Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

05/04/2017

Os Médiuns Que Se Acham Demais

Os Médiuns Que Se Acham Demais

No tema de hoje, eu quero trazer uma reflexão, eu acho que todo mundo já se deparou com o perfil do nosso tema de hoje, aquele médium que nenhum terreiro é bom o suficiente para ele.

Vamos chamá-lo de o Médium X, o nosso amigo em questão, ele possui características bem distintas, em todo terreiro que ele vá visitar, ele sempre gosta de frisar, sua mediunidade incrível, sua vidência extraordinária, os feitos inacreditáveis de suas entidades, ele chega no terreiro que está visitando como se estivesse vendendo um produto ou uma marca extraordinária, faz uso de um marketing agressivo, gosta de impressionar a todos.

A gente sabe que há vários tipos de dirigentes, desde os mais espertos até os mais tolos, desde os que tem conhecimento, até aqueles que pensam que o tem, isso é um fato.

Para um dirigente mais crédulo ele irá acreditar piamente no X, e poderá até pensar, nossa que máximo se esse médium entrar na minha corrente, será de suma ajuda, estou precisando de médiuns assim, negligenciando talvez alguns pontos que o nosso irmão X mencionou e destacou em suas próprias palavras.

Já um dirigente um pouco mais astuto e sábio, irá ver nosso irmão X com olhos um pouco mais cautelosos, diria até caritativos, amorosos, suas tão formidáveis qualidades, provavelmente irão ceder espaço e chamaram atenção para a vaidade, a arrogância e o orgulho, características bem problemáticas para qualquer médium.

Em sequência no decorrer de uma boa conversa, o dirigente provavelmente irá perguntar de sua trajetória, e logo nosso irmão X se arma como um pavão de penas coloridas, vejamos algumas falas:

” Na casa do Pai Fulano de tal onde trabalhei é uma bagunça, o tal pai de santo não sabe nem para ele, eu tinha que ficar ali corrigindo, senão coitados dos médiuns, e eu chamava a atenção dele na frente de todo mundo mesmo, para ele passar vergonha, onde já se viu.”

Sabemos e temos plena consciência, que com essa nova moda de virar Pai e Mãe de Santo, que muita gente anda aparecendo completamente despreparado para estar conduzindo uma casa religiosa e muito menos a mediunidade e espiritualidade alheia, isso é um fato realmente verdadeiro.

Pode acontecer de um médium entrar para dentro de um terreiro e saber coisas que o dirigente não saiba, claro, porque veja já vi médiuns com seus 30 anos de mediunidade trabalhando singelamente como médiuns de trabalho, não quiseram abrir suas próprias casas, ao contrário do que todo mundo pensa nem todos os médiuns por melhores e aplicados que sejam possuem a missão e condições de serem dirigentes e nem por isso deverão ser vistos com menos valor ou tratam seus dirigentes com arrogância.

Mas todo professor sabe ensinar, tem paciência, tem sabedoria de mostrar conhecimento sem ostentação, é humilde, fatores ai que faltaram no nosso irmão X.

O diálogo sempre tem que ser construtivo e não prepotente.

Apesar de saber que muitos dirigentes por aprenderem errado não se abrem ao diálogo sadio, não se permitem a troca. Melindrosos, não permitem que ninguém os ensine, SABEM DEMAIS em sua convicções, e perdem a chance de mostrar de uma forma inteligente o que sabem e de aprenderem também.

Tem uma frase que gosto muito e que cabe muito bem nessa questão que diz assim:

“Com carinho e gentileza me levas na boca do Inferno, mas com gritos e grosseria não me levas nas portas do Céu”.

Muito ensinamento fica perdido, inutilizado porque as pessoas não sabem ensinar, querem apenas impor.

“MEUS GUIAS NÃO SE ADAPTAM EM TERREIRO NENHUM”

Eu falo para vocês como dirigente, é muito triste ouvir ou ler uma declaração onde um médium fala uma coisa assim, porque denota um desconhecimento tremendo, quantos bons médiuns a gente não vê trabalhando até em casas desequilibradas, onde a presença dos seus guias são fundamentais para aquele grupo e que com o tempo seus guias vão ajudando a reequilibrar a egrégora da casa, ou porque querem mostrar a seus pupilos ensinamento que só com o exemplo pode ser obtido? Pois é.

Guias e mentores não possuem esse tipo de vaidade, fora que um espírito para não se adaptar em lugar algum o problema não é com a casa, é com o médium e com a ordem de espíritos que ele anda se sintonizando, fora que denota uma arrogância e prepotência enorme desse médium como se não houvesse casa boa suficiente para ele.

E muitas vezes são oriundas de médiuns, e espíritos não muito idôneos que não aceitam ordenança, doutrina, médiuns desequilibrados.

“TODA CASA QUE ENTRO, ME ENVOLVEM EM FOFOCAS E NÃO CONSIGO PERMANECER”

Fofoca é uma via de mão dupla se você se envolveu é porque você consentiu, estava ali no meio da roda.

Alguns médiuns falam isso, mas quando você vai buscar informações, ele pode até não ter dito nada, mas estava ali no meio ouvindo tudo, se colocando a par do ibope da semana, então ele foi tão maledicente quanto.

O pior que o perfil desses médiuns é daqueles que nada falaram, mas são o primeiro a ir levar para o dirigente.

São os famosos puxa sacos, destrutivos e leva e trás. Usam os outros como degrau.

Essas são apenas três situações bem corriqueiras, mas há várias outras.

Médiuns extremamente anímicos, que literalmente passam a carroça na frente dos bois, como bem diz o ditado.

Mistificadores, que um dia já foram realmente bons médiuns mas que se deixaram corromper pela vaidade, arrogância, ganância.

Médiuns com más posturas, mal educados, com falhas graves de doutrina, não conseguem seguir regras e normas.

Orgulhosos não aceitam serem criticados, estão acima de qualquer questionamento quanto as suas maravilhosas qualidades mediúnicas.

As vezes um conselho, nem diria uma critica, pode salvar todo o caminho de um médium, evitando que ele se perca em sua missão.

E tem aqueles que se acham tão bons que não querem trabalhar em terreiro algum, viram verdadeiros nômades, ficam 3 meses num terreiro, 6 meses em outro, e assim por diante, não conseguem passar de 1 ano numa casa fixa, não conseguem manter raízes, criar uma história, uma herança.

Se esquecem que para ensinar é preciso aprender, que para ser bom pai e mãe é preciso ser bom filho.

Em toda casa que vão, não pode começar a tocar o atabaque que eles já começam a querer espiritar, “são tão bons”, mas não possuem firmeza, controverso, fazem da casa alheia uma verdadeira descarga de suas energias negativas, nada contra, todo bom terreiro é para cura de quem está adoentado, é um hospital. O grande problema não é nem esse, o problema é que não admitem estarem passando por momentos de desequilíbrio espiritual, imaginem são tão bons, como assim? tratamento, acompanhamento, fala sério, eu me garanto. Huumm será?

Por outro lado, em suas ignorâncias acham que recebendo seus guias vão mostrar para os outros como eles são bons, trabalham bonito, são firmes.

Muitos até tem bons e excelentes guias mas se perdem na vaidade de suas arrogâncias.

Será que são firmes? será que essa palavra é adequada, um guia não precisa se mostrar para ninguém. Pensemos.

Um detalhe interessante nesta questão, muitas vezes um guia vem em terra, para descarregar seu médium, tem casos e CASOS, as vezes a entidade precisa daquele choque anímico junto ao médium, mas … nem sempre é necessário, porque na hora que o guia está dando o passe, o guia mentor daquele médium já está próximo e o descarrega sem necessariamente ter que estar acoplando a seu médium, principalmente se tratando de médium já firme e com um grau de desenvolvimento bom, é mais comum ver isso em médiuns neófitos que ainda estão no começo de desenvolvimento por não possuírem um maior controle de suas faculdades mediúnicas.

Na realidade os bons médiuns sabem perfeitamente que não podem ficar dando passagem para seus guias em tudo que é terreiro, muito menos permitem que qualquer médium lhe traga seus guias em terra, questões de equilíbrio, doutrina, vigilância.

Não se enquadra nessas questões é claro quando se trata de visitas em outras casas religiosas, ai nesse caso o guia poderá vir em terra para prestigiar a casa daquele irmão.

E temos aqueles que passam a dar passagem a seus guias em casa, isso já foi em várias ocasiões falado que não é algo recomendável e aconselhável, por várias questões espirituais, mediúnicas.

Um dos fatores correlacionados a isso, fora a vaidade e o comodismo, que dentro de uma casa religiosa, de um terreiro tem todo um amparo, e olha que mesmo assim, vira e mexe é um choque energético nefasto que pode surgir, toda casa está sujeita a isso mas para isso temos nossas firmezas e sustentações, a nossa egregora espiritual que irá estar de prontidão.

Agora imaginem um médium que trabalha sem essa sustentação, sozinho, por mais boa vontade que tenha, sem onde dissipar tanta carga energética, por mais que seus guias e mentores sejam bons, ele com o passar do tempo irá virar um imã, adoece, e poderá a vir necessitar de amparo extra espiritual, onde deverá ser socorrido por uma boa casa religiosa, que irá lhe tratar, por essas e outras não é recomendável, deve ser evitado. E todo bom guia e mentor sabe dessas consequências e não irá contribuir para o desmantelar energético de seu médium. Isso se tratando de um médium experiente, agora imaginem de um médium que nem bem desenvolvido foi e se acha em condições de estar prestando atendimento.

O médium que fala que toda casa que ele trabalha, nenhuma casa é boa o suficiente para ele, nenhum lugar é bom, duas ou uma, ou ELE É BOM MESMO, ou ele é um FALASTRÃO.

Vamos analisar com cautela a frase acima, o médium quando ele é um bom INSTRUMENTO MEDIÚNICO, primeiramente ele tem raízes, ele tem experiência de chão de terreiro, tem estudo aprimorado, é idôneo, sério e comprometido, tem uma cultura espiritual sustentável. Nesse caso a própria ordenança divina vai colaborar para que esse médium tenha seu próprio axé ou seja bem aproveitado numa boa casa religiosa, ele terá amparo, sustentação, missão e ordenança, e não fugirá de suas responsabilidades. Quando falo de tempo, estou falando de tempo preenchido e não de caçambas vazias.

Agora quando você se depara com um médium com muito pouco do que está citado acima, e quando questionado, tipo: “Você é tão bom, porque você não abre um terreiro então para você” , e em seguida vem com ns. desculpas e argumentações e diz: não quero isso para mim, ele no mínimo é um FALASTRÃO, porque sempre é muito fácil criticar o trabalho, a missão alheia, o duro é arregaçar as mangas e se colocar em serviço, infelizmente tem muito médium assim, que não sabe o quanto é difícil manter uma casa religiosa nos dias de hoje, o lidar com o ser humano nunca foi e nunca será uma tarefa fácil.

É fácil dizer que a carga está leve quando não é no nosso lombo que está pesando.

FALASTRÃO também se enquadra naquele médium que não tem nenhuma experiência de chão de terreiro sustentável, nem estudo suficiente e bagagem mediúnica e espiritual, e lá com seus 2 anos de desenvolvimento porque fez um cursinho, pegou um diploma e se acha CAPACITADO para estar abrindo um TERREIRO DE UMBANDA. Infelizmente é a nova moda do momento para que ser filho de santo se pode pular etapas e ser pai e mãe de santo, se esquecem que em todo exercito para se chegar a general se aprende a ser soldado primeiro, as consequências já estamos vendo, médiuns sugestionáveis, extremamente anímicos, mistificadores, corrompendo mediunidades e desequilibrando vidas.

É muita arrogância, muita petulância, se colocar acima dos próprios guias e mentores, tem muito médium se achando guia em terra, muita vaidade que não combina com as leis sagradas de Umbanda.

Médiuns chegando agora, questionando e modificando doutrinas antigas a seu bel prazer. Doutrinas que foram pilares da Umbanda e hoje estão sendo consideradas ultrapassadas.

O médium precisa ter senso crítico antes de culpar o outro, apontar o erro, olhar para si próprio e pensar, se ele é tão bom assim, porque não contribuiu, não agregou, não fortaleceu. Não deixaram? pode acontecer, mas o bom médium é servidor da caridade, serviço não lhe falta seja onde for. Vamos procurar ser úteis.

É muito fácil querer e se achar acima do bem e do mal, agora fazer a diferença são para poucos.

Médium bom é médium humilde, não precisa de marketing pessoal, a sua bondade, o seu caráter, a sua índole fala por si mesmo. A sua obra é seu estandarte.

Médium bom é aquele que respeita o mestre, sabe ser discípulo dos guias e mentores.

Médium bom é instrumento afinado com as leis disciplinatórias e doutrinárias.

Fala pouco e ouve muito.

Médium bom é honesto, sincero, caridoso, não é ostensivo, manipulador, mercenário.

Enfim meus irmãos, quando se acharem muito bons, vejam e analisem para quem realmente estão sendo bons, se para alimentar o vosso ego, ou para o bem e a caridade pelas quais carregam suas missões mediúnicas e espirituais.

Sejamos úteis, prestativos, caritativos, nossa mediunidade não é para vaidades e arrogâncias tolas, mediunidade estagnada é como a água parada que fica turva e poluída e atrai insetos e doenças. Pensemos.

Que nossos falangeiros de Oxossi nos tragam a sabedoria tão necessária para nossa evolução, que seus conselhos nunca nos faltem, e que sempre tenhamos tempo para ouvi-los.

Paz e Luz a todos.

Cristina Alves






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03/04/2017

Livro: Umbanda na Umbanda

Livro: Umbanda na Umbanda

A manifestação da espiritualidade em uma religião é a tradução da grandiosidade de Deus sobre todos os aspectos. Interpretar Sua Criação é o que nos fascina; doravante, sempre direcionado pelos mentores que regem a espiritualidade de Umbanda, abordamos assuntos dos mais interessantes. Indicando o caminho sublime e ordenado que só o nosso Pai Maior Olorum assim nos presenteou.

A obra "Umbanda na Umbanda" foca a formação do indivíduo sobre seu posicionamento interpretativo enquanto médium dentro de sua doutrina religiosa. O médium e sua formação são pontos fundamentais para a devida interpretação da manifestação religiosa , pois o medianeiro, devidamente preparado, é o próprio alicerce das manifestações que acontecem nos ritos litúrgicos existentes dentro dos vários Templos de Umbanda.

Em razão de existir uma pluralidade de formas de cultos e fundamentos, é necessário que os sacerdotes, dirigentes espirituais, bem como os médiuns e assistidos em geral, procurem compreender a religião de Umbanda a partir de nosso Pai Oxalá, sincretizado com o Mestre dos Mestres, Jesus Cristo, reforçando a colocação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, que afirmou que a religião de Umbanda seria fundamentada nos ensinamentos de Jesus Cristo. Aqui enfatizo que focarei neste trabalho o conceito Crístico, servindo como base o mistério absorvido através do Orixá Maior, Pai Oxalá. É um verdadeiro chamado religioso!

Entre algumas colocações singelas, enfatizo que todo tipo de estudo, bem como todo livro que traz explicações sobre uma religião, deve ser respeitado exatamente pelo fato de que cada templo religioso tem um mentor, e este, por sua vez, passa sua particularidade espiritual. Nenhum curso, bem como nenhum livro existe para modificar esta particularidade, e sim, dar ao médium e leitores, uma visão aberta, sem cerceamentos da diversidade de Deus que se manifesta na Umbanda pelo mundo!

O Autor


Trecho do livro:

Para o verdadeiro médium não existe o temor, existe apenas o acreditar na luz; jamais tenha em mente o "será". Por mais que a vida lhe pregue peças, por mais que haja adversidades, sempre creia. A dúvida é alimento do negativismo, é a porta de entrada de forças que não pertencem às Esferas Luminosas da Criação. (...) O medo e a insegurança, na verdade, são compatibilizadas com a falta de fé, ou o não acreditar em si mesmo.






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28/03/2017

O Umbandista é Quem dar o Exemplo!

O Umbandista é Quem dar o Exemplo!

Acredito que todos os umbandistas querem fazer algo especial pela Umbanda, fazer algo que a valorize e que mostre a toda sociedade o quanto a Umbanda é realizadora e divina, o quanto deve ser respeitada, e que não tem nada a ver com trabalhos feitos, milagres vendidos ou magias negras. Baseada nessa minha crença, penso continuamente como fazer isso, como proporcionar esse tipo de estímulo e de conduta aos umbandistas para que todos possam, de forma homogênea e clara, falar da Umbanda para uma sociedade já com idéias tão preestabelecidas.

Percebo inclusive que falar de Umbanda é algo difícil para muitos umbandistas, na maioria das vezes a fala contém uma incisiva conotação defensiva e justificada, é quase automático esclarecer o porquê da escolha dessa religião salientando sempre que na Umbanda não se faz matança e assim por diante. É fato que muitas vezes esperamos uma reação negativa ou irônica daquele que desconhece a Umbanda assim como todos seus fundamentos e poder de realização. Chego à conclusão que só existem duas formas de criar essa valorização religiosa tão necessária para a Umbanda: primeiro pelo EXEMPLO e segundo pelo SABER.

Isso mesmo! Acredito que um único exemplo vale mais do que mil palavras! Portanto se queremos mostrar que nossa religião é boa precisamos mostrar que somos bons. Se quisermos falar que a Umbanda é coerente temos que mostrar nossa coerência. Se quisermos que respeitem nossa religião temos que respeitar as outras religiões, afinal, a religião, entre tantas funções, tem também a de formar a moral e a índole de seus fiéis.

Acredito ser incoerente o médium umbandista dizer que a Umbanda não faz magia negra se seus pensamentos e atos desejam e fazem o mal ao próximo ou se seus desejos são tão importantes que estão acima de qualquer coisa e de qualquer pessoa. Não dá para o umbandista falar que a Umbanda não faz e não é milagre se o próprio “pede” continuamente soluções aos Guias Espirituais se isentando de qualquer responsabilidade. Pedir é Pedir em qualquer situação. Como dizer que a Umbanda não pratica matança se tanto lixo é jogado nas ruas, praias, matas e cachoeiras? Afinal lixo mata! Inclusive o ser humano.

Acredito também que o Saber é fundamental para qualquer coisa que se queira valorizar. Se não sabemos o que é a Umbanda como falar da Umbanda? Se não sabemos diferenciar um Guia de um Orixá, se não sabemos de nossas obrigações e deveres como médiuns umbandistas, se não sabemos responder as perguntas pertinentes sobre a nossa religião como querer que o outro compreenda-a?

Estudar é fundamental e dar exemplos é essencial para vivenciar plenamente a Umbanda sem medo e sem constrangimento. Também é importante seguir uma tradição religiosa, respeitar as hierarquias e a ancestralidade, afinal são pontos fundamentais de nossa Umbanda e devem ser compreendidos e praticados com valor e respeito. Pensar em Umbanda é pensar em disciplina e postura. É compreender que o médium é a peça mais importante para a manifestação da religião.

Portanto, a visão que as pessoas terão sobre a Umbanda será o reflexo das atitudes dos médiuns umbandistas, dentro e fora de uma gira de atendimento. Somos nós, médiuns umbandistas, que precisamos fazer algo diferente e significativo pela Umbanda. Somos nós que temos que dar exemplo de sua ação em nossa vida e somos nós que temos que responder as perguntas da sociedade, mesmo porque quando perguntarem algo sobre a Umbanda não poderemos incorporar o Preto Velho para dar a resposta em nosso lugar, não é mesmo?!?

Mônica Caraccio






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24/03/2017

Vencendo o Melindre

Texto esclarecedor! Uma pessoa melindrosa não consegue mesmo estar na umbanda e cremos que em lugar nenhum. Doentes da alma cuja carência rouba-lhes as oportunidades. Sejamos sempre solidários, mas nunca nos deixemos influenciar. (Blog Tulca)


VENCENDO O MELINDRE

Precisamos de muita cautela ao falarmos sobre melindre, pois, muitas vezes, esta palavra nos serve como pretexto para encobrir nossos desejos e atos egoísticos.

Uma pessoa melindrosa é aquela que se ofende e se magoa com facilidade. Aborrece- se com tudo e com todos, sem que haja grandes motivos para isto. Guarda ressentimento por longo tempo, pois enxerga maldade em todas as atitudes que contrariam seu modo de pensar ou agir. É incapaz de compreender, aceitar e perdoar as faltas dos seus semelhantes. Uma pessoa melindrosa não busca esclarecer os pontos obscuros de uma determinada situação, preferindo julgar-se injustiçada e incompreendida.

Melindrar-se significa perder ótimas oportunidades de crescimento e aprendizado pois, aquele que se melindra, não consegue distinguir o certo do errado, o que é bom do que é ruim. Se alguém não lhe cumprimenta, seu primeiro impulso é julgar esta pessoa antipática ou mal educada, sendo incapaz de pensar que ela, assim agiu, talvez por vergonha ou timidez. Se alguém lhe dirige uma palavra mais áspera, entristece-se e revolta-se, mas, em momento algum, procura identificar os motivos que levaram esta pessoa a agir desta forma.

Quando nos sentimos ofendidos ou ficamos magoados facilmente, aqueles que nos rodeiam afastam-se de nós, pois nunca sabem o que dizer ou o que fazer para nos agradar. Sabem que uma palavra mal colocada pode nos trazer grandes aborrecimentos. Passamos a ser um problema na vida daqueles que convivem conosco diariamente. Tornamo-nos pessoas amargas e, consequentemente, solitárias.

Mas, se por um lado, existem aqueles que se magoam com facilidade, também existem os que, “auxiliados pelo melindre”, ofendem facilmente. Impõem suas opiniões arbitrariamente, não aceitando pontos de vista diferentes dos seus; quando chamadas a orientar ou aconselhar, escolhem palavras duras e agressivas; não sabem ser compreensivas e amáveis com aqueles que lhes procuram.

Muitas vezes, agimos desta forma com nossos semelhantes, sem nos darmos conta deste nosso comportamento. E como estamos sempre acostumados a encontrar justificativas para todas nossas ações, denominamos melindrosas estas pessoas que, cansadas de nosso mal humor, decidem se afastar. Se não devemos mais sentirmo-nos melindrados, muito menos devemos ser os causadores das mágoas dos que nos rodeiam.

Para encerrar, lembremo-nos de que a melhor forma de vencermos nossos melindres, bem como de evitar ficarmos ofendidos, é sempre buscar uma justificativa para o comportamento de nossos semelhantes. Assim nos orienta Lourival Lopes em Gotas de Esperança:

“Se alguém o vê e não o cumprimenta, pense: ele não me conheceu. Se o conhece: ele não me viu. Se o viu: ele está distraído. Se virou o rosto: ele está com problemas. Se o tratou secamente: ele está infeliz. Se o tratou formalmente: ele deve ter suas razões. Se o ofendeu: ele está doente. A todos, indistintamente, deseje: Deus lhe dê a paz”.

Alexandre Ferreira





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22/03/2017

Por que os Desencarnados Procuram os Terreiros

Por que os Desencarnados Procuram os Terreiros


No plano invisível, Piraju chegou com Leonel e Martha. A atividade no astral já era intensa, com os Guias empenhados com a imantação do ambiente. Martha notou vários espíritos ali, muito embora o centro estivesse praticamente vazio de pessoas encarnadas.

-Quem são esses espíritos? - indagou ela curiosa, referindo-se a uma porção de criaturas nitidamente pouco evoluídas.

- São almas necessitadas de auxílio - esclareceu Piraju. - Vê como se acomodam no fundo do salão? Estão aguardando a chegada de Eleonora e Sérgio, para ouvir-lhes a palestra e ganharem algum conhecimento.

- Mas por quê? No nosso mundo não há espíritos sábios o suficiente para ensinar-lhes?

- Muitos desencarnados se recusam a frequentar reuniões no mundo astral. Sentem-se mal e, às vezes, intimidados com a presença de espíritos mais iluminados. Todavia, um lugar como este, onde a vibração, apesar de elevada, está ainda ligada à matéria, faz com que eles se sintam mais à vontade. É a presença dos encarnados, sobretudo, que lhes traz a sensação de familiaridade, pois vários desses espíritos encontram-se ainda afinizados com a vida física que, muito a contragosto, tiveram que deixar.

Trecho do livro "Jurema das Matas" / Leonel - Mônica de Castro





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16/03/2017

Cura Espiritual


A Umbanda é uma religião tão Simples e ao mesmo tempo tão Realizadora que chega a ser um privilégio fazer parte dessa realidade espiritual. Aliás, dentro de sua inerente simplicidade encontramos a complexidade da reforma íntima, da evolução espiritual e da ação da espiritualidade em nossas vidas. Encontramos a importância do Saber, do raciocínio lógico e do amor devocional e incondicional.

A Umbanda instrui, cura, alimenta, responde, purifica, alivia, facilita, concede, ameniza, soluciona, proporciona, inspira, retira, tira, dá, encanta, realiza, encaminha, paralisa, auxilia… Enfim, a Umbanda é UMBANDA, complexa e simples, poderosa e divina, realizadora e transformadora, e que precisamos conhecê-la em sua essência e grandeza.

Uma das coisas que mais me chama atenção e me impressiona na Umbanda é sua capacidade de Curar.

Sabemos que, tanto na Umbanda como no kardecismo, existem Trabalhos Espirituais de Cura, que na maioria das vezes, acontecem com a imposição de mãos projetando uma energia cósmica concentrada extremamente potente ou pela ação de espíritos especialistas em cura que realizam cirurgias espirituais com ou sem cortes. Sabemos também, que normalmente esses trabalhos acontecem em Giras ou Reuniões pré-determinadas com toda uma estrutura energética – espiritual pré-estabelecida e com uma corrente mediúnica específica.

No entanto, quebrar essa concepção de cura já conhecida por nós e até já estabelecida a nós e pensar em CURA com várias possibilidades, como restabelecimento, tratamento, solução, regeneração, como um processo e como uma sequência de ações diárias e consequentemente uma Cura de ‘dentro para fora’, de ‘baixo para cima’, de forma ‘simples’ mas ao mesmo tempo ‘complexa’ e que necessita do conhecimento, da ação direta e do total domínio do médium, é coisa que só a Umbanda com médiuns altamente capacitados consegue Realizar.

É pensar numa Cura que acontece e vai “Além”.

É ser um médium, independente de qualquer cargo, posição, função ou dom, capaz de Curar pela sua “simples” capacidade de Dar atrelado à complexidade do Saber.

Aos médiuns interessados em adquirir essa bela capacidade de “Curar Além” saibam que não é tão difícil assim, vocês terão que estar, em primeiro lugar, predisposto a fazer o Bem sem olhar a quem.

Depois deverão extinguir qualquer preconceito moral e espiritual, eliminar qualquer tipo de julgamento e estarem em boas condições emocionais, energéticas, físicas e espirituais.

Deverão compreender e ter o mínimo de capacidade mediúnica, saber acoplar e desacoplar sem criar cordões, saber como acontece uma incorporação, como acontece a absorção do ectoplasma (Prana) e permitir a importante e fundamental “Passagem”.

Deverão entender a realidade espiritual umbandista e alguns de seus elementos energéticos naturais como símbolos, toalha branca, vela, fogo, água, pemba, entre outros. Deverão conhecer os Orixás como Força Realizadora e algumas de suas firmezas para sustentá-los neste trabalho tão grandioso e ainda reconhecer como age e atua o Baixo Astral em nossas vidas.

Percebam que trabalho magnífico, sério, complexo, mas que não deixa de ser extremamente simples.

É um trabalho de Cura que chega a emocionar pela extensão de sua ação e pelas dezenas de encaminhamentos que são realizados em questões de minutos.

Quem já participou desse tipo de trabalho ou os terreiros que realizam esse tipo de Cura sabem a benção e o privilégio que possuem. Sabem que faz o corpo arrepiar, que faz as lágrimas escorrerem e que faz o espírito e toda a espiritualidade superior agradecer.

Sei também que parece trabalhoso, mas não é!

“Apenas” necessita de muito estudo, de disciplina, de bom senso, de amor, de discernimento, de FÉ, CRENÇA e REZA! Ou seja, necessita “simplesmente” daquilo que a Umbanda já necessita, não é mesmo?

Portanto, não é surpresa! Não é novidade!

Portanto, é Divino e vale a pena!

Vamos estudar, pessoal, vamos buscar mais conhecimentos, vamos ir Além, vamos fazer uma Umbanda Realizadora e vamos fazer o Bem sem olhar a quem.

Tenho certeza que atitudes como essas proporcionam grandes mudanças em nossas vidas aqui, agora, DEPOIS e ALÉM.

Mônica Caraccio





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01/03/2017

Quaresma: Quando Abrem os Portões do Umbral

Quaresma: Quando Abrem os Portões do Umbral

A Quaresma é um período que começa na quarta-feira de cinzas e termina na quarta-feira da Semana Santa, neste período os católicos realizam a preparação para a Páscoa.

Ao contrário do que muitos pensam, a quaresma não é uma data importante apenas para a Igreja Católica. Outras comunidades Cristãs, como: Calvinistas, Luteranas, Anglicanas, Ortodoxas, também a adotam, conforme seus preceitos.

Curiosamente, não se trata apenas de um período de purgação espiritual simbolizado nos 40 dias em que Jesus passou no desertou ou Moisés no monte Sinai. Trata-se de um período com fortes implicações espirituais, cuja tradição remonta, pelo menos, 1600 anos.

Asseguram-nos os espíritos que, neste período, há uma profunda agitação na atmosfera Umbralina, o que faz com que muitos espíritos consigam vir à superfície da Terra com muita facilidade.

Embora existam espíritos responsáveis por vigiar os “canais de saída”, nesse período, a agitação é tão grande que, mesmo eles, não conseguem impedir a passagem dessas entidades. É quando uma imensa quantidade de espíritos sofredores e perturbadores ganham livre acesso ao mundo dos homens.

O que se passa, então, é um verdadeiro caos: cada um segue por conta do seu interesse. Alguns, viciados, correrão para saciarem-se; outros, perturbados, buscarão seus familiares; alguns, vingativos, o que tanto anseiam e por aí vai.

Com tantas entidades perturbadoras perambulando livremente, a chance de cairmos em sentimentos nocivos que nos farão mal é muito grande. Desavenças são acirradas. Vinganças são alimentadas. Ódios são cultivados. É preciso ter muita firmeza de cabeça.

Nesse período, mais do que qualquer outro do ano, temos que ter cuidado redobrado com nossos pensamentos e sentimentos, pois com imensa facilidade, poderemos ser alvo das investidas inferiores. Orai e Vigiai, em dobro… Em triplo!

É provável, contudo, que a maior parte das pessoas não perceba todo esse perigo. Entretanto, os médiuns percebem, com facilidade.

As próximas três quaresmas serão intensamente mais fortes que as anteriores. São os momentos finais, agônicos, de uma sociedade, encarnada e desencarnada, prestes a se renovar ou se atrasar, conforme as escolhas feitas.

***

Muitas casas de Umbanda fecham as portas, com receio das perturbações que essas entidades causam. Entretanto, a recomendação é justamente inversa. Este é um período de intenso trabalho, de redobrada caridade e auxílio aos encarnados e desencarnados. Nenhuma casa deve fechar as portas.

Vamos todos concentrar nossos esforços no bem, na caridade, no amor ao próximo. Refugiarmos na oração e na vigília constante de nossos pensamentos e atos e nada teremos a temer.

A.D.






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