Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

01/11/2013

O Dia de Finados


Dia de Finados: Data em que muitos visitam os cemitérios para prestar homenagens aos seus entes desencarnados. É interessante discorrer sobre questionamentos com os quais, de vez em quando, somos questionados por conhecidos, curiosos ou interessados em se iniciar nos assuntos relativos à espiritualidade...


De vez em quando alguém pergunta "por que o espírita não vai ao cemitério" (no dia de finados, mais especificamente). Cabe aqui, portanto, um esclarecimento útil.

Primeiro: - Nenhum espírita, em virtude de ideologia religiosa ou limitação de qualquer tipo imposta pela doutrina, "não pode" ir ao cemitério em qualquer época. Efetivamente, conheço muitos, simpatizantes ou espiritualistas convictos, que narram suas visitas a túmulos de parentes ou conhecidos.

Segundo: - O que ocorre mais amiúde é que, detendo o espírita a tranquila convicção de que seu ente querido não mais se demora por estas bandas, tendo demandado estâncias outras, mais ricas de vida, guarda a consciência clara de que tudo o que ficou na sepultura foi a "roupagem gasta", e não mais, portanto, a pessoa com quem compartilhou experiências e afeto.

Terceiro: - Isto não implica em que o espírita sincero condene ou critique o posicionamento dos demais semelhantes que, de todo o coração, prestam com sinceridade as suas homenagens aos seus afeiçoados que se anteciparam na viagem deste para o outro lado da vida. Aliás, reza no próprio conhecimento da doutrina que muitos desencarnados visitam, efetivamente, os cemitérios por ocasião da data, em consideração às demonstração de amor com que ali são distinguidos. E muitos outros, ainda, afeitos aos costumes dentro dos quais desenvolveram suas experiências na matéria, conferem ainda muita importância a este gesto, ressentindo-se, de fato, daqueles que não o prestem nas datas de molde a serem lembrados.

Vistas estas considerações, é sensata a conclusão de que jamais cabe padrão algum de conduta no que toca ao sagrado universo íntimo humano. Cada agrupamento familiar terreno é único e peculiar, e ninguém melhor do que os seus componentes para estarem inteirados do que atinge ou não atinge mais de perto a cada um; o que convém ou o que não convém em matéria de sentimento e dedicação, cujos estágios e características se multiplicam ao infinito correspondente do número de habitantes do vasto universo humano.

Efetivamente, somos do lado de "lá" o que fomos aqui. É dever básico não só do espírita, quanto de qualquer pessoa que se diga civilizada, respeitar a diversidade dos caminhos escolhidos que, destarte, haverão de conduzir a cada ser, no tempo certo, ao mesmo ponto de encontro comum na intimidade das luzes divinas.

Questão de temperamento, de agrupamento humano, de fé e de hábitos, o ir ou não ir ao cemitério, de vez que é na sinceridade do gesto e não no gesto em si que se vislumbra a verdadeira homenagem aos desencarnados, de forma que, amor pelos mesmos, podemos dirigir-lhes tanto do recesso abençoado do nosso recanto de meditação no lar, quanto do ambiente de qualquer templo religioso, ou ainda diariamente, no movimento tumultuado das ruas ou também no cemitério, a qualquer dia do ano.

De forma que aqueles que partiram nos amando de todo o coração haverão de valorizar e entender a nossa melhor intenção ao seu respeito, seja de onde for que se irradie, colhendo-os de pronto, pela linguagem instantânea do coração e do pensamento. Os que foram afeitos aos hábitos costumeiros do dia de finados, na medida de suas possibilidades espirituais após a transição lá estarão, junto à sepultura física, colhendo com sincera afeição os votos de paz e as preces que lhes estejam sendo dirigidas.

Os provenientes dos lares espiritualistas na Terra receberão as mesmas demonstrações de amor a qualquer tempo, em qualquer data que faça emergir naqueles que ficaram para trás no aprendizado físico as gratas lembranças com que são evocados.

O importante é que espíritas e não-espíritas têm em comum, em relação aos seus amados que já se foram, à qualquer época, a linguagem inconfundível do amor entre as almas. Enxerguemos acima dos horizontes das limitações de visão humanas para alcançarmos com clareza a compreensão de que é assunto individual a forma como celebramos o nosso afeto para com os nossos entes queridos, e que o fator da sinceridade e da intenção é o que de fato conta, na certeza de que nossas preces e votos de paz serão bem recebidos por aqueles que prosseguem nos amando de igual forma na continuidade pura e simples da vida, que a todos aguarda para além das portas da sepultura, sob as bênçãos de Jesus. 

Christina Nunes 


***



Na nossa religião de Umbanda, como espiritualistas, sabemos que a morte não existe, os nosso entes queridos apenas partiram para outra dimensão. E com eles estamos todos os dias, não apenas no dia consagrado a eles pelos humanos, dia 02 de novembro, estamos com eles através do sentimento de afeição que transcende qualquer tempo e espaço, e a nível terra os homenageamos em nossos Templos, nossos espaços de luz e fé todos os dias do ano, e rogamos a nosso Pai Omulu, Orixá que nos ampara na passagem do mundo físico para o espiritual, que os acolham, fortificando e vivificando o seu espírito na seara do amor e do trabalho da caridade, que resplandece o espírito nas regiões sutis da Divina Luz.

Ednay Melo





Vídeo - Dia de Finados e Espiritismo





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31/10/2013

Espada de Ogum

Espada de Ogum


Nome Científico: Sansevieria trifasciata
Nomes Populares: Espada-de-são-jorge, Língua-de-sogra, Rabo-de-lagarto, Sansevéria
Família: Ruscaceae
Categoria: Folhagens, Forrações à Meia Sombra
Clima: Equatorial, Subtropical, Tropical
Origem: África
Altura: 0.4 a 0.6 metros, 0.6 a 0.9 metros
Luminosidade: Meia Sombra, Sol Pleno
Ciclo de Vida: Perene

Herbácea de resistência extrema, excelente para jardins de baixa manutenção. No entanto seu crescimento é um pouco lento. Suas folhas são muito ornamentais e podem se apresentar de coloração verde acinzentada e variegadas, com margens de coloração branca, todas com estriações de um tonalidade mais escura. As flores brancas não tem importância ornamental. É uma planta de utilização bastante tradicional e a cultura popular recomenda como excelente protetor espiritual.

Devem ser cultivadas à pleno sol ou meia-sombra, em vasos ou em maciços e bordaduras. Resiste tanto à estiagem, como ao frio e ao calor, além de ser pouco exigente quanto à fertilidade. Multiplica-se por divisão de touceiras, formando mudas completas com folhas, rizoma e raízes.

A espada de São Jorge (Sansevieria trifasciata, L), também conhecida por espada de Ogum, rabo-de-lagarto e língua-de-sogra é uma das mais importantes ervas do culto afro-brasileiro e uma entre as muitas plantas trazidas pelos escravos africanos ao Brasil. Acredita-se que seja nativa da região entre Nigéria e Congo, porém, não foi só por aqui que a espada se estabeleceu: na China e Japão é conhecida por rabo-de-tigre, e na Turquia como espada-de-paxá.

Na umbanda, é utilizada em banhos, amacis, rituais de bate-folha, no afaste de eguns e de energias densas, podendo também ser usada como protetora de ambientes, quando em vasos. A espada de São Jorge é a principal folha de Ogum, senhor do ferro e do fogo. Assim como o orixá, a espada de São Jorge é uma protetora por excelência.

Por ser uma erva de limpeza poderosa, o banho com Espada de São Jorge deve ser restrito para limpezas profundas. Ervas como esta, quando usadas repetidamente, removem as energias densas e também as sutis, enfraquecendo aquele que a faz uso.

Embora seja pouco comum, a espada de São Jorge pode ser irritante quando em contato com a pele. Coincidência ou não, muitas plantas utilizadas para a limpeza astral são ricas em substâncias químicas irritantes como, neste caso, poliacetilenos e outros ácidos orgânicos. Ao utilizar a planta em banhos, fique sempre atento a sinais na pele e coceiras, evite banhos muito concentrados e jamais faça chás com esta planta.

O PODER DE PURIFICAÇÃO DA ESPADA DE SÃO JORGE

Há mais de duas décadas que a NASA (agência espacial americana) tem pesquisado formas de purificar o ar de ambientes fechados que contenham materiais sintéticos, como forma de melhorar a qualidade do mesmo nas viagens espaciais ou estadias na Estação Espacial Internacional.

Como resultado da pesquisa conduzida pelo Dr. Bill Wolverton, a NASA descobriu que certas plantas domésticas comuns são purificadores naturais do ambiente, ou seja, elas não apenas absorvem dióxido de carbono e liberam oxigênio através do processo de fotossíntese, mas também removem do ambiente elementos prejudiciais a saúde humana, tais como o benzeno e o formaldeído. Entre as plantas com tais propriedades está a famosa Espada-de-São-Jorge (Sansevieria Trifasciata)

Velha conhecida dos brasileiros, especialmente dos umbandistas, para os quais possui a propriedade de neutralizar as energias negativas do ambiente, a Espada-de-São-Jorge possui a capacidade de absorver formaldeídos liberados por madeiras, tecidos sintéticos e carpetes, purificando o ar dessas substâncias tóxicas.

A Espada-de-São-Jorge é uma planta de origem africana, de extrema resistência tanto ao frio quanto ao calor, e que requer poucos cuidados, sendo bastante tolerável a baixa fertilidade do solo. Suas folhas apresentam uma coloração verde acinzentada em duas tonalidades de estrias: uma mais escura e uma mais clara.

Além de ser uma planta purificadora do ar, e de ser considerada pelos umbandistas como purificadora espiritual, ela também pode ser usada em jardins ou vasos como uma planta ornamental que requer poucos cuidados, porém deve-se tomar cuidado para que crianças e animais não comam suas folhas, já que ela é uma planta tóxica.

Ednay Melo





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Manjericão

    Manjericão


    Nome Científico: Ocimum basilicum
    Nomes Populares: Manjericão, Alfavaca, Alfavaca-cheirosa, Alfavaca-de-jardim, Alfavaca-doce, Alfavaca-d’américa, Basilicão, Basílico, Erva-real, Manjericão-branco, Manjericão-de-folha-larga, Manjericão-de-molho, Manjericão-doce, Manjericão-grande
    Família: Lamiaceae
    Categoria: Ervas Condimentares, Medicinal,Plantas Hortícolas
    Clima: Equatorial, Subtropical, Tropical
    Origem: Ásia, Índia
    Altura: 0.4 a 0.6 metros, 0.6 a 0.9 metros
    Luminosidade: Sol Pleno
    Ciclo de Vida: Perene

    O manjericão apresenta caule ereto e ramificado, e atinge cerca de 0,5 a 1 metro de altura. Suas folhas são delicadas, ovaladas, pubescentes e de cor verde-brilhante. As inflorescências são do tipo espiga e compostas por flores brancas, lilases ou avermelhadas. Sua polinização é cruzada e os frutos são do tipo aquênio, de coloração preto-azulada. Ocorrem mais de 60 variedades diferentes de manjericão, com variações na cor, tamanho e forma das folhas, porte da planta e concentração de aroma.

    As folhas do manjericão apresentam sabor e aroma doce e picante característico. Elas são utilizadas secas ou frescas na preparação de diversos pratos quentes ou frios, e estão intimamente relacionadas à gastronomia italiana, onde são matéria prima principal de pestos e molhos. O manjericão combina-se perfeitamente com pratos que levam tomate, azeite, limão, carnes vermelhas, massas e queijos. Ele também é produzido em larga escala para a extração de óleo essencial, que é utilizado na indústria de alimentos, bebidas, perfumaria e outros produtos.

    Deve-se cultivá-lo sob sol pleno, em solo fértil, bem drenável, enriquecido com matéria orgânica e irrigado regularmente. Pode ser plantado em vasos, ou diretamente em canteiros adubados. Suas pequenas flores atraem abelhas e o lugar ideal para o plantio do manjericão é próximo a cozinha, onde ficará disponível ao cozinheiro. Não tolera frio, geadas ou calor excessivo. Aprecia o clima subtropical, tropical e mediterrâneo. Não suporta muitas colheitas subsequentes, exigindo o replantio. Multiplica-se facilmente por estacas de ponteiro, postas a enraizar na primavera ou por sementes.

    O manjericão é uma planta herbácea, aromática e medicinal, conhecida desde a antiguidade pelos indianos, gregos, egípcios e romanos. Ele é envolto de cultura espiritual e simbologismos, sendo, inclusive, considerado sagrada entre alguns povos hindus, por representar Tulasi, esposa do deus Vishnu. Está relacionado com sentimentos de amor.

    Suas sementes foram usadas na medicina persa. No antigo Egito, as folhas de manjericão eram espalhadas sobre as tumbas. O manjericão é uma planta sagrada, ocimum sanctum para os hindus, e era plantado em vasos perto dos templos e do lado de fora de quase todas as casas. As raizes são transformadas em contas e usadas ao redor de pescoço e braços, as sementes transformavam-se em rosários.

    O manjericão é originário da Índia, onde é venerado como a planta imbuída de essência divina; é consagrada a Krishna e a Vishnu – os dois são as divindades supremas no Hinduísmo, podendo ser facilmente sincretizados com Oxalá. Por isso, os indianos o utilizam nos juramentos em tribunal, assim como o colocam sobre o peito dos mortos para servir de passaporte ao Paraíso.

    Na Antiga Creta ele era atribuído a Afrodite e simbolizava o amor banhado em lágrimas, o que encontramos ainda hoje na Itália, onde o manjericão é oferecido como prova de amor e fidelidade. Assim como no Haiti, onde a planta acompanha a deusa Erzulie, a deusa do amor.

    O que se pode concluir é que o manjericão é a erva do amor, não apenas do amor romântico, mas do amor universal; do amor divino. O banho de manjericão, por isso, serve para purificar afastando as trevas que envolvem o coração e abrindo caminho para a luz. Abre caminho, assim, para a possibilidade de se refletir sobre os próprios sentimentos.

    Nos banhos ritualísticos o manjericão também é muito utilizado. Tem como principal característica litúrgica o poder de elevação espiritual, por isso é muito utilizada em amaci.

    A linha de Pretos-Velhos também trabalha com manjericão. Eles dizem que na falta da Arruda em seus benzimentos, um galhinho de manjericão resolve.
    O manjericão, quando exposto num ambiente, tem a propriedade de acalmar e trazer paz de espírito a todos.

    É uma erva popular, de aroma forte e gostoso. É popularmente utilizado como tempero, mas o chá das folhas do manjericão, na medicina popular, serve principalmente para aliviar as dores de garganta com bochechos e infusões que ajudam a cicatrizar qualquer problema bucal.

    Também é excelente contra gripes, tosses, resfriados e bronquite. O manjericão é um sedativo suave, que pode ser usado para combater a dor de cabeça, gastrites, vômitos, problemas do aparelho urinário e dores de estômago.

    Formas de uso: Banhos e chás.

    Orixás: Oxalá, Iemanjá e Oxum
    Características: Pequenas folhas ovais arredondadas de coloração verde clara inflorência em espigas.


    Manjericão Roxo

     

    Pertence aos Orixás Xangô e Obaluaiê. Utilizada nas obrigações de cabeça dos filhos a que correspondem. Usada também para defumação, lavagem de contas e banho de limpeza. Na medicina popular é aplicada no auxílio da digestão alimentar e contra formação de gases.

      Ednay Melo

    Fontes de Pesquisa
    http://www.jardineiro.net
    http://luzeumbanda.blogspot.com.br
    http://orixasdearuanda.wordpress.com
    http://www.centroogumrompemato.com.br
    http://umbandasp.webnode.com.br/
    http://www.umbandaquerida.com.br
    http://www.cabocloaymore.com.br


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Medo da Morte

Medo da Morte

Entrevista com Richard Simonetti
Fonte: Livro "Perguntando e Aprendendo" - Waldenir Cuin


Richard Simonetti, funcionário aposentado do Banco do Brasil, residente em Bauru, SP. É orador, jornalista e escritor espírita, ocupando atualmente o cargo de presidente do Centro Espírita "Amor e Caridade". Livros publicados: "Quem Tem Medo da Morte?", "Uma Razão Para Viver", "Atravessando a Rua", entre outros.

P:– As religiões, de um modo geral, apregoam a continuidade do ser espiritual que sobrevive à matéria. Apesar disso, as pessoas temem a morte. Por que isso acontece?
R: – É que a morte ainda é a grande desconhecida. As religiões tradicionais exaltam a sobrevivência, mas perdem-se em especulações teológicas, fantasiosas, quando cogitam de como seria a vida além-túmulo, recusando-se à iniciativa mais lógica, que seria a de conversar com os próprios mortos. É como se pretendêssemos imaginar como é a vida na França sem nenhum contato com os franceses. A ignorância sobre o assunto gera o temor. O Espiritismo ajuda-nos a vencer esse problema, porquanto começa exatamente onde as outras religiões terminam, devassando para nós o continente espiritual.
P:– A morte ou a desencarnação libera o Espírito. Para onde ele vai? Quem o aguarda?
R: – A morte promove o encontro com a nossa própria consciência, para uma avaliação da experiência humana. Esse tribunal incorruptível determinará se seguiremos para regiões purgatoriais, onde, segundo a expressão evangélica, “haverá choro e ranger de dentes”, ou se nos habilitaremos a estagiar em comunidades diligentes e felizes, plenamente integradas no serviço do bem.

P: – Como podemos ajudar o espírito que acaba de desencarnar, principalmente as vítimas de tragédias como acidentes automobilísticos, afogamentos, etc.?
R: – A morte não dói, mas impõe ao espírito certos constrangimentos e até aflições, o que é perfeitamente compreensível. Afinal, trata-se do desligamento de um corpo material ao qual esteve vinculado por largos anos, colhendo por seu intermédio, experiências sensoriais que se entranharam em sua intimidade, e das quais não é fácil desvencilhar-se. Tais problemas são diretamente proporcionais à natureza da morte: quanto mais abrupta, mais intensos. E inversamente proporcionais à condição do Espírito que desencarna: quanto mais evoluído, menos intensos. Tudo o que podemos fazer em seu beneficio é orar muito, conservando a serenidade e o equilíbrio, confiando em Deus, porquanto o desencarnante é muito sensível às vibrações dos familiares. Sentimentos de revolta, desespero e inconformidade repercutem em seu psiquismo, dificultando o desligamento e atormentando-o na vida espiritual.

P: – Nossos familiares desencarnados poderão continuar a nos ajudar, mesmo no mundo espiritual?
R: – Nossos amados não estão isolados em compartimentos estanques, no Além. Eles nos procuram, nos estimulam, nos amparam. Torcem por nós, esperando que sejamos fortes e fiéis ao bem, no desdobramento de nossas provações, a fim de que o reencontro mais tarde – tão certo quanto a própria morte – seja em bases de vitória sobre as provações humanas, ensejando abençoado porvir.

P: – De que forma devemos lembrar nossos entes queridos que desencarnaram? Visitando suas sepulturas nos cemitérios?
R: – Cemitério não é sala de visita do Além. Ali há apenas a veste carnal, decomposta, de alguém que transferiu residência para a espiritualidade. Ele preferirá ser lembrado na intimidade do lar, com preces e flores abençoadas de saudade, sem espinhos de inconformidade, como o fazem as pessoas conscientes de que a morte não desfaz as ligações afetivas, nem situa nossos amados em compartimentos estanques. Eles continuam vivos, amando-nos mais do que nunca. Visitam-nos e nos ajudam, torcendo por nós, aguardando, com a mesma ansiedade nossa, o reencontro feliz na espiritualidade.

P: – A criatura geralmente tem pavor da morte ou desencarnação, evitando comentar o assunto. Isso é um erro?
R: – Trata-se de uma atitude irracional, já que a morte é a única certeza da vida. Todos morremos um dia. O medo da morte, basicamente, é o medo do desconhecido. Por isso o Espiritismo elimina nossos temores “matando” a morte, na medida em que demonstra que ela é apenas um retorno à vida espiritual, nossa pátria verdadeira.

P: – Por que acontecem desencarnações de crianças, que estão apenas iniciando a jornada terrena?
R: – É um problema cármico envolvendo o desencarnante e a família. A existência curta frustra as expectativas do Espírito, impondo-lhe uma valorização da jornada humana, não raro malbaratada no passado pelo suicídio. Os pais, por sua vez, podem estar comprometidos com seus desatinos, por tê-los estimulado ou favorecido. Não raro estão pagando pelo descaso e a irresponsabilidade em anteriores experiências com a paternidade. Pode ocorrer, também, que se trata de breve encarnação sacrificial, em que um Espírito superior convive por alguns anos com afetos queridos na intimidade familiar, fazendo do sofrimento decorrente da separação pela morte um vigoroso impulso no sentido de que os pais superem as ilusões da Terra e cultivem os valores do Céu.

P: – Por que certos moribundos experimentam melhoras em seus quadros clínicos, a ponto de tranqüilizar os familiares, e instantes depois desencarnam?
R: – Quando a família não aceita a desencarnação, mergulhando no desespero, suas vibrações desajustadas promovem uma sustentação artificial do moribundo, que não evita a morte, mas prolonga a agonia. Os benfeitores espirituais promovem, então, com recursos magnéticos, uma melhora artificial. O paciente parece entrar num quadro de recuperação. Os familiares, mais tranqüilos, afastam-se, julgando que o pior passou. Afrouxa-se a sustentação fluídica retentora e inicia-se o irreversível processo desencarnatório. A sabedoria popular proclama: - “Foi a melhora da morte”. Na verdade, trata-se apenas de um recurso da espiritualidade para afastar familiares que atrapalham a desencarnação.

P: - A certeza da continuidade da vida após a morte e as noções sobre a reencarnação ajudariam as pessoas a vencerem o sentimento de desesperança?
R: – Sem dúvida. Tais realidades descortinadas pela Doutrina Espírita, muito mais do que simples esperanças, nos oferecem segurança diante da vida e alegria de viver.

P: – Os ensinamentos que a Doutrina Espírita nos apresenta nos preparam melhor para a desencarnação?
R: – O Espiritismo é o bê-a-bá da Vida Espiritual. Sabendo o que nos espera, será mais fácil enfrentar a grande transição. Imperioso reconhecer, porém, que o conhecimento espírita ajuda-nos no trânsito para o além, mas como chegaremos lá é uma questão eminentemente pessoal. Depende de como estamos vivendo, partindo do princípio evangélico de que aquele que mais recebe mais terá que dar.
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26/10/2013

Obsessão - Causas - Meios de Combatê-la


A Obsessão jamais se efetua sem a participação do obsedado, seja por fraqueza, seja pelo seu desejo. No primeiro caso, freqüentemente, estão associadas as responsabilidades da Lei de Causa e Efeito e, no segundo Casio, as tendências de comportamento do homem.

Igualmente, fala Emmanuel, em “Estude e Viva”, lição 35, que “é forçoso recordar, sobretudo, que os alicerces de qualquer ambiente espiritual começam nas forças do pensamento”. Complementando seu esclarecimento: “sempre que você experimente um estado de espírito tendente ao derrotismo, perdurando h[á várias horas, sem causa orgânica ou moral de destaque, avente a hipótese de uma influenciação espiritual sutil”.


Coloca Emmanuel como fatores que mais revelam essa condição da alma, as dificuldades de concentrar idéias em motivos otimistas; indisposição inexplicável, tristeza sem razão aparente ou pressentimentos de desastre imediato, aborrecimentos imanifestos, pessimismos sub-reptícios, irritações surdas, hiperemotividade ou depressão e tantos outros motivos.


Os motivos, as causas da obsessão variam segundo o caráter do Espírito (LM, cap. XXIII,itens 245 a 254):


Vingança contra desafetos do passado.


Desejo de fazer os outros sofrerem, quase sempre por ignorância, inveja, covardia, etc..


Desejo de impor as suas idéias para dominar, desunir, destruir.


Divertimento com a impaciência da vítima, porquanto ao se zangar faz precisamente o quer ele quer.


Apego a pessoas por ligações afetivas do passado.


O meio mais eficaz de combater a obsessão, levando à sua cura, é através da mudança interior do obsedado, quebrando - se, assim, o elo entre a vítima e o obsessor, formado pela lei das afinidades; a aquisição de sentimentos elevados como a humildade, o perdão, a tolerância, a paciência, o arrependimento, condições de fortalecimento da alma para resistir aos arrastamentos sugeridos.


Um tratamento complementar consiste no trabalho de desobsessão, levando ao Espírito obsessor o esclarecimento dos princípios doutrinários, coadjuvando por um serviço de passes com fluidos salutares para fortificação perispiritual. Será necessário levar o espírito perverso a renunciar os seus desígnios: é preciso fazer nascer nele o arrependimento e o desejo de fazer o bem.



Em resumo, pode - se dizer que duas são as medidas essenciais: a reforma íntima de ambos, por suas imperfeições morais, e a prece a Deus e a vigilância nas atitudes, para se guardarem na proteção dos Bons Espíritos.


O tratamento, todavia, deve ser feito, segundo as características de cada processo obsessivo, cujo reconhecimento decorre dos seguintes sintomas (LM, cap. XXIII, item 243.):


Insistência de um Espírito em se comunicar, queira ou não o médium.


Ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações recebidas.


Crença na infalibilidade e na identidade absoluta dos espíritos.


Disposição para afastar-se das pessoas que podem esclarece-lo.


Intolerância para asa críticas feitas às comunicações que recebe.


Necessidade constante e inoportuna de escrever.


Constrangimento físico qualquer, dominando - lhe a vontade e forçando - o a agir ou falar a contragosto seu.


Ruídos e desordens constantes ao redor do médium, dos quais é ele a causa de tudo ou o objeto.



André Luiz em “Missionários da Luz”, cap.XVII, mostra que o tratamento é diferente, conforme o grau de intensidade da obsessão. Relata, inclusive, um caso de “possessão”, dizendo que a obsedada estava “cercada de entidades agressivas, seu corpo tornara - se como que a habitação do perseguidor mais cruel. Ele ocupava - lhe organismo, desde o crânio até os pés, impondo - lhe tremendas reações em todos os Centros de Energia Celular. Fios tenuíssimos, mas vigorosos , uniam, ambos, e, ao passo que o obsessor nos apresentava um quadro psicológico de satânica lucidez, a desventurada mulher mostrava aos colaboradores encarnados a imagem oposta, revelando angústia e inconsciência”. Deixa, finalmente, registrado que o tratamento deve ser sempre na base do amor e do esclarecimento.


No Cap IX de “Nos Domínios da Mediunidade”, André Luiz mostra, também, outro caso de possessão, ocorrido num doente de epilepsia, decorrente de dívidas do passado, em que mais uma vez esclarece a importância do amor no tratamento informando que a cura depende do entendimento de cada um.


De modo geral, todos os homens estão sujeitos à obsessa, mas os médiuns, certamente, mais que os outros, enlaçados em tremendas provas, devem aprender, sem desanimar. E servir ao bem, sem esmorecer.


Diz Kardec (LM, cap. XXIII, item 251) que “não há nenhum processo material, nenhuma fórmula, sobretudo, nenhuma palavra sacramental, com o poder de expulsar os Espíritos obsessores. O que falta em geral ao obsedado é força fluídica suficiente. Nesse caso,, a ação magnética de um bom magnetizador pode dar - lhe uma ajuda eficiente”. Em “Obras Póstumas”, capítulo “Manifestações dos Espíritos”, §7°, item 58, Kardec menciona “quando dois homens lutam corpo a corpo, aquele que dispõe de mais fortes músculos é que abate o outro. Com um Espírito tem - se de lutar, não com o corpo a corpo, mas Espírito a Espírito, e é ainda o mais forte que triunfa. Aqui, a força reside na autoridade que se possa exercer sobre o obsessor, e essa autoridade está subordinada à superioridade moral”.


Por isso, “temos, pois, que nos persuadir de que não há, para alcançar - mos aquele resultado, nem palavras sacramentais, nem fórmulas, nem talismãs, nem sinais materiais quaisquer”.


Antes, pois, de pretender domar um Espírito mau, que se cuide o homem de domar a si mesmo, e isto ele consegue, através da boa vontade, secundada pela prece e pela vigilância: “Ajuda - te a ti mesmo, e o Céu te ajudará”.


Valdomiro Halvei Barcellos


BIBLIOGRAFIA
LM, cap.XXIII.
LE, questões 459 a 480.
OP, Manifestações dos Espíritos, §7°, item 58.
Missionários da Luz, cap.XVIII, André Luiz.
Nos Domínios da Mediunidade, cap.IX, André Luiz.
Estude e Viva, lição 35, Emmanuel.





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24/10/2013

Ibejada Bendita


Ibejada bendita, que chega fazendo bagunça, dispersando os fluidos ruins e doentios que carregamos de nossas vidas sofridas, nos carregando para dançar de roda e girando para um vórtice de limpeza….

Crianças protegidas de Oxalá, espíritos puros que têm a capacidade como poucos de desmanchar as demandas e as feitiçarias, as maldades de quem não sabe da Lei de Causa e efeito.

Espíritos abençoados que utilizam a energia do açúcar e das frutas para adoçar as nossa vidas, tirar o fel e o azedume, tirar o véu e a sombra, clareando tudo ao redor com suas gargalhadas cristalinas.

Na gira de Ibejada desfilam as ciganinhas, os caboclinhos, da mata, das cachoeiras e das praias, percorrendo todas as linhas, trazendo a força de todos os Orixás. Percorrendo o terreiro em abraços, cantigas, corridas e danças, com seu jeito brejeiro, com sua vivacidade e energia, tudo vibra, tudo o que não é bom se desfaz e só positividade e pensamentos bons sobrevém.

É interessante buscar o significado de tudo. A cana de açúcar tem a capacidade de alinhamento energético do corpo físico, emocional e mental. Ancora o Amor através da criação de um canal entre o Céu e a Terra. Ajuda na libertação de processos de dependência e obsessão, muitas vezes cármicos. Desta forma, as crianças espirituais que trabalham na Umbanda usam o açúcar da cana para energizar os consulentes que vêm, fatigados, desvitalizados, com seus corpos astrais desalinhados, reestruturando-os e fortalecendo-os. Assim como os caboclos, pretos velhos e exus usam o álcool com fins semelhantes em situações de demandas, desobsessão, quebrando vínculos energéticos anômalos, perigosos, limpando o corpo astral dos filhos de banda.

É uma pena que hoje em dia existam correntes adversárias que acreditam e fazem acreditar que os doces que os umbandistas e católicos doam é coisa maléfica, com pragas e perdições. Durante séculos nada aconteceu com as crianças que ganhavam doces, e agora querem misturar o conteúdo de filmes de horror e energias trevosas a algo tão bonito e puro, compurscando a nobreza e a santidade de Cosme e Damião, que são os padroeiros das crianças espirituais.

E ao lembrarmo-nos de Cosme e Damião, vamos pedir a estes mestres ascencionados que nos curem de toda as enfermidades físicas e espirituais, nos fortalecendo para nossa caminhada neste mundo de provas. Que possamos utilizar a mesma doçura para superar as dificuldades, diluir as dores e aprender a dividir e compartilhar, esquecendo toda e qualquer mágoa que possa nos desequilibrar e enfermar novamente. Que estes Mestres Curadores nos tragam Paz, Serenidade, poder se superação, e que sempre consigamos caminhar de forma simples e pura como as crianças, perdoando, esquecendo e sabendo brincar com nossas dificuldades, imperfeições, mas buscando superá-las sempre. Sabemos que por trás da fala enrolada e das brincadeiras de uma criança espiritual, está um Sábio, uma entidade que muito aprendeu, que está sob a Proteção Maior e que tem o Poder de superar as Trevas, e este é outorgado pelas Falanges Celestiais.

Nosso Respeito, nosso Amor, nossa Alegria por ter a benção de encontrar e conversar com esta Ibejada maravilhosa.

Alex de Oxossi





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23/10/2013

Viagem Astral


Viagem astral

Há casos em que os espíritos, à noite, deixam o seu corpo físico no leito de repouso e durante o sono penetram imprudentemente nas regiões inóspitas do astral inferior, terminando por sofrer agressões de espíritos malfeitores ou vingativos, que se aproveitam de todas as circunstâncias e ocasiões propícias para se desforrarem dos encarnados.


Esses prejuízos ainda são mais graves quando as criaturas vivem de modo censurável e são indiferentes aos ensinamentos de Jesus ou de outros instrutores espirituais, que sempre ensinam aos homens um padrão de vida superior.


A má conduta do dia deixa o espírito desamparado para as suas saídas em astral, à noite, pois quando ele se desprende do corpo carnal fica isolado dos seus protetores pela massa de fluidos adversos, que lhe aderem nos momentos de invigilância espiritual. Deste modo, os seus guias nada podem fazer nos momentos de perigo, nem livrá-lo de certos traumas psíquicos que no dia seguinte são levados à conta de pesadelos.


Certos sonhos tenebrosos não passam de cenas reais vividas à noite, fora do corpo e sob a perseguição ou agressividade de certos malfeitores do mundo invisível.
Em tal condição, o espírito do "vivo" retorna veloz e aflito ao local onde se encontra seu corpo físico, para mergulhar celeremente no seu escafandro de carne e proteger-se contra os perigos do Além.


Muitas criaturas devotam-se durante o dia às paixões ignóbeis, aos vícios deprimentes, à maledicência e à estatística dos pecados do próximo; depois atiram-se no leito de repouso, sem ao menos recorrerem aos benefícios salutares da oração que traça fronteiras fluídicas protetoras em torno do espírito encarnado.


Ramatis / Hecílio Maes




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