Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

02/09/2018

O Uniforme Branco da Umbanda


O Uniforme Branco da Umbanda

Concordamos que a espiritualidade para se manifestar, necessita tão somente da santidade das intenções, mente equilibrada, corpo são e moral elevada, não se atendo a vestimentas. Mas, vamos nesse artigo, explicar as razões da Umbanda em utilizar roupas brancas em sua ritualística.

Uma das diretrizes trazidas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, por ocasião da anunciação da Umbanda no plano físico, evento histórico ocorrido em 15/16 de novembro de 1908, em Neves, São Gonçalo – RJ, é a que diz respeito à IGUALDADE.

Sabemos que na atual sociedade, com valores deturpados ou invertidos, é comum as pessoas avaliarem umas as outras, não pelo grau da espiritualidade, caráter, boas ações ou honestidade, mas sim pelo que se apresenta ou ostenta a nível de posses.

Dentro deste contexto é corriqueiro, embora extremamente falho, valorizar ou conceituar os habitantes deste planeta tendo como base a apresentação pessoal externa do indivíduo, ao invés de se atentar para os qualificativos internos (subjetivos). Priorizam-se bens materiais em detrimento das virtudes. E é justamente por isto que a Umbanda adotou o vestuário uniforme (branco, é claro), para que alguns assistentes, ainda enraizados a equivocados conceitos, não tenham como dar vazão aos seus distorcidos juízos de valor.

Assim, quem adentra por um Templo Umbandista na esperança de cura ou melhora de seus problemas jamais terá a oportunidade de identificar no corpo mediúnico, todos com trajes iguais, eventuais ou supostas diferenças intelectuais, culturais e sociais. Não terá a oportunidade de saber que por trás daquela roupa ritualística se encontra um engenheiro, um diplomata, um rico empresário, um camelô, ou uma empregada doméstica.

Porque há quem vincule a eficácia de um socorro espiritual tomando por parâmetro o próprio médium através do qual a Entidade Espiritual se manifesta. Se o medianeiro atuasse nas sessões espírito-caritativas com trajes civis, as pessoas que pensam da forma retro-citada passariam a tentar avaliar o grau de intelectualidade, de situação financeira, social, etc., pela qualidade do vestuário apresentado pelos médiuns. Então, médiuns calçando sapatos de fino couro, camisas e calças de marcas famosas seriam facilmente identificados e preferencialmente procurados. Outros tantos, humildes na sua apresentação, seriam deixados em segundo plano.

Observem em reuniões de certos segmentos religiosos que criticam a Umbanda, o que acontece durante seus cultos. Desfiles de roupas de grife, ternos arrojados, calçados importados, em verdadeira hemorragia de vaidade e auto-afirmação. Estes que assim se apresentam são o centro das atenções, admirações, bajulações e exaltações, enquanto aqueles que não têm condições financeiras de se vestir amargam a indiferença e o ostracismo. Em nossa religião isto não acontece (em Templos de Umbanda sérios!), porque mesmo aquele que se apresenta em trajes suntuosos terá que necessariamente substituí-los por um uniforme, uniforme este igual ao que é utilizado por um biscateiro, uma dona-de-casa ou um desempregado, durante as sessões de terreiro.

Na Umbanda, Sopro Divino que a todos refresca, o personalismo ou destaque individual é algo que jamais deverá existir. Somos meros veículos de manifestação da Espiritualidade Superior e, a par disto, devemos sempre nos mostrar coletivamente, sem identificações pessoais ou rótulos, tão somente como elos iguais de mesma força e importância, neste campo de amor e caridade denominado Umbanda.

Os que se colocam contra o vestuário uniforme dos médiuns umbandistas são aqueles mesmos que, não tendo conhecimento sobre a ação nefasta de certos fluidos etéreo-astrais sobre a matéria, estando em lugares ou com pessoas portadoras de magnetismo inferior, ao chegarem nos Centros (kardecistas) para darem passes sem tomar banho e trocar de roupa, estão impregnados de cargas fluídico-magnéticas densamente negativas que, por conseguinte, interferem no campo áurico e perispiritual dos médiuns, simplesmente acabam, através da imposição e dinamização das mãos, passando ao assistente toda ou parte daquela energia inferior que carrega.

Na Umbanda, o uniforme do médium ou está no vestiário do Templo, e, portanto dentro do cinturão de defesa do mesmo, ou está em casa, sendo lavado e passado, longe do contato direto com as forças deletéricas.

Vestimenta ritualística umbandista é sinônimo de igualdade e de higiene astral-física.

Pai Juruá


***


VESTIMENTAS NA UMBANDA

São palavras textuais de Zélio de Moraes (médium do senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas, iniciador da Umbanda, em 1908):

• Capacetes, espadas, adornos, vestimentas de cores, rendas e lamês não são aceitos nos Templos que seguem a sua orientação. O uniforme é branco, de tecido simples.

No inicio, as vestimentas das mulheres eram pouco práticas (utilizavam vestidos). A Umbanda atualmente utiliza-se de vestimentas práticas e confortáveis.

Observa-se a total predominância do branco, pois essa cor é irradiante, não absorvendo, pois as energias negativas tanto de ambientes quanto de pessoas, bem como é uma cor que simboliza limpeza, higiene, pureza, paz, humildade, simplicidade, além de propiciar aos médiuns uma sensação de “leveza”. Tudo deve ser simples, com conforto e praticidade. Lembre-se que os Guias Espirituais são humildes, portanto, desprovidos de vaidade.

Quanto ao tipo de vestimenta, também se requer comodidade. Não observamos nos dias atuais, no culto Umbandista, roupas específicas às linhas de trabalho, muitas vezes excêntricas e coloridas, e sim, roupas uniformizadas que são utilizadas tanto nas incorporações de Orixás, Guias Espirituais ou Guardiões. Basicamente observamos o seguinte:

Médiuns masculinos: Túnica e calça branca de algodão (por ser este tecido natural, obtido através da flor do algodão e favorecer uma transpiração adequada), sem bolso, e geralmente fechado com botões até a altura do pescoço. A túnica deve ter o comprimento aproximado de um palmo acima do joelho. A calça, por comodidade e praticidade, não deverá ter bolsos atrás, mas sim, dispostos nas laterais, um palmo acima dos joelhos (pode-se guardar qualquer objeto sem medo de amarrotar).

Médiuns femininos: Os mesmo utilizados acima, exceto que nas incorporações de Guias Espirituais tais como: Pretas Velhas, Baianas, Boiadeiras, Ciganas, e Guardiãs pode-se utilizar saias longas e levemente rodadas, mas, simples e brancas (quando da incorporação dessas entidades, a médium já deverá ter a saia em mãos e colocá-las por cima da calça, dentro do ambiente de trabalho, um pouco antes da vinda das Entidades Espirituais, não havendo a necessidade de sair para trocar-se).

Outra coisa importante é o uso de turbantes, simples, por parte das mulheres. Os homens também utilizam uma cobertura para a coroa, do tipo que os judeus ou os muçulmanos utilizam (conhecidos como quipá).

O uso dessas coberturas se faz necessária pelo fato dos médiuns não necessitarem ir a um cabeleireiro ante de ir trabalhar no Templo (vaidade) e também proteger a sua coroa (chacra coronal) da possível infestação de alguns tipos de bactérias espirituais, oriundas dos atendimentos. Agora, o mais importante é que com a cabeça coberta, todos somos iguais perante Deus, Suas Hierarquias e seus irmãos de fé.

Não serão admitidos uniformes modelando o corpo do médium (agarrado).

De forma alguma, os médiuns masculinos incorporados por Guias Femininos utilizam saias e outros adereços femininos.

Também observamos em muitos Templos a utilização de um pano branco no pescoço (conhecido como “tolha de cabeça”), que serve tanto para “bater a cabeça”, quanto a cobrir a cabeça (por respeito) nas incorporações de determinados Orixás. Nessas toalhas geralmente tem pontos bordados, representativos das linhagens de trabalho do médium e da casa que trabalha. Jamais deverá usar essas toalhas para enxugar suor, nariz ou outra coisa qualquer que não se refira a espiritualidade. Para isso é bom ter uma toalhinha branca, presa na calça, utilizada somente para higiene.

Em nosso Templo, utilizamos um pano branco no pescoço, de aproximadamente 40 cm de largura, por 1,50 m de comprimento, somente para identificar que ali esta um Guia Espiritual incorporado, para auxiliar a identificação tanto para os médiuns quanto para a assistência. Esse pano é de tecido natural (preferencialmente algodão) sem nenhum ponto bordado, para evitar abusos e vaidades.

Adotamos tão somente o bordado com o símbolo do Templo, do lado esquerdo da túnica.

Quando os médiuns forem para os trabalhos espirituais no Templo, nunca deverão sair de casa vestidos com o uniforme para que este não sofra infestação de espécie alguma, de larvas astrais e mesmo mentais, pelos lugares que passarem. Também pode ocorrer dos uniformes ficarem sujos e amarrotados, demonstrando que o médium é desleixado e sem higiene. O uniforme deverá estar impecavelmente limpo e passado.

Os uniformes utilizados durante os trabalhos espirituais devem ser lavados em separado da roupa comum da casa, pelo fato de muitas vezes estarem impregnados com larvas astrais e miasmas, adquiridos durante os atendimentos.

É de bom alvitre que os médiuns se troquem ao sair do Templo. Se não puder, ao chegarem em casa imediatamente retire o uniforme, evitando sentar em sofás ou mesmo em camas. Coloque o uniforme de molho em uma solução de água com sal grosso, para no outro dia, lavá-lo normalmente, e se possível utilizar um germicida (cloro), e na última enxaguada colocá-lo de molho em uma solução de água com seiva de alfazema. Depois de terminada a operação, é importante secá-los ao sol, de preferência de manhã. Aos que morarem em apartamento, deve-se colocá-los para secar bem junto da janela.

De vez em quando, os médiuns deverão fazer uma revisão em seu vestuário religioso, observando se não estão encardidos, descosturados ou mesmo rotos.

Observar também a devida feitura da barra das calças, deixando na altura correta evitando dobrá-las, pois demonstra desleixo.

Os uniformes utilizados nos Templos, jamais devem ser usados para outro fim a não ser o religioso.

Em dias de atendimento ao público, os médiuns deverão utilizar o uniforme completo (túnica e calça). Um Giras fechadas (desenvolvimento ou mesmo outras atividades onde estarão somente os médiuns), poderão ao invés da túnica, usar uma camiseta com o símbolo do Templo.

Cada vez mais, nos rituais de Umbanda, busca-se a praticidade, abandonando-se velhas “tradições”, que ainda perpetuam adaptadas, imitando o Candomblé, de se adotar roupas e cores específicas aos Orixás incorporados. Bem como o de alguns Templos de Umbanda, que nas giras específicas, como por exemplo, na Gira de Caboclos usarem a cor verde e cocares,; nas giras de Baianos os tradicionais chapéus de couro e cartucheiras; nas giras de Boiadeiros o gibão e esporas; nas giras da Guardiões roupas extravagantes, pretas e vermelhas, (ou sem roupa (sic)), etc.

Em todos os trabalhos mediúnicos na Umbanda a roupa utilizada deve ser branca.

Em trabalhos espirituais, o médium umbandista deve abolir totalmente o uso de enfeites e apetrechos desnecessários, que caracterizam o pretenso regionalismo da entidade espiritual quando encarnada. Não devemos nos esquecer, que os espíritos não têm vaidade; fora a roupa branca e simples, todo o resto é fruto da mente e da vaidade do médium e não do Guia Espiritual.

Outra coisa que achamos ser de muita valia, seria um “porta objetos de uso”, que seria, ao invés de uma sacolinha que geralmente fica no chão, uma maleta, tipo de guardar ferramentas, de plástico, com o nome do médium na lateral. Facilita e em muito, pois nessa maleta cabem muitas coisas que geralmente o médium utiliza em seus rituais, bem como tudo o que o Guia Espiritual necessita. Essa maleta, geralmente ficaria encostada na parede, dentro do Congá e quando um Guia Espiritual necessitasse de alguma coisa, o cambono identificaria rapidamente a maleta do médium, e pegaria o que se necessita. É prático limpo e de fácil manuseio.

A Umbanda caminha para a unificação, pois hoje é sabido que mais importante que a vestimenta, que é a apresentação externa é a condição interna, moral e fé dos filhos e dos sacerdotes.

Trecho extraído do livro: O ABC do Servidor Umbandista – Pai Juruá







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26/08/2018

Falar de Exu


Falar de Exu

Falar de Exu não é uma fácil tarefa, porém, inquirir, pesquisar, procurar sua origem e sua finalidade é o direito de quem quer aprender. Há uma nuvem cobrindo a distância do seu princípio até nossos dias. Nesta caminhada lenta da humanidade ganhastes muitas formas e fostes batizados com inúmeros nomes: no Jardim do Éden, eras uma serpente que introduziu o primeiro pecado no seio da humanidade; eras o agente mas não o mal, pois o livre arbítrio nos dá o direito de optar. De Adão e Eva proliferou a humanidade e, com ela, os seus deuses, seu medo e sua curiosidade. 

Ah! meu irmão de longa caminhada...

Para Moisés você foi o cajado que apoiava o corpo nas fatídicas andanças, mas se necessário, você seria também a assustadora serpente. Para os fenícios, você foi Molock, espírito tenebroso, cujo interior era uma fornalha ardente onde os seus seguidores depositavam suas oferendas; para a Pérsia de Zoroastro, atendias pelo nome de Arimânio, espírito angustiado e vingador!...para o egípcio, você era Duet, uma guardião que castigava, que punia para, depois de punido, ser entregue para o Deus da Luz e Serenidade; você era a ligação entre o homem e a mente, a morada de Osíris que é o Deus do amor e da criação. No Egito, você também era Tifon ou Aprites; a China milenar te deu o nome de Digin; Ravana para o hindu; os escandinavos de chamavam Azalock. Em cada povo uma personalidade e uma vibração diferente. Para o nosso índio brasileiro, você atendia por vários nomes e várias atuações: Cairé é um fantasma que aparece na lua cheia para punir os maus; Catiti é outro, só visível na lua nova e atrapalha a pesca. Jurupari é o mau espírito que traz pesadelo; Curuganga oficia como assombração.

Até então, você com múltiplas funções e personalidades, não era mais que uma energia, uma força. Até 1984 anos atrás, você era visto e sincretizado como guerreiro, como um homem. Para o mau artista, uma grotesca obra.

O hebreu te deu novas formas e, na pia batismal, recebestes os nomes: diabo, demônio, Lúcifer. Pelo pincel do pintor ou o formão do escultor, na metamorfose dos interesses de uma religião que amedronta e não esclarece, te fizeram um monstro... Como monstro, você defendia com maior eficácia os interesses econômicos de seu criador. Causa-nos revolta vê-lo assim desfigurado!

A infâmia e o mau gosto do artista que te fez um agregado de homem e animal, com longos cornos e pés caprinos, é uma afronta ao próprio Criador!

Ah! meu amigo... A tua imagem hoje, nada mais é que o reflexo, a exteriorização de consciências mal forjadas.

São dois mil anos que o padre vem te projetando, programando o subconsciente da pobre humanidade. Ele afirmou que Exu era o diabo e assim se propagou, assim ficou... Nós só conhecíamos o catolicismo como religião dominante. O padre era sábio, o doutor, o mentor enfim... e ficaria assim se ao lado da religião não existisse a história.

O diabo é um rival de Deus, um anjo rebelde, Satanás e falsário que tentou Eva e perdeu Adão. Tentou Caim e promoveu o assassinato de A bel ; tentou Jesus, no monte e levou Judas à traição, Jesus não cedeu à sua tentação, prova eloquente do direito de optar; respeito sagrado ao livre arbítrio do homem.

Forçam-nos a pensar que você é o executor porém, não é a causa nem efeito; é sim um elemento, uma vibração, que serve de acordo com a vontade do pedinte ou a licença do patrão. Será isso ou não?... Sabemos que o índio e o negro não conheciam um rival de Deus. Não há um concorrente das Leis Divinas!... um diabo, um Satanás... há sim, uma corte de seres inferiores que, por isso mesmo, estão a serviço de seres superiores, aos quais obedecem e servem sem contestar.

Na magia do negro, Exu é um Deva, um Orixá... é um mensageiro, o guarda, o policial, o moço de recado que vive na rua, orientando, servindo de intermediário entre o Orixá e o homem.

Entendemos que o diabo nos ludibriou!...

O negro não sabia que era o diabo, sabê-lo-ia o bugre dispondo de uma mitologia inferior?... Não tinham uma noção semelhante. O bugre conhecia o Caissoré, Curupira, Curuganga, Anhangá, entidades que se tornam pesadelos, que dão maus sonhos e que estorvam a pesca e a caça, contudo, o homem pode amansá-los, dando-lhes pequenas oferendas. Quem ameaçaria o diabo?... Este pretenso rei será tão porco, tão mesquinho que se venda por alguns bicos de vela? Será isso um rival de Deus?... Um diabo, um Satanás?...

O bugre e o negro não conheciam esta figura hebraica, pregada e propagada aos quatro cantos do mundo pelos padres e seus discípulos.

O negro não servia a interesses financeiros; perante Deus não existe rival. ELE é a Criação, o Princípio e o Fim! Para cada elemento ELE criou uma força dominante, um encarregado, um guardião, um Orixá que rege o plano Cósmico mas, criou também, o intermediário, o EXU, o Deva, o Orixá Menor, que atua em harmonia com seu gerente ou seja, o Orixá.

Lá no alto está a Energia Cósmica, Oxalá, Iemanjá, Ogum, Oxóssi e outros; no plano intermediário, Exu-Tameta, Exu da Rua, Exu-Odé, da encruzilhada, Exu-Adé, do chão, Exu-Ibanan, dos montes, Exu-Itatá, das pedras, Exu-Ibê, do terreiro, Exu-Gelu, das estradas longas, Exu-Baru, do escuro, Exu-Bara, este, puramente africano.

Senhores, a minha dissertação talvez não seja erudita... tão inteligente... porém, é honesta e eu afirmo: aquele grupo de demônios avermelhados, guampudos, com pés caprinos e barbas em pontas, olhos saltados, dentre agressivos... não é EXÚ!

Aquilo é uma concepção primária, falsa, mórbida, velhaca, indecente, ridícula!... É uma agressão à nossa inteligência; uma infâmia, um disparate, uma ofensa ao Divino Criador! Não podemos aceitar essa assimilação!

Este demônio hebreu não é o Plutão do grego, não é o Tifon do egípcio, não é o Arimam do babilônio, não é o Digin do chinês, não é o Ravana do hindu, não é o Bará do negro, não é o Caissoré do bugre.

Este demônio bestificado não faz parte deste Panteon!

Por Deus, não é nada disso!...só pode ser fruto do interesse econômico de escritores mal informados, sem decência ou respeito pelo belo.

Aqui dou meus aplausos àqueles escritores que tiveram a honradez de procurar um novo sincretismo, tentando introduzir uma imagem condizente com o altruístico trabalho desses incansáveis irmãos EXUS.

Andir de Souza




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20/08/2018

A Assistência no Terreiro


A Assistência no Terreiro

Todos aqueles que chegam a uma Casa Umbandista fundamentada e se sentam na assistência da mesma, fazem parte da corrente energética da Casa. Porém, como já nos ensinou o Mentor de Chico, Emmanuel, é preciso sempre atentar para três questões muito importantes: a Disciplina, a Disciplina e a Disciplina. Por isso, em uma Casa Umbandista, mesmo que você sinta que seus guias espirituais estão próximos de você (pois eles com certeza estão), eles não serão indisciplinados para querer que você incorpore se não for orientado a isso pela Dirigência da Casa ou pelos Guias Chefes.

Todos nós temos o controle sobre nosso corpo e sobre as sensações que percebemos. Sentir aproximação espiritual é bastante normal quando fazemos parte da corrente de um Centro Espírita, alguns sentem mais, outros menos. Portanto, se você está sentado na assistência, tenha certeza de que está protegido e de que os seus guias espirituais, dado o grau evolutivo bastante avançado que possuem, respeitarão a disciplina da Casa e incorporarão quando e se for dado permissão pela Casa. Nesse momento então, você será chamado pelas entidades para adentrar o salão de gira e elas pedirão que você se concentre para que haja a incorporação. Isso não acontece sem a sua vontade e nem muito menos, sem a permissão da Casa.

Outra situação que algumas vezes observamos nos dias de atendimento é o consulente chegar dizendo que não está se sentindo bem e não conter a sua ansiedade para que chegue a hora de ser tratado. Entretanto, como diz nossa Guia espiritual, Vovó Antonieta, “Alguém já viu um atestado de óbito em que na causa da morte esteja escrito: ESPÍRITO?” Acho muito improvável, não é? Todos nós podemos aguardar o momento de sermos chamados para tratamento. E, além disso, quando há algo que realmente não possa esperar (o que realmente pode acontecer), a própria Casa se encarrega de socorrer imediatamente, sob a orientação dos Guias de Luz. Por isso, temos que confiar na Casa que frequentamos, nas Entidades de Luz que se manifestam em nome de Deus, nos Médiuns da corrente e na firmeza da Guarda Espiritual que nos cerca.

Quando qualquer pessoa chega à Casa Umbandista, automaticamente ela já está sendo tratada. A casa é firmada e protegida para que nenhuma energia inferior possa atuar sobre quem não esteja procurando por isso. Se você busca por auxílio, aprenda a aguardar pelo remédio... Aquilo que você acha que precisa, nem sempre é o que você realmente precisa. Se você vai ao médico tratar um problema de saúde, não deve esperar que ele aplique a você o tratamento que você acha que funciona... Se não pra que ir ao médico se você já sabe o seu tratamento, não é mesmo?

Por diversas vezes já vi em Nossa Casa, pessoas chegarem à assistência e começarem a manifestar algo que afirmam ser uma incorporação, começarem a sacudir seus corpos como se uma força do além tomasse conta delas contra sua própria vontade... Mas como vimos, nada acontece contra a vontade de ninguém. Se você ficar atraindo energias para você, com certeza elas se aproximarão e, com certeza, você as sentirá! Contudo, não esqueça do alto nível de disciplina que os Bons Espíritos possuem e no respeito à Casa que com certeza têm... Baseados nisso, entendemos que se algo fugir ao que permite a Casa, não são os Espíritos de Luz que estão atuando sobre você! Nesse caso, como Vovó costuma nos ensinar, aquele Espírito que não respeita o solo sagrado que adentra, não merece atenção dos que trabalham pelo bem. No mesmo momento em que tenta chamar atenção com suas más condutas, não merece receber atenção daqueles que se dispõem à prática despretensiosa do bem. 
E assim, acabam por desistir de seus intentos...

Então você está querendo dizer que não há como Espíritos inferiores entrarem na Casa se um médium não ficar atraindo sua energia para si? Não foi isso que disse. Um Templo Umbandista, por ser um pronto-socorro espiritual, atende tanto aos encarnados quanto aos Espíritos que precisam de tratamento. Todavia, quando eles precisam de tratamento, são trazidos pelos próprios Espíritos de Luz, que visam alcançar a melhora das condições desses seres ainda tão materializados e ligados às energias terrenas e também daquelas pessoas que eles possam estar obsidiando (o famoso encosto). Assim, recebem a permissão de adentrarem a Casa e, nas mãos das entidades da Casa, se apresentam para que possam ser tratados e conduzidos aos seus lugares de destino. Esses Espíritos inferiores, sim, tem a permissão de estar dentro do Templo, por tempo determinado e com uma finalidade específica. De outra forma, não.

Nise



A ASSISTÊNCIA TAMBÉM CONTRIBUI PARA A REALIZAÇÃO DOS TRABALHOS UMBANDISTAS

A Assistência, ou seja, as pessoas que vêm até o Terreiro em busca de auxílio, são essenciais para a Umbanda, que é uma religião cravada no princípio de fazer a caridade. No entanto, a importância da Assistência não se restringe apenas na necessidade de se ter alguém a quem ajudar. A presença da Assistência é essencial para os trabalhos.

Inúmeros estudos psicografados relatam a importância do ectoplasma (energia vital dos encarnados) para o trabalho das Entidades. É com o ectoplasma dos médiuns e da assistência que os Guias da Umbanda conseguem destruir as formas plasmadas malignas no astral, tais como miasmas, larvas astrais e formas-pensamento de baixas vibrações. Caso o ectoplasma humano não fosse necessário, as entidades teriam condições de trabalhar somente no astral, não havendo a necessidade de virem até os templos de Umbanda. Assim, quando alguém vem de coração aberto participar de uma gira, não está apenas sendo ajudado. Está ajudando as Entidades a trabalharem.

E isso gera uma responsabilidade maior por parte da Assistência: para o bom andamento dos trabalhos, para uma boa liberação de ectoplasma e para não atraírem espíritos inferiores, torna-se essencial que cada um que venha a um terreiro de Umbanda tome algumas precauções básicas:

1. Evitar o consumo de álcool e de carnes vermelhas nos dias de gira.

O álcool é um poderoso aliado das forças negativas do astral. Ele aproxima o padrão vibratório de quem o utiliza com o padrão de entidades de baixa vibração, podendo até atrair entidades obsessoras e espíritos zombeteiros. A carne vermelha traz consigo uma energia “densa”, que atrapalha a concentração e dificulta os trabalhos.

2. Tomar banho de proteção.

Todos estão suscetíveis a captar energias negativas. O banho de proteção ajuda a bloqueá-las.

3. Os dias de gira são momentos ideais para se criar uma maior e melhor conexão com seu anjo de guarda. Não desperdice essa oportunidade.

4. Tentar manter o padrão elevado de seus pensamentos e atos.

De nada adianta vir à Seara e rezar, cantar e fazer seus pedidos se na cabeça e no coração você traz pensamentos de ódio, vingança, ciúmes e demais sentimentos negativos.

5. Usar roupas claras durante as giras. A roupa clara auxilia na emanação de energias positivas, enquanto que ao usar roupas escuras durante as giras você poderá estar absorvendo a energia negativa dos outros.

Essas são medidas básicas, mas essenciais para que cada um possa auxiliar da melhor maneira os trabalhos das Entidades, bem como ser beneficiado com todo o axé que eles nos trazem de Aruanda.

Erica Camarotto



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07/08/2018

O que é Magia?

O que é Magia?

A mais completa definição de Magia, pelo Dr. Lacerda de Azevedo:

Em todas as civilizações, e desde a mais remota Antiguidade, a magia esteve presente. Começou provavelmente, com o homem das cavernas. Sabemos de seus rituais propiciatórios para atrair animais com que se alimentavam, de rituais mágicos em cavernas sepulcrais, de invocações às forças da Natureza para defesa da tribo contra animais e inimigos.

Ainda na Antiguidade, a magia natural teve suas finalidades distorcidas, tornando-se arma mortífera nas mãos de magos renegados. Encantamentos eram usados para fins escusos. E para agredir, prejudicar e confundir, tanto indivíduos como exércitos e Estados. A ambição e o egoísmo usaram as forças da Natureza para o Mal (tal como acontece hoje); espíritos dos diversos reinos foram e ainda são escravizados por magos negros, que não poupam o próprio Homem. A distorção e o uso errado da magia fizeram com que caísse em rápida e progressiva decadência.

É de se lamentar que isto tenha acontecido. Hoje, o conceito e as ideias que se tem sobre este assunto são bem mais do que imprecisos: confusos quase sempre, às vezes falsos ou propositadamente envolvidos no desdém cientificista que os pinta de "fantasias".

No entanto, "magia é a ciência exata e absoluta da Natureza e suas Leis" (Eliphas Levi). E mago é todo aquele que lida com forças invisíveis da Natureza produzindo fenômenos sem causa aparente.

O mago manipula, pelo poder da mente e práticas ritualísticas, essas energias magnéticas sutis e ao mesmo tempo poderosas. Aquilo que se conhece como "práticas ritualísticas" nada mais é do que técnicas de sequência de atos visando ao desencadeamento ou precipitação dessas energias segundo Leis imutáveis.

"A magia encerra, pois, numa mesma essência, tudo o que a filosofia pode ter de mais certa e o que tem a religião de infalível e eterno. Ela concilia perfeita e incontestavelmente estes dois termos que à primeira vista parecem opostos: fé e razão; ciência e crença; autoridade e liberdade. Ela dá ao espírito humano um instrumento de certeza filosófica e religiosa exata como as matemáticas, corroborando a infalibilidade das próprias matemáticas." (Eliphas Levi)

Magia, portanto, não é superstição - como querem pretensos sábios (em que se incluem alguns kardecistas), zelosos em defender, conservando, uma estreita e apoucada interpretação da imensa realidade cósmica. Em realidade, Magia implica complexos processos que deveriam interessar - e muito - à Ciência, pelo que tem de investigação e experimentação.

A magia não se ocupa apenas de espíritos desencarnados, como muitos acreditam. Seu objeto é a vida em suas variadas formas e em todas as dimensões, espíritos de todos os seres; incluindo também os espíritos da Natureza (impropriamente chamados "elementais"): gnomos, silfos, salamandras, ondinas, sereias, fadas e muitos outros.

Entre as forças ou energias naturais de que se servem os magos, podemos citar as planetárias, como as da Lua (que aciona as marés e regula o crescimento dos vegetais); a energia das cachoeiras e do mar, a força do vento, das nevascas, das avalanches; a energia térmica do fogo; as forças de ressonância dos átomos, na constituição dos cristais. Todas essas energias podem ser usadas tanto para o Bem como para o Mal, conforme as intenções de quem as utilize.

Trecho retirado do livro "Espírito e Matéria" - Novos Horizontes para a Medicina - José Lacerda de Azevedo.


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26/07/2018

Início da Mediunidade - Por que Ficamos Ansiosos?


Início da Mediunidade - Por que Ficamos Ansiosos?

A maioria dos médiuns tem sua iniciação mediúnica – momento em que suas faculdades mediúnicas já despertadas passam a ser utilizadas de modo sistemático e mais intenso, dentro dos rituais e trabalhos existentes numa casa umbandista – marcada pela difícil fase da ansiedade e da adaptabilidade que esse começo representa.

Ansiedade no médium iniciante pode trazer algumas situações desconcertantes como:

  • Ficar pensando de modo intenso nas coisas ligadas à espiritualidade; 
  • Ficar com os pontos cantados ecoando na mente; 
  • Ficar cantando a qualquer momento e lugar os pontos cantados; 
  • Conversar somente sobre o assunto espiritualidade a qualquer oportunidade em que hajam mais pessoas que pertençam à mesma religião ou casa; 
  • Ler muitos livros sobre o assunto, querendo esgotar todos os pontos de dúvidas; 
  • Querer conhecer tudo sobre a Umbanda num espaço de tempo curto; 
  • Ter sonhos constantes com rituais, entidades, trabalhos; 
  • Ficar vendo em qualquer situação algum tipo de ligação com a espiritualidade; 
  • Não parar de preocupar-se em manter-se dentro das condutas que sua casa pede; 
  • Querer incorporar logo; 
  • Ficar muito preocupado se está mesmo incorporando uma entidade ou se está apenas imitando uma entidade; 
  • Desejar ardentemente que tenha a inconsciência durante as incorporações; 
  • Querer aprender tudo sobre os rituais que sua casa pratica, chegando ao ponto de perguntar de tudo a todos os demais médiuns mais experimentados; 
  • Querer saber tudo, através de relatos de outros médiuns, o que ele fez quando estava incorporado, o que a entidade falou, deixou de fazer; 
  • Passar a realizar em seu próprio lar, uma verdadeira transformação de hábitos, querendo que todos tomem banhos de defesa, defumem-se, orem, cantem, entre outras coisas; 
  • Querer erigir algum tipo de altar ou espaço sagrado em seu lar, tentando imitar o mais perfeito possível a quantidade de imagens, a disposição dos santos que há em seu templo umbandista; 
  • Querer que suas entidades receitem rapidamente a confecção ou aquisição das guias (colares) e quanto maior o número de guias melhor; 
  • Desejar ardentemente que tenha incorporações “fortes”, isto é, que as entidades já venham de modo com que não gerem dúvida a ninguém; 
  • Que suas entidades já risquem seus pontos e que seja algo bem impressionável; 
  • Que suas entidades deem logo seus nomes e torce para que sejam nomes “fortes” e conhecidos; 
  • Querem decifrar todos os símbolos que suas entidades desenharam em pontos riscados; 
  • Querem saber da história, vida, ponto cantado e tudo o mais sobre suas entidades; 

Essas situações e mais outras não citadas são consideradas até normais e encaradas por aqueles outros médiuns mais tarimbados como coisa comum de se acontecer. E de fato é. O que o dirigente e os médiuns mais experientes devem fazer é aconselhar esses neófitos, direcioná-los em atividades que os tirarão um pouco desta fixação, é ouví-los e explicar cada uma das dúvidas e dificuldades existentes.

Toda essa ansiedade é temporária e assim que o novo médium for tendo mais e mais experiências, ele passa a lidar de modo mais natural, menos ansioso e aflito com essas situações.

O tema deve ser abordado de modo atencioso, respeitoso, prático e esclarecedor para poder dar melhor formação espiritual e criar uma estrutura mediúnica mais eficaz à própria casa, uma vez que estes novos médiuns passam a compor o já formado corpo mediúnico da casa, fazendo número e qualidade na força da corrente da casa umbandista.

Desperdiçar a chance de esclarecimento quando esses médiuns estão ávidos por conhecimento e abertos para serem direcionados é deixar ao acaso a responsabilidade da formação destes médiuns, podendo levá-los a vícios, “cacoetes” e maus hábitos mediúnicos que nunca mais poderão ser retirados.

E o velho adágio popular é verdadeiro: “Pau que nasce torto, morre torto”...

Richael Izolino


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25/07/2018

O Trabalho de uma Corrente de Umbanda


Creio ser muito importante abordar este assunto, pois, dentro de um terreiro, templo de Umbanda é imprescindível a boa harmonia e a constância da qualidade do trabalho em uma corrente de Umbanda.

A corrente, grande ou pequena, deve manter um trabalho harmônico, eficaz e muito firme para que o terreiro de Umbanda permaneça forte e execute verdadeiros trabalhos de atendimentos caritativos no decorrer do tempo de sua existência.

Mas de que maneira é possível manter a harmonia e eficiência dos trabalhos de corrente mediúnico no decorrer do tempo de convivência?

Como manter fiel, a corrente no sentido da responsabilidade e envolvimento constante nos trabalhos executados no terreiro?

Creio que, a responsabilidade do nível de comprometimento, da ética e do amor da corrente de médiuns para com o terreiro e seus trabalhos é inteiramente e intransferivelmente de seus dirigentes e sacerdotes!

O terreiro deve ter regras claras em todos os sentidos, e o óbvio nunca existirá pois, se houver um erro ou uma má conduta de um ou mais membros de corrente e o dirigente não expôs claramente as regras antes destes adentrarem nos trabalhos, a culpa pelos erros e falhas é do dirigente.

Quem está na frente dos trabalhos responde não só a parte espiritual como principalmente na organização material dos trabalhos em seu terreiro.

Regras de conduta, de ética e comportamentais são essenciais para que todos entendam o funcionamento do trabalho e todos aceitem antemão tais regras expostas claramente sem nenhum tipo de pudor por parte de seu dirigente.

Os templos e terreiros de umbanda devem ter líderes e nunca chefes!

Um líder lidera com amor e exemplo, sem castrar sob nenhum pretexto a natureza dos filhos de corrente.

Se algum médium não aceitar as regras, então este médium deve procurar um outro terreiro para trabalhar que se afinize com sua maneira de pensar e de agir.

Só deve permanecer ao grupo de trabalho de um terreiro quem realmente estiver de coração aberto e sentimento puro diante das dificuldades que o terreiro possa atravessar durante os anos de sua caminhada.

A corrente deve entender que o terreiro é sua casa, e para que isso ocorra realmente, é dever da corrente manter o terreiro próspero e organizado, sem dívidas e sem faltar materiais de trabalho que todo terreiro necessita para manter seus trabalhos e firmezas semanais.

A prioridade de ajudar o terreiro em todos os sentidos deve ser alta, porém, sem que isso interfira no bem estar de sua família ou emprego.

Mas existem muitos casos em que médiuns deixam de cumprir suas obrigações em seu terreiro para dar vazão as sua baladas semanais ou orgias alimentares em que demandam muito dinheiro e não sobra nada para seu lar espiritual onde trabalham seus guias e onde constem seus milagres e sua paz.

Veja bem, não sou contra sair e se divertir, sou contra o atraso das responsabilidades para com o terreiro em detrimento das diversões descabidas.

O médium que faz isso é infantil, pois não tem a consciência de que seu terreiro necessita de amparo material também pois sem a colaboração, o terreiro entra em uma profunda dificuldade podendo até encerrar suas atividades por dívidas acumuladas.

Um trabalho em corrente só é trabalho em corrente quando todos assumem a responsabilidade de manter seu terreiro em ordem e seus dirigentes tranquilos pois, seus dirigentes, gastam seu tempo e doam seu amor e seu amparo incenssantemente quando seus médiuns assim necessitam.

O que vale mais, a pizza ou o terreiro?

A fofoca ou os trabalhos?

O melindre ou o Axé ?

Médium melindrado deve retornar a assistência e rever seus conceitos de grupo espiritual e até mesmo de religião.

Uma corrente firme no propósito de seu terreiro, trabalhando com amor, sincronidade e afinco, torna seu terreiro forte, uma verdadeira casa de Luz e amparo a todos que buscam os guias para os mais variados fins.

Lembro que Templo de Umbanda, não é nem nunca será uma casa de trocas de favores, e nem uma casa onde você frequenta apenas para melhorar sua vida e se descarregar.

O Templo de Umbanda, além de fazer tudo o que uma Religião deve fazer como amparo aos necessitados encarnados e desencarnados, educação mediúnica e estudo, é uma fonte infinita de Axé, proteção e alento para a alma.

Por Marcel Oliveira


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Religião e Vida Psíquica

Religião e Vida Psíquica - Por Ednay Melo


A palavra religião vem do latim e significa "religare", podendo ser interpretada como religação do homem a Deus. A religião tem como objetivo responder as perguntas que a ciência não responde, como de onde viemos, o que estamos fazendo aqui e para onde vamos depois da morte, isto é, ocupa-se com o ser humano espiritual.

Psicologicamente, Jung admite a existência de um Deus interno, imaterial.

No aspecto filosófico, Osho, filósofo indiano e adepto da meditação zen, defende que há espiritualidade apenas cultivando os valores morais, sem necessariamente precisar existir a religião. Seria a consciência livre: se crer no que se deseja crer e não no que as crenças determinam.

O pai da psicanálise, Sigmund Freud, como ateu convicto, sempre colocou a religião no aspecto negativo, como sendo a "neurose obsessiva da humanidade". Colocou a religião como uma necessidade das civilizações em controlar os seus indivíduos em seus impulsos e instintos, pois as leis divinas sempre foram percebidas como mais sólidas e mais poderosas do que as leis humanas. Deste modo, passa-se a obedecer aos preceitos da sociedade devido o temor do castigo de Deus. O Deus criado pela humanidade viria para minimizar o sofrimento do que se foge ao controle humano, como as catástrofes naturais e os fenômenos sobrenaturais, por exemplo. Considerando também que a figura de Deus representa a figura paterna, com teor psicológico ambivalente,tal como no complexo de Édipo. Enfim, para a psicanálise a religião com os seus fenômenos proporciona a neurose.

Sendo a religião um Deus interno, imaterial, tal qual afirmou Jung e o conceito de espiritualidade de Osho, fácil conclui-se que o indivíduo pode e deve dirigir sua fé pela religião que achar coerente com os seus valores e princípios, reduzindo a um grupo específico e não generalizando os conceitos de Freud.

Mas por que a dificuldade de escolher uma religião e depois de escolhida, por que a dificuldade de se manter nela? Por que a insatisfação sempre incomoda muitas pessoas, fazendo-as até rejeitar a possibilidade do ser espiritual existir, bem como duvidar da existência de Deus? Também existem aquelas pessoas que insatisfeitas com a religião que escolheram, se sentem melhores quando agridem e atacam a religião dos outros.

Para se encontrar a religião certa, entenda-se por certa aquela capaz de trazer a paz e a harmonia interior, é preciso que antes de tudo a pessoa se auto-analise e tenha o desejo sincero de interagir com a comunidade religiosa, que vivencie o ser em detrimento do ter, que questione "o que espero da religião e o que posso oferecer", consciente do seu lugar no mundo e para o mundo.

Porque a religião não pode servir como "muletas" para as pessoas emocionalmente imaturas, correndo-se o risco da insatisfação permanente e do entendimento distorcido do seu real valor. Talvez tenha sido este o motivo que levou Freud a afirmar que a religião é uma neurose.

Neurose nada mais é do que o "conflito" do ser consciente com todas as suas instâncias psíquicas e com o mundo exterior, assim, se quer encontrar a sua religião ou aceitar a que pratica, encontre-se primeiro consigo mesmo e trabalhe as suas insatisfações perante a vida.

Ednay Melo
(Baseado no livro Psicologia e Religião/Jung/vol XI e Artigo Flávia Resende.)







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