Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

20/01/2015

Salve o dia 20 de Janeiro! Saravá Oxossi!!!


Oxossi Umbanda

Oxossi é Orixá da saúde, da fartura, do sustento, do conhecimento e da vitalidade. Seus principais atributos são concentração, rapidez, astúcia, sabedoria, intuição, paciência, autocontrole e tudo que favoreça o acerto do alvo, como numa caça. Orixá que cuida, assim como Oxum, do equilíbrio emocional, pois para se acertar um alvo ou atingir uma meta é preciso serenidade e segurança emocional. Cuida da saúde por ter grande conhecimento das ervas medicinais e está sempre associado à alimentação, é o Orixá que provê os alimentos, daí a lenda de ser Orixá caçador. Sua principal representação é o arquétipo da liberdade, com a responsabilidade de ganhar o próprio sustento...

Do Livro "Umbanda Luz e Caridade - Ednay Melo"







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15/01/2015

As Pérolas de um Preto Velho

As Pérolas de um Preto Velho
Humildade, paciência, benevolência, sabedoria e luz

Meu filho, lá nos planos espirituais, aonde você muitas vezes vai quando dorme, mas ao acordar não lembra, existe uma grande família espiritual a lhe esperar, velar e torcer por você. Quebre a barreira vibracional com sentimentos e pensamentos elevados, levando seu coração até eles. Mate a saudade espiritual que existe dentro do seu peito. Deixe a intuição fluir. Os mentores não são mestres intocáveis que vocês devem reverenciar, mas sim, são amigos de jornadas. Conheça-os, trabalhem juntos e se alegrem juntos. Eles estão te esperando.

Mediunidade é uma missão importante, mas não diviniza e nem inferioriza ninguém. Vocês sabem disso. Tem gente que pensa que ser grande médium é praticar fenômenos para “incrédulo ver”, fazer profecias e escravizar sentimentos. Outros pensam que é se vestir todo com uma fantasia e dar vazão às suas próprias emoções, gritando e batendo, fazendo o sofredor sofrer ainda mais com suas energias. Não! Mediunidade é trabalhar com respeito! Com o mesmo respeito que um Preto Velho chega até você, sutilmente... É trabalhar em parceria com os amigos do lado de cá para o bem de todos, apenas isso. Vocês complicam muito as coisas. Na verdade tudo é muito simples.

Parem de julgar a manifestação mediúnica ou a experiência do outro. Você pode até não concordar, mas caso para ele faça sentido, deixe. Cada um tem sua evolução e vai aprender... Quando o discípulo está pronto, o mestre aparece! Isso lembra muito a postura daquele que não consegue fazer melhor e por isso mesmo vive a criticar e apontar o defeito dos outros. Não adianta nada trabalhar muito espiritual e viver mal com sua família, com seus colegas... Tem que aprender a viver lá fora do mesmo jeito que procura trabalhar no Templo, praticando a humildade, tolerância e amor.

Fazer caridade é muito bom. Se, além disso, der exemplo no seu dia a dia com seu comportamento, melhor ainda. Tem gente que acha que doando uma cesta básica de Natal ao desencarnar será “salvo”. Outros ainda se acham muito especiais e caridosos, verdadeiros missionários... Não caiam nessa bobagem. Saibam que, em verdade, ao auxiliar os outros vocês ajudam a si próprios. E quando fizer a caridade, também não apenas dê o peixe, ensine as pessoas a pescarem. “Caridade de consolação” ergue a pessoa, mas depois que ela já está de pé, está na hora de ensiná-la a andar, com a “caridade de esclarecimento”. Pensem nisso! Caridade, faça sempre que surgir a oportunidade de auxiliar o irmão. Esclarecimento leve a todos os lugares, fazendo a sua aura brilhar e contagiando as pessoas com alegria e vontade de viver.

Trabalho em grupo é coisa séria, deve haver amizade, alegria, mas não é reunião social. Os Mentores escutam os seus pensamentos e não estão nada interessados em suas preferências físicas, nem em suas “paqueras” dentro deste grupo, nem dão importância a isso. Tão pouco são cúmplices das fofocas, guerras de vaidade e ciúmes que existem dentro do mesmo. Um trabalho espiritual em grupo é uma benção e oportunidade única de evolução, tanto de encarnados como desencarnados. Aproveitem bem! Existe um montão de mestres esperando por vocês desse lado, mas muitas vezes eles não conseguem lhes amparar, afinal vocês não param de pensar no “vizinho”, ou como a vida é difícil e injusta com vocês…

Não sejam Jaguares pela metade. Durante o dia vocês ficam pensando em espiritualidade, mas ao dormir, que é a grande hora onde o espírito se liberta do corpo físico, vocês não pensam em nada, ficam com preguiça e logo suas mentes são invadidas por um monte de coisas, adormecendo na mais perfeita desordem. No mínimo orem ao deitar-se. Agradeçam o dia, coloquem - se à disposição do aprendizado, aproveitem as horas de sono. Elas são chaves de acesso ao crescimento espiritual. Meditem nisso.

Do lado de cá nós adoramos música. Ela rejuvenesce a alma, acorda o coração e desperta a intuição. Aproveitem as músicas de qualidade. Elas são ótimas e verdadeiro brilho e alimento para vossos espíritos. Também escutem a música que os espíritos superiores cantam secretamente dentro do coração de cada um. É a música da Criação, ela está em todos, mas só pode ser escutada quando a mente silencia e o coração brilha.

Pensem também na natureza. Coloquem uma música suave. Direcionem-se mentalmente a um desses sítios sagrados, verdadeiros altares vivos do amor de Deus. Pensem na força curativa das matas, na força amorosa e pacificadora das cachoeiras, da limpeza energética que o mar traz ao espírito. Meditem neles. Isso traz sintonia, reciclagem energética e boa disposição. Façam isso por vocês e fiquem bem!

Dedique-se mais ao autoconhecimento. Ele é muito importante. E um dia, mesmo que isso demore milênios, você se conhecerá tanto, que realmente descobrirá sua natureza divina. Nesse dia, as cortinas da ilusão se abrirão e você verá o universo a sua frente. Não vai ver mais nem Céu e nem a Terra, vai enxergar que o Senhor tem o Seu Templo em teu íntimo...

Fonte: Exílio do Jaguar / Kazagrande / Pérolas de Pai João










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Erva Colônia


Olá caro leitor! 

Estamos dando continuidade aos estudos da ervas! O artigo de hoje sobre a Erva colônia vai especialmente para as pessoas que formam a nossa assistência e que residem no Sul ou Sudeste do País e nos informaram que em suas cidades não se conhece esta planta! Alguns sites na internet afirmam que ela é conhecida também como macassá, porém, aqui no Nordeste a planta macassá é outro tipo de planta com outras características. Então, está aí a colônia, uma das plantas mais utilizadas em rituais na nossa região Nordeste! Boa leitura!

Colônia


COLÔNIA, A PLANTA MEDICINAL
Alpinia speciosa

Descrição : da família das Zingiberaceae, também conhecida como alpinia, cana-do-brejo, cana-do-mato, cardamomo, cardamomo-do-mato, cardamomo-falso, colônia, falso-cardamomo, flor-do-paraíso, lírio-de-santo-antônio, jardineira, noz-moscada, pacová, paco-seroca, vindi-caá helicondia. Herbácea rizomatosa, bem robusta, sempre agrupada em touceiras. As folhas são lanceoladas, oblongas, bem compridas, pontudas, de margens ciliadas, de coloração verde-brilhante e invaginantes. As flores, de cor alaranjada, nascem nas axilas das folhas e são dispostas em cachos terminais pendentes. A planta toda é ligeiramente aromática.


Plantio : Reproduz-se por pedaços de rizomas em solos úmidos e permeáveis, de preferência em locais de climas quentes. É uma planta extremamente invasora. A colheita deve ser feita no início da floração.

Partes utilizadas : Folhas, rizomas, flores e sementes.

Habitat: E dada como nativa do Brasil e outros autores dão-na como nativa da Índia, de onde muitas especies hoje endêmicas no pais também vieram.

História: Tem tradição de uso medicinal pelos tupis-guaranis. E cultivada também como planta ornamental.

Origem : Índia oriental. No brasil é encontrada como planta ornamental.

Princípios Ativos: Alcalóides, flavonóides (cardamonin, isalpinin etc.), catequina, epicatequina, óleos essenciais (canfeno, cânfora etc.), rutina e dois derivados glicosídicos do kaempferol, taninos. .


Propriedades medicinais: Abortiva, antibacteriana (em conjuntivites), antiedematosa, anti-hipertensiva, anti-histérica, antiulcerogênica, anti-stress, bloqueiador neuromuscular, calmante, depressora do sistema nervoso central, digestiva, diurética, estomacal, estimulante da motilidade intestinal, hipotensor, inibidora da musculatura lisa, inibidora da secreção gástrica, purificador sanguíneo, relaxadora vascular, inibidora da atividade da proteína kinase e da fosfodiesterase nucleotídeo cíclica (controla a patofisiologia das doenças coronarianas, que envolve fluxo sanguíneo e vasoconstrição), sedativa, tônica, vermífuga.

Indicações: Afecção da pele, artrite, asma, catarro, cistite, diarreia, dor de cabeça, febre, gastralgia; hipertensão, micose de pele, pelos e unhas; taquicardia, tosse, úlcera.

Contra-indicações/cuidados: É abortiva . Reduz os movimentos peristálticos.

Modo de usar: Digestivo; estado de excitação nervosa; dores em geral : Em 1 xícara de chá, coloque 1 colher de chá de rizoma fatiado e adicione água fervente. Abafe por 10 minutos e coe. Tome 1 xícara de chá, de 1 a 2 vezes ao dia.

Afecções respiratórias; amigdalite; rouquidão : Coloque 1 colher de sopa de rizoma fatiado em 1 xícara de café de água em fervura. Desligue o fogo e coe. Adicione 1 xícara de café de açúcar cristal e leve novamente ao fogo, até dissolver o açúcar Tome uma colher de sopa de 1 a 3 vezes ao dia. Para crianças dar somente meia dose.

Afecções estomacais, intestinais e renais; reumatismo : Coloque 2 colheres de sopa de rizoma e flores fatiados em 1 xícara de chá de álcool de cereais a 70%. Deixe em maceração por 8 dia e coe. Tome 1 colher de café, diluído em um pouco de água renais e a, 15 minutos antes das principais refeições.

Cólicas intestinais; reumatismos; nevralgia; dores lombares e musculares : Coloque 3 colheres de sopa de rizomas, folhas e flores fatiados em 1 litro de água em fervura. Desligue o fogo, abafe, espere amornar e coe. Adicione à água do banho morna, e faça banho de imersão, por 15 minutos.


Farmacologia: Planta ainda não estudada convenientemente, atribui-se sua atividade vermicida aos óleos voláteis. Sabe-se que possui atividade anti-espasmódica, reduzindo os movimentos peristálticos, e relaxante muscular, anti-inflamatória, diurética, anti-fungicida e anti-hipertensiva, não estando claros os mecanismos. Seu repertório de princípios ativos da margem a estas indicações.

Benefícios da planta colônia

As propriedades medicinais da colônia se concentram principalmente nas suas folhas e rizoma. Na medicina popular, o óleo essencial das folhas da colônia é utilizado para reduzir a pressão alta e como um tônico cardíaco. Em outras partes do mundo, é considerada balsâmica, diurética e tônico-estomacal, sendo tradicionalmente usada para resfriados, gripes, febres, flatulência, problemas estomacais e indigestão. Possui ação antioxidante e também é conhecida por matar bactérias. Em forma de decoção combate fungos e alivia dores e espasmos.

Contraindicações e efeitos colaterais da colônia:

A colônia não deve ser utilizada durante a gravidez. Pode ser abortiva. A colônia também não é indicada para pessoas hipotensas (pressão arterial baixa).

História e curiosidades

A colônia pertence à mesma família do gengibre, sendo uma planta nativa da região tropical da China, Japão, Índia, Vietnã, Cambodja, Tailândia e Malásia. A colônia é amplamente cultivada e distribuída nas áreas tropicais e subtropicais do Brasil, Peru e Estados Unidos.

A colônia é um arbusto perene que cresce em touceiras em posição vertical em climas tropicais. A colônia é comumente chamada de gengibre-casca ou gengibre-concha devido sua casca rosa, em forma de botão, que relembra as conchas do mar. Produz rizomas carnosos muito parecidos com o gengibre, inclusive com aroma semelhante.

O gênero Alpinia compreende mais de 230 espécies da família da família Zingiberáceas. Possuem flores brilhantes e chamativas, por isso são apreciados como plantas ornamentais. As flores da colônia se adaptam melhor a ambientes úmidos, solos bem drenados e sol pleno, condicionadas em semi-sombra. As plantas não produzem flores até o segundo ano. A espécie Alpinia speciosa faz parte da Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS).


Uso Ritual:
Na Umbanda, folhas e flores são usadas para banhos propiciadores. Planta da Orixá Iemanjá. Erva calmante, equilibradora e repositora de boas energias.

Ednay Melo
Fontes de Pesquisa:
Plantas Medicinais
Plantas que Curam




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14/01/2015

Perfil Psicológico dos Filhos de Oxossi

Perfil Psicológico dos Filhos de Oxossi

Os tipos psicológicos dos filhos de Oxossi são os das pessoas que não aspiram grandes conquistas, satisfazendo-se com o necessário para o seu sustento, pessoas que apreciam a fartura de uma mesa e fazem questão de dividir com os demais. Geralmente são retraídos e desconfiados, preferem estar sozinhos e evitam tudo e todos que possam ameaçar a sua liberdade. São joviais e amam o contato com a natureza. São pessoas leais, sensíveis e muito prestativas. Do lado oposto do Orixá tornam-se críticos, fofoqueiros e vingativos.

Do livro "Umbanda Luz e Caridade - Ednay Melo"






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29/12/2014

A Umbanda não Precisa de Super-Heróis

A Umbanda não precisa de super-heróis

Humildade e caridade: provavelmente são os dois termos que mais se ouve na Umbanda. Constantemente somos lembrados que precisamos praticar a caridade e ser humildes. Ótimo, mas até que ponto realmente colocamos isso em prática?

Acredito que a caridade praticada sem a humildade torna-se vã para aquele que busca a evolução através dela. De que adianta dar passagem às suas entidades, permitir que seu corpo seja um aparelho para que elas ajudem as pessoas e depois cantar aos quatro ventos os seus super-dons mediúnicos?

A Umbanda não precisa de super-heróis. Não precisa de entidades que baixem no terreiro já dizendo "Eu sou a entidade tal e sou chefe da falange" - chefe? Suponhamos que seja realmente, mas será que a entidade tem necessidade disso ou será que isso é vaidade do médium?

Da mesma forma a Umbanda não precisa de entidades que ficam dando demonstração de força, que se viram para a assistência e dizem para uma determinada pessoa: "você não me conhece, mas vou falar tudo sobre você". Mais uma demonstração de que o médium - e não a entidade precisa chamar a atenção. Acredito nos dons das entidades e as respeito muito, mas não consigo engolir a postura de certos médiuns.

Da mesma forma não precisamos de diplomas ou títulos. Quem realiza os feitos são as entidades, nós somos meros instrumentos mediadores. Quem muito quer exibir seus títulos é porque confia mais neles do que na espiritualidade. Lembremos das mães-de-santo do passado, analfabetas, mas que detinham grande conhecimento sobre a espiritualidade, suas mirongas e magias. Hoje por um valor financeiro até irrisório compra-se um diploma de pai ou mãe-de-santo, e isso não te faz melhor que ninguém. O que te faz um verdadeiro dirigente de uma casa espiritual é a sua postura ética, e isso não são as suas entidades que vão lhe dar, por melhores que sejam. Se você não tem ética, não sabe tratar as pessoas com respeito e educação, se não sabe orientar as pessoas com a mesma humildade que um dia necessitou para aprender, se você não tem a firmeza de segurar as demandas contra você e os filhos da casa (lembrando que as demandas muitas vezes vêm através do pensamento, da língua ferina , em tempos de internet, através dos dedos desocupados e covardes também, que digitam quaisquer impropérios contra seus desafetos), você pode ter o título que for, mas de nada adiantará se não tiver humildade, pois sem ela, na Umbanda, você não é ninguém, é só mais um número.

Lembre-se que para aprender a andar um dia você engatinhou. Somente aquele que sabe ajoelhar para aprender um dia terá maturidade para liderar. Lembre-se também que a Umbanda precisa de médiuns verdadeiros. Quem precisa de super-heróis é a Marvel Comics.

Douglas Fersan

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26/12/2014

Cartas Psicografadas do Chico




Cartas de Chico Xavier

Pesquisa cientifica realizada por núcleo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) concluiu que informações contidas em lote de cartas psicografadas pelo médium Chico Xavier, morto em 2002, eram verídicas.

Ao todo, foram analisadas treze cartas atribuídas a Jair Presente, morto por afogamento em 1974, na cidade de Americana (SP). As correspondências começaram a ser psicografadas pelo médium ainda no ano da morte de Presente e prosseguiram até 1979.

Conforme o psiquiatra Alexander Moreira-Almeida, diretor do Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde (NUPES-UFJF), o estudo teve início em 2011 e foi feito em parceria com o Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a partir do pós-doutorado dos pesquisadores Denise Paraná e Alexandre Rocha.

O resultado, de acordo com o pesquisador, foi publicado em setembro deste ano pela revista científica Explore, editada na Holanda.

O interesse para desenvolver a pesquisa, explica Almeida, foi a relevância dada no país às cartas psicografadas.

"A motivação foi a importância que as chamadas cartas psicografadas têm no Brasil e a falta de estudos acadêmicos a respeito delas. Sabe-se que pessoas enlutadas podem aceitar, como sendo reais e precisas, cartas que contêm apenas informações genéricas", afirmou o pesquisador.

Segundo ele, o estudo comprovou que os dados colhidos nas cartas atribuídas a Presente eram críveis.

"As informações comunicadas nas cartas eram precisas (nomes, datas e descrições de fatos acontecidos na vida da família) e verídicas (nenhuma informação comunicada nas cartas estava incorreta ou era falsa)", afirmou Almeida em entrevista ao UOL por e-mail.

O pesquisador informou que a análise foi feita nas cartas originais, das quais foram extraídas 99 informações objetivas e passíveis de verificação.

"Familiares e amigos de Jair Presente foram entrevistados, documentos como jornais de época foram checados, além de escritos do Jair Presente e registros em cartórios", disse.

Conforme Moreira, o intuito era comprovar se Chico Xavier poderia ter tido acesso a essas informações por meios convencionais e se as cartas continham dados verídicos e específicos em relação ao falecido.

"A probabilidade de Chico Xavier ter tido acesso a grande parte destas informações por vias convencionais era extremamente remota. Em vários casos, eram informações muito privativas da família e, em algumas delas, até desconhecidas dos familiares que visitaram Chico Xavier para obter as cartas psicografadas", afirmou.

O pesquisador citou como exemplo o falecimento da madrinha da mãe de Presente, "fato que ainda não era do conhecimento da família", descreveu Almeida.

Médiuns em atividade

O psiquiatra Alexander Moreira-Almeida informou que o resultado de outro lote de cartas psicografadas por Chico Xavier, também investigado por Denise Paraná e Alexandre Rocha, será publicado em breve. Ele adiantou que o núcleo dará início a pesquisas com médiuns em atividade.

"Assim teremos maior possibilidade de um controle experimental do vazamento das informações para o médium. Seu desenho metodológico nos permitirá investigar um número bastante significativo de médiuns em atividade", disse.

Rayder Bragon






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19/12/2014

O Fanatismo Religioso

O Fanatismo Religioso

O FANATISMO RELIGIOSO ENTRE OUTROS - BREVE ENSAIO
Por Raymundo de Lima*

Os primeiros sintomas de fanatismo e suas estratégias de sedução

O início de qualquer fanatismo consiste, em primeiro, reconhecermos um sujeito ou grupo estarem convictos, quando julgam de posse de uma certeza que recusa o teste da realidade. Nietzsche dizia que"as convicções são piores inimigas da verdade do que as mentiras", porque quem mente sabe que está mentindo, mas quem está convicto não se dá conta do seu engano. "O convicto sempre pensa que sua bobeira é sabedoria". Até no campo científico, há cientistas correndo o perigo de tornar-se convictos de suas teses. Edgar Morin analisa que quando algumas idéias se tornam supervalorizadas e adquirem um caráter de grandiosidade e absolutismo tendem a levar os seus sujeitos a abdicarem de seu raciocínio crítico e se tornarem meros objetos dessas idéias. Indivíduos assim submetidos a tão grandes idéias, fazem qualquer coisa para "salva-las" de um possível furo de morte; elas funcionam como muleta existencial. Isso acontece principalmente no meio religioso, mas também pode ocorrer nos meios político, filosófico e científico.

O segundo sinal do fanatismo é quando alguém quer impor a todos de modo tirânico a "verdade" única extraída de sua inspiração ou crença absoluta. Pretende assim a uniformização via linguagem, através de aparência física, rituais e slogans do tipo: "O único Deus é Allah", "só Cristo salva", "Jesus Cristo é o Senhor", "somos o Bem contra o Mal", "Em nome do Senhor Jesus eu ordeno..." São expressões de caráter estereotipado, sustentado por uma "estrutura de alienação do saber", onde o discurso passa a falar sozinho, é uma resposta que está no gatilho, pronta para qualquer emergência que o sujeito não quer pensar. Observem o caráter tirânico, narcisista e excludente dessas afirmativas. Todos possuem uma visão que nega outros modos de crer e pensar. O mesmo acontece nos auto-elogios das pessoas de raça branca e o desprezo pelas outras como proclamam os fanáticos da extrema direita, nas ações violentas de uma torcida sobre a outra, todos, sinalizam que o indivíduo se rende ao grupo e este "a causa". Os recém convertidos de qualquer seita religiosa ou política estão sempre convictos que, finalmente, contemplam a verdade e essa tem que ser imposta a todos, custe o que custar.

O terceiro indicativo de fanatismo, já dissemos, é quando uma pessoa passa a colocar uma causa suprema (podendo esta ser justa ou delirante) acima da vida dela e dos outros.

Quarto, quando um indivíduo e/ou grupo se isolam da convivência familiar e social e adotam um modo de vida narcísico (no igual modo de vestir, de cortar ou não cortar o cabelo, no jeito de falar, nas regras de comer, na ritualística, etc), enfim, quando uniformizam seu discurso, gestos, postura, atitudes em geral e punem os que se recusam a seguir as regras impostas. Entrar para um grupo de fanáticos implica em renunciar: pai, mãe, os filhos, os amigos, o lugar onde viveu, o trabalho, enfim, os membros são persuadidos a matarem os vestígios simbólicos da vida anterior para fazer renascer a vida em outra base moral e de fé.

Quinto, quando o indivíduo e/ou grupo perdem o bom-senso na lógica da comunicação e nas ações do cotidiano. O discurso passa a ser repetitivo e estranho à vida comum.

O sexto indício de fanatismo é quando se perde o sentido de respeito e humanidade para com os diferentes, em nome de uma causa transcendente.

O psicólogo francês, J-M. Abgrael, resume o método de doutrinação fanática em 3 etapas: 1o) sedução das pessoas para a "causa"; 2o)destruição da antiga personalidade, eliminação dos elos familiares, sociais e profissionais e 3o) construção de uma nova personalidade "renascida" ou "renovada", de acordo com o modelo e as regras da seita. Geralmente essa passagem da vida normal para a vida "renovada", há um ritual, algum tipo de batismo, onde se inicia a adoção de um novo nome, novos hábitos, apresentação de novas "famílias". Sentir-se incluso num grupo "de irmãos" ou "de luta pela causa" "é como estar apaixonado; surge uma sensação maravilhosa, tudo passa a fazer sentido na vida, a pessoa se sente acolhida e imensamente alegre". O indivíduo passa a se ver de modo especial, diferente dos demais para realizar a missão elevada; se vê inundado por um sentimento grandioso que Freud chama de "sentimento oceânico". Imagine um indivíduo desesperado, desgarrado de seu grupo social, sem uma forte identidade psicossocial cuja vida perdeu o sentido, ao ser acolhido em um grupo fanático, recebe mensagens confortadoras, do tipo: "nós amamos você", "você é muito importante para o projeto de Deus", "você faz parte de nossa vida", "Deus te ama", etc Diz P. Demo (2001) "o sentimento de ser amado, move o entusiasmo mais do de qualquer coisa".

Faz parte da estratégia para atrair pessoas para novas seitas e igrejas, investir em programas produzidos para solitários que sofrem insônia e depressão nas madrugadas. Os desesperados sentem-se acolhidos com tais palavras mágicas e facilmente se sentem inclusos e maravilhados pela ilusão de nova vida e sentimento extremo de felicidade, numa igreja em que o fanatismo é o seu ponto cego.

Todo fanático é intolerante.

O fanatismo é a intolerância extrema para com os diferentes. Um evangélico fanático é incapaz de diálogo e respeito para com um católico ou um budista. Um fanático de direita não quer diálogo com os de esquerda. Organizações como a Ku Klux Klan são intolerantes igualmente com negros adultos, mulheres e crianças. Por isso se diz que há em cada fanático um fascista camuflado, pronto para emergir em atos de exclusão e eliminação.

O semiólogo e filósofo italiano, Umberto Eco, reconhece que o protofascismo está presente nos movimentos fanáticos. No campo político, não importa auto denominar-se de "esquerda" ou de "direita" pode existir um protofascismo. No fundo os atos terroristas são produzidos e sustentados por fanatismos de inspiração místico-fascista incapazes de diálogo ou argumento racional que esclarece sua causa objetiva. Não é sem sentido que os atos terroristas deixaram de dizer algo pela palavra e passaram a ser apenas o ato, o acting out. S. P. Rouanet diz que "os terroristas são agentes de uma ideologia religiosa extrema direita ... que funciona como ópio do povo..." (A coroa e a estrela, FSP, Mais!, 18/11/01)

O fascismo, tanto o de Estado dos fundamentalistas religiosos, como o que está pulverizado nos atos do cotidiano das relações humanas, é fanático porque desrespeita, desconsidera, é intolerante quanto ao modo de ser, pensar e agir do outro, é tradicionalista-fundamentalista. Enquanto o fascista "quer o poder pelo poder", há o fanático "autêntico" que anseia dominar o mundo com sua crença, e o "fanático terrorista" que "deseja apenas destruir a estrutura de sustentação do inimigo". Mas, ambos, o fascismo e o fanatismo não são compatíveis com a democracia. Ambos pregam intolerância multirreligiosa, a intolerância multicultural e multirracial e usam o espaço de liberdade democrática para espalhar o seu ódio e sua crença.

O sentimento que no fundo sustenta o fanatismo e o fascismo não é a fé, nem o amor [Eros], mas o ódio [Thanatos] e a intolerância. O desejo do fanático "autêntico" é dominar o mundo com seu sistema de crença cheio de certeza. No plano psíquico, o lugar do recalque torna-se depósito de ódio e desejo de eliminar todos os que atrapalham o seu ideal de sociedade. Certa dose de paciência doutrinada o faz esperar-agindo para que a "idade de ouro puro" possa um dia acontecer.

São tão fanáticos os terroristas-suicidas muçulmanos como os fundamentalistas cristãos norte-americanos que atacam clínicas de abortos, perseguem homossexuais, proíbem o ensino da teoria evolucionista de Darwin, obrigando aos professores ensinarem a doutrina criacionista tal como está na Bíblia, ou ainda, os protestantes da Irlanda do Norte que atacam crianças católicas ou os bascos que querem ser um país independente a qualquer preço, por meio do terror.

Alguns personagens "messiânicos" de nosso tempo, como Hitler, Idi Amin, Reagan, G. W. Bush, Sharon, os grupos dos martírios suicidas do Oriente Médio, entre outros, tem algo em comum: cada um se sente o escolhido para cumprir uma especial missão. Hitler discursou que "as lágrimas da guerra preparariam as colheitas do mundo futuro". G. Bush, na sua ânsia de guerra contra o ditador S. Hussein, não estaria delirando no mesma linha ? Não é sem sentido que os EUA, tem sido o solo fértil de seitas cristãs fanáticas. Uma delas, A Casa dos Filhos de Jeová, torce para o mundo se acabar logo, porque seus membros acreditam que depois surgirá uma nova civilização do Bem.

Fanáticos e suicidas carecem de humor

O fanatismo parece ser uma doença contagiosa, pois tem o poder de atrair adeptos geralmente em crise profunda de vida pessoal. Fanáticos e suicidas tem em comum a falta de humor e o desapego pela própria vida. A certeza cega tira-lhes o humor e os colocam no caminho do sacrifício místico.

O escritor e pacifista israelense, Amós Oz, numa carta ao escritor japonês Kenzaburo Oe, Prêmio Nobel de 1994, escreve ter encontrado a "cura para o fanatismo": o bom humor. Diz que: "nunca vi um fanático bem-humorado, nem alguém bem-humorado se tornar fanático". Oz imagina uma forma mágica de prevenir o fanatismo: um novo tipo de messias que "chegará rindo e contando piadas".

Emil Cioran, um filósofo amargo e pessimista, vê nas atitudes dos céticos, dos preguiçosos e dos estetas, os únicos que verdadeiramente estão a salvo do fanatismo. Já os religiosos estreitos, os políticos sectários, os dogmáticos que habitam em todas as áreas do conhecimento, tendem ao fanatismo com seus instrumentos próprios. O fanática jamais se pensa ser fanático.

Enfim, é preciso estarmos atentos e preparados para resistir os apelos do fanatismo que como erva daninha não escolhe lugar para germinar e se alastrar. Os grupos fanáticos exercem um atrativo para os indivíduos que possuem uma estrutura psíquica vulnerável, os desesperados, os desgarrados, os avessos ao espírito crítico ou predispostos à crendice, ao desejo de encontrar uma certeza e a se "contentar-se com pouco" na terra, porque ele tem certeza de que ganhará na suposta vida após a morte. Tanto o fanatismo como a guerra estão entre as situações que se encontram na contramão dasabedoria.


Para prevenção do fanatismo

Freud, como pensador evolucionista, pensava que só quando a civilização ascendesse à maturidade psíquica é que descartaria os mecanismos infantis ou alienantes cuja matriz é a religião. Segundo o fundador da psicanálise, a religião infantiliza as pessoas e as arrasta ao delírio de massa. O homem não poderia viver nesse estado de infantilismo para sempre, daí a urgente necessidade de um projeto de uma "educação para a realidade", que fortaleceria a vida intelectual, facilitando o acesso de todos ao conhecimento científico, por ser este verdadeiro. Ademais, a religião não fez e nem faz as pessoas felizes, mas, dá-lhes uma ilusão de felicidade; sem dúvida, ela tem o poder de controla os impulsos primitivos psicossexuais e proporciona alguma direção moral, que costuma ir além do necessário, ou seja, reprimindo o potencial criativo ou de prazer genuíno das pessoas.

Amós Oz, o escritor pacifista, sugere a criação de escolas em todo o mundo da disciplina "fanatismo comparado". Tal disciplina não apenas serviria para entender os fanatismos: religioso, nacionalista, racial, político, desportivo, mas também outros que passam desapercebidos, como o "antitabagista" que poderia queimar os que fumam, o "vegetariano" que comeria vivo quem come carne, "o ecologista" que prefere salvar as baleias às pessoas famintas, etc. Uma disciplina como essa, teria uma função mais que educativa, teria uma preocupação preventiva quanto a possibilidade de "contágio" social do fanatismo, já que pode-se pegá-lo ao tentar curar alguém desse mal. "Conheço o perigo de se tornar um fanático antifanatismo", alerta o escritor.

Concluindo, resumimos que, previne-se o fanatismo com uma educação de boa qualidade, que saiba promover a cultura geral - mais do que a fé - e o sentido de grupo, de criatividade e humor.


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* Psicanalista, docente na UEM e doutorando na Universidade de São Paulo






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