Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

04/02/2016

Livro no Mundo dos Espíritos - Leal de Souza

Livro no Mundo dos Espíritos - Leal de Souza
Eis o primeiro livro de Umbanda:

NO MUNDO DOS ESPÍRITOS
Autor: Leal de Souza - 1925

O Terreiro da Macumba

Uma luz numa arvore. – Dando agua ao bóde preto.

Tomo no terreiro! Pro baixo, a terra nossa. Pro cima, o grande véo ! Lá, no lado, nossa mão, a Santa Lua ! bradava, entre os seus adeptos, “Pae Quintino”.

E no terreiro, cercado de arvores, entre os blocos de pedra, sob o céo estrellado, a macumba, na vespera do dia de S. Jorge, iniciava , com um ensaio ruidoso, a festa de Ogun. Alinhados, entre os “filhos” de “Pae Quintino”, no circulo de homens e mulheres que o rodeavam, appareciam, estranhos áquelle meio, junto ao escriptor Nobrega da Cunha, o poeta Murillo Araujo, o desenhista Cornelio Penna e o joven catharinense Bello Wildner.

A ‘ claridade tremula de algumas velas, entre os ruflos de dous tambores e de um pandeiro, sob palmas cadenciadas, ao som monotono de um canto barbaresco, tres rapariga, – olhos dilatados, em fixidez sem alvo, aos pulos, inconscientes, com o busto tombando para a frente, para os lados, em movimentos bruscos, desconnexos, sacudidos.

Puzeram, entre as dansarinas em transe, uma negrita alta e magra, de tenra edade, com um chapéo masculino, de palha, sobre a gaforinha.

Chamaram um rapaz escuro, de renome entre os ultimos capoeiras cariocas, e, pondo-lhe, amoroso, o braço ao pescoço, “Pae Quintino” arrastou-o ao centro do terreiro, e mudou a letra do canto, substituido, assim,por um côro mais plangente e mais amplo. O capoeira, em poucos minutos cambaleou e, dansando, caia sobre os adeptos, atirava-se de cabeça, sobre as pedras, sendo, então, amparado e detido pelos circumstantes.

Uma das dansarinas rojou-se de bruços, na poeira, com os cabellos desgrenhados, mas, reerguida, continuou em seus volteios bizarros:

– Viva Ogun !

– Viva o general de Umbanda !

– Viva a espada do nosso general !

– Viva o cavallo do nosso general !

Repetiu a macumba estes brados do macumbeiro, e uma creoula sympathica de farfalhante vestido branco, apresentou, com respeito, a “Pae Quintino”, um comprido sabre Comblain. Passando-o a um de seus auxiliares, ordenou o chefe que se collocase o sabre nas mãos do rapaz em crise reputada mediumnica.

Levantando acima da cabeça o braço que empunhava a arma, o capoeira saiu a voltear, em pulos, em saltos, em pinotes, ao recrudescer dos ruflos dos tambores e do pandeiro. De promto, jogou o sabre ao chão e deitou-se de bruços, na terra. Traçou-lhe, então, sobre as costas, “Pae Quintino”, uma cruz aerea, e, fazendo-o levantar-se, repoz-lhe o sabre na mão.

O rapaz, de novo armado, estendeu a mão esquerda à extremidade da lamina, e collocou à maneira de uma canga, sobre o pescoço, a folha cortante de ferro, dando guinchosagudos, estridulos, reiterados. Alçou, de subito, o sabre, para assental-o sobre a testa, pela empunhadura, onde se enlaçaram os seus dez dedos. Um canto vibrante de estimulo e desafio irrompeu, alto, no terreiro.

Agitada em cadencia de dansa, desprendendo-se da frente de seu portador, a arma riscou um traço no pó, e, fincada na terra, ficou a tremer, emquanto, de joelhos aos pés de “Pae Quintino” , as mãos postas, o capoeira gemia, de modo lancinante, parecendo chorar.

Levantou-se “Pae Quintino”, e, com uma vela, descreveu-lhe um circulo luminoso ao redor do craneo, ao tempo em que fazia vibrar uma campainha. Recobrando-se esse

medium, a moça que trouxera o sabre, dobrou os joelho e alçou, em offerenda, uma tijella cheia dagua, com algumas pedras e duas velas accessas.

Um das dansarinas em transe, toou a tijella e, pondo-a sobre a cabeça, encruzou as mãos sobre as costas, começou a dansar, em movimentos de crescente rapidez. Dando signal para um canto de louvor à Mãe dagua”, “Pae Quintino” entrou, enthusiasmado, na dansa, gyrando em torno do sabre fincado no solo.

Com os cabellos engordurados pelo derretimento das velas, a rapariga parou, perguntando:

– Meu Pae, posso começar o serviço?

– Espera, minha fia, quero conversá, comtigo. Segunda, terça, quarta-feira, quarta-feira de trevas, quarta-feira de endoenças. Quando a Virge via Nossa Senhora na Paixão, dos seus olhos caia uma lagrima na terra, e toda a terra tremia. Tremam assim, meus fios, os nossos inimigos, e fique elles tudo, já, debaixo da planta do meu pé esquerdo. Já, disse, e bateu, no solo, com o pé esquerdo.

A rapariga, então, molhando as mãos na agua da tijella que tinha de boa edade, de bigode louro – não guardara a compostura conveniente, “Pae Quintino” applicou-lhe às palmas das mãos com uma palmatoria, dous fortissimos bolos.

Mudara o motivo do côro. Falava-se, agora, num tronco da floresta, tronco que estava ali, e tinha raizes na Costa da Africa. “Pae Quintino”, enconstando-se a uma grande arvore como se se offertasse para ser amarrado, pediu:

– Quem me dá uma luz ?

Levou-lh’a um dos seus adeptos, mas, surprehendendo-o, o velho macumbeiro, com agilidade de moço, suspendeu-se a um galho, passou para o outro, attingindo aos ramos mais altos. Lá, prendendo a vela entre as folhas, gritou:

– Viva o Céo ! Viva a Terra !

Ardia, na altura, a vela clareando as frondes, e, sem que o vissemos descer, “Pae Quintino” appareceu estirado no chão do terreiro, a gritar:

– Viva a Terra ! Viva o Céo !

Revirou-se em algumas cambalhotas, e, correndo por entre as arvores, annunciava:

– Eu vou me embora !

Reapparecendo no terreiro, perguntou, aos gritos:

– Quem me tirou a minha chave ? Quero abri a minha prota ! Meus fio, a minha chave?

– Eu dô a sua chave ! respondeu-çhe um de seus sobrinhos, e mergulhou na sombra das ramagens, correndo.

Quando voltou, trazia, apertada contra o peito, uma tijella, com agua e folhas verdes, e arrastava, pelos chifres, um bode preto. “Pae Quintino” agarrou a tijela, e na bocca do bicho, que o pulso de seu sobrinho abriu, derramou a metade da agua, e bebeu elle proprio a restante.

Já o novo dia raiava, annunciando em longes de aurora. Começaram a dansar um samba, duas a duas, seis mulheres. Soaram, a cadenciar-lhe o sapateio, instrumentos de cordas. Era o fim do início da festa de Ogum!

(O texto e imagem foram retiradas do Blog Registro de Umbanda, postado por Pedro Kritski, acessado em 10/01/2011 as 11:13, o mesmo foi digitado na integra, ou seja, com fidelidade ao que está no livro).





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03/02/2016

A Hierarquia Dentro do Terreiro

A hierarquia dentro do terreiro


Toda religião tem uma estrutura hierárquica bem definida, assim podendo melhor estruturar a organização, tanto social, quanto religiosa dentro do templo religioso. Algumas religiões seguem a teocracia, como o Catolicismo. O Papa é o sumo-pontífice, representante maior da Igreja, assim abaixo dele contam-se cardeais, bispos, padres e diáconos. Lembra muito uma estrutura parlamentarista, com votação indireta onde o colegiado de cardeais, escolhem o próximo Sumo-Pontífice. Inclusive o futuro escolhido, participa da votação. Esse quando está na liderança da Igreja Romana, pode indicar novos cardeais. O Papa permanece no poder até renunciar ou morrer.

A estrutura da doutrina espírita já é um pouco diferente, parece mais com uma república democrática. Os participantes e trabalhadores acabam votando em uma nova diretoria que deve ser renovada a cada período. Tem uma estrutura burocrática composta de Presidente, Vice-Presidente, Tesoureiros, Secretários e Diretores. Por um período de 2, 3 ou 4 anos, a comissão que foi votada irá determinar os andamentos tanto da Casa Espírita quando dos trabalhos sociais.

Já no terreiro a estrutura é mais próxima a uma monarquia, onde se tem a figura do Pai ou Mãe de Santo, que acaba sendo sempre o líder até o seu desencarne. Seus sucessores são escolhidos dentro do que a espiritualidade determina e a eles é dado o nome de pais ou mãe pequenos. Em algumas denominações é possível usar outros nomes, tais como: Capitães, Zeladores, Adjuntos, Braço-Direito, etc…

A hierarquia serve para estruturar o trabalho, logo é o Dirigente espiritual (pai de santo/mãe de santo) quem irá dar abertura aos trabalhos espirituais, evocando os Orixás e dando passividade para manifestação do guia-chefe do terreiro. Logo depois os demais médiuns tem a anuência de permitirem a incorporação. Na finalização do trabalho, ocorre da mesma forma, ou seja, todos os médiuns desincorporam e apenas o guia-chefe do dirigente espiritual permanece para dar a última palavra e, então vai embora.

Logo, permanecer em terra, salvo raras exceções (como no caso dos guias dos pais e mães pequenos) é uma tremenda falta de respeito pela hierarquia do terreiro. As entidades sabem disso, logo não vão descumprir a lei da casa. Então, se alguma entidade ficou em terra, sem a outorga do chefe da casa, pode ter certeza que é o médium em um processo de desequilíbrio.

Os pais pequenos não são melhores que os demais, eles apenas estão a frente do trabalho na falta do dirigente. Também são eles que respondem durante as giras de desenvolvimento, para facilitar o trabalho dos dirigentes. Acabam ajudando nas reuniões de estudo e também são os contatos mais fáceis com os trabalhadores, servem de ponte entre o chefe da casa e o corpo mediúnico. Com isso, claro, implica-se ter muito mais responsabilidades e deveres. Quem acha que um cargo desse é dado para simples promoção pessoal, está completamente enganado a respeito das atribuições do mesmo. Os pais pequenos são os que vão levar bronca do Dirigente Espiritual e receberão as críticas e reclamações do corpo mediúnico.

Esses pais e mães pequenos podem estar sendo preparados tanto para tocar o terreiro na falta em definitivo dos dirigentes – caso eles desencarnem e nenhum outro dirigente seja indicado – ou também, sendo conduzidos a abertura de suas próprias casas. Assim nasce mais um terreiro com a mesma filosofia ou pelo menos muito próxima do terreiro matriz, propagando a palavra de fé, amor e caridade da religião umbandista.

A Umbanda é bem formatada hierarquicamente até mesmo no plano astral, onde as linhas se dividem em falanges e sub-falanges. Todos os termos são de cunho militar. Não é raro ouvir dizer que um espírito-guia é mais um Soldado de Umbanda, assim como seus “cavalos”. Os espíritos não se promulgam grandes sabedores e entidades poderosas. Digamos que um médium receba um Caboclo Pedra Roxa, que é extremamente mais evoluído – para o leigo mais poderoso – do que o caboclo do pai de santo que é um Flecha Dourada. Mesmo assim, o caboclo Pedra Roxa irá se ajoelhar perante o Flecha Dourada e prestar reverência, assim como seguir o que esse caboclo diz, pois ele é o CHEFE dessa casa.

O que ocorre é que falta muita humildade para os trabalhadores de Umbanda. Isto faz com que eles sucumbam a suas vaidades e desperdicem tempo manifestando péssimas manias e ações, ao invés de praticar a caridade espiritual.

Acho – e aqui ressalto o ACHO – que devemos permitir sempre que o guia faça o trabalho do jeito dele, sem afetações ou carências. Deixando o personalismo de lado, podemos aprender muito e servir humildemente aos nossos amados guias e mentores espirituais. Pense nisso!

Douglas Rainho




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28/01/2016

Erva Peregum


Erva Peregum

Peregum - Dracena – Dracaena fragrans

Nome Científico: Dracaena fragrans
Sinonímia: Aletris fragrans, Aloe fragrantissima, Cordyline fragrans, Dracaena deremensis, Pleomele fragrans, Draco fragrans, Dracaena albanensis, Dracaena aureolus, Dracaena broomfieldii, Dracaena butayei, Dracaena deisteliana, Dracaena janssensii, Dracaena latifolia, Dracaena lindenii, Dracaena massangeana, Dracaena smithii, Dracaena steudneri, Dracaena ugandensis, Sansevieria fragrans, Pleomele deremensis, Pleomele smithii, Pleomele ugandensis

Nomes Populares: Dracena, Dragoeiro, Pau-d'água, Coqueiro-de-vênus, Dracena-deremenis, Cana-agna, Cana-índia, Tronco-do-brasil, Pau-do-brasil, Peregum

Família: Asparagaceae

Categoria: Arbustos, Arbustos Tropicais, Folhagens

Clima: Equatorial, Mediterrâneo, Oceânico, Subtropical,Temperado, Tropical

Origem: Angola, Costa do Marfim, Moçambique, Sudão,Tanzânia, Zâmbia

Altura: 0.6 a 0.9 metros, 0.9 a 1.2 metros, 1.2 a 1.8 metros,1.8 a 2.4 metros, 2.4 a 3.0 metros, 3.0 a 3.6 metros, 3.6 a 4.7 metros, 4.7 a 6.0 metros, 6.0 a 9.0 metros

Luminosidade: Luz Difusa, Meia Sombra, Sol Pleno

Ciclo de Vida: Perene

É conhecida em algumas regiões do Brasil pelo nome de nativo ou peregum e muito utilizada em água sagrada pela cultura afro-brasileira.

A dracena é uma planta arbustiva, de folhagem decorativa e amplamente cultivada em diversas partes do mundo por seu forte apelo tropical e rusticidade em ambientes internos. É uma planta de florescência espécie que é nativa em toda a África tropical, do Sudão do Sul para Moçambique , para o oeste para a Costa do Marfim e no sudoeste de Angola, que cresce em regiões de montanha em 600-2,250 1,970-7,380 m (pés) altitude.

Nas plantas jovens seu tronco geralmente é simples, mas se tiver a brotação apical danificada, ele rapidamente desenvolve novos ramos. As ramificações aumentam após cada floração. Se cultivado no solo, ele pode crescer até 15 metros de altura e atingir 30 cm de diâmetro. As folhas são grandes, brilhantes, lanceoladas e, de acordo com o cultivo, podem ser largas ou estreitas, de cores lisas ou variegadas com listras longitudinais, de margens lisas ou onduladas, com diferentes tonalidades de verde. Elas surgem em rosetas terminais, com formato que muitas vezes lembra um pompom: as folhas jovens são eretas e centrais e as folhas maiores são recurvadas. Suas inflorescências são do tipo panícula, globosas, e de cor branca a rosada, com intenso perfume adocicado. As flores são bastante atrativas para abelhas e beija-flores. Os frutos que se seguem são bagas lisas, alaranjadas a vermelhas, com várias sementes.

A dracena é bastante popular e versátil no paisagismo, podendo ser utilizada como arbusto isolado ou em grupos e renques, servindo assim como ponto focal ou compondo maciços, cercas vivas e conjuntos com outras plantas. Em interiores ela é sucesso absoluto. Plantas envasadas e muitas vezes moldadas por podas de formação embelezam escritórios, halls, salas de estar, consultórios, varandas, etc. Destacam-se nesta função as cultivares compactas e de folhas coloridas, tais como ‘Compacta’, ‘Janet Craig’, ‘Lemon Lime’, ‘Sol’, etc. Ela apresenta baixíssima manutenção, podendo ser cultivada até pelos jardineiros mais esquecidos. A dracena também é considerara uma excelente espécie para despoluir ambientes. Estudo da NASA comprovoram que ela contribui para eliminar produtos como formaldeído, xileno e tolueno.

A planta é conhecida como " masale "e é uma planta sagrada para as pessoas Chagga de Tanzânia .

Deve ser cultivada sob sol pleno, meia sombra ou luz difusa, de acordo com a cultivar e o clima, mas sempre em solo fértil, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente. Aprecia o calor e a umidade ambientais, mas não tolera encharcamentos. Contudo, é possível cultivar um segmento do seu tronco em vasos com água por um bom tempo. Desta forma de cultivo, surgiu o nome pau-d’água. Folhas com as pontas secas são um sinal de que a umidade está muito baixa, aumente a frequência das regas, reduza o uso do ar condicionado e, se possível, pulverize as folhas com água. Fertilize quinzenalmente na primavera e verão. Não tolera geadas ou neves. Multiplica-se por alporquia e estaquia dos ramos.

Usos

O dragoeiro deve o seu nome à cor da seiva produzida pela D. draco e pela D. cinnabari, que depois de oxidada por exposição ao ar forma uma resina pastosa de cor vermelho vivo que foi comercializada na Europa com o nome do sangue-de-dragão ou drago. O sangue-de-dragão moderno, entretanto, é mais comumente feito a partir das palmas Daemonorops.

Algumas espécias como D. deremensis, D. fragrans, D. godseffiana, D. marginata, e D. sanderiana são muito usadas como plantas caseiras e em decoração de jardins. Também muito utilizado pela cultura afro-brasileira.

USO RITUALÍSTICO DA ERVA PEREGUM

Erva de Ogum e Iansã. Apesar das diferentes espécies, conhecidas nas religiões afro-brasileiras como peregum verde, verde e amarelo e roxo, onde alguns autores atribuem a verde para Ogum, a verde e amarela para Oxóssi e a roxa para Iansã e Xangô, na Tulca recebemos a orientação espiritual de que esta erva vibra mais especificamente nas energias dos Orixás Ogum e Iansã, independente da cor ou forma de suas folhas.

Forma de uso: banhos, bate folhas e ornamental para purificar o ambiente. Erva de uso ritual para afastar espíritos obsessores, trevosos e vampirizadores.

Ednay Melo

Fontes de Pesquisa:
Wikipedia
Jardineiro.net

Leia também:
Erva Pitanga




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17/01/2016

Fé - Por Ednay Melo


Ter fé é assumir-se filho de Deus e atribuir a si a competência que Ele nos confiou, é também atribuir a Deus toda a Justiça e Bondade inerente à sua essência Divina. (Ednay Melo)

É comum ouvirmos sempre a nossa volta a palavra "fé":
"-Tenha fé porque tudo passa!" "
"-Tenha fé porque Deus está no controle!"
"-Tenha fé, você conseguirá!" etc, etc...

Em todas as religiões é comum o ensinamento sobre a fé:
"E Jesus lhes disse: Por causa de vossa pouca fé; porque em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível.Mateus 17:20"

Técnicas de auto ajuda, bem como psicoterapias, têm como foco principal:
-"Tenha fé em você mesmo!"

Mas afinal, o que significa esta palavra tão pequena e que parece detentora de tanto poder? Vamos ao dicionário:

"Fé é a coragem de acreditar (sem qualquer desconfiança), em algo que nos foi prometido e ainda não vemos, mas que esperamos, baseados na Fidelidade da Palavra que nos foi dada."

"A definição bíblica é: Hebreus 11.1 Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem. É muito comum dividir a Fé em natural e sobrenatural. No popular a fé é redefinida de acordo com cada religião."

"É a esperança certa. a convicção embasada no sentir além da razão, mas ao alcance de nossa percepção mais íntima. No fundo, sabemos, temos em nós a certeza sutilmente depositada no advir convicto."


Pelas definições acima, podemos observar que "fé" denota algo vago e impreciso. Por que, então, tem tando poder de persuasão nas pessoas? Opa! Falamos "nas pessoas", mas em verdade seu poder é sentido em algumas pessoas ou, porque não dizer, em bem poucas pessoas. Por quê???

Porque a "fé" não se aprende, não se dispõe em um contexto racional pleno, simplesmente porque é um atributo Divino! Só é sentida e absorvida pela emoção, pelo coração, como tudo que vem de Deus.

O homem como criatura de Deus é munido com todas as virtudes, inclusive a capacidade de ter fé. Deixar a fé expandir seu real fundamento é preciso mais do que acreditar, é preciso ser e estar na posição que Deus nos confiou como seus filhos, cultivando todas as virtudes e se esforçando para compreender os próprios erros e falhas, a fim de que possa extinguir os próprios defeitos paulatinamente.

Ter fé é assumir-se filho de Deus e atribuir a si a competência que Ele nos confiou, é também atribuir a Deus toda a Justiça e Bondade inerente à sua essência Divina.

Na nossa Umbanda os Guias nos alertam sempre: "-Tenham fé!" Porque eles sabem que para nos ajudarem é preciso nos ajudarmos primeiro. Então deixemos de acomodações esperando as mudanças de fora para dentro, ela não virá, porque o homem é o agente da sua própria vida. Os trabalhadores espirituais nos auxiliam indicando as ferramentas que possamos precisar para a reconstrução que necessitamos, nunca irão fazer por nós, porque assim estariam reduzindo ou anulando a criatura divina e capaz que Deus concedeu.

Se a fé em si próprio ou em qualquer investimento não for suficiente, dificilmente sairemos do lugar. Saibamos, então, empregar esta palavra com utilidade real e não como algo vago e quase impossível. Você é de Deus! Você pode!

Ednay Melo (Texto ditado espiritualmente)





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29/12/2015

Malunguinho na Umbanda

Malunguinho na Umbanda


"(...)A ciência da Jurema todo mundo quer saber, ela é como o segredo da abelha, trabalha sem ninguém vê(...)"

Malunguinho é considerado o representante do culto à Jurema Sagrada no Nordeste.

Não se tem notícias se esta pessoa realmente existiu com este nome no séc XIX, mas a sua obra de bravura para libertação e sobrevivência do povo negro tem registros na história. Todos os líderes quilombolas da Província de Pernambuco daquela época chamavam-se Malunguinho, cujo termo banto "malungo" significa companheiro de lutas. O último líder quilombola, chamado João Batista, foi morto no dia 18 de setembro de 1835. Nesta data a Tulca homenageia este grande Mestre da Jurema: Reis Malunguinho, "Reis" porque ele não é apenas um.

A história de Malunguinho faz parte da história do nosso País, assim, Malunguinho remete ao arquétipo de liderança, bravura, luta, sofrimentos e alegrias no sentimento de união, fraternidade e parceria na busca da dignidade humana.

Malunguinho está na Umbanda que praticamos, porque os espíritos que carregam a sua bandeira de coragem são espíritos livres, como sempre lutaram em terra. Sendo liberdade a sua marca, eles não estão presos a nenhum culto ou religião, mas estão em todos os cultos, no coração de todas as pessoas que permitem a sintonia com esta grandiosa falange iluminada, de todos os grupos ou comunidades mediúnicas que abrem espaço para todos os espíritos, assim como o Caboclo das Sete Encruzilhadas nos ensinou.

Respeitamos e admiramos profundamente o culto da Jurema Sagrada, cujo fundamento é trancado a sete chaves, tradicionalmente repassado oralmente de geração a geração.

"(...)A ciência da Jurema todo mundo quer saber, ela é como o segredo da abelha, trabalha sem ninguém vê(...)"

O que mais impressiona é a grandeza, profundidade e verdade que a falange dos Malungos nos transmite, com tanta sabedoria e simplicidade, que pode-se observar em alguns dos seus pontos cantados, composições que são verdadeiras obras primas, repassadas por médiuns simples, humildes e que se mantém no anonimato. Transcrevemos abaixo um desses pontos, que desconhecemos a autoria, mas que somos gratos por dividir conosco um pouco dessa luz. criada em comunhão com todos os Juremeiros do lado de lá.

Salve Reis Malunguinho!!! Sobonirê!!!

Ednay Melo


***


Ponto Rei Salomão

"Ele é o Mestre da Pedra Mármore
Da pedra mouro, mourão
Ele é Mestre certeiro
Que adivinha, adivinhão
Arruda branca é uma erva
Da cova de Salomão
Dai-me força, oh meu Deus
Dai-me ciência, Rei Salomão
Salomão bem que dizia
Aos seus filhos juremeiros
Não se entra na Jurema
Sem pedir licença primeiro!

Salomão, meu Salomão
Arreia, arreiá
Salomão do juremá
Arreia, arreiá
Salomão, meu Salomão
Arreia, arreiá
Salomão do Vajucá
Arreia, arreiá

No mundo eu avistei uma muralha
Feliz de quem ela atravessar
É a muralha das três donzelas
Que vivem no fundo do mar
Segure eu no mundo, segure eu
Sustenta eu juremá, sustenta eu

Oh meu Cruzeiro do Mundo
Concedei a luz suprema
Ilumina o mundo inteiro
E a Ciência da Jurema
Ilumina seus discípulos
E a ciência da Jurema..."




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22/12/2015

O Médium Obsidiado

O médium obsidiado


Trecho do Livro: Obsessão e Desobsessão / Suely Caldas

“Se um médium não se conduzir convenientemente perante a Doutrina, ou por qualquer outra circunstância demonstrar sinais de domínio de um obsessor, será indispensável que suspenda qualquer labor mediúnico, visto que já não poderá inspirar confiança as comunicações que receber e se poderá também prejudicar grandemente, dando ensejo à solidificação da obsessão.’ (Recordações da Mediunidade, Yvonne A. Pereira, capítulo 10.)

Todo obsidiado é médium. Isto não significa, contudo, que ele deva desenvolver a sua faculdade. Na maior parte das vezes é exatamente o que ele não deve fazer. Antes de mais nada, requer um tratamento espiritual condizente com o seu estado.

André Luiz esclarece: “O obsidiado, porém, acima de médium de energias perturbadas, é quase sempre um enfermo, representando uma legião de doentes invisíveis ao olhar humano.” (37) São “médiuns doentes”, diz o citado autor espiritual, que trazem consigo “aflitiva mediunidade de provação”. Quanto a se encaminhar o médium obsidiado às reuniões para educação e desenvolvimento da sua mediunidade, é ainda André Luiz que adverte ser indispensável que, “antes de tudo, desenvolva recursos pessoais no próprio reajuste”, lembrando que “não se constroem paredes sólidas em bases inseguras”. (38)

Há que se ter cautela no que se refere à problemática mediúnica do obsidiado, pois, com o pensamento cerceado pelo obsessor, logicamente não está em condições de um desenvolvimento normal.

Quanto aos médiuns que já estão atuando, os que já têm uma atividade equilibrada, seria absurdo catalogá-los todos como obsidiados. Embora todos os médiuns, tanto quanto todos os seres humanos, sejam suscetíveis de sofrer obsessões. Como diz Joanna de Ângelis: “Ninguém que esteja em regime de exceção, na face da Terra.”

Ante uma obsessão sutil ou evidente a afligir o médium, afirma Kardec categoricamente: “A obsessão, de qualquer grau, sendo sempre efeito de um constrangimento e este não podendo jamais ser exercido por um bom Espírito, segue-se que toda comunicação dada por um médium obsidiado é de origem suspeita e nenhuma confiança merece.” (39)

Kardec dedica ao problema da obsessão o capítulo 23 de “O Livro dos Médiuns”, asseverando que ela se apresenta em três principais variedades: simples, de fascinação e de subjugação. O Codificador diz preferir o termo subjugação em lugar de possessão, de uso mais antigo. Afirma que, a seu ver, ambos os termos são sinônimos, preferindo, entretanto, adotar subjugação para referir-se a obsessões mais graves. Justifica sua opção dizendo que a palavra possessão “implica a crença de seres criados para o mal e perpetuamente votados ao mal”, o que não é verdade, pois todos os seres têm as mesmas possibilidades de evolução, de progresso. E, ainda, que “implica igualmente a ideia do apoderamento de um corpo por um Espírito estranho, de uma espécie de coabitação”, quando realmente o que existe é uma constrição. Entretanto, revendo o assunto em “A Gênese”, capítulo 14º, item 47, o mestre lionês passa a adotar o termo possessão, talvez por ser este de uso mais popular, esclarecendo então que: “Na possessão, em vez de agir exteriormente, o Espírito atuante se substitui, por assim dizer, ao Espírito encarnado; toma-lhe o corpo para domicílio, sem que este, no entanto, seja abandonado pelo seu dono, pois que isso só se pode dar pela morte. A possessão, conseguintemente, é sempre temporária e intermitente, porque um Espírito desencarnado não pode tomar definitivamente o lugar de um encarnado, pela razão de que a união molecular do perispírito e do corpo só se pode operar no momento da concepção.” (40)

Kardec ressalta também quão graves são as conseqüências da fascinação. Dentre todas as modalidades, talvez seja esta a mais difícil de ser tratada e curada. O que se observa nestes casos, é que a pessoa fascinada se compraz sobremaneira com a situação em que vive, iludida pelo obsessor, que alimenta a sua vaidade, exacerbando-a, cada vez mais intrincada se torna a questão, à medida que o enfermo passa a necessitar da aproximação do fascinador, numa simbiose completa em que ambos se obsidiam mutuamente. Presenciamos um caso desse tipo. L... é portadora de uma fascinação que se tem mostrado resistente a quaisquer orientações. Certa feita, apresentou-se no C. E. Ivon Costa. Dizia ser médium em grande atividade mediúnica e desejosa de frequentar as reuniões que julgava adequadas ao seu grau de desenvolvimento. Contou que exercia a sua mediunidade em casa, onde recebia, através da psicografia e da psicofonia, conselhos para todas as pessoas do seu conhecimento, solicitados ou não. Esclarecida quanto aos inconvenientes dessa prática, foi convidada a frequentar as reuniões públicas e aconselhada a não se descurar do estudo da Doutrina e do labor da caridade. Ela realmente frequentou durante certo tempo as reuniões públicas, mas passou, a trazer páginas que afirmava serem psicográficas, constando de conselhos e orientações assinadas pelos Mentores do Centro e recebidas em seu lar. Tais mensagens eram completamente desconexas, confusas e incompreensíveis, embora L... as julgasse de alto nível. Manteve-se avessa a quaisquer ponderações, irredutível em seu ponto de vista e achando injustas todas as observações que lhe foram feitas, com discrição e carinho, afastando-se em breve do Centro. Soubemos que L... tem percorrido outros Centros da cidade e agindo da mesma maneira. Jamais admitiu que possa estar sendo vítima de um Espírito mistificador, e tal como Kardec esclarece, como característica principal dessa modalidade de obsessão, afasta-se de toda e qualquer pessoa que a possa orientar. “Geralmente, o Espírito que se apodera do médium, tendo em vista dominá-lo, não suporta o exame crítico das suas comunicações; quando vê que não são aceitas, que as discutem, não se retira, mas inspira ao médium o pensamento de se insular, chegando mesmo, não raro, a ordenar-lhe.” (Grifos nossos.) (41)

Este comentário de Allan Kardec e o que transcrevemos a seguir são da maior relevância para que se perceba a diferença existente entre a atuação de um Espírito desejoso de enganar e fazer o mal e a do Espírito que somente pratica a caridade e o amor, ensinando o bem e a verdade. Diz-nos o mestre lionês, referindo-se à análise das comunicações: “Repetimos: este meio é único, mas é infalível, porque não há comunicação má que resista a uma crítica rigorosa. Os bons Espíritos nunca se ofendem com esta, pois que eles próprios a aconselham e porque nada têm que temer do exame. Apenas os maus se formalizam e procuram evitá-lo, porque tudo têm a perder. Só com isso provam o que são.” (Grifos nossos.) (42)

Idêntico proceder vale para os médiuns. Aqueles que se melindram por uma que outra observação que se lhes faça, que por qualquer motivo sintam-se feridos no seu amor próprio e que por isso se afastem da reunião, estarão comprovadamente sob o assédio de obsessores.

Há médiuns que se julgam infalíveis, e, o que é mais sério, jamais admitem que possam sofrer sequer uma influenciação espiritual de ordem inferior. Julgam-se imunes, como que vacinados contra as obsessões. No entanto, como é fácil resvalarmos! Como somos frágeis perante as nossas próprias fraquezas! Como somos visados!

Façamos ecoar em nossos ouvidos, em nosso coração, a advertência notável de André Luiz, já citada no capítulo 4 da Primeira Parte, “Gradação das obsessões”, quando ele diz que “somos, por vezes, loucos temporários, grandes obsidiados de alguns minutos (...) doentes do raciocínio em crises periódicas, médiuns lastimáveis da desarmonia (...)“ Quem de nós pode afirmar o contrário?

Cônscios de nossas fraquezas, recorramos ao Senhor, dizendo-lhe: “Eu creio, Senhor! ajuda a minha incredulidade.” (Marcos, 9:24.)

(37) Missionários da Luz, André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 18, 13ª edição FEB. (38) Nos Domínios da Mediunidade, André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 9, 10ª edição FEB. (39) O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, item 242, 42ª edição FEB. (40) O termo possessão, na literatura espírita mediúnica, é adotado com bastante freqüência (vide, por exemplo, Nos Domínios da Mediunidade) e na prática designa aqueles casos realmente mais graves de obsessão. Seria, assim, o seu grau máximo. (41) O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, item 248, 42ª edição FEB. (42) Id., Ib., item 266



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22/11/2015

Achar-se Vítima de Demanda


Observamos na vivência de Terreiro, que muitas pessoas se preocupam muito em saber se alguém fez demanda para ele, ou se alguém lhe quer prejudicar. Geralmente esta ideia está bem estabelecida em sua mente e buscam os Guias de Umbanda para ter a confirmação. Sobre este assunto, recebemos a seguinte mensagem de uma das nossas Guias Espirituais:

“Ligar-se mentalmente a alguém supondo que esta pessoa lhe faz algum mal, traz alguns sérios inconvenientes para quem pensa.

Enfatizo que "supor", "achismo" não quer dizer "verdade". Quem se aliena com estes pensamentos nunca tem a certeza se o seu desafeto faz ou não: "demanda, feitiço, bruxaria, magia negra, olho gordo, baixa magia, trabalho feito, ou qualquer nome que queiram dar.

E se acham que um Guia de Umbanda vai tirar este tipo de dúvida, se enganam. Este Terreiro não nasceu para jogar uns contra os outros. A força espiritual de um Terreiro de Umbanda vai agir em seu benefício, apenas isto.

Levantaremos algumas hipóteses para um melhor entendimento. Pensar que o outro lhe faz mal por meio de ações mágicas negativas, ou por outros tipos de ações também negativas, na verdade é uma autoagressão, porque:

Supondo que seja verdade, que esta pessoa pratica mesmo o mal contra você. Se você se liga a ela por tal pensamento, estará dando poder a ela e se colocando na mesma faixa vibratória negativa, ficando ambas no mesmo "buraco de aflições".

E se não for verdade? Se esta pessoa nem lembra da sua existência? Ou nem lhe conhece? O que acontece? Neste caso teremos duas situações, vamos dar dois exemplos nomeando pessoas "A" e "B":

"A" pensa que a "topada" que levou na rua foi demanda de "B". Sabemos que "B" é inocente com relação a estes pensamentos negativos de "A".

Se "B" é uma pessoa que leva uma vida regrada, se pratica o Bem ao próximo, se pensa sempre positivo em relação a si e aos outros, se ama a Deus e se conecta a Ele, se enfim, é uma pessoa do Bem, o pensamento negativo de "A" irá até ele, mas retornará para "A", sendo "A" o único prejudicado.

Em outra situação, vamos considerar que "B" é uma pessoa do mal, apesar de não ter feito nada contra "A", mas se compraz em práticas negativas seja a nível de magia, seja a nível de práticas diárias. Neste caso o resultado é bem pior, somem um mal a outro mal maior, que o resultado não vai ter dimensões, atingindo ambos com energias deletérias e enfermiças, carregadas com todos os tipos de quiumbas.

Com estes breves e singelos exemplos, observamos que pensar mal de alguém sempre resulta em sofrimentos para si próprio. Sem falar nos débitos que adquire perante as Leis Divinas, porque o mal em qualquer circunstância sempre será punido.

Prudência e sensatez com os pensamentos! Se estás incomodado achando que as tuas energias não estão boas, vai ao teu Terreiro, segue as orientações dos Guias, que com certeza vão trabalhar para o teu bem-estar. Não procure pensar em quem supostamente fez demanda ou algo do tipo, siga as orientações dos Guias e trabalhe para melhorar-se com uma lista infinita de práticas do Bem. O restante, se existem culpados, tenha certeza que a justiça se fará, porque Xangô elabora, Ogum determina e nós Exus, ha ha ha, fazemos questão de executar”.

(Pombagira Cigana das Rosas / Médium Ednay Melo). Mensagem proferida em Gira Pública na Tulca, em 21/11/15 
Do livro "Umbanda Luz e Caridade - Ednay Melo"



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