Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

19/06/2018

Diferenças Mediúnicas Entre Umbanda e Kardecismo

Diferenças mediúnicas entre Umbanda e Kardecismo

 
No livro “Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de Um Preto-Velho” – W. W. da Matta e Silva, há um relato de Pai Ernesto de Moçambique sobre a diferença entre a mediunidade da “mesa kardecista” e a mediunidade de Umbanda :

“Pergunta : Existe alguma diferença entre a mediunidade da mesa kardecista e a mediunidade de Umbanda?

Resposta : “Sim! A mediunidade no chamado espiritismo de mesa é acentuadamente mental, as comunicações são quase telepáticas, predominantemente inspirativas, isto e’, os espíritos atuam mais sobre a mente dos médiuns, pois a atividade do espiritismo se processa mais no plano mental. Espiritismo de mesa não tem a missão de atuar no baixo astral contra os elementos de magia negra, como acontece com a Umbanda. Ele é quase exclusivamente doutrinário, mostrando aos homens o caminho a ser seguido a fim de se elevarem verticalmente a Deus. Sua doutrina fundamenta-se principalmente na reencarnação e na Lei de Causa e Efeito. Abre a porta, mostra o caminho iluminado e aconselha o homem a percorre-lo a fim de alcançar a sua libertação dos renascimentos dolorosos em mundos de sofrimentos, como é o nosso atualmente, candidatando-se à vivência em mundos melhores. Em virtude disso, a defesa do médium kardecista reside quase exclusivamente na sua conduta moral e elevação dos sentimentos, portanto os espíritos da mesa kardecista, após cumprirem suas tarefas benfeitoras, devem atender outras obrigações inadiáveis.

É da tradição espirita kardecista que os espíritos manifestem-se pelo pensamento, cabendo aos médiuns transmitirem as ideia com o seu próprio vocabulário e não as configurações dos espíritos comunicantes.

Em face do habitual cerceamento mediúnico junto às mesas kardecistas, os espíritos tem de se limitar ao intercâmbio mais mental e menos fenomênico, isto é, mais idéias e menos personalidade. Qualquer coação ou advertência contraria no exercício da mediunidade reduz-lhe a passividade mediúnica e desperta a condição anímica. Por esta razão há muito animismo na corrente kardecista.

A faculdade mediúnica do médium ou cavalo de Umbanda é muito diferente da do médium kardecista, considerando-se que um dos principais trabalhos da Umbanda é atuar no baixo astral, submundo das energias degradantes e fonte primaria da vida.

Os médiuns de Umbanda lidam com toda a sorte de tropeços, ciladas, mistificações, magias e demandas contra espíritos sumamente poderosos e cruéis, que manipulam as forcas ocultas negativas com sabedoria. Em consequência o seu desenvolvimento obedece a uma técnica especifica diferente da dos médiuns kardecistas. Para se resguardar das vibrações e ataques das chamadas falanges negras, ele tem de valer-se dos elementos da natureza, como seja: banhos de ervas, perfumes, defumações, oferendas nos diversos reinos da natureza, fonte original dos Orixás ,Guias e Protetores, como meios de defesa e limpeza da aura física e psíquica, para poder estar em condições de desempenhar a sua tarefa, sem embargo da indispensável proteção dos seus Guias e Protetores espirituais, em virtude de participarem de trabalhos mediúnicos que ferem profundamente a ação dos espíritos das falanges negras, isto e’, do mal que os perseguem, sempre procurando tirar uma desforra.

Por isso a proteção dos filhos de Terreiro é constituída por verdadeiras tropas de choque comandadas pelos experimentados Orixás, conhecedores das “manhas e astúcias” dos magos negros. Sua atuação é permanente na crosta da Terra e vigiam atentamente os médiuns contra investidas adversas, certos de que ainda é muito precária a defesa guarnecida pela evocação de pensamentos ou de conduta moral superior, ainda bastante rara entre as melhores criaturas. Os Chefes de Legião, Falanges, Sub-falanges, Grupamentos e Protetores, também assumem pesados deveres e responsabilidade de segurança e proteção de seus médiuns. É um compromisso de serviço de fidelidade mutua, porem, de maior responsabilidades dos Chefes de Terreiro.

Daí as descargas fluídicas que se processam nos Terreiros, após certos trabalhos, com a colaboração das falanges do mar e da cachoeira, defumação dos médiuns e do ambiente e dando de beber a todos água fluidificada. Espirito que encarna com o compromisso de mediunidade de Umbanda, recebe no espaço, na preparação de sua reencarnação, nos seus plexos nervosos ou chacras, um acréscimo de energia vital eletromagnética necessária para que ele possa suportar a pesada tarefa que irá desempenhar.

Na corrente kardecista, isto não acontece, em virtude de não ter de enfrentar trabalhos de magia negra, como acontece na Umbanda, e mesmo permitir aos guias atuarem-lhe mais fortemente nas regiões dos plexos, assumindo o domínio do corpo físico e plastificando suas principais características.

Caboclos e Pretos Velhos revelarem-se nos Terreiros com linguagem simples para melhor compreensão da massa humilde, assim como as crianças, encarnando suas maneiras infantis para melhor aceitação das mesmas.


Fonte: Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de Um Preto-Velho – W. W. da Matta e Silva


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18/06/2018

Influência Moral do Médium

Influência Moral do Médium
Nas comunicações mediúnicas, o médium é apenas o intermediário. Ao contrário do que muita gente pensa, o espírito comunicante não entra no corpo do médium. Ele exerce sua influência agindo sobre a mente do médium, aproveitando os recursos existentes no cérebro deste, inclusive os conhecimentos de linguagem que o mesmo tem.

Em qualquer comunicação, no entanto, torna-se difícil separar o que é do médium e o que é do espírito. A afinidade de ambos é muito importante, e fica muito difícil um médium receber comunicações de espíritos com quem não tem grande afinidade. Por outro lado, é importante o preparo do médium e sua condição moral.

Os médiuns que têm uma vida dissoluta, de moral duvidosa, têm pouca possibilidade de receber comunicações de espíritos de elevado nível. Um dos fatores que influem bastante na comunicação é a vaidade. É por essa razão que nunca devemos elogiar muito os médiuns, pois eles são simples intermediários e quando se envaidecem do que estão recebendo, acabam por perder a mediunidade. Poucos médiuns são humildes o bastante como o foi Francisco Cândido Xavier, que embora tenha nos trazido páginas belíssimas de elevado cunho doutrinário e de uma correção gramatical perfeita, jamais se orgulhou de seu trabalho, se colocando mesmo muito abaixo de todos.

Conheci um médium em minha mocidade que era extraordinário. Ele curou muita gente, e transportava, quando em transe, remédios, flores, livros e objetos que não estavam no local e que apareciam por encanto em suas mãos durante os trabalhos. Esse nosso irmão ficou famoso por seu trabalho na região. No entanto, faltou-lhe o preparo necessário. A vaidade fez com que ele se julgasse bom demais, e se esquecesse de que ele funcionava apenas como intermediário do plano espiritual. Em razão disso, perdeu a mediunidade. A sua vaidade era tanto que ele continuou dando comunicações. Em vez de receber comunicações dos espíritos, ele produzia suas próprias mensagens, como se fosse ainda dos espíritos. O resultado foi o pior possível. Foi desmascarado e teve que fugir da cidade. Não sei o que lhe aconteceu posteriormente, mas acredito que muitos de nós tivemos culpa pelo ocorrido, em virtude dos elogios que todos lhe faziam. Nosso irmão não estava preparado para exercer a importante missão que lhe foi confiada pela espiritualidade.

Para entender bem o funcionamento da comunicação mediúnica, podemos fazer a comparação com o telefone. O telefone é apenas o instrumento de que nos servimos para transmitir nosso pensamento a outros à distância. Quando o telefone está com defeito, ou a linha tem umidade por exemplo, a comunicação se torna defeituosa, a voz é distorcida, e muitas vezes não conseguimos entender o que está dizendo nosso interlocutor.

No caso da mediunidade, acontece a mesma coisa. O médium não estando preparado, com boa vontade, sem estar ligado moralmente ao trabalho que vai fazer, pode ser vítima de influência de espíritos inferiores, mal intencionados, e trazer comunicações apócrifas ou incoerentes.

É necessário que o médium encare o seu trabalho mediúnico como uma missão, estudando, se preparando, sintonizando seu coração e sua mente com espíritos elevados e amigos, e ai poderá cumprir satisfatoriamente a missão que lhe foi confiada.

Um médium evangelizado, cheio de boa vontade, isento de vaidade ou de presunção, pode ser um maravilhoso instrumento para nos ajudar a todos em nossa caminhada terrena.

Ary Brasil Marques


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A Umbanda é Dinâmica e Diversa


Umbanda prescinde da ideia de Zambi, o Pai todo poderoso. É uma religião espiritualista, científica e filosófica, difundida no Brasil, inserida no panteão africano, somada ao resgate terrestre dos desencarnados e forçada à doutrina dos santos católicos, para ter, no passado, a permissão de seu culto. É uma religião que mistura várias doutrinas, uma diversidade de cultos. Sua origem é polêmica. Mas o que nos importa, uma vez que não temos como comprová-la? Foi oficializada por Zélio Fernandino de Moraes. Hoje, a Umbanda é uma religião que está reunindo adeptos de todo o mundo. É praticada por eles com convicções firmes, de elevar o seu conceito a todos que têm ou não o conhecimento dela.


O mote da Umbanda é a caridade. Muitos acreditam ser ela a religião do futuro, e que “permanecerá para toda eternidade”, quiçá tenham eles, razão. A certeza que temos é ser ela uma religião atuante, dinâmica, liberta de dogmas e que traduz, em seu manancial, a liberdade de cultos. Nenhuma doutrina de Umbanda é melhor que a outra, pois a finalidade primordial de todas elas é a caridade. Por que comparar doutrinas, se a intenção é ajudar o Homem a buscar energias sobrenaturais para alcançar os seus objetivos? Se nessa busca, o primordial for o bem, não importa de que doutrina ele venha. A Umbanda deve ser vista sem os falsos preconceitos e mentiras que tanto deturpam-na. E por que não reunir todas as maneiras de cultuá-la para defendê-la? Os verdadeiros umbandistas visam a propagar uma doutrina de caridade e ficam insatisfeitos perante os ataques de outras religiões e até mesmo dentro dos vários segmentos de Umbanda. Por que não mudar esse rumo?


O nosso modo de entender e cultuar a Umbanda é tão simples como todas as obras da natureza, criada pelo nosso Pai Supremo. Aliadas à força espiritual que possuem ao desejo de serem úteis ao homem em provação na Terra, as falanges benfazejas da Umbanda trabalham não só para o progresso material, mas também o moral e espiritual da humanidade. Assim, na terra, no mar, no ar, nos rios e nas cachoeiras, na grande mata, nas praias, nas ferrovias e nas rodovias, nas ruas, no subsolo, enfim, em cada canto dessa Orbi, haverá sempre uma entidade de sentinela, disposta a trabalhos disciplinadores, agindo num sentido de justiça e elevação. Esses são os Sítios Sagrados, lugares onde se praticam a magia e onde as religiões de matriz africana costumam atuar.


Por serem aqueles, os Sítios Sagrados da Umbanda, devem ser respeitados e limpos. A Umbanda é uma religião que está sempre em evolução. Esta é uma de suas virtudes. Por ter ela a evolução, respeita o meio ambiente. O mundo evoluiu, o homem desmatou o meio ambiente, poluiu-o e, hoje, tenta resgatá-lo, recuperando-o. A Umbanda acompanha essa evolução. Através de suas entidades e de seus chefes de terreiros, existe já um grande alerta em relação às oferendas que sujam e danificam esses Sítios. E aqueles que passam por lá, colocando os seus olhares preconceituosos, alteram ainda mais o modo de enxergar a nossa religião. A Umbanda está alerta ao novo movimento de reeducação, levando a consciência de que não devemos sujar as ruas, deixando garrafas, alguidares e outras oferendas expostas àqueles olhares. Mais uma vez, ressaltamos que as nossas entidades já estão nos alertando sobre a necessidade de resgate do meio ambiente. A Umbanda foi, por muito tempo, não só mal praticada, como mal compreendida. Está mais do qu na hora de haver mudanças em seus rituais.


Os pensamentos dos religiosos de Umbanda é, cada vez mais, elevar o conceito dessa religião, pois sofrem todos os ataques de pessoas maliciosas, que a encaram como uma religião de falsos princípios e de credos mistificados, acusando-a de práticas de feitiçarias. Todos que isso afirmam não têm o conhecimento da verdadeira e sublime religião que é a Umbanda. Ela está aqui para ajudar a todos na trajetória espiritual e terrestre.


A humanidade sempre sofreu grandes dificuldades e sofrimentos sem fim. Porém, se olharmos por outro ângulo, é a condição própria de cada um de nós. Quem procura a Umbanda só faz amenizar o sofrimento e quiçá exterminá-lo, pois temos que buscar condições melhores para nossas vidas. E essa procura está dentro de cada um de nós. Temos que nos apoderar de um sentimento que se defina numa força criadora, própria do homem, a fonte criadora da vontade, que se traduz no poder da mente. A finalidade de quem procura a religião de Umbanda é diversa: bens materiais, espirituais, saúde e outras mais. De nada adiantará tudo isso aos que não possuem uma energia própria, de querer e ansiar por uma força maior, mental e principalmente estarem acobertados por uma força superior que lhe mostre a direção, pois, se tudo isso não tiver no contexto divino, a Umbanda e qualquer outra religião resolverão nada disso. Ela é magia, e esta deve estar ao lado de todos esses requisitos. A magia depende da força do pensamento da pessoa que a faz e daquela que suplica.


Façamos sempre uma prece ao chefe supremo Obatalá para que ele nos encaminhe e nos mostre, através da senda luminosa, o verdadeiro trajeto da fé. Com todos os protetores da nossa querida Umbanda, junto aos queridos mandingueiros, pretos-velhos, com a vibração de nossos habitantes das florestas, os caboclos, e a força pueril de nossos erês, teremos uma Umbanda fortalecida e livre de preconceitos. Salvemos a nossa Umbanda.


Maria Cristina Marques
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14/06/2018

Orientações aos Médiuns de Umbanda

Orientações aos Médiuns de Umbanda

Seres de luz têm comunicado que hordas de espíritos trevosos, malfeitores e obsessores que perambulam pela Terra, têm reencarnado, pois foram abertas comportas do astral inferior. Esses seres são rebeldes, viciados, desregrados, tiranos, perversos e inescrupulosos, almas sedentas de prazer, paixão e vingança, que se atiram com avidez sobre a humanidade, revelando vícios e taras estranhas e cometendo crimes aviltantes. Com isso, a humanidade vai se pautando por sensações inferiores, pela sedução de fortuna e de luxo, ficando cada vez mais neurótica, aflita e desesperada.


Contra essa carga magnética inferior planetária, tem ocorrido a eclosão da mediunidade, para a cooperação espiritual na redenção dos irmãos, desencarnados, confortando os sofredores, comovendo os obsessores obstinados e orientando os irmãos confusos. O “cavalo” médium de Umbanda é o ponto de apoio das entidades, em sua luta ferrenha contra os poderosos agrupamentos e falanges das trevas. Mas o médium pode ser o mais necessitado de recuperação espiritual, principalmente se a sua compostura moral for inferior à sua desenvoltura mediúnica. Ele deve apurar os seus atributos de elevação espiritual, para ser portador de valores úteis e bons para ofertar ao próximo.


Na preparação de sua reencarnação, o espírito, que virá para a matéria com o compromisso de mediunidade de Umbanda, recebe um complemento de energia vital eletromagnética no seus chacras, que permitirá aos guias atuarem mais intensamente nas regiões dos plexos, facilitando-lhes o domínio do corpo físico do médium e possibilitando-lhes assumir suas principais características, com seu gestual e linguajar próprios.


Essa energia também é fundamental para que o médium umbandista possa suportar a difícil tarefa que deverá desempenhar nos entraves com o baixo astral, com os espíritos cruéis que manipulam as forças ocultas negativas, com os trabalhos de magia negra, com as demandas e energias negativas em geral. Essa é uma das principais funções do médium de Umbanda, ou seja, atuar contra esse submundo do baixo astral, contra as vibrações e ataques das falanges negras.


O êxito ou prejuízo do intercâmbio mediúnico depende principalmente do estado espiritual do médium, que, em seu desenvolvimento, precisa dar atenção à sua higiene física, moral e espiritual, para ter condições de desempenhar suas tarefas. Deve resguardar-se, defender-se e limpar sua aura, utilizando-se dos elementos da Natureza, em seus banhos de defesa com ervas, no uso de essências, defumações e outros.



ASSUMIR CONSCIENTEMENTE SUA MEDIUNIDADE E SABER LIDAR COM ELA

É preciso ter consciência de que a mediunidade não limita o ser nem escraviza ninguém, apenas exige do médium uma conduta de acordo com o que esperam os espíritos que atuam no plano material através dele, para socorrer os encarnados.


O médium de Umbanda deve entender que é um “templo vivo”, no qual se manifestam os sagrados orixás e seus irmãos em espírito, para melhor cumprirem suas missões, junto aos irmãos encarnados.


O médium deve assimilar a inovação que seu campo biopsíquico-espiritual está recebendo, sem criar confusões, para que não ocorram conseqüências desastrosas em sua vida e na vida daqueles que necessitam da orientação de seus guias.


Deve entender que como “templo vivo” foi ungido para as práticas religiosas e precisa cumprir suas funções e realizá-las.


Médium consciente:- O médium consciente faz a captação da mensagem da entidade e a decodifica, telepaticamente. O médium recebe e transmite segundo sua compreensão psíquica varia de acordo com o equilíbrio ou desequilíbrio de sua personalidade. É preciso deixar que o Guia conduza as consultas. Não interferir nem julgar os problemas dos consulentes, nem absorve-los para si.



BUSCAR A ENERGIA DE FORÇA VITAL POSITIVA

Essa energia está em sua essência. Sua mediunidade deve ser um instrumento para alcançar a sabedoria interior, por meio do afloramento dos estados evolutivos do eu, seguindo um processo de crescimento espiritual de integração com as energias vibrantes magnéticas e luminosas, recebidas do plano espiritual.


Nem todos conseguem incorporar os seus guias, pois suas mentes criam bloqueios que impedem uma incorporação. Ser um médium de incorporação exige um reajustamento íntimo de tal natureza , que mentalmente é preciso se colocar numa vibração na qual tudo flua naturalmente.



MANTER A HARMONIA ENTRE SUA VIDA INTERIOR E EXTERIOR

Quando há desarmonia entre o exterior e o interior do médium, sua dor emocional pode se manifestar na sua consciência exterior, de tal modo que o médium acaba perdendo o equilíbrio psíquico, deixando vir à tona quadros mentais que destoam da mediunidade propriamente dita. Estando em desequilíbrio, naturalmente, com isso, acabará por transmitir idéias contrárias ao teor da orientação espiritual ali necessária.



NÃO PERMITIR A INTERFERÊNCIA DAS DIFICULDADES MATERIAIS

As dificuldades matérias são temporárias e, assim que o médium superá-las, recuperará seu entusiasmo e desejo de ser útil aos semelhantes.Portanto, o médium deve manter sua autoconfiança, amor próprio e autoestima , desenvolvendo as habilidades que o tornarão capaz de superar as dificuldades matérias que se apresentarem.



REVER-SE INTERNAMENTE, SEMPRE QUE NECESSÁRIO 

Assumir quando precisar de amparo e de ajuda espiritual e psíquica. Enfrentar suas crises emocionais e/ou psíquicas sem sobrecarregar os circuitos espirituais. Manter pensamentos positivos, para bons efeitos. Tanto no corpo físico com no espírito. Há emoções que geram conseqüências drásticas e bloqueios no campo espiritual, que podem comprometer a mediunidade. O sentimento de raiva, por exemplo, drena a energia do corpo, deixando-o energeticamente anêmico. O medo, imobiliza o corpo físico, pressiona as emoções e reduz o foco do espírito. O ressentimento produz erosão energética, provocando assim a depressão de todas as funções no corpo espiritual. A culpa reduz o movimento de energia entre os órgãos e sistemas, diminuindo a capacidade física de reparar e substituir células, etc.



NÃO SENTIR CIÚME OU INVEJA DOS IRMÃOS

É preciso agradecer as oportunidades que nosso Divino Criador nos está dando para evoluirmos, de acordo com as nossas necessidades e merecimentos.

Lembrar que nem sempre o médium coroado ou recebedor de algum outro mérito é o melhor ou mais preparado, mas pode ser o que mais está necessitado daquela experiência, no momento, para evoluir.


Lembrar, sempre, que somos espíritos eternos em trânsito evolutivo e que não cabe a nós conhecer ou reconhecer quem possui maior ou menor bagagem e merecimento.



CUIDAR DO SEU DOM

Dom é a manifestação superior da vida, através das vias evolucionistas dos sentidos do ser, que, se estiverem em harmonia com os princípios da Criação, fluirão naturalmente, trazendo-lhe grande satisfação. Dom não se adquire; desperta-se a partir da relação do ser consigo mesmo, com seus semelhantes e com Olorum, doador e fonte natural de todos os dons.


Essas qualidades cada um traz em si desde sua origem e também as desenvolve com sua própria evolução, nas múltiplas encarnações.


A mediunidade é um dom, é um presente recebido como forma de acelerar o processo de resgate cármico, por isso precisa ser bem cuidada e não deve ser temida. Os que temem o dom mediúnico de incorporação estão afastando de si um bem espiritual conquistado com muito esforço nas reencarnações passadas. Quando alguém desperta o seu dom, através das condutas virtuosas, é integrado na irradiação de Luz de Força do seu orixá e passa a ser um auxiliar direto da Lei Maior, um multiplicador de qualidades do seu dom, socorrendo o maior número possível de semelhantes.



RECEBER COM AMOR E CARINHO OS NOVOS MÉDIUNS O médium é o ponto chave do ritual de Umbanda no plano material e deve ser acolhido pelos irmãos já iniciados, com atenção, carinho e respeito, pois é mais um filho de Umbanda que é “dado a Luz” e necessita de amparo e cuidados, pois ainda é frágil em sua constituição íntima e emocional.


Deve ser ajudado e orientado no seu desenvolvimento, com maturidade, lembrando ele só conseguirá internalizar e incorporar as experiências espirituais que vivenciar em si e através de si. Não é possível aos mais velhos imporem suas experiências, mas é possível serem ótimos exemplos de religioso (a) para seus irmãos de fé.



SER DISCIPLINADO

Entende-se por disciplina o respeito à organização dos trabalhos, às normas e preceitos e o acatamento das diretrizes da sua casa e orientações do dirigente espiritual. Disciplina não é escravidão e obediência cega. É, ao contrário, autodomínio e conhecimento de si mesmo.


A pessoa verdadeiramente livre escolhe as obrigações com as quais quer e pode se comprometer, sendo então responsável por sua escolha, disciplinando-se para agir de acordo e estar à altura dela. A indisciplina mostra falta de consciência e autodomínio, imaturidade e leviandade.



AUXILIAR NOS SERVIÇOS DA CASA, CERIMÔNIAS
O médium deve estar inteiramente integrado ao seu terreiro, considerando-o sua própria casa, seu lar, colaborando para que ele prospere e cresça. Deve ter consciência do que sabe e do que não sabe fazer bem e daquilo que é necessário em cada situação, ajudando no que puder.



SER ASSÍDUO

O compromisso com a corrente espiritual significa constância e freqüência aos trabalhos do templo. A assiduidade e a pontualidade demonstram as qualidades nobres do médium. A constância mostra a evolução individual e um caráter firme determinado e perseverante.


Sempre que necessitar faltar, o médium deve comunicar de alguma maneira à direção da casa freqüentada. Mais de três faltas seguidas só são admissíveis em casos de extrema excepcionalidade.



OBEDECER

É aprendendo a obedecer que estaremos exercitando nosso conhecimento e desenvolvendo nossa evolução. Caso o médium já desenvolvido, por alguma razão tenha trocado de Centro, deve incorporal os novos valores e suas aplicações, enriquecendo ainda mais suas práticas espirituais. Depois de aceito e integrado à nova Corrente Mediúnica e espiritual, poderá oferecer seus valores para apreciação e caso sejam aceitos, serão absolvidos e integrados naturalmente às práticas da casa que o acolheu.



TER HUMILDADE

“A modéstia a tudo favorece”, diz o ditado. É preciso ter a humildade de aceitar a existência dos Guias Espirituais e outros seres e fenômenos imperceptíveis aos nossos sentidos normais, que são bem mais limitados do que normalmente se pensa, e não criar resistência quando incorporado. Se realmente compreendeu os compromissos que assumiu, jamais será soberbo, orgulhoso, ou vaidoso, pois saberá que o médium não é um fim em si mesmo.



SER PACIENTE E TOLERANTE

Mediunidade é sinônimo de sacerdócio e trabalho espiritual é sinônimo de atuação dos espíritos santificados no respeito e fé em Olorum e no amor à humanidade. A paciência e a tolerância são virtudes importantes para que sejamos elementos de agregação da Corrente de Trabalhos Espirituais.



VIGIAR OS PENSAMENTOS EM RELAÇÃO A TUDO E A TODOS

Procurar conhecer-se e descobrir o quanto se está realmente integrado à Corrente Mediúnica que (o)a acolheu e se foi realmente aceito (a) pela Corrente Espiritual do Abassá que frequenta.



ZELAR PELA MEMÓRIA E TRADIÇÃO DE SUA RELIGIÃO E DE SEU ABASSÁ

É fundamental que todo médium saiba o Hino da Umbanda, os cantos (pontos)para seu orixá e Guias, os cantos de abertura, defumação, chamada, sustentação, subida e encerramento do seu Abassá.


É de extrema importância o médium acompanhar as aulas de estudos que são o alicerce, a viga mestra, que dará a sustentação e o conhecimento necessário, pois sem o conhecimento verdadeiro jamais o médium estará “pronto”


Devemos lembrar sempre que a Umbanda Sagrada tem fundamento e é preciso saber preparar.


O conhecimento, aprofundamento de estudos e esclarecimentos em geral são importantíssimos. Para que isso se realize adequadamente, é necessário que os praticantes e seguidores da Umbanda estudem em profundidade os seus fundamentos religiosos, tenham boas palavras e anulem, no seu íntimo tudo aquilo que não os engrandeça.



SUPERAR COMPORTAMENTO DA FORMAÇÃO RELIGIOSA ANTERIOR DISSONANTES COM A RELIGIÃO ATUAL.

É fundamental assumir uma postura mais afinizada com a nova condição religiosa, que é ativa e dinâmica. Não vamos ao templo só rezar, mas, também trabalhar como membro ativo de uma corrente espiritual.



LEMBRAR QUE NA UMBANDA HÁ LUGAR PARA TODOS

Todos os trabalhos realizados em uma gira ou nas demais cerimônias são de suma importância, para que as atividades transcorram de forma harmônica e equilibrada. Portanto todas as tarefas são importantes para o bom andamento dos trabalhos, havendo uma afinidade delas reservadas ao médium de Umbanda. É só terem consciência da beleza espiritual da religião que abraçaram com fé, amor e confiança.



APRENDER PARA MELHOR AJUDAR

Não adianta ter pressa. É preciso que tudo transcorra no seu devido tempo, por meio de constante aprendizado sobre as normas e os trabalhos da casa.



INTEGRAR-SE EFETIVAMENTE AO CORPO MEDIÚNICO DO ABASSÁ
Essa integração deverá ocorrer com o desenvolvimento natural das faculdades mediúnicas.



NÃO ALIMENTAR ORGULHO

Quem se destaca como médium mais aperfeiçoado, ou cujo tempo de lapidação é mais curto que o de outrem, não se deve se orgulhar ou se envaidecer. Se galgou mais responsabilidade é porque suas forças exigem dele mais preparação par cumprir suas tarefas.



ACEITAR OS ACONTECIMENTOS COMO LIÇÕES, APRENDIZADOS

Nem sempre temos o poder de mudar os acontecimentos e as circunstâncias, mas podemos mudar nossa maneira de reagir a elas, aproveitando os acontecimentos como desafios à nossa capacidade de adaptação.


Autoria desconhecida


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13/06/2018

Cambonos: Os Médiuns de Sustentação

Cambonos: Os Médiuns de Sustentação

Cambono é um secretário das entidades. Ele zela pelo bom atendimento, ajuda a dinamizar as consultas, facilita o trabalho das entidades e serve também como intérprete destas.


O cambono, na verdade, é um médium em desenvolvimento ou que não incorpora. Também podem ser utilizados os outros médiuns em regime de escala. O seu trabalho dentro do Templo é tão importante quanto o dos demais médiuns e, mesmo sem estar incorporado, ele é parte integrante de todo o trabalho espiritual, pois os Guias Espirituais se utilizam dele para retirar as energias que serão utilizadas no atendimento aos consulentes. Muitas vezes, um Guia Espiritual tem dificuldades de adentrar no íntimo do consulente devido à densidade energética presente na pessoa e lança mão da presença do cambono e, através deste, fazendo como que “uma ponte”, consegue auscultar o íntimo da pessoa.


Como o trabalho do cambono é de secretário, ele deve, antes de tudo e se possível com um dia ou mais de antecedência, deixar preparado todos os apetrechos de trabalho que costumam ser utilizado pela entidade a qual irá cambonear. Ele precisa saber os hábitos de trabalho da entidade em dias de atendimento ou, se for a sua primeira vez, deve se informar sobre o que precisará ter em mãos, caso seja pedido, evitando assim atrasos desnecessários durante as consultas. O cambono, na verdade, precisa ter conhecimento de todo o culto e de todas as entidades, precisando, então, prestar muita atenção à atuação delas durante as giras.


Sempre que solicitado, o cambono deve ajudar as entidades a se comunicarem com os consulentes, desde é claro, que seja treinado para isso e também que seja muito atento a tudo o que a entidade solicitar. Na verdade, o cambono, em alguns casos, poderá explicar de uma forma mais simples ou mesmo interpretar o que for dito para que o consulente não distorça as palavras das entidades. Lembre-se de que para este trabalho o cambono deverá ser preparado em uma espécie de estágio nas Giras de desenvolvimento para que possa saber como as entidades trabalham.


O cambono, antes de qualquer coisa, é pessoa de extrema confiança do Pai ou Mãe da casa, assim como da entidade que estiver atendendo; portanto, caso perceba qualquer coisa estranha, qualquer coisa que não faça parte dos procedimentos normais, deve reportar-se ao Guia-chefe ou ao Pai ou Mãe da casa na mesma hora. É por isso que é tão importante, e necessário, que o cambono saiba todos os procedimentos de trabalho e todas as normas da conduta que entidades e médiuns devem ter dentro do Templo.


O fato de auxiliar nas consultas exige que o cambono seja discreto e mantenha sigilo sobre tudo o que ouvir, não se esquecendo de que ali estão sendo tratados assuntos particulares e que não dizem respeito a ninguém além da pessoa que estiver sendo atendida e da entidade. O sigilo é um juramento de confiança que todo o cambono deve ter e fazer.


Sem a ajuda de um cambono, os trabalhos tornam-se lentos e o atendimento aos consulentes ficaria difícil, principalmente se o Templo atender um grande número de pessoas. Para que tudo transcorra de forma satisfatória, a presença de um cambono é de grande necessidade dentro do Templo, mas este não deve jamais confundir a entidade com a pessoa, isto é, ele é cambono do Guia Espiritual e não daquele médium, que é apenas um irmão dentro do Templo. O que ele pode, sim, é perguntar ao médium com o qual trabalha como deve proceder para prestar um melhor atendimento à entidade durante os trabalhos.


Uma prática útil e aconselhável dentro de um Templo é a troca de cambonos entre as entidades. Isto traz um maior aprendizado aos cambonos e também faz com que estes se habituem a tratar todas as entidades da mesma forma, sem criar laços afetivos exagerados. Desenvolver afeto pelas entidades é comum, mas a afinidade espiritual só é saudável se não conduzir à dependência; portanto, o chefe da casa poderá decidir-se pelo trabalho alternado e, nesse caso, deverá fazer com que todos saibam disso com antecedência.


De vez em quando, todos médiuns, mesmo aqueles que incorporam, deveriam trabalhar como cambonos para poderem aprender mais e desenvolver a humildade, que é a característica mais importante que um médium deve ter.


Obs: Somente o Guia-Chefe deverá ter um cambono fixo e da confiança do sacerdote, pois provavelmente participará ativamente de todas as resoluções tomadas em relação a médiuns e ao Templo. Normalmente, o Guia-Chefe requer certa rapidez e presteza em seus atos e atendimentos, e só um cambono fixo poderá se prestar eficientemente como auxiliar.


Materiais básicos que os cambonos precisam ter durante os trabalhos:


Uma malinha (tipo mala de ferramentas), para colocar seus apetrechos de trabalho.

Uma sacolinha, pendurada no pescoço, com todo o material necessário para o atendimento imediato dos guias, como: isqueiro – caneta – bloquinho de papel, etc.

Um pano de cabeça (se for de uso do seu Templo).

Uma toalhinha branca (para higiene).


Veja bem: esta é uma lista de material utilizada normalmente. Desde que saiba qual entidade irá cambonear, o cambono deve saber se ela usa materiais específicos, tais como ervas, velas, bebidas, ferramentas de trabalho, etc. e se organizar junto ao médium com o qual trabalhará para ter tudo por perto.


É importante saber que todo o material de uso das entidades é de responsabilidade do médium que a incorpora e que o trabalho do cambono é estar atento para que este material não falte ou acabe, devendo comunicar o médium com antecedência quando o material estiver acabando.


Obs: O Cambono é um auxiliar do Templo e não um empregado dos médiuns. A educação e a lisura devem estar presentes a todo instante.


O QUE É SER UM CAMBONO


Os Cambonos são médiuns de sustentação, e são tão importantes quanto os médiuns ostensivos (de incorporação mediúnica) nos trabalhos de uma Casa Umbandista; eles também devem seguir certos procedimentos e ter a mesma dedicação e responsabilidade.


O Cambono, médium de sustentação, é aquele trabalhador, com mediunidade ostensiva ou não, que está presente ao trabalho, mas que não participa diretamente do fenômeno nem dos procedimentos de incorporação mediúnica para atendimentos.


Como o próprio nome diz, embora não esteja envolvido diretamente no fenômeno ou na assistência, faz a sustentação energética do trabalho, mantendo o padrão vibratório elevado por meio de pensamentos e sentimentos elevados.


Ao contrário do que se pensa, os médiuns cambonos de sustentação são tão importantes quanto os médiuns de incorporação, pois são eles que ajudam a garantir segurança, firmeza e proteção para o grupo e para o trabalho, enquanto os médiuns de atendimento fazem a sua parte e desenvolvem o trabalho assistencial.


Além disso, são eles também que ajudam os médiuns de incorporação, como já foi escrito linhas acima.


Considerando esse papel, podemos listar alguns requisitos importantes para os médiuns de sustentação:


Responsabilidade

Tanto quanto o médium de incorporação, o médium cambono de sustentação precisa conhecer a mediunidade e tudo o que diz respeito ao trabalho com a espiritualidade e as energias humanas, a fim de poder auxiliar eficientemente o dirigente do trabalho e os seus colegas médiuns ou não.


Firmeza mental e emocional
Como é o responsável pela manutenção do padrão vibratório durante o trabalho, o médium cambono de sustentação deve ter grande firmeza de pensamento e sentimento, a fim de evitar desequilíbrios emocionais e espirituais que poderiam pôr a perder a segurança do trabalho e dos outros trabalhadores.


Equilíbrio vibratório
Como trabalha principalmente com energias – que movimenta com os seus pensamentos e sentimentos o cambono, médium de sustentação deve ter um padrão vibratório médio elevado, a fim de poder se manter equilibrado em qualquer situação e poder ajudar o grupo quando necessário.


Para isso, deve observar sempre a prática do Evangelho no Lar, ou algo similar, bem como a preparação necessária na noite que antecede o trabalho e no dia propriamente dito, cuidando do descanso, da alimentação, da higiene física e mental, dos banhos ritualísticos, da firmeza da sua guarda, etc.


Compromisso com a casa, o grupo, os Guias Espirituais e os assistidos

O cambono, médium de sustentação deve lembrar-se de que, mesmo não tomando parte direta nas assistências, tem alguns compromissos a serem observados:

• Com a casa que trabalha: conhecendo e observando os regulamentos internos a fim de seguí-los. Explicá-los, quando necessário, e fazê-los cumprir, se for o caso; dando o exemplo na disciplina e na ordem dentro da casa; colaborando, sempre que possível, com as iniciativas e campanhas da instituição.

• Com o grupo de trabalhadores em que atua: evitando faltar às reuniões sem motivos justos, ou faltar sem avisar o dirigente ou o seu coordenador; procurando ser sempre pontual nos trabalhos e atividades relativas; procurando colaborar com a ordem e o bom andamento do trabalho.

• Com os Guias Espirituais: lembrando que eles contam também com os médiuns cambonos de sustentação para atuar no ambiente e nas energias necessárias aos trabalhos a serem realizados, e que, se há faltas, são obrigados a “improvisar” para cobrir a ausência. Os Guias Espirituais devem ser atendidos com presteza e respeito.

• Com os assistidos: encarnados e desencarnados, que contam receber ajuda na Casa e não devem ser prejudicados pelo não comparecimento de trabalhadores. Todos deverão ser recebidos e tratados com esmero, dedicação, respeito e educação.


Ausência de preconceito

O cambono, médium de sustentação não pode ter qualquer tipo de preconceito, seja com os assistidos encarnados ou desencarnados, seja com os dirigentes, mentores, etc.


Ele não está ali para julgar ou criticar os casos que tem a oportunidade de observar, mas para colaborar para que sejam solucionados da melhor forma, de acordo com a sabedoria e a justiça de Deus.


Discrição
O cambono, médium de sustentação nunca deve relatar ou comentar, dentro ou fora da casa, as informações que ouve, os problemas dos quais fica sabendo e os casos que vê nos trabalhos de que participa. A discrição deve ser sempre observada, não só por respeito aos assistidos envolvidos, encarnados e desencarnados, como também por segurança, para que entidades envolvidas nos casos atendidos não venham a se ligar a trabalhadores, provocando desequilíbrios.


Os comentários só devem acontecer esporadicamente, de forma impessoal, como meio de se esclarecer dúvidas e transmitir novas informações a todos os trabalhadores, e somente no âmbito do grupo, ao final dos trabalhos.


Coerência:

Tanto quanto o médium de incorporação, o cambono, médium de sustentação deve manter conduta sadia e elevada, dentro e fora da casa em que trabalha, para que não seja alvo da cobrança de entidades desequilibradas, no intuito de nos desmascarar em nossas atitudes e pensamentos.


Como vemos, as responsabilidades dos cambonos, médiuns de sustentação são as mesmas que a dos médiuns ostensivos, e exigem deles o mesmo esforço, a mesma dedicação e a mesma responsabilidade.


CONCLUSÃO


Como vimos, não é tão fácil ser um cambono. Para ser um, é preciso aprender tudo sobre os Orixás, os Guias Espirituais, o Templo e, principalmente, sobre a conduta que deve adotar para, depois, se for o caso, ser um bom médium de incorporação e alcançar a evolução espiritual até o Pai Maior.



Fonte:
O ABC do Servidor Umbandista - Pai Juruá


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12/06/2018

Raiz Indígena na Umbanda



Embora muitos não acreditem e não aceitem, a Umbanda é uma religião cristã e genuinamente brasileira. Neste contexto, a abordagem que se fará é indigenista e não africanista. Por quê? Devido à supervalorização, até por parte de muitos umbandistas, da cultura negro-africana, do culto aos Orixás das nações de Candomblé, criou-se uma ofuscação da questão indígena. Facilmente encontramos vasta literatura a respeito da cultura africana e muito pouco, quase nada, sobre a riquíssima indígena brasileira no que se refere à Umbanda, sendo esses índios formadores de nossa raiz ancestral e cultural.
Muitos irmãos de fé dizem que a raiz-origem da Umbanda está na África. Muitos até dizem ser a Umbanda uma ramificação do Candomblé.

Um fato inquestionável e indiscutível, na minha opinião, é que os negros africanos muito contribuíram para o surgimento do que hoje chamamos de Umbanda em solo brasileiro, mas, acredito que a raiz da Umbanda esteja na Espiritualidade. Utilizou-se ela (a espiritualidade) da miscigenação das raças e pluralidade cultural e teológica existente no Brasil para difundir uma "religião única", baseada na caridade e no amor ao próximo. Por ser uma filo-religião dos espíritos de Deus, os mesmos, com a permissão de Oxalá, se apresentam no mundo físico numa forma de pronto-socorro espiritual, religando o homem ao Divino através de seu encontro e harmonização com as forças da natureza.

Podemos então perceber que a raiz da Umbanda não está no Homem, mas sim no Espírito de Deus. Talvez devido a este fato, a Umbanda não tenha uma codificação, como o espiritismo (kardecismo) tem.

Não tem um codificador (apesar de muitos irmãos quererem codificá-la) justamente para não criar certos dogmas e mitos, para não impor uma concepção única a respeito da Espiritualidade, dando-se a liberdade para que os irmãos se utilizem dos segmentos teológico-religioso que mais tiver afinidades, mas sabedor que só se chega ao Pai Maior utilizando-se da caridade desinteressada como prova de amor ao próximo, praticando assim o Evangelho de Jesus, tal qual nos foi revelado.

A raiz africanista de que muitos irmãos falam parte da forte influência da cultura negra no processo de miscigenação que "fundou" nossa religião. No entanto, esses mesmos irmãos não atentaram a analisar a Umbanda sob a perceptiva indígena. Ao chegarem os brancos europeus e posteriormente os negros escravos no Brasil, já existia aqui uma raça e uma cultura predominante: os Tupi-Guaranis e Tupinambás.

Os índios, na época, já tinham seus ritos religiosos e magísticos, danças típicas como a Aruanã, danças totêmicas dos Tupis, tambores, amplo conhecimento do poder das ervas, a faculdade mediúnica da vidência, cultuavam e reverenciavam as forças da natureza como manifestações da Divindade, tendo cada uma, um deus respectivo, que, inclusive, podemos associar aos Orixás da Umbanda.

Estes são alguns exemplos e creio que muitos irmãos devem estar surpresos com estas informações, pois não costumamos valorizar nossa própria cultura, nossa brasilidade. Percebemos aqui, semelhanças entre cultos e rituais afro e indígenas. Raças diferentes, continentes deferentes, culturas diferentes. Tudo coincidência? Acredito eu, que tudo isto mostra a Essência Divina que se manifesta em todas as partes, de acordo com a cultura, a estrutura social e a herança religiosa de cada povo.

Hugo Saraiva

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10/06/2018

Diferenças entre Umbanda e Candomblé

Diferenças entre Umbanda e Candomblé

Umbanda e Candomblé, apesar de possuírem alguns elementos em comum, como o culto aos Orixás e a utilização de atabaques, são religiões absolutamente distintas.

Que esta diferença seja acompanhada pelo respeito e por fazer entender e praticar os rituais e fundamentos inerentes a cada uma delas. O respeito começa exatamente em não utilizar os seus elementos sem conhecimento e sem preparo.

Existem pretensões em unir as duas crenças, causando uma verdadeira descaracterização de ambas.

A umbanda e o Candomblé possuem seus próprios fundamentos e ritos e é inconcebível um Pai de Santo da Umbanda fazer raspagem e bori, dar iniciação no Candomblé a uma pessoa ou dar-lhe o título de Babalorixá. Assim como é inimaginável (apesar de existir casos, infelizmente), a realização de rituais de Candomblé com "entidades" de Umbanda no comando, para uma suposta iniciação na Umbanda.

As diferenças básicas entre Umbanda e Candomblé, são:

A Umbanda é uma religião brasileira, fundamentada em 1908 pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas através do seu médium Zélio Fernandino de Moraes, que se utiliza de elementos de várias religiões, como o espiritismo, catolicismo, africanismo e crença indígena.

O Candomblé, (apesar da forma com que conhecemos exista apenas no Brasil), é oriundo da junção das nações trazidas da África pelos escravos. Nações significam de onde aquela raiz africana é provinda, de que região da Àfrica veio, pois a Africa é um continente divido por muitos dialetos e várias culturas diferentes. As Nações mais comuns aqui no Brasil são KETU, ANGOLA, JEJE, AFON. A partir destas nações surgiram outras, mas estas são as principais.

Ou seja, tratam-se de cultos Africanos, dedicados aos Orixás, Nkises e Voduns (Ketu, Angola e Jeje). Dessa maneira, as cantigas, os rituais, as rezas e oferendas, são as mesmas utilizadas pelos ancestrais africanos outrora.

A Umbanda trabalha com espíritos, os quais são chamados de guias. São entidades que trabalham na energia do Orixá. São falanges de Caboclos, Pretos-Velhos, Crianças, Baianos, Boiadeiros, Ciganos, Marinheiros, Exus e Pombagiras. São essas as entidades que comandam a gira, que realizam os amacis, batismo, cruzamentos, etc. Além disso, tais entidades, dão passes, realizam curas, descarregos, falam e se utilizam de elementos como o fumo e o álcool.

No Candomblé não existe a manifestação de espíritos. Nessa Religião, os espíritos são chamados de Eguns, e são excluídos das chamadas rodas (existem algumas casas que possuem o fundamento de Baba Egungun, ritual onde se manifesta os ancestrais). Todavia, o que se manifesta nas sessões de Candomblé são as energias dos Orixás. Tais energias fazem com que o iniciado, chamado de Iyaô entre em "transe". Todavia, esse "transe" é bem diferente da chamada incorporação existente na Umbanda. Além disso, o iniciado quando manifestado pelo Orixá apenas dança seu ritmo. Não fala, não fuma, não bebe, não dá consultas, etc. Apenas chega, reverencia seus Babas e dança suas cantigas, nada mais.

Para o Candomblé, um Orixá/Nkise/Vodum, tem significado na própria palavra: ORI = CABEÇA AXÉ = FORÇA

ORIXA = CABEÇA DE FORÇA. Na verdade Orixa, Vodum, Nkise representam a mesma coisa, somente em línguas diferentes.

Orixá é um centro de força extraída da natureza e encaminhada para nosso caminho. É um Deus, uma luz.

Na Umbanda, os toques de atabaque são realizados com as mãos e são acompanhados por cantos em português. Ora, se nossas entidades falam o português, porque iremos chamá-las em outras línguas? Seria no mínimo, uma falta de respeito! O ponto cantado, nada mais é que uma oração cantada, devendo ser cantado com todo o respeito, sabendo o por que de cada palavra. São cantos de chamada, de reverência, de trabalho e de subida.

No Candomblé, os toques variam de acordo com a nação. Se for Ketu, os toques serão entoados com toques de varetas (Aguidavi), acompanhados por cantigas no dialeto Yorubá, língua daquelas divindades. Na nação Angola, o toque é realizado com as mãos, acompanhada por cantigas no dialeto Bantu. Na nação Jeje, os toques também são realizados com as mãos, e as cantigas são feitas em um de seus dialetos (Axantis, Gans, Agonis, Popós, Crus, etc.). São cantigas que fazem referencias aos itans, ou seja, lendas sobre os Orixás, Nkises e Voduns.

A Umbanda trabalha com 7 Orixás, os quais estão distribuídos na chamada 7 Linhas de Umbanda. São eles: Ogum, Oxossi, Xangô, Iemanjá, Oxum, Iansã, e Obaluaê/Omulú. Vale lembrar que na Umbanda não existe incorporação de Orixás, mas sim, de espíritos e falangeiros que trabalham na sua energia.

O Candomblé Ketu, reverencia no mínimo 16 Orixás, chegando alguns há 21 e até 72 Orixás. Na nação Jeje e na Angola, os Voduns e Nkises também passam de 20.

O Candomblé Ketu trabalha com as chamadas "qualidades" de Orixás, como por exemplo, Oxalá que possui as qualidades de Oxalufã (velho) e Oxaguiã (moço).

A Umbanda não possui qualidades de Orixás.

O Candomblé possui suas cores e interpretações para os Orixás. A Umbanda possui outras cores e interpretações.

Mediunidade na Umbanda é a manifestação dos espíritos, no Candomblé é a manifestação de uma energia "encantada". O Orixá que se manifesta no Iyaô durante a roda de Candomblé não é um espírito, trata-se apenas de uma vibração de seu Orixá.

No Candomblé os espíritos são chamados Eguns. Os Eguns tem um culto especifico chamado "Egungun", que é realizado em determinadas casas, onde eles são cultuados. Egun não participa dentro da roda de Candomblé, ele apenas é tido como um antepassado, ancestral, e por isso é respeitado.

O sacerdote de Umbanda é chamado de Pai de Santo, Pai de Terreiro, Cacique, ou simplesmente Dirigente.

O sacerdote de Candomblé é chamado de Babalorixá, alguns possuem o título de Babalaô. As mulheres são chamadas de Yalorixá. Só podem utilizar esses títulos que de fato teve iniciação no Candomblé e passou pelas raspagens, boris, etc.

O iniciado se torna Babalorixa ou Iyalorixa quanto ele completa 7 anos após ter sido iniciado dentro da religião, ou em casos específicos, onde a pessoa tem uma missão especial e a mando do próprio Orixá esse tempo é antecipado, mas mesmo assim, tem que ter passado pelo ritual da iniciação e ter pelo menos 01 ano dentro da religião.

O bori, significa EBO = OFERENDA ORI = ORISA RESPONSÁVEL PELA CABEÇA

Então, bori significa dar comida a orisa da cabeça.

A Umbanda não dá bori, pois não dá culto a ORI.

O jogo de buzios é prática do Candomblé, é o meio utilizado para se comunicar com os Orixás.

A Umbanda não possui fundamentos com Ifá, pois a comunicação se dá diretamente com os guias quando estão incorporados. Mesmo assim, é um oráculo largamente usado pelos umbandistas.

O Adjá é um instrumento sagrado usado no Candomblé para chamar o Orixá. Quem utiliza é o Baba ou a Iya e os cargos femininos da casa. Não existe fundamento para usar adjá na Umbanda, que possui seus próprios meios para invocar os seus Guias, como cantos e palmas.

No Candomblé não se usa pembas, nem pontos riscados.

O Exu do Candomblé não é o mesmo Exu que se manifesta na Umbanda. No Candomblé tem o Orixá Exu, que tem as mesmas qualidades de outro Orixá dentro do panteão, diferente da Umbanda , em que o Exu é tido como entidade da esquerda. O Exu é o mensageiro dos Orixás, mas ele não incorpora. Somente recebe as energias do Orixá Exu aquele que é feito para ele.

Erê no Candomblé é uma manifestação de um ser infantil, que representa um espírito puro. É uma espécie de porta voz, mensageiro do Orixá. É por meio do Erê que o Orixá manda seus recados ao Iyaô. Ele é representado por uma criança, para demonstrar a inocência.

Na Umbanda, Ibeje é uma entidade cujo simbolismo remete à pureza e à inocência.

Essas são apenas algumas das diferenças. Como se pode perceber, as duas possuem uma estrutura, organização e rituais completamente distintos. Por isso nós, Umbandistas, devemos zelar pela pureza de nossa fé, evitando a introdução de elementos que não condizem com nossa religião. Assim também, os Candomblecistas, devem pregar a pureza de seu culto, evitando a mesclagem indevida e o desvirtuamento do culto milenar.

Pesquisado por Ednay Melo


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