Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

15/11/2013

História do Hino da Umbanda


História do Hino da Umbanda


HINO DA UMBANDA

Refletiu a luz divina 
Com todo seu esplendor 
Vem do reino de Oxalá 
Onde há paz e amor. 
Luz que refletiu na terra 
Luz que refletiu no mar 
Luz que veio de Aruanda 
Para todos iluminar. 

A Umbanda é paz e amor 
É um mundo cheio de luz 
É a força que nos dá vida 
E a grandeza nos conduz. 

Avante filhos de fé, 
Como a nossa lei não há, 
Levando ao mundo inteiro 
A Bandeira de Oxalá ! 

J.M.Alves






História do Hino da Umbanda

Dedico esta pesquisa a todos aqueles, que estão chegando agora ao Movimento Umbandista.

Sabemos das dificuldades, das limitações de muitos Terreiros e Dirigentes; e pensando somente na Umbanda, pedimos a todos, que divulguem estas informações, levem para seus Terreiros, para seus Dirigentes e amigos; pois precisamos urgentemente divulgar e esclarecer questões históricas ligadas ao Movimento Umbandista.

Ainda é muito pouco, reconhecemos, mas já é um início.

Apuramos que ele foi composto (letra e música) na década de 60, por um cego, que em busca de sua cura foi procurar ajuda do Caboclo das Sete Encruzilhadas e não conseguindo sua cura por ser karmica fez o Hino de Umbanda para mostrar que poderia ver o mundo e nossa religião de outra maneira.

Embora não tenha conseguido sua “cura”, ficou apaixonado pela Umbanda.

As iniciais de seu nome : J.M.Alves, e segundo consta já desencarnou e infelizmente não constam registros sobre seu nome completo, somente as iniciais ficaram conhecidas.

J.M.Alves, apresentou a música ao Caboclo das Sete Encruzilhadas (Zélio de Moraes) que gostou tanto que resolveu apresenta-lo como Hino da Umbanda.

Em 1961, no 2º Congresso de Umbanda, presidido pelo Sr. Henrique Landi, o hino foi oficialmente adotado em todo o Brasil, como o Hino Oficial da Umbanda.

Fonte: http://povodearuanda.wordpress.com










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14/11/2013

15 de Novembro Dia Nacional da Umbanda

Umbanda


Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 12.644, DE 16 DE MAIO DE 2012.

Institui o Dia Nacional da Umbanda.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o Fica instituído o Dia Nacional da Umbanda, que será comemorado, anualmente, em 15 de novembro.
Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 16 de maio de 2012; 191o da Independência e 124o da República.
DILMA ROUSSEFF
Anna Maria Buarque de Hollanda
Luiza Helena de Bairros

Este texto não substitui o publicado no DOU de 17.5.2012

***

Por quê milhões de brasileiros escolheram 15 de Novembro como o DIA NACIONAL DA UMBANDA
O CONSELHO NACIONAL DELIBERATIVO DA UMBANDA-C.O.N.D.U. – por intermédio de sua representante no Estado do Amazonas, a Cruzada Federativa Espírita de Umbanda, tomou conhecimento do comentário da sessão “Umbanda – Quimbanda” do jornal “ A Notícia”, de Manaus, em 11 do corrente mês, sob o título “Escolha Justa”, no qual se lê que “ a suposta escolha de 15 de novembro para ser considerado o Dia da Umbanda, sugerida num encontro umbandista, no Rio de Janeiro, vinha decepcionando”… e que “a data diz respeito à Proclamação da República, nada tendo a ver com a Umbanda, o que significa que foi sugerida por profanos, por quem desejava apenas homenagear um centro”… ”Os umbandistas amazonenses disseram que o 13 de Maio, data da libertação dos escravos é realmente a mais indicada”.

O C.O.N.D.U. esclarece que:
A data de 15 de Novembro foi proposta pelas entidades federativas do Rio de Janeiro, na I Convenção Anual deste Conselho, da qual participaram 25 federações, representando a maioria absoluta dos Estados; e que não opuseram qualquer objeção à escolha.
Entre as datas sugeridas – 13 de Maio, consagrada aos Pretos Velhos – e 22 de Novembro – dia de Araribóia – venceu por unanimidade 15 de Novembro. Nessa data, em 1908, manifestou-se pela primeira vez, numa sessão da Federação Espírita, em Niterói, uma entidade que declarou trazer a missão de estabelecer um culto, no qual os espíritos de índios e de escravos poderiam desenvolver seu trabalho espiritual, organizado no plano astral do Brasil. Na época, esses espíritos aproximavam-se das reuniões espíritas, mas as suas mensagens eram recusadas, por serem eles considerados atrasados, tendo em vista a condição de humildade com que se identificavam.

A entidade, que se apresentou aos videntes como um mentor espiritual, deu o nome de CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS.

No dia seguinte, verdadeira multidão compareceu à residência do médium – um jovem de 17 anos, Zélio Fernandino de Moraes, de tradicional família fluminense. A entidade manifestou-se e determinou as normas do novo culto, que teria o nome de UMBANDA, declarando fundado o primeiro templo de Umbanda, cuja prática seria exclusivamente a caridade espiritual, através de passes, desobsessões e curas de enfermos.

O templo, que tomou o nome de Tenda Nossa Senhora da Piedade, funciona ainda hoje, no centro do Rio de Janeiro (Rua D. Gerardo, 51) com uma filial (Cabana de pai Antônio ) num sítio em Boca do Mato, Cachoeiras de Macacu, completando, em Novembro próximo, 69 anos de atividade.

Prosseguindo a sua missão, o Caboclo das 7 Encruzilhadas fundou mais 7 templos, cujos dirigentes foram escolhidos entre os grupos de médiuns preparados nas sessões doutrinárias que a entidade estabelecera, às quintas-feiras à noite, para esclarecimentos sobre a doutrina espírita, o Evangelho e as normas ritualísticas da Umbanda. Estas normas determinavam: médiuns uniformizados de branco, cânticos sem acompanhamento de atabaques nem palmas ritmadas; preceitos baseados apenas em água, amaci de ervas, flores e pemba, atendimento totalmente gratuito, não sendo admitido estabelecer nem aceitar retribuição financeira de espécie alguma. Os templos, organizados administrativamente, mantinham-se pelas contribuições dos associados.

Milhares de templos, em quase todos os Estados, descendem desse grupo inicial, conservando, em sua maioria, a pureza da doutrina e da ritualística. Formou-se assim a religião de Umbanda – denominada, de início, Lei de Umbanda, ou Linha Branca de Umbanda – cujos mentores são os Caboclos e os Pretos-Velhos.

Justifica-se, portanto, a escolha da data de 15 de Novembro, por não se prender apenas a uma das falanges principais da Umbanda e sim a ambas: Caboclos e Pretos Velhos.

A referência feita à Proclamação da República deve-se ao fato de ter sido ela determinante da igualdade religiosa estabelecida pela primeira vez na Constituição da República, em 1889, o Estado deixou de ter uma religião oficial, permitindo assim que todos os credos, inclusive a nossa doutrina, se difundissem livremente.

Jornal “Gira de Umbanda” 1976






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12/11/2013

Alfavaca de Caboclo

Alfavaca


Nome científico: Ocimum gratissimum L.
Nome popular: Alfavaca de caboclo
Ocimum gratissimum L., planta conhecida popularmente no Nordeste brasileiro como “alfavaca” ou “alfavaca de caboclo”, possui, segundo a literatura consultada, propriedades antifúngica, antibacteriana, antidiarréica, hipoglicemiante e antiinflamatória.

Trata-se de uma angiosperma da família Lamiaceae originária do Oriente, e que hoje está difundida por países tropicais como o Brasil onde é conhecida popularmente como alfavacão, alfavaca e alfavaca-cravo. O Ocimum gratissimum L é um subarbusto aromático, ereto, com até 1m de altura. Suas folhas são ovalado-laveoladas, de bordos duplamente dentados, membranáceas, 4-8 cm de comprimento. As flores são pequenas, roxo-pálidas, dispostas em racemos paniculados eretos e geralmente em grupos de três. Fruto do tipo cápsula, pequeno, possuindo 4 sementes esféricas. Tem aroma forte e agradável que lembra o cravo-da-índia. Extratos obtidos da planta são usados pela população no tratamento de reumatismo, paralisias, epilepsia e doenças mentais, além de conter substâncias ativas que são utilizadas como inseticida, nematicida, fungicida, antimicrobiana e anti-séptica local.
Por seu sabor e odor semelhantes ao do cravo-da-índia, é usada também como condimento em culinária.

Contraindicações:
Pode causar reações alérgicas. O uso interno é contraindicado, pois pode causar palpitações, sudorese, tontura e outros efeitos colaterais.

USO RITUALÍSTICO
Erva que vibra na irradiação do Orixá Oxossi. Indicada para limpeza e reequilíbrio, auxilia no processo de cura de doenças físicas e espirituais.

Ednay Melo

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10/11/2013

Cuidados ao Utilizar Ervas Medicinais

Cuidados ao Utilizar Ervas Medicinais


FITOTERAPIA: UMA ALTERNATIVA PARA QUEM?

Ulysses Paulino de Albuquerque
Laise de Holanda Cavalcanti Andrade
(Departamento de Botânica,
Centro de Ciências Biológicas,
Universidade Federal de Pernambuco) 


É cada vez maior o interesse sobre plantas e suas possíveis aplicações terapêuticas. O repertório de plantas usadas tradicionalmente é rico, predominando as formulações vegetais sobre os remédios de origem mineral e animal, também muito difundidos nas práticas da medicina popular brasileira.

A medicina popular e o conhecimento específico sobre o uso de plantas é o resultado de uma série de influências culturais, como a dos colonizadores europeus, dos indígenas e dos africanos. Os descobrimentos e a conquista de novas terras por parte dos colonizadores tiveram diversas conseqüências. Uma delas, talvez a mais notável, tenha sido o fato de que muitas plantas hoje empregadas na medicina popular, foram introduzidas no início da colonização do Brasil. Não só plantas medicinais estiveram envolvidas nesse movimento de plantas entre os continentes, mas também muitas hortaliças.

Ao lado da flora medicinal "colonizadora" ou européia, posicionam-se as plantas medicinais utilizadas pelos indígenas, profundos conhecedores dos recursos das florestas, sejam eles medicinais ou não. De outro lado, logo no início do comércio escravo, o africano ofereceu ao conjunto citado acima sua parcela de colaboração, pela introdução de espécies da África. No entanto, a pressão dos colonizadores fez com que o conhecimento indígena e africano fosse relegado gradualmente ao abandono, proibido de ser exercido, uma vez que muitos consideravam o conhecimento desses grupos como "inferior", "primitivo"; a resistência desses grupos foi revertendo sensivelmente o quadro, ao longo de muitas décadas até os dias atuais.

Tal conjunto de conhecimentos sobre o uso de plantas forma hoje a "fitoterapia popular", uma prática alternativa optada por milhares de brasileiros que não têm acesso às práticas médicas oficiais devido aos altos custos, principalmente no que respeita a consultas médicas e medicamentos. O conhecimento tradicional sobre o uso de plantas na sociedade moderna e urbana, concentrado nas mãos de especialistas populares (erveiros, rezadeiras etc), tem demonstrado sua eficácia e validade em muitos casos. No entanto, nem todas as práticas e receitas populares são eficazes, ao contrário, muitas podem ser altamente danosas à saúde. Na realidade, existe muita desinformação e empirismo simplista no campo da fitoterapia. Com essa preocupação, a equipe do LEBA (Laboratório de Etnobotânica e Botânica Aplicada) do Departamento de Botânica da Universidade Federal de Pernambuco, elaborou uma pequena cartilha com informações básicas sobre o uso de plantas medicinais. As informações selecionadas para a cartilha basearam-se em pesquisas realizadas pelo grupo, onde se verificou que as pessoas utilizavam incorretamente muitas plantas medicinais, algumas das quais de uso restrito dada a sua toxicidade. Uma outra constatação da equipe do LEBA é que muitas pessoas substituem a receita do seu médico, sem qualquer orientação, por um remédio a base de plantas medicinais. Fazem-no por diversas razões, das quais as principais são: 1) ausência de recursos financeiros para adquirir medicamentos receitados, o que muitas vezes compromete grande parte da renda familiar; 2) medo de efeitos indesejáveis; 3) opção por medicamentos e consultas junto a especialistas populares.

O primeiro fator apontado é que tem levado muitos setores da sociedade a desenvolverem programas de assistência fitoterápica baseada nas práticas e saberes populares, tradicionalmente transmitidos, sobre o uso de plantas. Muitos desses programas, assentados em bases não científicas, contribuem para agravar o problema social do uso indiscriminado de medicamentos. Muito embora se reconheça a legitimidade do conhecimento tradicional, uma planta para ser usada em qualquer atividade ou programa de fitoterapia deve ser cientificamente validada. E de que consiste isso? São várias etapas, que vão desde a verificação se a atividade atribuída existe, e a avaliação dos riscos de seu uso, até a sua produção industrial. É essa luta por uma fitoterapia dita científica que precisa ser perseguida por todas as pessoas comprometidas com o estudo de plantas medicinais e o seu retorno social. Esperar a produção industrial de um medicamento fitoterápico é um processo longo e custoso e que no final não traria grandes benefícios para as camadas populares.

Diante das carências financeiras, parece fora de dúvida que a fitoterapia é uma alternativa viável para a maioria dos brasileiros. Mas como oferecer um serviço de assistência fitoterápica de bases científicas à população? Se por um lado existe a necessidade de intensificação de estudos com os potenciais florísticos do Brasil visando a descoberta ou comprovação de plantas usadas popularmente, por outro é preciso reverter os conhecimentos adquiridos em benefício das pessoas e obter um maior envolvimento da classe médica. Conquanto já foram realizados muitos estudos comprovando cientificamente as atividades popularmente atribuídas a muitas plantas, muitos profissionais da área médica possuem a concepção de que fitoterapia nada mais é do que um conhecimento baseado em crendice popular.

Para se ter uma ideia da importância das drogas obtidas de plantas medicinais, merece ser dito que cerca de 119 substâncias extraídas dessas plantas são utilizadas em todo o mundo, como a digitalina (cardiotônico), emetina (amebicida), escopolamina (sedativo), vimblastina e vincristina (antitumorais). Justamente em função disso devem ser incentivadas pesquisas na área, uma vez que o Brasil é um país privilegiado em termos de biodiversidade. Se ocorreu nos países desenvolvidos um crescente declínio da fitoterapia pelo uso cada vez crescente e predominância da quimioterapia de síntese, nos países em desenvolvimento, a seu turno, a situação é exatamente oposta. No caso do Brasil, pela sua riqueza e efervescência cultural, onde não há o preenchimento das necessidades de medicamentos essenciais, a fitoterapia surge como uma opção realista de política sanitária. Por isso, uma atenção muito especial deve ser dada às práticas populares, o seu saber e técnicas, e agir com base nos recursos localmente disponíveis.

A NATUREZA AO SEU ALCANCE

Abaixo apresentamos o material produzido pelo LEBA, destinado a esclarecer as pessoas sobre o uso correto de plantas medicinais.


1. Apresentação

A natureza ao seu alcance é uma cartilha que nasceu com dois simples propósitos: esclarecer as pessoas comuns sobre o uso correto de plantas medicinais, e orientá-las em como obter e cuidar dessas plantas sem prejudicar a natureza. É um trabalho que foi escrito com muito cuidado e carinho, e dedicado principalmente aos que lidam com plantas medicinais no seu dia-a-dia, tais como erveiros e pessoas que normalmente usam e compram plantas medicinais. Selecionou-se 17 espécies segundo os seguintes critérios: plantas de fácil obtenção e bastante conhecidas; com propriedades terapêuticas cientificamente avaliadas; que servissem para o conjunto de doenças que foram selecionadas neste trabalho. A seleção dessas doenças baseou-se em pesquisas realizadas pela equipe do LEBA, que identificou os problemas mais comuns para os quais as pessoas usam plantas medicinais. Por isso, caro leitor, recomenda-se que você leia completamente esta cartilha antes de preparar qualquer medicamento com as plantas aqui sugeridas.




2. O que você precisa saber sobre plantas medicinais



1.O que são plantas medicinais?
São plantas utilizadas na cura e tratamento de doenças, na visão popular. Nem tudo aquilo que o povo usa para tratar determinada doença é bom e realmente serve. As pessoas precisam tomar conhecimento de que, mesmo sendo um medicamento natural, as plantas podem causar problemas de saúde se forem usadas de maneira errada. Os cientistas utilizam outros critérios, além desse, para considerar uma planta como medicinal.


2. Quais as vantagens de utilizar plantas medicinais?
É uma alternativa barata e de fácil obtenção, porque as plantas podem ser encontradas até mesmo nas vizinhanças de casas. Além disso, muitas plantas já tiveram sua eficácia comprovada pelos cientistas.

3. Utilizar apenas plantas medicinais resolve qualquer problema de saúde?
Dependendo da doença é necessário acompanhamento médico, pois a doença pode ser mais grave do que se pensa e o estado do doente pode se agravar. Evite usar plantas medicinais no tratamento de doenças graves, só o faça se o seu médico tiver conhecimento.

4. Além da utilização de plantas medicinais que outros cuidados podemos ter para obter melhores resultados e ter boa saúde?
  • beber bastante água;
  • ter uma alimentação com pouca gordura;
  • tomar banho de sol pela manhã;
  • evitar tomar bebidas alcóolicas
  • não fumar.

5. Quais os cuidados que se deve ter na hora de preparar medicamentos com plantas medicinais?
  • preparar o medicamento, preferencialmente, com plantas colhidas a pouco tempo;
  • usar apenas plantas que sejam do seu conhecimento; na dúvida consulte alguém mais experiente;
  • não pegar plantas perto de fossas, lixos, esgotos, locais tratados com agrotóxicos e na beira de estradas (porque a fumaça dos veículos pode conter substâncias tóxicas que ficam na planta);
  • não utilizar plantas que estejam mofadas, velhas e com bichos;
  • ter o cuidado de lavar bem a parte da planta a ser usada;
  • no caso de preparar o chá com folhas secas, secá-las à sombra e em locais arejados, pois os raios solares podem eliminar parte das substâncias curativas;
  • quando for utilizar raízes secas, picar em pequenos pedaços antes de secar; após a secagem, guardar em vidro escuros ou caixas bem fechadas, com o nome da planta;
  • não guardar as plantas medicinais por muito tempo, porque elas podem perder a ação medicinal.
  • evite tomar chá feito de um dia para outro; renove sempre a cada 24 horas.

6. Qualquer pessoa pode usar plantas medicinais?
As gestantes devem usar com cuidado especial, pois algumas plantas podem causar aborto ou deformar o bebê. Em todo o caso, tire qualquer dúvida com seu médico.

7. É aconselhável misturar várias plantas em um mesmo chá ou remédio?Evite, pois algumas plantas podem anular o efeito de outras ou causar reações desagradáveis.

8. De que forma se pode preparar remédios com plantas medicinais?
Os medicamentos caseiros feitos com plantas medicinais podem ser preparados de diversas maneiras; veja agora alguns exemplos:

  • Chás

1. Infusão: despeje água fervendo sobre as ervas, em uma vasilha e depois deixe bem tampado por alguns minutos. Para fazer infusão em cascas e raízes, deve-se picar bem e deixar em repouso por uns 20 minutos. Depois coar.

2. Decocção: cozinhar a parte a ser utilizada em água; para folhas e flores basta cozinhar por 10 minutos e raízes, cascas e caules, picar bem picadinho e deixar cozinhar por 20 minutos. Depois coar.

3. Maceração: botar as ervas de molho em água fria; para folhas, flores e sementes devem ficar por 12 horas; cascas e raízes, deve-se picar e deixar de 16 a 24 horas. Depois coar.


  • Sucos

São obtidos triturando a erva ou o fruto no pilão ou liquidificador, e em seguida coar. Deve-se usar as ervas e os frutos frescos e preparar no momento da utilização.


  • Lambedor ou xarope

Misturar o suco (preparado como anteriormente) ou preparar a decocção e acrescentar mel ou açúcar. Prepara-se quente ou frio.


  • Banhos

Cozinhar as ervas durante 20 a 40 minutos, coar e deitar o decocto na água que vai ser usada no banho.


  • Cataplasma

1. Ervas ao natural: podem ser aplicadas diretamente na parte dolorida, inchada ou ferida.
2. Em forma de pasta: socar com pilão de madeira as plantas até formar uma papa que se coloca sobre o local dolorido. Se não tiver plantas frescas pode usar secas, colocando água quente para formar a pasta.

  • Gargarejo

Preparar o chá na forma de decocção. Esse chá deve ser bem forte. Deve-se fazer o gargarejo várias vezes ao dia.

  • Inalações

Colocar as plantas em uma vasilha com água fervida e aproveitar o vapor, aspirando-o.


9. Há plantas que servem para curar várias doenças ao mesmo tempo?
Cuidado com esse tipo de informação, pois essas utilidades podem ser mentirosas e, pior do que isso, a planta pode causar mal a sua saúde.



3. Coletando plantas medicinais

Antes de qualquer coisa você precisa ter certeza absoluta sobre a planta procurada para fazer um medicamento. Sempre no caso de dúvida procure um bom conhecedor das plantas da sua região, pois há casos de pessoas que tiveram sérios problemas de saúde e até mesmo morreram por terem usado plantas erradas.
Todo cuidado é pouco ao coletar e usar uma planta medicinal. Muitas são raras ou demoram muito tempo para crescer, sendo por isso necessário alguns cuidados para que elas nunca deixem de existir. Você pode tomar, por exemplo, as seguintes medidas:
  • só retire da planta as partes que serão necessárias para fazer o medicamento. Nunca retire grandes quantidades, pois a planta poderá ser prejudicada.
  • no caso da parte da planta a ser usada ser a entrecasca do caule, nunca a retire fazendo um círculo completo em torno do tronco, pois com isso a planta poderá morrer.
  • se precisar usar toda a planta, como é o caso de algumas ervas, deixe sempre algumas no local para que elas possam crescer e se multiplicar. Muitas plantas medicinais estão desaparecendo porque as pessoas destroem o ambiente em que elas vivem (matas, florestas) ou retiram tudo que encontram.
  • você pode ajudar na preservação de plantas medicinais com a organização de um pequeno jardim em sua casa, onde você irá cultivá-las para suprir as suas necessidades.


4. A identificação de plantas medicinais

Você já sabe que é muito importante e necessário aprender a identificar uma planta medicinal. Nem sempre é possível contar com a ajuda de uma pessoa mais experiente. Nesse caso, o que fazer? Uma solução simples é adquirir a planta com erveiros em mercados públicos ou feiras. Mas lembre-se, muitas pessoas que vendem plantas medicinais não conhecem o produto e, às vezes, por engano ou má fé, vendem a planta errada. Por isso, uma outra alternativa é o álbum herbário.
O álbum herbário é uma espécie de livro que você mesmo faz. Ele contém plantas secas e informações sobre elas. Coleta-se a planta inteira, ou se ela for muito grande apenas galhos ou ramos, colocando-os entre folhas de jornal. Coloque um peso em cima e deixe secar por alguns dias. Depois você cola cada planta sobre uma folha de papel ofício com o nome, características importantes (cor das flores, tamanho, odor) e a sua utilização. Pronto! Toda vez que surgir dúvidas sobre a identidade da planta que se vai utilizar é só comparar o material que você tem nas mãos com a planta que está no álbum.
Lembre-se de nunca usar uma planta orientando-se unicamente pelo nome vulgar. Os nomes das plantas mudam de região para região, de local para local. Por exemplo: o que algumas pessoas de outros estados do Brasil chamam de erva cidreira é o capim santo muito utilizado em Pernambuco. Uma mesma planta pode ter vários nomes populares, por isso muito cuidado!


5. Planta medicinal: o natural que também pode fazer mal

Só se deve utilizar uma planta medicinal quando não restar dúvidas sobre a sua identidade e utilidade. É bom lembrar que, de maneira geral, TODA PLANTA MEDICINAL É TÓXICA. O que isto quer dizer? Quer dizer que se uma planta for usada incorretamente poderá prejudicar a saúde, causando acidentes leves, graves e até fatais.
Uma vez ou outra escuta-se falar de plantas "milagrosas", que as pessoas dizem servir para muitas doenças, inclusive aquelas mais sérias como o câncer, sífilis, diabetes e até mesmo AIDS. Recentemente é a babosa que anda ocupando a boca das pessoas. Os cientistas já observaram que ela pode ser útil no tratamento de alguns problemas, mas que também pode causar complicações em determinadas situações. Por isso, fique sempre muito alerta. Evite realizar tratamento com uma mesma planta durante muito tempo. Os cientistas há muito tempo vêm estudando plantas medicinais, mas só algumas podem ser tomadas com segurança, pois ainda faltam ser realizados muitos estudos. Quando corretamente utilizadas, as plantas medicinais são poderosos auxiliares no tratamento e prevenção de muitos problemas de saúde.
Algumas plantas, quando tomadas em doses altas ou quando utilizadas por muito tempo, podem causar irritação gástrica, hemorragias graves, convulsões, vômitos, lesões nos rins e muitos outros problemas. Assim, só devem ser usadas com muito conhecimento ou sob orientação médica. Apresentamos a seguir uma lista dessas plantas, de uso popular corrente no Brasil.



Plantas medicinais que podem causar danos à saúde se utilizadas incorretamente

irrita o estômago e intestino
Agrião (Nasturtium officinale R.Br.),
Alecrim (Rosmarinus officinalis L.),
Alho (Allium sativumL.),
Jurubeba (Solanum paniculatum L.),

Confrei (Symphytum officinale L.)

afeta o sistema nervoso
Mastruz (Chenopodium ambrosioides L.),

Trombeteira (Datura suaveolens Humb.).

provoca queimaduras na pele
Figo (folhas) (Ficus carica L.)

causa danos ao fígado ou rins
Alecrim (Rosmarinus officinalis L.),
Coentro (Coriandrum sativum L.),
Confrei (Symphytum officinale L.),

Cambará ou camará(Lantana camara L.).

causar morte
Espirradeira ou leandro(Nerium oleander L.),

Mamona (Ricinus communis L.),

Mastruz (Chenopodium ambrosioides L.).



6. Jardim de plantas medicinais

O jardim de plantas medicinais é uma pequena horta onde é possível cultivar plantas para o próprio consumo. Você também pode conversar com vizinhos e organizar uma horta comunitária. Para a realização desse projeto, observe as seguintes recomendações:
  • dependendo da planta a ser cultivada o plantio poderá ser feito de diferentes formas: através de sementes, pedaços de galhos, mudas, etc.
  • escolha local adequado e que satisfaça as seguintes exigências: seja limpo, arejado, e tenha água disponível nas proximidades.
  • limpe a área e adube o terreno com esterco de boi ou galinha. Não utilize adubos químicos e agrotóxicos.
  • construa canteiros para cada tipo de planta medicinal, mantendo uma distância mínima entre eles de aproximadamente 50cm. Coloque uma pequena placa de madeira em cada canteiro com o nome da planta.


7. A validade dos medicamentos

Da mesma forma que os medicamentos industrializados, os preparados de plantas medicinais também possuem prazo de validade, isto é, o período em que eles podem ser consumidos em boas condições. Sempre que você guardar partes de plantas ou preparar qualquer medicamento observe os seguintes cuidados:
  • guarde folhas, flores, talos, raízes, depois de secos, em vidros limpos e escuros. Lembre-se que plantas secas têm prazo de validade de aproximadamente um ano.
  • lambedores podem ser conservados em geladeira por até 6 meses.
  • tinturas podem ser usadas por até um ano.
  • coloque uma etiqueta ou rótulo no recipiente com a data de fabricação do seu remédio, para saber o prazo de validade do medicamento.


8. As plantas e a sua saúde

Abaixo apresenta-se uma relação de plantas medicinais e as suas indicações.


ALECRIM
(Rosmarinus officinalis L.)
Indicações: entorses, contusões e dores reumáticas.

Modo de usar: prepare uma tintura com uma xícara de café de folhas secas e uma xícara de chá de álcool 700. Após 8 dias coe e utilize na forma de compressas ou fricções.

Outras indicações: digestivo, alívio da sensação de empachamento, eliminação de gases.

Modo de usar: em uma garrafa de vinho branco coloque meia xícara de chá de folhas frescas. Deixe descansar por 15 dias. Coe e tome uma pequena quantidade antes das refeições.


ALFAVACA-DE-CABOCLO
(Ocimum gratissimum L.)
Indicações: digestivo, gases, vômitos.

Modo de usar: em uma xícara de chá com água fervente coloque uma colher pequena de folhas secas. Abafe, deixe esfriar e coe. Beba uma xícara de chá 2 a 3 vezes ao dia.


BOLDO
(Peumus boldus Mol.)
Indicações: falta de apetite, problemas do estômago e fígado.

Modo de usar: em uma garrafa de vinho branco coloque 3 colheres de sopa de folhas picadas. Deixe descansar por 5 dias e coe. Tome um cálice antes das refeições.

Outras indicações: cálculo na vesícula.

Modo de usar: em uma xícara de chá com água fervente adicione uma colher de sobremesa de folhas picadas. Abafe, coe e beba depois de frio uma xícara 3 vezes ao dia, sendo a primeira em jejum.


CANELA
(Cinnamomum zeylanicum Ness)
Indicações: digestivo, gases.

Modo de usar: cozinhe a entrecasca do caule em fogo baixo. Utilize 3 pedaços grandes para cada meio litro de água. Tome uma xícara de chá após as refeições.


CAPIM-SANTO
(Cymbopogon citratus (DC) Stapf.)
Indicações: nervosismo, ansiedade, cólicas intestinais, gases, febre.

Modo de usar: em uma xícara de chá de água fervente acrescente uma colher de sopa de folhas frescas. Abafe por 5 minutos e coe. Beba uma xícara de chá 1 a 3 vezes ao dia.


CHAMBÁ
(Justicia pectoralis Jacq.)
Indicações: tosse, bronquite.

Modo de usar: leve ao fogo para ferver, rapidamente, uma xícara de chá de folhas de chambá e uma xícara de chá de água. Coe e acrescente 2 xícaras de chá de açúcar. Leve ao fogo baixo até que o açúcar dissolva completamente. Deixe esfriar. Tome uma colher de sopa de 2 a 3 vezes ao dia. Para crianças utilize apenas meia colher de sopa 2 a 3 vezes ao dia.


COLÔNIA
(Alpinia speciosa Schum.)
Indicações: nervosismo, dores em geral.

Modo de usar: em uma xícara de água fervente coloque uma colher de chá de raízes picadas. Abafe e depois de frio coe. Tome uma xícara de 1 a 2 vezes ao dia.


CRAVO-DA-ÍNDIA
(Syzygium aromaticum (L.) Merr. et Perry
Indicações: expectorante, bronquite.

Modo de usar: em uma xícara de chá com água fervente acrescente 4 a 5 cravos. Abafe por 10 minutos e coe. Beba uma xícara após as principais refeições. ATENÇÃO: o consumo exagerado pode provocar problemas gástricos.


ERVA CIDREIRA
(Lippia alba (Mill.) Brown)
Indicações: nervosismo, cólicas uterinas e intestinais.

Modo de usar: em uma xícara de chá com água fervente acrescente 2 colheres de sopa de folhas picadas. Abafe por 10 minutos e cor. Beba 1 a 3 xícaras ao dia.

Outras indicações: tosse, bronquite e asma.

Modo de usar: leve ao fogo para ferver, rapidamente, uma xícara de chá de folhas e uma xícara de chá de água. Coe e acrescente 2 xícaras de chá de açúcar. Leve ao fogo baixo até que o açúcar dissolva completamente. Deixe esfriar. Tome uma colher de sopa de 3 a 6 vezes ao dia. Para crianças utilize apenas meia colher de sopa 2 a 3 vezes ao dia.


EUCALIPTO
(Eucalyptus globulus Labill.)
Indicações: bronquites, gripes e catarro.

Modo de usar: em uma xícara de chá com água fervente acrescente uma colher de sobremesa de folhas picadas. Abafe por 5 minutos e coe. Tome uma xícara de chá 1 a 2 vezes ao dia. ATENÇÃO: O consumo exagerado pode provocar vômitos e diarréia.


GOIABA VERMELHA
(Psidium guajava L.)
Indicações: diarréia.

Modo de usar: em uma xícara de chá com água fervente coloque 3 olhos da goiabeira. Abafe, e coe depois de frio. Beba uma xícara 2 a 3 vezes ao dia.


HORTELÃ DA FOLHA MIÚDA
(Mentha x piperita L.)
Indicações: má digestão, gases, náuseas.

Modo de usar: em uma xícara de chá com água fervente acrescente 1 colher de sopa de folhas picadas. Abafe por 10 minutos e coe. Beba 1 xícara após as refeições. ATENÇÃO: Evite administrar a planta para crianças que estão mamando ou que são muito novas.


HORTELÃ DA FOLHA GRAÚDA
(Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng.)
Indicações: tosse, bronquite, inflamação da boca e garganta.

Modo de usar: Prepare um xarope alternando camadas de folhas e açúcar. Leve ao fogo baixo tendo o cuidado de não queimar. Deixe aquecer um pouco e desligue o fogo logo em seguida. Coloque para descansar por um dia em um utensílio tampado. Tome 1 a 2 colheres de sopa por dia.


MANJERICÃO
(Ocimum basilicum L.)
Indicações: gases, cólicas, digestivo.

Modo de usar: em uma xícara de chá com água fervente adicione uma colher de sopa de folhas picadas. Abafe por 10 minutos e coe. Beba 1 xícara antes das refeições.


MARACUJÁ
(Passiflora edulis Sims)
Indicações: nervosismo, inquietação, insônia.

Modo de usar: em uma xícara de chá com água fervente coloque 2 colheres de sopa de folhas picadas. Abafe por 10 minutos e coe. Tome 1 a 2 xícaras por dia, principalmente antes de deitar. ATENÇÃO: pessoas que sofrem de pressão baixa não devem beber o chá de maracujá.


MASTRUZ
(Chenopodium ambrosioides L.)
Indicações: vermes, lombrigas.

Modo de usar: em uma xícara de chá com leite fervente acrescente as seguintes medidas de folhas: uma colher de sobremesas para crianças de 10-20kg; uma de sopa para 20-40kg; jovens e adultos de 2 a 3 colheres de sopa. Abafe e tome uma xícara em jejum pela manhã. ATENÇÃO: Use somente como indicado, altas doses podem ser fatais.


POEJO
(Mentha pulegium L.)
Indicações: gases, regulador da menstruação.

Modo de usar: em uma xícara de chá com água fervente acrescente 2 colheres de sopa de folhas frescas picadas. Abafe por 10 minutos e coe. Beba 1 xícara antes das refeições. ATENÇÃO: Evite administrar a planta para crianças que estão mamando ou que são muito novas.


9. Bibliografia

Matos, F.J.A. Farmácias vivas. Fortaleza: UFC, 1998.
Panizza, S. Plantas que curam - cheiro do mato. São Paulo: IBRASA, 1997.
Santos, C.A.M., Torres, K.R. & Leonart, R. Plantas medicinais: herbarium, flora et sciencia. São Paulo: Ícone, 1990.
Folheto: O medicamento em suas mãos, 5: cuidados com as plantas medicinais. Rio Grande do Sul: Grupo de estudos sobre medicamentos da Faculdade de Farmácia da UFRGS.
Folheto: Plantas medicinais. Paraíba: PET-Farmácia do Departamento de Ciências Farmacêuticas da UFPB e NEPHF (Núcleo de Estudos homeopáticos e Fitoterápicos - Departamento de Fisiologia e Patologia da UFPB).


Trabalho elaborado e coordenado pela equipe de pesquisadores, estagiários e bolsistas do LEBA (Laboratório de Etnobotânica e Botânica Aplicada).


Responsável pelo LEBA:
Profa. Dra. Laise de Holanda Cavalcanti Andrade


Coordenador do trabalho:
Prof. Ulysses Paulino de Albuquerque


Estagiários e Bolsistas envolvidos:

Ana Carolina Oliveira da Silva (PIBIC)
Cecília de Fátima C.B.R. de Almeida (PIBIC)
Kátia Chinobu de Lima Chisaki (PROEXT)
Fernanda Pereira de Melo (PROEXT)
Flávia Carolina Lins da Silva (PROEXT)
Manuella Andrade de Souza
Walkiria Rejane de Almeida
O Laboratório de Etnobotânica e Botânica Aplicada ( LEBA), do Departamento de Botânica da UFPE, atualmente é constituído por três professores pós-graduados e por bolsistas de graduação e pós-graduação da UFPE e outras instituições de ensino e pesquisa do Nordeste.
O LEBA está direcionado para atividades de ensino, pesquisa e extensão sobre o potencial econômico da flora nordestina. Diferentes linhas de pesquisa encontram-se em desenvolvimento:

  • Taxonomia e ecologia de plantas medicinais;
  • Farmacobotânica de plantas medicinais;
  • Plantas empregadas em rituais afro-brasileiros e indígenas;
  • Significado cultural de plantas usadas por comunidades tradicionais do Nordeste do Brasil;
  • Conservação da biodiversidade e manejo de recursos naturais;
  • Biotecnologia de líquens e mixomicetos;
  • Biomonitoramento (líquens e mixomicetos)


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06/11/2013

Macassá

Macassá


Nome científico: Aeollanthus suaveolens Mart. ex Spreng
Nomes populares: Macassá, catinga de mulata, bergamotinha, taia.

Aeollanthus suaveolens, conhecida popularmente como massacá ou catinga de mulata, é uma erva de origem africana introduzida na cultura brasileira durante o processo de colonização. Pertence à família Lamiaceae e é uma erva anual ocorrente na Amazônia.

A planta é usada pela população em banhos de cheiro feito pela infusão de plantas aromáticas, em motivos religiosos ou folclóricos, e em perfumes caseiros. No folclore é usado para quebranto. Na etnomedicina é usado no combate à febre, dor de cabeça, início de derrame, sendo a folha a parte mais utilizada como chá e sumo.

USO RITUALÍSTICO

Erva que vibra na irradiação das Orixás Iansã e Oxum, trata da depressão e baixa auto estima. Amplamente utilizada em obrigações rituais. Indicada para banhos de purificação e energização.

Ednay Melo

Fonte: http://herbario.jungalchimie.com

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03/11/2013

Carrapateira (Mamona)

Carrapateira


MAMONA
Ricinus communis

Descrição: Da família das Euforbiáceas,também conhecida como mamoneira, palma-Christi, carrapateiro e rícino. Caracteriza-se por folhas grandes palmadas e frutos rodeados de espinhos e contendo três sementes em seu interior. É um arbusto ou árvore anual, cujo porte atinge até 3 metros de altura, com caule ereto e ramos herbáceos, grossos, lisos e fistulosos. As folhas são alternas, longamente pecioladas, grandes, em formato de estrela com cerca de 8 pontas, denticuladas, glabas, com glândulas e estípulas. As flores apresentam-se em grandes cachos terminais e eretos. São numerosas, com pétalas pequenas e de cor pálida. O fruto é uma cápsula espinhosa e contêm até 3 sementes.

Trata-se de uma planta arbustiva com diferentes colorações de caule, folhas e cachos. Os frutos apresentam espinhos e as sementes possuem tamanhos, formatos e cores diferentes.

O óleo de rícino é obtido por extração fria das sementes, que contêm 45% a 50% de óleo. O rícino pode ser subdividido em rícino D que é altamente tóxico, em rícino ácidico e em rícino básico. O alcalóide tóxico ricinina é encontrado nas sementes e nas folhas. Comercialmente, os óleos e tortas são obtidos pela prensa fria ou são tratado a vapor para desnaturar as toxinas.

A semente é tóxica devido principalmente a uma proteína chamada ricina, que quando purificada é mortal mesmo em pequenas doses . O óleo é de difícil digestão, mas o maior risco na ingestão da semente é a toxina ricina. Mais de três sementes podem matar uma criança; mais de oito, um adulto.

Partes Utilizadas : Óleo das sementes e as flores.

Plantio : Reproduz-se por sementes, que devem ser plantadas duas a duas em cada cova, a intervalos de 1 metro para as de porte menor. Após seis meses de plantio começa a produção, podendo-se obter até 3 colheitas por ano.

Ambiente: Quente e bem drenado.

Origem : África na Abissínia e Índia Ocidental.. Está naturalizada em todas as regiões tropicais e subtropicais, inclusive no Brasil.

História: O nome "ricinus" é derivado da palavra Itina que significa inseto, porque suas sementes se assemelham em forma e nas marcações a alguns besouros. A planta tem sido usada como objeto ornamental desde a antiguidade. As sementes da mamona também foram usadas como objetos de arte e ornamentos. O óleo de rícino já era usado pelos Egípcios como óleo para lâmpada, como ungüento e também ingerido misturado com a cerveja como um purgativo. O óleo possui uma secagem rápida e não-amarela, e por isso é usado na indústria para tintura de tecidos, na manufatura de lubrificantes de alta qualidade e de corantes e tintas. A planta e o óleo têm sido usados medicinalmente para uma variedade inumerável de doenças, porém um benefício clínico verdadeiro é raramente observado.

Cultivo: Não exige clima, prefere solos orgânicos, profundos e secos. Responde a irrigação e a adubação orgânica. Já existe diversos cultivares selecionados com capacidade de produção variável, desenvolvidos em laboratórios agronômicos. O espaçamento é de 2 metros entre plantas.

Colheita: colhem-se as sementes quando as bagas estiverem amadurecendo.

Propriedades : Vermífugo, purgante (uso interno), emoliente e cicatrizante (uso externo), catártico, anticancerígeno, analgésico.

Indicações : Combate a parasitos intestinais e externamente é usado para combater eczemas, herpes, erupções, feridas, queimaduras e calvície.

Uso medicinal: Usada como purgante e para combater vermes intestinais.

Toxicologia : ingestão das sementes mastigadas causa náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarreia mucosa e até sanguinolenta; nos casos mais graves podem ocorrer convulsões, coma e óbito. (15 sementes).

Modo de usar: - folhas aplicadas em tumores; - das sementes extrai-se o óleo de mamona que após purificado em laboratório recebe o nome de "óleo de rícino": purgativo, vermífugo; - o óleo rícino é utilizado na fabricação de cremes para os cabelos e tratamentos de pele.

Henorróidas; fissura anal ; coloque 5 colheres de sopa de folhas fatiadas em 1 litro de água em fervura. Deixe ferver por 5 minutos. Coe e espere amornar. Faça banhos de assento de manhã e à noite ou somente uma vez por dia, massageando o local suavemente.

Regularizador do instestino; como purgante tome, em jejum, 2 colheres de sopa do óleo de rícino, e como laxante somente 1 colher de sopa, e em seguida, suco de laranja.

Unha desfolhadas e descamada; cutícula ressecada : misture 1 colher de sopa de óleo de rícino e 5 gotas de suco de limão. Bata bem, até emulsionar. Lave bem as mãos, enxugue e apl;ique à noite nas unhas, massageando. Deixe a loção agir durante uma semana. Estimula a renovação e o crescimento saudável das unhas.

Fortalecer os cabelos : em um recipiente, coloque 5 colheres de sopa de óleo de rícino, 1 gema de ovo e 2 colheres de sopa de rum. Misture bem. Aplique nos cabelos, massageando-os. Deixe o preparado atuar por 30 minutos e, em seguida, lave os cabelos com água morna.

Prevenir rugas : todas as manhãs, passe no rosto um chumaço de algodão embebido em óleo de rícino. Deixe por 30 minutos, e retire, em seguida, com um chá morno feito com flores de malva.


USO RITUALÍSTICO 


Carrapateira Roxa: Erva dos Exus. Folhas usadas para banhos fortes de descarrego de energias densas, como bate folha para limpeza de pessoas e ambientes, servem também como recipiente para arriar o ebó de Exu. Suas sementes socadas vão servir para purificar o otá de Exu. O tratamento com esta erva deve ser indicado pela entidade ou sacerdote do Terreiro.

Ednay Melo

Fontes de Pesquisa:
http://www.plantasquecuram.com.br
http://olhosdeoxala.blogspot.com.br
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br

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Tapete de Oxalá (Boldo)

Tapete de Oxalá

BOLDO SETE-DORES

Nome Científico: Plectranthus barbatus Andrews 
Família botânica: Lamiaceae (Labiatae)
Sinonímias: Coleus barbatus (Andr.) Benth.
Nomes populares: boldo, boldo-de-jardim, boldo-africano, boldo-silvestre, boldo-nacional, falso-boldo, boldo-do-reino, malva-santa, malva-amarga, sete-sangrias, sete-dores, folha-de-oxalá, tapete-de-oxalá.
Origem ou Habitat: É originária da Índia (LORENZI; MATOS, 2008)

Características botânicas: é um arbusto perene, pubescente, com aproximadamente 1,5m de altura. Caule amarelo-acinzentado bastante rugoso, pouco ramificado, com ramos quadrangulares. Folhas com 4 – 8 cm de comprimento, 2,5 – 6 cm de largura, simples, opostas, ovado-oblongas, com margem dentada, verde-claro na página superior e verde-pardacento na inferior. Flores azul-violáceas , com até 2 cm de comprimento.

Habitat: Planta brasileira presente em quase todas as regiões do país - em jardins, hortas, terrenos baldios e cultivados.

História: Faz parte da medicina popular, com as mesmas utilizações do Boldo-do-chile.

Plantio: 

Multiplicação: reproduz-se por estacas (mudas) e sementes; reprodução por ramos da planta-mãe ou divisão de raízes. Muito rústica, sobrevive à seca, mas prefere solos úmidos, férteis e semi-sombreados.

Cultivo: Existem 4 espécies de boldos. O boldo comum, o boldo europeu e o boldo Vernônia, que se adaptam em solos secos e em qualquer clima, o boldo do Chile não. É melhor cultivá-los, plantado-os em covas com bastante matéria orgânica. O boldo comum necessita de 1 metro de espaçamento entre plantas, a Vernônia necessita de pelo menos 2 metros e o boldo europeu 0,5m. Respondem bem quando irrigados;

Colheita: Colhem-se as folhas o ano todo.

Partes usadas: folhas

Propriedades medicinais: O boldo pode ser usado contra azia, dispepsias, mal-estar-gástrico, no controle da gastrite, na ressaca e como amargo estimulante da digestão e do apetite. Tem efeito hipo-secretor gástrico, ou seja, diminui o volume do suco gástrico e sua acidez. Mas ainda não se sabe qual seria o componente químico responsável pelo sabor amargo tão característico das folhas, que surpreendentemente não está presente nos talos.

Indicações: Diarreia (extrato cru das folhas é antiviral), fadiga do fígado, distúrbios intestinais, hepatite, cólica e congestão do fígado, obstipação, inapetência, cálculos biliares, debilidade orgânica, insônia, ressaca alcoólica.

Uso popular: O chá preparado por infusão ou maceração a frio é empregado na má digestão e azia e mal-estar gástrico em geral, bem como em desordens hepáticas. Usa-se mascar as folhas engolindo o sumo lentamente para tratamentos de azia.

Também emprega-se a planta externamente no combate de piolhos.

USO RITUALÍSTICO

BOLDO - Também conhecida como tapete de Oxalá, suas características principais são a folha aveludada e o odor bem acentuado. É erva primordial em todas as obrigações rituais, vibrando na irradiação de Oxalá. É erva destinada a banhos de defesa, purificação, energização e lustral.

Ednay Melo

Fontes de Pesquisa:
http://www.hortomedicinaldohu.ufsc.br
http://www.plantasquecuram.com.br
http://aruanda-encontrodeluz.blogspot.com.br

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