Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

11/07/2018

Quem Então Seria o Obsessor?


Obsessões, assédios, encostos, mau olhados, quebrantos, ou seja lá o nome que se quiser dar, são, acima de tudo, uma questão de atitude pessoal NOSSA. Somos nós que abrimos a nossa frequência para que entidades perturbadas, com ou sem ligações conosco, entrem e nos causem perturbações psíquicas.

No universo tudo é uma questão de sintonia. Os semelhantes se atraem e, quando entram em ressonância uns com os outros, intensificam sua própria frequência, intensificando também seus efeitos.

Isso não quer dizer que todos nós sejamos pessoas perturbadas e que, por isso, atraiamos só entidades perturbadas. Mas que, como todo mundo, cada um de nós PASSA por perturbações no seu dia a dia, que podem durar mais ou menos tempo, dependendo da gravidade da situação, da própria força para encarar e superar as contrariedades, do ambiente em que estamos ou que normalmente "frequentamos" no nosso dia a dia, etc.

Na maioria das vezes não temos qualquer obsessor ou perseguidor de outras vidas ou de outras situações, mas nos permitimos ficar mais tempo remoendo uma determinada mágoa ou raiva, nos permitimos ficar mais tempo visualizando uma discussão ou uma briga, nos permitimos ficar deprimidos ou aborrecidos por mais tempo e alimentamos as formas fluídicas que essas atitudes geram e que ficam circulando ao nosso redor. Com isso, diminuímos nossa freqüência vibratória e, consequentemente, nos sintonizamos com as mentes que vibram na mesma freqüência.

Normalmente, as frequências mais baixas são de entidades mais perturbadas, sofredoras, ignorantes espirituais, etc. Eles não têm nada contra nós, mas simpatizam-se conosco simplesmente porque encontram "eco" em nós para os seus pensamentos e sentimentos.

É exatamente como nós encarnados: procuramos a companhia das pessoas que nos são mais afins, que combinam mais conosco, que pensam mais ou menos como a gente.

Da mesma forma, essas entidades ficam conosco simplesmente porque se sentem bem ao nosso lado, mais nada. Então, como elas gostam do que sentem, ajudam a alimentar esse quadro para mantê-lo o mais que puderem.

Como estamos vulneráveis a essas sugestões, também intensificamos esse padrão. E, se não tomamos cuidado, rapidinho isso vira um assédio mais complicado, ou mesmo uma obsessão, que começou apenas porque resolvemos dar guarida a pensamentos e sentimentos menos felizes QUE NÓS MESMOS CRIAMOS E COM OS QUAIS ATRAÍMOS ESSES ESPÍRITOS DESAVISADOS PARA NÓS.

E aí, muitas vezes, não somos responsáveis só por nós mesmos, mas também um pouco responsáveis por eles que foram "fisgados" pelos nossos pensamentos e sentimentos, sem saberem onde estavam entrando. Alguém já parou pra pensar que somos nós que podemos estar perturbando esses espíritos mais do que eles a nós?

Quem então seria o assediador ou o obsessor?

Mesmo que essas entidades sejam nossos "personal obsessores", ou seja, mesmo que tenhamos com eles dívidas ou compromissos passados de outras vidas ou de outras situações nesta vida mesmo, é sempre a nossa atitude íntima o que vai determinar se a sua influência vai ser mais profunda ou não, mais demorada ou não, mais extensa ou não, mais prejudicial ou não.

Existem, sim, muitos espíritos cruéis, oportunistas, frios, calculistas (exatamente como aqui no mundo físico entre os encarnados), mas o grau de influência deles sobre nós sempre vai depender do nosso próprio grau de luz, amor e serenidade INTERIOR!

Então, seja em que situação for, o melhor é sempre manter a "mente limpa, a espinha ereta e o coração tranqüilo" (acho que o verso é mais ou menos assim), para que, com essas vibrações mais saudáveis, mais luminosas e mais suaves, nós possamos transformar até aquele obsessor mais duro e cruel em amigo. Na pior das hipóteses, mesmo que ele não vire nosso amigo, vai desistir da perseguição, pois vai se cansar de tentar nos desequilibrar sem sucesso e vai procurar outra "vítima".

O problema é que, muitas vezes, queremos simplesmente AFASTAR os assediadores e/ou obsessores, sem nos preocuparmos realmente com eles. Ou seja, tomamos uma atitude egoísta do tipo "eu quero mais é ficar livre deles e que eles se danem!”

Só que isso não resolve o problema. Primeiro porque, na verdade, não estamos sendo nada caridosos ou bondosos. Muito pelo contrário: nós os estamos tratando como nossos inimigos e, portanto, reforçando os sentimentos deles para conosco. Segundo porque, se eles não melhoram intimamente, poderão voltar amanhã ou depois, assim que tivermos qualquer fraqueza ou abrirmos qualquer brecha vibratória.

O mais correto é pensar neles como irmãos ou amigos espirituais TEMPORARIAMENTE desviados de seu próprio caminho de iluminação interior.

TEMPORARIAMENTE porque ninguém fica obsessor para sempre, ninguém permanece desorientado ou perturbado para sempre.

E quem garante que nós mesmos já não estivemos na condição de assediadores ou obsessores nos períodos em que estivemos desencarnados pela eternidade afora? E se estivéssemos nessas condições hoje? Como gostaríamos de ser tratados? Como iríamos querer que a nossa "vítima" agisse? Será que não iríamos gostar que nos perdoasse e nos ajudasse a sair dessa fria?

Infelizmente, toda uma "tradição" espírita equivocada foi criada em relação às obsessões e assédios, fazendo parecer que os desencarnados que obsidiam e perturbam encarnados são sempre os carrascos, criminosos espirituais merecedores da nossa fúria e da nossa frieza.

Só que, na minha opinião, isso não está muito certo. Ainda mais se considerarmos que, em grande parte dos casos, eles são mais vítimas do que provocadores da situação.

Assim, sugiro que, acima de tudo, todos procuremos vibrar sempre luz, EM TODOS OS LUGARES E EM TODOS OS MOMENTOS DE NOSSA VIDA, inclusive dormindo. Que mantenhamos sempre pensamentos positivos, otimistas, saudáveis, amorosos e respeitosos em relação às outras pessoas, estejam elas encarnadas ou desencarnadas. Que sejamos sempre alegres, sorridentes, atenciosos, compreensivos, sem sermos submissos, passivos ou medrosos. Garanto que com isso os nossos supostos obsessores vão pensar duas vezes antes de querer nos atacar ou perturbar.

Além disso, claro, as preces, orações, vibrações de amor, direcionados a Deus ou ao Ser Supremo do universo, são, sim, excelentes, desde que sejam sinceras e profundas, emitidas com as melhores das intenções, inclusive por aqueles que supostamente nos perseguem.

Maísa Intelisano


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05/07/2018

O Desrespeito do Médium

O Desrespeito do Médium

“- Ah! Como é bom frequentar um terreiro!

- Nossa! Quanto conhecimento os Dirigentes do Centro têm, que maravilha e que grande oportunidade de estudo e evolução espiritual.
- Nunca mais sairei deste lugar … aqui é minha Casa … me encontrei! ”

E na primeira advertência…

“- Está vendo, estou sendo perseguido, me passa seu telefone para conversarmos melhor…”

E assim se dá o início de uma grande fofoca, mostrando o lado ignorante do Ser, que acarretará em “ataques”, desequilíbrios e com certeza o afastamento desses médiuns da Casa. É a MALDADE mascarada de amor, de boa intenção, de incompreensão e de vitimismo. Logo em seguida vem o julgamento, a vaidade, a prepotência, a falta de lealdade e de coragem de tratar de seus questionamentos com aqueles que lhe ergueram, ajudaram e ampararam. Momento em que esquecem de tudo e de todos, do carinho, da atenção, do cuidado, do tratamento, dos ensinamentos, das anulações negativas que envolviam as suas vidas, das portas que lhes foram abertas e até mesmo aquilo que recebeu da Espiritualidade através de um trabalho sério executado por seus Dirigentes, pelos Orixás e Guias Espirituais que sustentam aquela Casa.

Naturalmente a energia torna-se intensamente negativa, o elo da corrente começa a se quebrar e apesar dos Dirigentes sempre serem os últimos a saber, afinal não têm bolas de cristal, a Lei Divina existe e é onipresente. Os Caboclos, Pretos Velhos e Exus, como grandes Espíritos de Luz que são, começam a avisar e a intuir os Dirigentes da Casa e chegam até a afastar as Entidades de Luz dos tais médiuns começando a permitir que os ‘quiumbas’ tomem conta dele, é a “Lei da Afinidade”. E aí começa aflorar o lado obscuro de tais médiuns e percebemos o que é a ignorância do saber. A vaidade começa a se sobrepor e nesse momento o médium julga-se o “mais sabido” do Terreiro, acreditando que tem um “Grau” acima, como se tudo isso fosse um grande picadeiro de artistas e palhaços que precisam de aplausos para poder praticar uma boa ação, incapaz de realizar qualquer outro tipo de tarefa dentro da grandeza que é o trabalho espiritual e de caridade.

“– Eu, Cambonar?!? Não! Então peço licença … “ Isso é o que os Dirigentes ouvem por tentar preservar o tal médium que está em total desequilíbrio, por saberem da responsabilidade que é ter uma Casa cheia de consulentes que vêm em busca de ajuda e por conhecerem um pouco sobre o plano astral inferior. Chegamos à conclusão de que tudo que lhe foi ensinado só serviu para bajulações e subordinações no momento de interesses próprios. Que adianta ter pilhas de livros e anos de estudos para aprender a contar mentiras, ser egoísta, vaidoso e prepotente? Ser assíduo nos trabalhos espirituais não serve para nada se o médium não for leal e verdadeiro consigo mesmo, com os irmãos, com os Dirigentes e principalmente com a Espiritualidade Divina. Espiritualidade essa que ensina o que realmente se tem que aprender, é ela que nos momentos de consultas alheias mostra como se deve ser e agir e nem assim aprendem.

Quanta ingratidão! Que despreza e apedreja hoje quem os beneficiou ontem. Quanta ignorância do saber. Quantos índios julgando-se caciques. Quanta falta de humildade, de verdade, de lealdade e de capacidade de respeitar aquilo que nos é Divino, a ESPIRITUALIDADE. Será que esses médiuns não sabem que são os Orixás os verdadeiros donos do Terreiro? Será que não sabem que os Dirigentes são preparados por anos para agirem somente como instrumento dos Orixás, e que por isso são intuídos 24 horas por dia de como devem proceder? Será que não sabem que podem mentir e enganar o quanto quiser os Dirigentes, mas nunca a Espiritualidade? Será que não sabem que a Espiritualidade é sábia e nada passa despercebido por Ela?

Fica aqui minha indignação!

Mônica Caraccio


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04/07/2018

Uso de Ferramentas pelos Guias Espirituais

Uso de Ferramentas pelos Guias Espirituais


Muitos guias espirituais usam ferramentas para absorver energias condensadas, atrair ou projetar ondas vibratórias, descarregar os médiuns e os consulentes de energias negativas, etc.

Para muitos que desconhecem os fundamentos da Umbanda, para os que estão iniciando na religião ou mesmo para aqueles que estão apenas visitando um terreiro para tomar um passe, as ferramentas utilizadas pelos guias aparentam ser apenas adereços e símbolos para chamar a atenção e tornar o ritual cheio de pompas.

Mas tudo na Umbanda tem sua razão de ser e existir. Nada é por acaso.

Antes de explicar para que servem as ferramentas utilizadas pelos guias espirituais, vamos conhecer algumas:

Pretos Velhos: cachimbo, bengala, rosário, terço, figa, crucifixo, lenço, xale, chapéu de palha, cigarro de palha, etc.

Exu: tridente, corrente, marafo, charuto, cigarro, capa, cartola, guias de aço, etc.

Pombo Gira: batom, cigarrilha, anéis, colares, saias, lenços, jóias, etc.

Caboclos de Oxossi: penachos, cocares, arco e flecha, charuto, cuia, etc.

Caboclos de Ogum: lança, espada, elmo, espada de São Jorge ou Ogum, etc.

Caboclos de Xangô: oxé (machado de pedra de duas pontas), pedras, charuto, etc.

Baiano: chapéu, cigarro de palha, badulaques, coco verde, facão, etc.

Marinheiro: boné branco, copo com pinga, cigarro, cordas, etc.

Boiadeiro: chicote, chapéu, cinto, lenço, etc.

Cigano: baralho, lenço, incenso, pedras, jóias, almofadas, etc.

Erês: brinquedos, bexigas, doces, bebidas, óculos coloridos, bonés, saias, etc.

Há outras linhas de trabalho nos terreiros, por isso enumeramos as mais conhecidas com apenas algumas ferramentas que cada uma delas utiliza, cada qual com sua devida utilidade não servindo apenas como mero adereço, como um batom, por exemplo.

Para que servem as ferramentas?

Algumas ferramentas como chapéus, cocares, capas, saias, etc., servem como proteção ao médium girante; outras como bengalas, tridentes, espadas, flechas, etc., servem como um meio para descarregar o médium ou o consulente; e há também as ferramentas como incenso, jóias, pedras, coco verde, doces, bebidas, etc., que servem para atrair e carregar o médium girante com energia positiva, ajudando no seu fortalecimento, equilibrando-o e acalmando-o.

Não há uma regra com relação à função de cada ferramenta, pois os guias utilizam a mesma ferramenta para diversos usos, dependendo de sua vontade e do objetivo que ele quer atingir, como por exemplo, a bengala do preto velho pode descarregar o médium, mas também pode servir como meio para atrair energia positiva e carregar o médium.

Como são utilizadas as ferramentas?

Cada guia espiritual utiliza a ferramenta de acordo com seu fundamento e axé e há variação no uso ou no tipo de ferramenta até mesmo entre guias de mesma linha - como a linha de caboclos Pena Branca, onde um caboclo pode utilizar um cocar e outro utilizar apenas uma cuia com água e mel. O médium girante também influencia na escolha da ferramenta, pois o seu corpo é um transmissor e receptor de energias, mas a facilidade por onde “entra e sai” energia do seu corpo (que pode ser através das mãos ou dos pés ou da cabeça ou do tronco, etc.) é o que ajuda o guia a definir qual ferramenta utilizar.

Para fazer o uso das ferramentas iremos descrever - com linguagem humana - como um (a) preto (a) velho (a) faz uso das mesmas:

I. Chapéu de palha, lenço, xale, etc.
a. Energia positiva: atrai bons fluídos e energia para a coroa do médium.
b. Energia negativa: protege a coroa do médium de vibrações negativas que estão no ambiente e ainda não foram processadas durante o ritual.


II. Cachimbo, cigarro de palha, cigarro, etc.
a. Energia positiva: o odor do fumo sendo queimado atrai bons fluídos ao médium e ajuda na concentração.
b. Energia negativa: queima os miasmas do corpo do médium e dos consulentes.


III. Rosário, terço, figa, crucifixo, guia de contas, etc.
a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para ser repassado ao médium ou aos consulentes. Também serve como meio para o médium se concentrar no trabalho do guia.
b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando a ferramenta é jogada ao chão ou quando ela quebra.


IV. Bengala, espada de Ogum, lança de Ogum, galho de guiné, etc.
a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para ser repassado ao médium ou aos consulentes.
b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando a ferramenta é batida no chão.


V. Comidas e bebidas como café, bolo de fubá, mandioca, arroz, etc.
a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina para ser repassado ao médium ou aos consulentes.
b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando descartado (cuspido) no “cuspidor”.


VI. Tapete de folhas, tapete de palha, chinelo de palha, etc.
a. Energia positiva: concentra energia positiva e fluído de essência divina localizado no congá para ser repassado ao médium ou aos consulentes.
b. Energia negativa: concentra energia negativa que está no corpo do médium ou do consulente sendo descarregada quando o guia bate os pés e ou as mãos contra a ferramenta ou contra o chão.

Para deixar bem claro, quem direciona o tipo de energia, positiva ou negativa, para a ferramenta é o guia espiritual, pois é ele que está visualizando o excesso ou a falta dessas energias, é ele que sabe como manipular essas energias, sem afetar o médium ou o consulente.

Mas quem é que define as ferramentas que os guias utilizarão nos trabalhos?

Os próprios guias!

Por mais “legais e belas” que achamos algumas ferramentas, e até gostaríamos de presentear nossos guias, somente os guias é que pedirão, ou não, as ferramentas. Somente os guias é que sabem quais as ferramentas que eles mesmos utilizam e se são ou não necessárias. Há casos em que alguns terreiros proíbem o uso de ferramentas pelos guias, mas é claro que os guias sabem dessa “proibição” e por isso, manipulam as energias de outras maneiras, reforçando o direcionamento das energias para assentamentos ou para o altar, por exemplo.

E se o médium girante quiser presentear um guia espiritual com uma ferramenta? E se um consulente presentear o guia espiritual de um médium com uma ferramenta?

Quando decidimos presentear um guia espiritual que trabalha conosco, através do uso de nossa mediunidade, o melhor que se tem a fazer é perguntar para ele (ou pedir para que outra pessoa pergunte para o guia) se o presente será útil ou será uma coisa para atrapalhar. Acredite: se o guia precisar de uma ferramenta ele pedirá ao médium ou ao cambone do médium girante, e às vezes, o que chamamos de “intuição”, como num caso desses, pode ser apenas uma “vaidade” de nossa parte. Todo cuidado é pouco.

Se um consulente resolve presentear o guia espiritual devemos ter em consciência o seguinte caso: a consulta com o guia espiritual é gratuita, logo um presente pode caracterizar, indiretamente, como pagamento por um “serviço bem feito”. A vaidade do médium também pode ser exacerbada com este ato. O procedimento neste caso é: alertar para que os consulentes não ofereçam presentes aos guias espirituais, mas caso aconteça, o consulente deve oferecer o presente diretamente para o guia que saberá o que fazer com o presente.

E para finalizar este texto, uma dúvida de muitas pessoas é: uma guia de contas estourou durante a gira, isso foi descarrego?

Sim e não. Sim se o médium estava muito carregado negativamente e a única ferramenta que estava em seu poder era a guia de contas, daí, em decorrência do excesso de energia ela pode estourar. Porém não é sempre que uma guia de contas estoura em decorrência do excesso de energia. O médium constantemente molha a guia de contas em banhos de firmeza, amaci e até mesmo com o próprio suor. Alguns colocam as guias para energizar com a luz solar ou com a luz lunar. Esse processo de molhar e secar a guia por diversas vezes faz com que o fio de nylon da guia de contas não suporte tanta variação e quebre, e claro, como o médium só utiliza a guia de contas em dias de gira, é nesse momento que vai haver o “estouro” da mesma, e isso não é descarrego.

Newton Carlos Marcellino 


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02/07/2018

Terreiro Forte, Terreiro Fraco



Muitos de nós, Irmãos Umbandistas, já ouvimos este termo "O Terreiro é fraco", mas como podemos categorizar os termos: fraco e forte? Qual será o parâmetro que utilizamos para esta avaliação? Seria a não realização de sonhos ou desejos?

Antes de responder ao questionamento gostaria de seu acompanhamento nesta linha de raciocínio.

Por que vamos ao terreiro?

Muitas podem ser as respostas, mas vamos pensar de forma simples, vamos ao Terreiro pela religião, ou seja, Religar a Deus. Este é o mínimo, mas para muitos a ida até o terreiro é para: amarrar, destruir, matar, separar, perturbar alguém, etc. Bom, neste momento o sentimento mínimo já se perdeu pelos caminhos, espero que reencontre este sentimento assim que entrar no terreiro.

Infelizmente, algumas pessoas quando chegam ao terreiro, continuam com suas ideias negativas e não param nem um segundo para analisar se estão certas ou erradas. Então é chegada a hora da consulta e essas pessoas mesmo após as defumações, orações e pedidos do Dirigente para que elevem seus pensamentos a Deus com harmonia e amor, continuam com a ideia fixa, como se não tivessem ouvido nada.

O consulente com o pensamento negativado se dirige ao encontro da entidade, que lhe dará o atendimento, e começa com os seus lamentos e reclamações onde todos que lhe rodeiam não prestam e ele é um coitado. A entidade tenta amolecer a mente e o coração deste consulente através de suas sábias palavras e com o auxílio dos seus elementos de trabalho, mas como o atendimento é uma parceria entre o consulente e o guia, então o consulente não permite que esta luz penetre em seu interior tornando-o uma pessoa "não tão ácida".

Após as explicações e os pedidos do consulente o guia lhe responde positivamente que vai lhe ajudar. Estão assustados com a resposta do guia? Por quê? A ajuda que o guia vai dar será pedindo para que Oxalá dê a este irmão as Luzes de: "Oxum pondo amor no coração, Ogum para cortar a maldade que o cerca, Obaluaiê para transmutar seus sentimentos negativos em positivos, Oxossi para o conhecimento a fim de enxergar as suas fraquezas interiores".

Ao término do seu atendimento, este irmão volta para casa confiante de que seus pedidos, "destruidores", serão realizados, mas depois de alguns dias nada acontece e o nosso irmãozinho vai até outro terreiro, com as mesmas intenções.

Outro guia lhe atende e pergunta:

- No que posso ajudar?

O consulente repete seus pedidos e ainda complementa que o terreiro onde tinha frequentado era muito fraco. Antes de iniciar seu trabalho o guia pergunta ao consulente se ele conseguiria explicar melhor o termo "muito fraco". O consulente firmemente responde: Não fui atendido. O guia deixa alguns segundos de silêncio e retruca ao consulente:

- Será fraco aquele que pede por ti, para que tenha mais amor, luz em sua mente, mais evolução e proteção?

-Será fraco aquele que tenta abrir teus olhos para a luz?

-Será fraco aquele que tenta te colocar mais perto de Deus?

-Será fraco aquele que pede perdão por ti?

Ou o fraco é aquele que não conseguiu enxergar tudo isso e mesmo assim insiste em caminhar nas trevas de sua própria ignorância, na escuridão de seus caprichos?

Após estes questionamentos o guia retoma a pergunta ao consulente:

- O que posso ajudar?

O consulente responde ao guia com a voz embargada:

- Me dê força e peço perdão pelos meus sentimentos fracos que levei para dentro de outros terreiros.

Danilo Guedes



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Princípios Básicos da Umbanda


Muitos ignoram certas verdades sobre a Umbanda e a julgam apressadamente, sem conhecer seus ideais, gerando todas as dificuldades e o preconceito que ela vem enfrentando, isso por culpa de alguns dirigentes de terreiros que por também, muitas das vezes, não conhecerem estas verdades, manipulam e enganam seus seguidores e a si mesmos, julgando estarem praticando a Umbanda quando na realidade são meros instrumentos de "entidades" ou espíritos que não tem o mínimo de conhecimento das questões espirituais. Quando também não se deixam levar por sua vaidade pessoal e na maioria das vezes são mal informados sobre a origem e a verdadeira natureza da Umbanda, o que os leva a confundi-la com os Cultos de Nação ou com o Espiritismo.

O próprio umbandista acaba sendo também um dos grandes culpados por isso, por a Umbanda manifestar-se na maioria das vezes por pessoas simples, de uma fé menos exigente, é o que as tornam com mais facilidade, vítimas dos pretensos sábios e donos da verdade. O adepto não buscando esse conhecimento mais aprofundado sobre sua religião, foi deixando que a ela recebesse essa marca, esse rótulo, contribuindo para o aumento do preconceito contra seus rituais, seu vocabulário e seus costumes. Também devido às grandes manifestações de sectaristas religiosos(1), que preferem julgar antes e, talvez, conhecer depois, víamos e ainda vemos, o crescimento desse preconceito.

A Umbanda é um movimento muito forte no mundo espiritual, e seus mistérios vêm sendo revelados de forma velada, onde o adepto vai tomando conhecimento sobre os mesmos através de seus mentores espirituais, os Orixás, aos quais devemos dedicar todo o mérito dos trabalhos, e também no dia-a-dia de sua dedicação, desenvolvendo e solidificando seus conhecimentos sempre baseados na Lei da Verdade, do Amor e da Caridade.

Os fundamentos da Umbanda variam de acordo com a vertente que a pratique, mas existem alguns conceitos básicos que são encontrados na maioria das casas e assim podem, com certa ressalva e cuidado, ser generalizados para todas as formas de Umbanda. São eles:

  • A existência de uma fonte criadora universal, um Deus Supremo, chamado Olorum ou Zambi;
  • O culto aos Orixás como manifestações divinas, onde cada Orixá se confunde com um elemento da natureza do planeta ou da própria personalidade humana, em suas necessidades, construções de vida e sobrevivência; 
  • O mediunismo como forma de contato entre o mundo físico e o espiritual, manifestado de diferentes formas; 
  • A manifestação das Entidades, ou Guias, espíritos ainda em processo de evolução, para exercerem o trabalho espiritual incorporado em seus médiuns, organizados em planos e/ou linhas de evolução; 
  • Uma doutrina, uma regra, uma conduta moral e espiritual que é seguida em cada casa de forma variada e diferenciada, de acordo com suas raízes, que existe para nortear seus trabalhos; 
  • Tem como fundamento básico de seus rituais: o uso do branco, não cobrar pelos trabalhos, não matar e não utilizar o sacrifício de animais 
  • A obediência aos ensinamentos básicos dos valores humanos, como: fraternidade, caridade e respeito ao próximo e por si mesmo. Sendo a caridade uma máxima encontrada em todas as manifestações existentes; 
  • A crença na imortalidade da alma; 
  • A Crença na reencarnação e nas leis kármicas; 

Devido a Umbanda ser uma doutrina espiritualista como o Espiritismo, o Catolicismo, o Esoterismo, justifica o fato de haver entre ela diferenças essenciais entre seus templos, que lhe dão características próprias. É resultante natural da fusão espiritual das raças branca, índia e negra.

Podemos observar em conversas entre Umbandistas é que muitos querem impor seu culto aos outros, achando que somente a sua Umbanda está correta. Alguns querem enfiar o africanismo goela abaixo dos demais, outros querem a todo o custo impor que o Espiritismo é a base mais correta, alguns querem convencer os demais que a Umbanda de Saraceni é a correta ou ainda que a Umbanda de Zélio é a única e verdadeira. Querem transformar a religião num grande campeonato onde um grupo é melhor que o outro, e a paixão elimina a razão.

Devemos tentar ver a umbanda como uma religião criada pelo mundo espiritual, onde se aproveita os bons exemplos das diversas religiões, que com o passar do tempo vem se aperfeiçoando, por isso cada vez mais vemos a aglutinação de novos adeptos justamente por ela seguir os ensinamentos dos grandes mestres da humanidade que pregaram o amor, a caridade, a tolerância, a humildade e o fazer o bem sem importar-se a quem.

Nossa Religião foi cuidadosamente desenvolvida pelo Mundo Espiritual para trazer evolução aos médiuns participantes e um alento aos seres encarnados que necessitam de uma palavra amiga, um consolo de paz, de esperança e perseverança.

Nunca uma Entidade nos transmitiu qual a Umbanda é a correta, qual a Umbanda é a mais eficiente, qual a Umbanda é a verdadeira, sempre nos dizem que devemos ser médiuns dedicados e que devemos sempre estarmos preparados para ajudar ao próximo, buscando zelar pelo bom nome de nossa Religião, sem esperarmos retribuições de quaisquer formas que não seja o reconhecimento do mundo espiritual.

Acreditamos que todas as Umbandas são corretas desde que sejam praticadas com dedicação, amor e humildade. Umbanda é uma só, ela é a religião do presente e do futuro e a medida que os não simpatizantes vão conhecendo sua beleza e sua simplicidade, seus corações serão envoltos pela magia do amor, da caridade, da humildade e da fé, dissipando assim todas as discriminações que hoje ela ainda sofre.

Devemos estar sempre atentos e continuar buscando o máximo de conhecimento, para podermos nos esclarecer e assim ajudar tirar essa visão deturpada que a maioria das pessoas tem em relação aos rituais sagrados da Umbanda. Só assim estaremos dando mais um passo para o crescimento e o fortalecimento de nossa religião.

Autor desconhecido  


(1) Sectarismo Religioso: São grupos de pessoas fanáticas que defendem obstinadamente seu ponto de vista, com uma posição extremista e anti fraterna.


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28/06/2018

A Umbanda é Única

A Umbanda é Única

Falam em tantas Umbandas: branca, esotérica, popular, traçada, de nação, omolokô, umbandomblé, candomblé de caboclo, evangelizada, kardequizada, iniciática e outras mais.

O que é Umbanda então?

Se são tantas, porque cada qual teima em dizer que somente a sua, aquela que ele pratica, é a verdadeira?"Origens", respondem todos em unísono! Esta seria a solução para os problemas!

E qual a origem da Umbanda verdadeira? Lá vamos nós novamente viajar por inúmeras teses. Negros Africanos, Sumérios, Atlântida, Astros, Planetas Diversos, Seres Extraterrenos, Anjos Celestiais, etc...

Mas será que isso tudo é importante? Por que temos que precisar ou determinar qual das Umbandas é a mais ou a unicamente correta?

Quem sabe não são mesmo várias Umbandas, totalmente diferentes umas das outras. Ou, ainda por outro lado quem sabe, ela é somente uma mesmo, apenas com várias ramificações! E porque seria assim? Afinal de contas todas as demais religiões não são únicas? Serão mesmo? Vejamos:

A Igreja Católica divide-se em um sem número de ramificações, das tradicionais às mais atuais. Tem a Apostólica Romana, Apostólica Brasileira, Carismáticos, Ortodoxos e outras. E todos se denominam como? Católicos! Nada mais! Se as conversas convergem para fundamentos religiosos, aí sim quando sabem, denominam-se especificadamente.

E os Evangélicos? Se autodenominam Cristãos! Antes eram Crentes, agora não gostam mais dessa denominação, afinal de contas, os praticantes das demais religiões também o seriam, já que todos os que creem em Deus, Crentes como eles seriam. Mesmo que seja aplicada de igual forma em relação a Cristãos o entendimento sobre outras religiões, parece esta denominação genérica a que mais os diferenciam das demais. Mas e entre eles próprios, existem diferenças entre as denominações? Sim e não são poucas. Batista, Adventista, Assembléia de Deus, Testemunha de Jeová e outras mais novas.

E nós, os Umbandistas, e porque não dizer Espíritas, não podemos ter também várias denominações ou entendimentos? Opa! Espere um pouco! Umbandistas ou Espíritas?

Lá vamos ter outra briga séria com alguns de nossos irmãos Kardecistas. Afinal de contas, de acordo com alguns deles, somente são espíritas os que seguem a doutrina espírita desenvolvida por Allan Kardec. Mas qual a definição de Espírita? De acordo com o próprio Allan Kardec, que no livro dos médiuns, assim define Espírita. "Espírita, é aquele que crê no espírito e nas suas manifestações". Assim todo aquele que acredita nesta máxima, do ponto de vista do próprio Kardec, então será espírita. Devemos apenas nos preocupar em sermos bons espíritas. Coisa que, infelizmente muitos irmãos, sejam Umbandistas, Kardecistas ou outros, ainda não se preocupam como deveriam.

Mas voltemos aos nossos próprios problemas. Já temos bastantes deles entre nós para que nos preocupemos com outros externos!

O que é mais importante numa religião? De onde ela vem ou para onde ela vai? Que interessa o berço em relação ao trabalho futuro. Será mais importante a caridade do irmão de poucas posses do que a oração do mais abandonado?

Se formos olhar bem a fundo cada uma das diversificações de nomes ou qualificações das diversas Umbandas, veremos que em todas elas manifestam-se entidades espirituais semelhantes, tais como os Caboclos, Pretos-Velhos, Exus, Crianças e Orixás.

Uma religião que prima pela Caridade, Humildade e Amor, não poderia se dividir tanto entre seus filhos. Discutem se o Caboclo pode ou não pode usar cocar, se o Preto-Velho pode ou não pode usar chapéu, se Exu é guardião ou apenas mensageiro e deixa-se muitas vezes de perceber e até mesmo de cobrarem a si próprios se a caridade que estão praticando ou intermediando é real.

Será que chegar ao centro já olhando que horas são, pois o médium tem um compromisso inadiável mais tarde, permitirá ao Caboclo praticar uma boa caridade utilizando aquela matéria tão apressada?

Será que a humildade do Preto-velho terá capacidade de influenciar uma pessoa acometida de mau momento ou dor física, a ter calma ou perdoar a quem a tenha ofendido, vibrando numa cabeça que o encara não como um escravo simples, que pela dor alcançou a luz, mas sim como um majestoso soberano que não poderia imaginar como tamanha fraqueza de pensamentos pode assolar estas ínfimas criaturas.

E ainda sobre o Caboclo, o qual na concepção daquele médium não é índio, mas médico ou um antigo rei de uma civilização ainda desconhecida, poderá atuar sobre quem o considera apenas um índio forte e garboso?

E Exu? Ele que em algumas casas mais sofisticadas é Guardião, entidade de alta luz que tem trânsito livre entre todos os ambientes vibracionais, liberando ou aprisionando almas ainda em decomposição moral, e que nas casas mais populares é apenas um enviado de entidades, ou mesmo um serviçal incumbido de levar e trazer as cascas grosseiras dos restos dos trabalhos espirituais, descarregando-os nos lodaçais espirituais no baixo astral de onde ele pode até sair, mas não poderá ir tão alto, para que as luzes espirituais dos ambientes muito elevados não o ceguem.

E se saísse, o que faria? Sua fraqueza espiritual não o permitiria enxergar mesmo os seres iluminados de outras diretrizes. Será mesmo que as entidades se preocupam com estas diferenciações? Não! As entidades espirituais são seres de luz, são apesar de ainda imperfeitos na evolução espiritual, conhecedores da visão mais iluminada da caridade. Eles não se preocupam com as roupas que a eles queremos impor. Para eles o que importa é o amor, a união, a elevação.

Irmãos! Que divisão nada!
A Umbanda é única! Ela é perfeita! Tão perfeita que se adapta a tantas interpretações, tão linda e majestosa, que aos olhos de cada um mostra a luz da maneira que possa ser percebida. E suas origens são mesmo polêmicas, mas não traduzem os maiores ideais da religião: Caridade, Humildade e Amor. Que se busquem historicamente as origens, mas não contaminemos nossa prática religiosa com nossas próprias imperfeições, com nossos próprios preconceitos, com nossos próprios interesses pessoais.

Ao invés de subdesenvolvido, que tal tradicional? Ao invés de cultos exagerados, que tal criteriosos Ao invés de discussão, que tal aceitação? Não seremos menor se Africanistas, ou maior se Iniciáticos! Mais capazes, se optarmos por fundamentos de nação ou menos capazes, se seguirmos os ensinamentos à luz Kardequiana! Seremos sim maiores ou menores, se levarmos em consideração a caridade que conseguirmos praticar!

Muitos se mostram prontos para uma verdadeira luta na intenção de resgatar a verdadeira Umbanda, outros pretendem livrá-la de influências negativas de outras religiões. Vamos fazer mais que isso! Vamos praticar a nossa Umbanda, aquela que nos toca ao coração com sentimentos de amor e caridade. Vamos mostrar esse amor a todos os nossos irmãos. E aí quem sabe, teremos uma Umbanda única e verdadeiros Umbandistas.

Autor desconhecido


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27/06/2018

Meu Orixá é Melhor que o Seu

Meu Orixá é Melhor que o Seu

“MEU ORIXÁ É MELHOR QUE O SEU”. Quantas vezes nós já ouvimos esta afirmação de nossos irmãos Umbandista ou até mesmo daqueles que têm afinidade com a Umbanda? Mas, o que mais me assusta, como sempre, são os comentários feitos muitas vezes por nossos irmãos praticantes de nossa Religião. O meu susto não pára apenas na frase, ou seja, no conteúdo destas palavras, mas no tom de voz que é utilizado e a postura muitas vezes “arrogante” de alguns irmãos. Na minha visão, estamos primeiramente desrespeitando os Orixás e na sequência estamos nos achando superiores ao nosso próximo, coisa esta que é tipicamente nossa.

Vamos lembrar que todos os Orixás estão vivos em nossa coroa e em nossas vidas, mas observe que estamos falando de Orixá, O Dono da Cabeça, seres supremos, logo não existem divergências e tão pouco estrelismos ou melindres, como nós temos.

O assunto é tão sério que já ouvi pessoas sendo filhos (as) de Omulu dizerem que sentem “vergonha” de sua coroa, porque seu Pai é um Orixá “ancião” ou porque, para alguns, ele carrega o símbolo da morte. Com isso, aparecem os piores comentários: “Nossa! Então se sou filho de Omulu eu vou morrer? ”Sim, todos nós vamos um dia. “Nossa! Então eu sendo filho de Omulu eu posso matar qualquer um?” Não, a menos que goste de ficar em uma penitenciária respondendo um processo criminal.

Da mesma forma que tem àqueles que rejeitam temos também os médiuns, enchendo a boca para dizer: “Sou filho (a) de Oxum” ou “Sou filho (a) de Xangô”, etc.. Em alguns casos tem o complemento: “Meu Orixá é melhor e mais forte que o seu”. Acredito que nos dois casos, tanto no desprezo / vergonha, bem como na “Idolatria”, são cenários de uma enorme falta de respeito com os nossos Pais e Mães Orixás.

Por que temos que sentir vergonha ou desprezar o Orixá que está em nossa coroa ou na coroa de nossos irmãos? Por que muitos chegam a mentir com relação àqueles que regem sua coroa? Se todos os nossos Pais e Mães Orixás são Sagrados, por que rejeitamos o Sagrado? Por que desprezamos o Sagrado que nos escolheram e estão nos protegendo?

Não podemos fazer comparativos entre as forças dos nossos Orixás, dizendo que “o meu é melhor que o seu”, porque todos têm suas funções, ações, forças, estruturas, realizações, qualidades, etc.. O que seria da força de Ogum, para abrir os caminhos, se não existisse a força de Omulu para paralisar ou finalizar os pensamentos negativados demandados contra nós? O que seria da geração de Yemanjá, provendo condições melhores em nossas vidas, se Nanã não decantasse as nossas frustrações?

Com estes questionamentos, como podemos afirmar que o “Meu Orixá é melhor que o seu”? Todos nossos Pais e Mães Orixás têm suas qualidades e se completam em uma grande força quando unidos, formam um TUDO e um TODO onde podemos, ainda, visualizar que existe um relacionamento e até mesmo uma “dependência” na atuação de um para o outro. É uma visão muito pequena achar que o Orixá que rege a minha coroa é muito mais importante do que o que rege a coroa do meu irmão.

Em primeiro lugar, nós somos escolhidos por nossos Pais e Mães Orixás. Em segundo lugar, TODOS nós temos uma missão para cumprir e os nossos Pais e Mães Orixás estão nos auxiliando nesta caminhada, tarefa, esta, que é bem difícil para Eles. Geralmente ficam nos mostrando os caminhos que devemos percorrer, bem como, o que devemos fazer, mas na maioria das vezes não escutamos, não percebemos e não sentimos, pois estamos tão preocupados com nossos “pobres” pensamentos julgando os Pais e Mães Orixás de nossos irmãos, achando que podemos ser mais importantes ou melhores só por que não temos o mesmo Orixá na coroa, que não conseguimos perceber ou ouvir o que eles estão tentando nos mostrar ou dizer.

Então meu irmão, não se sinta mais ou menos importante diante daquele que possui um Pai ou Mãe Orixá diferente do que possui em vossa coroa, sinta sempre o Orgulho de ter sido escolhido por Ele e por Ela, deixe que as essências de vosso Pai e Mãe Orixá atuem em vossa vida. Não pratique a difamação dos Sagrados, não se esconda da vossa essência, não vire as costas para àqueles que lhe escolheram como filho (a). Sejamos no mínimo, bons filhos (as), respeitando e cultuando as forças daqueles que nos sustentam.

Não diga: O MEU ORIXÁ É MELHOR QUE O SEU, mas

Diga assim: OS NOSSOS ORIXÁS SE COMPLETAM NA ESTRUTURA DE DEUS.

Danilo Lopes Guedes


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