Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

25/03/2014

Mensagem do Caboclo Tupinambá

Mensagem do Caboclo Tupinambá


Sim, seu caminho é a Umbanda enquanto você valorizar a experiência espiritual com os Orixás, Guias e Mensageiros do Astral que se desdobram em muitas formas para te auxiliar.


Seu caminho é e sempre será a Umbanda, enquanto você acender uma vela e sentir que ela fala contigo, enquanto você escutar o som do atabaque e seu corpo aquecer num compasso de vibrações e arrepios, enquanto você sentir o aroma das ervas transmutadas em fumaça ao contato com a brasa incandescente e for acometido da sensação de estar sendo transportado para outro lugar, a Umbanda continuará sendo seu caminho enquanto o brado dos Caboclos te arrepiar, o silêncio dos Pretos Velhos te emocionar, o gracejo dos Baianos te alegrar, a sinceridade dos Exus te curvar, a simpatia das Pomba Giras te atrair e a ciranda dos Erês te relembrar que, apesar dos pesares, o mais importante é não perder a pureza das crianças.


Sim, seu lugar é no Templo que frequenta, enquanto os espíritos regentes ainda forem referências de aprendizado, enquanto você sentir saudade ao final de cada gira, enquanto os objetivos espirituais e materiais também forem os seus objetivos, enquanto o sentimento de irmandade não se dissipar facilmente em momentos de atritos e conflitos naturais, enquanto você preservar o respeito e lealdade ao seu Sacerdote."


Sr. Caboclo Tupinambá





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24/03/2014

A Saúde pode ser Afetada pela Obsessão?

A Saúde pode ser Afetada pela Obsessão?


Desafio está em conhecer origem dos casos


Uma interessante matéria publicada por Allan Kardec na Revista Espírita utiliza a expressão loucura obsessional. O texto, que recomendamos aos leitores, é um estudo sobre os Possessos de Morzine, uma localidade em determinada região francesa, alvo de carta endereçada ao Codificador pelo capitão B. (membro da Sociedade Espírita de Paris e naquele momento radicado na cidade de Anecy). Allan Kardec publicou a carta na edição de abril , seguida de instruções dos espíritos Georges e Erasto e ainda acrescentou lúcido comentário sobre a questão. Depois na edição de dezembro voltou ao assunto, desdobrando-o em bem argumentada análise.


Trata-se de uma obsessão coletiva que atingiu toda uma coletividade e Kardec usa nas duas edições referidas toda a lógica da Doutrina Espírita para explicar a questão da natureza dos espíritos e sua permanente influência junto à humanidade através do perispírito e da mediunidade. Porém, abre importante caminho no entendimento da enfermidade classificada como loucura e acrescenta que “(...) Ao lado de todas as variedades de loucura patológica, convém, pois, acrescentar a loucura obsessional (...)” E acrescenta: “Mas como poderá um médico materialista estabelecer essa diferença ou, mesmo admiti-la? (...)” .


A questão suscita observações interessantes sobre a saúde mental. Ocorre que é grande o número de pessoas consideradas como lesionadas no cérebro e portanto internadas em hospitais psiquiátricos ou em tratamento mental ou psicológico, quando na verdade estão apenas sob forte influência de espíritos que agem ainda com ódio premeditado ou mesmo atuam inconscientemente. Claro que há, e isto ninguém contesta, os que podem ser considerados vítimas de lesões cerebrais irreversíveis com indicações claras de tratamentos ou internações inadiáveis. Mas, a influência perniciosa de um espírito desequilibrado e “que não passou de acidental, por vezes toma um caráter de permanência quando o Espírito é mau, porque para ele o indivíduo se torna verdadeira vítima, à qual ele pode dar a aparência de verdadeira loucura. Dizemos aparência, porque a loucura propriamente dita sempre resulta de uma alteração dos órgãos cerebrais (...) Não há, pois, loucura real, mas aparente, contra a qual os remédios da terapêutica são inoperantes, como o prova a experiência (...)” , conforme acentua o Codificador.


Como sabem os estudiosos da Doutrina Espírita, a obsessão é capítulo importante no relacionamento entre encarnados e desencarnados, tendo inclusive merecido capítulo específico em O Livro dos Médiuns e como destacado pelo próprio Codificador o desafio está em enfrentar esta loucura aparente – pois não há lesões cerebrais –, causada pela presença e influência de espíritos maus e perversos, que constrange e/ou paralisa a vontade e a razão de sua vítima, fazendo-a pensar, falar e agir por ele, levando-a a atos e posturas extravagantes ou ridículas. Considere-se que estamos num planeta ainda dominado pelo egoísmo, onde a maioria das criaturas que o habitam – estejam encarnados ou desencarnados – estão envolvidas com interesses mesquinhos e sem finalidades educativas ou de aperfeiçoamento. E fica fácil, então, imaginar o mundo invisível formando inumerável população que forma a atmosfera moral do planeta, caracterizado pela inferioridade das lutas mundanas e dos interesses que o egoísmo, a vaidade, o orgulho ou a inveja podem criar. Para resistir a tudo isso, usando palavras do próprio Kardec, “são necessários temperamentos morais dotados de grande vigor”.


E é interessante notar que, conforme ponderações do próprio Kardec , “(...) a ignorância, a fraqueza das faculdades, a falta de cultura intelectual” oferecem mais condições de assédio aos espíritos imperfeitos que tentam e muitas vezes conseguem dominar as criaturas humanas através do real fenômeno da obsessão, tantas vezes confundido como loucura ou lesões no cérebro.Diante desse quadro todo, percebe-se claramente a importância do estudo e da divulgação espírita perante todas as classes de indivíduos do planeta. Nesta área da saúde, o Espiritismo vem esclarecer a obscura questão das doenças mentais, apresentando uma causa que não era considerada e constitui perigo real evidente, provado pela experiência e pela observação: o da obsessão ou influência dos espíritos sobre os seres humanos.


Orson Peter Carrara





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23/03/2014

Histórias e Lendas Ciganas



Histórias e Lendas Ciganas


“Águia voa alto, mas com as asas cortadas, não passa de galinha grande.” (provérbio cigano)


Em 1987 eu viajava pelo sertão da Bahia, onde colhia material de estudo e reencontrava alguns irmãos da grande tradição da Jurema Sagrada (Catimbó). No povoado de Quiçé conheci Seu Manuel Ferrer, um raizeiro e benzedor.
Tio Manolo, como também era chamado, nasceu cigano de mãe e vaqueiro de pai, como dizia. Depois de uma vida atribulada, mergulhou sertão adentro, onde aprendeu os mistérios das raízes com Dona Maria Tiana, uma santa curandeira.
O contato com este personagem magnífico, me proporcionou as duas lendas que aqui reproduzo. Como são materiais inspiracionais, recomendo que os leitores não se preocupem com o sentido histórico ou a legitimidade cultural. Não é com a mente que as lendas são compreendidas, é com o coração.


O CIGANO JACÓ E O NAZARENO
“O galo pode cantar quanto quiser, mas nunca porá ovos”. (provérbio cigano)


- Jacó era um ferreiro cigano e passava por Jerusalém no tempo de Jesus. Sua comitiva estava parada perto da cidade santa, quando o Mestre foi preso e julgado. Os romanos preparavam o suplício e precisavam de gente para trabalhar. Nenhum carpinteiro ou ferreiro judeu, quis fazer a cruz ou fundir os cravos de ferro. Daí, que os carrascos romanos obrigaram Jacó, sob ameaça da espada, a fazer os três cravos da crucificação, dois para as mãos e um para os pés. Jacó sabia que Jesus era um justo, por isso amaldiçoou os romanos, predizendo a destruição de Roma por sua ganância e violência. Os algozes também obrigaram ele a pregar o Mestre no madeiro. Ele fez isto chorando e pedindo ao Mestre perdão. O nazareno, envolto na dor, disse ao cigano que não se preocupasse, pois o seu povo era nobre e fiel. Disse também que seriam todos agraciados, pela presença de uma virgem que viria do mar. Desde então, os ciganos passaram a esperar pela virgem e caminhar por todo o canto do Oriente e do Ocidente. Até que um dia, apareceu Santa Sara, a virgem negra. Era o dia 25 do mês de maio. Por isso, os ciganos são devotos de dois santos: a prometida Santa Sara e São Jorge, o patrono dos ferreiros.


EXÚ LERÚ O MOURO CIGANO
“Cachorro correndo sozinho se acha o mais veloz do mundo”. (provérbio cigano).


- Dona Maria me contou que o Exú Cigano, foi um cigano mourisco que se chamava Lerú. Ele chegou ao Brasil, junto com outros escravos da África e por aqui viveu. Como sabia ler, foi vendido para o dono de grandes armazéns, que o colocou como chefe. Muito esperto, Lerú começou a ajudar muita gente, que como ele, estava naquela triste situação. Ajudou tanto, mesmo correndo risco de vida, que um velho Tata africano lhe iniciou no culto. Ele foi o primeiro cigano a entrar na religião dos negros ! Então, depois que desencarnou, passou a trabalhar nas rodas e reuniões que ainda eram escondidas. Dizem que a primeira vez que deu seu nome, foi numa gira no Rio de Janeiro. Daí ganhou o apelido de Exú Cigano.
Seu Manuel fazia a distinção entre os espíritos ciganos da “Direita” e os exús ciganos da “Esquerda”. Para ele, Exú Cigano era o líder de outros ciganos que passaram pela Jurema ou outro culto afro-brasileiro em vida.
Na Jurema ou Catimbó, o líder dos espíritos ciganos é Mestre João Cigano. Perguntei a Tio Manolo se ele conhecia outros nomes de espíritos ciganos, chefiados por Exú Cigano.
- Tem o Exú Cigano do Oriente, Exú Cigano do Circo, Exú Cigano Calão (da Tribo Calon), Exú Cigano da Praça e Seu Giramundo Cigano (não confundir com o Exú Giramundo).
Segundo ele, tem também as Pombas Giras Ciganas, com suas histórias, lendas e magias. 


Salve o Povo Cigano !

Edmundo Pelizari 


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04/03/2014

O Exu na Igreja Evangélica


O Exu na Igreja Evangélica

Mais um texto adequado a todas as épocas: tem muito kiumba passando-se por Exu e muita mente invigilante acreditando nisto... E os nossos veneráveis Guardiões firmes e fortes no cumprimento da sua missão: fazendo o bem sem olhar a quem! Laroiê todos os Exus de Lei! (Blog Tulca)

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O Exu na Igreja Evangélica

A tolerância à diversidade é a palavra de ordem do momento. Longe de querer pregar o repúdio a qualquer religião, pois todas exercem sua função social e espiritual, esse texto tem o objetivo de mostrar que em alguns templos o nome das entidades da Umbanda Sagrada é usado de maneira pejorativa e que ainda assim os incansáveis trabalhadores do Astral não baixam sua guarda e nem deixam de dar proteção àqueles que os difamam.

Quantas e quantas vezes as entidades da Umbanda, em especial os compadres exus e as senhoras pombogiras, são invocadas nas igrejas evangélicas, como se fossem responsáveis por todo tipo de mal que afeta a vida de pessoas sofridas, que buscam solução para seus problemas nesses templos? Os nomes das entidades mais populares do panteão da nossa religião são citados sem qualquer respeito ou pudor. Os senhores Tranca-Ruas, Marabô, Tiriri, Tatá Caveira, Maria Padilha, Maria Mulambo e outros tantos são acusados de serem os responsáveis pelo infortúnio de pessoas desesperadas com questões materiais, espirituais, de saúde ou familiares. Esses nobres trabalhadores são acusados de causar doenças, prejuízos materiais, destruir famílias e outras mazelas mais, num ato de total desrespeito aos símbolos (nesse caso, às entidades) da religião alheia.

Esses mesmos detratores das nossas entidades – as quais acusam de serem demônios – batem no peito para bradar aos quatro ventos que “o diabo veio para mentir, roubar e matar” e não se atentam que eles próprios podem estar sendo enganados por um “diabo” (sem entrar no mérito da existência dessa figura mítica judaico-cristã) que mente, que os engana, dizendo se chamar Tranca-Ruas, Marabô, etc. Em outras palavras, zombeteiros adentram esses templos, usam os nomes das entidades da Umbanda, e aqueles mesmos que dizem que o “diabo” veio mentir, não notam que estão sendo vítimas de uma grande mentira. Caem como patinhos na lábia de verdadeiros arruaceiros espirituais que conseguem usar uma religião para denegrir outra. E o que é pior, denegrir justamente a imagem dos guardiões, daqueles que policiam sua ação nefasta no mundo espiritual e que se reflete de forma extremamente negativa no mundo material, atingindo mentes pouco esclarecidas e/ou preconceituosas, que não medem esforços em acusar os senhores exus, os verdadeiros soldados do Astral, os agentes da Lei Cósmica e cármica universal pelas mazelas que grassam as vidas daqueles que, desesperados, buscam ajuda.

Os compadres exus têm seus nomes achincalhados de maneira vergonhosa dentro de algumas igrejas, que sem o menor pudor ignoram inclusive a Carta Magna do país, que garante o respeito a todos os cultos religiosos e seus símbolos. Mal sabem esses detratores do mundo espiritual que, ao contrário deles, os nossos guardiões exus são desprovidos desse preconceito infantil e barato, e ali estão, à porta das diversas igrejas, trabalhando incansavelmente como sempre costumam fazer, impedindo que ataques do mais baixo reduto espiritual atinja a nós, encarnados, independente da religião que professamos.

Se não fossem os nossos fiéis amigos exus, quantos ataques os diversos templos religiosos sofreriam dos elementos trevosos que, apesar de desprovidos do corpo carnal, rondam e obsedam o mundo material sem que a maioria se dê conta disso?

Não importa o nome que se dê a eles. Na Umbanda e na Kimbanda chamamos de exus. Outros preferem chamar apenas de guardiões ou protetores, mas o importante é que estejam ali, guardando a entrada dos Centros Espíritas, das igrejas católicas, das protestantes tradicionais ou das neo-pentecostais, pois o fato é que ali estão, abnegados e cumprindo bem a sua tarefa de impedir que kiumbas ou trevosos deturpem o culto lá realizado.

Se em algumas denominações (especialmente neo-pentecostais) certos espetáculos acontecem, com obsessores se passando pelos exus (principalmente os mais conhecidos, por assim dizer) é porque os próprios exus de lei permitiram que eles ali adentrassem, a fim de que participassem do show de horrores para depois serem encaminhados ao devido local de merecimento, ou então têm ciência do teatro que alguns fazem usando seu nome, sem que haja, na realidade, entidade qualquer ali.

Em ambas as situações, levando-se em conta o seu caráter irreverente – apesar da seriedade com que realizam sua tarefa, os verdadeiros exus, aqueles que guardam incansavelmente até mesmo a porta das igrejas evangélicas, devem se divertir muito enquanto fazem o seu trabalho e observam essa “Broadway” de quinta categoria. E para quem conhece bem essas entidades, sabe que sua gargalhada não é apenas uma manifestação de hilaridade, e sim um fundamento usado com mestria para descarregar situações tensas, onde elas se fazem necessárias.

Exu está em toda parte, pois a sabedoria cósmica sabe como agir e onde colocar cada um de seus trabalhadores, para que desempenhem bem sua finalidade. Se alguém possui o dom da vidência, não se espante se um dia se deparar com um compadre exu guardando a entrada de uma igreja evangélica. O Universo possui razões que nós somos ainda muito imaturos para entender.

Laroyê Exu.

Douglas Fersan





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19/02/2014

Umbanda também é Respeito

Umbanda também é Respeito

Nós Umbandistas como todos os seres humanos, estamos passiveis a erros e acertos, somos passionais em alguns casos e racionais em outros, mas não podemos nos furtar de uma coisa, temos a obrigação de nos respeitarmos.

Nossa comunidade que se diz tão discriminada por outros segmentos, sofre muito mais com o desrespeito entre seus membros.

De que adianta criarmos movimentos para cobrar dos outros uma coisa que não temos em nosso meio, o respeito.

O pensar é livre e o entendimento também, a Umbanda por sua diversidade nos permite varias formas e maneiras de entendê-la, é a única religião que nos permite adequar a sua pratica ao nosso gosto, nos da à chance de exercitarmos nosso bom senso e nosso livre arbítrio, nos permite encontrarmos sempre um local com o qual tenhamos afinidade com a forma que a Umbanda é praticada ali.

Não importa a raiz que seguimos, ou qual a denominação, o que importa é que a essência da Umbanda esteja presente.

Não temos condições de afirmar o que é certo ou errado, uma coisa que parece absurdo para um, pode ter muito fundamento para outro, só não podemos esquecer de uma coisa chamada bom senso.

Tenho dito muito isto e vou repetir aqui:

A Umbanda vai crescer muito quando os Umbandistas deixarem de se tratar como concorrentes comerciais e passarem a se entender como Irmãos da mesma Fé.

OICD, FTU, Primado de Umbanda, Colégio de Umbanda, etc. São caminhos, mas não são os únicos.

Esotérica, Branca, Omolôko, etc. São formas de culto, mas não são as únicas.

Temos de começar a respeitar e aprender com aqueles que pensam e entendem a Umbanda de forma diferente de nós.

Não somos mestres, somos aprendizes e o seremos por muito tempo, embora alguns desejem e pensem o contrário...

Marco Boeing






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06/02/2014

Por que a Simplicidade não Satisfaz?


Depois de alguns anos militando na umbanda, comecei a desenvolver um senso critico no diz respeito a minha religião.

Passei a observar as mudanças, as evoluções, os retrocessos, o comportamento, enfim tudo que se refere ao dia a dia da Umbanda.

Uma coisa tem me incomodado muito; a falta de simplicidade que tenho observado nos terreiros. Quando iniciei na Umbanda, pés no chão, uma roupa branca, algumas velas brancas no altar e o terreiro estava pronto para funcionar, as entidades sempre presentes, os consulentes atendidos, os médiuns felizes por estarem ali, enfim uma atmosfera propícia para pratica do bem.

Nosso aprendizado era dentro do terreiro, ouvindo o dirigente, as entidades, os mais experientes.

Muitos vão dizer que a evolução é importante e faz parte da vida, concordo, mas penso que deva ser uma evolução inteligente, coerente.

Infelizmente tenho visto muitos que inventam rituais, fundamentos, praticas, muitas beirando o absurdo, outros vão buscar em outras religiões, praticas que nada tem haver com a Umbanda, em nome de uma pretensa evolução.

Vejo a subserviência, a idolatria à pessoa do “pai de santo” ou a uma determinada "entidade", muito grande, vejo que em muitos casos a espiritualidade fica em segundo plano, hoje Orixá virou sobrenome e até propriedade pessoal, terreiros viraram desfile de moda ou concurso de fantasias.

Aprendi que quando se vai a outro terreiro devemos saber entrar e sair, minha Mãe de Santo, nos ensinou que quando visitamos outra casa, salvo se somos convidados pelo chefe do terreiro, somos assistência, e nosso lugar é “na fila do passe” como ela dizia. O que ocorre hoje é bem diferente, “pais de santo” que se acham no direito de exigir que se dobrem atabaques para ele, que se prestem reverências, e muitas vezes ainda saem reparando, criticando ou caçoando do trabalho, e por que tudo isto? Justamente pelo fato de que a espiritualidade para eles é apenas um detalhe.

Não sei onde isto vai acabar, espero que acabe antes que a Umbanda acabe...

Amigos longe de mim querer generalizar ou ser o dono da verdade, como disse no inicio, sou apenas um observador do comportamento umbandista.

Ainda bem que temos terreiros que ainda mantêm a essência da Umbanda, onde a palavra de um Preto Velho ou de um Caboclo é ouvida e seguida. Onde o dirigente senta com seus filhos, ouve, explica, não tem vergonha de dizer “não sei, mas vou tentar aprender”.

Este texto nada mais é que um desabafo de um saudosista, que pisou muito em terreiro de chão batido, que limpou muito cinzeiro, que já caiu varias vezes de “bunda” no chão durante o desenvolvimento, que já levou muito “pito” de entidades, que teimou muitas vezes, mas que aprendeu a amar com todas as forças a Umbanda, e que depois de todo este tempo vivenciando a Umbanda tem uma pergunta aos Umbandistas:

POR QUE A SIMPLICIDADE NÃO SATISFAZ ?

Marco Boeing






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05/02/2014

Mensagem do Guardião da Meia Noite

Mensagem do Guardião da Meia Noite

Estava lendo o Jornal de Umbanda Sagrada e achei um texto muito interessante e com muito fundamento com o título: Uma mensagem do Guardião da Meia Noite recebida pela médium Angela Maria Gonçalves:

Boa noite, vocês estão aqui para ouvir e eu vou agradecer a quem escutar. Quando se vai em algum lugar, se deve levar alguma coisa boa. O que se recebe em qualquer lugar corresponde ao que você leva a ele.

Gosto do trabalho aqui... hehe, só chegam perto de mim santinhos... Ihahahahahaha!

Dizendo para minha banda que nada fizeram para merecer da vida o que tem vivido e que Exu dê jeito de abrir o caminho. Para esses dou a minha melhor gargalhada!

São seres de dupla medida: uma para si outra para as coisas que os contrariam. São seres medrosos que esquecem que deles mesmos depende as decisões e consequências.

Muitos vêm até a minha banda querendo isso ou aquilo e nada de realmente bom e perene nos trazem. Trazem lamúrias, trazem queixas, trazem pedidos. Mas dificilmente nos trazem aceitação, renovação, dedicação ou gratidão verdadeiras.

Muitos nos oferecem coisas perecíveis e passageiras para que possamos dar jeito de ajeitar suas vidas, camuflar as falhas que cometeram ou para satisfazer caprichos tratando a banda como mercenários a seu serviço. Pensam que o céu é para eles e para Exu só as podridões.

Dizem respeitar a banda porque querem nossos favores. Dizem respeitar a banda apenas porque tem medo do que a banda possa fazer.

Dizem respeitar a banda, mas ao menor embaraço começam a debandar e caçar outros que façam por eles o que eles mesmos não tem a ousadia de fazer. Dizem respeitar a banda e nos tratam como empregados a soldo de marafo e outras coisas. São seres que não sabe bem o que querem e exigem que Exu saiba. Exu sabe e por isso Exu faz! Porque quem sabe faz, e o que não sabe fazer, pede.

Trocamos, sim. Porque são ingratos e petulantes e pensam que o que vale nada, nada vale! São seres que querem por mágica que a banda dê jeito de melhorar suas vidas. Sem que nada tenham que melhorar em si mesmos.

Querem resguardo, pedem guarida para se manter pomposos e orgulhosos nos caminhos tortos que gostam de andar. Cheios de impáfia e sem a menor vontade de fazer algo por alguém. E nem tem vergonha de vir pedir para a banda fazer o que eles mesmos não fazem! São seres que acreditam que podem comparar Exu com umas porcarias que para nós nem tem muito valor. Por serem ovelhas que só querem o sustento de suas vontades. Seguem ao primeiro sanar qualquer necessidade. Achando mesmo que como são assim, Exu também, tem que ser.

Sem nem pestanejar entregam qualquer coisa que a banda quiser desde que consigam o que desejam sem para isso ter que se esforçar. Por isso tem muito rabo de encruza por aí a se fartar. Achando que o céu é perto, nenhum nem o outro quer se consertar.

São seres que dizem Laroiê sem fé e sem razão e Mojubá sem disso ter qualquer convicção. Para esses, meus ganchos são afiados.

Pedem proteção da banda para continuar os desmandos e com isso pensam poder continuar sem rumo ou comando abusando da liberdade que tem. Achando que cobrir um erro com outro vai fazer o acerto. Querem que Exu sempre fortaleça aquilo que não é conquista deles. Batem no chão e no peito dizendo: Eu tenho Exu! Será que nos têm mesmo ou somos nós que os temos?

Então, já que vem visitar minha banda trate de trazer o melhor que tiver. Não é marafo, não é charuto e muito menos sangue de piá! É ao menos a vergonha na cara, de vir para se melhorar. Se vier pedir demanda, demanda vai levar. Não aquela que pedir, mas aquela que eu mandar. Porque se seu coração é negro não sou eu que vou te clarear. Iahahahahahahaaaa!

Ganhei uma nova estrela e um potente cajado e garanto que não foi por ter ocorrido das lutas ou abandonado meu comando.

Então se vem até a minha banda, traga algo que preste, porque posso até facilitar alguns trajetos, mas, não vou desonrar minha jura a quem em mim confiou para manter o equilíbrio da minha banda.

Boa noite que já vou me retirar e no meu reino vou te esperar. Pense bem quando vier aqui me procurar, tenho pressa, ando rápido e posso muitas coisas estar fazendo. Então não gaste meu tempo com bobagens que você mesmo pode resolver.

Ajo rápido, ando longe mas não gosto de falação. Guarda bem o meu conselho. Respeite a si próprio e num vai ter do que reclamar. Se quer o respeito da minha banda, seja você o primeiro a se respeitar.

Salve o Grande! Porque é o Grande que mais pode! Salve a Minha Banda!

Agradeço a quem ouviu e agradeço mais a quem me escutou. Boa noite!

Essas sábias palavras servem para todo o tipo de gente, principalmente aqueles que pensam que Exu não é entidade e sim um amigo que lhe resolve tudo, que lhe dá o homem ou a mulher que deseja. E não é bem assim que as coisas funcionam, Exu é uma entidade que deve e muito ser respeitada. Eles não são nossos amigos de escola ou do trabalho que conversamos como se não fossem entidades. São entidades poderosas que podem virar tua vida de cabeça para baixo através das menores das brisas.

Bem... cada um reflita sobre si e veja se estas palavras não tem razão em muitas coisas!!!

Salve a Vossa Banda
Laroyê Exu,
Exu é Mojubá!!!





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