Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

10/04/2016

A Umbanda Não Tem Nação

A Umbanda Não Tem Nação


Esta afirmação pode parecer estranha, mas vou explicar. Dentro da realidade que vivo na Umbanda, recebo muitas vezes a pergunta: qual a nação do seu terreiro/casa/templo/Ilê/etc.?
E eu respondo sempre: portuguesa.

Pois foi aqui, em Portugal, que ele nasceu.

Claro que eu entendo a pergunta.
Respondo assim para ver qual a reação das pessoas e para depois poder explicar.

E, normalmente, a reação não é nem um pouco favorável.

É do gênero: “Você deve estar a brincar!”, “Estou vendo que você não entende nada de Umbanda!” E por aí fora. Não é segredo para ninguém que a Umbanda é de nacionalidade brasileira, como também não o é que o espiritismo é francês, a igreja apostólica é italiana, ou melhor, romana, o budismo indiano, etc. Mas o que eu explico é que a Umbanda não é culto de nação, por isso ela não tem nação. Claro que tem, respondem-me uns até um tanto ofendidos. E eu volto a dizer que não. E isso não quer dizer que tenho algo contra o culto de nação, pelo contrário, respeito-os muito. O que eu quero é apenas esclarecer um pouco da confusão existente.

A Umbanda pode ter, e tem, influências de vários cultos de raízes afros, mas não tem e não é culto de nação. Esta confusão é bastante comum, e eu entendo bem isso, mas quando eu pergunto:

-Você sabe quem fundou a Umbanda?

-Você conhece a sua história?

A resposta é sempre afirmativa.

Então eu pergunto:
-E qual é, ou era a nação de Pai Zélio de Morais? Ou da Tenda N. S. da Piedade?

A resposta é um silêncio.

É um silêncio, porque não tem!

Umbanda é Umbanda, culto de nação é culto de nação e ponto.

Um Terreiro de Umbanda pode ou não ter uma ação mais africanista do que outro e isso não quer dizer que estão escurecendo ou branqueando a Umbanda. Estão-se utilizando de métodos, de outras influências que, dentro do cosmos universalista da Umbanda, se adaptam e até se encaixam. Porém, se a Umbanda recebeu influências de cultos afros, ela também recebeu de cultos europeus e americanos.

Essas influências não podem ser consideradas como uma qualificação do culto, porque senão teríamos Umbanda de Angola, Umbanda de Kêto, Umbanda de Gêge, Umbanda da França, da Itália, do Brasil, de Portugal, indígena, etc.

A Umbanda tem uma nacionalidade, brasileira, porque nasceu ou foi fundada em solo brasileiro, mas tal como outras religiões e filosofias, popularizou-se, difundiu-se, espalhou-se e hoje está no mundo, é universal e, como tal, adapta-se ao meio e condições onde se manifesta, sem profanar ou distorcer as suas raízes.

Assim, afirmo e repito: a nação do meu terreiro é portuguesa, porque nasceu aqui, em Portugal, tal como existem terreiros franceses, americanos, suíços, brasileiros, etc. E continuo afirmando, sem a intenção de querer ofender ninguém, mas esclarecer e desabafar: a Umbanda não tem Nação! Da mesma maneira que não tem linha ou cor.

Porque é que eu digo isto?

Porque as pessoas me perguntam: a sua Umbanda é de linha branca?

Tal como a pergunta da nação, eu entendo o que querem dizer. Estão perguntando se a minha Umbanda só faz o bem. A Umbanda não pratica nem pode praticar o mal, senão deixa de ser Umbanda para ser outra coisa qualquer. A Umbanda está para nos auxiliar nas nossas aflições, está para nos ensinar, nos mostrar um caminho, nos fazer crescer, melhorar, nos conhecer. A Umbanda não é de linha branca, preta ou vermelha, a mais pesada de todas, segundo algumas pessoas! Bom, deve ser porque a cor vermelha está associada à Justiça e à Lei Maior e, quando ela cobra as nossas faltas, deve ser um bocado “pesado”.

A Umbanda tem sete linhas, tem sete luzes, tem cores; a Umbanda tem muito amor, muita paz, alegria, muita felicidade.

Por isso, volto a afirmar: a Umbanda não é de linha branca, preta, verde ou vermelha; a Umbanda não é de Angola, não é de Kêto, não é de Nagô, não é de Gêge.

A Umbanda é de todas as cores, de todas as raças, de todos os povos.

A Umbanda só é Umbanda quando está no coração, essa sim, a verdadeira nação umbandista.

Heldney Cals
Publicado originalmente no Jornal de Umbanda




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07/04/2016

Arquétipos e Orixás

Arquétipos e Orixás


Arquétipos, um estudo interminável - Por Jordan Godinho

É incontestável que muito falamos sobre os arquétipos dos Orixás na nossa personalidade, a relação entre nós seres humanos e imperfeitos com estes seres naturais é objeto de discussão dentro das religiões de matrizes africanas, mas também pela psicologia.

Jung por exemplo fez diversas pesquisas sobre o assunto e “em suas investigações científicas em torno da mente humana profunda, Jung se deparou constantemente com o fenômeno religioso que chegou a prender seu interesse de tal forma a ocupar um lugar central nos escritos do cientista, especialmente os dos últimos anos. Mantendo-se num plano rigorosamente científico, ele observou acurada e conscienciosamente toda espécie de manifestação daquilo que podemos chamar de fator religioso, tomado em sua amplidão universal, abrangendo, portanto, as representações religiosas tanto do homem primitivo bem como as formas diversas de religiões que se manifestaram nas fases mais avançadas da cultura humana ao longo dos séculos. Após essas investigações, Jung sentiu-se obrigado a reconhecer, “como conteúdos arquétipos da alma humana, as representações primordiais coletivas que estão na base das diversas formas de religião”. Mesmo sem nunca ter falado expressamente de Deus com o propósito de demonstrá-lo, Jung, nesse estudo, admite na estrutura profunda da mente humana uma potencial idade nata que impulsiona o ser humano a procurar a Deus e com ele se relacionar através da religião. A importância desse assunto, analisado pelo enfoque psicológico, adquire maior interesse por ser tratado por C. G. Jung, pioneiro insuperado nas pesquisas da Psicologia Profunda.”(1)

Por outro lado a Umbanda diz que “os arquétipos são representativos das questões sociais, como também em estruturas comunitárias alojadas em sociedades contemporâneas mais complexas. Eles também podem estar ligados a fases de nossas vidas, representado como estrutura familiar, comportamento individual de personalidade, ou ligados a profissões e ações sociais.”(2)

Para exemplificar poderíamos dizer que na fase da vida Oxum esta ligada a fertilidade, como também a jovem e bela mulher vaidosa, que Oxalá é o patriarca de uma família junto com Iemanjá sua matriarca, que Ogum apesar de guerreiro é dono de um temperamento duro e instável, e que Xangô esta ligado a questões jurídicas, e Oxossi aos negócios comerciais.(2)

Pierre Verger analisou pela ótica do Candomblé de uma forma social e abrangente:
“Com o passar do tempo à concepção sobre o que é orixá no Brasil tende a evoluir. Em se tratando de africanos escravizados no Novo Mundo, ou seus descendentes ai nascidos, sejam eles de sangue africanos, mulatos, ou de pele clara, não havia e não há problemas, pois o sangue africano que correm em suas veias, independente da proporção, justifica a dependência do orixá-ancestral.” (3)

Gisele Cossard observa que se examinarem os iniciados agrupando – os por orixás, nota-se que eles possuem, geralmente, traços em comuns, tanto no biotipo, como em características psicológicas. Os corpos parecem trazer mais ou menos profundamente, segundo o individuo, a marca das forças mentais e psicológicas que os anima.(3)

São pontos de vistas distintos cada um sobre uma visão diferente, mas que mostra a riqueza sobre este tema, inclusive traz a tona uma discussão que esta ligada a formação social, espiritual e religiosa, todos no entanto sabem da importância que tem dentro do inconsciente coletivo.

A FORMAÇÃO DO ARQUÉTIPO

Sem sombra de dúvidas a formação do arquétipo religioso, traz para nós um pouco mais da compreensão deste universo, para que possamos caminhar sobra à luz da formação e elevação espiritual.

Estima-se que um total de 3.600.000 escravos foram transportados da África para o Brasil entre os séculos XVI e XIX (Bastide, 1978: 35), fazendo do Brasil o segundo maior importador de escravos do novo mundo. Durante este período, a população negra escrava era maior que a dos brancos que legislavam. Os escravos vieram principalmente da Nigéria, Daomé (atual Benin), Angola, Congo e Moçambique. Apesar da instituição escravagista ter quebrado as famílias e espalhado grupos étnicos através do país, os escravos conseguiram manter alguns laços com sua herança étnica. Isso aconteceu devido ao fato, entre outros, dos portugueses usarem a política de dividir para governar, separando os escravos em diferentes nações. O termo nações se refere ao local geográfico de um grupo étnico e sua tradição cultural (por exemplo, os que falavam Yorubá da Nigéria eram os Nagô, Ketu, Ijejá, Egba etc.) A conseqüência inesperada dessa divisão foi que o conceito de nação desempenhou um papel importante para a manutenção de várias identidades étnicas africanas e para a transmissão cultural e as tradições religiosas.

Enquanto as religiões afro-brasileiras estavam concentradas no nordeste do Brasil, as correntes religiosas do sudeste tiveram uma importância decisiva na fundação da Umbanda, uma nova religião brasileira. Para a burguesia intelectual branca do sudeste, a França era o maior expoente das mais novas correntes culturais e espirituais. Assim, o Espiritismo de Allan Kardec, que foi praticado primeiro em Paris por volta de 1855 pelo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-69), rapidamente se espalhou no sudeste brasileiro. Essa nova forma de Espiritismo misturava filosofia, ciência e religião. As idéias de Kardec sobre a imortalidade da alma e a comunicação com os espíritos combinavam com o evolucionismo social, o positivismo de Conte, o magnetismo, conceitos Hindus de reencarnação e karma e os ensinamentos cristãos da caridade.

Além do Espiritismo Kardecista, a Umbanda tem um importante predecessor na Macumba. O termo Macumba se refere a várias misturas de afro-brasileiras com outras religiões que se originaram no sudeste brasileiro, especialmente no Rio de Janeiro. Macumba é também um termo depreciativo para baixo espiritismo. Acredita-se que a Macumba se originou no Rio de Janeiro e sua imediações, onde a população dos ex-escravos eram em grande escala do Congo, da Angola e de Moçambique, e foram agrupados de acordo com as nações.

A Umbanda é freqüentemente vista como a maior síntese entre as tradições religiosas Afro-brasileiras e Ameríndias, o Espiritismo Kardecista e o Catolicismo. Por seu sincretismo e caráter eclético, a Umbanda tem sido percebida como uma religião que reúne os vários grupos étnicos brasileiros, sua cultura e tradições religiosas, e assim reflete a miscigenação que compõe a sociedade brasileira. A Umbanda é vista como uma tentativa de formular uma religião nacional, de criar uma religião democrática que seria capaz de unir os vários grupos étnicos e classes sociais.(4)

Assim temos os arquétipos dentro das matrizes afro-brasileira, mas que não termina aqui neste texto, mas traz aqui uma abertura para aprofundarmos mais sobre este tema que tratamos de maneira às vezes inconsequente, mas que requer desdobramento, o que importa realmente é sabermos que quando falamos de arquétipos não estamos falando simplesmente de qualidades de orixá com relação ao individuo, temos que buscar os pilares que sustentam dentro da religião esses arquétipos.

Fonte de Pesquisa:
(1) CG Jung – Psicologia e Religião
(2) Natura Mística
(3) Orixás – Pierre Verger





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31/03/2016

A Magia na Umbanda

A Magia na Umbanda


Magia nada mais é do que a manipulação de elementos e da energia neles contida. Como numa experiência alquímica, manipula-se esses elementos a fim de atingir um objetivo determinado, e não há nada de sobrenatural nisso. Sobrenatural seria aquilo impossível de se alcançar, já a manipulação mágica, sendo possível, é algo perfeitamente natural – o diferencial é que foge à compreensão convencional, o que a coloca à margem dos demais conhecimentos.

A arte da magia se faz presente em todas as civilizações conhecidas, desde as mesopotâmicas até as ameríndias, cada qual adaptando rituais e métodos de acordo com sua crença e cultura. Assim, a magia tem atravessado séculos, resistindo à perseguições e tentativas de minimizá-la ou então de classificá-la, de forma preconceituosa, como crendice popular. Mas na realidade, a crença na magia ultrapassa os limites das barreiras sociais e até culturais. Ao recorrer a simpatias, benzimentos, determinadas rezas, nada mais se está fazendo do que apelando para a magia.

Assim, é possível afirmar que a Umbanda é a síntese da magia, pois agrega elementos dos mais diversos povos: europeus, africanos e ameríndios – isso sem contar as correntes que tentam inserir novos elementos à sua liturgia. Então, a Umbanda é magística por excelência.

Entretanto, é sempre bom tomar o cuidado para não se deixar iludir e cair naquela crença infantil de que a magia é a solução para tudo. A Inteligência Universal certamente atua sobre o destino de cada um, só permitindo que aconteça aquilo que for de seu merecimento ou necessário ao seu aprimoramento espiritual. A função da magia, nesse caso, é fornecer “meios” para que os trabalhadores do Universo (que alguns chamam de anjos, outros de mentores, outros, simplesmente de “guias”) possam trabalhar e auxiliar os homens naquilo que necessitam.
 
Existem aqueles que, deslumbrados com aquilo que acreditam ser possível conseguir com a magia, ou ainda, desconhecendo as Leis que regem o Universo, passam a acreditar que tudo podem conseguir usando essa ferramenta, buscando atingir seus objetivos, não importando os meios. Tentam – e acreditam conseguir – burlar as Leis mais primordiais que existem. Muitas vezes conquistam um sucesso efêmero, o que os deixa ainda mais iludidos, já que não possuem a compreensão das dívidas que contraem ao tentar (em vão) ludibriar os olhos do Astral, que nada deixam de ver.
 
O uso da magia deve ser responsável. As Leis de Umbanda são severas, usar seus meios requer responsabilidade e maturidade e infelizmente não são todos que estão preparados para isso. Aceitar a magia que a vida realiza naturalmente, dia a dia, é um grande sinal de resignação e sabedoria, pois quem assim o faz, respeita aquilo que preparou para si, já que tudo é fruto do merecimento.


Manipular energias e elementos com responsabilidade é um trabalho nobre, mas é para poucos, pois são poucos os que sabem fazer isso sem interferir nas Leis do Universo, que é é justo, como justa é a Umbanda, que caminha sempre à trilha das Leis de Deus.

Fonte: Umbanda em Debate






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28/03/2016

A Doutrina de Umbanda

A Doutrina de Umbanda


Umbanda é uma religião monoteísta. Seu principal objetivo é despertar a consciência religiosa dos seus fiéis, proporcionando o religamento ao Criador Deus, Olorum, ou ao Sagrado, que é o verdadeiro sentido de todas as religiões. A sua Doutrina é de Amor e Caridade.

Uma das características da religião é a simplicidade, a Umbanda não alimenta vaidades nem ostentações de quaisquer espécies, principalmente entre médiuns e dirigentes. Outra característica da religião é a liberdade de escolha, sempre com respeito ao amadurecimento individual e ao livre arbítrio. A Umbanda não é proselitista.

A Umbanda incentiva o cultivo da autoestima e promove o autoconhecimento do ser humano como ser agente ativo da sua própria vida, capaz de melhorá-la sempre que desejar, e para isto a Umbanda o ampara e o estimula, fornecendo meios para alcançar os seus objetivos. É preciso saber que a Umbanda ajuda a quem quer ser ajudado e a quem se propõe em ajudar-se a si próprio.

O médium de Umbanda é preparado para o trabalho assistencial se utilizando dos meios energéticos da natureza a fim de estar em constante processo de limpeza e fortalecimento dos seus chakras. Porém, o imprescindível para o fortalecimento do médium umbandista é manter uma vida regrada, é ser humilde e ao mesmo tempo perseverante em vencer os seus próprios desafios, com respeito às Leis Divinas e às leis dos homens.

Os princípios básicos da Umbanda são:

A crença em um único Deus, Olorum, crença nos Orixás que são vibrações energéticas de Olorum em toda a natureza, a fim de proporcionar o equilíbrio e a harmonia do planeta e seus habitantes. É religião naturista, considera a natureza o seu altar natural e o seu campo de ação sagrado.

Como religião espiritualista, considera o espírito além do corpo físico, o mundo espiritual e a reencarnação. A Umbanda acolhe a todos os espíritos, encarnados e desencarnados, que tenham o desejo de ascensão espiritual.

Os Orixás como potências energéticas não participam do mediunismo de Terreiro, é impossível incorporar a vibração do mar e das matas, por exemplo. O que os médiuns incorporam no Terreiro são os Falangeiros dos Orixás, espíritos evoluídos que vêm trazer o axé dos Orixás que representam.

O triângulo espiritual constituído pelos Caboclos, Pretos Velhos e Crianças forma a Linha de Trabalho da Umbanda. As demais entidades, todas elas detentoras de luz e saber, formam as Linhas Auxiliares de Trabalho da Umbanda; todos são espíritos em evolução.

A Umbanda lida diretamente com as energias sutis dos seus Orixás e Guias, como também com energias deletérias oriundas de espíritos trevosos, proporcionando a estes o encaminhamento a esferas iluminadas e libertando quem a eles estavam ligados em processos obsessivos.

A Umbanda é religião magística, utiliza-se de elementos materiais para fins espirituais, como as ervas constituídas de folhas, flores e frutos, uso das velas, da água, dos cristais e demais elementos que, impulsionados pela força do pensamento e aliados à força espiritual, direcionam seus princípios energéticos em benefício do fiel.

É regida por leis universais, como a Lei do Merecimento e a Lei de Causa e Efeito, dessa forma, incute nas consciências a necessidade de fazer por merecer as graças pretendidas, através da reforma íntima, burilando constantemente as suas ações, que devem ser pautadas na luz dos ensinamentos do Cristo Jesus.

A religião de Umbanda não pratica a imolação de animais; não promove trabalhos de baixa magia objetivando o mal; não suja a natureza e vias públicas; não cobra pelos seus trabalhos e por nenhuma de suas atividades; não alimenta vícios de nenhuma espécie e não faz apologia à vaidade nem à ostentação.

É na simplicidade e na discrição, no sentimento de fraternidade, no respeito ao seu próximo e à natureza, na prática da caridade incondicional, que se fundamenta a Umbanda.

Do livro "Umbanda Luz e Caridade - Ednay Melo"



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27/03/2016

Símbolos na Umbanda

Símbolos na Umbanda
Não é raro as pessoas me perguntarem o que significam determinados símbolos e riscos e acredito que esse deva ser um assunto que traz duvida ou mesmo curiosidade a muitas pessoas. Como os símbolos fazem parte da nossa Umbanda e de nossos trabalhos, trago hoje para vocês o significado de alguns deles. Saibam que este assunto, além de belo e interessante, é muito vasto e vai além do que está colocado neste artigo. Espero que vocês não parem por aqui e que esse aprendizado sirva como início de muito estudo e conhecimento. Aproveitem!!

CÍRCULO representa o espírito puro, simboliza o Criador, a consciência humana reconhecendo a eternidade, o Universo e a perfeição. É um símbolo universal de unidade, totalidade e infinito. 

PONTO representa o ser Supremo, a energia concentrada. 

CRUZ é o símbolo que representa a fé e a submissão ao Sagrado.

LINHA HORIZONTAL representa o corpo, a matéria – é o lado mundano 

LINHA VERTICAL representa a alma em busca do retorno ao Criador – é o lado Divino. 

LINHAS SINUOSAS representam a vibração do mar, a regeneração e os mistérios da vida.

QUADRADO representa os quatro elementos: terra, fogo, água e ar.

TRIÂNGULO representa a força Divina, a trindade Pai, Filho e Espírito Santo ou Olorum, Oxalá e Ifá.

ARCO e FLECHA é a força espiritual, energia e potência.

ESPADA representa a alma em busca do Criador, a luta do trabalho, o guerreiro.

CORAÇÃO representa almas em posições equilibradas, o amor e a doçura.

ESTRELAS são o símbolo da verdade, do espírito e da esperança. 

ESTRELA DE QUATRO PONTAS se assemelha a uma cruz e nos remete ao nascimento de Jesus e, principalmente, a finalidade da sua vinda: o amor incondicional. 

ESTRELA DE CINCO PONTAS ou Pentagrama é um símbolo poderoso de proteção e equilíbrio. Cada uma de suas pontas representa um dos quatro elementos manifestados – Fogo, Ar, Água e Terra – mais o elemento unificador: o Espírito.

Hexagrama ou ESTRELA DE SEIS PONTAS é formada por dois triângulos e representa todas as Forças do Espaço em equilíbrio. É um símbolo potente que retrata o macrocosmo – Deus, o Universo ou Energias mais altas – em equilíbrio com o microcosmo – a raça humana, a Terra ou Energias Evidentes. 

ESTRELA DE SETE PONTAS ou Septagrama é um símbolo de integração e tão mística quanto o número de suas pontas. Representa a inteligência oculta, é associado aos sete planetas da astrologia clássica e a outros sistemas do Sete, tal como os chacras do Hinduísmo. 

ESTRELA BRANCA representa a luz dos espíritos.

ESTRELA GUIA (com cauda) é o símbolo da capacidade de acompanhamento.

Mônica Caraccio






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20/03/2016

Mensagem de Pai Tomé

Mensagem de Pai Tomé


MENSAGEM DE PAI TOMÉ SOBRE O MOMENTO ATUAL DO BRASIL

Diante do caos político em que se encontra esta Nação, trago humildemente uma mensagem aos filhos de fé.

Esta onda de ódio e de discórdia que assola o País é obra de mentes invigilantes e endurecidas na prática obscura do mal.

Esta situação de caos é obra do homem, que Deus Nosso Senhor permitiu como forma de testar o amadurecimento evolutivo de cada um. Testar a capacidade de discernimento e lucidez para distinguir o Bem do mal, o certo do errado, o justo do injusto.

A oportunidade de mudanças internas e externas está lançada, o livre arbítrio é respeitado em todas as circunstâncias, devendo-se assumir as suas consequências sem eximir-se de suas responsabilidades, tão pouco acusando ao seu próximo pelas possíveis vicissitudes que venha a sofrer. 

A responsabilidade é de cada um e de todos e para que a paz se estabeleça é necessário extinguir o ódio, o egoísmo, a inveja, a ganância e a deslealdade, que turvam o pensamento e precipitam ações insensatas.

Em nome do meu povo em Aruanda peço aos filhos desta Nação que, diante de vossas convicções, respeitem e amem o vosso semelhante, assim como Nosso Senhor Jesus Cristo respeitou e amou até os que O crucificaram. Somente com respeito e amor é que a Pátria do Evangelho, vossa terra, vosso chão, continuará firme em seus propósitos redentores. 

Pai Tomé de Angola - Médium Ednay Melo (Mensagem proferida em Gira pública na Tenda de Umbanda Luz e Caridade, no dia 19-03-2016)






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15/03/2016

O Perigo da Imaturidade Mediúnica - Fascinação

O perigo da imaturidade mediúnica


“É comum o filho ainda iniciante na Umbanda, na espiritualidade, que ele confunda seus pensamentos, suas ideias e sua imaginação com uma comunicação espiritual. Isso se deve a imaturidade mediúnica em conjunto com uma grande pressa de se desenvolver. Ele começa a “escutar”, “ver” suas entidades muito antes delas se apresentarem e ele as senti-las de fato. Os Guias de Umbanda são Guias de Lei e não se manifestam a qualquer hora e muito menos em qualquer lugar sem um propósito realmente aceitável. É preciso ter atenção nesse tipo de comportamento por parte dos filhos da casa.”
Pai António


Como é difícil separar a mente, a imaginação de uma comunicação espiritual real. Eu mesmo levei anos para perceber essa diferença, e mesmo assim, foram os Guias da casa que frequentava na época que me ensinaram e confirmaram a diferença.

A inspiração, a intuição, o instinto e a imaginação são coisas diferentes.

Muitas vezes o iniciante na Umbanda, motivado pelo entusiasmo de querer logo incorporar, de ver, de escutar, de se comunicar com seus Guias, ou até mesmo atender a consulência, esquece-se de um ensinamento básico: “a presa é inimiga da perfeição.” E em vez de seguir a diretiva básica, estabelecida pela grande maioria dos Templos de Umbanda de não incorporar fora do seu terreiro, procura a seu modo buscar os meios de o fazê-lo.

Essa diretiva, ao contrário do que muitos pensam, não é uma forma de controle, mas sim um cuidado, uma responsabilidade do dirigente que lhe recomenda em outras palavras: “não force o seu desenvolvimento, não se apresse, tudo tem hora e lugar.”

Mas infelizmente é comum que de vez enquanto apareça um iniciante apressado e começa a forçar a comunicação, ou a incorporação dos seus Guias em sua casa e a qualquer hora, isso não quando em qualquer lugar.

Sua pressa, sua imaturidade, sua inexperiência, a sua falta de firmeza e de preparo adequado fazem com que se torne um alvo fácil de espíritos embusteiros que se divertem com a credulidade quase que infantil do médium, isso quando não são outros os interesses por de trás das ações.

Os espíritos Guias têm suas ocupações e não estão ao nosso lado como babás, governando nossos hábitos, atos e ações. Eles só se aproximam de nós e nos inspiram quando realmente se faz necessário.

Por isso é necessário o médium ter atenção quando essas comunicações começam a ocorrer fora de hora e de local adequado; assim como ao teor das comunicações, caso contrário o médium corre o risco de ficar fascinado[1].

A fascinação é um tipo de obsessão, vou até dizer que de certa forma é até natural e que todos nós estamos passíveis à ela. Normalmente esse processo faz com que o médium creia que tudo que ele faz, pensa, idealiza, imagina ou até mesmo escuta é inspirado por seus Guias é o mais certo ou o melhor. Gerando assim um grande obstáculo para o seu desenvolvimento e um possível desequilíbrio para o grupo.

Lembre-se que esse tipo de ação se sustenta por uma linha de afinidade, e é um aviso de que é algo está mal na consciência, no emocional, na crença do médium. O grande problema é que normalmente esse médium não está receptivo a nenhum tipo de ação que esteja contrária a sua crença e aos seus pensamentos.

Assim fica um aviso: dificilmente encontramos um Guia de Umbanda que determine o que você deve ou não fazer. Normalmente, eles o aconselham, mas não decidem por nós.

Muito cuidado quando você começa a “escutar” demais seus Guias. Não que eles não possam estar ao seu lado e lhe inspirarem, até podem, mas tenha atenção do que valeu de fato a comunicação.

Se o conselho foi realmente útil, ou serviu apenas para matar a sua curiosidade? Se serviu apenas para confirmar suas ideias, porque era isso que você realmente que queria escutar. Se serviu só para leva-lo a ficar orgulhoso, vaidoso com sua capacidade? Ou serviu apenas para inspira-lhe falsos saberes, desconfianças e até mesmo conflitos.
Estas são algumas ações bastante comuns nesse tipo de comunicação.

Esteja atento, pois não são apenas os médiuns iniciantes que são alvos desses espíritos embusteiros, mas também médiuns e dirigentes mais experientes, que se comprazem quando em momentos de desatenção envolvem suas vítimas com seus falsos poderes, saberes e ideias, muitas vezes fazendo-se passar por Guias de Lei.

Paz e Luz

Heldney Cals
[1] Fascinação é uma ilusão produzida pela ação direta de um espirito negativado sobre o pensamento de um médium e que de, de certa forma “paralisa” o seu raciocínio e acaba por manipular os seus pensamentos, sentimentos e emoções.

O médium fascinado não acredita que está a ser enganado, pois o espirito fascinador possui a arte de lhe inspirar total confiança. Com isso impede o médium de ver o embuste a qual foi envolvido e de compreender o absurdo do que muitas vezes fala ou escreve, por mais que esses absurdos saltem à vista de todos. Nessa ilusão o espirito pode levar o médium alvo de seu propósito nefasto a aceitar doutrinas e teorias falsas e até mesmo estranhas ao senso comum como se fossem a única expressão da verdade. Isso quando não fazem o médium sentir-se deslocado do corpo mediúnico, onde antes ele se sentia tão bem; a achar-se merecedor de atenção especial; a achar-se melhor que os outros; de se ver como um missionário; como alvo constante de magias; etc.

Fonte: Lendas de Aruanda



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