E assim foi no sábado pouco antes de se iniciarem os trabalhos lá estava ele sentado na assistência observando tudo. Viu que havia mais os menos 40 médiuns, quase todos estavam na corrente, prontos para a gira, e aproveitavam estes momentos que antecediam o inicio dos trabalhos para mostrarem uns aos outros suas roupas novas, ou pra colocar algum assunto em dia.

Mas notou também que um grupo de cinco médiuns estava em plena atividade arrumando as coisas para o inicio dos trabalhos.

O trabalho foi muito bonito e alegre, quando terminou viu que a grande maioria dos médiuns se apressa em se retirar, uns por que queriam chegar logo em casa, outros por terem algum compromisso. Notou mais uma vez que aqueles mesmos cinco médiuns que antes do inicio arrumavam as coisas, agora eram os que começavam a limpar e organizar o terreiro depois dos trabalhos.

Na segunda feira haveria um momento de estudos no terreiro e ele foi convidado, ao chegar ao local, chovia muito e viu que menos da metade da corrente se fazia presente, novamente notou que aqueles cinco estavam lá.

Na quinta-feira haveria um trabalho na linha do Oriente, e também passaria na TV um jogo da seleção, novamente bem menos da metade da corrente compareceu, mas aqueles cinco estavam entre eles.

No sábado novamente estava sentado na assistência e novamente repetiu-se o que havia acontecido na semana anterior, os cinco médiuns fazendo os últimos preparativos para o inicio dos trabalhos, e também começaram a limpeza assim que estes se encerraram, e foi no término dos trabalhos que foi chamado pela Mãe de Santo, que lhe perguntou:
Você conseguiu descobrir quantos filhos tem em nossa casa?

Contei 43 minha mãe – respondeu.

Não, filhos verdadeiros tenho cinco. São aqueles que estavam presentes em todas as atividades da casa.

E os outros?

Os outros são como se fossem “sobrinhos” de quem gosto muito e que também gostam da casa, mas só visitam a “tia” se não houver nenhum atrapalho ou programa “melhor”, e mesmo vindo muitas vezes ficam contando os minutos para acabar os trabalhos.

O rapaz muito sério perguntou:

E por que a senhora não impõe regras para mudar isto?

Meu filho a Umbanda não pode ser imposta a ninguém, tem de ser praticado com entrega, o amor à religião não pode ser uma obrigação, ele deve nascer no coração de cada um, e o mais importante a Umbanda respeita o livre-arbítrio de todos os seres…

E nós, somos “filhos” ou “sobrinhos” de Umbanda?

Somos Umbandistas em todos os momentos de nossa vida, ou somos Umbandistas somente uma vez por semana durante os trabalhos no terreiro.

Marco Boeing 






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10/09/2018

Porta da Frente ou Porta dos Fundos?

Porta da frente ou dos fundos


O movimento de entrada e saída de médiuns do templo é algo comum e natural em todas as Casas Sagradas. Cada terreiro tem seus procedimentos e regras para aceitar novos filhos. Em alguns, basta manifestar a vontade e o sacerdote já deixa entrar na corrente mediúnica. Em outros, é preciso estagiar num grupo prático de desenvolvimento em dias específicos. Ainda há aqueles em que o aspirante a corpo mediúnico passa por um período preparatório mais longo, que inclui a discussão de temas sobre mediunidade e (con)vivência dentro do terreiro e exercícios práticos de incorporação.

Apesar dos procedimentos diferentes, na hora de buscar um novo terreiro, os motivos são basicamente os mesmos: descontrole mediúnico, vontade de desenvolver a mediunidade, ou dar continuidade ao trabalho espiritual já iniciado.

Não importa o que trouxe o médium à nova Casa, o comportamento dos iniciantes é sempre igual: alegria, contentamento, satisfação, gratidão e empolgação pela nova jornada que se inicia.

Porém, é importantíssimo que, antes de iniciar qualquer projeto em nossas vidas, saibamos terminar o anterior - as entradas são triunfais, mas e as saídas???

Como sacerdotisa, o que não quero para mim, não desejo para o outro. Quando alguém manifesta o desejo de participar do Templo, a primeira orientação é para se desligar do terreiro anterior que participava de forma direta, decente e respeitosa.

Na hora de entrar, tudo são flores; mas a convivência errada dentro do terreiro gera conflito, atrito, ciúme, briga, inveja, descontentamento, frustração e raiva... ocasionando saídas feias e desagradáveis!

Há uma ligação espiritual entre você e seu sacerdote, ele assumiu um compromisso perante os Pais e Mães Orixás de conduzir e amparar sua Coroa enquanto você pertencer à Casa dele. Dê uma satisfação formal sobre seu desligamento e desvincule-se energética e espiritualmente do Templo/sacerdote que já não satisfaz mais suas necessidades religiosas.

Ao desligar-se, tenha uma atitude ética: seja honesto e diga a verdade para seu sacerdote! Dê a oportunidade dele repensar a organização e estrutura Casa (e até mesmo seu próprio comportamento) se for procedente sua reclamação.

Não desapareça! Não mande recado por bilhete, e-mail, torpedo ou facebook, avisando que vai sair. Vá pessoalmente, pois foi pessoalmente, olho no olho, que você pediu para entrar.

E não tenha medo de possíveis demandas desse sacerdote - boa parte desse medo é infundado, pois dirigir um Templo ocupa muito tempo e energia de um líder espiritual para ele desgastar-se com alguém descontente com seu solo sagrado.

Mas claro que há, infelizmente, sacerdotes que enxergam a posse de sua "prole" e não permitem uma saída tranquila. Esse apego aos filhos da Casa (ou ao que eles podem proporcionar materialmente) é uma degeneração da liderança religiosa que devia entender e aceitar que esse movimento de saída é natural.

Para esses casos, tenha certeza que seu novo sacerdote irá lhe amparar e proteger espiritualmente.

O fundamental é você fazer a sua parte e sair limpo e de cabeça erguida pela porta da frente - que foi por onde você entrou!

Fabiana Carvalho



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As Entidades Que Atuam Nas Linhas de Umbanda

As Entidades Que Atuam Nas Linhas de Umbanda

As entidades que atuam na Umbanda não são apenas de uma raça ou religião. Vêm de todos os lugares da Terra e trazem consigo os seus últimos ensinamentos religiosos, porém já purificados dos tabus criados pelos encarnados.

A Umbanda é uma religião aberta a todos os espíritos, tanto encarnados quanto desencarnados. Para ela afluem milhões de espíritos de todo o planeta, oriundos das mais diversas religiões e rituais místicos, mesmo de religiões já extintas, tal como a caldeia, a sumeriana, a persa, a grega, as religiões europeias, caucasianas e asiáticas.

O Ritual Africano entrou com as suas linhas de forças atuantes, e os ameríndios, tais como os índios brasileiros, os incas, os astecas e maias, os norte-americanos, entraram por terem sido extintos, ou por estarem em fase de extinção e não quererem deixar perder o saber acumulado nos milênios em que viveram em contato com a Natureza.

Cada um entra com o seu saber, poder e magia, mas todos seguem as mesmas ordens de trabalho. Podem sofrer pequenas variações, mas a essência permanece a mesma. A variante que se adaptar melhor irá predominar no futuro. Por ser um ritual de ação positiva sobre a humanidade, atrai milhões de espíritos sedentos de ação em benefício dos semelhantes. Milhões deles já foram doutrinados e anseiam por uma oportunidade de comunicação oracular com o nosso plano. Todos têm algo a nos ensinar e falta-lhes apenas a oportunidade.

Não se incomodam em se manifestar em templos humildes ou cômodos pequenos. À beira-mar, nas matas, nas cachoeiras, ou mesmo numa reunião familiar.

Estão sempre dispostos a nos ouvir e ensinar. Sempre solícitos e pacientes, não se incomodam com a nossa ignorância a respeito dos mistérios sagrados.

Têm um saber muito grande, mas conseguem se comunicar de uma forma simples. Têm o saber que nos falta e a paciência com os nossos erros que os encarnados não têm. São maravilhosos pela simplicidade que nos passam.

Cada grupo de espíritos que acompanha um médium cuida de um grupo de pessoas, auxiliando-as na medida do possível e do permitido pela Lei. Se um grupo de espíritos está em dificuldades, outros ocorrem em seu auxílio, até que vençam as dificuldades.

Sofrem quando veem seus mediadores cometerem erros que atrasam suas evoluções. Choram com nossas provações e sorriem com nossa alegria. Festejam nossas vitórias e amargam nossas derrotas. Pulsam, como nós, por uma rápida aproximação com o Criador.

Ficam felizes quando os médiuns, chamados pela Lei, vêm ao encontro do dom de incorporação, e se sentem derrotados quando alguns, por ignorância, os repelem. Vibram ao redor dos que vencem os obstáculos impostos pela Lei Imutável do Criador.

Quando damos provas de que estamos aptos, formam uma grande falange de trabalho ao nosso redor. Quanta grandeza na humildade dos servidores invisíveis da Luz e da Lei!

Não há distinção de raça, origem religiosa ou cor. Branco ou negro, feio ou bonito, inexistem para eles. Estes são atributos materiais que não importam. O que interessa é a beleza da alma, é o valor do caráter, é o dom puro da simplicidade. Amam a todos e sabem que a carne é somente um veículo transitório para o espírito eterno. Tudo isso os torna queridos e respeitáveis.

Eles não pregam a intolerância religiosa, mas, sim, o amor a todos como criação do mesmo Pai. Não existem dois deuses, apenas Um, e Ele é tolerante com nossa ignorância a respeito dos Seus desígnios e mistérios.

Por tudo isso que a Umbanda já deixou de ser uma seita e é uma religião. Porém, por ordem da Lei, ela é mantida dentro de uma linha de expansão horizontal, tudo sob a direção dos espíritos que se manifestam em seu ritual através do dom ancestral místico de incorporação oracular.

Fonte: As Sete Linhas de Umbanda – Rubens Saraceni – editora Madras






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