Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

02/11/2012

Posturas e Gestos Ritualísticos na Umbanda

Gesto com as mãos


A comunicação não verbal do corpo humano inclui gestos e atos corporais que, de modo característico, expressam sentimentos, emoções e posicionamentos que demonstram a natureza interna do indivíduo, exprimem sua realidade sem as barreiras da censura e o libera na sua relação com o mundo que o cerca. "O corpo fala" é expressão decisiva no estudo da psicologia, porque aliada à comunicação verbal, ou mesmo sem ela, é poderosa ferramenta para a leitura do inconsciente e para o entendimento de diversos distúrbios psicossomáticos.

É importante que o umbandista perceba a riqueza da linguagem não verbal presente nos atos litúrgicos da religião que professa, o corpo que exprime o sentimento em um gesto por vezes vale mais do que muitas palavras. Quando não se conhece o fundamento existente nos rituais, pode-se ter a falsa ideia de uma repetição mecânica e desnecessária. Importante se faz conhecer para aquisição da fé racionalizada e para desmistificar conceitos e preconceitos indevidos sobre a nossa Umbanda.

O gesto ritualístico é a comunicação não verbal com o Divino e com o transcendente, que expressa a fé, o respeito e a humildade diante do Sagrado, na consciência de que existem forças superiores no universo das quais somos apenas centelhas e, a nível de Terreiro, somos apenas um instrumento para que as energias sublimes se manifestem.

Citamos, a seguir, algumas posturas e gestos em rituais praticados nos Terreiros de Umbanda, que são fundamentos da Umbanda e que podem variar em formas, mas cuja essência e significado são os mesmos:


Saudações ao Entrar e Sair do Templo

Ao entrar no Terreiro deve-se ter respeito por estar adentrando local sagrado, deve-se saudar os assentamentos de forças ali existentes, começando pela Tronqueira que é o ponto de força dos Exus Guardiões, geralmente toca-se o chão três vezes e mentaliza-se "Laroyê Exus, Exus é Mojubar, deem-me licença!" Logo após, deve-se saudar o Congá, que é o local de maior concentração de energias e o ponto central de onde emanam fluidos necessário à realização dos trabalhos dentro da Lei de Umbanda. Para saudar o Congá, levanta-se as duas mãos com as palmas em sua direção e mentaliza-se: "Salve Pai Oxalá, todos os Orixás e todos os trabalhadores de Umbanda, sua licença e proteção!"

Ao sair do Terreiro, faz-se as mesmas saudações acima sendo que em sentido contrário: primeiro o Congá e por último a Tronqueira dos Guardiões, neste momento deve-se agradecer a acolhida espiritual da Casa e pedir licença para se retirar.


O Ato de Bater Cabeça

O ato de bater cabeça é um momento de respeito e de entrega, é o momento da sintonia do nosso eu interior com o Sagrado. É um ato que demonstra o reconhecimento da força superior que nos envolve, do respeito e submissão a esta força que nos rege através da fé, é o momento dos pedidos e dos agradecimentos, da oração através do sentimento sublime que é o amor. Bate-se cabeça deitando-se e levando a testa ao solo, em sinal de respeito e de saudação aos Orixás, Guias e Sacerdotes.


O Ato de Tomar a Benção

O pedido de benção ao pai/mãe de santo é uma saudação e uma demonstração de respeito e confiança à hierarquia que irá nos conduzir e nos orientar na doutrina, nos repassar conhecimentos, se responsabilizando diante dos Orixás pelo nosso desenvolvimento espiritual. Tomar a benção ao Sacerdote remete ao pedido de benção a toda a espiritualidade que o assiste. Entende-se por pai/mãe de santo aquele que acolhe, orienta e zela pela vida espiritual dos filhos, a benção é sinal de reconhecimento destes atributos e o seu gesto é beijar a mão do seu pai/mãe espiritual e levá-la à testa iniciando o sinal da cruz.


O Ato de Ajoelhar-se

O ato de ajoelhar-se é também sinal de respeito e reverência presente na maioria das religiões, é um ritual que faz parte do inconsciente coletivo, entenda-se por este o saber incondicional, por exemplo, ninguém aprende a ideia de ser mãe, ou do que é o amor, ou do que é Deus, simplesmente sabe-se, é inerente ao ser humano. Ajoelhar é louvar, pedir e também agradecer, ato de submissão, humildade, reconhecimento e fé. No Terreiro, deve-se ajoelhar diante das forças ali assentadas, quer na sua representação material, ou na representação do seu sacerdote incorporado com os Orixás e Guias que o assistem.


Saudações aos Orixás e Guias

As forças espirituais de um Terreiro, na representação dos seus Orixás e Guias, devem ser reverenciadas por meio de saudações individuais, com a linguagem falada e com o gesto corporal. A seguir apresentamos tabela com as saudações inerentes a cada Orixá e Guia:


Orixás / Guias

Saudação

Gesto Ritualístico

Pai Oxalá

Epa Babá!

Unir palmas das mãos em postura de prece.

Nanã

Saluba Nanã!

Movimento circular das mãos (palmas para cima), imitando puxar as águas do lago para si.

Iansã

Eparrey!

Com as palmas das mãos para cima, imita puxar o ar para si e, em seguida, imita levantar duas espadas com as mãos.

Omulu

Atotô Ajuberô!

Bate no chão três vezes e faz o sinal da cruz.

Ogum

Pata Kori, Ogum! Ogunhê!

Aperta as duas mãos, de um lado e do outro.

Oxum

Orayeyêo!

Movimento circular das mãos (palmas para cima), imitando puxar as águas do rio para si.

Xangô

Kawo Kabiesilê!

Juntar as mãos fechadas, imitando segurar o cabo da machada e levantar lentamente.

Iemanjá

Odôyá! Odôfiaba! Odôcy Yabá!

Movimento circular das mãos (palmas para cima), imitando puxar as águas do mar para si.

Oxossi

Oke Arô!

Unir os dedos das mãos imitando flechas, levantar para o alto e cruzar no peito.

Caboclos

 

Boiadeiros

Okê Caboclo!

 

Xêtro Marrumbaxêtro! Getruá!

Idem Oxossi

 

Imita girar o laço no alto.

Pretos Velhos

Adorei as Almas!

Estalar os dedos em direção ao chão e em forma de cruz, depois fazer o sinal da cruz no chão.

Ibejis

Onibeijada!

Bater palmas.

Povo do Oriente

Salve o Povo do Oriente!

Idem Pai Oxalá.

Povo Cigano

Optchá!

Com as mãos para cima e para o lado, bate palmas duas vezes.

Marinheiros

Salve os Marinheiros! A Marujada!

Imita o levantar de uma âncora.

Mestres Juremeiros – Reis Malunguinho

Sobô Nirê Reis Malunguinho!

Leva ao peito os braços em forma de X.

Exus

Laroyê Exu! Exu é Mojubá!

Une as laterais das mãos, indicador com indicador, apontando os dedos para o chão.

 

Vale ressaltar, que é fundamental e imprescindível que as posturas e os gestos no ritual de Umbanda sejam acompanhados pelo sentimento de fé e amor e que não basta reverenciar, mas sim se tornar merecedor do axé, adotando posturas de ideais elevados dentro e fora do Terreiro.


Do livro Umbanda Luz e Caridade - Ednay Melo


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22/10/2012

Datas Festivas, Sincretismos e Saudações na Umbanda


Imagem Iemanjá e Nossa Senhora

Oxalá 
25 de dezembro
Sincretismo: Jesus Cristo
Saudação: Epa Babá! ("Salve a honrosa presença do Pai")

Omulu 
16 de agosto
Sincretismo: São Roque
Saudação: Atotô! ("Silêncio! O senhor está em terra!")

Oxossi 
20 de janeiro
Sincretismo: São Sebastião
Okê arô! ("Salve o brado do caboclo!")

Oxum 
16 de julho 
Sincretismo: Nossa Senhora do Carmo 
Saudação: Orayeyêo! ("Salve benevolente mãezinha!")

Ogum 
23 de abril 
Sincretismo: São Jorge 
Pata kori Ogum, ou ainda, Ogunhê! ("Salve o supremo da minha cabeça!")

Iemanjá 
08 de dezembro 
Sincretismo: Nossa Senhora da Conceição 
Saudação: Odôyá / Odôfiaba / Odôcy Yabá ("Salve a grande mãe!")

Xangô 
24 de junho 
Sincretismo: São João 
Saudação: Kawô Kabiesilê! ("Salve o Rei! Sr. de Oyó!")

Iansã 
04 de dezembro 
Sincretismo: Santa Bárbara 
Saudação: Eparrey ("Aquela que corta com o raio!")

Ibeji 
Dia 27 de setembro 
Sincretismo: São Cosme e Damião 
Saudação: Oni Beijada, ou ainda, Beji, Beijada! 
Ele é dois! 

Nanã 
26 de julho 
Sincretismo: Santa Ana 
Saudação: Saluba Nanã! ("Salve a soberana das águas!")

Preto Velho 
13 de maio 
Não há sincretismo. 
Saudação: Adorei as Almas! 

Caboclo 
20 de janeiro (dia de Oxossi) 
Não há sincretismo 
Saudação: Okê, Caboclo! 
"Salve o Caboclo" 

Exu 
24 de agosto 
Não há sincretismo 
Saudação: Laroyê Exu, ou ainda, Exu é mojubá! 
"Meu respeito ao Grande Mensageiro!" 

Ciganos 
24 de maio 
Não há sincretismo 
Saudação: Arriba (acima) e optchá (salve)


Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca


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18/10/2012

O Médium Folgado


O Médium Folgado

Médium folgado aparece de vez em quando.

É o último a chegar e o primeiro a ir embora. Sempre com uma boa desculpa na ponta da língua. Chega no templo, troca de roupa, põe a fofoca em dia e vai para corrente.

Corpo físico e vaidade presentes, espírito e caridade ausentes.

Bate a cabeça diante do congá, mas a sua cabeça está em outro lugar... repete mecanicamente os pontos cantados feito robô ou papagaio, sem sentir a emoção sagrada que abre os portais do coração para as dimensões superiores da vida.

Durante os trabalhos, confunde as sábias intuições do Guia (que por um extremo de compaixão AINDA o acompanha, sabe Deus até quando...) com o lixo venenoso de seu subconsciente.

Resultado:
Passes energéticos precários, consultas e conselhos estúpidos... coitados dos consulentes!

Trabalho extra para os trabalhadores invisíveis da casa. Coitados também dos outros médiuns, esses sérios e responsáveis, que são obrigados a triplicar sua doação de energia na sustentação da corrente para compensar a negligência do médium folgado, insensato e leviano.

Terminada a sessão de atendimento, lá vai o médium para o vestiário se trocar rapidinho.

Varrer o chão do terreiro? Tirar o lixo dos banheiros? Ajudar os demais companheiros? Acertar as mensalidades em atraso?

Que nada! " Tem um montão de médium aí à toa para cuidar disso. Melhor sair de fininho, pois tenho outro compromisso!".

Ao sair para rua, sente uma coisa estranha: um peso desagradável nos ombros acompanhado de súbita confusão mental, uma sensação de vazio interior indefinível... lá vai o médium folgado arrastando atrás de si feito um imã humano vários " kiumbas folgados" barrados na triagem vibratória feita pelos guardiões astrais na "porteira" do templo.

Todos eles pegando carona em seu campo áurico totalmente desequilibrado e "folgado".

"Punição divina?" "Castigo de Orixá?"

Bobagem, meus caros!

É apenas aplicação pura e simples da Lei. Neste caso, a Lei das afinidades. Ao contrário do "médium folgado" e seus colegas astrais igualmente folgados, a Lei não folga.

A Lei não dorme. "Cada um recebe o que merece. E merece o que recebe"...

Não está longe o dia em que o médium folgado sairá deste templo de Umbanda falando mal de seu dirigente, do corpo mediúnico, dos consulentes, dos guias e protetores que lhe deram amorosa acolhida e oportunidade de serviço regenerador... ele logo partirá em busca de outro lugar, crença ou distração que lhe forneça apenas os benefícios passageiros do "entretenimento" em vez dos benefícios permanentes do "comprometimento".

Mensagem do Sr. Exú Marabô recebida pelo médium Vanderlei Alves




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17/10/2012

Cristais

Cristais


Os Orixás e os Cristais

Sabemos da importância dos elementos da natureza para trazer a energia de um Orixá até nós. Cultuar um Orixá é estar em contato com a própria natureza e reverenciá-la. Um dos elementos que podemos utilizar para atrairmos determinadas energias, ou padrões vibratórios específicos de cada Orixá, são os Cristais.

Sua vibração possui frequência magnética e também um eixo energético, capaz de atrair, canalizar energias e concentrá-las. Cada pedra possui uma ligação vibratória com cada um destes campos. Um cristal é capaz de atuar em várias dimensões de existência, a cada um de nossos amados Orixás.

Como se pudéssemos trazer para junto de nós um canal da energia de Ogum, outro da energia de Iansã, e assim por diante, através de uma pedra. Portanto, os Cristais são pequenos presentes que recebemos da Mãe Natureza, que nos ensinam, nos acolhem e nos direcionam. Muito se avançou nos estudos destes elementos, que sempre foram parte integrante de vários sistemas religiosos em todos os tempos. Mas desde as pesquisas dos alquimistas, na Idade Média, foi possível começar a comprovar cientificamente a eficácia energética de sua atuação. E não se parou desde então, as comprovações daquilo que nossos Caboclos e Pretos Velhos já falam há muito. Seu efeito terapêutico navega por várias nuanças dos efeitos físicos do desequilíbrio energético.

Tratamos com Cristais não só o corpo físico, mas também todas as camadas áuricas, e principalmente os Chakras e o fluxo energético do corpo que corre entre eles. São 7 Chakras principais e muitos outros periféricos, que quando em desequilíbrio, podem ser a razão dos mais diversos problemas físicos, mentais, emocionais e espirituais. Mas temos muito mais a descobrir.

Na Umbanda, as entidades que dominam este conhecimento, podem trazer uma infinidade de informações, tanto no aspecto da cura, como a Atuação Mágica destes elementos tão vitais. Um Cristal é capaz de canalizar, conter, expandir a Luz Espiritual. Suas aplicações são infinitas .





Magnetita

Orixá Ogum – Utilizamos os metais ou pedras metálicas para defesa como: Magnetita, Hematita. Já para o outro papel que Ogum exerce que é o direcionamento, podemos utilizar a Sodalita, que contém em si este potencial.





Orixá Oxossi – Utilizamos as pedras verdes, mas em especial a Esmeralda, podemos usar o Quartzo Verde ou Amazonita, a que possui todos os poderes que abrangem a fartura, o equilíbrio mental e de consciência, a constância e o trabalho, mas principalmente a magia.





Quartzo Rosa

Orixá Oxum - A energia da riqueza pode ser canalizada através da Pirita e do Citrino, já a energia do Amor pode ser canalizada pelo Quartzo Rosa, Rodocrasita e também a Lepdolita. 





Metal Cobre em Artefatos

Orixá Iansã – Para esta energia utilizamos o Metal Cobre em artefatos, ou podemos nos beneficiar também da energia do Citrino





Jaspe Marrom

Orixá Xangô – Utilizamos a energia do Rubi , que é entre outras coisas, canal da Justiça Divina. Podemos usar o Jaspe Marrom ou Mogno.







Ametista

Orixá Obaluayê – Poderosas energias de cura possuem as Ametistas, inclusive para tratar problemas de pele. O Quartzo Fumê também pode ser usado.

Para Nanã Buruquê - A Ametista por ser uma pedra de sabedoria e compreensão e que oferece confiança e paz . Transporta a energia transmutadora do raio violeta.






Água Marinha

Orixá Iemanjá – Podemos utilizar a sua principal pedra que é a Água Marinha, pois sua atuação é muito intensa, trazendo calma, paz interior, aproximando as entidades protetoras e limpando o emocional, o mental e o físico de energias nocivas. Mas a nobre pedra de Iemanjá é a Safira.




Cristal Branco

Orixá Oxalá – A Oxalá pertencem as pedras brancas, mas em especial o Cristal Branco que simboliza a Fé, a Harmonia, a Purificação.





Ônix

Orixá Omulú – Para canalizar sua energia usamos Ônix ou Obsidiana, para favorecer a luz a tudo o que está no meio da escuridão.




Turmalina Preta

Exu – Em geral as pedras pretas, que possuem a capacidade de lidar com energias mais densas e pesadas. A Turmalina Preta é capaz de Transformar a energia negativa e dissolvê-la, nem que para isso ela se desfaça e vire pó. Sinal que cumpriu sua missão.




Os Elementais e os Cristais


Você tem cristais? Você sabia que seus cristais têm elementais aí mesmo dentro de sua casa? O que são elementais? São seres construtores da natureza e onde quer que seja, linda e exuberante natureza, eles estarão lá!

Esses seres são os responsáveis pela “vida”, pela “renovação”, pela “construção” de tudo o que há na natureza, portanto, estão ligados à energia dos cristais também. Embora muitos acreditem que apenas os gnomos, por serem os elementais da terra, têm a ver com os cristais, isto não é bem a verdade... Temos cristais ligados a todas as esferas elementais, pois eles também se conectam aos elementos, ou seja, trazem a energia dos elementos. Embora sejam variações das dimensões cristalinas, estes elementais se apresentam com suas formas originais, mesclados com seu poder cristalino.




Salamandra

Poderia dizer que as Pedras Vermelhas e Vermelho-escuro meio amarronzado, por exemplo, estão ligadas aos elementais do FOGO, as Salamandras. Elas possuem uma energia ligada à transmutação de padrões negativos que se opõem ao fogo da vida, podendo assim fazer bem a parte de energização, vitalidade, coragem, decisão.



Ondinas

As Pedras Azuis, principalmente as que possuem transparência, estão ligadas à energia do elemento ÁGUA e, portanto, aos seus elementais Ondinas, que são capazes de trazer leveza, acalmar, aliviar dores dalma e trabalhar a energia da fertilidade e fecundação. Também pertencem a esta energia as Pedras Multicoloridas que refletem cores como a Labradorita, por exemplo, e também as Amarelo mais claro.




Silfos

As Pedras Lilás bem claro e as Pedras Brancas são ligadas ao elemento AR, capazes de nos remeter às mais elevadas esferas da espiritualidade, de maneira muito sutil e calma. Os elementais ligados a elas são os Silfos, Fadas, Ninfas e também os Anjos. Trazem a paz interior, a calma, a certeza inabalável da continuidade através da eternidade, da fé.





Gnomo

Na energia da TERRA temos os Gnomos, trabalhando intensamente pela flora. As Pedras Verdes, as Pretas, as Roxas, as Índigo e as Amarelas são a morada dos Gnomos nos cristais. Temos nas verdes a ação equilibradora, criativa que traz a saúde. Nas pretas temos as transformações de energias pesadas e densas. Nas Roxas, transformações profundas. Nas pedras Índigo, direcionamento mental, introspecção. Nas Amarelas, criatividade, prosperidade, expansão e crescimento.

Os Cristais Fanton possuem cidades ou comunidades de elementais que podem ser de elementos múltiplos. São capazes de realizar grandes energizações ou mesmo ajudar pessoas a se recuperarem de prolongados períodos de doenças.

Agora que você sabe disso, não maltrate sua pedra colocando-a no fogo, por exemplo, ou em banhos fervidos, lembre-se que o estado natural de uma pedra é à temperatura ambiente. Não faça rituais que envolvam a queima de cristais ou de qualquer outro tipo de pedra, pois você atua principalmente sobre os elementais, prejudicando-os. Cuidar bem de um cristal é cuidar bem do canal da energia que pode trazer muito benefício em sua vida, portanto, lembre-se que mais do que uma simples “pedrinha”, um cristal é a morada dos elementais.

Por Angelica Lisanty








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15/10/2012

O Mito: Homem e Entidade Feminina


O Mito: Homem e Entidade Feminina


Um dos grandes mitos dentro de nossa religião é que homem “não pode“ incorporar entidades femininas. Este é o conceito ultrapassado de uma visão machista e, infelizmente, nos dias de hoje alguns terreiros ainda tem essa visão.

Alguns, dos mais antigos, que ainda estão dentro do meio religioso e não acompanharam o processo de evolução cultural da religião, dirão: “é, realmente não podemos”; outros que estão de fora podem até dizer: “nossa, nunca ouvi falar nisso”; e os mais esclarecidos com certeza dirão: “que absurdo, não tem problema algum”. Com a opinião deste último grupo, acabamos de gerar um certo desconforto ou até mesmo uma briga, dependendo da estrutura em que o terreiro foi criado.

Vamos fazer uma pausa e inverter nosso cenário. Será que uma mulher não pode receber ou incorporar uma entidade de potencialidade masculina? Seguindo o raciocínio, será que ela não sofreria as mesmas “consequências”/ “ações” ou então a mesma “mudança” do homem?

Então uma mulher jamais poderá receber, por exemplo, um Exu? A mulher que receber Exu perderá a sua feminilidade? NÃO, CLARO QUE NÃO!

Por que a mulher pode incorporar um Exu e um homem não pode incorporar uma Pombagira ou qualquer força de potencialidade feminina?

Estamos falando de uma força, de uma potência, de uma estrutura energética que vem ajudar, agregar, ceder um potencial energético para realizações e não para trabalhar as SUAS escolhas ou opções sexuais. Não podemos confundir esta potencialidade energética com a nossa estrutura humana, com os nossos desejos ou vontades (carnais/materiais).

Quantas mulheres nós vemos nos terreiros recebendo Exu, Caboclo, Preto velho, etc, e quando terminam o seu trabalho “retomam seu corpo”, e continuam sendo a mesma pessoa de antes do início do trabalho espiritual? Elas continuam sendo a mesma mãe, esposa, tia, avó, etc., inúmeros são os casos que vemos nos terreiros.

AGORA, POR QUE COM O HOMEM SERIA DIFERENTE?

Se um homem receber uma Pombagira, uma Preta Velha, uma Cabocla, etc, ele deixará de ser o homem que sempre foi? NÃO, mil vezes NÃO! Essa é uma visão machista, recheada de falta de conhecimento.

Vivemos numa sociedade onde a figura do Homem é a aparência braba, semblante rude, gestos quadrados, cujas manifestações devem ser de pura brutalidade. ai, se essa figura apresenta uma manifestação mais “delicada” com gestos e, em alguns casos, formas mais “sutis”, recebe um rótulo pejorativo num pré-julgamento baseado simplesmente em sua apresentação, ou pela manifestação da força desta entidade feminina.

Agora, os memsos que acusam, apontam, criticam, ficam dando risadinhas, são os mesmos que quando chegam a casa, sentem-se o “dono do mundo”, onde podem tudo, em alguns casos inclusive, chegar em casa bêbados, maltratar mulher e filhos, achar que tem o direito ou até mesmo o dever de ter várias mulheres. Em resumo, são os chamados de “machões” dentro da sociedade, sentido-se o “dono” ou o “senhor da força”.

Pergunte para a sua Pombagira quem são os machões para ela? Com certeza uma terá resposta muito parecida com esta:

“Os machões para nós? São aqueles que tem a valentia de dizer a verdade sempre, de olhar dentro dos nossos olhos e assumir quem somos e como somos, de aceitar nossos defeitos e parabenizar nossas qualidades, nos dar condições e permissões para executarmos nosso trabalho da melhor forma possível. Estes são os verdadeiros machões para nós, em resumo, aqueles que nos respeitam”.

Após considerar tudo isso que foi dito aqui, permita-se a partir de agora, a pelo menos uma vez, dar passagem em sua vida às forças das entidades femininas SEM MEDO ou PRECONCEITO.

Deixe que a força das Entidades de Magnetismo feminino percorra sua aura, seu envoltório espiritual e até mesmo carnal. Deixe que a leveza, a serenidade e a doçura façam parte de você. Sinta as sensações desta força, veja o quanto poderá ser beneficiado, muitas vezes pela paz, pela serenidade, pelo desejo (de vencer, crescer, progredir, erguer-se, etc.), pois todos estes sentimentos são característicos daquelas que estão ao nosso lado.

Se fomos gerados e concebidos por mulheres, por que rejeitamos a nossa geração?

Na próxima manifestação de Pombagira, Preta Velha, Cabocla, Baiana, Mães Orixás, etc., permita que esta força passe por seu corpo e você verá que viveu um bom tempo de sua vida rejeitando 50% de uma potência espiritual.

Usamos apenas o que chamamos de “Força”, mas nem tudo é conquistado assim, há muitas conquistas que só conseguimos alcançar usando o “Jeitinho”.

Se antes você se sentia incompleto e não sabia por que, após estas incorporações e manifestações entenderá o que estava lhe faltando. Porém, a partir daí você estará trabalhando com 100% de um potência espiritual, e somará à “Força” que a estrutura masculina carrega, a “Vontade”, e o “Desejo”, que a força feminina tem, fazendo assim acontecer e realizar as coisas em suas vidas.

Lembre-se que o único ser capaz de conceber ou gerar é do sexo feminino. Ao rejeitar esta força em sua vida estará rejeitando as possibilidades de “Geração” de tudo que lhe cerca.

Nem tudo em nossas vidas é conquistado na base da “Força” ou da “Brutalidade” (característica passada ao longo do tempo para o sexo masculino), às vezes um pouco da “doçura feminina” ou o famoso “Jeitinho”, serão capazes de lhe dar maiores resultados e conquistas.

Danilo Lopes





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10/10/2012

Obsessão


Obsessão


Obsessão: A dupla face de um flagelo

A patologia espiritual induzida pelos seres desencarnados recebe, no Espiritismo, a denominação generalizada de obsessão.

Allan Kardec, analisando-a na prática, identificou a verdadeira causa do mal e descreveu os mecanismos sutis da ação deletéria patrocinada pelo obsessor. Apesar da expressiva sintomatologia de alguns casos, para surpresa de muitos, a enfermidade não decorre da ação patogênica de nenhum vírus desconhecido, mas de um agente etiológico jamais imaginado pela Ciência, embora, largamente disseminado na crosta planetária, - o próprio homem - . Este agente é sem dúvida, um vetor de reconhecida virulência e de comportamento mutável, por ser dotado de inteligência, sentimento e vontade própria, o que lhe confere, em última análise, ampla possibilidade de ação para o bem e para o mal.

Aproveitando-se do estado de invisibilidade, o espírito desencarnado menos esclarecido, exerce a sua ação deletéria, manipulando energias fluídicas de teor densificado, extremamente prejudiciais àqueles a quem jurou vingança.

A obsessão espiritual, quando visualizada pela ótica espírita, se constitui em um dos mais antigos flagelos da humanidade, prolongando-se pelos raios de ação. Investigando-se a causa do mal, chegou-se a uma interessante conclusão: o problema é de natureza moral e engloba, na maioria das vezes, a participação culposa de ambos os personagens enredados na inditosa trama.


Vige no contexto doutrinário a seguinte postura filosófica: enquanto o homem alimentar sentimentos de ambição, ódio e vingança, a obsessáo espiritual existirá por muito tempo ainda.


Os vínculos de sintonia entre a vítima e o agressor se estreitam, na proporção direta do envolvimento emocional entre as partes, já que as deficiências morais, quase sempre, estão presentes, bilateralmente, levando-se em conta que a vítima de hoje foi o algoz do pretérito. Por isso, a consideramos um flagelo de face dupla, identificado pela semelhança de malefícios.


A dívida moral é considerada o mais importante fator predisponente da obsessão, por conta das brechas cármicas que se desenvolvem a partir da consciência culpada. Além do mais, o mal praticado contra o semelhante não só extingue junto com a dor da vítima; ele permanece vibrando em torno da psicosfera individual, constituindo-se uma espécie de morbo fluídico que, aos poucos, se enraiza na tela eletromagnética do perispírito, originando focos de baixa resistência espiritual, por onde os obsessores costumam injetar, com facilidade, os seus fluidos deletérios. Por isso, é uma ilusão pensar-se que o mal feito às escondidas, por não contar com testemunhas, nos isente dos processos retificadores.


O mecanismo psíquico, no seu complexo dinamismo, registra, na intimidade da tela consciencial, toda atitude contrária às Leis Morais da Vida, nos expondo às exigências do Princípio da Ação e Reaçao. O ato obsessivo é uma contingência decorrente da própria miséria humana, a qual predispõe o infrator ao assédio espiritual dos inimigos e vítimas de outrora. Por isso, quando em reunião específica de desobsessão, escutamos esses pobres espíritos, tão vingativos, clamarem por justiça, imaginamos o quanto de ódio lhes oblitera o raciocínio, a ponto de não se aperceberem tanto ou mais comprometidos que as suas pretensas vítimas.


A obsessão é constrangimento fluídico a comprometer o patrimônio mento-afetivo ou orgânico da criatura enfraquecido em suas defesas espirituais e, por isso mesmo, tão necessitada quanto o próprio obsessor, da terapêutica do perdão, única alternativa de cura definitiva para ambos.


Subjugação


Manoel Philomeno de Miranda (espírito)


Etapa grave no curso das obsessões, caracterizada pela perda do discernimento e da emoção, o estágio da subjugação representa o clímax do processo ultriz que o adversário desencarnado impõe à sua vítima, em torpe tentativa de aniquilar-lhe a existência física.


A perfeita afinidade moral entre aqueles que experimentam a pugna infeliz, traduz o primarismo evolutivo em que desenvolvem os sentimentos, razão pela qual acoplam-se, perispírito a perispírito, impondo o algoz a vontade dominadora sobre quem lhe padece a ferocidade, por cujo doloroso meio lapida as arestas remanescentes dos crimes perpetrados anteriormente.


A subjugação é o predomínio da vontade do desencarnado sobre aquele que se lhe torna vítima, exaurindo-lhe as energias e destrambelhando-lhe os equipamentos da aparelhagem mental.


Noutras vezes, a irradiação mental perniciosa que lhe é descarregada com pertinácia, alcança-lhe a sede dos movimentos ou o núcleo perispiritual das células, provocando desconcertos que se transformam em paralisias, paresias e distúrbios degenerativos outros de variada etiopatogenia.


O perseguidor enceguecido pelo ódio ou vitimado pelas paixões inferiores longamente acalentadas, irradia forças morbíficas que o psiquismo daquele que lhe infligiu a amargura assimila por identidade vibratória e se torna decodificada no organismo, produzindo os objetivos anelados pelo obsessor.


Em ordem inversa, a onda de amor e de prece, de envolvimento caridoso e fraternal, termina por encontrar receptividade tão logo o paciente se deixe sensibilizar, transformando-a em harmonia e saúde, bem estar e paz.


Todos os fenômenos ocorrem no campo das equivalentes sintonias, sem as quais são irrealizáveis.


Desse modo, a violência registrada nas agressões para a subjugação, somente encontra ressonância por causa da afinidade entre aqueles que se encontram incursos no embate.


Normalmente o processo é lento e persuasivo, provocando danos que se prolongam no tempo, enquanto são minadas as forças defensivas para o tombo irrefragável nas malhas da pertinaz enfermidade espiritual.


O processo cruel da obsessão de qualquer matiz tem suas raízes sempre na conduta moral infeliz das criaturas pelo cultivar da sua inferioridade em contraposição aos apelos elevados da vida, que ruma para a Suprema Vida.


Enquanto permaneçam os Espíritos afeiçoados às heranças do estágio primitivo, mantendo o egotismo exacerbado, graças ao qual humilha e persegue, trai e escraviza, explora e infunde pavor ao seu irmão, permanecerá aberto o campo psíquico para as vinculações obsessivas.


Somente uma radical transformação de conceito ético entre os homens terrestres é que os mesmos disporão de recursos seguros para se prevenirem obsessões.


No entanto, porque vicejem os propósitos inferiores em predomínio em a natureza humana, sucedem-se as complexas parasitoses obsessivas.


Agravada pela alucinação do perseguidor, a subjugação encarcera na mesma jaula aquele que a fomenta.


Emaranhando-se nos fulcros perispirituais do encarnado, termina por fixar-se-lhe emocionalmente, permanecendo presa da armadilha que urdiu.


A subjugação é perversa maquinação do ódio, da necessidade de desforço a que se escravizam os Espíritos dementados pela falta de paz.


Cultivando os sentimentos primários e encerrando a mente nos objetivos da vingança cerram-se na sombra da ignorância, perdendo o contato com a razão e a Divindade, enquanto não se permitem a felicidade que acusam de havê-los abandonado.


Ambos desditosos – o subjugado e o subjugador – engalfinhando-se na peleja sem quartel, não se dão conta que somente o amor consegue interrompê-la.


De tratamento muito delicado e complexo, o resultado ditoso depende da renovação espiritual do paciente, na razão em que desperte para a seriedade da conjuntura aflitiva em que se encontra. Simultaneamente, a solidariedade fraternal, envolvendo ambos enfermos em orações e compaixão, esclarecimentos e estímulos para o futuro saudável, conseguem romper o círculo vigoroso de energias destrutivas, abrindo espaço para a ação benéfica, o intercâmbio de esperança e de libertação.


A subjugação desaparecerá da Terra quando o verdadeiro sentimento da palavra amor for vivido e espraiado em todas as direções, conforme Jesus apresentou e vivenciou até o momento da morte, e prosseguindo desde a ressurreição gloriosa até aos nossos dias.


(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, em 28/07/99, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador-BA)



Possessão


Marco Milani


Apesar de naturalmente compreensível para os estudiosos do Espiritismo, pode parecer estranho àqueles que não se aprofundaram adequadamente no tema as seguintes afirmações: Possessão é um fenômeno possível e este não é, invariavelmente, uma obsessão.


Este entendimento requer uma consulta criteriosa à Codificação, pois trata-se de assunto que o próprio Kardec revisou durante sua obra e num ato de verdadeira humildade desenvolveu-o, complementando o sentido que aparentemente havia firmado desde 1857 n'O Livro dos Espíritos (LE). Somente a partir de 1863, na Revista Espírita, o Codificador revê o conceito de possessão, admitindo a sua existência não mais como subjugação, mas em seu sentido exato. Sobre o caso verificado da Srta. Julie (RE - Dez/1863), Kardec expressa-se da seguinte maneira:


"Temos dito que não havia possessos (ver LE-473, por exemplo) no sentido vulgar do vocábulo mas somente subjugados. Voltamos a esta asserção absoluta porque agora nos é demonstrado que pode haver verdadeira possessão, isto é, substituição, posto que parcial, de um Espírito errante a um encarnado."


Somente alguém da nobreza moral e intelectual de Kardec poderia retomar um conceito que ele mesmo propagava como absoluto mas que evidenciou-se, através de fatos comprovados e pelo crivo racional, com diferente acepção. Este é um exemplo do dinamismo da Doutrina, que só pode ocorrer quando validado pela razão e demonstrado irrefutavelmente.


Para melhor diferenciação, devemos conceituar estes termos conforme encontramos n'A Gênese (GEN - Cap XIV - itens 45 a 49):


a) Obsessão é a ação persistente que um mau Espírito exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diferentes, desde a simples influência moral sem sinais exteriores sensíveis até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais.


b) Possessão é a ação que um Espírito exerce sobre um indivíduo encarnado, substituindo-o temporariamente em seu próprio corpo material. Esta ação não é permanente considerando que a união molecular do perispírito ao corpo opera-se somente no momento da concepção.


A diferença no processo de comunicação entre os fenômenos de psicofonia e de possessão também pode ser evidenciada. No primeiro, o Espírito comunicante transmite seus pensamentos ao encarnado e este encarrega-se de retransmitir conforme seus próprios recursos; no segundo caso, é o próprio desencarnado que serve-se (apossa-se) diretamente do corpo material e transmite a sua mensagem (o Espírito encarnado afasta-se mas ainda permanece ligado ao seu envoltório físico).


Esclarecendo objetivamente que a possessão pode ser promovida por um Espírito bom, encontramos (GEN – Cap. XIV – item 48): "A obsessão sempre é o resultado da atuação de um Espírito malfeitor. A possessão pode ser o feito de um bom Espírito que quer falar e, para fazer mais impressão sobre os seus ouvintes, toma emprestado o corpo de um encarnado, que este lhe cede voluntariamente tal como se empresta uma roupa. Isto se faz sem nenhuma perturbação ou incômodo e, durante este tempo, o Espírito se encontra em liberdade como num estado de emancipação e freqüentemente se conserva ao lado de seu substituto para o ouvir."


Obviamente a possessão também pode ocorrer através de um Espírito malfeitor e neste caso caracteriza-se um processo obsessivo. Assim ocorre quando a vítima não possui força moral para resistir à agressão e é obrigada a afastar-se temporariamente de seu corpo (obs: mais uma vez é importante ressaltar que nestes momentos a vítima permanece ligada ao corpo mas sem o seu domínio).


Considerando o presente nível moral da humanidade não é de se estranhar que há muito mais casos de possessões obsessivas do que aquelas com finalidades edificantes.


O Espiritismo, mais uma vez, lança luzes sobre males ainda considerados pelas ciências materialistas como de causa patológica. Não descartando esta possibilidade (anormalidade orgânica) a Doutrina Espírita faz conhecer outras fontes das misérias humanas, mantidas pela fragilidade moral dos seres. Inteligência e Amor são as armas para combater desequilíbrios.


Tratam-se de experiências geralmente individuais (como a da Srta. Julie, citada anteriormente) mas Kardec também relata ocorrências de possessão coletiva (ver RE – 1862/63 – casos em Morzine e Tananarive).


Assim, contribuindo para o real entendimento deste processo, devemos distinguir os fenômenos de possessão e obsessão. A possessão ocorre e pode ser boa ou má; a obsessão sempre é má. Portanto, nem toda possessão é obsessão.



Fascinação – uma advertência de Kardec


Orson Peter Carrara


Estágios da obsessão pedem cuidados


No Discurso que proferiu, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, para o encerramento do ano social de 1858/1859, entre outras preciosas observações que merecem leitura e estudo integral (1) de todos nós, os espíritas da atualidade, está uma rápida abordagem, feita por Kardec, sobre a influência dos espíritos sobre a sociedade humana.


O texto remete ao sempre atual assunto da Obsessão, tão bem desenvolvido em O Livro dos Médiuns (capítulo XXIII, itens 237 a 254), onde podemos estudar os estágios de obsessão simples, fascinação e subjugação.


Em síntese, como coloca Kardec, a obsessão simples é a insistência de um espírito no constrangimento que tenta impor à sua vítima; a fascinação já é o mesmo quadro em estágio de fascinação para o médium que não se crê enganado; a subjugação, por sua vez, é a opressão que paralisa a vontade daquele que a sofre, e o faz agir a seu malgrado.


Sugerimos aos leitores prévia consulta ao capítulo acima citado para ampliar o estudo da questão, pois o objetivo da presente abordagem é trazer aos nossos leitores uma advertência do Codificador no que se refere ao processo de fascinação.


Como citamos, o texto está na fonte acima citada e eis o trecho que destacamos:


"(...) O perigo está no império que os maus espíritos exercem sobre as pessoas, o que não é apenas uma coisa funesta, do ponto de vista dos erros de princípios que aqueles podem propagar, como ainda do ponto de vista dos interesses da vida material. Ensina a experiência que não é impunemente que nos abandonamos ao seu domínio. Porque suas intenções jamais podem ser boas. Uma de suas táticas para alcançar os seus fins é a desunião, pois sabem muito bem que podem facilmente dominar aquele que estiver sem apoio. Assim, o seu primeiro cuidado, quando querem apoderar-se de alguém, é sempre inspirar-lhe a desconfiança e o isolamento, a fim de que ninguém possa desmascará-lo, esclarecendo a vítima com seus conselhos salutares. Uma vez senhores do terreno, podem a vontade fascinar a pessoa com promessas sedutoras, subjugá-la por meio da lisonja às suas inclinações, para o que aproveitam os lados fracos que descobrem a fim de melhor fazê-la sentir, depois, a amargura das decepções, feri-la nas suas afeições, humilhá-la no seu orgulho, e, muitas vezes, não a elevar um instante senão para a precipitar de mais alto (...)".


Observemos com bastante atenção, objetivando estudar o tema, a questão das táticas, da desunião, da tentativa de dominar, da inspiração da desconfiança e do isolamento, da lisonja às inclinações, do aproveitamento dos lados fracos e finalmente, do desejo de fazer com as vítimas sintam a amargura das decepções, o ferimento das afeições, da humilhação de seu orgulho e mesmo da precipitação em abismos de sofrimento, dor e dominação.


Este curto e sugestivo texto deve acender em nós o desejo ardente da auto-análise sobre o próprio comportamento, ao mesmo tempo que surge como valioso documento para ser debatido e estudado nos grupos espíritas.


Ocorre que estamos todos sujeitos a essa constante influência em nosso cotidiano, dentro ou fora do Centro Espírita, e a defesa contra este mal está mesmo, não há dúvida, na sintonia do comportamento com a proposta do Espiritismo, que por sua vez, está totalmente embasado no Evangelho de Jesus. Razão maior, pois, para mais vigilância e trabalho no bem.

Vitor Ronaldo Costa
(1) A íntegra encontra-se publicada na Revista Espírita, de julho de 1859, edição da Edicel, com tradução de Júlio Abreu Filho.





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Dicas Para Afastar Energias Negativas


Dicas Para Afastar Energias Negativas

Todos nós sabemos, as energias negativas são uma das preocupações do ser humano. Procurar fugir delas é complicado. Elas nos alcançam em qualquer lugar do planeta. Mas, podemos nos defender, começando a tomar uma série de atitudes e providências. Abaixo, seguem seis dicas pessoais para começar a combatê-las.

1. NÃO TEMER NINGUÉM

Uma das armas mais eficazes na subjugação de um ser é impingir-lhe o medo. Sentimento capaz de uma profunda perturbação interior, vindo até a provocar verdadeiros rombos na aura, deixando o indivíduo vulnerável a todos os ataques. Temer alguém significa colocar-se em posição inferior, temer significa não acreditar em si mesmo e em seus potenciais, temer significa falta de fé. O medo faz com que baixemos o nosso campo vibracional, tornando-nos assim vulneráveis às forças externas. Sentir medo de alguém é dar um atestado de que ele é mais forte e poderoso. Quanto mais você der força ao opressor, mais ele se fortalecerá. 

2. NÃO SINTA CULPA

Assim como o medo, a culpa é um dos piores estados de espírito que existem. Ela altera nosso campo vibracional, deixando nossa aura (campo de força) vulnerável ao agressor. A culpa enfraquece nosso sistema imunológico e fecha os caminhos para a prosperidade. Um dos maiores recursos utilizados pelos invejosos é fazer com que nos sintamos culpados pelas nossas conquistas. Não faça o jogo deles e saiba que o seu sucesso é merecido. Sustente as suas vitórias sempre!

3. ADOTE UMA POSTURA ATIVA

Nem sempre adotar uma postura defensiva é o melhor negócio. Enfrente a situação. Lembre-se sempre do exemplo do cachorro: quem tem medo do animal e sai correndo, fatalmente será perseguido e mordido. Já quem mantém a calma e contorna a situação pode sair ileso. Ao invés de pensar que alguém pode influenciá-lo negativamente, por que não se adiantar e influenciá-lo beneficamente? Ou será que o mal dele é mais forte que o seu bem? Por que será que nós sempre nos colocamos numa atitude passiva de vítimas? Antes que o outro o alcance com sua maldade, atinja-o antecipadamente com muita luz e pensamentos de paz, compaixão e amor. 

4. FIQUE SEMPRE DO SEU LADO 

A maior causa dos problemas de relacionamentos humanos é a "Auto-Obsessão". A influência negativa de uma pessoa sobre outra sempre existirá enquanto houver uma ideia de dominação, de desigualdade humana, enquanto um se achar mais e outro menos, enquanto nossas relações não forem pautadas pelo respeito mútuo. Mas grande parte dos problemas existe porque não nos relacionamos bem com nós mesmos. 'Auto-Obsessão' significa não se gostar, não se apoiar, se auto boicotar, se desvalorizar, não satisfazer suas necessidades pessoais e dar força ao outro, permitindo que ele influencie sua vida, achar que os outros merecem mais do que nós. Auto - obsequiar-se é não ouvir a voz da nossa alma, é dar mais valor à opinião dos outros. Os que enveredam por esse caminho acabam perdendo a sua força pessoal e abrem as portas para toda as pessoas dominadoras e energias de baixo nível. A força interior é nossa maior defesa.

5. SUBA PARA POSIÇÕES ELEVADAS

As flechas não alcançam o céu. Coloque-se sempre em posições elevadas com bons pensamentos, palavras, ações e sentimentos nobres e maduros.Uma atmosfera de pensamentos e sentimentos de alto nível faz com que as energias do mal, que têm pequeno alcance, não o atinjam. Essa é a melhor forma de criar 'incompatibilidade' com as forças do mal e energias incompatíveis não se misturam.

6. FECHE-SE ÀS INFLUÊNCIAS NEGATIVAS

As vias de acesso pelas quais as influências negativas podem entrar em nosso campo são as portas que levam à nossa alma, ou seja, a 'mente' e o 'coração'. Além de manter o coração e mente sempre resguardados das energias dos maus pensamentos e sentimentos negativos, fuja das conversas negativas, maldosas e depressivas. Evite lugares densos e de baixo nível. Quando não puder ajudar, afaste-se de pessoas que não lhe acrescentam nada e só o puxam para o lado negativo da vida. O mesmo vale para as leituras, programas de televisão, filmes, músicas e passatempos de baixo nível.

Autoria desconhecida




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