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28/06/2017

Livro: Os Dragões


Livro: OS DRAGÕES
Autores: Maria Modesto Cravo / Wanderley Oliveira


Livro: Os Dragões
Entrevista realizada com o médium Wanderley Oliveira, sobre o livro Os dragões – O diamante no lodo não deixa de ser diamante, pelo espírito Maria Modesto.

Qual é o tema central da obra? O livro, publicado pela Editora Dufaux, é um romance cujo tema central é a história de Matias, uma alma atormentada que serviu durante séculos à comunidade dos dragões.

A autora espiritual tece um enredo leve e comovente no qual Matias, após o arrependimento, reencarna como médium sob orientação do espiritismo.

A cronologia do romance revela fatos ocorridos no movimento espírita brasileiro entre os anos de 1936 a 1964, período em que ocorreu o clímax de uma ação organizada pelos benfeitores no mundo espiritual para reencarnar milhões de corações que foram libertados de um dos mais tristes locais de maldade na erraticidade: o Vale do Poder.

O tema central do livro nos levará a perceber que, a maioria dos seguidores da mensagem do Evangelho, nos mais diversos segmentos cristãos, guardam algum tipo de laço com os dragões.

Quem são os dragões?

É a mais antiga comunidade da maldade que se organizou socialmente nas regiões chamadas subcrostais ou submundo astral. Segundo o romance, ela existe há 10 mil anos.

Essa comunidade, administrada por inteligências do mal, criou a Cidade do Poder e sua hierarquia é composta pelos “dragões” legionários, justiceiros e conselheiros. São espíritos que fazem o mal intencionalmente.

Os dragões podem reencarnar?

Muitos desses espíritos não conseguirão mais reencarnar na Terra devido à sua condição mental desequilibrada. Não haveria como manter uma gestação em tal nível de vibração. Serão deportados para outros mundos onde reiniciarão o seu progresso.

Contudo, muitos deles, quando tomados pelo arrependimento, reencarnam aqui no planeta e se melhoram.

No livro é abordado um modelo de psicologia usado pelas trevas. Que modelo é este?

Os dragões já utilizam um modelo de psicologia há mais de 300 anos para dominar e explorar.

Esse modelo pode ser compreendido da seguinte forma: imagine três círculos, um dentro do outro. No primeiro círculo de dentro escreva baixa autoestima. No círculo a seguir está a idealização. E no último círculo estão o melindre, o perfeccionismo e a intolerância.

Os dragões sabem que a doença psicológica básica em um planeta como a Terra é a escassez de estima pessoal, como um resultado de milênios no egoísmo. Quem tem baixa autoestima, idealiza a vida, as relações, as metas. Vive uma vida muito imaginária e distante do que é real. E quem idealiza em excesso torna-se muito melindroso, perfeccionista e intolerante.

Claro que, colocando de forma tão sintética, talvez surjam muitas dúvidas, mas o livro tece muitas abordagens sobre o assunto.

Costumo dizer que Os Dragões é um romance de autoconhecimento, porque, na verdade, a autora espiritual faz estudos muito profundos e fáceis de entender sobre o psiquismo humano.

Então, a baixa autoestima é o núcleo deste modelo?

Sim. Sob o enfoque espiritual, essa doença não é apenas o resultado de traumas e limitações sofridas na infância. Além disso, Maria Modesto Cravo explica, no livro, que esse estado psicológico caracteriza a maioria esmagadora dos habitantes terrenos, em maior ou menor escala, conforme os compromissos assumidos por cada criatura em sua consciência.

Qual o ponto de maior fragilidade nos centros espíritas que é explorado pelos dragões?

A convivência.

Os dragões sabem muito bem que não lidamos bem com nosso mundo interior e, consequentemente, projetamos isso nos relacionamentos.

As condutas mais exploradas para gerar conflitos na convivência são: maledicência, culpa, mágoa, rigidez, preconceito, irritação, julgamento, entre outras.

Quais os laços entre a comunidade espírita e os dragões?

A obra nos informa que muitos dragões reencarnaram nas religiões cristãs, e deixa claro que inúmeros regressaram ao solo brasileiro, inclusive, no seio do movimento espírita. Reencarnaram arrependidos e ansiosos pelo recomeço. Retornaram e foram iluminados pelo conhecimento espírita para sua remição consciencial.

Depois deste retorno de multidões ao movimento espírita brasileiro, a comunidade dos dragões passou a uma perseguição implacável aos espíritas, no intuito de inviabilizar as noções sobre como o mal organizado pretende dominar as sociedades e impedir o esclarecimento espiritual dos povos.

Fique à vontade para nos dar uma mensagem final sobre o livro Os Dragões.

Gostaria de reproduzir uma pergunta que fiz à autora espiritual, Maria Modesto Cravo, e a sua resposta repleta de sabedoria:

“Vemos muitas pessoas que não conseguem ler livros cujo conteúdo versa sobre as trevas. Nesse sentido, a senhora teria algo a dizer sobre Os Dragões, o trabalho que terminamos há pouco tempo?”

“Nossa reflexão nesta obra é apenas uma pequena fresta para que o homem, iluminado com o conhecimento espírita, perceba a natureza de nossos desafios e compromissos com as esferas subcrostais.

Falamos menos das trevas de fora que daquelas que trazemos por dentro.

Para quem deseja implantar a luz e o bem, é, no mínimo, uma obrigação conhecer nossos laços com as comunidades dos dragões”.

(Revista Cristã de Espiritismo)



Desobsessão no Centro de Umbanda


Disponibilizamos um trecho do livro Os Dragões, que mostra um trabalho de desobsessão realizado pelos espíritos que se apresentam na falange do Sr. Exu Marabô:


Sem se opor à minha presença, partimos em direção às furnas do mal. Clarisse, eu, Cornelius e mais um grupo de defesa do Hospital Esperança.

Chegando ao local, presenciei algo inusitado. O ciclope da mitologia grega não era pura imaginação. Indaguei de chofre:

— Quem são os ciclopes, Clarisse?

— Espíritos rudes a serviço do mal. Estamos na região subcrostal chamada Pântano das Escórias, subúrbio enfermiço do Vale do Poder. Aqui são feitos prisioneiros os servidores da maldade organizada que não obtiveram êxito em seus planos nefandos. Castigos e sevícias de todo o porte são levados a efeito nestas plagas.

— Por que viemos aqui?

— Venha! Vamos encontrar nossa equipe.

Logo adiante estava Eurípedes com uma equipe de vinte a trinta defensores. Tinha o braço ferido. Quem imagina os espíritos isentos dessa contingência, não concebe com exatidão os mecanismos fisiológicos e anatômicos do corpo espiritual, sujeito, nas proximidades vibratórias da Terra, às mesmas injunções de saúde e doença, dor e prazer. Um corte de dez centímetros na altura do ombro do benfeitor era cuidado com carinho por uma diligente enfermeira da equipe. A diferença ficava por conta do domínio mental. Enquanto era tratado, conversava atentamente com os presentes sem demonstrar uma nesga de sofrimento. Os ciclopes o feriram com seus chicotes impiedosos. Tive ensejo, ali mesmo, de manifestar meu carinho ao amigo querido. Embora minha surpresa, o tempo e a experiência foram me mostrando que tudo era possível ocorrer em tais tarefas socorristas. Incêndios, tiroteios, ciladas, guerras armadas e outras tantas manifestações de violência já conhecidas da humanidade. Não cheguei a ver os ciclopes naquela ocasião, mas só a onda de crueldade deixada no ambiente já me apavorava. Clarisse não regateava esclarecimentos a mim.

— Estamos no inferno de Dante, dona Modesta.

— Parece-me ser até pior do que ele descreveu.

— Sem dúvida.

— O que faremos agora?

— A tarefa por aqui já está cumprida. As entidades que necessitavam de socorro já foram levadas para onde prosseguirá o trabalho.

— Eram almas arrependidas?

— Não. Eram escravos da perversidade. Servidores inconscientes das sombras. Foram necessárias mais de quatro horas de intensas iniciativas para alcançar resultados no amparo. Ainda assim, veja o estado de nossos companheiros. Eurípedes ferido, os defensores exaustos e tudo isso apenas para que seis entidades pudessem ter acesso à manifestação mediúnica.

— Vão se comunicar a essa hora da noite? Que centro abriria suas portas? – expressei sabendo que já passava da meia-noite no relógio terreno.

— Os verdadeiros servidores cristãos só se utilizam do relógio com intuito disciplinar. Não condicionam o ato de servir aos ponteiros limitantes do tempo. Visitaremos o Centro Umbandista Pai Guiné, nos arredores de Uberaba.

— O pai-de-santo Ovídio?

— Ele mesmo.

Tive de confessar, em um primeiro momento, meu preconceito. Guardava respeito pelas demais religiões, entretanto, nunca havia refletido sobre quem seriam e onde estariam as cartas vivas do Cristo. Por uma tendência natural asilei o despeito. Ainda bem que foi algo muito passageiro em meu coração, porque as experiências fora e dentro da vida corporal, cada dia mais, apresentavam-me uma realidade distante das ilusões que adulamos sob o fascínio impiedoso do orgulho na sociedade terrena dos mortais.

Após as despedidas, a equipe de Eurípedes regressou ao hospital. O pedido de socorro foi uma medida preventiva. Apesar dos feridos e exaustos, todos guardavam o clima da paz.

Por nossa vez, partimos para o Centro Pai Guiné. Era um ambiente agradável em ambos os planos. Ao som dos atabaques, eram cantados os pontos em ritmo vibratório de alta intensidade. Cada canto era como uma verdadeira queima de fogos de artifício. Uma bomba energética explodia no ar em multicores.

Em uma das várias dependências astrais da casa havia uma enfermaria com oitenta leitos bem alinhados. Tudo nesse salão era limpeza e calmaria. Lá não se ouviam mais os cantos, e a conexão com o plano físico limitava-se ao trânsito de enfermeiros pelos vários portais interdimensionais. Regressamos ao ponto de intersecção vibratória com o plano físico.

Seis macas estavam dispostas no canzuá (terreiro). Em cada qual havia uma entidade de aspecto horripilante. Olhos que quase saíam das órbitas oculares, pele murcha, enrugada e suja, garras enormes no lugar das unhas, com dez centímetros, nas mãos e nos pés, todas retorcidas como as de águia. Magérrimos e nus. Causavam náuseas pelo odor. Olhavam para nós deixando claro que nos viam e, literalmente, grunhiam como porcos com a boca semi-aberta. Alguns deles estavam muitos inquietos nas macas. Retorciam-se como se estivessem com dor, sem manifestar nenhum som. Vários hematomas estavam expostos em todos eles, devido aos castigos impostos nos paredões de penitência.

— As garras são colocadas para impedir a fuga. Não andam nem têm grande habilidade manual – informou Clarisse, com manifesto sentimento de piedade.

— Como serão socorridos?

— Pela incorporação profunda ou vampirismo assistido.

— Nos médiuns umbandistas?

Mal terminei a pergunta e vi uma cena nada convencional. Um dos enfermeiros da casa pegou uma das entidades no colo e jogou-a no corpo do médium.

Demonstrando câimbras na panturrilha, o médium, incontinenti, absorveu mental e fisicamente o comunicante que se ajeitou no corpo do medianeiro como se deitasse em um colchão, buscando a melhor posição. Os atabaques aceleraram o ritmo, criando um frenesi de energia no ambiente. Formavam-se pequenos redemoinhos de cor violeta e prata, que se desfaziam e refaziam em vários cantos do terreiro. Modulavam conforme a nota musical dos hinos cantados.

O médium estrebuchou no chão. Convulsões e grunhidos seguidos de gritos de dor. Ovídio, o pai-de-santo aproximou-se e disse:

— Oxalá proteja seus caminhos, filho de Zambi (Deus).

— Eu sou filho do capeta. Quem és tu para falar comigo? – redargüiu a entidade, que agora falava com facilidade por intermédio do médium.

— Sou um tarefeiro da luz.

— Eu sou uma escória da sombra.

— Engano, criatura!

— Não vê minhas garras? Sabe o que isso?

— Conheço essa técnica. São ferrolhos do mal.

— Vejo que estais acostumados ao mal.

— Vim desses vales da sombra e da morte – falava Ovídio com firmeza na voz.

— Mas andas e és livre. Estais no corpo, enquanto eu... Eu sou um verme roedor... Ou quem sabe uma águia que não voa... Nem sequer consigo andar graças a essa maldição que colocaram em meus pés... Nem comer mais... Veja minhas mãos... Eu tenho fome e sede.

— Em que te posso ser útil irmão? – indagou Ovídio debaixo de uma forte vibração.

— Quero bebida e comida. Quero que cortem minhas garras.

— Laroyê! Laroyê – gritou Ovídio já incorporado por um de seus guias que entoava o canto: "Eu sou Marabô, rei da mandinga. Eu sou Marabô, Exu de nosso Senhô. Laroyê!"

Uma energia colossal movimentou-se com a chegada do Exu Marabô. Os filhos-de-santo o saudavam com palmas rítmicas e pontos próprios da entidade. Muitos deles iam até Marabô, baixavam a cabeça em sinal de reverência à sua frente e batiam três palmas rítmicas na altura do abdômen do médium.

— Que tu qué homem esfarrapado. Bebida pra mode se arrebentá mais?

— Não, senhor Marabô. Não é isso não.

— Não mente pra Marabô. Marabô sabe ler os ói (olhos). Nos ói tá a visão, mas tá também a verdade e a mentira.

— Eu não minto, senhor. Quero liberdade.

— Pra fazer o que dá na cabeça? Home tu preso é um perigo, livre é um desastre.

— O que o senhor vai fazer por mim? Não pedi a ninguém pra sair daquela joça de lugar fedorento. Por que me trouxe aqui?

— Não fui eu quem trouxe home. O véio Bezerra da luz é teu protetor. Sirvo a ele na graça de Oxalá, Pai de poder e misericórdia.

— Que queres comigo?

— Está feliz na matéria do cavalo (médium)?

— Sei que não é minha. Quero uma só pra mim.

— Está gostando do contato?

— Só fartô bebida e comida.

— Olha suas garras.

— Não pode ser! O que aconteceu?

– O cavalo (médium) ta dissolvendo suas algemas.

– Pra sempre?

– Pra sempre!

– Quanto vai me custar?

– Nada. É serviço de Pai Oxalá. É de graça. Pedido do veio Bezerra de Menezes. Se voltar pro inferno, elas crescem de novo. Se subir com Bezerra da luz, vai ser cuidado no hospital da sabedoria, onde reina os filhos de Gandhi.

– Filhos de Gandhi? Por que se interessaria por escórias como nós. Veja lá nas macas os amigos estropiados – e apontou para a sala ao lado.

– Nada retira do ser humano a condição de Filho do Altíssimo...


Laroyê Exu.
Exu é Mojubá.





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27/06/2017

Magia e Umbanda


Magia e umbanda

Magia e Umbanda: Das brumas do imaginário à realidade de nossos terreiros

“O tempo da fé cega passou, pois, e chegamos à época da fé inteligente e da obediência razoável; o tempo em que não acreditaremos somente em Deus, mas em que havemos de vê-lo nas suas obras, que são as formas exteriores do seu ente.”
Éliphas Lévi


É muito provável que a Magia seja uma das manifestações mais antigas e elementares do gênero humano. Segundo Sir James Frazer - uma das autoridades mais célebres da antropologia - algumas pinturas rupestres já evidenciavam primórdios de magia “imitativa”, uma prática mística que consistia na crença de poder fazer mal a uma pessoa ou animal, através do flagelo de uma imagem que a representasse, forjada em barro, pintura, madeira, ou outro material maleável. Dessa forma, o homem das cavernas desenhava a presa desejada em paredes, antevendo o sucesso da caça. Há menções sobre a existência das artes mágicas em praticamente todas as civilizações que floresceram no planeta. Sabe-se que no Alto Egito, há cerca de 10.000 anos atrás, vigorava uma sociedade religiosa voltada para a prática da Magia, e que esta era vista como preceito fundamental para garantir a prosperidade, a fecundidade e as boas colheitas em todo o Reino governado pelo Faraó. O próprio Moisés, como membro da realeza egípicia, teria alcançado certo grau de iniciação em dogmas mágicos, antes de se lançar à defesa e condução do povo hebreu. Pouco mais adiante, na Grécia e em Roma, a Magia continuou a vicejar como instrumento de religiosidade, poder e manutenção da ordem social, mormente através de Oráculos que traçavam destinos e influenciavam governantes, pensadores e pessoas comuns a evitarem ou perseguirem determinados objetivos.

Mais tarde, com a ascensão do Cristianismo, e durante o período da história humana conhecido como Idade Média, a prática da Magia foi criminalizada ao extremo, e a partir dessa mesma época, a relação entre Magia e Satanismo se fixou definitivamente no imaginário coletivo. Não foram poucos os condenados à pena capital pela Igreja Romana, que, através de um sistema jurídico denominado “Santo Ofício”, lançou uma implacável perseguição aos praticantes dos “sortilégios” e “heresias” – algumas das variáveis sinonímicas da Magia Prática. Trazidos dessa época, ainda subsistem preconceitos atrozes contra as artes mágicas. Um exemplo claro é a estigmatização negativa de artefatos e animais. Como prova disso, observamos o receio de inúmeras pessoas perante a "imponência maléfica" de um bode, um corvo ou um gato preto.

Ao repudiar a tese de que a Magia representa tão somente a manifestação de forças diabólicas, a Umbanda a entende como expressão latente do poder volitivo dos Orixás. Quando manipulada em favor do bem comum, encontra respaldo no Éter Divino, e dinamiza a vontade de seu(s) operador(es) em fenômenos espiríticos que, via de regra, desencadeiam curas, harmonizações, ou mesmo os “milagres” que permeiam dogmas de outros credos. Em contrapartida, quando desprovida de preceitos cristãos, a Magia se converte em ferramenta espúria de vaidade e contenda espiritual, e fatalmente se converte naquilo que se convencionou chamar de “Magia Negra”. Obviamente, essa prática degenerada desencadeia sérios comprometimentos kármicos, atrasando significativamente a marcha do progresso espiritual de quem se serve de artifícios mágicos para fins escusos.

É bom não esquecermos: a Magia também é vulnerável à insensatez e ao fanatismo. Quando movida sob tais condições, ora converge para a superstição pueril, sem nenhum efeito prático, ora descamba para o fetichismo grosseiro, que, quase sempre, produz nefastas consequências sobre o incauto operador. Quando transmitida oralmente, sem profundidade iniciática, a Magia é transformada em “feitiço”: não passa de uma fórmula mecanicamente executada, que nem sempre alcança o objetivo espirítico desejável, dada a fragmentação ou o comprometimento de seu teor hermético.

Uma boa Escola Iniciática umbandista, conduzida por sacerdotes ilibados e calcada na luminescência moral do Evangelho Cristão, nos permite ter uma correta formação “acadêmica” acerca da Alta Magia, que deve ser conciliada à vivência prática da teoria transmitida. Devemos estar cônscios da responsabilidade que assumiremos, quando porventura assimilarmos os fundamentos magísticos que norteiam o culto dos Orixás, para assim nos tornarmos dignos guardiões de um conhecimento milenar, que, se não for guardado com a devida maturidade moral, poderá servir como instrumento de nossa falência espiritual. Não podemos nos esquecer que ser magista é como ser depositário fiel de uma arma de fogo. O mal uso que fizermos dela, fatalmente, nos conduzirá a uma infausta cobrança kármica futura.

Como diria Helena Blavatsky, todos os homens são magos, no sentido último da palavra. Todos podemos utilizar o divino poder criador, seja através do pensamento, seja pela força da palavra, seja pela simples ação. Ainda que o médium não seja magista “de berço”, e, por esta razão, não se encontre outorgado para executar trabalhos por conta própria, é salutar que aprenda os princípios magísticos de sua religião. Pois nem só com Mestres e Magos se constrói a Umbanda, mas sim, com aprendizes, auxiliares e entusiastas.

Luciano Martins Leite
FRAZER, Sir James George. O Ramo de Ouro. Rio de Janeiro: Zahar, 1982. 34 p.
 MATTA E SILVA, Woodrow Wilson da. Lições de Umbanda e Quimbanda na Palavra de um Preto-Velho. 3 ed. Rio de Janeiro:Freitas Bastos, 1975.




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25/06/2017

Umbanda não Sacrifica Animais - Alerta


Umbanda não Sacrifica Animais - Alerta


Diante da diversidade do culto umbandista e da falta de uma codificação, muita confusão gira em torno de alguns conceitos da religião, um deles é com relação a imolação de animais em rituais. Consideramos o texto abaixo bastante elucidativo 

Alerta para os ditos Umbandistas – Sacrifícios de animais na Umbanda.

Meus irmãos e irmãs; esta postagem NÃO É para os praticantes de Candomblé, e Cultos Afros Brasileiros! Esta postagem está intimamente e diretamente ligada aos ditos praticantes de Umbanda.

A Umbanda NÃO SACRIFICA ANIMAIS!

Vamos nos debruçar nos Baluartes da Umbanda para PROVAR nossa afirmação. Apresentaremos três provas incontestes de três MESTRES diferentes, em diferentes épocas:

Zélio Fernandino de Moraes/ W.W. Matta e Silva / Roger Feraudy.


ZÉLIO FERNANDINO DE MORAES:

1° Muitas conjecturas têm sido feitas em relação às praticas trazidas por Orixá Malê. Em 2007, Claudio Zeus entrevistou Dona Lygia Cunha e uma das perguntas foi sobre o tema:

Pergunta: Há pouco tempo uma revista de Umbanda publicou uma reportagem onde Dona Zilméia teria dito que matavam um porco para Ogum uma vez por ano e que isso era feito desde os tempos de Zélio Fernandino de Moraes. Por tudo que já conhecia da Umbanda do Caboclo das Sete Encruzilhadas, sempre soube que sacrifícios de animais eram proibidos pelo Caboclo. Como se explica então esta Imolação de um porco para Ogum, se nem seria este o animal adequado, de acordo com os rituais afros?

Esse comentário deu origem a diversos debates em que os africanistas afirmavam que o Caboclo das Sete Encruzilhadas também fazia sacrifícios.

Resposta: O ritual para elaboração da comida para Ogum foi trazido por Orixá Malê (uma das entidades que atuavam junto ao Caboclo das Sete Encruzilhadas, também de meu avô). Que seria obrigatoriamente um sarapatel, feito com miúdos de porco castrado, por isso usava-se o animal com esta característica. Ele era morto por uma pessoa de fora do Terreiro, fora da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, habilitado e contratado para tal. A carne era usada como alimento para qualquer refeição. Isto seria sacrifício? Hoje não mais existe esta contratação e a comida é feita, como para todos os Orixás, compra-se os ingredientes nos mercados. E quanto a sua dúvida, não ser o porco adequado nos rituais afro, nada sei; nós estamos falando de Umbanda do Caboclo. Não Fazemos Sacrifícios; qualquer dúvida é só visitar-nos.

Pesquisa: Trecho retirado do livro HISTÓRIA DA UMBANDA NO BRASIL VOL 01 - AUTOR DIAMANTINO FERNANDES TRINDADE. PÁGINA 202.

Nota do autor da postagem: Nos Cultos Afros Brasileiros e Candomblés, o animal de Ogum é o Cachorro.

W.W.MATTA E SILVA:

2° Quanto ao sacrifício de animais, entendemos que o Candomblé tem seus fundamentos milenares a respeito. Na tradição africana, o sangue ou eje corresponde ao elemento vital que veicula o axé, poder de realização.

Nas iniciações do Candomblé são realizados ebós com os animais específicos de cada orixá. A doutrina dessa ilustre religião ensina que o elemento vital derramado sobre a cabeça ou ori alimenta a essência espiritual do iniciando e propicia o encontro do mesmo com seu Orixá.

Matta e Silva se contrapõe ao sacrifício de animais e dá as suas razões. Certamente não é contra a morte em si de animais comestíveis, já que não propõe uma doutrina vegetariana em primeira instância.

A reserva do mestre decorre do fato de que essa mesma energia vital liberada no sacrifício e carreada pelo sangue atrai elementares inferiores (súcubos e íncubos) e outros espíritos negativos viciados nas chamadas energias livres. Essa vinculação com espíritos de baixo nível pode ser muito prejudicial, especialmente quando as operações mágicas buscam lucro de ordem material.

Além disso, a aplicação do sangue vermelho, considerado quente sobre o chakra coronal do iniciando pode provocar uma ascensão abrupta da energia kundalini e causar desarmonias no campo mental e astral.

Na doutrina da Umbanda Esotérica, entendemos que os orixás e os espíritos ancestrais não aceitam oferendas de sangue. Então os ebós não servem para eles e são desnecessários nas iniciações superiores.

Pesquisa: Trecho retirado da REDE SOCIAL FACEBOOK TENDA DE UMBANDA OXALÁ YEMANJÁ (INTERNET PUBLICAÇÃO NA LINHA DO TEMPO).

ROGER FERAUDY:

3° A Umbanda crê em um Ser Supremo, o Deus único, criador de todas as religiões monoteístas. Os orixás são emanações da Divindade, como de todos os seres criados. 2— O propósito maior dos seres criados é a evolução, o progresso rumo à Luz Divina. Isso se efetiva pelas vidas sucessivas: a Lei da Reencarnação, o caminho do aperfeiçoamento. 3— Existe uma Lei de Justiça universal, que determina a cada um, colher o fruto de suas ações, conhecida como Lei do Carma. 4— A Umbanda se rege pela Lei da Fraternidade Universal: todos os seres são irmãos por terem a mesma origem, e devemos fazer a cada um aquilo que gostaríamos que fosse feito a nós. 5— A Umbanda possui identidade própria e não se confunde com outras religiões ou cultos, embora a todos respeite fraternalmente, partilhando alguns princípios com muitos deles. 6— A Umbanda está a serviço da Lei Divina e só visa ao bem. Qualquer ação que não respeite o livre-arbítrio das criaturas, que implique em malefício ou prejuízo de alguém ou se utilize de magia negativa, não é umbanda. 7— A Umbanda não realiza em qualquer hipótese o sacrifício ritualístico de animais nem utiliza quaisquer elementos destes ritos em oferendas, ou trabalhos. 8— A Umbanda não preconiza a colocação de despachos ou oferendas em esquinas urbanas e sua reverência às forças da natureza implica preservação e respeito a todos os ambientes naturais da Terra. 9— Todo serviço da Umbanda é de caridade, jamais cobrando ou aceitando retribuição de qualquer espécie por atendimentos, consultas ou trabalhos. Quem cobra por serviço espiritual não é umbandista.

Pesquisa: Texto extraído do Livro: UMBANDA ESSA DESCONHECIDA de ROGER FERAUDY. EDITORA DO CONHECIMENTO, 4ª EDIÇÃO, 2004.

A partir destas três provas incontestes dos três Grandes Baluartes da Umbanda, queremos expressar nossa opinião:

Para vocês que dizem praticar Umbanda ou Cultuar Umbanda ou Fazer Umbanda ou Serem da Umbanda. E ainda continuam realizando Sacrifícios de animais, que por ordem ou pedido de seu Pai de Santo, ou algum Quiumba disfarçado de Caboclo, Preto Velho etc. PARE AGORA! NÃO REALIZE MAIS ESSES PRECEITOS!

Essas práticas NÃO SÃO e NUNCA FORAM de Umbanda! Vamos deixa-las nas mãos da Doutrina de que lhe é de Direito; e dê a Cezar o que é de Cezar...

Poderíamos classificar vários aspectos para que não realizem mais Sacrifícios de Animais, o quanto se torna prejudicial o sangue na Cabeça, ou em oferendas grosseiras, mas acreditamos que com as três provas iniciais não necessitam de mais esclarecimentos. Pai Thomáz nunca pediu sacrifício de animais, assim como o Caboclo 7 Pena Azul e o Exu Tirirí, nunca pediram essas coisas.

Não confundam as coisas! Vamos lá:

Necessitamos da carne (vermelha e branca), como proteína para nosso organismo, assim como os vegetais (legumes, frutas e verduras), são importantes alimentos para nosso corpo. Um perfeito equilíbrio da Natureza Divina. Nesse sentido matamos o animal e o vegetal (matadouros, mercados, hortas, quitandas, bancas da feira). Para satisfazer a matéria no mundo da Forma. Diferente de um Ritual, onde há empoçamentos de sangue na cabeça, ingestão de sangue e vísceras, sacrificar o animal de couro ou pena, para colocar sua carcaça em oferendas grosseiras em encruzilhadas e esquinas.

Não sejamos hipócritas!

Sabemos também que existe uma corrente Vegetariana que sobrevive apenas de frutas, legumes e verduras. Não necessitando assim da carne do animal para se alimentar e sobreviver.

Assim como sabemos de pessoas que não vivem sem seu Bife com Batatas Fritas, não se importando com a origem do animal ou como matarão o que estão comendo.

Enfim, nesse sentido é uma questão de escolha, de qualidade de vida! Não implica em Ritual de Sacrifício de Animais para os fins citados acima.

ESTA POSTAGEM É PARA OS UMBANDISTAS! E NÃO PARA OS PRATICANTES DE CANDOMBLÉ OU RITOS AFROS BRASILEIROS.

TEXTO: Alexandre B. de Oliveira
Presidente Dirigente T.U.C.7.P.A.




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24/06/2017

Nossos Pensamentos Afetam o Mundo Físico

Nossos Pensamentos Afetam o Mundo Físico


Década após década, vários cientistas têm considerado os fatores associados à consciência (percepção, sentimentos, emoções, atenção mental, intenção etc.) como parte fundamental da ciência – que não se pode compreender plenamente ciência, física, especialmente quantum, sem incluir o estudo da consciência.

“Eu considero a consciência como fundamental. Eu considero a matéria como um produto derivado de consciência. Não podemos ficar atrás da consciência. Tudo o que falamos, tudo o que nós consideramos como existente, postula a consciência.”

(Max Planck, físico teórico que originou a teoria quântica, que lhe rendeu o Prêmio Nobel de Física em 1918).

Além disso, décadas de pesquisa e experimentos dentro do reino da parapsicologia têm mostrado resultados bizarros, inexplicáveis, mas repetidamente observáveis ​​indicando a grande importância da consciência que nós não costumamos considerar, especialmente quando se trata de ciência.

É algo que é comumente esquecido, mas talvez nós devemos prestar mais atenção a isso. Como pensamos, o que nós pensamos, como nós percebemos, e no que acreditamos parece ter um grande impacto sobre o tipo de existência que criamos para nós mesmos como uma raça, que influencia o tipo de experiência humana que promulga. Isso torna ainda mais importante para nós que nos perguntar, tanto a nível individual e colectivo : quem somos nós? Por que nós pensamos o que pensamos? Por que fazemos o que fazemos?

“Não foi possível formular as leis da mecânica quântica de uma forma plenamente coerente sem referência a consciência.” Eugene Wigner, físico teórico e matemático. Ele recebeu uma parte do Prêmio Nobel de Física em 1963. Uma questão que tem confundido os cientistas quando se trata de matéria é : pode a consciência (intenção humana direta) alterar diretamente o mundo físico que vemos ao nosso redor? Pode a mente, literalmente, influenciar? Qual é a relação entre mente e matéria e o que isso significa sobre a verdadeira natureza da nossa realidade? Onde é que esta questão vem?

É um conceito que os cientistas e filósofos ao longo da história têm pensado. “O conceito de que a mente é primária sobre a matéria está profundamente enraizada em filosofias orientais e crenças antigas sobre magia.” – (1) Dr. Dean Radin deixou uma grande citação “A conclusão fundamental da nova física também reconhece que o observador cria a realidade”. Como observadores, estamos pessoalmente envolvido com a criação da nossa própria realidade. Os físicos estão sendo forçados a admitir que o universo é uma construção “mental”.

O físico pioneiro Sir James Jeans escreveu: “O fluxo de conhecimento está caminhando em direção a uma realidade não-mecânica; o universo começa a se parecer mais com um grande pensamento do que como uma grande máquina. A mente já não parece ser um intruso acidental no reino da matéria, devemos saudá-la, em vez como o criador e governador do reino da matéria. Supere isso e aceitar a conclusão é indiscutível. ”O universo é imaterial-mental e espiritual ‘”- RC Henry, Professor de Física e Astronomia da Universidade Johns Hopkins,” O Universo Mental. “; Nature 436: 29,2005)

A citação acima está se referindo ao fato de que, na física, a verdade “inevitável” que o ato de observação muda a natureza de um sistema físico e pode significar que a consciência (ou fatores associados à consciência) pode ter um efeito ou realizar alguma grande importância quando se trata do que chamamos ‘mundo físico’. Uma revelação potencial desta experiência é, mais uma vez, que “o observador cria a realidade.” Um artigo publicado na revista científica Física Ensaios de Dean Radin, PhD, explica como este (o experimento de fenda dupla) tem sido utilizado várias vezes para explorar o papel da consciência para moldar a natureza da realidade física. O estudo constatou que os fatores associados com a consciência “significativamente” foram correlacionadas de um modo previstas com perturbações no padrão de interferência dupla fenda. Não há literalmente uma riqueza de análise científica e experimentação para que se deslocar através se interessado neste tópico. A verdade é, há mais de 60 anos de experiências e pesquisas disponíveis quando se trata de cientistas que examinaram a conexão mente-matéria.

A ciência agora mais do que nunca está começando a aceitar esses tipos de conceitos e explorá-las de forma mais aberta. Ao longo da história, os nossos sistemas de crenças têm nos impedido de explorar conceitos de nossa realidade que contrastavam os sistemas de crenças aceitas na época.Galileu é um grande exemplo, seu trabalho foi banido e proibido e há mais de 200 anos; ele foi condenado e colocado sob prisão domiciliar por mais de 200 anos.

Estas experiências têm produzido evidências convincentes e consistentes que a intenção mental está associada com o comportamento desses sistemas físicos.” (1) – Dean Radin Estas experiências, geralmente rotuladas sob o domínio de estudos parapsicologia (ISP), cientistas mostraram que o fenômeno que eles têm sido capazes de observar repetidamente em um ambiente de laboratório, mas ainda estão longe da compreensão humana. Há algo acontecendo, independentemente de saber se podemos explicá-lo ou não. A evidência é tão clara que “os céticos informados estão reconhecendo que algo interessante está acontecendo.” – Dr. Dean Radin (1) Se você gostaria de continuar a sua pesquisa, para começar, recomendamos que você visite o Instituto de Ciências Noéticas (íons). IONS colabora na pesquisa de ponta para as potencialidades e poderes da consciência, explorando fenômenos que não necessariamente se encaixam modelos científicos convencionais, mantendo um compromisso com o rigor científico. IONS é conhecida por seu patrocínio e participação em pesquisa e publicação de artigos em revistas científicas originais. Eles cobrem tudo, desde a consciência e cura até a transformação cosmovisão das capacidades humanas estendidas. Pesquise e informe-se mais sobre o tema.

“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.”


Revista Pazes





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16/06/2017

Universalismo


Universalismo


Universalismo é a compreensão de que todas as religiões e filosofias contêm uma parcela da Verdade Cósmica. Ser universalista não é algo fácil, exigindo um exercício constante de tolerância e discernimento. Talvez uma boa forma de se iniciar uma caminhada espiritualista universalista, seja observar atentamente os pontos em comum entre as diferentes visões da vida, deixando de lado as controvérsias. A partir disso, será possível começar a vislumbrar a presença da Inteligência Universal por trás do pensamento religioso/filosófico de todas as culturas, sejam elas de caráter monoteísta ou politeísta, dualista ou monista, materialista ou espiritualista, empírico ou científico etc. Com certeza, há fundamentos em comum para as diversas formas de enxergar o mundo, mas também, e talvez, sobretudo, há complementaridades. Não necessariamente duas visões diferentes sobre um mesmo assunto são contrárias! Mas, como essas visões provêm de ângulos diferentes, na realidade, se complementam. Para exemplificar esta questão, é interessante recordar uma velha história hindu, que passo a relatar em seguida.

Numa cidade da Índia viviam sete cegos, que tinham alguma sabedoria. Como os seus conselhos eram quase sempre muito úteis, todas as pessoas que tinham problemas recorriam à ajuda deles. Eram amigos, mas havia certa rivalidade entre eles, o que, de vez em quando, causava uma discussão sobre qual seria o mais sábio. Em certa oportunidade, depois de muito conversarem acerca da Grande Verdade da Vida, não chegaram a um acordo. O sétimo cego ficou muito contrariado, resolvendo morar sozinho numa caverna de montanha.

Antes de ir embora, falou aos demais: “- somos cegos para que possamos ouvir e entender melhor, o que as outras pessoas não alcançam. Em vez de aconselhar aos necessitados, vocês ficam aí discutindo, como se quisessem vencer uma competição. Não concordo com isso! Vou me embora!” Sete meses depois, chegou à cidade um homem montado num enorme elefante.

Os cegos, que nunca haviam tocado num paquiderme, foram para a rua ao encontro dele. O primeiro apalpou a barriga do animal, declarando: “- trata-se de um ser gigantesco e fortíssimo!

Posso tocar nos seus músculos e não se movem, parecendo paredes!” Mas o segundo cego, tocando nas presas do elefante, afirmou: “- que bobagem! Este animal é pontudo como uma lança, uma verdadeira arma de guerra!” Então, alguém falou: “- ambos se enganam!” Era o terceiro cego, que apertava a tromba do elefante. E acrescentou: “- este animal é idêntico a uma serpente! Contudo não morde, porque é desdentado. É como uma cobra mansa e macia.” Em seguida, bradou o quinto cego, logo após mexer nas orelhas do elefante: “- vocês estão loucos! Este animal não se parece com nenhum outro, pois os seus movimentos são ondulatórios, como se o seu corpo fosse uma cortina.” Na seqüência o sexto cego, tocando a pequena cauda do elefante, concluiu: “- todos vocês estão completamente errados! Este animal é como uma rocha com uma corda presa no corpo. O que há com vocês?” E assim ficaram, por longos minutos, debatendo aos gritos. Então o sétimo cego, que descera a montanha procurando víveres, apareceu conduzido por uma criança. Ouvindo a discussão, solicitou que o menino desenhasse, na terra macia, a figura do elefante. Após tocar cuidadosamente os contornos do desenho, percebeu que todos os seis cegos estavam certos parcialmente, mas, ao mesmo tempo, bastante enganados. Agradeceu ao garoto e atestou: “- é assim que os homens se comportam perante a Verdade. Mal tocam numa parte e já pensam que é o Todo!” A seguir, se afastou de seus antigos companheiros, entendendo que eles continuavam sem enxergar...

Portanto, a verdade científica, a espírita, a budista, a judaica, a muçulmana, a católica, dentre outras verdades, são complementares, já que nenhuma religião ou filosofia de vida poderá, a seu modo particular, captar completamente o Todo ou Deus. Por isso, não é tão difícil concluir que uma visão mais universalista/ecumênica do mundo, tem a possibilidade de maiores aprendizados. No entanto, isto não quer dizer que as pessoas devam deixar suas práticas religiosas de lado, nem passar a ter preconceitos com relação àqueles que se dediquem, de forma mais exclusiva, a uma religião de sua preferência. Ao contrário, um universalista pode ter uma religião específica, mas, o que o diferencia de pessoas ortodoxas, é a flexibilidade de pensamento e a humildade, pois, apesar de preferir uma forma de culto, reconhece que Deus está em todos os lugares e corações humanos. A Divindade ou Inteligência Universal é infinita e manifesta-se por múltiplas maneiras. O espiritualista universalista verdadeiro entende que, por trás de qualquer forma, há uma Essência.

Mas, qual ou quais as vantagens práticas do Universalismo? A princípio, pelo menos, há dois grandes benefícios em se manter uma postura universalista perante a vida. Um deles, que já foi comentado, é a possibilidade de novos aprendizados, já que a falta de preconceito quanto a outras filosofias e religiões, permite o exame isento de outros pontos de vista. E isto é algo extremamente lógico, pois não é nada inteligente desprezar o que outras pessoas conseguiram através de estudos (científicos ou não), meditações e práticas diversas, muitas vezes por inúmeros anos de dedicação. Por que segregar tradições filosóficas, religiosas ou esotéricas seculares? Será que estas tradições não possuem conhecimentos que nos podem ser úteis no dia-a-dia? Será que não desenvolveram algum tipo de sabedoria? Além disso é importante salientar que, numa determinada tradição, mesmo que hajam conceitos que não se adequem a nossa vida, não é por isso que devemos concluir que o seu conjunto de idéias seja imprestável. É importante usar um “olho clínico” ou uma “visão interna”, para discernir o que é útil de fato (é claro que isso é pessoal). E quanto aos aparentes “erros” ou “distorções”, por que não aprender com as “falhas” dos outros? Simplesmente jogar fora a experiência de nossos semelhantes é um ato de arrogância e inteligência limitada.

O segundo claro benefício de uma postura universalista é o desenvolvimento de tolerância quanto aos outros pontos de vista. Obviamente, um espiritualista universalista provavelmente contribuirá para uma convivência mais harmônica, na sociedade humana. No entanto, é relevante voltar a frisar, que praticar o Universalismo de fato, não é algo simples ou trivial. É preciso se despojar de idéias pré-concebidas e dogmas, mantendo constantemente uma mente aberta a novas possibilidades, e, entendendo que, um ponto de vista diferente não necessariamente derrubará a estrutura de compreensão que temos do mundo, mas sim que poderá agregar algum valor novo, complementando o que já sabíamos. Em outras palavras, não é preciso encarar idéias novas ou diferentes como ameaças.

Pablo de Salamanca






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15/06/2017

Medo da Mediunidade

Medo da Mediunidade
Esse é um ponto que merece bastante atenção e um esclarecimento maior mas, na gigantesca maioria das vezes, observamos que esse medo é reflexo da falta de conhecimento sobre o que é a mediunidade e como tratá-la. O primeiro ponto a ser esclarecido é de que a mediunidade não é escravidão, mas uma grande oportunidade de evoluir espiritualmente, visto que, não somos matéria mas sim espíritos em experiências no Plano Material. Outro ponto importante a esclarecer é que aquelas frases que todo mundo escuta, como: “é um caminho sem volta” ou “nunca mais poderá sair dessa vida” até têm um certo sentido, mas estão sendo mal interpretadas. Pense comigo: ser médium não é uma escolha atual ou uma determinação externa, mas uma opção e essa opção foi sua em algum momento do passado, por isso, a mediunidade não surge de repente só porque você está frequentando um Terreiro ou um Centro. Você optou por ser um intermediário entre o plano espiritual e material, você foi, você é e você sempre será médium perante os Planos Espirituais Superior e Inferior, por isso, a mediunidade é sim o seu caminho e, querendo ou não, é sem volta pois não tem como apagar a sua Luz Interior, a Luz da mediunidade que você tanto desejou, pediu e se esforçou para conquistar.

Então, olhe para o Alto, olhe para si e agradeça por ser eternamente Luz, pois é a sua conquista, é o seu dom dado por Deus. Saiba que essa Luz ninguém lhe tira e ninguém apaga, portanto, assuma-a e deixe-a refletir com orgulho, alegria e toda a sua gratidão a Deus, afinal, é muito bom ser um instrumento Dele. Saliento que a mediunidade só é uma escravidão ou punição quando não há conhecimento sobre o quê, como, quando e de que forma ser médium. Quando não se sabe ‘abrir e fechar’ a mediunidade, quando não se tem todas as Forças Espirituais Superiores e Inferiores alinhadas, ordenadas e equilibradas, ou ainda, quando se perde o amparo e a proteção do Plano Superior Divino.

Fico impressionada com a quantidade de médiuns que se recusam a desenvolver a sua mediunidade por medo, e aí esclareço que só através de um bom desenvolvimento é que se adquire atributos como equilíbrio, ordenação e amparo. Observo que muitas pessoas têm medo de incorporar e acreditam que isso é algo do outro mundo, mas mal sabem que muitas vezes estão incorporando em suas próprias casas ou em qualquer local sem nenhum cuidado ou conhecimento. Isso acontece naquela hora da briga onde se perde o controle sobre os atos e sobre as palavras, acontece naquele momento em que se fala o que não se pensa ou quando se faz aquilo que não se quer, e aí vem a culpa, a sensação de “como pude fazer isso?” e o arrependimento. Vejam, nesses momentos pode ter havido uma irradiação, uma influência e até mesmo uma incorporação do baixo astral, de espíritos zombeteiros ou vingativos que se aproveitam do desequilíbrio e da negatividade do médium e fazem a festa. Acreditem: isso é muito comum de acontecer, só que ninguém tem medo, talvez por não saberem que uma incorporação pode acontecer de forma tão sutil, só dependendo da afinidade que o ser tem em relação ao espírito desencarnado. O pior é que isso pode acontecer a qualquer momento e em qualquer local, basta não ter domínio sobre a mediunidade e sobre si próprio.

Se todo esse medo da mediunidade acontece por falta de explicação ou conhecimento, então saiba que tudo é muito simples e se você se ajudar com um pouco de boa vontade e dedicação aos estudos umbandistas, tudo fica ainda melhor. Acredite, é muito melhor ter esse Dom equilibrado do que viver perturbado e sem prosperidade na vida, pois a espiritualidade traz sim a prosperidade, talvez não essa prosperidade financeira em que a maioria pensa, mas a prosperidade de alma, e essa não se compra em lugar algum, somente se conquista. E se mesmo assim você ainda acha que a mediunidade é uma escravidão, eu digo para você: “Prefiro ser escrava de Deus e dos queridos Guias Espirituais do que ser escrava da doença, da miséria, do chefe, do vício, do marido, do dinheiro, da mãe ou do que quer que seja.

Mônica Caraccio




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10/06/2017

Livro Umbanda Luz e Caridade


Apresentação


O objetivo desta obra é colaborar para o entendimento da Umbanda em seus aspectos de Religião de Luz e Caridade.

Luz porque oferece meios para que a fé seja desenvolvida na base da razão e da compreensão, sem mitos ou crendices, e caridade é o objetivo máximo da religião, com o semelhante e consigo próprio.

Este livro aborda os principais temas, como a definição e as características da Umbanda; Orixás e Guias Espirituais; ritualísticas e organização de um Terreiro; mediunidade; obsessões; sacramentos e outros temas pertinentes ao bom entendimento da Religião de Umbanda.

É um pequeno manual doutrinário e prático para todos os médiuns da Tenda de Umbanda Luz e Caridade e para todos os simpatizantes da Umbanda, bem como é obra indicada aos neófitos por conter fundamentos básicos da religião.

Pronunciamento de uma filha de santo da nossa Casa:

“Umbanda tem fundamento como escutamos e cantamos, mas eu sinto falta de uma obra que explique o porquê desses fundamentos, e a senhora faz isso conosco...”


Para ser direcionado para a compra, clique no link abaixo:
https://www.clubedeautores.com.br/book/235841--Umbanda#.WTx6M-vyu1s









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