Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

15/08/2017

Mediunidade e Ansiedade

Mediunidade e Ansiedade


A maioria dos médiuns tem sua iniciação mediúnica – momento em que suas faculdades mediúnicas já despertadas passam a ser utilizadas de modo sistemático e mais intenso, dentro dos rituais e trabalhos existentes numa casa umbandista – marcada pela difícil fase da ansiedade e da adaptabilidade que esse começo representa. Ansiedade no médium iniciante pode trazer algumas situações desconcertantes como :

Ficar pensando de modo intenso nas coisas ligadas à espiritualidade; 

Ficar com os pontos cantados ecoando na mente; 

Ficar cantando a qualquer momento e lugar os pontos cantados; 

Conversar somente sobre o assunto espiritualidade a qualquer oportunidade em que hajam mais pessoas que pertençam à mesma religião ou casa;

Ler muitos livros sobre o assunto, querendo esgotar todos os pontos de dúvidas;

Querer conhecer tudo sobre a Umbanda num espaço de tempo curto;

Ter sonhos constantes com rituais, entidades, trabalhos;

Ficar vendo em qualquer situação algum tipo de ligação com a espiritualidade;

Não parar de preocupar-se em manter-se dentro das condutas que sua casa pede;

Querer incorporar logo;

Ficar muito preocupado se está mesmo incorporando uma entidade ou se está apenas imitando uma entidade;

Desejar ardentemente que tenha a inconsciência durante as incorporações;

Querer aprender tudo sobre os rituais que sua casa pratica, chegando ao ponto de perguntar de tudo a todos os demais médiuns mais experimentados;

Querer saber tudo, através de relatos de outros médiuns, o que ele fez quando estava incorporado, o que a entidade falou, deixou de fazer;

Passar a realizar em seu próprio lar, uma verdadeira transformação de hábitos, querendo que todos tomem banhos de defesa, defumem-se, orem, cantem, entre outras coisas;

Querer erigir algum tipo de altar ou espaço sagrado em seu lar, tentando imitar o mais perfeito possível a quantidade de imagens, a disposição dos santos que há em seu templo umbandista;

Querer que suas entidades receitem rapidamente a confecção ou aquisição das guias (colares) e quanto maior o número de guias melhor;

Desejar ardentemente que tenha incorporações “fortes”, isto é, que as entidades já venham de modo com que não gerem dúvida a ninguém;

Que suas entidades já risquem seus pontos e que seja algo bem impressionável;

Que suas entidades deem logo seus nomes e torce para que sejam nomes “fortes” e conhecidos;

Querem decifrar todos os símbolos que suas entidades desenharam em pontos riscados;

Querem saber da história, vida, ponto cantado e tudo o mais sobre suas entidades;

Essas situações e mais outras não citadas são consideradas até normais e encaradas por aqueles outros médiuns mais tarimbados como coisa comum de se acontecer. E de fato é.

O que o dirigente e os médiuns mais experientes devem fazer é aconselhar esses neófitos, direcioná-los em atividades que os tirarão um pouco desta fixação, é ouvi-los e explicar cada uma das dúvidas e dificuldades existentes.Toda essa ansiedade é temporária e assim que o novo médium for tendo mais e mais experiências, ele passa a lidar de modo mais natural, menos ansioso e aflito com essas situações.

O tema deve ser abordado de modo atencioso, respeitoso, prático e esclarecedor para poder dar melhor formação espiritual e criar uma estrutura mediúnica mais eficaz à própria casa, uma vez que estes novos médiuns passam a compor o já formado corpo mediúnico da casa, fazendo número e qualidade na força da corrente da casa umbandista. 

Desperdiçar a chance de esclarecimento quando esses médiuns estão ávidos por conhecimento e abertos para serem direcionados é deixar ao acaso a responsabilidade da formação destes médiuns, podendo levá-los a vícios, “cacoetes” e maus hábitos mediúnicos que nunca mais poderão ser retirados.

Do livro Mediunidade na Umbanda - Richael Izolino Rocha




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08/08/2017

Velas

Velas

TODO UMBANDISTA ACENDE SUA VELINHA!

Elemento fundamental nos rituais umbandistas: as velas. Por que acendemos velas? O que elas representam e como atuam? Acho que muitas pessoas já se fizeram estas perguntas e outras nunca pensaram sobre o assunto.

A vela significa luz, atua no éter de quem recebe suas irradiações ígneas e é um simples, mas poderoso instrumento.

Tal como o incenso, uma vela acesa altera o estado energético de um ambiente ou de uma pessoa. Quando está acesa, durante o dia ou noite, além de enviar nossas intenções como luz que toca outra luz em vário níveis, ela se torna uma energia contínua de nossas orações, ela se torna a vigília de nossos pensamentos, pois sempre que passarmos por ela seu brilho chamará nossa consciência de volta para o propósito de nossa solicitação ou pensamento e a sua luz atuará como um laser para concentrar a energia de nossas intenções. Portanto ela ativa nossa fé nos mantendo em sintonia com o Plano Astral Superior e é fato que uma vela acesa positivamente atrai os bons espíritos para perto. Na realização de uma oferenda as velas acesas ativam e potencializam nossas intenções.

É importante saber também que uma simples vela consiste na união dos quatro elementos. O elemento terra, ou energia telúrica, é representado pela parafina que vem do petróleo, das profundezas do planeta; o elemento ar, com a energia eólica, é representado pela fumaça que a vela exala, ainda que tênue; o elemento fogo, ou energia ígnea, é representado pela chama da vela e, finalmente, o elemento água, e a energia mineral, é representado pela combustão dos materiais da vela onde se desprendem moléculas de hidrogênio que se combinam com o oxigênio e formam a molécula de água no estado gasoso.

Além de todas essas vibrações, energias e elementos temos também a questão da pigmentação da vela onde a cor, com base na cromoterapia, mexe com nossas vibrações mental e energética. Por exemplo: a vela branca, que representa a união de todas as cores, é purificadora, traz a sensação de limpeza, claridade e estimula a criatividade; a vela amarela simboliza a alegria de viver e o alto astral; a vela cor de rosa abre o coração e estimula todas as formas de inspiração e amor, traz conforto e aconchego à alma; a vela vermelha simboliza o dinamismo, a força e a coragem e é uma boa pedida para quem está deprimido ou sem ânimo para nada; a vela azul clara traz paz e tranquilidade, estimula o crescimento pessoal e melhora o auto controle; a vela verde representa a esperança e a abundância, estimula momentos de paz e cura, traz tranquilidade e acaba com as tensões.

Mônica Caraccio





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26/07/2017

Nanã Buruquê

Senhora nanã cor roxa


SALVE O DIA 26 DE JULHO!
SALUBA NANÃ!

Orixá Nanã Buruquê

Dia da semana: sábado – dia do Astro Saturno.

Data comemorativa: 26 de julho

Sincretismo: Santa Ana

Cor: Lilás

Ervas: manjericão roxo, manacá, alfavaca roxa e outras.

Frutas: mamão, jaca, melancia e outras.

Flores: todas as flores na cor lilás.

Pontos de Força: Lagos

Elemento: água

Pedra: ametista

Símbolo: ibirin (com palha da costa)

Saudação: Saluba Nanã – Significa: Salve a soberana das águas.

Astro: Saturno – planeta mais lento

Deuses na mitologia greco-romana: Saturno para os romanos e Chronos para os gregos.


Nanã é Orixá que tem como reinos ou pontos de força as águas paradas e naturais do planeta, como os lagos. O lago remete ao arquétipo de calmaria, principal característica desta Orixá. Por ser Orixá que representa a idade avançada e ser Orixá das águas, água que na terra é o princípio, o planeta iniciou a sua formação na água, bem como a formação do ser humano e outros animais, água que é imprescindível para a manutenção da vida, por estes e outros motivos aliados à sabedoria típica dos mais velhos onde se constata a majestade de Mãe Nanã, ela é respeitada e a ela cabe o lugar de Matrona da Umbanda. Mãe amorosa e paciente, benevolente, que transmuta energias dinâmicas e agitadas em energias lentas e muito equilibradas, levando à paz, ao equilíbrio e à mansuetude.

Nanã é a Orixá que favorece o equilíbrio de diversas atuações de outros Orixás e Guias da Umbanda. Como uma mãe que atende a todos, para o bem de todos, sem distinção. Orixá fundamental para a sustentação de todas as linhas de Umbanda.

Do livro "Umbanda Luz e Caridade - Ednay Melo"


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24/07/2017

Comprometimento no Terreiro

Comprometimento no Terreiro


Todo dirigente deseja ter uma corrente fiel, harmônica e cúmplice. E de fato para que isso aconteça, devem ser valorizados os ensinamentos através de sua doutrina, além de incentivadas virtudes como compromisso e comprometimento.

Compromisso e comprometimento é a mesma coisa?

Não, mas é verdade que ambos nos levam a tomar uma posição.

Compromisso significa assumir deveres, respeito, horário, atividades e regras. Assim ao assumir o compromisso de ingressar em uma gira, concordamos em assumir integralmente suas normas e regras.

Comprometimento é a identificação e motivação, é um laço moral com um trabalho, uma causa ou um ideal. Estar comprometidos com uma gira nos levará a despender esforços imensos em prol dela, sem maiores queixas, pois haverá sempre fortes motivos para fazê-lo.
Médiuns comprometidos terão muito mais facilidade em assumir e honrar seus compromissos perante a Umbanda e seus dirigentes.

Que tal nos comprometermos mais ainda com nossa Religião, honrando e respeitando seus dirigentes e guias, seus irmãos de fé, assistência e principalmente o compromisso assumido com seu Pai de Cabeça e Dirigente na feitura do Amací?

Pai Jussaro


***

Dia desses ouvi um papo muito interessante sobre nós, integrantes de um terreiro ou centro espírita. O senhor que tecia o monólogo o estava utilizando para dar uma pequena bronca nos trabalhadores do centro, mas vou escrever aqui o que me tocou e o que acho que tem tudo a ver com quem está caminhando dentro dessa vida de contato com a espiritualidade.

Ele falava sobre comprometimento. Falava, na verdade, sobre a responsabilidade que temos que adquirir do momento em que assumimos a farda, ou do momento em que passamos a entender a vida por esse aspecto. Comprometimento com as pequenas coisas, com tudo que nos cerca e que, na maioria das vezes, tendemos a deixar de lado.

O centro funciona devido a várias coisas que fazemos acontecer. O trabalho é aberto depois de estar com vários pormenores prontos, dando condições a todos trabalharem. E um desses pormenores é a limpeza do local. Sei que, para nós, parece mais importante estar lá, cuidando dos apetrechos dos guias, das firmezas, das tronqueiras. Claro, isso também é muito importante, mas para o terreiro funcionar corretamente, cumprir sua função, é preciso que tenhamos assistentes, pessoas que vão até lá para serem ajudados. Dependemos tanto deles quanto dos guias e não é à toa que um centro sério sempre vive cheio. Agora, imaginem vocês recepcionar essas pessoas tão especiais, que estão lá para encontrar um auxílio, em uma casa suja, desorganizada. Esse é o primeiro comprometimento que devemos ter: deixar o local o mais organizado, limpo e bem apresentável possível. Tendemos a esquecer disso e, no afã do início, onde tudo é bonito, nos responsabilizarmos com essa pequena coisa e, depois, quando a empolgação passa, simplesmente deixamos de lado. A magia está nos pequenos fazeres e esse é um deles. Um altar mal tradado só pode atrair más forças. E esse altar é você mesmo.

As responsabilidades adquiridas, mesmo com a contribuição mensal, com a compra de materiais, com a aquisição de flores, ervas ou qualquer outra coisa, faz parte do ritual. E como poderemos ser bons médiuns se nem isso conseguirmos cumprir?

Vale lembrar que a magia é uma reunião de pequenos atos. Atos esses que devem estar em nosso inconsciente como marcas de nascença e isso só acontece com a prática, com a observação das pequenas coisas. E a magia só acontece quando o material está em ordem. Se não conseguimos nem nos responsabilizar com o material, quem dirá com o mágico, com o espiritual?

Artefolk






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07/07/2017

Xamanismo

Xamanismo


Nos primórdios da humanidade, não havia fronteiras entre ciência, arte e religião. Tudo se fundia em uma única busca: conhecer as forças da natureza e saber usá-las em benefício do homem. Esse era o domínio do xamã, figura tribal que exercia múltiplas funções – de sacerdote e curandeiro, pesquisador do poder de cura das plantas, a músico e poeta, narrador e guardião dos mitos e histórias do seu povo. O termo original saman vem justamente do verbo “conhecer” na língua siberiana manchu-tungus, significando “aquele que conhece” ou, simplesmente, “feiticeiro”. Em português (ou melhor, tupi), o exato equivalente seria “pajé”. A definição clássica de xamanismo – “técnicas arcaicas de êxtase” – pertence ao filósofo romeno Mircea Eliade (1907-1986), especialista em História das Religiões e um dos vários estudiosos que ficaram impressionados com o modo como as práticas xamânicas se reproduziam identicamente entre nativos de regiões tão distantes quanto Sibéria, Austrália e Amazônia.

A principal delas, como destaca Eliade, é entrar em transe – por meio de ritmos repetitivos tocados em tambores ou de substâncias psicoativas encontradas em fungos ou vegetais. Nesse estado alterado de consciência, o xamã seria capaz de realizar o chamado “vôo mágico”: desprender-se do próprio corpo para viajar a outros planos do universo, para o além. “Nesses mundos – alguns celestiais, outros subterrâneos –, ele vai resgatar almas perdidas. Isso porque, na crença desses povos, quando alguém está doente é porque sua alma está perdida”, diz o antropólogo Robin Wright, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Outro traço comum às diversas tradições xamânicas é trabalhar com “espíritos aliados” – tanto de seus ancestrais, quanto de bichos selvagens e ervas medicinais. São os chamados animais e plantas de poder, que o ajudam a viajar por outras dimensões e a curar males físicos e psicológicos, além de conduzir rituais que propiciem a caça e a fertilidade da natureza.


O mistério das cavernas

Pinturas pré-históricas sinalizam o nascimento simultâneo da arte e do xamanismo

Muitos historiadores, arqueólogos e antropólogos acreditam que a origem do xamanismo está na Europa do final da Idade da Pedra, entre 30 000 e 20 000 anos atrás. A evidência principal estaria nas magníficas pinturas rupestres encontradas em cavernas da Espanha e da França. A maioria delas representa animais como cavalos, bisões e cervos, provavelmente com a intenção simbólica e ritualística de propiciar a caça, fazendo um pacto com os espíritos desses bichos. Mas a imagem mais enigmática de todas é a figura acima, pintada na parede da caverna de Trois Frères, no sul da França: uma criatura semi-humana, batizada de Feiticeiro Dançarino, com orelhas de lobo, chifres de veado, rabo de cavalo e patas de urso. Há duas interpretações para ela. Para alguns estudiosos, trata-se do registro mais antigo da união de um xamã com seus animais de poder.

Outros acreditam que seja uma entidade sobrenatural: o Grande Espírito da caça e da fertilidade animal. As primeiras esculturas e instrumentos musicais (tambores e flautas feitas de ossos), são da mesma época, reforçando a tese de que os xamãs foram os criadores não só das artes visuais, como da música e da poesia lírica.



Há crenças xamânicas em todas as culturas, da Sibéria à floresta Amazônica. Elas usam a natureza para abrir o caminho espiritual que leva a Deus


“Tome, caballero”, disse a velha índia ao jornalista americano Terence McKenna. Era 1981 e a cena se passava numa cidadezinha remota, em plena selva peruana. McKenna segurou o pequeno copo de barro, ignorou a aparência repugnante da bebida dentro dele e sorveu o líquido devagar. Em pouco tempo, seus lábios estavam adormecidos. Sentiu sono e cerrou os olhos. Depois de alguns minutos, uma luz se acendeu dentro do cérebro – e ele enxergou um caudaloso rio feito de fachos de luz. “Não sei o que vi, mas parecia Deus”, confessou o jornalista, que mais tarde escreveria o livro Food of the Gods – A Radical History of Drugs, Plants and Human Evolution (“Alimento dos Deuses – Uma História Radical de Drogas, Plantas e Evolução Humana”, inédito no Brasil).

A experiência mística descrita acima é típica de um ritual xamânico. Parece coisa de índio da Amazônia, não? E é mesmo, mas não só de índio. Segundo a Encyclopedia of Religion and Nature (“Enciclopédia de Religião e Natureza”, sem tradução para o português), o xamanismo está presente em todas as culturas. “Existem xamãs na África, na Sibéria, no Extremo Oriente, nas Américas… Em todo lugar”, diz o antropólogo americano Michael Harner, criador da Fundação para Estudos Xamânicos, na Califórnia, EUA.


Alucinógeno não: enteógeno

A neurologia e a psiquiatria, entre outros ramos da ciência moderna, são cautelosas – para dizer o mínimo – ao analisar a natureza dos efeitos provocados por substâncias como a ayahuasca (bebida preparada com plantas amazônicas) ou a mescalina (feita a partir de um cacto mexicano). Mas isso não tira o fascínio da coisa. Nas palavras do romeno Mircea Eliade, autor de Tratado de História das Religiões (Editora Martins Fontes), o xamanismo é a técnica arcaica da busca do êxtase. “Ao contemplar a natureza, o homem primordial perguntava-se se não havia um espírito sagrado por trás dela”, diz o inglês Phil Hine, especialista em práticas xamânicas e ocultismo. “Ele intuía a existência de um elo sagrado entre o exterior natural e o interior humano – uma face visível do espírito.”

Para criar uma ponte entre Deus e o ser humano, os xamãs se valem de diversos meios: jejuns, meditação, retiros espirituais , entre muitos outros. O mais poderoso, no entanto, sempre foi a ingestão de substâncias vegetais. Alucinógenas? A maioria dos usuários não gosta desse adjetivo. O termo correto seria “enteógeno”, já que a ingestão acontece em rituais religiosos e se presta a estabelecer uma conexão com o sagrado. O movimento ganhou nome – vegetalismo – e está representado no Brasil por várias organizações, entre as quais se destacam Santo Daime, União do Vegetal e Natureza Divina.

Revista Superinteressante




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03/07/2017

Azeite de Dendê


Azeite de Dendê


Muitos filhos perguntam - o que é o Azeite de Dendê? - Para que serve? segue um texto muito simples e objetivo que responde a estas perguntas.

Produzido a partir do fruto da palmeira conhecida como dendezeiro é originário da Costa Ocidental da África, mais precisamente do Golfo da Guiné, sendo encontrado desde Senegal até Angola. O dendezeiro é conhecido também como palmeira de óleo africana, aavora, palma de guiné, palmeira dendém, coqueiro de dendê e dendem (em Angola). Chega a 15 m de altura, seus frutos são de cor alaranjada e a semente ocupa totalmente o fruto.

As primeiras sementes de dendezeiro foram trazidas para o Brasil há mais de 3 séculos pelos escravos africanos e se adaptaram bem ao clima tropical. Câmara Cascudo afirma que “como era costume na África, rara seria a iguaria negra sem a participação do azeite de dendê”, assim, juntamente com outras iguarias importantes como as bananas, os quiabos, os inhames, o coco e as especiarias como a erva doce, o gergelim e algumas pimentas, veio o dendê, tornando-se indispensável na culinária afro-brasileira.

O óleo de dendê é fonte natural de vitamina E e é riquíssimo em vitamina A. Tem 21 vezes mais vitamina A que a laranja, 400 vezes mais que o tomate e 14 vezes mais que a cenoura, por isso é tão vermelho. Quando o azeite é aquecido a vitamina A é destruída e o óleo fica branco. O rendimento do dendê é muito grande, produz 10 vezes mais óleo que a soja, 4 vezes mais que o amendoim e 2 vezes mais que o coco. Faz muito bem à saúde, afirmam os especialistas. Da amêndoa de seu fruto se extrai um óleo usado em cosmética, na fabricação de chocolate substituindo a manteiga de cacau e ainda é utilizado na indústria de maioneses e margarinas.

No Candomblé a palmeira de dendê é uma árvore Sagrada, seu óleo é muito utilizado nas Comidas de Orixás e o coquinho é usado em um dos Oráculos de Ifá.

Na Umbanda representa a SABEDORIA ANCESTRAL trazida pelos negros da África. Representa FORÇA, ENERGIA , VIDA , SABOR e FEITIÇO. O azeite dendê tem a característica de “erva quente”, ou seja, tem energia agressiva , ativa e quando aquecido torna-se mais agitado, portanto precisa ser usado com critério.

Utilizamos o óleo de dendê nas oferendas, principalmente para a Esquerda, com a função de desagregar qualquer tipo de carga ou energia negativa. Com os coquinhos de dendê pode-se fazer guias que, após serem imantadas e consagradas pelos baianos, boiadeiros e até pelos caboclos, se tornarão fantásticos instrumentos de trabalho e de proteção, pois são símbolos da Sabedoria trazida dos negros africanos.

Mônica Caraccio





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28/06/2017

Livro: Os Dragões


Livro: OS DRAGÕES
Autores: Maria Modesto Cravo / Wanderley Oliveira


Livro: Os Dragões
Entrevista realizada com o médium Wanderley Oliveira, sobre o livro Os dragões – O diamante no lodo não deixa de ser diamante, pelo espírito Maria Modesto.

Qual é o tema central da obra? O livro, publicado pela Editora Dufaux, é um romance cujo tema central é a história de Matias, uma alma atormentada que serviu durante séculos à comunidade dos dragões.

A autora espiritual tece um enredo leve e comovente no qual Matias, após o arrependimento, reencarna como médium sob orientação do espiritismo.

A cronologia do romance revela fatos ocorridos no movimento espírita brasileiro entre os anos de 1936 a 1964, período em que ocorreu o clímax de uma ação organizada pelos benfeitores no mundo espiritual para reencarnar milhões de corações que foram libertados de um dos mais tristes locais de maldade na erraticidade: o Vale do Poder.

O tema central do livro nos levará a perceber que, a maioria dos seguidores da mensagem do Evangelho, nos mais diversos segmentos cristãos, guardam algum tipo de laço com os dragões.

Quem são os dragões?

É a mais antiga comunidade da maldade que se organizou socialmente nas regiões chamadas subcrostais ou submundo astral. Segundo o romance, ela existe há 10 mil anos.

Essa comunidade, administrada por inteligências do mal, criou a Cidade do Poder e sua hierarquia é composta pelos “dragões” legionários, justiceiros e conselheiros. São espíritos que fazem o mal intencionalmente.

Os dragões podem reencarnar?

Muitos desses espíritos não conseguirão mais reencarnar na Terra devido à sua condição mental desequilibrada. Não haveria como manter uma gestação em tal nível de vibração. Serão deportados para outros mundos onde reiniciarão o seu progresso.

Contudo, muitos deles, quando tomados pelo arrependimento, reencarnam aqui no planeta e se melhoram.

No livro é abordado um modelo de psicologia usado pelas trevas. Que modelo é este?

Os dragões já utilizam um modelo de psicologia há mais de 300 anos para dominar e explorar.

Esse modelo pode ser compreendido da seguinte forma: imagine três círculos, um dentro do outro. No primeiro círculo de dentro escreva baixa autoestima. No círculo a seguir está a idealização. E no último círculo estão o melindre, o perfeccionismo e a intolerância.

Os dragões sabem que a doença psicológica básica em um planeta como a Terra é a escassez de estima pessoal, como um resultado de milênios no egoísmo. Quem tem baixa autoestima, idealiza a vida, as relações, as metas. Vive uma vida muito imaginária e distante do que é real. E quem idealiza em excesso torna-se muito melindroso, perfeccionista e intolerante.

Claro que, colocando de forma tão sintética, talvez surjam muitas dúvidas, mas o livro tece muitas abordagens sobre o assunto.

Costumo dizer que Os Dragões é um romance de autoconhecimento, porque, na verdade, a autora espiritual faz estudos muito profundos e fáceis de entender sobre o psiquismo humano.

Então, a baixa autoestima é o núcleo deste modelo?

Sim. Sob o enfoque espiritual, essa doença não é apenas o resultado de traumas e limitações sofridas na infância. Além disso, Maria Modesto Cravo explica, no livro, que esse estado psicológico caracteriza a maioria esmagadora dos habitantes terrenos, em maior ou menor escala, conforme os compromissos assumidos por cada criatura em sua consciência.

Qual o ponto de maior fragilidade nos centros espíritas que é explorado pelos dragões?

A convivência.

Os dragões sabem muito bem que não lidamos bem com nosso mundo interior e, consequentemente, projetamos isso nos relacionamentos.

As condutas mais exploradas para gerar conflitos na convivência são: maledicência, culpa, mágoa, rigidez, preconceito, irritação, julgamento, entre outras.

Quais os laços entre a comunidade espírita e os dragões?

A obra nos informa que muitos dragões reencarnaram nas religiões cristãs, e deixa claro que inúmeros regressaram ao solo brasileiro, inclusive, no seio do movimento espírita. Reencarnaram arrependidos e ansiosos pelo recomeço. Retornaram e foram iluminados pelo conhecimento espírita para sua remição consciencial.

Depois deste retorno de multidões ao movimento espírita brasileiro, a comunidade dos dragões passou a uma perseguição implacável aos espíritas, no intuito de inviabilizar as noções sobre como o mal organizado pretende dominar as sociedades e impedir o esclarecimento espiritual dos povos.

Fique à vontade para nos dar uma mensagem final sobre o livro Os Dragões.

Gostaria de reproduzir uma pergunta que fiz à autora espiritual, Maria Modesto Cravo, e a sua resposta repleta de sabedoria:

“Vemos muitas pessoas que não conseguem ler livros cujo conteúdo versa sobre as trevas. Nesse sentido, a senhora teria algo a dizer sobre Os Dragões, o trabalho que terminamos há pouco tempo?”

“Nossa reflexão nesta obra é apenas uma pequena fresta para que o homem, iluminado com o conhecimento espírita, perceba a natureza de nossos desafios e compromissos com as esferas subcrostais.

Falamos menos das trevas de fora que daquelas que trazemos por dentro.

Para quem deseja implantar a luz e o bem, é, no mínimo, uma obrigação conhecer nossos laços com as comunidades dos dragões”.

(Revista Cristã de Espiritismo)



Desobsessão no Centro de Umbanda


Disponibilizamos um trecho do livro Os Dragões, que mostra um trabalho de desobsessão realizado pelos espíritos que se apresentam na falange do Sr. Exu Marabô:


Sem se opor à minha presença, partimos em direção às furnas do mal. Clarisse, eu, Cornelius e mais um grupo de defesa do Hospital Esperança.

Chegando ao local, presenciei algo inusitado. O ciclope da mitologia grega não era pura imaginação. Indaguei de chofre:

— Quem são os ciclopes, Clarisse?

— Espíritos rudes a serviço do mal. Estamos na região subcrostal chamada Pântano das Escórias, subúrbio enfermiço do Vale do Poder. Aqui são feitos prisioneiros os servidores da maldade organizada que não obtiveram êxito em seus planos nefandos. Castigos e sevícias de todo o porte são levados a efeito nestas plagas.

— Por que viemos aqui?

— Venha! Vamos encontrar nossa equipe.

Logo adiante estava Eurípedes com uma equipe de vinte a trinta defensores. Tinha o braço ferido. Quem imagina os espíritos isentos dessa contingência, não concebe com exatidão os mecanismos fisiológicos e anatômicos do corpo espiritual, sujeito, nas proximidades vibratórias da Terra, às mesmas injunções de saúde e doença, dor e prazer. Um corte de dez centímetros na altura do ombro do benfeitor era cuidado com carinho por uma diligente enfermeira da equipe. A diferença ficava por conta do domínio mental. Enquanto era tratado, conversava atentamente com os presentes sem demonstrar uma nesga de sofrimento. Os ciclopes o feriram com seus chicotes impiedosos. Tive ensejo, ali mesmo, de manifestar meu carinho ao amigo querido. Embora minha surpresa, o tempo e a experiência foram me mostrando que tudo era possível ocorrer em tais tarefas socorristas. Incêndios, tiroteios, ciladas, guerras armadas e outras tantas manifestações de violência já conhecidas da humanidade. Não cheguei a ver os ciclopes naquela ocasião, mas só a onda de crueldade deixada no ambiente já me apavorava. Clarisse não regateava esclarecimentos a mim.

— Estamos no inferno de Dante, dona Modesta.

— Parece-me ser até pior do que ele descreveu.

— Sem dúvida.

— O que faremos agora?

— A tarefa por aqui já está cumprida. As entidades que necessitavam de socorro já foram levadas para onde prosseguirá o trabalho.

— Eram almas arrependidas?

— Não. Eram escravos da perversidade. Servidores inconscientes das sombras. Foram necessárias mais de quatro horas de intensas iniciativas para alcançar resultados no amparo. Ainda assim, veja o estado de nossos companheiros. Eurípedes ferido, os defensores exaustos e tudo isso apenas para que seis entidades pudessem ter acesso à manifestação mediúnica.

— Vão se comunicar a essa hora da noite? Que centro abriria suas portas? – expressei sabendo que já passava da meia-noite no relógio terreno.

— Os verdadeiros servidores cristãos só se utilizam do relógio com intuito disciplinar. Não condicionam o ato de servir aos ponteiros limitantes do tempo. Visitaremos o Centro Umbandista Pai Guiné, nos arredores de Uberaba.

— O pai-de-santo Ovídio?

— Ele mesmo.

Tive de confessar, em um primeiro momento, meu preconceito. Guardava respeito pelas demais religiões, entretanto, nunca havia refletido sobre quem seriam e onde estariam as cartas vivas do Cristo. Por uma tendência natural asilei o despeito. Ainda bem que foi algo muito passageiro em meu coração, porque as experiências fora e dentro da vida corporal, cada dia mais, apresentavam-me uma realidade distante das ilusões que adulamos sob o fascínio impiedoso do orgulho na sociedade terrena dos mortais.

Após as despedidas, a equipe de Eurípedes regressou ao hospital. O pedido de socorro foi uma medida preventiva. Apesar dos feridos e exaustos, todos guardavam o clima da paz.

Por nossa vez, partimos para o Centro Pai Guiné. Era um ambiente agradável em ambos os planos. Ao som dos atabaques, eram cantados os pontos em ritmo vibratório de alta intensidade. Cada canto era como uma verdadeira queima de fogos de artifício. Uma bomba energética explodia no ar em multicores.

Em uma das várias dependências astrais da casa havia uma enfermaria com oitenta leitos bem alinhados. Tudo nesse salão era limpeza e calmaria. Lá não se ouviam mais os cantos, e a conexão com o plano físico limitava-se ao trânsito de enfermeiros pelos vários portais interdimensionais. Regressamos ao ponto de intersecção vibratória com o plano físico.

Seis macas estavam dispostas no canzuá (terreiro). Em cada qual havia uma entidade de aspecto horripilante. Olhos que quase saíam das órbitas oculares, pele murcha, enrugada e suja, garras enormes no lugar das unhas, com dez centímetros, nas mãos e nos pés, todas retorcidas como as de águia. Magérrimos e nus. Causavam náuseas pelo odor. Olhavam para nós deixando claro que nos viam e, literalmente, grunhiam como porcos com a boca semi-aberta. Alguns deles estavam muitos inquietos nas macas. Retorciam-se como se estivessem com dor, sem manifestar nenhum som. Vários hematomas estavam expostos em todos eles, devido aos castigos impostos nos paredões de penitência.

— As garras são colocadas para impedir a fuga. Não andam nem têm grande habilidade manual – informou Clarisse, com manifesto sentimento de piedade.

— Como serão socorridos?

— Pela incorporação profunda ou vampirismo assistido.

— Nos médiuns umbandistas?

Mal terminei a pergunta e vi uma cena nada convencional. Um dos enfermeiros da casa pegou uma das entidades no colo e jogou-a no corpo do médium.

Demonstrando câimbras na panturrilha, o médium, incontinenti, absorveu mental e fisicamente o comunicante que se ajeitou no corpo do medianeiro como se deitasse em um colchão, buscando a melhor posição. Os atabaques aceleraram o ritmo, criando um frenesi de energia no ambiente. Formavam-se pequenos redemoinhos de cor violeta e prata, que se desfaziam e refaziam em vários cantos do terreiro. Modulavam conforme a nota musical dos hinos cantados.

O médium estrebuchou no chão. Convulsões e grunhidos seguidos de gritos de dor. Ovídio, o pai-de-santo aproximou-se e disse:

— Oxalá proteja seus caminhos, filho de Zambi (Deus).

— Eu sou filho do capeta. Quem és tu para falar comigo? – redargüiu a entidade, que agora falava com facilidade por intermédio do médium.

— Sou um tarefeiro da luz.

— Eu sou uma escória da sombra.

— Engano, criatura!

— Não vê minhas garras? Sabe o que isso?

— Conheço essa técnica. São ferrolhos do mal.

— Vejo que estais acostumados ao mal.

— Vim desses vales da sombra e da morte – falava Ovídio com firmeza na voz.

— Mas andas e és livre. Estais no corpo, enquanto eu... Eu sou um verme roedor... Ou quem sabe uma águia que não voa... Nem sequer consigo andar graças a essa maldição que colocaram em meus pés... Nem comer mais... Veja minhas mãos... Eu tenho fome e sede.

— Em que te posso ser útil irmão? – indagou Ovídio debaixo de uma forte vibração.

— Quero bebida e comida. Quero que cortem minhas garras.

— Laroyê! Laroyê – gritou Ovídio já incorporado por um de seus guias que entoava o canto: "Eu sou Marabô, rei da mandinga. Eu sou Marabô, Exu de nosso Senhô. Laroyê!"

Uma energia colossal movimentou-se com a chegada do Exu Marabô. Os filhos-de-santo o saudavam com palmas rítmicas e pontos próprios da entidade. Muitos deles iam até Marabô, baixavam a cabeça em sinal de reverência à sua frente e batiam três palmas rítmicas na altura do abdômen do médium.

— Que tu qué homem esfarrapado. Bebida pra mode se arrebentá mais?

— Não, senhor Marabô. Não é isso não.

— Não mente pra Marabô. Marabô sabe ler os ói (olhos). Nos ói tá a visão, mas tá também a verdade e a mentira.

— Eu não minto, senhor. Quero liberdade.

— Pra fazer o que dá na cabeça? Home tu preso é um perigo, livre é um desastre.

— O que o senhor vai fazer por mim? Não pedi a ninguém pra sair daquela joça de lugar fedorento. Por que me trouxe aqui?

— Não fui eu quem trouxe home. O véio Bezerra da luz é teu protetor. Sirvo a ele na graça de Oxalá, Pai de poder e misericórdia.

— Que queres comigo?

— Está feliz na matéria do cavalo (médium)?

— Sei que não é minha. Quero uma só pra mim.

— Está gostando do contato?

— Só fartô bebida e comida.

— Olha suas garras.

— Não pode ser! O que aconteceu?

– O cavalo (médium) ta dissolvendo suas algemas.

– Pra sempre?

– Pra sempre!

– Quanto vai me custar?

– Nada. É serviço de Pai Oxalá. É de graça. Pedido do veio Bezerra de Menezes. Se voltar pro inferno, elas crescem de novo. Se subir com Bezerra da luz, vai ser cuidado no hospital da sabedoria, onde reina os filhos de Gandhi.

– Filhos de Gandhi? Por que se interessaria por escórias como nós. Veja lá nas macas os amigos estropiados – e apontou para a sala ao lado.

– Nada retira do ser humano a condição de Filho do Altíssimo...


Laroyê Exu.
Exu é Mojubá.





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