Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

14/05/2013

Linhas de Umbanda


Desde a origem da religião ouvimos falar de “Sete Linhas de Umbanda” e cada um ensinou o que era sete linhas da sua forma, mas ninguém havia ensinado o que é a essência das sete linhas que absorve em si todas as formas.

A espiritualidade através da mediunidade de Rubens Saraceni nos esclareceu que as Sete Linhas de Umbanda são as sete vibrações de Deus, pois tudo ele cria de forma sétupla, como as sete cores do arco íris em sintonia com nossos sete chacras.

Isto é essência pois na forma:

Para os que acham que sete linhas de Umbanda são Sete Orixás, dizemos sete Orixás são manifestadores de sete vibrações,

Para os que acham que sete linhas de Umbanda são sete santos católicos, dizemos sete santos se manifestam em sete vibrações,

Para os que dizem que sete linhas de Umbanda são sete cores do arco íris e dizemos sete cores do arco íris é a manifestação visual das sete vibrações de Deus,

Para os que acham que sete linhas de Umbanda são sete arcanjos, voltamos mais uma vez em sete vibrações de Deus, pois sete linhas também não cabe em uma forma mas são sim a essência de tantas interpretações.

Quando encontrar alguém discutindo quais são as verdadeiras sete linhas de umbanda lembre-se disso: estão discutindo sobre a forma e a forma pouco importa, cada um faz sob o seu ponto de vista, o que importa é a essência.

Sete Vibrações e Manifestações Mediúnicas

Vovó Maria Conga nos ensina: "Orixás são vibrações cósmicas. As forças sutis que propiciam a manifestação da vida em todo o Universo têm a influência dos orixás, como se fosse o próprio hálito de Deus. Por isso se diz que a própria natureza manifesta na Terra, por meio dos elementos fogo, água, terra e ar, é a concretização das vibrações dos orixás aos homens, embora não sejam em si essas energias, mas são imanadas deles, os orixás. É preciso compreender que existem vários planos vibratórios no Cosmo e que Deus, em Sua benevolência e infinito amor, em todos Se manifesta por meio de vibrações próprias a cada dimensão. É como se os orixás fossem regentes ou senhores das energias em cada universo dimensional manifestado, mas não as próprias energias.

Neste momento, trazer esclarecimentos os mais simples possíveis. Os orixás são vibrações expressas, que têm comprimento e freqüência e que um dia a Física da Terra vai descortinar. É por causa do misterioso, do "inatingível" para a maioria, que se criou tantas desavenças e discórdias na história espiritual e religiosa dos homens. Respeitamos todas as formas de entendimento disponíveis dos orixás, mas não podemos concordar com as personalidades agressivas, volúveis, sensuais, vingativas, e as histórias humanas de paixão e dor, tragédias e desavenças, de assassinatos e traições, que foram utilizadas pela tradição oral de transmissão de conhecimento do panteão africanista mais remoto, e que para muitos definem o que sejam os orixás até os dias atuais".

Continuemos com o sábio pensamento desta preta velha amiga: "Sabemos que existem traços comportamentais e psíquicos em comuns que se formaram ao longo do tempo no inconsciente dos homens estão e que simbolizam essas vibrações cósmicas enquanto manifestas na vida humana, pois em todos os homens estão as potencialidades dos orixás em todos os planos da vida do Criador, já que nos é destinado o retorno avesse Todo, pois somos unidades provindas desse manancial absoluto no Universo, que é Deus. Como todos esses planos dimensionais estão nos filhos, podemos afirmar que os orixás tem grande influência nos comportamentos humanos.


Estudo Histórico das Sete Linhas de Umbanda
Por Alexandre Cumino

"Se é preciso que eu tenha um nome,
Me chame de Caboclo das Sete Encruzilhadas,
Porque não haverão caminhos fechados para mim!"


Com estas palavras, no dia 15 de Novembro de 1908, se apresentou a entidade que, por meio de Zélio de Moraes, fundaria a Umbanda no Brasil.

Desde então o número sete tem sido fundamental para entender a religião, de tal maneira que surge uma classificação, chamada de Sete Linhas de Umbanda, onde acomodam-se Orixás, Santos, Anjos Arcanjos e Entidades Espirituais, relacionando-se com cores, pedras, ervas, dias da semana, notas musicais e o que mais puder agrupar nesta escala.

Sete Linhas de Umbanda já foi um tema muito polêmico pois cada autor umbandista apresentava sua visão particular sobre quais e “quantas” seriam estas linhas.

Alguns foram inspirados e originais em suas versões, outros simplesmente adaptaram novos elementos ao que já existia sobre o assunto.

Podemos dizer que a origem das Sete Linhas de Umbanda está em Deus, no Setenário Sagrado ou Coroa Divina. No entanto é do interesse de todos nós, umbandistas, um resgate cultural e histórico desta questão “Sete Linhas de Umbanda”.

Zélio não deixou nada escrito, mas, teve filhos e discípulos, se posso assim dizer, que falaram e falam sobre a forma como entendia as Sete Linhas de Umbanda.

O primeiro livro de Umbanda, que se tem noticia, publicado em 1933, chama-se O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda. Escrito por Leal de Souza, médium preparado por Zélio de Moraes, nos apresenta as Sete Linhas de Umbanda desta forma:

1ª Linha de Oxalá – Jesus – branco
2ª Linha de Ogun – São Jorge – vermelho
3ª Linha de Euxoce – São Sebastião – verde
4ª Linha de Xangô – São Jeronymo – roxo
5ª Linha de Nhá-San – Santa Bárbara - amarela
6ª Linha de Amanjar – N. S. da Conceição – azul
7ª Linha de Santo

Na explicação de Leal de Souza, a Linha Branca de Umbanda é que se divide nestas Sete Linhas e que além da Linha Branca há a Linha Negra formada pelos Exus e que é tratada a parte. A Sétima Linha é formada por espíritos egressos da Linha Negra e que trabalham principalmente no campo da demanda, de cortar trabalhos de Magia Negra.

Em conversa com Dona Lygia Cunha, Filha de Dona Zilméia de Moraes Cunha, neta de Zélio de Moraes e atual dirigente da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, nos afirmou que as Sete Linhas de Umbanda, segundo o Caboclo das Sete Encruzilhadas e Zélio de Moraes, são:

1. Oxalá – Branco
2. Ogum - Vermelho
3. Oxossi - Verde
4. Xangô – Marrom ou Roxo
5. Yemanjá – Azul Claro
6. Iansã - Amarelo
7. Exu - Preto

O que se aproxima muito da leitura de Leal de Souza, na qual se inverte a posição de Iansã e Yemanjá, definindo a Linha de Santo agora como a Linha de Exu. Em 1941 se realizou o “Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda”, onde foi apresentado um trabalho com o titulo:

“INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA LINHA BRANCA DE UMBANDA” “Memória apresentada pela Cabana de Pai Thomé do Senhor do Bomfim, na sessão do 26 de Outubro de 1941, pelo seu Delegado Sr. Josué Mendes.” Neste trabalho é apresentado um esquema da seguinte forma: “A LINHA BRANCA DE UMBANDA E A SUA IERARQUIA” “Os 7 Pontos da Linha Branca de Umbanda”

1° Grau de iniciação, ou seja o 1° Ponto – ALMAS
2° Grau de iniciação, ou seja o 2° Ponto – XANGÔ
3° Grau de iniciação, ou seja o 3° Ponto – OGUM
4° Grau de iniciação, ou seja o 4° Ponto – NHÃSSAN
5° Grau de iniciação, ou seja o 5° Ponto – EUXOCE
6° Grau de iniciação, ou seja o 6° Ponto – YEMANJÁ
7° Grau de iniciação, ou seja o 7° Ponto – OXALÁ

São as mesmas Sete Linhas de Umbanda que aparece na obra de Leal de Souza, apenas em posições diferentes.

Pai Ronaldo Linares, que também conviveu com Zélio de Moraes, apresenta as Sete Linhas de Umbanda, fundamentado nos ensinamentos que recebeu do “Pai da Umbanda”. E afirma que “Zélio de Moraes esclareceu que destas Tendas originárias da Tenda Nossa Senhora da Piedade deveriam nascer as Sete Linhas de Umbanda e que seriam representadas por sete cores. Ronaldo Linares. Iniciação à Umbanda. São Paulo: Ed. Madras, 2008. p. 78

A saber:

“A primeira linha é caracterizada pela cor amarelo ouro bem clarinho e que seria a cor da Tenda de Santa Bárbara. O Orixá correspondente é INHAÇÃ...”

“A segunda linha é caracterizada pela cor rosa, correspondente a Tenda Cosme e Damião... O Orixá correspondente é IBEJI...”

“A terceira linha é caracterizada pela cor azul. Com vários Santos Católicos sincretizados com ela, a saber: Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora dos Navegantes e Nossa Senhora da Guia. O Orixá que corresponde é IEMANJÁ...”

“A quarta linha é caracterizada pela cor verde, representando a Tenda São Sebastião... O Orixá correspondente é OXOSSE...”

“A quinta linha é caracterizada pela cor vermelho, representando a Tenda São Jorge. O orixá correspondente é OGUM.”

“A sexta linha é caracterizada pela cor marrom, representando a Tenda São Jerônimo. Seu Orixá correspondente é XANGÔ...”

“A sétima linha é caracterizada pela cor violeta ou roxo, corresponde a Tenda de San’Ana... O Orixá correspondente é NANÃ...”

“Finalmente temos a cor negra, corresponde a Tenda de São Lázaro. É a ausência da cor e da luz da vida. Zélio de Moraes explica que as cores branco e preto não fazem parte das sete linhas, pois o branco que é a presença da luz, existe em todas elas e o negro, que é justamente a ausência da luz, está justamente na ausência delas... O Santo Católico São Lázaro é sincretizado com o Orixá ABALUAÊ ou OMULU... Este Orixá é conhecido ainda pelos nomes de XAPANÃ, ATOTÕ, e BABALÚ. ”

“O Orixá maior da Umbanda é OXALÁ... o Chefe para o qual convergem todas as linhas, assim perfeitamente identificado na invocação com Jesus Cristo.” Pai Ronaldo Linares, pessoalmente, me falou já por diversas vezes que em conversa com Zélio de Moraes sobre as Sete Linhas de Umbanda, este teria lhe afirmado que ninguém entendeu nada sobre o que elas são ou representam e que “evocou” a imagem de um prisma recebendo de um lado a luz branca e do outro a decompondo nas sete cores do arco-íris para figurar o que são as sete linhas de Umbanda. O que em nossa concepção virá ao encontro das atuais definições de que as Sete Linhas de Umbanda são Sete Vibrações de Deus.

Lourenço Braga, em 1942, publica o título “UMBANDA (magia branca) e QUIMBANDA (magia negra)” , apresentando pela primeira vez mais sete subdivisões para cada uma das linha. São Sete Linhas e quarenta e nove Legiões. Nas primeiras páginas ele esclarece: “Trabalho apresentado no 1º Congresso Brasileiro de Espiritismo, denominado Lei de Umbanda, realizado nesta cidade do Rio de Janeiro, entre 18 e 26 de outubro de 1941”

“Instado e auxiliado pelos guias espirituais, mercê de Deus, resolvi escrever o presente livro sobre a Lei de Umbanda - (Magia Branca) – e sobre a Lei de Quimbanda – (Magia Negra).”

A LEI DE UMBANDA E A LEI DA QUIMBANDA

“Não se deve dizer – “Linha de Umbanda” - , mas sim, - “Lei de Umbanda” - ;

Linhas são as 7 divisões de Umbanda.”

1ª Linha de Santo ou de Oxalá – dirigida por Jesus Cristo
2ª Linha de Iemanjá – dirigida pela Virgem Maria
3ª Linha do Oriente – dirigida por São João Batista
4ª Linha de Oxóce – dirigida por São Sebastião
5ª Linha de Xangô – dirigida por São Jerônimo
6ª Linha de Ogum – dirigida por São Jorge
7ª Linha Africana ou de São Cipriano – dirigida por São Cipriano 

Aqui vemos que o autor coloca suas sete linhas muito próximas das sete linhas de Leal de Souza, que será o grande modelo copiado, alterado e adaptado pela maioria dos autores posteriores. Lourenço Braga mudou a “Linha de Nha-San” por “Linha do Oriente” e definiu a “Linha de Santo” como “Linha Africana”.

Também apresenta o autor as Sete Linhas da Quimbanda: Linha das Almas Linha dos Caveiras Linha de Nagô Linha de Malei Linha de Mossurubi Linha dos Caboclos Quimbandeiros Linha Mista Em 1955 o mesmo Lourenço Braga publica “UMBANDA E QUIMBANDA – VOLUME 2”, onde ele mesmo admite que: “venho agora, embora contraditando alguma coisa do que eu já havia escrito, levantar a ponta do véu mais um pouco”, completando na outra página, “Os brasileiros crentes de UMBANDA, em virtude da mentalidade implantada pelo catolicismo, procuraram dar aos ORIXÁS, chefes das 7 linhas , nomes de entidades cultuadas na Religião Católica”... “A verdade, porém, é que os ORIXÁS SUPREMOS, Chefes dessas linhas, em correspondência com os planetas e as cores, são os 7 arcanjos, os quais, mantém, entidades evoluídas, chefiando essas linhas, obedientes às suas ordens diretas, as quais nada têm a ver com os santos do Catolicismo...” Ficando assim:

Linha de Oxalá ou das Almas – Jesus – Jupter – Roxo
Linha de Yemanjá ou das Águas – Gabriel – Vênus – Azul
Linha do Oriente ou da Sabedoria – Rafael – Urano – Rosa
Linha de Oxoce ou dos Vegetais – Zadiel – Mercúrio – Verde
Linha de Xangô ou dos Minerais – Orifiel – Saturno – Amarelo
Linha de Ogum ou das Demandas – samael – Marte – Vermelho
Linha dos Mistérios ou Encantamentos – Anael – Netuno – Laranja

A Novidade na obra de Lourenço Braga é apresentar Sete Subdivisões para cada uma das Sete Linhas de Umbanda, veja de forma detalhada no anexo ao final do texto. Maria Toledo Palmer autora de Chave de Umbanda, 1949, e A Nova Lei Espírita de Jesus, 1953, recebeu em 1948 ordens do astral para fundar na terra “A Nova Lei Espírita: Jesus a Chave de Umbanda”. Apresenta as Sete Linhas das Sete Leis de “Jesus, A Chave de Umbanda”:

1. Céu
2. Terra
3. Água
4. Fogo
5. Mata
6. Mar
7. Almas

Oliveira Magno autor dos livros Umbanda Esotérica e Iniciática, 1950, e Umbanda e Ocultismo, 1952, reconhece Leal de Souza como o primeiro autor de Umbanda, apresenta por sua vez as sete linhas de Umbanda desta forma:

Oxalá,
Iemanjá,
Ogum,
Oxosse,
Xangô,
Oxum e
Omulu

Observe que com relação as linhas de Leal de Souza, trocou apenas Nha-San por Oxum e Linha das Almas por Omulu.

Aluizio Fontenele, 1951, adotou ao pé da letra as sete linhas de Lourenço Braga.

Yokaanam publica em 1951 o Evangelho de Umbanda, obra polêmica, apresenta as Sete Linhas de Lourenço Braga e critica dizendo: “Eis o que os africanistas apresentam como UMBANDA! Mera confusão!”. Apresenta 7 Legiões que tem como patronos 7 “Orixalás”. Acima delas está o Paraninfo ou Patrono de Honra: Jesus – “Oxalá” e abaixo como segue:

1ª S. João Batista – “Xangô-Kaô” (Xangô maior), Rosa.
2ª Santa Catarina de Alexandria – “Yanci”, Azul.
3ª Custódio – Cosme e Damião – “Ibejês”, Branco.
4ª S. Sebastião – “Oxóce”, Verde.
5ª S. Jorge – “Ogum”, Vermelho Escarlate.
6ª S. Jerônimo – “Xangô”, Roxo Violeta.
7ª S. Lázaro – “Ogum de Lei”

O autor faz algumas observações, afirma que a Legião de Santa Catarina – “Yanci” – era antes de N.S. da Conceição – “Yemanjá” que passou o comando para sua “legitima substituta”. Também observa que S.Lázaro de modo algum pode ser confundido com “Omulu”, que na opinião dele é “rei da destruição, caveira, espírito do cemitério”. Para cada uma destas “Legiões” o autor apresenta seus correspondentes “Chefes de Falange” (Orixás), Guias-Chefes (Pequenos Orixás – Chefes de Divisões), Guias (Chefes de Grupos) e Guias Individuais. Por Exemplo:

Legião de São Jorge – “Ogum” – (Patrono)

Chefes de Falanges – “Orixás” - : Caboclo Águia Branca – Ogum Mearim – Ogum Guerreiro – Ogum da Cruzada – Ogum Rei – Ogum do Oriente – Ogum do Mar – Ogum da Estrela – Ogum Menor – Ogum Mensageiro – Ogum do Hymalaia – Ogum do Deserto – Ogum da Campina – etc.

Guias Chefes: Ogum Rompe Mato – Sete Flechas – Caboclo Pena Vermelha – Caboclo Ipê – Caboclo Araxá – Caboclo Nanzan – Caboclo Pena Branca – Caboclo Mirim – Ogum da Lua – Ogum Megê – Ogum da Mata – Ogum Yara – Ogum Beira Mar – Ogum da Montanha – Ogum Sete Cachoeiras – Ogum Cavaleiro – Ogum do Congo – Ogum da Lagoa – Ogum da Angola – etc.

Guias: Caboclo Miramar – Caboclo Sete Caminhos – Caboclo Gurupí – Caboclo Vigilante – Caboclo da Lua – Caboclo Flexa de Ouro – Caboclo das Sete Espadas – Caboclo Tietê – Caboclo Araçá – Caboclo Rio Negro – Caboclo Tupiniquim – Caboclo Tupiára – Caboclo Tocantíns – Caboclo Solimões – Caboclo Araraquara – Caboclo Pirajá – Caboclo Paraguaçu – Caboclo Jaguaribe – etc.

Florisbela M. Souza Franco autora de dois títulos conhecidos, UMBANDA, 1953 e Umbanda para os Médiuns, 1958. No primeiro apresenta as Sete Linhas de Umbanda abaixo:

Linha de Santo
Linhas do Mar
Linha Oriental Linha de Oxosse
Linha de Xangô
Linha de Ogum
Linha Africana

Benjamim Figueiredo, fundador da Tenda Espírita Mirim, 1924, e Primado de Umbanda 1952. Apresentou sua forma de entender as Sete Linhas de Umbanda, inspirada pelo Caboclo Mirim, registrado em suas apostilas “Umbanda – Escola da Vida” bem como publicada em 1961 no livro Okê Caboclo, como segue abaixo:

Oxalá,
Ogum,
Oxosssi,
Xangô,
Ybeji,
Yofá e
Yemanjá.

W. W. da Matta e Silva, em 1956 publica seu primeiro titulo “Umbanda de Todos Nós”, onde apresenta sua versão para as Sete Linhas de Umbanda:

1ª Vibração Original ou Linha de Orixalá
2ª Vibração Original ou Linha de Yemanjá
3ª Vibração Original ou Linha de Xangô
4ª Vibração Original ou Linha de Ogum
5ª Vibração Original ou Linha de Oxossi
6ª Vibração Original ou Linha de Yori
7ª Vibração Original ou Linha de Yorimá

Embora guarde semelhanças o autor critica as Sete Linhas de Lourenço Braga, assim como Yokaanam, e guarda semelhanças entre as Sete Linhas de Lourenço e Yokaanam, pelo fato de apresentar falanges e legiões. Os Orixás seguem o mesmo esquema do Primado de Umbanda, de Benjamim Figueiredo, com o fato de Yofá ser substituído por Yorimá e Ibeji por Yori, ambos Orixás que não existem na cultura Nagô Yorubá, foram criados, revelados, literariamente nesta obra. Este autor não costumava citar suas fontes de forma adequada, dando os créditos, como observamos na teoria do AUMBANDÃ que ao ler tal livro (Umbanda de Todos Nós, 1956) nos dá a impressão de ser se sua autoria, enquanto a mesma surgiu bem antes no primeiro congresso de Umbanda, 1941, por Diamantino Coelho, delegado da Tenda Espírita Mirim (Fundanda por Benjamim Figueiredo em 1924). Em suas Sete Linhas Matta e Silva rebaixa Oxum, Iansã e Nanã Buroque ao status de Caboclas de Yemanjá, o que já havia sido feito, em parte por Lourenço Braga.

Rubens Saraceni apresenta as Sete Linhas de Umbanda como “As Sete Vibrações de Deus”, afirmando que: “Deus se manifesta de forma Sétupla nesta realidade humana.” “As Sete Linhas têm origem em Deus através do Setenário Sagrado.” “Cada um pode dar o nome que quiser, associar as Sete Linhas a Sete Orixás, Sete Santos ou a Sete Anjos, cada um fala de uma forma diferente, o que ninguém pode negar é que as Sete Linhas de Umbanda são as Sete Vibrações de Deus, que se manifesta em Sete Essências, Sete Elementos e em tudo o mais que Deus Criou.”

Explica que existem muitos Orixás, todos podem ser identificados ou associados às Linhas de Umbanda, no entanto a Criação Divina se estabelece por meio de uma Coroa Divina em que Sete Tronos Originais se manifestam através de Quatorze Tronos que se agrupam em Sete Masculinos e Sete Femininos correspondentes a Quatorze Orixás, dentro das Sete Vibrações, Essências, Sentidos e Elementos correspondentes:

1ª Linha, Sentido da Fé e Elemento Cristalino: Orixás Oxalá e Logunan (Oyá-Tempo)
2ª Linha, Sentido do Amor e Elemento Mineral: Orixás Oxum e Oxumaré
3ª Linha, Sentido do Conhecimento e Elemento Vegetal: Orixás Oxossi e Obá
4ª Linha, Sentido da Justiça e Elemento Fogo: Orixás Xangô e Iansã
5ª Linha, Sentido da Lei e Elemento Ar: Orixás Ogum e Egunitá
6ª Linha, Sentido da Evolução e Elemento Terra: Orixás Obaluayê e Nanã Buroquê
7ª Linha, Sentido da Geração e Elemento Água: Orixás Yemanjá e Omulú

Há ainda outros Orixás que mesmo que não estejam aqui se agrupam da mesma forma, ou seja junto de Oxossi estão os outros Orixás Vegetais como Ossaim, Aroni e Logunedé que intermédia para Oxum também. Junto de Omulu está Iku (a morte). Junto de Oxalá está Oxaguiã, Oxalufã, Obatalá, Orumilá-Ifá e etc. Cada Orixá Maior comanda 7 Orixás Intermediários e cada um destes comandam mais 7 Intermediadores ou regentes de nível, abaixo destes estão todos os outros Orixás Naturais, Encantados e Caboclos que se manifestam na vibração deste ou daquele Orixá. Ao expor este estudo, histórico e literário, dos conceitos, apresentados por autores umbandistas, sobre as “Sete Linhas de Umbanda”, tenho como objetivo, única e exclusivamente, oferecer material para o estudo e / ou observação do que já se falou sobre o assunto.

Através deste estudo podemos comprovar as diferentes formas em que as Sete Linhas de Umbanda vem sendo apresentada desde sua origem, os livros das décadas de 40 e 50 são pouco acessíveis. Encontramos entre os autores deste período, pessoas que se dedicaram e muito na intenção de entender e abordar os conceitos teológicos, doutrinários e ritualísticos da Religião de Umbanda, mesmo sem uma bibliografia sólida.

Não tenho como objetivo apontar este ou aquele autor em graus de acerto ou erro, mas apenas mostrar o que alguns autores pensaram sobre 7 Linhas da Umbanda. Aos que tiveram a paciência de ler até aqui, agradeço e parabenizo pelo interesse em entender um pouco mais sobre a Religião de Umbanda, Alexandre Cumino.

Anexo:

As Sete Linhas de Umbanda de Lourenço Braga.

Título Umbanda e Quimbanda - 1942

Na página 9 deste livro encontramos:

DIVISÃO DO ESPIRITISMO

“Devemos dividir o Espiritismo, como ele é, na verdade, em três partes, a saber:
Lei de Kardec: Espiritismo doutrinário, filosófico e científico.
Lei de Umbanda: Espiritismo - Magia Branca.
Lei de Quimbanda: Espiritismo - Magia Negra.”

Faz ainda uma observação:

A LINHA DE SANTO OU DE OXALÁ

A linha de Santo ou de Oxalá é constituída por espíritos de várias raças terrenas, entre eles, os pretos de Minas, pretos da Bahia, padres, frades, freiras e espíritos que, quando na Terra, tiveram grande sentimento católico. Os chefes das Legiões e das grandes falanges são espíritos conhecidos no catolicismo com o nome de Santos, tais como sejam:

1. Legião de Santo Antônio
2. Legião de São Cosme e São Damião
3. Legião de Santa Rita
4. Legião de Santa Catarina
5. Legião de Santo Expedito
6. Legião de São Benedito
7. Legião de Simirômba (Frade) São Francisco de Assis

As falanges grandes e pequenas de espíritos desta Linha, infiltram-se entre as Linhas da Lei de Quimbanda com o propósito de diminuir a intensidade do mal por eles praticado e hàbilmente arrastá-los para a prática do bem e por este motivo, verificamos muitas vezes, nos trabalhos de Magia Branca aparecerem elementos ou falanges da Magia Negra e vice-versa. A LINHA DE IEMANJÁ A Linha de Iemanjá chefiada por Santa Maria, mãe de Jesus Cristo, é constituída da seguinte forma:

1. Legião das Sereias – Chefe Axún ou Oxún
2. Legião das Ondinas – Chefe Naná ou Nana Burucú
3. Legião das Caboclas do Mar – Chefe Indaiá
4. Legião das Caboclas dos Rios – Chefe Iara
5. Legião dos Marinheiros – Chefe Tarimá
6. Legião dos Calunguinhas – Chefe Calunguinha
7. Legião da Estrela Guia – Chefe Maria Madalena

A missão dessas falanges é proteger os marinheiros, fazer as lavagens fluidificas dos diferentes ambientes, de encaminhar no espaço os irmãos que desejarem progredir, amparar na Terra, em geral, as criaturas do sexo feminino e de desmanchar os trabalhos da Magia Negra feitos no mar ou nos rios e de fazer trabalhos para o bem, em prol daqueles que de tal necessitarem. A LINHA DO ORIENTE A Linha do Oriente que é chefiada por São João Batista, é constituída pelas seguintes Legiões:

1. Legião dos Indús – Chefiada por Zartú
2. Legião de Médicos e Cientistas – Chefiada por José de Arimatéia e bafejada pelo Arcanjo Rafael
3. Legião de Árabes e Marroquinos – Chefiada por Jimbaruê
4. Legião de Japoneses, Chineses – Chefiada por Ori do Oriente
5. Legião dos Egipcianos, Aztecas, Mongóis e Esquimós, Incas e outras raças antigas – Chefiadas por Inhoarairi, Imperador Inca antes de Cristo
6. Legião dos Índios Caraíbas – Chefiadas por Itaraiaci
7. Legião dos Gauleses, Romanos e outras raças européias – Chefiada por Marcus I – Imperador Romano.

São falanges de caridade; são incumbidas de desvendar aos habitantes da Terra coisas para eles desconhecidas; são os grandes mestres do ocultismo (Esoterismo – Cartomancia – Quiromancia – Astrologia – Numerologia – Grafologia – etc.) – Magia Mental e Alta Magia. A LINHA DE OXÓCE A Linha de Oxóce, chefiada por São Sebastião, é constituída por legiões de espíritos com a forma de caboclos e assim temos:

1. Legião de Urubatão
2. Legião de Araribóia
3. Legião do Caboclo das Sete Encruzilhadas
4. Legião dos Peles Vermelhas – Águia Branca
5. Legião dos Tamoios – Grajaúna
6. Legião da Cabocla Jurema
7. Legião dos Guaranis – Araúna.

São falanges de caridade, doutrinam os irmãos sofredores, desmancham trabalhos de magia Negra, fazem curas, aplicam a medicina hervanária, dão passes, etc. A LINHA DE XANGÔ A Linha de Xangô, São Jerônimo, por ele mesmo chefiada, é a Linha da Justiça. Esta Linha é composta das seguintes Legiões:

1. Legião de Inhasã
2. Legião do Caboclo do Sol e da Lua
3. Legião do Caboclo da Pedra Branca
4. Legião do Caboclo do Vento
5. Legião do Caboclo das Cachoeiras
6. Legião do Caboclo Treme-Terra
7. Legião dos Pretos – Quenguelê.

É o povo da caridade e da justiça, dá a quem merece, pune com justiça, ampara os humildes, eleva os humilhados, desmancha trabalhos fortes de Magia Negra, etc. LINHA DE OGUM A Linha de Ogum, São Jorge, é dividida em sete Legiões, cujos chefes têm o nome de Ogum, seguido de um sobre nome especial; assim temos:

1. Ogum Beira-Mar
2. Ogum Rompe-Mato
3. Ogum Iara
4. Ogum Megê
5. Ogum Naruê
6. Ogum de Malei
7. Ogum de Nagô

Esta é a Linha dos grandes trabalhos de demanda, exerce grande predomínio sobre os quimbandeiros e age em vários setores, conforme o nome deles indica. Ogum Beira-Mar nas praias; Ogum Iara nos Rios; Ogum Rompe-Mato nas matas; Ogum Megê, sobre a Linha das Almas; Ogum de Malei, sobre a Linha de malei, - povo de Erú (Exu?); Ogum de Nagô, sôbre a Linha de Nagô – povo de Ganga.

LINHA AFRICANA OU DE SÃO CIPRIANO Linha Africana da Lei de Umbanda é composta de espíritos de pretos de várias raças, como sejam:

1. Legião do Povo da Costa – Pai Cabida (Cabinda?)
2. Legião do Povo do Congo – Rei do Congo
3. Legião do Povo de Angola – Pai José
4. Legião do Povo de Benguela – Pai Benguela
5. Legião de Moçambique – Pai Jerônimo
6. Legião do Povo de Loanda – Pai Francisco
7. Legião do Povo de Guiné – Zun-Guiné

São os grandes feiticeiros de Umbanda, fazem importantes trabalhos de Magia, usando todos os rituais, porém com o fito de fazer o bem. Os componentes dessa falange infiltram-se com grande facilidade entre os quimbandeiros, causando muitas vezes confusão aos filhos da Terra. Os espíritos desta Linha gostam muito de conversar com os filhos da Terra e nessas ocasiões costumam dizer Umbanda tem fundamento e fundamento de Umbanda tem Mironga. Neste mesmo Livro, “Umbanda e Quimbanda”, Lourenço Braga define a “LEI DE QUIMBANDA E AS SUAS SETE LINHAS”. O próprio Lourenço Braga fez alterações em suas Sete Linhas ao longo do tempo, ao que podemos concluir que nem Lourenço Braga concorda com Lourenço Braga, quando comparamos “Umbanda e Quimbanda” Volume 1 com o Volume 2. Abaixo algumas novidades que aparecem no volume 2: “O Sol exerce influencia sobre os 7 planetas e a lua recebe influencia dos 7 planetas” Cita ainda o autor que: “A Linha de Oxalá ou das Almas, chefiada indiretamente por São Miguel e diretamente por Jesus, possue 7 Legiões chefiadas por um Anjo (Lilazio)” onde surgem 7 anjos identificados por cores, atuando junto dos chefes de cada linha, a saber:

1. Jesus – Anjo Lilazio – Luz roxo claro brilhante
2. Gabriel – Anjo Luzanil – Luz azul claro brilhante
3. Rafael – Anjo Rosânio – Luz rosa claro brilhante
4. Zadiel – Anjo Ismera – Luz verde claro brilhantel
5. Orifiel – Anjo Auridio – Luz ouro claro brilhante
6. Samael – Anjo Rubrion – Luz vermelho claro brilhante
7. Anael – Anjo Ilirium – Luz branca brilhante

Agora a Linha de Oxalá se subdivide em 7 Legiões de Anjos conforme abaixo está:

1. Legião do Anjo Efrohim – na Ásia
2. Legião do Anjo Eleusim – na Índia
3. Legião do Anjo Ibrahim – na África
4. Legião do Anjo Ezekiel – na Europa
5. Legião do Anjo Ismaiel – no Brasil
6. Legião do Anjo Zumalah – na Quimbanda



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08/05/2013

Preto Velho

preto velho umbanda


Quando falamos em Preto Velho, nos vem à mente quatro palavras básicas: calma, sabedoria, humildade e caridade.

Voltando no tempo, durante o período colonial brasileiro, as grandes potencias européias da época subjugaram e escravizaram negros vindos de diversas nações africanas, transformando-os em mercadorias, seres sem alma, apenas objetos de venda de trabalho.

Nesse mercado, os traficantes negreiros costumavam se utilizar de maneiras diversas para conseguir arrebanhar sua “mercadoria”: chegavam surpreendendo a todos na tribo, separavam, é claro, sempre os mais jovens e fortes. Costumavam buscar os negros nas regiões Oeste, Centro-Oeste, Nordeste e Sul da África. Trocavam por outras mercadorias, como espelhos, facas e bebidas, os que eram cativos oriundos de tribos vencidas em guerra e trazendo como escravos os que eram vencidos.

No Brasil, em principio os escravos negros chegaram pelo Nordeste; mais tarde, também pelo Rio de Janeiro. Os primeiros a chegarem foram os Bantos, Cabindos, Sudaneses, Iorubas, Minas e Malés.

Para a África, o trafico negreiro custou caro: em quatro séculos foram escravizados e mortos cerca de 75 MILHÕES de pessoas, basicamente a parte mais selecionada da população.
Esses negros, que foram brutalmente arrancados de sua terra, separados de suas famílias, passando por terríveis privações, trabalharam quase que ininterruptamente nas grandes fazendas de açúcar da colônia. O trabalho era tão árduo, que um negro escravo no Brasil não chegava a durar dez anos.

Em troca de tanto esforço, nada recebiam, a não serem trapos para se vestir e pão para comer, quando não eram terrivelmente açoitados nos troncos pelas tentativas de fuga e insubordinação aos senhores. Muitas vezes, reagiam a tudo suicidando-se, evitando a reprodução, matando feitores, capitães-do-mato e senhores de engenho.

O que restava ao negro africano escravo no Brasil era sua fé, e era em seus cultos que ela resistia, como um ritual de liberdade, protesto a reação contra a opressão do branco. As danças e cânticos eram a única forma que tinham para extravasar e aliviar a dor da escravidão.

Mas, apesar de toda a revolta, havia também os que se adaptavam mais facilmente à nova situação. Esses recebiam tratamento diferenciado e exerciam tarefas como reprodutores, caldeireiros ou carpinteiros. Também trabalhavam na Casa Grande, eram os chamados “escravos domésticos”. Outros, ainda, conquistavam a alforria através de seus senhores ou das leis (Sexagenário, Ventre Livre e Lei Áurea). Com isso, foram pouco a pouco conseguindo envelhecer e constituir seu culto aos Orixás e antepassados, tornando-se referencia para mais jovens, ensinando-lhes os costumes da Mãe África. Assim, através do sincretismo, conseguiram preservar sua cultura e religião.

ATUAÇÃO DOS PRETOS VELHOS

Os Pretos Velhos na Umbanda representam a força, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referência para aqueles que os procuram, curando, ensinando e educando aos encarnados e desencarnados necessitados de luz e de um caminho a trilhar.

Um Preto Velho representa a humildade, jamais demonstrando qualquer tipo de sentimento de vingança contra as atrocidades e humilhações sofridas no passado. Pretos Velhos ajudam a todos, independente de cor, sexo ou religião.

Em sua totalidade, não se pode afirmar que as entidades que se apresentam nas giras são os mesmos Pretos Velhos escravos. Muitos passaram por ciclos reencarnatórios e podem ter sido em suas vidas anteriores médicos ou filósofos, ricos ou pobres, e, para cumprir sua missão espiritual e ajudar aos necessitados, escolheram incorporar a forma de Pretos Velhos. Outros, nem negros foram, mas também escolheram essa forma de apresentação. (grifo nosso)

Muitos podem estar perguntando: “Mas então os Pretos Velhos não são Pretos Velhos?”. A explicação é simples: todo espírito que já alcançou determinado grau de evolução tem a capacidade de descer sob qualquer forma passada, pois é energia pura, a forma é apenas uma conseqüência da missão que vem cumprir na Terra. Podem também, em locais diferentes, se apresentarem como médicos, Caboclos ou até Exu, depende do trabalho a que vêm realizar. Em alguns casos, se tiverem autorização, eles mesmos nos dizem quem são.


A principal característica de um Preto Velho é a de conselheiro; para alguns, são como psicólogos, amigos e confidentes, para outros, são os que lutam contra o mal com suas mirongas, banhos de ervas, pontos riscados, sempre protegidos pelos Exus de Lei.

A figura de um Preto Velho representa a paciência e a calma que todos sempre devemos ter para evoluir espiritualmente, essa é a sua principal mensagem.

Certas pessoas costumam procurar um Preto Velho apenas para resolver problemas materiais, usando os trabalhos na Umbanda para beneficio próprio, esquecendo de ajudar ao próximo. Quanto a isso, esses maravilhosos Espíritos de Luz deixam sempre uma importante lição, a de que essas pessoas, preocupadas apenas consigo próprias, são escravas do próprio egoísmo, mas sempre procuram ajudá-las brincando de “pedir obrigações”. Mas em meio a essas pessoas, sempre haverá os que podem ser aproveitados, que em pouco tempo vestirão suas roupas brancas, descalçarão seus pés e farão parte dos trabalhos de caridade do terreiro. Essa é a sabedoria do Preto Velho, saber lapidar o que há de bom em cada um de nós.

Pretos Velhos levam a força de Zambi a todos que buscam aprender a encontrar sua fé, sem julgar ou colocar pecado em ninguém, mostrando que somente o amor a Deus, ao próximo e a si mesmo, poderá mudar sua vida e seu processo de ciclos reencarnatórios, aliviando os sofrimentos cármicos e elevando o espírito. Assim fortalecem a todos espiritualmente, aliviando o peso do fardo de cada um, e cada um pode fazer com que seu sofrimento diminua ou aumente, de acordo com a forma de encarar os acontecimentos de sua vida: “Cada um colhe o que plantou. Se plantares vento, colherás tempestade. Mas, se entender que lutando poderá transformar seu sofrimento em alegria, verá que deve tomar consciência de seu passado, aprendendo com os erros, galgando o crescimento e a felicidade futura. Nunca seja egoísta, sempre passe aos outros aquilo que aprende. Tudo que receber de graça, deverá dar também de graça. Só na fé, no amor e na caridade, poderá encontrar seu caminho interior, a luz e Deus” (Pai Cipriano)

APRESENTAÇÃO DA ENTIDADE

O termo “Velho, Vovô e Vovó, são usados para mostrar sua experiência, pois, quando pensamos em alguém mais velho, entendemos que este já viveu muito mais tempo do que nós, com coisas para nos passar e historias para nos contar através de sua longa experiência. No mundo espiritual isso é bastante parecido, e a característica da entidade Preto Velho é sempre a do conselheiro.

Suas vestes são bem simples e não necessitam de muitos apetrechos para trabalhar, apenas da concentração e atenção de seu médium durante a consulta. Costumam usar cachimbo, lenços, toalhas e algumas vezes fumo de corda ou cigarro de palha.

Sua incorporação não necessita de dançar ou pular muito. A vibração começa com um “peso” nas costas, fazendo com que o médium incline o corpo para frente, sempre com os pés bem fixos no chão. Andam apenas para as saudações ao Atabaque, Conga e Babalorixá. Atendem sentados praticando sua caridade. Raras às vezes alguns mantêm-se em pé.
Sua simplicidade se manifesta em sua maneira de ser e de falar, sempre usando um vocabulário simples. A maneira carregada com que falam é para mostrar que são bastante antigos.

A Linha de Preto Velho possui suas características gerais, mas cada médium tem uma coroa diferente, determinando as diferenças entre os Pretos Velhos.

As diferenças ocorrem porque cada Preto Velho trabalha em nome de um Orixá, utilizando a essência de cada força da natureza em sua atividade. Essas diferenças são facilmente percebidas na forma de incorporação.

Retirado da Revista Espiritual de Umbanda (Edição Especial 1 Editora Escala)- Pesquisa e texto: Virgínia Rodrigues

Referencias Bibliográficas:

- Portal Guardiões da Luz
- Luz da Fraternidade
- Revista USP nº 28 – As Religiões Negras do Brasil
- As Religiões Negras do Brasil






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04/05/2013

As Sete Lágrimas de um Preto Velho

as sete lágrimas de um preto velho

Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, pitando o seu cachimbo, um triste Preto Velho chorava. De seus olhos molhados, lágrimas lhes desciam pela face e não sei por que as contei. Foram sete. Na incontida vontade de saber, aproximei-me e o interroguei: 

- Fala meu Preto Velho, diz a este teu filho, por que externa assim, esta tão visível dor?

- Está vendo, filho, estas pessoas que entram e saem do terreiro? As lágrimas que você contou, estão distribuídas a cada uma delas.

- A primeira lágrima foi dada aos indiferentes, que aqui vem em busca de distração. Que saem ironizando e criticando, por aquilo que suas mentes ofuscadas não puderam compreender.

- A segunda, a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando. Sempre na expectativa de um milagre, que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos lhes negam.

- A terceira, aos maus. A aqueles que procuram a Umbanda em busca de vinganças, desejando prejudicar a um seu semelhante.

- A quarta, aos frios, aos calculistas. Aos que, ao saberem da existência de uma força espiritual, procuram beneficiar-se dela, a qualquer preço, mas não conhecem a palavra gratidão e nem a Caridade.

- A quinta lágrima, vê como chega suave? Ela tem o riso, do elogio e da flor dos lábios. Mas se olhares bem, no seu semblante, verá escrito: 'Creio na Umbanda. Creio nos teus Caboclos, nos teus Velhos, e no teu Zambi, mas somente se vencerem no meu caso ou me curarem disso ou daquilo'.

- A sexta, eu dei aos fúteis que vão de Terreiro em Terreiro, sem acreditar em nada, buscando aconchegos e conchavos. Mas em seus olhos revelam um interesse diferente.

- A sétima, filho, notas como foi grande? Notou como deslizou pesada? Foi a última lágrima. Aquela que vive nos Olhos de todos os Orixás e de todas as entidades. Fiz doação desta aos Médiuns. Aos que só aparecem no Terreiro em dia de festa. Aos que se esquecem de suas obrigações. Aos que esquecem que existem tantos irmãos precisando de caridade, tantas 'crianças' precisando de amparo. Da mesma caridade e do mesmo apoio que eles próprios, um dia aqui vieram buscar. Assim, filho meu, foi para esses todos que vistes cair, uma a uma, AS SETE LÁGRIMAS DE UM PRETO VELHO.

Do livro: Umbanda de Todos Nós / W.W.da Matta e Silva (Mestre Yapacany)








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02/05/2013

Quem Procura Caridade, Esquece de Fazer Caridade

Quem Procura Caridade, Esquece de Fazer Caridade


Acredito que seja um fato que ocorre na maioria dos terreiros, de se fazer a "campanha do quilo", no intuito de ajudar a alguma instituição ou comunidade, pedindo a assistência e aos médiuns que contribuam com um quilo de alimento não perecível.

Não é nada de mais, até porque, não se cobra a caridade prestada pelas entidades, e ainda tem casas que oferecem um café quentinho e até um lanche aos assistidos.

O que é estranho é o fato de, mesmo pedindo, muitos assistidos não ajudam e até médiuns, e olha que tem gente que vem toda semana: seja para tomar um passe, seja para conversar com um guia, seja para fazer um descarrego..., mas não se dá ao trabalho de lembrar em retribuir a caridade que lhe é prestada, para àqueles que mais necessitam.

Não digo que muitos fazem por maldade ou indiferença. Uma parte faz porque esquece ou está tão ligada aos seus problemas, que não tem olhos nem ouvidos para para escutar sobre as campanhas ou ler os avisos de "Traga um quilo de alimento para nossa campanha".

É interessante que muitos recebem a caridade dentro de uma casa de Umbanda, seja ela de que ramificação for, mas poucos entendem o princípio de dar e receber, de ajudar a quem precisa, do que realmente significa ser caridoso.

Só que, se a casa começa a cobrar, seja que valor for, para reverter em cestas básicas ou em outras coisas para ajudar no serviço assistencial que têm, as mesmas pessoas que não contribuem, não participam, mas que recebem a caridade feita pela casa, são as primeiras a reclamar e dizer: "mas casa de Umbanda não cobra $ nada!"; outros acabam dando uma desculpa quando são confrontados quando, em sua frente, vê um ou outro oferecendo um quilo de alimento.

É muito estranho, mas ainda falta muito para nos identificarmos como um conjunto religioso com uma identidade que vislumbra o respeito ao outro, a caridade, a solidariedade, o bem sem olhar a quem ...

Espero que um dia isso aconteça, mas sei que não estarei mais por aqui (reclamando desse lado ruim da Umbanda e fomentando as suas partes boas).

Pai Etiene Sales



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01/05/2013

Umbanda - Aspectos Gerais


Tenho observado dentro de minha prática de Umbanda, e nessa prática lá se vão mais de 36 anos, que as pessoas que buscam a Umbanda o fazem, em sua maioria, para resolverem problemas de ordem material exigindo um resultado imediato, que quando não encontram, creditam ao terreiro ou ao dirigente, quando não a própria Umbanda, o motivo do seu fracasso. Por que isto acontece? Acreditamos que a culpa disto seja dos próprios umbandistas que ao invés de esclarecerem que a Umbanda não é para "resolver" problemas, mas sim é uma religião digna e nobre, como qualquer outra, se omitem ou então são os primeiros a viverem "dando oferendas" para obterem "favores" materiais dos Orixás. Isto não é Umbanda.

Por outro lado, por a Umbanda lidar com elementos e uma variedade enorme de espíritos, temos a possibilidade de penetração nos mais variados estágios de evolução do astral, conseqüentemente, havendo merecimento e empenho muitos problemas acabam tendo realmente solução rápida. Mas isto não se aplica a todos, mas somente aos que merecem e fazem por merecer. E quem determina isto? O Pai Maior... Zambi. 

Sabemos ser muito mais fácil acreditar em fórmulas mágicas quando estamos desesperados, com alguém gravemente doente em nossa família, desempregados, etc, entretanto, não podemos nos deixar seduzir pelas falsas promessas de falsos umbandistas, que chegam ao cúmulo de se auto intitularem "Pais no Santo" ou "Mães no Santo". Não meu irmão! Desconfie. Não existe mistério nisto. E o raciocínio é simples. Por que Deus daria, a uma pessoa, que geralmente cobra por seus serviços, o poder de curar o seu parente, ou de lhe arrumar um excelente emprego? Pare e pense. Isso tem lógica? Isso tem a ver com Deus? Certamente não. São charlatões, pessoas desonestas, que fingem, ou então que estão intimamente ligadas ao Astral Inferior, mas que invariavelmente vivem da desgraça alheia. E que denigrem o nome da Umbanda e dos seus seguidores. 

Qual o mistério da Umbanda? Amor e Caridade. Pura e simplesmente. A ritualística que cada terreiro de Umbanda segue, serve como um leque de possibilidades para os diversos anseios de culto de cada um, entretanto o que deve ser a preocupação de quem busca uma Casa de Umbanda é se ela é séria, não cobra consultas, trabalhos, nem nada, se faz algum tipo de trabalho social, e se tem como objetivo principal a Caridade e o Amor incondicional ao próximo. Isto é a Umbanda! Simplesmente Umbanda!

Tornando coerente o título deste livro com o conteúdo, passarei agora a uma parte dedicada exclusivamente a perguntas e respostas. São perguntas que escutei de várias pessoas, consulentes ou médiuns, nas palestras que proferi em meu Terreiro, elas variam em grau de profundidade e de objetivos. Procurarei dar respostas simples porque simples é a Umbanda. Não devemos também julgar a qualidade das perguntas, pois se para você determinada pergunta é boba ou simples demais, para outro poderá não ser. E se a pergunta está aqui, é porque alguém, algum dia perguntou e é nossa obrigação responder. Tornou-se um hábito para mim buscar saber o "porque" das coisas, então não estarei respondendo com um simples "é porque é" ou "isto é mistério da fé", mas também não estarei sendo irresponsável a ponto de estar revelando ritos que são destinados apenas aos iniciados na Umbanda e que fora dela não teriam o menor sentido.

1. Pode, duas ou mais pessoas, receberem entidades com o mesmo nome?

Certamente que sim. Aliás isso é bastante comum de acontecer, da mesma maneira que encontramos várias pessoas com o mesmo nome. Vide explicação do gráfico na página 88. Exemplo: o Caboclo Tupy incorpora no médium A, B e C ao mesmo tempo, numa mesma gira. Mas não é o mesmo espírito. São espíritos diferentes que assumiram o mesmo nome em função de haverem se filiado à falange de Caboclos chamada Tupy, de características ou especialidades ou missões parecidas. Na verdade, se pararmos para pensar direitinho, o nome é o que menos deve interessar, mas sim o grau de compromisso com a Caridade.

2. É verdade que a pessoa que entra para trabalhar na Umbanda não pode mais sair, porque senão atrasa a vida?

Não, não é verdade, assim como não é verdade que a vida da pessoa vai para frente se ela entrar para a Umbanda. O que ocorre é que ao entrar para a corrente de um terreiro de Umbanda a pessoa passa a dar vazão e a desenvolver sua mediunidade, assume compromissos e responsabilidades, se tranquiliza, se harmoniza, melhora vibrátil e evolucionalmente (ou pelo menos deveria). O "atraso na vida" da pessoa pode ocorrer porque ela deixa de poder se equilibrar, cuidar, evoluir e fazer caridade; conseqüentemente deixa de ter tranqüilidade para resolver inúmeras questões, inclusive as mais simples. E isto ocorre porque a pessoa deixa o terreiro, mas não deixa de ser médium, então continuará recebendo influências do Astral, entretanto, se não tiver uma vida regrada, reta, de conduta ilibada e não fizer caridade, o Astral que a estará influenciando será o inferior. Que fique claro também que não é o ingresso ou a permanência num terreiro de Umbanda que fará com que a vida da pessoa "ande pra frente" ou que todos os problemas materiais dela se resolverão. O mais importante é a conduta moral da pessoa, o seu desejo de fazer caridade, de ajudar o próximo, de evoluir. Isso sim será determinante do quanto essa pessoa irá melhorar. A Umbanda através do terreiro dará a oportunidade, o meio e o método, cabe a pessoa abraçar essa oportunidade ou não.

3. Uma vez eu ouvi um médium dizendo que tinha que trabalhar porque senão o Caboclo batia nele. Porque o Caboclo dele faria isso?

Não, o Caboclo dele não faria isto. Certamente era o próprio médium, dentro de suas limitações de conhecimento que entendia assim. Na realidade, o que muito provavelmente o Caboclo faria é alertar o médium para os perigos que ele estaria sujeito ao abandonar a Banda. Guia ou protetor não bate. Ele respeita a nossa opção, o nosso livre arbítrio que nos foi outorgado por Deus. Eles não têm ingerência sobre isso. Como dito anteriormente, o médium ao se afastar da Banda, não deixa de ser médium, mas sabe-se lá o que passa a fazer de sua vida. Se forem coisas boas, continuará recebendo boas influências, mas se começar a levar uma vida destrambelhada, receberá influências negativas ou ruins. A Umbanda, e por conseqüência os nossos guias, não tem a função de nos "punir", mas de nos orientar e amparar.

4. Qual a função dos banhos de ervas?

Tem ervas que são para descarrego, outras para energização, outras com ambas as funções, outras preparatórias para algum tipo de trabalho. Dependendo da necessidade, o médium tomará o seu banho de ervas objetivando sempre uma melhor harmonização com as forças da natureza, para a consecução dos objetivos propostos. Os banhos de ervas envolvem uma ritualística preparatória e não devem ser tomados indiscriminadamente, mas com orientação do Dirigente do Terreiro ou de pessoas a sua ordem, pois sem o conhecimento específico do problema ou objetivo, o banho pode ter efeito contrário. Exemplo disto: se a pessoa estiver agitada demais não deverá tomar banho com uma erva de Ogum ou Iansã, pois poderá ficar mais agitada ainda.

5. O médium quando está incorporado sabe tudo que está acontecendo e o que a pessoa está conversando com o guia?

Normalmente sim. A grande maioria dos médiuns é consciente ou semi-consciente (como alguns falam), ou seja, sabe o que está acontecendo mas não têm ingerência sobre as atitudes da Entidade. Normalmente logo após a consulta ainda lembram algumas coisas, que vem como forma de "flash", mas logo depois vão se esquecendo. Após um determinado tempo só lembram que atenderam com suas entidades, uma ou outra pessoa. Somente os médiuns totalmente inconscientes é que não sabem o que está se passando durante a consulta, mas esses médiuns são cada vez mais raros. Mas se a sua preocupação com essa pergunta é se você pode conversar sobre qualquer assunto com a Entidade que o médium não vai contar pra ninguém, isso dependerá da índole do médium e da Casa, mas o princípio básico de todas as Casas de Umbanda sérias, é o sigilo das consultas e o respeito pelo problema da cada um.

6. Se uma pessoa tem que trabalhar e se a mesma não entrar para o Centro, ela pode receber algum guia na rua, no trabalho ou em qualquer lugar?

Não! Um guia, protetor ou entidade de luz não irá jamais expor uma pessoa ao ridículo ou a situações constrangedoras incorporando em lugares públicos.

O fato é que a pessoa sendo médium e não desenvolvendo a mediunidade não faz com que deixe de ser médium. O que ocorre é que a sua mediunidade ficará "embrutecida" e desamparada expondo-a a ação de espíritos trevosos, que, esses sim, podem se manifestar em lugares públicos expondo a pessoa a situações embaraçosas. Importante ressaltar é que ser médium é uma oportunidade que recebemos de Zambi (Deus) para expurgar parte de nosso karma. Negar ou fugir disso não ajuda em nada. O importante é aprender a lidar com isso. E a melhor maneira é desenvolvendo. A religião ou a Umbanda deve entrar em nossas vidas para nosso crescimento enquanto pessoas. Nunca deve ser imposta. Não concordo com fórmulas impostas, entretanto sabemos que existem pessoas e pessoas. Cada um com seu karma, merecimento, missão e vontade. Claro que todo ato nosso tem conseqüências, resta saber se estamos dispostos a arcar com elas. É óbvio também que se acreditamos que antes de encarnar assumimos alguns compromissos com o objetivo de resgatarmos o nosso karma, e nesses compromissos assumidos estão envolvidas entidades de Umbanda que nos auxiliarão nesse processo, ao nos recusarmos a trabalhar num terreiro de Umbanda, ao nos recusarmos a ouvir os convites feitos pelas nossas entidades para obrarmos o bem, estaremos nos expondo a não cumprirmos com o prometido. É claro que existem outras formas de fazermos caridade. É bem verdade que com o concurso de um terreiro, de uma corrente essa tarefa fica facilitada, já que era isso que estava "combinado". Fazer parte de uma corrente facilita a nossa comunhão com Deus e com os espíritos do bem, mas não adiantará de nada o médium estar dentro de uma corrente contrariado. Ser umbandista deve ser uma opção e não uma imposição. Como dissemos anteriormente, nossos atos geram conseqüências, resta saber se estamos dispostos a arcar com elas.

7.Todo mundo é médium?

Todos somos sensitivos. Alguns mais do que outros. Esses diferentes níveis de sensibilidade podem ser compreendidos como diferentes tipos de mediunidade. Todo ser humano possui um nível de sensibilidade que estará diretamente ligado a missão do mesmo na terra. Alguns possuem a sensibilidade ou mediunidade de incorporação, audiência, clarividência, vidência, psicofonia, psicografia, etc. Todas cabíveis de serem desenvolvidas e despertadas de acordo com o livre-arbítrio de cada um.

8. Afinal, há a necessidade de todos os médiuns se desenvolverem?

É conveniente que sim, ou pelo menos manterem-se harmonizados com o Alto de alguma maneira. Maneira essa através de orações, pensamentos elevados, vida equilibrada e conduta correta, ou freqüentando alguma religião. Tudo isso para evitarem a manifestação de obsessores que utilizarão sem cerimônia a mediunidade da pessoa. Nem todos são médiuns de incorporação. Existem inúmeras formas de mediunidade.

9. Como descobrir se sou mesmo médium?

Prestando atenção a o que está a sua volta, visível e invisível, aos convites abertos e velados da espiritualidade. Estudando-se como ser humano e o que está fazendo aqui na terra. Entendendo que somos pessoas encarnadas com um karma a resgatar e absorver os ensinamentos que recebemos todos os dias das pessoas que nos rodeiam. Não deixar a vida passar achando-se muito novo para desenvolver ou descobrir a espiritualidade e não temendo o compromisso.

10. Qual é a importância ou a necessidade do uso das roupas brancas?

A cor branca representa a pureza, é a cor de Oxalá, sincretizado na Umbanda com Jesus Cristo. São roupas de importância ritualística, devem ser tratadas de maneira especial, não devem ser lavadas misturadas com as roupas do dia-a-dia, e são usadas exclusivamente para este fim. Além do branco ser uma cor que absorve as vibrações mas não as retém.

11. E os colares na Umbanda?

Quanto aos "colares", os quais chamamos de guias, são pontos que auxiliam a fixar a energia da vibração do Orixá ou entidade. Têm a função de atração e proteção. Quanto a quantidade de contas, quanto o tipo variam de terreiro para terreiro conforme a orientação do Guia Chefe do terreiro ou do Dirigente (Pai ou Mãe no Santo). As guias são preparadas seguindo os preceitos de cada Casa, não devem ser compradas prontas, pois antes das contas serem enfiadas, elas são submetidas a um preparado de ervas que também variará de terreiro para terreiro.

12. Devo considerar os Orixás como uma entidade em si, ou um conjunto de entidades com a mesma percepção e missão?

Nem uma coisa, nem outra. Orixá é um complexo energético-vibratório que, ao nível de terra, ou seja de incorporação, agrega entidades (espíritos) afins em energia, missão, ou por características que facilitem a evolução do espírito. A agregação de espíritos não forma o Complexo Orixá, mas o Complexo Orixá é que provoca essa agregação de espíritos.

13. Qual a posição da Umbanda sobre o aborto?

A Umbanda não condena ninguém, entretanto, orienta que recebemos ao longo de nossa vida inúmeras oportunidades de fazer o bem e resgatarmos assim um pouco do nosso carma. Fazer um aborto, com certeza não contribuirá positivamente para isso. Mesmo pensando em caso de saber-se antecipadamente que o seu bebê terá hidrocefalia, por exemplo, e desejar interromper a gravidez. É claro que você tem o seu livre arbítrio, e já que o bebê não irá sobreviver, você tem todo o direito outorgado pela Lei do Livre-Arbítrio de interromper essa gravidez. Por outro lado, se a gravidez for levada a termo, você poderá, por exemplo, estar ajudando outro bebê, tornando o seu bebê um doador de órgãos. Com isso quero dizer que a gravidez é dádiva divina, inclusive a originada por estupro (não nos esqueçamos as encarnações compulsórias), por representar oportunidade de crescimento moral e espiritual. Mas como em tudo na vida, a resposta será: "a opção é sua". Ainda lembro que para cada ação existe uma reação em igual proporção, resta saber se estamos dispostos a arcar com as conseqüências de nossos atos. Com isso acredito que deixei claro que a Umbanda não estimula o aborto, pois é uma religião que prega que através das reencarnações estaremos obtendo nossa oportunidade de cumprirmos o nosso karma, e sendo assim ela não fecha as portas a quem quer que seja, pois o seu objetivo é orientar e esclarecer todo aquele que procura nela alívio para suas dores.

14. Por que alguns terreiros de Umbanda não trabalham com Exus e Pomba Giras?

Como já dissemos, a Umbanda, na sua formação, recebeu influências africanista, ameríndia, católica e espírita. Geralmente são terreiros que tem mais influência espírita (Kardecista), ou seja, trata-se apenas de uma questão de opção do dirigente.

15. E Nanã? E quem trabalha com (incorpora) Nanã? Como é isso já que vocês disseram que ela não é Regente de Coroa mediúnica, por estar acima dos demais Orixás...

A nossa experiência dentro da Umbanda é que nos indicou isto. E quem trabalha com Nanã na realidade está incorporando uma entidade da Linha das Águas, ou seja, uma das três Iabás (Iansã, Oxum ou Iemanjá) em vibração mais velha. Embora esse assunto em si já daria um livro, é importante ressaltar a diferença entre vibração de terra (terreiro, ou seja, vibração de incorporação) para irradiação de Astral Superior. A irradiação de Nanã é a original ou primordial da Linha das Águas, superior, a qual utiliza as vibrações derivadas dessa linha para se manifestar no nível de terra. Nanã representa para nós "as águas originais" ou primeiras águas.

16. Pode uma pessoa praticar o mal, influenciada por espíritos?

Sim pode, tanto quanto pode praticar o bem, também, influenciada por espíritos. Tudo depende de como esta pessoa vibra, vive, busca a vida e da moral dela.

Não existe isso de que a pessoa sempre foi "boazinha" e de uma hora pra outra, estupra, rouba, mata alguém sob a influência de espíritos trevosos ou demoníacos. O que pode acontecer é que, desta vez a pessoa cedeu as influências, ou ainda que sempre teve "vontade" (desejo oculto, inconfessado) de cometer esses atos, e aí passou a atrair uma gama de espíritos que também querem a mesma coisa. Mas estejam certos de que para que as influências negativas, tanto quanto as positivas, atuem em nossas vidas é fundamental haver sintonia. Lembrem-se irmãos, o corpo é seu, a mente é sua, portanto nenhuma força tomará conta de você se você não o permitir ou sintonizar com ela. Às vezes as pessoas fazem pequenas concessões a maldades, "pequenas" maldades do tipo: atirar uma pedra na vidraça do prédio que trabalha (revolta com relação ao chefe ou emprego), chutar um animal doente (ciúme da atenção que o animal está recebendo), riscar com prego um carro estacionado na rua (inveja)... aos poucos essas pequenas maldades vão se avolumando, porque são sentimentos menores e mesquinhos que estão sendo alimentados pela pessoa, e a pessoa não reage a elas. Imediatamente, começa a atrair para si, uma categoria de espíritos que se sintonizam com estes sentimentos, deixa-se envolver, deixa-se dominar, e faz isso porque não quer tentar reagir, não aceita ajuda de ninguém, não busca melhorar ou ainda porque simplesmente até sente um certo prazer com as companhias que lhes são afins e o que é pior, não acha que esteja errada, ou seja, completamente cega. Então ao ouvirmos dizer que alguém cometeu determinado ato porque estava sofrendo a atuação de espíritos, mesmo que isto seja verdade, não a exime de forma alguma da culpa integral por tal ato, porque o espírito só atuou porque encontrou ali respaldo para as suas intenções maléficas, porque encontrou sintonia. A pessoa pode dizer que não percebeu a influência dos espíritos, incitando-a ao crime. Se ela disser isto o quadro é mais grave ainda, porque a sintonia é tão perfeita que chegou a haver uma simbiose, onde a troca de sentimentos, de energias e de intenções íntimas ou reveladas, é tão símile que não houve resistência alguma. Portanto cuidado! Orai e Vigiai! Você tem o seu livre arbítrio e é o único responsável pelas companhias invisíveis que atrair e que permitir atuar.

17. Então não é verdade que uma mulher pode se tornar prostituta influenciada pela Pomba Gira dela?

Não existe absurdo maior do que esta crença. Coitada da Pomba Gira, Ela não merece isto! Em primeiro lugar nem toda Pomba Gira foi prostituta, e as que foram, já atingiram grau de evolução suficiente para estarem atuando como Pomba Giras, portanto com as funções de defesa e proteção, já tendo superado as mazelas de qualquer encarnação pouco louvável que tenham tido. Em segundo lugar Pomba Gira tem mais o que fazer. Em terceiro lugar arrumar desculpa para ser libertino é o que todo ser desviado deseja. Em quarto lugar a Umbanda é Sagrada, e jamais, por questões lógicas, poderia ser conivente com um absurdo escatológico como este. Em resumo, qualquer um que afirme um absurdo desses tem total desconhecimento do que seja esta linha de trabalho chamada Pomba Gira. Não tem coisa mais incoerente e absurda do que uma mulher dizer que vai mentalizar com a Pomba Gira dela para fazer o homem dela ter uma noite inesquecível. Além de passar um atestado público de incompetência, essa criatura vai mentalizar na realidade com algum espírito tão dementado quanto ela, e nunca com uma Pomba Gira de Lei!

18. Como é o trabalho da Pomba Gira?

Tudo na vida tem o positivo e o negativo, masculino e feminino, energias que, embora antagônicas, são complementares, que visam o equilíbrio e eficácia. O mesmo se dá com o papel de defesa da dupla energética chamada Exu/Pomba Gira. Sendo ela o elemento feminino complementar de Exu, atua em nossa defesa e proteção. Atua nas regiões umbralinas, ou onde a sua presença se faça necessária, junto com o elemento masculino (Exu), envolvendo os trabalhos de defesa com sua energia irradiada equilibradora.

19. Vocês sempre falam que na Umbanda não existe o sacrifício de animais, mas já fui em terreiros de Umbanda onde isto acontece. E aí? Não são terreiros de Umbanda?

Não. Não são terreiros de Umbanda. O que sempre afirmamos é que a Umbanda anunciada e fundada como culto pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas, não tem sacrifício de animais, e é com esta corrente de pensamento que nos afinamos e seguimos.

O que precisa ficar claro é que terreiro que tem em seu fundamento o sacrifício de animal, seja para iniciações, seja para descarrego, seja para oferendas, seja para qualquer outra coisa, não é terreiro de Umbanda, mas sim de outra forma de culto, que não me cabe aqui discorrer sobre.

O que deve servir de norte ao estudarmos a Umbanda e freqüentarmos um terreiro é a seriedade da Casa e o quanto somos afim com seus preceitos e formas de culto.

Não estou criticando quem faz sacrifícios de animais, estou apenas estabelecendo limites e premissas básicas, aliás, já estabelecidas pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas.

20. Mas afinal... a Senhora é contra ou a favor do sacrifício de animais?

O sacrifício de animais não faz parte do fundamento da Umbanda. Não é elemento de rito e muito menos de iniciação, conseqüentemente sou contra a sua utilização dentro da Umbanda, pois esta é a minha religião. O sacrifício dentro de outras religiões não me diz respeito.

21. E esses despachos que vemos nas ruas, encruzilhadas, com bichos mortos?

Certamente não são pessoas que respeitem a Umbanda, nem o Candomblé, ou o Omolocô, aliás são pessoas que não respeitam nada. Pessoas ignorantes são encontradas em todos os segmentos religiosos. Não aceitamos isso assim como não aceitamos oferendas que sujem os reinos da natureza, pois como já tivemos oportunidade de dizer, isto é uma incoerência além de ser uma tremenda falta de educação e civilidade.

22. É verdade que homem que trabalha com entidade feminina é homossexual ou pode se tornar um?

Este é outro absurdo escatológico! O que determina a homossexualidade de uma pessoa é ela mesma e não a entidade, aliás ninguém tem ingerência sobre este assunto. Isto é um pensamento machista e absurdo. Novamente afirmo que a Umbanda não coaduna com um pensamento retrógrado e estapafúrdio como este. Então agora me responda, a mulher não pode trabalhar com entidade masculina senão "vira" homossexual? Ninguém "vira" homossexual a pessoa é ou não é. Isto é uma opção dela que deve ser respeitada e compreendida. O que deve interessar não é com quem se deita, mas o quanto de caridade e amor a pessoa tem para fazer e dar; o quão dedicada a espiritualidade a pessoa é; o quão envolvido com o Astral Superior a pessoa está. Então quem trabalha com Ogum vira guerreiro? E quem trabalha com todas as linhas? Tem personalidade múltipla? Médium é um medianeiro, um aparelho para a espiritualidade superior trabalhar pela expansão da Caridade, sendo assim não há interferência na personalidade dos médiuns. Esta mentalidade tem que mudar. A Umbanda tem lógica e coerência. Não é uma palhaçada e muito menos os terreiros de Umbanda são circos.

23. Como é o desenvolvimento do médium umbandista?

Embora essa questão seja bastante específica e a resposta varie de terreiro para terreiro, aliás como a maioria das questões, explanarei algum pontos que julgo importantes. Em primeiro lugar é fundamental uma avaliação do médium com relação a Umbanda e suas próprias aspirações. É fundamental que o médium esteja absolutamente certo de que é isso que deseja para si, para sua vida. Que entende a Umbanda como uma forma de evoluir e não de resolver seus problemas. segundo lugar vem a Casa que ele escolhe para realizar esse empreendimento. A Casa deve estar o mais próximo possível do que o médium entende, acredita e deseja para si. É fundamental que seja uma Casa séria e comprometida com a Caridade, ou seja, que seja realmente de Umbanda. As diferentes ritualísticas da Umbanda servem exatamente para atingir as diversas aspirações. O médium deve, portanto, escolher com muito cuidado a Casa que irá tornar sua, pois ela deverá ser o sustentáculo físico, a provedora de oportunidades para a consecução dos objetivos de caridade, fraternidade e evolução, pois o sustentáculo espiritual é a própria Umbanda. Frequentar a assistência assiduamente, observar, envolver-se, estudar... até ter certeza de que ali é o seu lugar. Cada Casa tem um critério para ingresso na corrente mediúnica, procure saber qual é. Ao ingressar para corrente, deverá seguir as orientações recebidas pelo dirigente ou pessoas a sua ordem. Entender que não será apenas umbandista dos portões para dentro do terreiro, mas sim de coração, corpo e alma. Deverá dedicar-se, educar-se, doutrinar-se sempre segundo as orientações recebidas pelo dirigente. A sua conduta moral deverá ser constantemente vigiada, deverá lembrar-se que ao apresentar-se como umbandista fora do terreiro, terá a obrigação de honrar esse nome. Participar de todas a sessões abertas aos médiuns novos, estudar com afinco e buscar sempre melhorar seus pensamentos, desejos e vontades. Buscar constantemente evoluir, para assim poder preparar o seu corpo e mente para ser um bom instrumento de entidades e guias que estão num patamar evolutivo muito superior ao nosso. Buscar tudo isso irá facilitar a incorporação das entidades. Entregar-se de corpo e alma verdadeiramente. Não sentir medo, não querer correr. É fundamental lembrar que é um momento de adaptação, onde tanto médium quanto entidade estarão se adaptando. Não pode haver pressa, pois "A pressa é inimiga da compreensão". Agora, se você deseja saber em quanto tempo você estará incorporando, dando passes e consultas, eu respondo que só dependerá de você, da sua dedicação, empenho e preparo, seguindo sempre as orientações do dirigente da sua Casa, ou seja, da Casa que você escolheu.

24. Se Oxalá é sincretizado com Jesus Cristo na Umbanda, como alguém pode ser filho de Oxalá?


Não entendemos, dentro da Umbanda que seguimos e praticamos isso ser possível. Entretanto respeitamos as diferentes visões e entendimentos. Novamente dizemos que isso faz parte da diversidade da Umbanda em função da interpretação de cada dirigente. Cabe a você escolher a visão que mais lhe cala a alma.

25.Qual a função e importância dos atabaques?

Tendo em mente que, nem todos os terreiros de Umbanda tem atabaques, e que nem por isso são mais ou menos de Umbanda, podemos falar do que temos como experiência dentro do Centro Espiritualista Caboclo Pery. Em nosso terreiro vemos como um elemento agregador de energias de louvação e invocação dos Orixás e seus enviados (representantes ou falangeiros), importante, porém não é indispensável. Por determinação do mentor de nossa Casa, o Caboclo Pery, os atabaques devem ser manuseados e cuidados pelos responsáveis pelos toques, que são os curimbeiros, que devem ser filhos da Casa. nosso terreiro não há qualquer tipo de destaque para os curimbeiros, como se fosse algum "cargo especial", ou seja, são trabalhadores como qualquer outro, com a função específica de auxiliar na invocação e louvação dos Orixás. Função importante? Sem dúvida, mas tão importante quanto qualquer outra. Aliás julgo importante lembrar esse aspecto: ao estabelecermos graus de importância variando de médium para médium, de servidor para servidor, corremos o sério risco de estimularmos a vaidade, a disputa e a inveja, sentimentos que devem ser sempre repudiados por todo e qualquer umbandista.

26. Então, o que há de mito e de realidade quando ouvimos falar que um ogã pode levantar ou derrubar uma gira?

Como em tudo na vida isso dependerá do dirigente do terreiro, de quem ele coloca para bater o tambor de sua Casa. Se o dirigente for omisso, inexperiente, displicente ou até mesmo inocente, permitirá que isso aconteça. É claro que o tambor atuando num terreiro de Umbanda como auxiliar na invocação e louvação de entidades e Orixás, se for conduzido por alguém que tenha ingerido bebida alcoólica, ou não tenha seguido os preceitos determinados pelo mentor ou dirigente da Casa, irá ter a sua vibração alterada. Cabe ao dirigente coibir veementemente esse tipo de situação. Ou por acaso você pensa que quem dirige o terreiro é o ogã ou o curimbeiro? Quem dirige é o dirigente (Pai ou Mãe no Santo) e o mentor da Casa. O que não consigo conceber é uma pessoa que se dispõe a ter a honra de bater (tocar) o tambor para salvar e louvar Orixá, se prestar a um papel desses. Com toda certeza, no terreiro em que isso ocorre, só posso lamentar profundamente e afirmar que é uma bagunça, uma esculhambação, e ter ogã, curimbeiro ou tabaqueiro (dê o nome que quiser) assim, eu prefiro não ter, em respeito as entidades, guias e mentores de nossa Casa.

27. O que é "guia de frente"?

Entidade que traz as principais ordens e orientações dos Orixás regentes do médium. Pode ser um Caboclo ou Preto Velho, também chamado de Mentor.

28. Na Umbanda existem obras sociais ou assistenciais?

Existem alguns terreiros que têm, mas infelizmente isso ainda não é uma atividade constante. Hoje em dia, os umbandistas de verdade, ou seja, aqueles que entendem que ser umbandista não é só ir para o terreiro e "espritar", estão despertando para essa necessidade. A desunião das pessoas ainda é muito grande, e o jogo de interesses também, entretanto cremos que um dia veremos essa situação minimizada, onde os terreiros que tenham poucos recursos financeiros, se unirão a outros e poderão executar obras sociais e/ou assistenciais.

29. Qual a utilidade e porque fazem firmeza para Exu e Pomba Gira?

Exu e Pomba Gira são nossos guardiões e defensores dos ataques do astral inferior. Ao fazermos firmeza para eles, estamos fornecendo pontos de energização e fixação de energias que visam facilitar esse trabalho.

30. Qual a importância de uma gira de Exu?

Expurgar, descarregar, encaminhar, limpar o terreiro e os médiuns de todos os trabalhos de desobsessão realizados durante o mês. Oportunizar, através da incorporação, a evolução de Exu e Pomba Gira, nos aconselhando com eles sobre questões mais terra-a-terra. Não podemos nos esquecer que é Exu e Pomba Gira que dão o primeiro combate contra as forças trevosas, são eles que nos defendem, são eles que representam e trazem as ordens dos enviados de Orixá para os níveis mais baixos da crostra. São eles que executam o carma. Que limpam e descarregam. São eles que atuam como elementos magísticos para o desmanche de trabalhos de magia negra. Enfim, sempre respeitando quem pensa diferente, é assim que trabalhamos com Exu e Pomba Gira na Umbanda.

31. Por que e qual a importância da toalha que médiuns utilizam na Umbanda?

A toalha serve para o médium deitar sobre ela quando "bate cabeça" para a coroa regente da Casa a qual está filiado, para Orixá, ou enviado de Orixá, em agradecimento ou reverência. O "bater a cabeça" é mais do que um gestual que demonstra humildade, é um ato de oferecimento de seu ori (coroa), de pedido de benção, de entrega de pedidos. Essa toalha também seca o suor do médium que está prestando caridade. Suor esse que está impregnado de energia, de ectoplasma. Deve ser tratada com o mesmo respeito e carinho como todo o resto de sua vestimenta.

32. O que vem a ser Yori e Yorimá?

É uma nomenclatura específica da Umbanda Esotérica que representa a linha das crianças e dos pretos velhos respectivamente.

33. Por que alguns Caboclos de Oxoce gritam e outros assobiam quando incorporam ou quando estão trabalhando?

O brado do Caboclo e o assovio são representações, ao nível de terra, ou seja, de incorporação, dos sons da natureza. Têm a função de espargir fluidos para a facilitação dos trabalhos que estão para serem realizados, utilizando o ectoplasma do médium e o aparelho fonador do mesmo. O médium vidente poderá facilmente observar sair da boca do médium incorporado, enquanto o Caboclo brada, a energia na cor verde (que é a cor de Oxoce, orixá da saúde e da energia vital) espalhando-se pelo ambiente, o energizando e purificando. Assim como os defumadores, charutos e cachimbos utilizados nas giras de Umbanda têm a mesma função, ou seja, preparar o ambiente para os trabalhos, através da queima de ervas.

Do Livro "Umbanda - Mitos e Realidade" de Iassan Ayporê Pery.




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26/04/2013

Linha do Oriente

Linha do Oriente

MAGOS BRANCOS DO ORIENTE 

A Linha dos Magos Brancos do Oriente é a mesma que comumente é chamada de “Linha do Oriente”, e vieram para a Umbanda, na sua implantação, a fim de incrementarem com suas sabedorias e seus conhecimentos, o nascer de uma religiosidade que iria atender a todas as necessidades humanas e espirituais.

Grande parte das doenças tem sua origem no psiquismo e a orientação segura para o desenvolvimento das faculdades mediúnicas se fazia necessária, a fim de atuar com eficiência no atendimento às pessoas aflitas. Para isto, a Linha Excelsa de Trabalhos Espirituais dos Magos Brancos do Oriente, dirigida pela Veneranda Kuan Yin e pelo Venerando Mahababa, tendo como patrono para a Umbanda, São João Batista, trouxeram consigo milhares de trabalhadores, capazes de auxiliar nesse desenvolvimento, fortalecendo o psiquismo dos médiuns, a fim de guardar-lhes o equilíbrio.

Atualmente, buscam as casas que se dedicam à Espiritualidade Maior, calcadas na observância do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, no amor, caridade, fé e fraternidade, para a vigilância e o atendimento às vitimas que se encontram nas garras do baixo astral. São trabalhadores fortes e enérgicos, sempre prontos ao auxílio fraterno. Dedicam-se e em muito à aculturação evangélica e, através dos conhecimentos milenares, vem despertando o mundo para a simplicidade da vivência cristã. Além disso, buscam, por meio da ciência, despertar nas consciências o conhecimento das vidas sucessivas.

São experientes em socorrer e reeducar Espíritos de carrascos e supliciadores; violentados e violentadores, que, abandonando a carne em tão difícil situação, permaneciam na Crosta da Terra, influenciando a humanidade, para que provocassem outros desmandos. Encaminham esses Espíritos para o tratamento adequado para as suas angústias; assim, eles se preparam para novas reencarnações, nas quais procurarão aprender a amar uns aos outros em grupos familiares ou de ideal fraterno. Especializarem-se na desvinculação dos complexos processos obsessivos mentais, onde a gravidade dessas obsessões fica gravada nas matrizes profundas dos corpos espirituais.

Trouxeram todos os conhecimentos milenares, que capacitaria à humanidade no desenvolvimento de suas faculdades interiores, mostrando-nos que a mediunidade é a faculdade que ajuda as criaturas que andam em busca do Divino Criador e só poderão encontrá-lo, quando desenvolverem o sentimento da compreensão e do entendimento, conquistando a paz para os próprios corações, nos orientando na prática e na execução dos dons divinos. São especialistas na prática da espiritualidade superior, bem como no desmanche de magias negras, feitiçarias e atuações espirituais negativas que atinge a nossa mais sublime contextura espiritual.

É uma Linha de Trabalhos Espirituais de atuação muito caridosa, amorosa e trabalhadora, envidando todos os esforços no crescimento dos filhos de fé e de todos que a eles recorrem. A Linha Excelsa de Trabalhos Espirituais dos Magos Brancos do Oriente, na Umbanda, atua em processos curativos físicos, atuando grandemente também na cura do nosso Espírito. Portanto, todo o trabalho de cura na Umbanda é supervisionado pela Linha Excelsa de Trabalhos Espirituais dos Magos Brancos do Oriente.

A Linha Excelsa de Trabalhos Espirituais dos Magos Brancos do Oriente pela sua bondade e misericórdia, durante todo esse processo de amadurecimento necessário aos umbandistas, encontraram guarida em algumas casas, pautadas na evangelização e no amor, onde se fazem presentes na “cura”, até o dia que se abrisse o precedente para que pudessem atuar de forma completa, servindo-se de médiuns maduros e conscientes. Enquanto a “permissão” do Alto não acontecia e enquanto os médiuns não dessem condições de amadurecimento espiritual/mediúnico, ainda assim, sempre se fizeram presentes de modo silencioso, delicado e reservado. Quando os nossos irmãos Magos do Oriente se fazem presentes na fase da incorporação, utilizando a sua própria roupagem fluídica nos dão mensagens de cunho religioso e filosófico dentro de uma pureza e de uma sabedoria impressionantes, usando um linguajar catedrático. Assim o fazem para que os filhos de fé observem que a Umbanda também tem fundamentos, e que não é somente dirigida por Espíritos que não possuem cultura, como muitos pensam. Pela simplicidade no linguajar dos nossos irmãos Guias da Umbanda, muitos filhos de fé, por desconhecimento, não dão a devida atenção aos ensinamentos das nossas entidades, procurando incrementar nos filhos de fé a responsabilidade da reforma íntima.

Muitos Templos Umbandistas não trabalham diretamente com os Povos do Oriente, devido ao total desconhecimento do tipo de atuação desses Guias Espirituais e estes permanecem no campo mediúnico de forma passiva, aguardando o amadurecimento necessário para que possam atuar de modo ativo. A Linha Excelsa de Trabalhos Espirituais dos Magos Brancos do Oriente somente atuará de forma incisiva na mediunidade nos Templos Umbandistas, quando seus filhos de fé começarem a absorver a espiritualidade maior, aplicando-a em sua vida material e espiritual, através da Evangelização, Reforma Íntima, Moral, Fé, Amor e Devoção, pois só assim encontrarão guarida mediúnica/espiritual para atuarem de forma luminosa na vida de todos.

Atentem bem para o fato de que os Guias Espirituais pertencentes a Linha Excelsa de Trabalhos Espirituais dos Magos Brancos do Oriente manifestam-se na fase de incorporação para os casos especiais já citados em linhas acima (trabalhos de cura e palestras elucidativas); esses Guias Espirituais não realizam atendimentos corriqueiros, como o fazem os Caboclos, os Pretos-Velhos, etc. Se fazem muito presentes através da mediunidade intuitiva, curativa, psicográfica e principalmente através do Araporã (a cura pelo amor) um sistema de imposição de mãos da Umbanda, coordenado pela Confraria dos Magos Brancos do Oriente.

Agora, para os trabalhos de atendimento corriqueiro, a Linha Excelsa de Trabalhos Espirituais dos Magos Brancos do Oriente tem a “Linha Auxiliar de Trabalhos Espirituais dos Ciganos” – que atuam nos assuntos terrenos com grande maestria, pois estão muito próximos aos humanos encarnados.

Vejam, que nas aplicações do Araporã não há a necessidade de incorporação mediúnica, pois seus aplicadores estão intimamente ligados a Confraria dos Magos Brancos do Oriente, que atuarão delicadamente e incisivamente nos plexos mediúnicos, mas de forma passiva, canalizando suas energias e suas bênçãos.

Onde houver o Araporã, ali estará à atuação direta dos Magos Brancos do Oriente. Toda Casa Umbandista devotada ao Araporã, contará com a presença de Guias Espirituais da Linha do Oriente que presidirão e darão assistência espiritual nas aplicações. Todos os médiuns pertencentes àquela Casa Umbandista contarão com a presença de Guias Espirituais da Linha do Oriente atuando em sua mediunidade, a fim de se manifestar à presença do amor Divino nas aplicações do Araporã. Lembrem-se que os Guias militantes na Linha Excelsa não apreciam consultas corriqueiras, mas atuam nas aplicações do Araporã, e, incorporados em trabalhos caritativos de cura, que são suas manifestações diretas.

A Linha Excelsa de Trabalhos Espirituais dos Magos Brancos do Oriente também tem como agregado, a Linha Auxiliar de Trabalhos Espirituais dos Curadores. Todos os Espíritos militantes em trabalhos caritativos de cura, sejam quais forem ou de onde vieram, pertencem à Linha Auxiliar de Trabalhos Espirituais dos Curadores. São os especialistas em curas.

Lembrem-se: tanto os arquétipos Curadores quanto os arquétipos Ciganos, tratam-se de Linhas Auxiliares de Trabalhos Espirituais; portanto, não são Linhas de Trabalhos Raciais e nem Étnicas.

Não pensem que os Guias atuantes na Linha do Oriente são Espíritos que viveram tão somente em terras orientais, mas sim, Espíritos ligados em grau, atividades, moral e trabalho; então, estarão presentes nas aplicações do Araporã, e em trabalhos de cura, Caboclos, Pretos Velhos, Crianças, Baianos, Médicos, Enfermeiras, Sacerdotes, Curandeiros, Pajés, etc., e mais Guias Orientais mesmo, todos interligados nos mesmo ideais. Não nos esqueçamos que Linha de Trabalho Espiritual é uma postura e não agrupamento racial ou étnico regional.

Temos grandes Magos do Oriente como nossos Guias Espirituais, a incrementar nossa espiritualidade como: Maharajah, Mestre Zartú, Pai Jacob, Kuan Shi Yin, Mahababa, Samara, Orí do Oriente, Rabi Kyamansu, Jimbaruê de Aruanda, Mestre Luiz, Inhoarairi, Itaraiaci, Marcos I, Chang Foi Lang, Ling Fo, Maria de Magdala, Swami Hia, Krisna, Hilarion, El Morya, Sêmulo, Razin, Maria de Magdala, Ghandi, Ramatis, Akenaton, Pai Emmanuel do Oriente, Pai João do Tibet, Pai Ramim do Oriente, Pai Samuel dos Himalaias, entre outros.

Daí, vamos entender, que muitos irmãos, Espíritos superiores pertencentes em algumas de suas encarnações a povos do Oriente, ou mesmos usando roupagem fluídica oriental, pertencem a uma Linha específica de trabalho na Umbanda. Esta Linha trouxe para a Umbanda, o auxílio dos Espíritos, que quando encarnados, muitos pertenceram a raças provindas do Oriente, com toda a sua bagagem cultural e religiosa, ou seja, Marroquinos, Caldeus, Beduínos, Assírios, Babilônios, Hindus, Árabes, Japoneses, Chineses, Mongóis, Muçulmanos, Judeus, Tibetanos, Fenícios, etc.

AS CONFRARIAS DA UMBANDA

Aruanda para os Umbandistas é o local de morada dos Espíritos, ou seja, o mesmo Céu dos católicos, dos judeus, dos islâmicos, etc.

Sabemos que cada agremiação religiosa existente no mundo tem sua origem e localização em alguma parte do grande astral, e conseqüentemente tem os Espíritos que a dirigem, controlando, auxiliando, magnetizando, irradiando forcas benéficas, para que essa religião possa se efetivar positivamente no plano terrestre, como via ascensional para Deus.

Portanto estamos intimamente ligados com a religião que professamos (desde que a tenhamos de alma e coração), e estamos ligados a toda espiritualidade regente dessa religião.

Então, como todas as religiões, a Umbanda também têm seu assentamento na espiritualidade e possui locais específicos para o seu trabalho, tendo como moradores Espíritos afins aos seus postulados, todos vivendo harmoniosamente, disciplinados e com o mesmo Espírito de iniciativas e metas.

Aqui trataremos especificamente da Umbanda.

O plano espiritual ostenta-se por toda à parte, em redor de nós ou de espaço delimitado.

Tudo o que existe nas Confrarias espirituais é produto do poder mental de seus habitantes, que moldam a paisagem espiritual pelo pensamento e vontade criadora, moldando vestes etéreas que os cobrem, bem como as habitações e tudo o que existe em que lhe apraz viver.

Existem inúmeras Colônias espirituais no plano astral da Terra. Colônias são cidades espirituais que abrigam os desencarnados temporariamente.

As Colônias podem ser pequenas, medias ou grandes, dependendo do trabalho efetuado perante a espiritualidade.

As Confrarias, por localizarem-se em Camadas Concêntricas Superiores, não são assediadas por Espíritos trevosos, portanto não tem nenhum sistema de defesa a não ser a fé, o amor e a luz de Deus por proteção. Lembre-se que os Espíritos trevosos não adentram de maneira nenhuma as Camadas Superiores de Luz, devido a sua baixa espiritualidade. Se adentrassem, seus corpos mentais não agüentariam a superioridade do local.

Nas Confrarias existem moradias, praças, grandes hospitais, escolas, bibliotecas, jardins, casas de repouso, locais para reuniões e palestras.

Já, as Irmandades são fechadas; têm portões, sistemas de defesa, sentinelas, guardiões, moradias, praças, hospitais, manicômios, biblioteca, casas de repouso, jardins, locais para reuniões e palestras.

As Irmandades sofrem constantemente o assédio dos Espíritos inferiores, devido às constantes mudanças que efetuam, indo de um local para o outro, e podem se locomover desde as Camadas Concêntricas Superiores, até as Camadas Concêntricas Inferiores, menos nas Zonas Sub-Crostais Inferiores.

As Confrarias ligadas a Umbanda são dirigidas por Templos dedicados as Irradiações de Deus, tendo intercambio uma com as outras e com os postos de socorro a elas subordinadas.

Existem as Fraternidades, também comandadas por Templos, que perfazem o conjunto que denominamos de Confraria.

Todas as Fraternidades possuem as “Escolas de Regeneração”, organizadas e dedicadas às varias atividades pertinentes à questão individual do necessitado e geralmente são utilizadas para a recuperação de irmãos mentalmente escravizados no mal, mas já desligados deste mesmo mal.

As Irmandades, subordinadas as Fraternidades, são postos de socorro móveis (transitórios ou rotativos) e são locais em que os Espíritos socorridos têm permanência transitória, sendo amparados e orientados tendo a liberdade de escolher o caminho a seguir.

Somente na “Confraria dos Cavaleiros da Luz Divina”, os Espíritos mais trevosos e renitentes, ficam alojados obrigatoriamente em celas prisionais e/ou manicômios especializados, recebendo tratamento adequado para que seus mentais conturbados sejam apaziguados e possam se libertar de suas viciações, pois se deixassem livres, iriam atormentar os humanos novamente.

A “Confraria dos Cavaleiros da Luz Divina” está localizada nas zonas purgatoriais, ou mais comumente conhecida como Umbral. O Umbral é uma região dolorosa, criada, erguida e cultivada pela mente rebelde e viciosa humana. No Umbral não existe um comando; é cada um por si. É uma espécie de zona purgatorial.

Na espiritualidade, a Umbanda esta ligada às seguintes organizações: Confrarias; Fraternidades Irmandades; Fortalezas; e, Reformatórios.

As Fortalezas e os Reformatórios serão explanados no livro: “Os Guardiões Exús e as Guardiãs Pombas Gira na Umbanda – Seu Simbolismo e Função”.

O QUE SÃO AS CONFRARIAS

As Confrarias são os agrupamentos direcionadores e delas surgem as Fraternidades, que são “agrupamentos” especializados em diversos tipos de atividades. Os dirigentes das Confrarias são conhecidos como “Venerandos”. As Confrarias ligadas a Umbanda, dão apoio e sustentação a todas as Casas Espiritualistas Cristãs, com base no Evangelho, no Amor e no Perdão.

As Confrarias, para se ter uma idéia do tamanho, se parecem com imensas cidades, algumas chegando até o tamanho aproximado de um estado brasileiro. Dentro das Confrarias existem Templos, fora às habitações, escolas, hospitais, pronto socorros, manicômios, praças, centro de estudos, bibliotecas, centro de palestras, locais para reuniões, etc. Existe toda uma complexidade de habitações necessárias ao trabalho ali realizado.

As palestras realizadas nas Confrarias são disputadíssimas, tendo recursos audio/visuais e seguem um padrão de harmonia impressionante. Quando o Venerando ou a Veneranda vai realizar alguma palestra doutrinaria, falta lugar para se acomodar, pois são esmerados no trato Evangélico e dos assuntos tratados com carinho e amor.

No centro de cada Confraria, existe um grande Templo dedicado ao Poder Reinante do Divino Criador (Orixás) respectivo, e de lá partem as Irmandades que dividem a agremiação em seis partes, tendo outras em oito ou nove partes.

Nos momentos de orações diárias, toda a Confraria se recolhe em preces fervorosas, onde vemos a luz de Deus se irradiar em tudo e em todos. São momentos preciosos.

As Bibliotecas das Confrarias são verdadeiras bênçãos de conhecimentos, todas com imensos volumes maravilhosos na encadernação e no conteúdo espiritual.

O Bosque da Harmonização é de uma beleza sem igual. Todo rodeado por árvores delicadas e flores de um perfume inigualável. Todo Bosque das Confrarias é cortado por um imenso rio de águas caudalosas, serenas, que parte, de uma imensa cachoeira ladeada por pedras esverdeadas e toda cercada por roseiras multicoloridas. A música por lá é constante e não se consegue saber de onde parte. Por todos os lados que se vá ouve-se aquela música inebriante, calmante, que leva nossas almas até os páramos da Luz.

A impressão que se têm é que a qualquer momento, um ser do mais alto padrão espiritual irá entrar em contato visual com todos. A música penetra em nosso ser de uma maneira tal, que somos levados a viagens interiores de onde nunca gostaríamos de sair. Fontes luminosas grassam por toda parte. É indescritível.

O Templo Sede é um Santuário de Bênçãos, onde mentores iluminados, habitantes de regiões mais puras e mais felizes, se fazem presentes, a trazer o amor, o carinho e a palavra amiga.

Assim as agremiações estão divididas em seis, sete, oitos ou nove partes, cada uma delas partindo do Templo Central, configurando-se em centro administrativo.

Em toda a volta do Templo central está à grande praça, de maravilhosos contornos, ostentando imensos jardins e que, para que se avalie o tamanho, está apta para receber, comodamente cerca de um milhão de pessoas. Nesta praça, esta o ponto de convergência das Fraternidades. Nos Templos Sedes vivem os abnegados Venerandos trabalhadores incansáveis.

As Fraternidades também possuem uma praça que as circunda, recebendo também comodamente cerca de 200 mil pessoas cada uma. Todas as construções e pavimentações são simples, mas ricamente elaboradas, contendo bancos ao seu redor, todos sob a sombra de árvores frondosas. Graça por toda a volta jardins, contendo inúmeras espécies de flores delicadas, graciosas e multicoloridas, perfumando todo o local.

Além da praça temos núcleos habitacionais (que são aos milhares), destinados aos trabalhadores de cada Irmandade, sendo que os mais graduados, geralmente moram mais perto do grande Templo.

Existem grandes parques arborizados, onde se erguem grandes construções destinadas ao lazer dos habitantes. São salas de música, relaxamento, etc.

Existe também lagos, cachoeiras, mar, campinas, bosques, ou seja, tudo o que temos na Natureza terrena, lá também existe, só que de forma melhorada. A fauna e a flora são exuberantes e todos vivem harmonicamente. Os bosques são riquíssimos em vegetais floridos, perfumados e toda a fauna é exuberante, com pássaros voando graciosamente, enquanto outros animais se achegam para receberem um afagar carinhoso. São imensamente dóceis e amigos. Existem rios bordados por imensos tapetes de grama viçosa, onde se vislumbram cisnes, patos, peixes, todos em harmonia ambiental. Os rios correm tranquilamente, refletindo em suas águas todo o firmamento.

Em todas as Confrarias reinam o amor incondicional e em certos ambientes propícios, onde a Natureza parece nos abraçar, constituem locais excelentes para encontros de almas gêmeas, onde fazem juras eternas de amor.

Os móveis existentes em todas as habitações são muito parecidos com os terrenos. Todas as residências são cortadas por amplas avenidas arborizadas, todas indo em direção do grande Templo. Em volta das casas existem grandes jardins floridos e árvores frondosas com sombras abençoadas. O ar é puro e a atmosfera de profunda tranqüilidade espiritual. Nas Confrarias não existe nenhum sinal de inércia ou de ociosidade. Os edifícios são simples, mas de uma beleza sem igual. Em tudo reina a simplicidade, a ordem, a limpeza, a igualdade e a harmonia. Os núcleos residências, destinados aos Espíritos, são adquiridos por méritos caritativos, que como um “salário” é pago ao trabalhador por hora de trabalho prestado a comunidades espiritual ou material. São adquiridas pelo trabalho perseverante, no auxilio ao próximo.

Em toda a Confraria existem campos de cultivo, destinados a alimentação de seus habitantes. À tardinha, quando o sol se põe, ouve-se um leve bater de sinos e os trabalhadores se recolhem em seus lares, enquanto outros continuam suas tarefas. É o momento do reencontro familiar, orações, bênçãos, alimentação e repouso necessário. A disciplina hierárquica e os horários são regiamente cumpridos. Não existem confrontos, dúvidas e questionamentos infelizes. O amor é tudo nas Confrarias.

Dentro da Confraria existem as Fraternidades, que são grupos específicos de trabalho, cada uma com suas atividades e trabalhadores especializados. Os dirigentes das Fraternidades são conhecidos como Mestres. Das Fraternidades surgem as Irmandades, que são “casas da luz” que tem por finalidade o socorro imediato, e se locomovem (toda Irmandade – São como casas transitórias) de um lado para o outro, segundo as necessidades; os dirigentes das Irmandades são conhecidos como Pais e Mães. Cada uma dessas colônias tem trabalhos específicos perante Deus a toda à humanidade. Vale lembrar, que cada uma delas irradiam forças de Deus, e dependendo dos Orixás que a regem, saberemos que tipo de irradiação seria. Isso vale para as Confrarias, Fraternidades e Irmandades. Cada um dos Templos tem um trabalho especifico, dependendo do Orixá regente.

No plano terreno surgem as humanizações das Irmandades, as quais denominamos de “Templos Umbandistas e/ou agremiações religiosas e espiritualistas” e seus trabalhadores são denominados de “Servidores” (médiuns de Umbanda) e são a concretização e o trabalho das Confrarias no plano terreno.

Em todas as Confrarias existem os complexos habitacionais, hospitalares, casas de repouso, bibliotecas, centros de estudos, escolas de conhecimento, casas de recepção e bosques de harmonização, somente modificando os trabalhos realizados, dependendo do tipo de atividade a que se destina a agremiação.

Vamos agora, sucintamente, vislumbrar como é a Confraria dos Magos Brancos do Oriente. Num dia de “arrebatamento”, foi-nos mostrado com detalhes, a grandeza dessa Confraria Espiritual.

Esmiuçaremos todas as Confrarias ligadas à Umbanda no livro: “Os Guias Espirituais Militantes da Umbanda – Seus Simbolismos e Funções” de nossa autoria, no prelo.


CONFRARIA DOS MAGOS BRANCO DO ORIENTE

Na Confraria dos Magos Brancos do Oriente, o Templo central é o “Templo da Irmandade do Grande Oriente”, dedicado ao Senhor da Vida, e a aculturação evangélica e, através dos conhecimentos milenares, vem despertando o mundo para a simplicidade da vivência cristã. Além disso, buscam, por meio da ciência, despertar nas consciências o conhecimento das vidas sucessivas, bem como a benção da mediunidade.

Este Templo é todo confeccionado de um material muito parecido com madrepérola, tal o seu brilho e a sua irradiação. Todas as paredes externas são desenhadas com arabescos, traduzindo trechos espirituais de alto quilate em uma linguagem muito antiga, desconhecido por nós humanos. É todo ladeado por jardins e fontes de extrema beleza.

Muitos animais por ali passeiam livres, e o que mais chama atenção, são belos pavões multicoloridos que dão um toque todo especial ao local. Só para se ter uma idéia, ele é muito parecido com o Taj Mahal da Índia. Como em todas as Confrarias, ali também existem moradias e a disciplina é esmerada. Todo o ar em volta da Confraria tem um leve perfume de sândalo e rosas, que inebria nossa alma e eleva o nosso Espírito. A roupagem de muitos Espíritos ali residentes em muito se assemelha a mesma que tiveram na vida terrena, ou seja, vestes indianas, egípcias, marroquinas, beduínas, chinesas, etc. Existem sete alamedas que partem simetricamente do Templo Central, em linha reta, cada uma terminando numa Fraternidade. Daremos agora o nome da cada Fraternidade e o dirigente de cada uma.

Não daremos os pormenores das atividades das Fraternidades aqui expostas para não criar expectativas, e muito menos desenvolver conceitos fixos para o grandioso trabalho desenvolvido pelos nossos irmãos do Oriente; só passaremos uma breve pincelada de suas atividades. Só podemos dizer que todas, em uníssono, trabalham para o bem geral, nos incitando diuturnamente o bem, o amor, a paz, a fraternidade, a reforma íntima e a caridade.


Fraternidade do Sol Nascente – Mestra Amaterasu Omikami

Esta Fraternidade tem como tarefa a harmonização na Terra. Mostra-nos que a diferença racial desaparece quando os homens, conscientizando-se de suas atribuições como filhos do Criador, aprendem a respeitar-se mutuamente, através de um ideal superior. Seus trabalhadores cuidam das mulheres desvalidas, sem família, prejudicadas, que peregrinaram sem lar na Terra, mas encontraram no Espaço alguém que lhes ofereceu condições para reconquistarem a dignidade feminina, tornando-se as enfermeiras de quantos vagam por este Vale de Lágrimas, vitimas da obsessão. Libertando as mentes escravizadas no vicio e no erro, elevam-nas, para que, se reencontrado a si mesmas, reencontrem o Criador.


Fraternidade da Paz Celestial – Mestre Lao Tzú

Dedica-se à aculturação evangélica e, através dos conhecimentos milenares, vem despertando o mundo para a simplicidade da vivencia Cristã. Nessa Fraternidade existe uma biblioteca de grandes proporções, possuidora de documentos raros e obras de suma importância, reveladoras de todo o conhecimento humano, supervisionada pelo próprio Lao Tzú

Esta Fraternidade nos ensina que nenhuma tarefa deveria ser apressada, bastante, e que tudo deve acontecer no seu devido tempo. Que a “simplicidade” é a chave para a verdade e a liberdade. Encorajam-nos para observarmos mais a Natureza do que os acontecimentos de mestres; a observarem e entenderem as leis da Natureza, a desenvolverem a intuição e a construir um poder pessoal a ser usado para se conduzir na vida com carinho e sem imposição da força.


Fraternidade dos Discípulos do Himalaia – Mestre Siddhartha Gautama

Se fosse preciso reeducar as criaturas encarnadas, necessário também seria socorrer carrascos e supliciados, violentados e violentadores, que, abandonando a carne em tão difícil situação, permaneciam na Crosta da Terra, influenciando a Humanidade, para que provocasse outros desmandos.

Procuram as entidades chamar esses Espíritos desviados para o caminho da verdade e do Amor Cristão, encaminhando-os ao lugar onde recebem o tratamento adequado para as suas angustias; assim, eles se preparam para novas reencarnações, nas quais procurarão aprender a amar uns aos outros em grupos familiares ou de ideal fraterno.

Essa Fraternidade nos auxilia a entendermos e praticarmos as “Quatro Nobres Verdades”:

1. A Natureza do Sofrimento: Esta é a nobre verdade do sofrimento: nascimento é sofrimento, envelhecimento é sofrimento, enfermidade é sofrimento, morte é sofrimento; tristeza, lamentação, dor, angústia e desespero são sofrimentos; a união com aquilo que é desprazeroso é sofrimento; a separação daquilo que é prazeroso é sofrimento; não obter o que queremos é sofrimento; em resumo, os cinco agregados influenciados pelo apego são sofrimento.

2. Origem do Sofrimento: Esta é a nobre verdade da origem do sofrimento: é este desejo que conduz a uma renovada existência, acompanhado pela cobiça e pelo prazer, buscando o prazer aqui e ali; isto é, o desejo pelos prazeres sensuais, o desejo por ser/existir, o desejo por não ser/existir.

3. Cessação do Sofrimento: Esta é a nobre verdade da cessação do sofrimento: é o desaparecimento e cessação sem deixar vestígios daquele mesmo desejo, o abandono e renúncia a ele, a libertação dele, a independência dele.

4. O Caminho para a Cessação do Sofrimento: Esta é a nobre verdade do caminho que conduz à cessação do sofrimento: é este Nobre Caminho Óctuplo: entendimento correto, pensamento correto, linguagem correta, ação correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção plena correta, concentração correta.


Fraternidade dos Discípulos do Deserto – Mestre João Batista
São João Batista é o patrono espiritual, e tem o comando terreno da Linha do Oriente para a Umbanda.
Data Comemorativa : 24 de Junho (é o dia que comemoramos toda a Linha do Oriente)

A relevância do papel de São João Batista reside no fato de ter sido o “precursor” de Cristo, a voz que clamava no deserto e anunciava a chegada do Messias, insistindo para que os judeus se preparassem, pela penitência, para essa vinda. Já no Antigo Testamento encontramos passagens que se referem a João Batista. Ele é anunciado por Malaquias e principalmente por Isaías. Os outros profetas são um prenúncio do Batista e é com ele que a missão profética atingiu sua plenitude. Ele é assim, um dos elos de ligação entre o Antigo e o Novo Testamento. Segundo o Evangelho de Lucas, João, mais tarde chamado o Batista, nasceu numa cidade do reino de Judá, filho do sacerdote Zacarias e de Isabel, parenta próxima de Maria, mãe de Jesus. São João Batista era valoroso pregador, amigo da justiça e da verdade. Operário, é ele o símbolo rude da verdade. Exprimindo a austera disciplina que antecede a espontaneidade. João é o primeiro sinal do cristão ativo, em guerra com as próprias imperfeições do seu mundo interior, a fim de estabelecer com Jesus, o santuário de sua realização. Chamado o Batista porque, por ele, o povo era batizado no rio Jordão, confessando os seus pecados.

Lucas narra as circunstâncias sobrenaturais que precederam o nascimento do menino. Isabel, estéril e já idosa, viu sua vontade de ter filhos satisfeita, quando o anjo Gabriel anunciou a Zacarias que a esposa lhe daria um filho, que devia se chamar João.

Depois disso, Maria foi visitar Isabel. “Ora quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança lhe estremeceu no ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite?”(Lc 1:41-43). Todas essas circunstâncias realçam o papel que se atribui a João Batista como precursor de Cristo.

Ao atingir a maturidade, o Batista se encaminhou para o deserto e, nesse ambiente, preparou-se, através da oração e da penitência – que significa mudança de atitude, para cumprir sua missão. Através de uma vida extremamente coerente, não cessava jamais de chamar os homens à conversão, advertindo: “Arrependei-vos e convertei-vos, pois o reino de Deus está próximo”. João Batista passou a ser conhecido como profeta. Alertava o povo para a proximidade da vinda do Messias e praticava um ritual de purificação corporal por meio de imersão dos fiéis na água, para simbolizar uma mudança interior de vida. A vaidade, o orgulho, ou até mesmo, a soberba, jamais estiveram presentes em São João Batista e podemos comprová-lo pelos relatos evangélicos. Por sua austeridade e fidelidade cristã, ele é confundido com o próprio Cristo, mas, imediatamente, retruca: “Eu não sou o Cristo” (Jo 3, 28) e “não sou digno de desatar a correia de sua sandália”. (Jo 1,27).

Quando seus discípulos hesitavam, sem saber a quem seguir, ele apontava em direção ao único caminho, demonstrando o Rumo Certo, ao exclamar: “Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. (Jo 1,29). João batizou Jesus, embora não quisesse fazê-lo, dizendo: “Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim?” (Mt 3:14). Mais tarde, João foi preso e degolado por Herodes Antipas, por denunciar a vida imoral do governante. Marcos relata, em seu evangelho (6:14-29), a execução: Salomé, filha de Herodíades, mulher de Herodes, pediu a este, por ordem da mãe, a cabeça do profeta, que lhe foi servida numa bandeja. O corpo de João foi segundo Marcos, enterrado por seus discípulos. São João Batista era primo de Jesus em segundo grau, porque Isabel, sua mãe, era prima/irmã da Mãe Maria Santíssima. Conforme se tem conhecimento Jesus e João eram muito amigos e companheiros, com pouco diferença de idade entre eles. Na verdade João Batista veio como precursor e um dos Espíritos destinados a preparar o ambiente terreno para a reencarnação do mestre Jesus.

Com a implantação do catolicismo, a igreja passou a incentivar seus fieis a acenderam a fogueira para os seus Santos (São João, São Pedro. Santo Antonio) e não mais para suas crenças e rituais pagãos para a comemoração dos solstícios, no continente europeu, surgindo daí a ligação de São João Batista com Xangô, e também por seu temperamento aguerrido e de extrema firmeza.

Observem que João Batista iniciou suas pregações antes de Jesus, portanto, não participou ativamente ou passivamente dos ensinamentos do Mestre. Daí, na acepção da palavra, João Batista não foi um “cristão” converso, mas foi aceito e incorporado pelo catolicismo como Santo Cristão.

É uma das Fraternidades mais dedicadas ao acompanhamento das servidoras da Mãe Maria Santíssima e à proteção daqueles que buscam socorro, vitimas da aflição. Atualmente, buscam nas Casas Cristãs as vibrações condensadas de paz, emitidas pelos corações cristãos, para a vigilância e ao atendimento às vitimas dos desacertos do Oriente. São servidores fortes, enérgicos, sempre prontos ao auxilio fraterno. Deslocam-se com facilidade de um continente ao outro, sempre como mensageiros da ordem e cumpridores de seus deveres.


Fraternidade dos Discípulos da Índia – Mestre Shri Ram

Veio oferecer sua colaboração no desenvolvimento mediúnico, de modo a auxiliar os sofredores, mostrando-lhes que a mediunidade é a faculdade que ajuda as criaturas que andam em busca do Criador e só poderão encontrá-lo, quando desenvolverem o sentimento da compreensão e do entendimento, conquistando a paz para os próprios corações. Esta Fraternidade nos ensina a meditarmos e orarmos a fim de viajarmos pelos reinos da consciência cósmica, a fim de brilhar o nosso consciencial, permitindo sermos tocados pelo Poder Supremo que a tudo permeia.


Fraternidade dos Discípulos do Nilo – Mestre Akenaton

Sabendo-se que grande parte das doenças tem origem no psiquismo, não poderia faltar à orientação segura para o desenvolvimento das faculdades mediúnicas, a fim de atuar com eficiência no atendimento às pessoas aflitas. Para isto, apresentou-se a Fraternidade dos Egípcios tem trabalhadores capazes de auxiliar nesse desenvolvimento, fortalecendo o psiquismo dos médiuns, a fim de guardar-lhes o equilíbrio. Akanaton foi faraó egípcio e, desde então, veio se dedicando ao encaminhamento dos médiuns, para que não lhes faltassem ajuda e equilíbrio nas tarefas, bem como a fé inabalável no Divino Criador. Os trabalhadores desta Fraternidade nos auxiliam a entender que todos devemos coexistir em harmonia sem nos destruir e procurando viver em harmonia; que na realidade, não existe nenhuma ruptura entre o aparente e o oculto. Que todos os homens são iguais perante Deus, e que devemos, juntos, nos auxiliar a nos aproximar da fonte divina.


Fraternidade da Cruz e do Triângulo – Mestre Ramatis

Existe no plano espiritual, uma congregação denominada: “Fraternidade do Triângulo e da Cruz”, que faz parte da Confraria dos Magos Brancos do Oriente. Um de seus dirigentes, Ramatis, é um dos instrutores da Umbanda.

Na dimensão espiritual, Ramatís exerce uma forte atuação junto à Fraternidade da Cruz e do Triângulo e se empenha em divulgar os ensinamentos de Jesus Cristo. Paralelamente, ensina a atuar segundo a antiga tradição espiritualista do Oriente, estabelecendo assim um intercâmbio entre as correntes espiritualistas do Ocidente e do Oriente.

Segundo relatos de vários espiritualistas, no final do século XIX, no Oriente, houve uma fusão entre duas importantes fraternidades. Tratava-se da Fraternidade da Cruz, que divulga os ensinamentos de Jesus, e a Fraternidade do Triângulo, ligada à tradição espiritual oriental.

Após essa união, as duas fraternidades – consideradas Fraternidades Brancas – consolidaram uma série de práticas e trabalhos espirituais que resultaram na formação da Fraternidade da Cruz e do Triângulo. Seus membros usam vestes brancas com cintos e emblemas de tonalidade azul-clara esverdeada.

Sobre o peito, trazem suspensa uma corrente com um triângulo luminoso, no qual se encontra uma cruz, símbolo que exalta a obra de Jesus e da mística oriental. O que os mentores informam é que todos os discípulos da Fraternidade que se encontram reencarnados na Terra são profundamente devotados às duas correntes espiritualistas.

Os discípulos dessa ordem cultuam os ensinamentos de Jesus, que foi o elo definitivo entre todos os instrutores terráqueos, assim como a sabedoria e o trabalho espiritual dos grandes Mestres do Oriente. Esse é um dos motivos pelos quais os seguidores de Ramatís na Terra – embora profundamente devotados ao pensamento cristão – também têm profundo respeito pela espiritualidade do Oriente.

Para entendermos bem o trabalho dos nossos irmãos da Linha do Oriente, leiam com atenção o que nos diz o Guia Espiritual Jimbaruê de Aruanda:

“Para se atenuar à miséria humana é necessário reconhecer e sanar a saúde moral, antes de ser atacado e enigma doloroso e transcendental das enfermidades físicas do homem.

Assim, irmãos, usai a moral com esforço e estofo, para melhores jornadas.

O Pai ensina-vos no progresso espiritual, trilhando este caminhar deixado, pelo grande luminar deste planeta, o Mestre Jesus”.

Autor desconhecido







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