Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

08/02/2013

Médium Espírita x Médium Umbandista


Médium Espírita x Médium Umbandista

Médiuns de Umbanda nascem com os chackras totalmente abertos e girando em frequências de bastante aceleração. Isto porque já fica designado desde o planejamento da encarnação do espírito o tipo de atuação mediúnica que irá desenvolver. Esta modalidade de atuação mediúnica é determinada pelo Conselho dos Senhores do Carma. Geralmente, mas nem sempre, os médiuns umbandistas tiveram uma atuação muito intensa com magia negra no passado, já inclusive durante os tempos de Atlântida, por isso hoje possuem muito conhecimento para trabalhar com energias densas e desmanchar trabalhos feitos para o mal. A rotação acelerada dos chackras é necessária para que dispersem com mais rapidez a extrema carga que um médium de Umbanda deve transmutar durante sua encarnação como médium. Desde o seu nascimento as entidades que serão seus guias já se polarizaram nesses chakras, cada qual com atuação mais ou menos intensa, conforme a entidade. Os espíritos que vestem a roupagem fluídica de pretos-velhos ou exús se ligam mais no chackra básico e chackra gástrico. Os que vestem a roupagem de caboclos se limam mais no chakras cardíaco e laríngeo e assim por diante. 

No Espiritismo ou Kardecismo os chakras dos médiuns são mais fechados e só abrem aos poucos, durante a sua vida, conforme seu desenvolvimento espiritual e mediúnico. Médiuns espíritas não necessitam de grande rotação de seus chackras, pois que trabalham mais com a questão da reforma íntima e preparação moral e espiritual da humanidade, além da libertação de espíritos sofredores e obsessores de níveis mais sutis. A Umbanda tem um compromisso sério com a varredura dos planos abissais da Terra, onde se encontram legiões mais graduadas na arte da magia negra, com repercussão muito intensa na vida de muitas pessoas e na própria sociedade humana, em todos os setores. Leiam obras de Robson Pinheiro: "Legião" e "Senhores da Escuridão", por exemplo. Por isso é que são preparadas na egrégora da Umbanda, nos planos espirituais, entidades especialistas em magia branca ou anti-goécia, que irão manipular os quatro elementos (água, terra, fogo e ar), acessando assim o éter físico, que é a substância com a qual conseguem destruir as bases do mal instaladas nos reinos das sombras. Por isso é que a Umbanda tem os seus Orixás, que são as energias vibratórias de cada reino da natureza. É por isso que a Umbanda tem todo aquele arsenal de elementos da natureza. O Espiritismo trabalha com ondas mentais e mais sutis, isto é, menos mórbidas. Portanto não precisam usar matéria densa, que provém dos elementos materiais - este o motivo das oferendas e despachos.

Cada coisa no seu lugar, pois o Pai é sábio! Cada médium com suas funções, pois os compromissos são diferentes  para cada qual! Mas muitas pessoas podem ter tanto atribuições na Umbanda, quanto no Espiritismo, pois o Espiritismo é uma doutrina de esclarecimento sobre vida espiritual, uma filosofia de vida com base nas múltiplas existência, a reencarnação, na lei de ação e reação e na questão da comunicação com o mundo espiritual. No entanto, muitas pessoas que trabalham no Espiritismo jamais trabalharão na Umbanda, pois seus chackras não vieram preparados para receber grandes cargas espirituais que terão que ser dissipadas com a ajuda dos guias responsáveis por isso, em cada um dos seus chackras correspondentes. Por isso é que os médiuns de Umbanda precisam girar e ter tantos movimentos e brados característicos. Esta "performance" espiritual mediúnica foi estudada detidamente pelos elaboradores da Umbanda no plano espiritual, pois a Umbanda nasceu no Brasil e sua doutrina difere muito de antigas modalidades de sincretismo baseados principalmente no Candomblé, que difere bastante da Umbanda que emergiu no Brasil, através de Zélo de Moraes, incorporando o Caboclo das Sete Encruzilhadas, pela primeira vez. Toda a ritualística da Umbanda diz respeito à elevada sabedoria dos guias que, na sua maior parte, são exímios manipuladores de magia branca, por terem sido altos sacerdotes dos templos imemoriais da Atlântida e do Egito Antigo (leiam "Baratzil, terra das estrelas", de Roger Feraudy).

A Umbanda é uma ciência divina, que aciona os sons, os movimentos, as cores, a luz, o magnetismo, a eletricidade, a magia com os elementos e os elementais da natureza, a química e a física transcendentes não estudadas pela ciência oficial, mas que um dia serão de conhecimento de todos os seres humanos nos seus fundamentos totalmente comprováveis por mecanismos espirituais que ainda serão trazidos à Terra. O Espiritismo é a bússola para atingirmos nossa ascensão espiritual. Tudo é maravilhoso: a diversidade na unidade. O futuro da humanidade será o de compreender todos os pedaços ou retalhos desta grande colcha de retalhos que é a "Verdade". A perfeição da obra divina de dar espaço para tudo e todos! Unindo todos estes retalhos e tendo o entendimento de cada coisa sobre a Terra, respeitando todas as religiões e filosofias, todos o tipos de trabalho espiritual, todos os dons diferenciados entre os médiuns de um e de outro segmento da verdade, estaremos compreendendo a extensão do Amor Divino que, para todos os seus filhos, encarnados e desencarnados, dá encaminhamento e solução de tudo quanto necessitam para sua evolução! Muita paz e luz para todos os irmãos desta abençoada rede de conhecimento!

Rosane - extraída do fórum da Rede Brasileira de Umbanda






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Elementos e Ritos na Umbanda


Rituais e Elementos na Umbanda


Elementos e ritos utilizados na prática dos Templos de Umbanda:

Defumação - Ato de purificar o ser, o objeto e o ambiente, através da fumaça. É o ato de anular e neutralizar as energias negativas através de aromas, ou seja, das essências de ervas. No ritual das Giras umbandistas a defumação é feita com a mistura de alecrim, benjoim, incenso, alfazema e mirra. Em outros tipos de defumações são usadas ervas de acordo com a necessidade da utilização.A defumação é uma prática antiquíssima de todas as religiões e de todos os povos.

A defumação tem sempre caráter de limpeza ambiental e psico-espiritual.

O emprego sistemático da fumaça deve ser reminiscência indígena. Entre todas as tribos da raça Tupi, o Tabaco é considerado como planta sagrada.

O segredo e a utilização desses elementos por parte de nossas entidades, do uso do cachimbo, do charuto e do cigarro nos trabalhos, é uma forma de defumação, não se trata de uso como vício, por isso eles sopram a fumaça.

Atuação do Defumador:

1ª. - A essência do defumador, desfazendo-se no ambiente, isto é, misturando-se com o éter atmosférico, vai ser sentido e usado pelos espíritos, neutralizando e desfazendo as energias pesadas;

2ª - Seu aroma desperta alguns centros nervosos dos médiuns, fazendo esses centros vibrarem de acordo com as irradiações fluídas espirituais.

Fogo - Utilizado para acender defumadores, charuto, cachimbo, cigarro e pólvora. O fogo da pólvora (tuia) produz o estouro e a fumaça para que expulse a negatividade, rompendo o campo magnético. Associado nos ritos de magia religiosa age como afastador de espíritos inferiores e destruidor (queima) as energias pesadas, estourando as bolsas miásmicas do ambiente, sempre fruto dos pensamentos dos seres que nele estão ou habitam.

Velas - Vieram para a Umbanda por influência do Catolicismo.

Iluminadas, são pontos de convergência para que o umbandista fixe sua atenção e possa assim fazer sua rogação ou agradecimento a Deus, aos Orixás e Guias. Na vela encontramos a vibração dos 4 elementos naturais: água, terra, fogo e ar. É a atuação da magia dos elementos. Ao acendê-la de forma religiosa através da prece, produz-se a indução ao movimento magístico com as Forças Sutis Eólicas, Igneas, Hídricas e Telúricas. Ao iluminá-las, também, homenageia-se, como símbolo de fé, a Deus, Jesus, a Mãe Santíssima, aos Orixás e Guias, reforçando uma energia que liga, de certa forma, o corpo ao espírito.

Água - Sua utilidade é imensa. Serve para os banhos, amacis, para cozinhar, para lavar as guias, para descarregar os maus fluídos pela captação, para o batismo, para fluidificação. Dependendo de sua procedência (mares, rios, chuvas e poços), terá um emprego diferente nos rituais.

A água poderá concentrar uma vibração positiva ou negativa, dependendo do seu emprego.

Ponto Riscado – São sinais gráficos que refletem uma energia, atraem espíritos, fornecem ordens e comandos de atuação espiritual, identificam os Guias em trabalho. Cada ponto, seja de Caboclo, do Preto Velho ou do Exu, tem uma interpretação, podendo identificar aquele que o risca, podendo caracterizar a natureza do trabalho.

Bater Cabeça - O médium da Casa, num ato de humildade e em respeito às firmezas do Congá, deita-se de barriga pra baixo em frente a ele (Gongá) a fim de pedir proteção. Tem, também, o significado ritual de entrega ao serviço de Deus no trabalho mediúnico espiritual do Templo a que pertence.

Congá - Altar Ritualístico, onde ficam os símbolos, elementos de irradiação, imagens, etc... É o ponto de atração e irradiação no Abaçá.

Sineta Litúrgica - Deve ser utilizada e consagrada em momentos apropriados somente por pessoas capacitadas para tal, devendo ser guardada no Congá. Tem o significado litúrgico de chamar a atenção para o sagrado e evocar os bons espíritos trabalhadores.

Otá - Pedra (de rio, cachoeira ou praia), axé do Orixá (onde se fixa a força mágica da Vibração). O otá tem vida energética quando ativado; somente assim é um otá. Sua forma, dependendo do Orixá, poderá ser redonda, arredondada (ovalada) ou comprida. É um condensador e funciona como um transformador energético.

Indumentárias Litúrgicas (Roupas e Apetrechos) - Os guias não precisam deles. Entretanto, para melhor expressarem a mensagem simbólica que visam transmitir, assumindo as formas perispirituais que assumem. Assim como o Sacerdote, o Rabino, o Marçom usam indumentárias simbólicas/litúrgicas em seus cultos e reuniões, na Umbanda os Guias usam certas indumentárias, de acordo com sua Linha e Falange, como símbolo vibratório e místico.

Charutos, Cachimbos e Cigarros - O segredo e a utilização desses elementos por parte de nossas entidades, o modo como a fumaça é dirigida (magia) tem o seu fundamento em várias culturas religiosas. A fumaça tem o valor defumatório.

Pemba - A força esotérica da Escrita astral, na Umbanda, é feita pela Pemba (giz oval - forma cônica), que tem o poder de abrir e fechar trabalhos de magia, e de purificar, quando em forma de pó é lançada ao ar no ambiente em que se utiliza.

Iniciações - É um dever, um compromisso com a função sacerdotal do médium. Implica na presença do Sacerdote, que com sua força espiritual, com o conhecimento do ritual e do material a ser aplicado na Iniciação, estabelece o elo, o canal entre o filho e as forças espirituais da egrégora.

Oferendas - É um ato livre através do qual se oferece aos Orixás e Guias elementos materiais, principalmente relativas à alimentação, elementos extraídos da natureza, com o fim de homenagear aos Orixás e Guias e realizar a magia pelo trabalho, por parte dos espíritos, da contraparte etérica das oferendas.

Curimbas ou Pontos Cantados - São cânticos homenageando e invocando as Entidades, marcando o início de sua incorporação ou desincorporação, para criar formas mágicas para determinados trabalhos, para abrir e fechar sessões no Terreiro, parar pedir forças espirituais, para afastar espíritos maus, etc...

Atabaques - Eles servem para manter o ambiente sob uma vibração homogênea e fazer com que todos os médiuns permaneçam em vibração (danças, aceleração do médium).

Bater com as pontas dos dedos, no chão - Saudando, homenageando e pedindo licença ao local.

Guias (fios de contas) - É um colar ritual de miçangas, contas de cristal, de louça, de frutos pequenos, de pedras, construídos de acordo com a Entidade, que designa também a cor de sua preferência. Podem ter pequenos objetos presos a eles.

Vestimenta - Roupa Branca - É a vestimenta para a qual devemos dispensar muito carinho e cuidado, idênticos ao que temos para com nossos Orixás e Guias. As roupas devem ser conservadas limpas, bem cuidadas, assim como as guias (fios de contas), não se admitindo que um médium, após seus trabalhos, deixe suas roupas e guias no Terreiro, esquecidas.

Toalha Branca - Trata-se de um pano branco em formato de toalha (retangular), podendo ser contornado ou não com renda, fino ou grosso, de tamanho aproximado de 0,50 x 0,76 m. É utilizado para o médium bater cabeça. É símbolo do trabalho espiritual.

Trabalhar descalço - O médium, sempre que possível, ao incorporar, deve trabalhar descalço por uma questão de humildade e para facilitar a incorporação, bem como para haver melhor descarga dos fluídos nocivos, diretamente para a terra. Estando o médium calçado, estará isolado da terra, o que dificultará a eliminação dos fluídos nocivos (negativos).

Banhos de Descarga - São coisas sérias, requerendo atenção de quem os toma. Pode ser um banho de flores, ervas ou essências. Cada um deles traz o seu magnetismo e a pessoa vai absorvê-lo de modo que ao tomá-lo, elimina toda a influência negativa agregada a sua vibratória humana (corpo etérico). As ervas, de preferência, devem ser colhidas por pessoas capacitadas para tal, em horas e condições exigidas, entretanto, podem ser usadas também as adquiridas no comércio (frescas), desde que quem vá usá-las, as conheça. As essências também devem ser utilizadas com cuidado, pois contêm muita vibração, como os outros banhos, somente devem ser tomados por indicação do pai do Templo a que pertence.

Uso - O chacra mediúnico (frontal) e glândula (nuca) são os dois pontos que fecham a faixa vibratória mediúnica. Com elas, para o cérebro convergem as vibrações captadas, sendo razão indispensável para que o banho seja derramado sobre a cabeça, pois daí parte todo comando do corpo, o que por outro lado acarretará prejuízo, quando mal aplicado (no caso das ervas e essências), caso este em que o magnetismo do banho não estiver em harmonia com a vibratória mediúnica da pessoa (Orixá de Coroa). Por isso se deve ter conhecimento das ervas a serem utilizadas, pois o banho de defesa ou desimpregnação não deve ser colocado na cabeça, mas tomado dos ombros para baixo.

Passe - Os passes fazem parte do corpo doutrinário do Espiritismo. Eles remontam aos mais remotos tempos e constituem recursos naturais, postos à disposição dos homens para as tarefas de socorro ao próximo. O Novo Testamento demonstra que Jesus e os Apóstolos utilizavam-se dos passes como recursos magnéticos curadores aliados a recursos espirituais, curando pela imposição das mãos ou pelo influxo das palavras de fé. Graças à sua feição, o Espiritismo conserva e difunde essa modalidade de auxílio, a fim de atender uma infinita quantidade de pessoas que batem às portas dos Centros Espíritas, na esperança de cura ou de alívio.

"O Passe é uma "transfusão de energias psicofísicas, operação de boa vontade, dentro da qual o companheiro do bem cede de si mesmo em benefício de outrem" (Emmanuel).

Para o êxito dessa operação, cabe ao médium passista buscar na prece o fio de ligação com os planos mais elevados da vida. Mágoas excessivas, paixões, desequilíbrio nervoso e inquietude, bem como alimentos inadequados e alcoólicos, são fatores que reduzem as possibilidades do passista e que, portanto, devem ser evitados. Aqueles que se consagram aos trabalhos de assistência aos enfermos através de passes, devem cultivar, além da humildade, boa vontade, pureza de fé, elevação de sentimentos e amor fraternal.

Nos processos patológicos orgânicos, os "passes" não dispensam os recursos da Medicina, devendo ser utilizados como complemento.

Cumprimento Ombro-a-Ombro - Quando um Guia cumprimenta um consulente ou um assistente com o bater de ombro, isto é sinal de igualdade, de fraternidade e grande amizade.

Pontos de Segurança – São locais onde estão plantados condensadores energéticos magísticos necessários ao ritual umbandista. Podemos citar como pontos de segurança de um Templo a Tronqueira, o Cruzeiro das Almas, o Centro do Abacá, etc...

Batismo - É realizado através da água, do fogo (vela), do sal, das ervas, da pemba e óleos sacramentais.

Amaci - São ervas frescas maceradas na água limpa (de cachoeiras, nascentes, etc...) que tem por finalidade a lavagem de cabeça. Pode ser amaci iniciático ou amaci geral.


Fonte: Boletim Eletrônico Doutrinário do T. E. do Cruzeiro da Luz -Ano 2012 – 29



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O Sagrado na Dança

O Sagrado na Dança

O sagrado na dança e o seu valor nos cultos afro-brasileiros 

Vamos iniciar aqui uma reflexão sobre movimento, dança e expressão corporal nas giras dos cultos afro-brasileiros, sua importância, suas matrizes e seus significados.

As danças se manifestam em cultos religiosos das mais variadas vertentes, sendo possível nos remeter as mesmas através dos registros históricos das religiões e cultos pagãos. Porém, nas religiões cristãs e nas suas diferentes manifestações contemporâneas também encontramos a dança como maneira de expressar, louvar e reverenciar a Deus.

Na maioria dos templos umbandistas e candomblecistas a dança está presente em boa parte do trabalho espiritual. Algumas pessoas podem ainda não ter percebido qual a real importância desta movimentação dentro do trabalho, dando margem a diversas interpretações e questionamentos.

Algumas justificativas comuns a cerca do assunto partem do principio da manutenção da cultura, afinal tanto o candomblé quanto a umbanda remetem diretamente a história dos povos afro-brasileiros que traz a dança como uma forte representação cultural, assim como a música.

Outra explicação comumente encontrada é que o ritmo musical faz com que as pessoas deixem seus corpos a vontade e com isso a dança surge, de maneira natural e sem maiores significados.

Vamos abordar agora um olhar, pouco menos apontado, mas que acreditamos ajudar no desenvolvimento de nossa caminhada dentro dos estudos sobre cultos afro-brasileiros.

A dança, assim como a música, a fala, o olhar e a gestualidade cênica, são linguagens. Nossa sociedade tende a valorizar e utilizar com mais intensidade as linguagens oral e escrita, contudo as demais linguagens não deixam de existir e de terem suas características próprias dotadas de grande poder de comunicação.

Sendo a dança e a música duas linguagens do ser humano, pode-se começar a pensar a respeito da presença das mesmas, como maneiras de comunicação entre os membros de uma corrente espiritual, encarnados, desencarnados e também como manipulação de energias.

A movimentação corporal, assim como os diferentes ritmos musicais, influencia a energia e interfere nas frequências rítmicas e cardíacas dos corpos, seja de quem dança e toca, como também de quem está envolvido no ambiente.

Mais especificamente a dança, com suas movimentações e expressões corporais, pode atingir níveis mentais e emocionais com uma facilidade diferenciada das demais linguagens. Ao trabalhar com os chacras e receptores sensoriais (em regiões corporais nas quais os receptores aparecem com mais intensidade ou menos intensidade), a transmutação energética ocorre, caracterizando assim, já um trabalho espiritual, sem a necessidade do uso da fala, outras linguagens e até mesmo outros paramentos.

Pode-se assim seguir o raciocínio e concluir que com uma dança no trabalho espiritual, momentos de descarrego, passe energético, e até mesmo consulta já estariam sendo realizados? Sim! O que nos faz crer que necessitamos desses momentos em particular, com o guia nos orientando verbalmente, cruzando nossos pés com pemba, utilizando de ervas em nosso benzimento e aspergindo água consagrada em nosso corpo é o nosso olhar acostumado para o trabalho espiritual convencional, que não está errado, pelo contrário, mas a necessidade, na verdade não existiria!

Até mesmo esta sequência relatada acima, se configura como uma movimentação corporal riquíssima, compondo uma dança se observarmos atentamente como os guias se porta, utilizando os corpos mediúnicos, para trabalharem: movimentação, expressão corporal e dança! Exercite seu olhar para isso quando tiver a oportunidade de assistir a uma gira. Veja quão maravilhoso é o dançar implícito nos movimentos “padrão” das giras.

Sobre as danças sagradas, próprias de cada linha ou de cada manifestação da energia dos orixás, sabemos que é possível ler estes movimentos, que nos trazem histórias e memórias. Da mesma maneira que um sábio preto velho nos orienta sobre nossas angustias com suas histórias de encarnações passadas, outros guias e manifestações das energias dos orixás nos aconselham nos remetendo as suas histórias contadas através do corpo que dança. O corpo que dança a coragem de encarar uma batalha, o corpo que dança a colheita, o corpo que dança a purificação nas águas límpidas, o corpo que capta do lodo a transmutação das energias em momentos de passagem... São diversas e inúmeras as possibilidades.

Algumas danças características das energias dos orixás já são de conhecimento da maioria dos frequentadores dos cultos. Pode-se facilmente reconhecer quando se dança para Oxum, quando se dança para Ogum e também quando há a manifestação da energia na linguagem corporal. Muitos são os pontos de identificação, porém um deles e talvez o de maior importância seja a postura das mãos. Através da postura e nível de energia das mãos e apenas nisso, é possível identificar o orixá que está sendo louvado ou canalizado. E porque será que é através das mãos que isso ocorre, se temos todo o corpo em movimento?

Mais uma vez podemos nos utilizar os saberes da ciência para entendermos isso. No nosso corpo existem pontos de maior concentração de receptores sensoriais, como já dito. Estes pontos conectam-se com nosso cérebro captando sinais físicos e do ambiente para serem processados e armazenados no córtex. Nossas mãos são pontos de grande concentração de receptores sensoriais. Temos outras regiões também muito sensíveis como a boca, olhos, ouvidos e pés, porém as mãos representam uns dos pontos mais sensíveis do nosso corpo. Sendo assim, fica fácil entender o quanto é possível ocorrer à expressão e a comunicação, bem como a representação de uma energia através da postura das mãos (mais firme, direcionada, leve, suave, etc.).

Nossa comunicação com o astral, com mundo espiritual está diretamente relacionada com a nossa energia e nossas emoções, o que se relaciona intimamente com nosso corpo (aceitamos aqui a concepção de que corpo e mente estão integrados e são indissociáveis). Assim sendo, podemos começar a observar com mais atenção e dar mais valor para as danças sagradas nos cultos afro-brasileiros, fazendo destes momentos de grande beleza, possibilidades de meditação, reflexão, transmutação, agradecimento e entrega ao sagrado que se manifesta.

Giuliana Marcellino





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O Inferno e os Exus


O Inferno e os Exus

Para nós umbandistas não existe o inferno onde existem penas eternas e governado por uma entidade totalmente maldosa pois não há lógica nisso.

Pois se Deus é onipresente como ele estaria lá no inferno assistindo a atos demoníacos aquelas almas em danação sem ter a mínima esperança de salvação?

Então descartamos a ideia desse inferno.

Admitimos que existam zonas espirituais trevosas, onde se encontram espíritos que ainda não atingiram a elevação moral esperada, mas que pode ser conquistada um dia, através de reencarnação e do trabalho árduo na espiritualidade. Nessa região ou plano que chamamos de baixo astral ainda reina uma espécie de barbárie espiritual, já que os valores de seus habitantes não são nada elevados, necessitando de alguém que freie suas ações, não permitindo que encarnados sejam sempre alvos de seus ataques e obsessão.

E essas entidades são os Exus, os guardiões, que atuam como agentes da lei e da ordem dentro desse principio.

Só que teremos que entender a diferença entre o Exu Orixá do candomblé e o Exu catiço (entidade, espírito, guia...) da Umbanda.

Como sabemos, por diversos fatores históricos, houve em nosso país um processo de sincretismo religioso do qual os orixás africanos foram associados aos santos católicos.

Assim Nanã por ser a orixá mais velha, foi associada a Santa Ana, avó de Jesus, Iansã à santa Bárbara pois esta é associada a raios e a trovões e assim sucessivamente.

No entanto com o orixá Exu houve ainda dentro do sincretismo um processo de demonização, pois exu é a divindade ligada à sexualidade e a virilidade; inclusive carregando em suas representações um cetro em forma de pênis e tendo sua personalidade um tanto rebelde e irreverente (como nos contam as lendas africanas), não tardou para ser associado ao demônio bíblico. Assim, desde o princípio, Exu foi temido, e provavelmente gostou disso.

Apesar da confusão em torno da natureza de Exu, não podemos esquecer nem menosprezar sua importância dentro do panteão africano, já que atua como mensageiro dos Orixás.

Na Umbanda encontramos também Exu, mas não o Exu Orixá e sim o Exu catiço (entidade,) espírito desencarnado que viveu na Terra e através de trabalho que realiza procura alcançar seu progresso espiritual.

Em Alguns templos de Umbanda também é associado a figuras demoníacas. O Exu na Umbanda é um trabalhador valoroso que indiferente a essas interpretações calcadas na ignorância e visões preconceituosas, segue perseverante no cumprimento de sua tarefa.

O papel do Exu numa gira de Umbanda é de uma importância fundamental, pois ele é que realiza a segurança do templo, para guardar o mesmo de ataques de espíritos zombeteiros e de quimbas.

Em casos de descarrego são os Exus os principais agentes, pois cabe a eles a tarefa de encaminhar cada espírito obsessor ao seu lugar de merecimento.

Exu também é o agente da justiça kármica, sendo sua tarefa levar a cada um o que lhe é de direito ou merecimento - por isso mais confusão em torno do seu caráter, já que ao coração humano é muito fácil aceitar o que é agradável, porém muito difícil entender que os revezes da vida muitas vezes são resultados de nossas próprias ações.

Ao contrário que muitos dizem sobre exu, eles são fiéis amigos, sempre dispostos a ajudar seus protegidos, mas são também bastante rigorosos em relação à conduta dos mesmos.

De uma forma muito simples, podemos fazer uma analogia de Exu com o carteiro e o gari, pois ele traz o que tem que entregar e varre aquilo que deve ser levado.

Por fim Exu não é bom nem mau ele é justo.

laroiê Exu

Déborah Aguiar

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07/02/2013

Oração à Iansã

Oração à Iansã - Por Ednay Melo

Iansã, Senhora da Natureza Divina, 
Quando surgirem os raios que rasgam os céus da imprudência dos homens,
Sejais no meu coração a bem aventurança da consciência tranquila.
Quando os ventos cantarem a canção da incerteza, 
Sejais na minha fé, a esperança. 
Quando o lodo da nova era se espalhar deslizando por entre as sombras interiores,
Sejais em mim a centelha da luz a se propagar no caminho de todos.
Quando ecoar o trovão da maledicência, que anuncia a alma fria e úmida, 
Sejais no meu espírito, o silêncio que liberta.
Quando a chuva da inveja desaguar na insensatez dos fracos,
Sejais em mim os olhos que não veem e os ouvidos que não ouvem.
Quando a lama do orgulho sujar as mãos enfermas,
Sejais em mim a sublime construção dos humildes.
Quando a guerra da cobiça destruir a paz dos tolos,
Sejais em mim a paciência para esperar o amadurecimento do fruto.
Quando, enfim, a imaturidade de uma alma perdida da referência divina, estiver em meu caminho,
Sejais em mim a tua força, oh mãezinha, para amar apesar de tudo e progredir sempre.

Ednay Melo




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06/02/2013

As "Umbandas" e Origem da Palavra


Umbanda Popular - Que era praticada antes de Zélio e conhecida como Macumbas ou Candomblés de Caboclos; onde podemos encontrar um forte sincretismo - Santos Católicos associados aos Orixás Africanos;

Umbanda tradicional - Oriunda de Zélio Fernandino de Moraes;

Umbanda Branca e/ou de Mesa - Nesse tipo de Umbanda, em grande parte, não encontramos elementos Africanos - Orixás -, nem o trabalho dos Exus e Pomba-giras, ou a utilização de elementos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha doutrinária se prende mais ao trabalho de guias como caboclos, pretos-velhos e crianças. Também podemos encontrar a utilização de livros espíritas como fonte doutrinária;

Umbanda Omolokô - Trazida da África pelo Tatá Tancredo da Silva Pinto. Onde encontramos um misto entre o culto dos Orixás e o trabalho direcionado dos Guias;

Umbanda Traçada ou Umbandomblé - Onde existe uma diferenciação entre Umbanda e Candomblé, mas o mesmo sacerdote ora vira para a Umbanda, ora vira para o candomblé em sessões diferenciadas. Não é feito tudo ao mesmo tempo. As sessões são feitas em dias e horários diferentes;

Umbanda Esotérica - É diferenciada entre alguns segmentos oriundos de Oliveira Magno, Emanuel Zespo e o W. W. da Matta (Mestre Yapacany), em que intitulam a Umbanda como a Aumbhandan: "conjunto de leis divinas";

Umbanda Iniciática - É derivada da Umbanda Esotérica e foi fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de Síntese conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde há a busca de uma convergência doutrinária (sete ritos), e o alcance do Ombhandhum, o Ponto de Convergência e Síntese. Existe uma grande influência Oriental, principalmente em termos de mantras indianos e utilização do sanscrito;

Umbanda de Caboclo - influência do cultura indígina brasileira com seu foco principal nos guias conhecidos como "Caboclos";

Umbanda de pretos-velhos - influência da cultura Africana, onde podemos encontrar elementos sincréticos, o culto aos Orixás, e onde o comando e feito pelos pretos-velhos;

“Ser” Umbandista

Falam em tantas Umbandas. Branca, esotérica, popular, traçada, de nação, omolocô, umbandolé, candomblé de caboclo, evangelizada, kardequizada, iniciática e outras mais.

O que é Umbanda então?

Se são tantas, porque cada qual teima em dizer que somente a sua, aquela que ele pratica, é a verdadeira?

Origens, respondem todos em unísono!

Esta seria a solução para os problemas!

E qual a origem da Umbanda verdadeira?

Lá vamos nós novamente viajar por inúmeras teses.

Negros Africanos, Sumérios, Atlântida, Astros, Planetas diversos, Seres extraterrenos, Anjos celestiais, etc…

Mas será que isso tudo é importante?

Porque temos que precisar ou determinar qual das Umbandas é a mais ou a unicamente correta?

Quem sabe não são mesmo várias Umbandas, totalmente diferentes umas das outras.

Ou, ainda por outro lado quem sabe, ela é somente uma mesmo, apenas com várias ramificações!

E porque seria assim?

Afinal de contas todas as demais religiões não são únicas?

Serão mesmo?

Vejamos: a igreja católica divide-se em um sem número de ramificações, das tradicionais às mais atuais.

Tem a Apostólica Romana, Apostólica Brasileira, Carismáticos, Ortodoxos e outras. E todos se denominam como? Católicos! Nada mais!

Se as conversas convergem para fundamentos religiosos, ai sim quando sabem, denominam-se especificadamente.

E os Evangélicos? Se autodenominam de Cristãos!
Antes eram Crentes, agora não gostam mais dessa denominação, afinal de contas, os praticantes das demais religiões também o seriam, já que todos os que crêem em Deus, Crentes como eles seriam.

Mesmo que seja aplicada de igual forma em relação a Cristãos o entendimento sobre outras religiões, parece esta denominação genérica a que mais os diferenciam das demais.

Mas e entre eles próprios, existem diferenças entre as denominações?
Sim e não são poucas.

Batista, Adventista, Assembléia de Deus, Testemunha de Jeová e outras mais novas.

E nós, os Umbandistas, e porque não dizer Espíritas, não podemos ter também várias denominações ou entendimentos?

Opa! Espere um pouco! Umbandistas ou Espíritas?

Lá vamos ter outra briga séria com alguns de nossos irmãos Kardecistas.
Afinal de contas, de acordo com alguns deles, somente são espíritas os que seguem a doutrina espírita desenvolvida por Allan Kardec.

Mas qual a definição de Espírita?

De acordo com o próprio Allan Kardec, que no livros dos médiuns, assim define Espírita. “Espírita, é aquele que crê no espírito e nas suas manifestações”.

Assim, todo aquele que acredita nesta máxima, do ponto de vista do próprio Kardec, então será espírita.
Devemos apenas preocuparmo-nos em sermos bons espíritas.
Coisa que, infelizmente muitos irmãos, sejam Umbandistas, Kardecistas ou outros, ainda não se preocupam como deveriam.
Mas voltemos aos nossos próprios problemas.
Já temos bastantes deles entre nós para que nos preocupemos com outros externos!

O que é mais importante numa religião?

De onde ela vem ou para onde ela vai?

Que interessa o berço em relação ao trabalho futuro.
Será mais importante a caridade do irmão de poucas posses do que a oração do mais abonado?
Se formos olhar bem a fundo cada uma das diversificações de nomes ou qualificações das diversas Umbandas, veremos que em todas elas manifestam-se entidades espirituais semelhantes, tais como os Caboclos, Pretos-Velhos, Exus, Crianças e Orixás, além de Baianos, Mineiros, Boiadeiros, Zé Pelintras, Ciganos, etc…

Uma religião que prima pela Caridade, Humildade e Amor, não poderia se dividir tanto entre seus filhos.

Discutem se o Caboclo pode ou não pode usar cocar, se o Preto-Velho pode ou não pode usar chapéu, se Exu é guardião ou apenas mensageiro e deixa-se muitas vezes de perceber e até mesmo de cobrarem-se a si próprios se a caridade que estão praticando ou intermediando é real.

Será que chegar ao centro já olhando que horas são pois tem um compromisso inadiável mais tarde, permitirá ao Caboclo praticar uma boa caridade utilizando aquela matéria tão apressada?
Será que a humildade do Preto-velho terá capacidade de influenciar uma pessoa acometida de mal momento ou dor física, a ter calma ou perdoar a quem a tenha ofendido, vibrando numa cabeça que o encara não como um escravo simples, que pela dor alcançou a luz, mas sim como um majestoso soberano, que não poderia imaginar como tamanha fraqueza de pensamentos pode assolar estas ínfimas criaturas.
E ainda sobre o Caboclo, o qual na concepção daquele médium não é índio, mas médico ou um antigo rei de uma civilização ainda desconhecida, poderá atuar sobre quem o considera apenas um índio forte e garboso?
E Exu? Ele que em algumas casas mais sofisticadas é Guardião, entidade de alta luz que tem trânsito livre entre todos os ambientes vibracionais, liberando ou aprisionando almas ainda em decomposição moral.
Nas casas mais populares é apenas um enviado de entidades, ou mesmo um serviçal incumbido de levar e trazer as cascas grosseiras dos restos dos trabalhos espirituais, descarregando-os nos lodaçais espirituais no baixo astral, de onde ele pode até sair, mas não poderá ir tão alto, para que as luzes espirituais dos ambientes muito elevados não o ceguem.

E se saísse, o que faria?

Sua fraqueza espiritual não o permitiria enxergar mesmo os seres iluminados de outras diretrizes.
Será mesmo que as entidades se preocupam com estas diferenciações?
Não!
As entidades espirituais são seres de luz, são apesar de ainda imperfeitos na evolução espiritual, conhecedores da visão mais iluminada da caridade. Eles não se preocupam com as roupas que a eles queremos impor.
Para eles o que importa é o amor, a união, a elevação.

Irmãos! Que divisão nada! A Umbanda é única! Ela é perfeita!

Tão perfeita que se adapta a tantas interpretações.
Tão linda e majestosa, que aos olhos de cada um mostra a luz da maneira que possa ser percebida.
E suas origens são mesmo polêmicas, mas não traduzem os maiores ideais da religião: caridade, humildade e amor.

Que se busquem historicamente as origens, mas não contaminemos nossa prática religiosa com nossas próprias imperfeições, com nossos próprios preconceitos, com nossos próprios interesses pessoais.
Ao invés de subdesenvolvido, que tal tradicional?
Ao invés de cultos exagerados, que tal criteriosos?
Ao invés de discussão, que tal aceitação?
Não seremos menores se Africanistas, ou maiores se Iniciáticos!
Mais capazes, se optarmos por fundamentos de nação ou menos capazes, se seguirmos os ensinamentos à luz Kardequiana!
Seremos sim maiores ou menores, se levarmos em consideração a caridade que conseguirmos praticar!
Muitos se mostram prontos para uma verdadeira luta na intenção de resgatar a verdadeira Umbanda, outros pretendem livrá-la de influências negativas de outras religiões.
Vamos fazer mais que isso!
Vamos praticar a nossa Umbanda, aquela que nos toca ao coração com sentimentos de amor e caridade.
Vamos mostrar esse amor a todos os nossos irmãos.
E aí quem sabe, teremos uma Umbanda única e seremos verdadeiros Umbandistas.

Autor Desconhecido





Existem algumas versões que são um tanto controversas sobre a origem da Palavra Umbanda. Conheça algumas delas:



Origem 1


Na Africa em terras bantas, muito antes de chegada do branco, já existia o culto aos ancestrais (chamados depois no Brasil "guias").
Também era conhecida a palavra "mbanda" (umbanda) significando "a arte de curar" ou "o culto pelo qual o sacerdote curava", sendo que mbanda quer dizer "O Além - onde moram os espíritos".
Os sacerdotes da umbanda eram conhecidos como "kimbandas" (ki-mbanda = comunicador com o Além).

Origem 2

A palavra Umbanda é um vocábulo sagrado da língua Abanheenga, que era falada pelos integrantes do tronco Tupy.
Diferentemente do que alguns acreditam, este termo não foi trazido da África pelos escravos.
Na verdade, encontram-se registros de sua utilização apenas depois de 1934, entre os cultos de origem afro-ameríndia. Antes disto, somente alguns radicais eram reconhecidos na Ásia e África, porém sem a conotação de um Sistema de Conhecimento baseado na apreensão sintética da Filosofia, da Ciência, da Arte e da Religião.
O termo Umbanda, considerado a "Palavra Perdida" de Agartha, foi revelado por Espíritos integrantes da Confraria dos Espíritos Ancestrais.
Estes espíritos são Seres que há muito não encarnam por terem atingido um alto grau de evolução, mas dignam-se em baixar nos templos de Umbanda para trazer a Luz do Conhecimento, em nome de Oxalá - O Cristo Jesus.
Utilizam-se da mediunidade de encarnados previamente comprometidos em servir de veículos para sua manifestação.

Os radicais que compõem o mote UMBANDA são, respectivamente:

AUM - BAN - DAN

Sua tradução pode ser ncomprovada através do alfabeto Adâmico ou Vattânico revelado ao Ocidente pelo Marquês Alexandre Saint-Yves d'Alveydre, na sua obra "O ARQUEÔMETRO".

AUM significa "A DIVINDADE SUPREMA"

BAN significa "CONJUNTO OU SISTEMA"

DAN significa "REGRA OU LEI"

A UNIÃO destes princípios radicais, ou AUMBANDAN, significa "O CONJUNTO DAS LEIS DIVINAS"

Origem 3

A palavra Umbanda significa:

“ Um ” = “ Deus ” e “ banda ” = “povo ”

que vem da velha África há 7 mil anos, quando esse povo era livre em suas tribos e eram felizes juntos com os animais e a natureza, onde cultuavam os seus Deuses e os seus Orixás .
Esse povo não tinha e não conhecia a maldade, mas com a chegada dos homens brancos que pela suas saudades e ganâncias de dominadores e religiosos, acabaram por conhecê-la.
Através dos séculos procuraram mentir e enganar os seus adeptos brancos de que os negros eram inferiores (por causa de sua cor); os fizeram de escravos em porões imundos de navios negreiros em que a maioria deles, não chegavam vivos.
Ao chegarem ao Brasil, receberam os piores castigos dos donos dos Engenhos e capatazes.
Nas Senzalas, recebiam os piores castigos por não falarem o idioma português e, não cultivavam a religião dos mesmos “ claro, a religião Católica ”; os alimentos eram os mesmos dos animais, isto é, quando haviam sobras, mas só que os negros tinham a Fé em “ OXALÁ ”, que como para os brancos era “Deus", que é Universal.

Fonte: Federação Internacional Afro-brasileira



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Evolução Natural - O Progresso da Umbanda

Evolução Natural
Com todo respeito a quem pensa assim, mas a frase "se deu certo até agora, continua fazendo assim" talvez se aplique ao futebol ou a política, mas não à Umbanda.

A Umbanda é uma religião em movimento, que está evoluindo juntamente com os homens, e determinados rituais deixam de ter seu valor quando outros nos são mostrados pelos guias ou mesmo por aqueles que estudam a Umbanda e concluem que os rituais mais antigos não se fazem mais necessários.

Mas antes, vou falar sobre tradição.

As pessoas adoram uma tradição! Lógico! Não precisa pensar muito nem ter o que mudar naquilo que é feito, pois tudo segue um padrão feito há anos ou décadas atrás por alguém que pensou, lutou por um ideal e montou um determinado ritual, originando a tradição.

Em nome da tradição, muitos não discutem ou questionam se o que está sendo feito, precisa ou não ser alterado, ser adaptado, ou mesmo ser excluído. Aliás, questionar uma tradição se tornou um pecado digno de ir diretamente ao fogo da inquisição.

O sacerdote que lá atrás desbravou tudo e criou aquilo que hoje é tradicional num terreiro, fez com base naquilo que valia para sua época, baseado em seu conhecimento e acesso que possuía a informação e sobretudo pelo que os guias informavam. Ele não estava errado.

Se hoje, com internet e acesso livre a tudo, encontramos dificuldades em obter informações sobre rituais e fundamentos da Umbanda, imagine isso décadas atrás. O sacerdote tinha de buscar informações com aquilo que existia e estava disponível, com aqueles que já faziam algo semelhante em outros movimentos africanos e indígenas.

Se em um Candomblé imolavam-se animais em ritual e, aparentemente, funcionava o tal axé animal, também poderia dar certo na Umbanda. Muitas vezes, mesmo sem saber pra que servia o axé animal, entrava pra "lista" de rituais do terreiro o sacrifício.

Os que vieram depois já encontraram o terreiro com seus rituais e, por comodidade ou por idolatria àquele que iniciou, não questionaram a validade e veracidade de cada fundamento. Ai foi criado a tradição inquebrável e inquestionável.

Mas, pior do que a ociosidade de se sentar no trono de um lugar que não se pode mudar nada, é aquele que se acha no direito de apontar o dedo na cara de um sacerdote de outro terreiro - que questiona, estuda, buscando novos conhecimentos e caminhando lado a lado com a Umbanda evolucionista – acusando a tudo e todos de detratores, hereges e outros adjetivos chulos que buscaram em outras religiões.

Então a tradição está diretamente ligada à frase inicial "se deu certo até agora, continua fazendo assim", e agora dá pra perceber que não se aplica essa frase para a Umbanda, ou pelo menos não se aplica na Umbanda que evolui juntamente com os homens.

Não estou dizendo ou afirmando que os terreiros tradicionais estão errados! Pelo contrário, graças aos terreiros tradicionais que surgiram outros grandes terreiros com seus excelentes sacerdotes, que se basearam nos rituais dos primeiros para construir os seus. Foi graças aos primeiros sacerdotes de terreiros tradicionais que a Umbanda plantou suas primeiras sementes e ajudou a germinar uma geração de sacerdotes pesquisadores e escritores. Temos excelentes sacerdotes dentro de alguns terreiros tradicionais, trabalhando, estudando e lutando pela evolução da Umbanda. O grande problema está naqueles que não querem mudar ou aceitar as mudanças em nome de uma tradição. Estão errados aqueles que se julgam detentores do conhecimento enclausurado no próprio altar. Errados aqueles que querem morrer com o conhecimento sem querer compartilhar com ninguém.

Se não fosse assim, ainda teríamos brigas e discussões acaloradas sobre sacrifício humano, que alguém, algum dia, já fez. E se não faz nenhum sentido matar uma pessoa em nome da religião - como ainda matam em alguns países - não faz o menor sentido falarmos de axé de sangue animal.

Que axé o terreiro terá com a dor e o sofrimento de um ser vivo?

Se há dúvidas sobre isso vamos pensar da seguinte forma: o plano espiritual trabalha juntamente com o plano material para construir e manter as energias que circulam no terreiro durante uma gira e assim, contemplar o maior número de pessoas, encarnadas e desencarnadas, possível.

Há aqueles membros da corrente mediúnica que evitaram brigas, discussões, fumo, bebidas e outras coisas que possam prejudicar o dia da gira, justamente para evitar variações e dificuldades no nível de energia na gira.

Com tudo certo, os guias trabalhando e os médiuns fazendo sua parte, o trabalho corre bem. Nisso entra uma pessoa com um animal amarrado, visivelmente amedrontado com aquela balburdia toda. A energia do animal está totalmente alterada, o nível vibratório da gira começa a se alterar. Algumas pessoas disfarçam, mas se comovem com a cena, baixando ainda mais o nível de energia. Os guias precisam se esforçar mais ainda pra aumentar o nível. Começa o corte. O animal injeta em todo seu corpo uma energia densa de tensão, terror e morte. Agora alguns guias têm de trabalhar para ajudar na "passagem" do animal para o plano espiritual. A energia da gira está completamente alterada.

Com essa macabra descrição, acho que não é necessário discutir a eficácia do axé do sangue animal.

Há outros rituais ou ideologias que ainda insistem em permanecer em alguns terreiros, mas nada se compara ao sacrifício.

Algumas pessoas questionam, por exemplo, se um preto-velho sabe usar um isqueiro, se sabe o que é um carro, se conhece um computador, e outras tantas coisas que foram descobertas ou desenvolvidas após o fim da escravidão.

São várias as incoerências e contradições.

Só os encarnados evoluem? O espírito fica no plano espiritual estagnado até poder reencarnar? O plano espiritual desconhece o que acontece com o plano material?

Como o preto-velho não sabe usar um isqueiro mas sabe que o consulente vai conseguir um emprego? Desconhece a criação e existência dos carros, mas entende que o consulente pode se deslocar rapidamente de uma cidade a outra em caso de emergência? E por ai vai.

É difícil quebrar algumas ideologias que estão enraizadas no fundo da alma, mas o caminho para cortar as amarras é o questionamento. Não aceitar as coisas que te dizem e te ensinam abaixando a cabeça e agradecendo sem saber pelo quê, mas ouvir com atenção, procurar entender e encaixar isso no ritual e, questionar se faz ou não sentido.

Não há heresia nisso! Não existe pecado! Deus não vai aniquilar sua vida se não concordar com o que está sendo questionado. No máximo, alguém não gostará de seu questionamento, mas nesse ponto, se essa pessoa não souber responder, alguém saberá, e se alguma porta se fechar por causa disso, outras abrirão.

Quem caminha na estrada da Umbanda questionando tudo o que vê, planta sementes de conhecimento para os que vierem atrás colher os frutos da sabedoria.

Pode até ter dado certo até agora, mas não custa nada questionar pra ver se pode melhorar!

Newton Carlos Marcellino



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