Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

18/09/2012

Defumação

Pessoas defumando umbanda


Ninguém sabe quando a humanidade começou a usar as plantas aromáticas. Estamos razoavelmente seguros de que os sentidos do homem antigo eram bem mais aguçados, e o sentido do olfato foi crucial para sua sobrevivência. Há evidência do período Neolítico de que ervas aromáticas eram usadas em culinária e medicina, e que ervas e flores eram enterradas com os mortos. A fumaça ou fumigação foram provavelmente um dos usos mais antigos das plantas, como parte de oferendas rituais aos deuses. Era provavelmente notado que a fumaça de várias plantas aromáticas tinha, entre outros, efeitos alucinógenos, estimulantes e calmantes. Gradualmente, um conjunto de conhecimentos sobre as plantas foi acumulado e passado a centenas de gerações de xamãs.


As plantas aromáticas têm sido honradas de um modo especial desde os tempos antigos. Eram utilizadas em rituais religiosos e mágicos, assim como nas artes curativas. Estas três práticas eram fundamentais para a existência humana (ainda hoje continuam sendo).



Egípcios


A antiga civilização egípcia era devotada em direcionar os sentidos em direção ao Divino. O uso das fragrâncias era muito restrito. Inicialmente, sacerdotes e sacerdotisas eram as únicas pessoas que tinham acesso a estas preciosas substâncias. As fragrâncias dos óleos eram usadas em perfumes, na medicina e para uso estético, e ainda, para a consagração nos rituais, queimados como incenso. Sobre as paredes das tumbas dos templos antigos perdidos no deserto, podemos ver com freqüência uma fumaça que sai de um pote, ou um incensário horizontal muito parecido com os atuais. Quando o Egito se fez um país forte, seus governantes importaram de terras distantes incenso, sândalo, mirra e canela. Esses tesouros aromáticos eram exigidos como tributo aos povos conquistados e se trocavam inclusive por ouro. Os faraós se orgulhavam em oferecer às deusas e aos deuses enormes quantidades de madeiras aromáticas, gomas, resinas e perfumes de plantas, queimando milhares de caixas desses materiais preciosos. Muitos chegaram a gravar em pedras semelhantes façanhas.


Os materiais das plantas aromáticas eram entregues como tributos ao estado, e doados a templos especiais, onde se conservavam sobre altares como oferendas aos deuses e deusas. Todas as manhãs as estátuas eram untadas pelos sacerdotes com óleos aromáticos. Se queimava muito incenso nas cerimônias do templo, durante a coroação dos faraós e rituais religiosos. Se queimavam também em enterros, para neutralizar odores e afugentar maus espíritos.


Sem dúvida o incenso egípcio mais famoso foi o Kyphi. O Kyphi se queimava durante as cerimônias religiosas para dormir, aliviar ansiedade e iluminar os sonhos, e acreditava-se inclusive que pudesse reavivar a sexualidade dos mortos.


Sumérios e Babilônios


É difícil separar as práticas destas culturas distintas já que os Sumérios tiveram uma grande influência dos babilônios, e transcreveram muita da literatura dos seus antepassados para o idioma sumério. Sem engano sabemos que ambos os povos usavam o incenso. Os Sumérios ofereciam bagas de junípero como incenso à deusa Inanna. Mais tarde os babilônios continuaram um ritual queimando esse suave aroma nos altares de Ishtar.


Tudo indica que o junípero foi o incenso mais utilizado, eram usadas outras plantas também. Madeira de cedro, pinho, cipreste, mirto, cálamo e outras, eram oferecidas às divindades. O incenso de mirra, que não se conhecia na época dos Sumérios foi utilizados posteriormente pelos babilônios. Heródoto assegura que na Babilônia queimaram uma tonelada de incenso. Daquela época nos tem chegado numerosos rituais mágicos. O Baru era um sacerdote babilônio esperto na arte da adivinhação. Acendia-se incenso de madeira de cedro e acreditava-se que a direção que a fumaça levantava determinaria o futuro, se a fumaça movia-se para a direita o êxito era a resposta, se movia-se para a esquerda a resposta era o fracasso.


Hindus e Budistas


A Aromaterapia tem sido uma parte essencial do ritual religioso Hindu desde o tempo dos Vedas, cuja idade pode ser estimada em 5.000 a.C. O incenso favorece um estado meditativo, por isso ele também foi incorporado pelos budistas, que são naturalmente avessos a rituais externos. É usado na iniciação de Lamas e Monges, e é oferecido aos bons espíritos nos cultos diários.


Gregos e romanos


Estes povos acreditavam que as plantas aromáticas procediam dos deuses e deusas. Queimavam o incenso como obrigação e para proteção das casas. Em Roma usava-se nas ruas e em especial na adoração do Imperador. O povo chegou a consumir tantos materiais aromáticos que no ano de 565 foi decretada uma lei que proibia utilizar essências aromáticas pelas pessoas, com temor de não se ter suficiente incenso para queimar nos altares das divindades.


Nativos americanos


Os nativos americanos vivem em harmonia com a terra, reverenciam-na como geradora de vida. Desde muito eles conhecem as propriedades de cura das plantas de poder, usadas em tendas de suor, dança do tambor etc. Queima-se sálvia branca, cedro, pinho e resinas para limpeza de objetos de poder e rituais de adoração. É usada para a saúde e o bem-estar da tribo. Na América do sul resina aromática de copal é oferecida ainda hoje pelos descendentes Maias e Astecas para suas divindades ancestrais.


Judeus


De acordo com o Zohar, oferecer incenso é a parte mais preciosa do serviço do Templo para os olhos de Deus. A honra de conduzir este serviço é permitida somente uma única vez na vida. Diz-se que quem teve o privilégio de oferecer o incenso está recompensado pela sorte com riqueza e prosperidade para sempre, neste mundo e no seguinte.


Católicos


Como esquecer a historia maravilhosa dos três Reis Magos, que presentearam com o Líbano e Mirra o Mestre Jesus, quando ele nasceu? Essas resinas aromáticas são presentes mágicos, são incensos de alta importância e fragrância. Em varias igrejas católicas, misturas de incensos contendo resinas de Líbano e Mirra são queimados durante os rituais.


A fumaça aromática


Hoje percebe-se um aumento do interesse pelos incensos naturais de antigamente, e isso se deve ao fato que querermos que nossa casa seja um lugar mais aconchegante, convidativo e mais agradável. Infelizmente incensos comerciais raramente contém resinas ou óleos essenciais, e são feitos com essências sintéticas, carvão e derivados de petróleo que, na verdade, não trazem grandes beneficios. Prefira os feitos com sândalo (sandalwood) ou serragem (sawdust powder).


Várias pessoas associam incensos com rituais religiosos ou espiritualidade; realmente varias religiões usam fumaça aromática em seus rituais e suas cerimônias. A fumaça que sai do incenso é usada para santificar, purificar ou abençoar, e acredita-se que a fumaça é o mensageiro para o reino dos céus. Nossos ancestrais faziam uso de incensos em suas casas porque pensavam que podiam protegê-los das pragas e doenças. Essa teoria possui alguma verdade: incensos feitos de ervas, incluindo tomilho e capim limão, há muito são usados por suas propriedades anti-sépticas e curativas. Estas e outras ervas eram queimadas em quartos de doentes, em hospitais, antes da descoberta dos antibióticos. Quando queimamos incensos naturais, moléculas de óleos essenciais são soltas no ar. Então elas acham seu próprio caminho, pelo sistema olfativo ou pelos poros da pele, e atuam no cérebro, onde se processam efeitos químicos que podem mudar seu ânimo, evocar boas memórias e lembranças. Essa fumaça aromática pode relaxar, estimular e aumentar nossa energia, nos levando para um momento de paz e tranquilidade.


Umbanda


A defumação é essencial para qualquer trabalho num terreiro de Umbanda, bem como nos ambientes domésticos. Este ritual é praticado com o objetivo de purificar o ambiente (terreiro/residência), bem como o corpo do médium e a assistência (pessoas que irão participar da gira), retirando as energias negativas e preparando o local para que a gira possa ocorrer em harmonia.


Pode-se aproveitar o know-how pego pela Umbanda para fazer uma limpeza em sua própria casa. Para fazer uma defumação correta só precisa de carvão em brasa, dentro de um turíbulo (incensório pequeno, geralmente feito de barro). Jogue as ervas secas dentro (ou na parte de cima, dependendo do modelo de incensório) e vá defumando toda a casa: Se for para limpeza espiritual, defume sempre de dentro para fora, se for para atrair bons fluidos e dinheiro, defume de fora para dentro. Os resíduos da defumação podem ser jogados no rio, no lixo, no terreno baldio, em qualquer lugar bem longe da casa, na encruzilhada, etc. (isto vai variar com a bula da defumação). Várias pessoas também aconselham a seguir a posição da lua. Ex: Para quebrar feitiços e limpeza em geral, fazer na lua minguante. Na lua nova, crescente ou cheia, fazer a defumação para prosperidade, amor, etc.


Existem dois tipo de defumação:


DEFUMAÇÃO DE DESCARREGO- Serve para afastar seres do baixo astral, e dissipar larvas astrais que impregnam qualquer ambiente, tornando-o carregado e ocasionando perturbações nas pessoas que neles se encontram. Ervas utilizadas:


ALECRIM DO CAMPO: Defesa dos males, tira inveja e olho gordo, protege de magias.
ARRUDA: Descarrego e defesa dos males, proteção e remove o efeito de feitiços.
BELADONA: Limpeza de ambientes
BENJOIM RESINA e CANELA: Limpa o ambiente e destrói larvas astrais.
CARDO SANTO: Defesa, quebra olho gordo
CIPÓ CABOCLO: Elimina todas as larvas astrais do ambiente
FOLHA DE BAMBU: Afasta vampiros astrais
GUINÉ: Atua como um poderoso escudo mágico contra malefícios.
INCENSO: Tanto a erva como a resina (pedra) são bons para limpeza em geral.
MIRRA: Descarrego forte, afasta maus espíritos
PALHA DE ALHO: Afasta más vibrações


Modo de usar: Varra a casa ou local a ser defumado, acenda uma vela para seu anjo de guarda, depois acenda um braseiro e coloque dentro do mesmo três tipos diferentes de ervas. Defume de dentro para fora, mantendo o pensamento firme de que está limpando sua casa, sua família e seu corpo.


DEFUMAÇÃO LUSTRAL- Além de afastar alguns remanescendes astrais que por ventura tenham se mantido após a defumação de descarrego, esta defumação atrai para o ambiente correntes positivas das entidades, que se encarregarão de abrir seus caminhos. Ervas usadas:


ABRE CAMINHO: Abre o caminho atraindo bons fluidos dando força e liderança.
ALFAZEMA: Atrativo feminino, deixa o lar mais suave, limpa, purifica e traz o entendimento
ANIS ESTRELADO: Atrativo. Chama dinheiro
COLÔNIA: Atrai fluidos benéficos
CRAVO DA ÍNDIA: Atrativo e chama dinheiro e dá força á defumação.
EUCALIPTO: Atrai a corrente de Oxossi
LEVANTE: Abre os caminhos do ambiente
LOURO: Abre caminho, chama dinheiro, prosperidade e dá energia ao ambiente
MADRESSILVA: Desenvolve a intuição e a criatividade, favorece também a prosperidade.
MANJERICÃO: Chama dinheiro
ROSA BRANCA: Paz e harmonia
SÂNDALO: Atrativo do sexo oposto e também ajuda a conectar com a essência Divina


Modo de usar: Esta defumação deve ser feita da porta da rua para dentro do ambiente.


Na limpeza, evite escolher ervas com funções diferentes, por exemplo: Levante, Louro e cardo santo, pois duas estão abrindo o caminho, e a terceira (cardo santo) é para limpeza. Isso pode não combinar, por isso primeiro defume a casa fazendo somente a limpeza, de dentro para fora, depois use as ervas para atrair coisas boas (de fora para dentro).


Quando for fazer defumação de café e açúcar, não faça com os 2 juntos; Primeiro defume de dentro para fora com café, jogue as brasas e os resíduos bem longe, depois defume de fora para dentro com açúcar.


Quando for usar Incenso, Mirra e Benjoim, pode-se usar uma quarta erva para limpeza.


Muitas pessoas não podem defumar a casa porque o marido, mulher ou vizinhos não gostam de defumação. Então, para uma defumação mais simples e funcional, faça-a com incensos, seguindo a orientação abaixo:


PARA LIMPEZA DE AMBIENTE COM INCENSOS


Encha um copo virgem (de vidro) de arroz cru, coloque 8 varetas de incenso, podendo ser de Arruda, Alecrim, Cânfora, Eucalipto, Madressilva ou Pimenta, passe este copo na casa inteira (começando de dentro para fora da porta de entrada) e quando chegar na porta de entrada, deixe-os queimando, no término, jogue todos os resíduos (arroz e o pó do incenso) na água corrente, e o copo guarde para a próxima defumação.


Tabela de incensos:


Limpeza: Olibano, elemi,copal,cravo da índia, junipero, louro cedro, lavanda alecrim, salvia branca, sangue de dragão, sweetgrass.
Coragem: Elemi, sangue de dragão, balsamo do peru, olibano, palusanto, louro, lavanda, cedro, pinho, junipero, salvia branca, tomilho.
Criatividade: Anis estrelado, copal, cravo da índia, mastic, elemi, breuzinho, olibano, capim limão, junipero.
Relaxar: Lavanda, sândalo, vetiver, sandarac, nardo.
Meditação & oração: Sândalo, mirra, olibano, mastic, copal, nardo, Ladano, sangue de dragão, damar, aloes madeira.
Sono: Sândalo, nardo, galbano, mirra, salvia branca, lavanda.
Sonhos: Aloés madeira, mastic, louro, lavanda.
Amor: Sândalo, aloés copal, bejoin, mirra, vetiver, cássia, nardo, rosa patchuli.

A.D.


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09/09/2012

A Importância do Estudo na Umbanda

A Importância do Estudo na Umbanda

Assim como ao futuro acadêmico, ao engenheiro e ao médico, assim como em outras profissões, compete iniciar seus estudos quando criança pela cartilha primária, sendo alfabetizado, posteriormente aprendendo os conhecimentos básicos que o permitirá tentar no futuro os estudos mais complexos de uma determinada profissão, ao umbandista/médium, é necessário também começar o seu desenvolvimento religioso pelas lições básicas da Umbanda.

O homem pode formar-se médico, advogado, chegar a ser um doutor, mas ele sempre terá começado pela alfabetização, pelo básico, e mesmo as profissões mais singelas, hoje são dotadas de cursos profissionalizantes baseados em conhecimentos técnicos a fim de orientar as experimentações mais comuns.

Eliminamos as indecisões, os equívocos e os transtornos comuns das tentativas empíricas sem métodos quando preparados pelo estudo teórico e prático orientado por um profundo conhecedor do assunto, sensato e experimentado.

Na Umbanda, para sermos bons umbandistas/médiuns, o estudo teórico e prático orientado nos proporciona conhecer a história, os rituais, a disciplina, a hierarquia, as sensações e percepções envolvidas no dia a dia e no trabalho umbandista.

O estudo afasta o medo, a censura, o sarcasmo, o senso de ridículo, pois nos proporciona entender como tudo acontece, dentro e fora de um terreiro.

O estudo nos proporciona êxito em nossas atividades a favor do próximo e, principalmente, a favor de nós mesmos.

O êxito está proporcionalmente ligado ao equilíbrio moral e emocional, fruto da disciplina, do autoconhecimento, da fé e da entrega do umbandista.

Só chegamos ao preparo necessário aprendendo a amar nossa religião.

Para amá-la precisamos entendê-la.

Para entendê-la precisamos estudá-la.

Assim como não confiaríamos nossa saúde a alguém que não tenha estudado por longos anos e se formado médico, é claro que também não poderíamos confiar na capacidade, na segurança e no entendimento de qualquer umbandista/médium que ignore a necessidade primária de estudar e entender sua religião.

André Gonçalves Santos


***


Muitos médiuns Umbandistas não gostam de estudar sobre a Religião de Umbanda, assim como alguns sacerdotes não permitem que seus médiuns estudem e façam perguntas, questionem, evoluam em conhecimento e saber.

Muitos dizem que a Umbanda é caridade, amor e não é necessário estudo qualquer: "é só deixar o guia vir; é só deixar o Orixá encostar".

Bem, em toda Religião o estudo é fundamental para a sua compreensão. Não que esteja errado ver o lado da caridade, do amor ou da entrega que realmente são necessários aos médiuns na incorporação, mas a Umbanda é muito mais do que isso.

O estudo deve ser somado à dedicação prática da lida no terreiro (a prática da caridade e do amor ao próximo: solidariedade), unindo tudo isso como um conhecimento maior que pode tirar dúvidas, retirar confusões da mente, evitar o animismo, o exibicionismo (de médiuns e/ou de entidades), evita que os consulentes vejam a Umbanda e seus guias como trocadores de favores / presentes, a clonagem arquetípica dos guias (quando médiuns novos acabam, sem querer, copiando o comportamento dos guias ou dos dirigentes), o comportamento grosseiros de alguns guias e médiuns, a ignorância de alguns médiuns, e evitar que os espertalhões, que querem utilizar a Umbanda como um meio de ganhar dinheiro, o façam usando a ignorância de seus adeptos.

Podemos dividir o estudo da Umbanda em várias formas de entendimento e orientações:

* Pela doutrina de cada segmento, cada casa, que deveria ser ministrada aos médiuns e assistidos (qual a doutrina existente na casa, seus ritos, fundamentos, maneira de trabalhar). Normalmente essa doutrina ou essas aulas de doutrina estão a cargo do sacerdote da casa ou alguém designado por ele;

* A conversa de banquinho com o(a) preto(a)-velho(a) do(a) dirigente ou dos dirigentes da casa (pode ser com outro guia, tudo dependerá da estrutura de comando de cada casa; umas estão sob o comando dos pretos-velhos, outras sob o de Caboclos, Boiadeiros, Baianos etc), onde a parte doutrinária da casa, pelo seu lado espiritual e orientador, deve ser levada aos médiuns;

* Livros e material didático que sejam feitos pela casa (terreiro) ou utilizado de autores Umbandistas. Onde possam existir mais orientações no nível doutrinário, religioso, comportamental, espiritual, moral e ético relacionados a Umbanda;

* Outras fontes literárias, até de outras religiões, onde possam conter informações relevantes para os médiuns, no seu entendimento sobre a Religião de Umbanda, ou mesmo, sobre certos conceitos de cunho moral, ético, espiritual, doutrinário etc;

* Formação de palestras e/ou seminários, onde ao médiuns possam compartilhar da sabedoria e do conhecimento de outras sacerdotes e outras pessoas ligadas `a espiritualidade (dependendo de cada seguimento da Umbanda);

* Como visitantes a outros terreiros ou recebendo visitantes em seu próprio terreiro, no intuito de se mostrar a diversidade da religião, a troca saudável de culturas dentro da Umbanda, mostrando a diversidade, a riqueza que é a Religião de Umbanda. Ao mesmo tempo, estreitando laços de amizade e de união com outros terreiros e outras formas de se manifestar a Umbanda;

* Por meio da formação escolar e acadêmica. Seja no estudo regular, ou na Universidade, onde o médium aprende uma profissão, uma especialização, aumenta sua instrução e a sua forma de ver e entender o mundo;

* Por meio de cursos relativos a Umbanda e a outras religiões, ou facetas da própria Umbanda. Porém, esses cursos devem ser de conhecimento do sacerdote de cada casa, pois existem diversas pessoas que usam do nome da Umbanda para enganar e retirar dinheiro de médiuns que buscam o conhecimento.

Como podemos ver, não existe somente uma forma, mas existem diversas formas de se obter o conhecimento e o estudo com relação a Religião de Umbanda.

Devemos sempre lembrar que os Sacerdotes da casa, de cada casa, têm o compromisso, não só em relação a caridade, ao amor, a solidariedade, mas também, do conhecimento, do ensino, da orientação, do conduzir os médiuns, os tirando da ignorância e mostrando que a Religião de Umbanda, mediante o seu seguimento, pode dar muitos ensinamentos. Não só em relação a religião em si, mas para o próprio médium como pessoa, como ser humano.

O terreiro, a religião, pode se estender para o mundo profano e nele exercer uma atuação divina. Isso pode ser feito sem preconceitos, sem proselitismos, sem perseguições, sem imposições ao outro. Basta que os sacerdotes e os guias que conduzem uma cada de Umbanda, saibam passar os bons ensinamentos a seus médiuns para que eles possam levar para o mundo o que a Umbanda tem de melhor, o que ela tem de contribuição para a melhora do mundo e do próprio ser humano.

Algumas pessoas, até dentro da Umbanda, acreditam que "o conhecimento é poder" (Francis Bacon).

Eu acredito que "o conhecimento liberta o homem de sua ignorância, abrindo-lhe a mente para a liberdade das ideias."

Etiene Sales




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08/09/2012

Umbanda - Semente de Vida e Amor no Universo


Somos eternos e privilegiados aprendizes das Leis Divinas.

Foi-nos permitido aprender sempre: na escola e em casa, com erros e acertos; com conhecidos e desconhecidos, na alegria e na dor; com quem menos imaginamos e conosco mesmos; com crianças, velhos e adultos; com animais e plantas; e, com a vivência em sociedade.

Por merecimento, reencarnamos neste mundo de expiações e provas, com o objetivo de melhorarmos nossa índole, nossa essência e recebemos a oportunidade de nos conscientizarmos do prejuízo com o tempo perdido, com guerras, disputas e desentendimentos, para revermos nossas atitudes, vigiarmos nossos pensamentos, aprimorarmos nossos sentimentos, aprendermos a amar nossos semelhantes e, ainda, outorgados a dividir com outras pessoas essa maravilhosa experiência de amar, respeitar e honrar todas as formas de vida.

Nossa vida pode ser traduzida como capítulos de um livro, escrito sem ensaios nem borrachas, e deve ser conduzida sem pretensões de fartas colheitas no plano terreno.

Um livro com histórias bonitas e com finais felizes. Outras com novas histórias, feias e tristes, com batalhas desnecessárias, por motivos fúteis que, às vezes, até interrompem, momentaneamente, nossa evolução, nos desviando de pessoas queridas e do caminho escolhido.

Alguns capítulos que nos honram pela felicidade expressada por gestos simples, inesperados e delicados. Há alguns que nos envergonham pela estupidez dos nossos atos impensados e imaturos, mas, todos eles fazem parte do livro que escrevemos, nas páginas entregues a nós, por Pai Olorum, para darmos continuidade a nossa existência nesse plano terreno, utilizando a bagagem trazida durante nosso processo evolutivo.

Essa história tem alguns co autores, amigos espirituais que, quando permitimos, nos auxiliam a não repetirmos tanto os erros passados. São como gotas de luzes coloridas e cristalinas que aliviam nossas dores e guiam nossa jornada. São Prepostos do Divino Criador, que recebem a feliz missão de partilhar conosco a nossa caminhada Divina.

Encontramos pelo caminho muitas pessoas, que também são parte do Todo e representam, assim como nós, uma centelha Divina. Algumas com muitas perguntas e poucas respostas, muitas verdades e pouca humildade, muita soberbia e pouca sabedoria, muito sucesso e pouco conhecimento. Outras buscam o brilho das estrelas sem conhecer a noite, sonham com a luz, sem conhecer o sol, querendo alçar altos vôos, sem saber caminhar.

São personalidades distintas: doentes ou saudáveis, delicadas ou cruéis, honestas ou cínicas, amáveis ou abomináveis, sinceras ou maquiavélicas, leais ou perversas, mas sempre as encontramos.

As personalidades que se farão presentes ao nosso lado, serão frutos do retorno daquilo que conseguimos construir em nossa própria existência, daqueles que atraímos e fidelizamos como nossa companhia.

A Lei da afinidade e a Lei do retorno são realidades. Verdadeiras dádivas do Pai Maior que, incentivam nossa evolução através do livre arbítrio, que nos permitem identificar, reconhecer e optar pelas personalidades com quem queremos aprender, conviver e compartilhar a caminhada.

A colheita nem sempre é estável, farta e com resultados abundantes e esperados. Às vezes não colhemos frutos saudáveis, saborosos e de fácil degustação, mas sempre são atribuídos a nós, pelas sementes que plantarmos, frutos semelhantes aos que doamos e alimentamos quem se aproxima, muitas vezes, sedento de luz, implorando uma gota de amor, buscando uma fagulha de conhecimento, faminto por um gesto de carinho.

Quando as sementes são entregues a nós por Pai Olorum para serem cultivadas, a colheita é certa. O fruto em desenvolvimento deve ser tratado com amor e cuidado. A opção é dele, mas, certamente, terá uma oportunidade real para amadurecer e se tornar salutar para alimentar outros semelhantes com o efeito grandioso dos seus humildes gestos de amor, sentimentos reais de fé e caridade, assimilados e vivenciados diariamente.

Mas, quando a semente é desprezada e o fruto é mal direcionado ou maltratado, pode não só se perder no meio da plantação, como contaminar outros imaturos, despreparados e sensíveis às ervas daninhas.

Aprendemos, com lições muitas vezes duras, a respeitar o limite de cada ser humano, sem exigir crescimento, desenvolvimento ou que aceitem as nossas verdades, sem exigir o que ele não consegue nos conceder. Afinal, o ser humano só consegue doar aquilo que tem e não aquilo que esperamos de cada um.

A reencarnação é isso: uma oportunidade de resgates, de reencontros, de crescimento, de culto ao amor ao próximo e nos faz acreditar que sempre é tempo de recomeçar e recuperar espíritos desequilibrados e equivocados, dentro da Lei Maior, da Justiça Divina e do merecimento de cada um, naturalmente, se esses irmãos, em processo de conscientização, se deixarem conduzir pelas luzes Divinas enviadas por Pai Olorum, caso contrário, a colheita para eles, também é certa!

Por isso, meus irmãos, filhos amados da Seara de Pai Olorum, não precisamos conviver, mas, necessariamente, deixemo-nos contagiar pela arte de amar ao próximo, independente da condição apresentada por eles, sejam afins ou não aos nossos conceitos de vida, pois, somente assim, estaremos aprendendo e contribuindo verdadeiramente para a evolução do Todo, fortalecendo a corrente de amor, do bem, da caridade, da fraternidade, da justiça e da fé difundidos pela Umbanda Sagrada.

É fácil amar quem nos ama, abraçar quem nos abraça, concordar com quem concorda conosco; cuidar, zelar e proteger aqueles que estão sob nossos cuidados; e, ensinar quem silencia diante das nossas palavras.

O mérito está em conseguirmos fazer tudo isso com aqueles que estão desequilibrados, discordam, questionam, divergem, provocam e desafiam. Aí sim, estaremos participando ativamente e auxiliando em todo esse processo magnífico de reconstrução astral, de evolução pessoal, crescimento individual que refletirá diretamente na qualidade das relações humanas, permitindo que todos façam sua reforma íntima, se conheçam verdadeiramente, busquem melhoramento contínuo, resgatem seus débitos, não repitam suas falhas e conduzam de maneira equilibrada seus atos, sentimentos e pensamentos.

Dessa forma, poderemos nos denominar Umbandistas, mensageiros da fé e semeadores do amor de Pai Oxalá. Isso sim é Umbanda - Semente de Vida e Amor no Universo!

Que Pai Oxalá nos abençoe, guie nossa jornada e nos cubra com o Seu manto Sagrado

Arley Lobo




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07/09/2012

Existe Perfeição na Umbanda?


Existe perfeição na umbanda?


Não costumo escrever na primeira pessoa, mas hoje me senti compelido a isso. Em termos de Umbanda já vi muita coisa. Algumas me agradaram, edificaram meu conhecimento, colaboraram com meu crescimento espiritual – em cuja caminhada ainda dou os primeiros passos, sem falsa modéstia - , outras coisas que vi não foram tão agradáveis aos meus olhos, no entanto, como tudo que existe e acontece, serviram para ensinar alguma lição que certamente me faltava.


Não faz muito tempo, sofri certa decepção com pessoas próximas a mim na Umbanda. Isso não me fez desacreditar na religião, mas me mostrou que eu tinha outros caminhos a seguir. Agradeço a essas pessoas que, num primeiro momento me decepcionaram, mas que na verdade, mesmo inconscientemente, tiraram algumas travas dos meus olhos e me fizeram caminhar com as próprias pernas. Assim é a vida: tudo que nos acontece é parte de um processo de construção de conhecimento e aprimoramento. O problema é que muitas vezes nos prendemos apenas ao ato de vislumbrar o erro – até com certo prazer – e deixar que a língua se exercite mais que a razão. Os sentimentos gerados por esse tipo de atitude é extremamente nocivo, principalmente quando estamos em um terreiro de Umbanda, cuja harmonia é essencial ao bom andamento dos trabalhos.

Estar em uma gira de Umbanda é uma responsabilidade grande, pois ali não estamos sós. Estamos acompanhados de nossos irmãos-de-fé e de toda uma gama de energias e espíritos, que se não estiverem adequadamente sintonizados e harmonizados, abrem brechas para outras energias, indesejadas, daninhas e que se beneficiam da fragilidade que porventura apareça.

Estar em uma gira de Umbanda é, sobretudo, estar doando um pouco de si mesmo. Aquele que se propõe a trabalhar na Umbanda acreditando que receberá benefícios está redondamente enganado. Ele irá doar mais do que receber: irá doar seu tempo de descanso, de lazer, de família. Não receberá aplausos nem recompensas materiais (embora muitos esperem isso). Porém receberá o mais valioso dos tesouros, a oportunidade de aprimorar o próprio espírito através da prática da caridade.

Mas para receber essa recompensa é necessário merecê-la. É necessário estar de coração aberto e alma limpa durante o tempo que dura a gira de Umbanda.

Será que todos os membros da corrente são amigos e se amam verdadeiramente como irmãos, como prega a religião?

Seria hipocrisia responder que sim. Sabemos muito bem que temos afinidades e preferências. Alguns simpatizam mais com Fulano, outros mais com Beltrano. É natural que essas diferenças existam – justamente porque existe a diversidade, qualidade que provavelmente a Umbanda é uma das poucas religiões que respeita. O que não podemos deixar é que essas afinidades se tornem fator de desarmonia (já que as afinidades existem justamente para harmonizar os grupos). Sábio é o umbandista que entende que quando está “à paisana” (fora do horário da gira), tem todo o direito de ter suas preferências, mas que ali, enquanto rufam os atabaques, todos, sem exceção, são irmãos e iguais – ninguém é mais médium que outro, nem suas entidades são mais poderosas. Cada qual tem sua importância e valor e infeliz é aquele que não percebe isso.

É preciso também que o umbandista aprenda a olhar mais para o seu interior do que para o seu irmão-de-fé. Ele está ali como um trabalhador espiritual, alguém que se doa, alguém disposto a praticar a caridade e ser instrumento da espiritualidade no sentido de auxiliar os necessitados, encarnados e desencarnados. Ele não é um fiscal do seu irmão-de-fé, da gira e nem mesmo (e principalmente) das entidades que vêm em Terra para trabalhar na caridade. Cada filho de Umbanda deve, durante os trabalhos, preocupar-se em fazer a sua parte da melhor forma possível. Se cada um cuidar da qualidade do seu desempenho, a gira correrá tranquilamente. No entanto, se ele adentrar o terreiro já com o olhar crítico para com seu irmão, conseguirá desestabilizar não somente aquele(s) a quem observa e critica, mas a si mesmo e comprometerá todo o trabalho.

Isso não significa que o filho de Umbanda deve se calar diante de coisas erradas que porventura possam acontecer durante os trabalhos espirituais. É seu dever levantar as questões (e apontar sugestões/soluções) quando elas surgem. Porém não é seu dever colocar-se no papel de fiscal da gira. Para isso existem os orixás, as entidades, os guardiões da casa e, abaixo deles, o dirigente dos trabalhos.

Não acredito na existência de um templo de Umbanda perfeito, pois eles são formados por seres humanos, que carregam consigo, inclusive nos momentos de trabalho, todas as suas qualidades, defeitos e imperfeições. Se fôssemos perfeitos não haveria a necessidade de estarmos ali. O templo é reflexo de seus filhos. Quanto maior a harmonia entre os irmãos-de-fé, melhor o resultado dos trabalhos, isso é fato. O inverso também.

Cada umbandista deveria observar o seu templo com olhos benevolentes, buscando os aspectos positivos, e não a oportunidade de levantar críticas. Deveria observar e valorizar o empenho de seu irmão, que muitas vezes faz enormes sacrifícios para estar ali. E deveria, antes de analisar criticamente os trabalhos e as pessoas, analisar a si mesmo, pois muitas vezes quem destoa do grupo é ele.

Jamais encontraremos a perfeição total em um templo de Umbanda, pois somos nós, humanos que estamos ali visíveis à assistência e todas as nossas fragilidades estão à mostra. Aprendi a não buscar a perfeição nos terreiros (e nem nos umbandistas, pois não sou o paladino da perfeição). Mas aprendi a cobrar de mim mesmo – e não dos outros – melhores atitudes, principalmente quando desempenho o papel de representar a minha religião, dentro ou fora do templo, pois sou o espelho onde ela se reflete. Os orixás e as entidades raramente são visíveis aos olhos humanos. Minhas atitudes não.

Como sempre digo, as religiões são perfeitas, já os religiosos...

Douglas Fersan




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02/09/2012

O Terreiro Faz as Vezes de Hospital

Hospital na umbanda


A dificuldade de cumprir a tarefa de dirigente sempre se acentua dentro do terreiro com os médiuns e muito pouco na caridade com o povo.

Todo médium de tarefa é um ser encarnado para curar seu espírito endividado e o terreiro é o hospital onde vai se internar por um longo tempo de sua vida na terra.

Sabemos que a maioria dos pacientes são impacientes, não é mesmo?

E, aí é que complica!

O dirigente também não deixa de ser um doente que, além de se tratar, agora pode estagiar ajudando aos médiuns de sua corrente "hospitalar".

Isso não o coloca como um semi-deus perfeito do qual não se admitem mais erros, muito menos como alguém que tudo pode, em qualquer hora e em qualquer situação.

Dele será exigido posturas mais firmes bem como entendimento mais apurado.

Ele deverá se aprimorar constantemente com estudo e reforma íntima, exigindo da corrente igual compromisso.

Tais posturas serão necessárias em função do tamanho de sua responsabilidade e dentre elas está a de cortar o mal pela raiz, priorizando sempre a corrente como um todo, sem privilégios a quem quer que seja.

Ao assumir tal posto diante da espiritualidade, antes de reencarnar, já estará consciente de que sua vida não será "comum" e que certamente terá que abdicar de muitas coisas materiais, em favor do lado espiritual.

O termo Pai e Mãe agracia o médium com a postura de se colocar como tal, amparando, educando e auxiliando a corrente como verdadeiros filhos de seu coração.

Tarefa mais difícil ainda, pois esses "filhos" não vieram de seu ventre e não nasceram ontem.

São adultos, viciados e com personalidade formada.

Cada um com seus egos aflorados, com suas necessidades de reformulação e o fato de portarem a mediunidade, já os qualifica como devedores em potencial.

E certamente, reeducar um adulto é muito mais difícil do que educar uma criança.

É pepino torto.

Observo nos terreiros por onde ando que muito se exige do dirigente e muito pouco se retribui.

Falta nos médiuns, desde respeito até aquilo que os deveria mover dentro da corrente, que é amor.

Humildade então, meus filhos, é coisa rara.

Em compensação sobra bajulação, geralmente usada como meio de se fazer preferido na corrente.

Nega véia costuma dizer que criança que se cria como bibelô, como tal vai quebrar quando adulto.

Todo aquele que não teve rédea firme na infância para domar suas más tendências, vai chegar no terreiro e expô-las de modo a perturbar a ordem do lugar.

Hora e vez de impor as leis que regem a Casa, independente do que possa pensar a respeito disso, o médium em questão.

Se mesmo indisciplinado, tiver algo de humildade, vai receber o chamamento como aprendizado e ali vai crescer, mas se pelo contrário, além da indisciplina prevalecer nele a arrogância e o orgulho, acolherá como ofensa e infelizmente, o remédio é amargo para essa doença.

A tarefa é tão árdua que muitos desistem na metade da caminhada, outros se corrompem, mas, ainda bem que uma grande maioria volta à casa com sua coroa iluminada pela luz do dever cumprido e a estes, o mérito de conseguir dar um salto em sua evolução.

Vovó Benta
por Leni Winck Saviscki


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30/08/2012

Iemanjá

Iemanjá


Dia da semana: segunda-feira – dia do Astro Lua


Data comemorativa: 08 de dezembro

Sincretismo: Nossa Senhora da Conceição, em Pernambuco.

Cor: azul clara

Ervas: colônia, alecrim, lágrimas de nossa senhora e outras.

Frutas: melancia, mangaba, graviola e outras.

Flores: rosas brancas e todas as flores brancas e azuis.

Reino Natural: Mar – Calunga Grande

Elemento: água

Pedras: água marinha - turquesa

Símbolos: lua - ondas

Saudação: Odôyá! / Odôfiaba / Odôcy Yabá! Significa: Salve a grande Mãe!

Astro: Lua

Deuses na mitologia greco-romana: Diana para os romanos, deusa que representa a Grande Mãe. Selene para os gregos.


Iemanjá, Orixá das águas salgadas, é também conhecida como Janaína ou Rainha do Mar, é a Orixá mais popular do Brasil, sincretizada com Nossa Senhora da Conceição em Pernambuco. O seu sincretismo com Nossa Senhora está relacionado ao arquétipo de mãe, tão bem representado pela Mãe de Jesus na Igreja Católica.

Seu Reino Natural é o Mar, grande provedor de alimentos desde o início da civilização, desta forma, Iemanjá auxilia nas questões materiais, nas questões da sobrevivência do corpo físico, a Grande Mãe que alimenta e acolhe os filhos contribuindo para os seus desenvolvimentos enquanto seres encarnados.

Iemanjá é a Grande Mãe da Umbanda, representada pelas águas salgadas, mares e oceanos. A água deu início à vida no planeta e o ser humano é gerado na água, é a água o simbolismo da vida e a vida só existe através do ser Mãe. Iemanjá é a Orixá que acolhe a todos como filhos, protege as famílias e os lares, proporciona a fecundidade e a prosperidade e como geradora da vida direciona os filhos para o cumprimento das Leis Divinas, acompanhando-os com muito amor em suas escalas evolutivas.

As águas salgadas têm grande poder de assepsia astral e espiritual. O mar é o renovador natural da energia planetária, limpa e ao mesmo tempo purifica o processo fluídico da terra. Por este motivo, o mar é o Reino Natural preferido pelos espíritos para limpezas e reequilíbrios energéticos. Em diversas passagens da literatura espírita, podemos observar que os espíritos encarregados de auxiliarem o desligamento do corpo físico, muitas vezes, recorrem à praia com o moribundo a fim de facilitar o seu desencarne.

Na Umbanda, o dia de segunda-feira geralmente é o dia escolhido para desenvolver trabalhos de desmanches de magias negativas e limpezas energéticas; muitas doutrinas dentro da Umbanda elegeram a segunda-feira como o dia dos Exus e de todos os espíritos que trabalham mais diretamente com energias mais densas. Porém, é a Grande Mãe Iemanjá quem sustenta, neste dia, todo o trabalho de descarrego de energias deletérias, com a força do seu Mar Sagrado. Por este motivo, na doutrina da Tenda de Umbanda Luz e Caridade, o dia de Mãe Iemanjá é a segunda-feira e também por ser o dia do Astro Lua, um dos seus simbolismos.

Os filhos de Iemanjá geralmente aparentam certa realeza e soberania, são muito ligados às questões familiares, ao cuidar e proteger o que é seu com esmero. Ligados aos bens materiais, eles gostam de lidar com o poder e o dinheiro. Costumam guardar as ofensas e têm dificuldades em perdoá-las. São elegantes, discretos, leais, generosos, ativos. Quando seguem o lado oposto da Orixá tornam-se irritantes, irônicos, agressivos e intoleráveis.

Do livro Umbanda luz e Caridade - Ednay Melo







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29/08/2012

Guias (colares) na Umbanda

Guias (colares) na Umbanda

Conhecidas também como "Cordão de Santo", "Colar de Santo" ou "Guias", são ritualisticamente preparadas, ou seja, imantadas, de acordo com a tônica vibracional de quem as irá utilizar (médium e entidade), e conforme o objetivo a que se destinam. 

São compostas de certo número de elementos (contas de cristal ou louça, búzios, Lágrimas de Nossa Senhora, dentes, palha da costa, etc.), distribuídos em um fio (de Aço, Náilon ou fibra vegetal), obedecendo a uma numerologia e uma cromologia adequada; ou ainda, de acordo com as determinações de uma entidade em particular.

Para que servem

Têm poder de elevação mental. Se utilizadas durante um trabalho espiritual, tem função de servir como ponto de atração e identificação da vibração principal e/ou falange em particular, atuante naquele trabalho, servindo assim como elemento facilitador da sintonia para o médium incorporado.

Elas nos auxiliam em nossas incorporações, pois estas atraem a "energia" particular de cada entidade, captando e emitindo bons fluidos, formando assim, um círculo de vibrações benéficas ao redor do médium que as usa.

Servem como pára-raios. Se há uma carga grande, ao invés desta carga chegar diretamente no médium, ela é descarregada nas guias, e se estas não aguentarem, rebentam.

Podem ser utilizadas pelo médium, para "puxar" uma determinada vibração, de forma a lhe proporcionar alivio em seus momentos de aflição.

As guias devem ser tratadas pelos médiuns com todo carinho e o máximo de respeito, pois elas representam o Orixá e a segurança do médium.

Confecção

Dependendo o ritual de cada terreiro deve ser feita uma firmeza (acendendo uma vela, por exemplo) antes de montar a guia.

Para montar uma guia, deve-se estar em silêncio, com respeito. As contas, miçangas, etc. são enfiadas uma a uma no fio.

Toda guia deve ser fechada e cruzada pelo chefe de terreiro, seja pela Mãe/Pai de Santo ou pelos Guias Espirituais Chefes de seu terreiro. As guias podem ser cruzadas com pemba, ou com um amaci com as ervas do Orixá, ficando de molho por 3 dias e depois estão prontas.

Ter uma guia no pescoço, sem esta estar consagrada e imantada não representa nada, energeticamente falando, seria apenas mais um colar.

Normalmente as guias são confeccionadas seguindo um "padrão da Casa".

Depois de colocada no pescoço a Guia deve alcançar até abaixo do umbigo.

Cuidados no Manuseio e Uso

São elementos ritualísticos pessoais, individuais e intransferíveis, devendo ser manipuladas e utilizadas somente pelo médium a quem se destinam.

Deve-se observar que cada indivíduo e cada ambiente, possuem um campo magnético e uma tônica vibracional própria e individual. A manipulação das guias por outras pessoas, ou ainda, seu uso, em ambientes ou situações negativas ou discordantes com o trabalho espiritual, fatalmente acarretará uma "contaminação" ou interferência vibracional.

Pelos motivos expostos, o uso de guias pertencentes ou recebidas de outras pessoas, é uma pratica normalmente desaconselhável a um médium.

Enquanto estamos usando as guias devemos observar algumas recomendações:

· Não se alimentar (exceto em ritual).
· Não ingerir bebidas alcoólicas (exceto em ritual).
· Não manter relação sexual.
· Não ir ao banheiro
· Não tomar banho.

Em qualquer destes casos, deve-se retirar a guia e guardar, ou entrega-la para o Pai/Mãe de Santo, Pai/Mãe Pequenos ou Ogãs para que tomem conta das mesmas.

Como vimos as guias são elementos ritualísticos muito sérios e como tal que devem ser respeitados e cuidados. Seu uso deve se restringir ao trabalho espiritual, ao ambiente cerimonial (terreiro) e aos momentos de extrema necessidade por parte do médium. Utilizar a guia em ambientes ou situações
dissonantes com o trabalho espiritual, ou por mera vaidade e exibicionismo, é no mínimo um desrespeito para com a vibração a qual representam.

Devem ser sempre limpas e guardadas no terreiro ou em algum lugar longe do alcance e visão dos curiosos. Lembre-se que as guias são objetos sagrados e como tal devem ser tratadas.

Um detalhe importante é de tempos em tempos, descarregarmos nossas guias com água do mar ou da chuva, e depois energizá-las com amaci, buscando sempre o aconselhamento de um dos dirigentes sobre como proceder.

Sociedade Espiritualista Mata Virgem



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