Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

20/08/2012

Fundamento do Congá ou Altar


Acredito que muitos já devem ter se perguntado isso: Qual o fundamento deste altar? De onde vem essa energia? Qual a sua função perante a assistência? Sei como é difícil aceitar e até utilizar de forma correta o que não se entende, portanto, hoje falaremos sobre um ponto importantíssimo dentro dos terreiros: o Altar.

O Altar é um ponto de força e deve ser firmado e assentado corretamente, pois é o meio pelo qual as Irradiações Divinas alcançarão todos os fiéis diante dele. A principal função de um altar é criar um magnetismo, uma ligação entre “ o céu e a terra”, e é através dele que as irradiações verticais das Divindades – DO ALTO – descerão até o altar e se espalharão na horizontal ocupando todo o espaço destinado às praticas religiosas. Os fundamentos específicos de um altar só podem ser explicados por quem o fez, mas o Fundamento Divino de sua existência em um templo é que quando nos colocamos respeitosamente diante dele, estaremos bem próximos de Deus e de Suas Sagradas Divindades.

As imagens que encontramos nos altares dos centros de Umbanda têm a função de impor um respeito único aos frequentadores induzindo uma postura respeitosa, silenciosa e reverente. As imagens apenas representam os Orixás, uma vez que é muito utilizado também o sincretismo religioso, uma unificação através da semelhança entre as características de um Orixá e as de um santo católico. É claro que Ogum não é São Jorge apenas se assemelha a ele em sua qualidade guerreira e Oxalá não é Jesus Cristo apenas traz o mesmo sentido de paz, compreensão, amor incondicional, e assim segue para todos. Orixá não é santo, pois santo foi um espírito humano que viveu no plano material e por boas atitudes foi canonizado pela igreja católica e também não é anjo, pois anjo é um mensageiro de Deus. Orixá é Divindade de Deus, ou seja, é um ser Divino e um mistério de Deus, é uma exteriorização e representante exclusivo de Deus. Por isso entendam: Orixá nunca encarnou, portanto não é santo, nem dá consultas, Orixá não é mensageiro de Deus mas sim representante de suas qualidades, atributos e sentidos. Orixá vem da cultura africana Nagô – Yorubá. São Divindades criadas a partir de Olorun, que é o Deus Supremo onipresente, onipotente e onisciente.

Umbanda cultua Orixá através de suas qualidades, elementos e mistérios.

Umbanda é e está na Natureza e em seus elementos naturais. Por isso melhor que ter imagens nos altares, é ter elementos naturais que representem os Sagrados Orixás, ou seja, trazer a força da natureza, “da Umbanda”, para dentro de nossa casa. Esses elementos podem ser as águas minerais ou cristalinas, as ervas, flores ou plantas, as pedras ou os minérios, como também instrumentos simbolizando a força e o mistério do Orixá. Vejam alguns exemplos de elementos que podem ser colocados no altar de forma simples, bonita e muito poderosa:

Oxalá – cristal transparente, taça de inox ou copo com vinho branco ou água mineral, girassóis, trigos.

Oxum – pedras como quartzo-rosa, ametista, pirita, água doce de rio ou de cachoeira, rosas amarelas, flor chuva de ouro.

Oxóssi – pedra como esmeralda ou quartzo verde, ervas como guiné, alecrim, espada de Oxóssi, copo de vinho, cipó.

Xangô – pedras de otá ou jaspe, espada de Xangô, machados, cerveja preta.

Ogum – pedras como granada ou rubi, cerveja clara, espadas, lanças ou escudo de ferro, espada de São Jorge.

Obaluayê – pedras como ônix ou turmalina preta, taça de vinho tinto ou água mineral, crisântemo, palha da costa com búzios.

Iemanjá – pedras como água-marinha ou madre-pérola, água do mar, estrela do mar, conchas, rosas brancas, alfazema.

Não podemos esquecer das velas em nosso altar, pois vela é mistério usado por todas as religiões do mundo. Quando é ativada religiosamente, se torna um poderoso elemento mágico, energético e vibratório que atua no etérico de quem recebe sua irradiação ígnea, elas têm o poder de consumir as energias negativas que são descarregadas pelos frequentadores do Templo.

Autor desconhecido



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17/08/2012

Desdobramento


Desdobramento


Durante o sono o Espírito desprende-se do corpo; devido aos laços fluídicos estarem mais tênues. A noite é um longo período em que está livre para agir noutro plano de existência. Porém, variam os graus de desprendimento e lucidez. Nem todos se afastam do seu corpo, mas permanecem no ambiente doméstico; temem fazê-lo, sentir-se-iam constrangidos num meio estranho (aparentemente).


Outros movimentam-se no plano espiritual, mas suas atividades e compressões dependem do nível de elevação. O princípio que rege a permanência fora do corpo é o da afinidade moral, expressa, conforme a explanação anterior, por meio da afinidade vibratória ou sintonia.


O espírito será atraído para regiões e companhias que estejam harmonizadas e sintonizadas com ele através das ações, pensamentos, instruções, desejos e intenções, ou seja, impulsos predominantes. Podendo assim, subir mais ou se degradar mais.


O lúbrico terá entrevistas eróticas de todos os tipos, o avarento tratará de negócios grandiosos (materiais) e rendosos usando a astúcia. A esposa queixosa encontrará conselhos contra o seu marido, e assim por diante. Amigos se encontram para conversas edificantes, inimigos entram em luta, aprendizes farão cursos, cooperadores trabalharão nos campos prediletos, e, assim, caminhamos.


Para esta maravilhosa doutrina, conforme tais considerações, o sonho é a recordação de uma parte da atividade que o espírito desempenhou durante a libertação permitida pelo sono. Segundo Carlos Toledo Rizzini, interpretação freudiana encara o sonho como apontando para o passado, revelando um aspecto da personalidade.


Para o Espiritismo, o sonho também satisfaz impulsos e é uma expressão do estilo de vida, com uma grande diferença: a de não se processar só no plano mental, mas ser uma experiência genuína do espírito que se passa num mundo real e com situações concretas. Como vimos, o espírito, livre temporariamente dos laços orgânicos, empreende atividades noturnas que poderão se caracterizar apenas por satisfação de baixos impulsos, como também, trabalhar e aprender muito. Nesta experiência fora do corpo, na oportunidade do desprendimento através do sono, o ser, poderá ver com clareza a finalidade de sua existência atual, lembrar-se do passado, entrevê o futuro, todavia a amplitude ou não dessas possibilidades é relativa ao grau de evolução do espírito.


Verifiquemos três questões do Livro dos Espíritos, no capítulo VIII, perguntas: 400, 401 e 403.


P-400 “O Espírito encarnado permanece de bom prazer no seu corpo material? - É como se perguntasse a um presidiário, se gostaria de sair do presídio. O espírito aspira sempre à sua libertação e tanto mais deseja ver-se livre do seu invólucro, quanto mais grosseiro é este.


P-401 “Durante o sono a alma repousa como o corpo? - Não, o espírito jamais está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços entre corpo e espírito e, ele se lança pelo espaço e entra em relação com os outros espíritos sintonizados por ele.


P-403 “Como podemos julgar a liberdade do espírito, durante o sono? - Pelos sonhos.


O sono liberta parcialmente a alma do corpo, quando adormecido o espírito se acha no estado em que fica logo a morte do seu corpo.


O sonho é a lembrança do que o espírito viu durante o sono. Podemos notar, que nem sempre sonhamos. Mas, o que isso quer dizer? Que nem sempre nos lembramos do que vimos, ou de tudo o que havemos visto, enquanto dormimos. É que não temos ainda a alma no pleno desenvolvimento de suas faculdades. Muitas vezes somente nos fica a lembrança da perturbação que o nosso Espírito experimentou.


Graças ao sono os Espíritos encarnados estão sempre em relação com o mundo dos Espíritos. As manifestações, que se traduzem muitas vezes por visões e até mesmo, “assombrações” mais comuns se dão durante o sono, por meio dos sonhos. Elas podem ser: uma visão atual das coisas, futuras, presentes ou ausentes; uma visão do passado e, em alguns casos excepcionais, um pressentimento do futuro. Também muitas vezes são quadros alegóricos que os Espíritos nos põem sob as vistas, para dar-nos úteis avisos e salutares conselhos, se se trata de Espíritos bons, e para induzir-nos ao erro, à maledicência, às paixões, se são Espíritos imperfeitos.


O sonho é uma expressão da vida real da personalidade. O espírito procura atender a desejos e intenções inconscientes e conscientes durante esse tempo de liberdade temporária. Conforme o grau, tipo de sintonia e harmonia gerada pela afinidade moral com outros Espíritos, direciona-se automaticamente para a parte do mundo espiritual que melhor satisfaça essa sintonia e suas metas e objetivos, ainda que não lícitos; e aí conta com amigos, sócios, inimigos, desafetos, parentes, “mestres” etc.


Contamos ainda com mais dois tipos de sonhos. O primeiro é o premonitório, quando se toma algumas informações ou conselhos sobre algum acontecimento futuro. O segundo é o pesadelo, ou seja, o sonho ansioso, em que entra o terror. É também uma experiência real, porém, penosa; o sonhador vê-se pressionado por inimigos ou por animais monstruosos, tem de atravessar zonas tenebrosas, sofrer castigos, que de fato são vivências provocadas por agentes do mal ou por desafetos desta ou de outras vidas.


Preparação para o Sono


Verificando o lado físico da questão, vamos ver a importância do sono, pelo fato de passarmos 1/3 de nosso dia dormindo, nesta atividade o corpo físico repousa e liberta toxinas. Para o lado espiritual, o espírito liga-se com os seus amigos e intercambia informações, e experiências.


Façamos um preparo para o nosso repouso diário:


Orgânico – refeições leves, higiene, respiração moderada, trabalho moderado, condução de nosso corpo quanto a postura sem extravagâncias.


Mental Espiritual - leituras edificantes, conversas salutares, meditação, oração, serenidade, perdão, bons pensamentos.


Todavia não nos esqueçamos que toda prece se fortifica com atos voltados ao bem, pois então, atividades altruístas possibilitam uma melhor afinidade com os bons espíritos.


Perispírito e Desdobramento


Embora, durante a vida, o Espírito seja fixado ao corpo pelo perispírito, não é tão escravo, que não possa alongar sua corrente e se transportar ao longe, seja sobre a terra, seja sobre qualquer outro ponto do espaço. (Allan Kardec , A Gênese, Cap. XIV, It 23).


Gabriel Delanne, em “O Espiritismo perante a Ciência”, conclui: A melhor prova de existência do perispírito é mostrar que o homem pode desdobrar-se em certas circunstâncias.


Desdobramento
É o nome que se dá o fenômeno de exteriorização do corpo espiritual ou perispírito.


O perispírito ainda ligado ao corpo, distancia-se do mesmo, fazendo agora parte do mundo espiritual, ainda que esteja ligado ao corpo por fios fluídicos. Fenômenos estes, naturais que repousam sobre as propriedades do perispírito, sua capacidade de exteriorizar-se, irradiar-se, sobre suas propriedades depois da morte que se aplicam ao perispírito dos vivos (encarnados).


Os laços que unem o perispírito ao corpo temporal, afrouxam-se por assim dizer, facultando ao espírito manter-se em relativa distancia, porém, não desligado de seu corpo. E esta ligação, permite ao espírito tomar conhecimento do que se passa com o seu corpo e retornar instantaneamente se algo acontecer. O corpo por sua vez, fica com suas funções reduzidas, pois dele foram distanciados os fluidos perispirituais, permanecendo somente o necessário para sua manutenção. Este estado em que fica o corpo no momento do desdobramento, também depende do grau de desdobramento que aconteça.


Os desdobramentos podem ser:


a) conscientes : Este, caracteriza-se pela lembrança exata do ocorrido, quando ao retornar ao corpo o ser recorda-se dos fatos e atividades por ele desempenhadas no ato do desdobramento. O sujeito é capaz de ver o seu “Duplo”, bem próximo, ou seja, de ver a ele mesmo no momento exato em que se inicia o desdobramento. Facilmente nestes casos, sente-se levantando geralmente a cabeça primeiramente e o restante do corpo, depois. Alguns flutuam e vêem o corpo carnal abaixo deitado, outros vêem-se ao lado dos corpos, todavia esta recordação é bastante profunda e a consciência e altamente límpida neste instante. Existe uma ligação ainda profunda dos fluidos perispirituais entre o corpo e o perispírito, facilitando assim, as recordações pós-desdobramento.


b) inconscientes: Ao retornar o ser de nada recorda-se. Temos que nos lembrar que na maioria das vezes a atividade que desempenha o ser no momento desdobrado, fica como experiências para o próprio ser como espírito, sendo lembrado em alguns momentos para o despertar de algumas dificuldades e vêem como intuições, idéias.


Os fluidos perispirituais são neste caso bem mais tênues e a dificuldade de recordação imediata fica um pouco mais árdua, todavia as informações e as experiências ficam armazenadas na memória perispiritual, vindo a tona futuramente.


Em realidade a palavra inconsciente, é colocada por deficiência de linguagem, pois, inconsciência não existe, tendo em vista o despertar do espírito, levando consigo todas as experiências efetivadas pelo mesmo, então colocamos a palavra inconsciente aqui, é somente para atestarmos a temporária inconsciência do ser enquanto encarnado.


c) voluntários: Se a própria pessoa promove este distanciamento. Analisemos algo bastante singular, nem todos os desdobramentos voluntários há consciência, pois como dissemos acima poderão haver algumas lembranças do ocorrido, existem ainda muitas dificuldades, no momento em que o espírito através de seu perispírito aproxima-se novamente de seu corpo, pela densidade ainda dos órgãos cerebrais é possível haver bloqueio dessas experiências. É necessário salientar que o ser encarnado na terra, ainda se encontra distante de controlar todos os seus potenciais, e por isso também há este esquecimento. Haja vista, algumas pessoas até provocarem o desdobramento e no momento de consciência terem medo e retornarem ao corpo apressadamente, dificultando ainda mais a recordação.


Os desdobramentos podem também ocorrer nos momentos de reflexões, onde nos encontramos analisando profundamente nossos atos e cuja atividade nos propicia encontrar com seres que nos querem orientar para o bem, parte de nosso perispírito expande-se e vai captar as experiências e orientações devidas.


d) provocados: Através de processos hipnóticos e magnéticos, agentes desencarnados ou até mesmo encarnados podem propiciar o desdobramento do ser encarnado. Os bons Espíritos podem provocar o desdobramento ou auxiliá-los sempre com finalidades superiores. Mas espíritos obsessores também podem provocá-los para produzir efeitos malefícios. Afinizando-se com as deficiências morais dos desencarnados, propiciamos assim, uma maior facilidade para que os espíritos mal-feitores possam provocar o desligamento do corpo físico atraindo o ser encarnado para suas experiências fora do corpo. A lei que exerce esta dependência é a de afinidade.


e) emancipação Letárgica: Decorre da emancipação parcial do espírito, podendo ser causada por fatores físicos ou espirituais. Neste caso o corpo perde temporariamente a sensibilidade e o movimento, a pessoa nada sente, pois os fluidos perispiríticos estão muito tênues em relação a ligação com o corpo. O ser não vê o mundo exterior com os olhos físicos, torna-se por alguns instantes incapaz da vida consciente. Apesar da vitalidade do corpo continuar executando-se.


Há flacidez geral dos membros. Se suspendermos um braço, ele ao ser solto cairá.


e) emancipação Cataléptica: Como acima, também resulta da emancipação parcial do espírito. Nela, existe a perda momentânea da sensibilidade, como na letargia, todavia existe uma rigidez dos membros. A inteligência pode se manifestar nestes casos. Difere da letárgica, por não envolver o corpo todo, podendo ser localizado numa parte do corpo, onde for menor o envolvimento dos fluidos perispirituais.


Aluney Elferr Albuquerque






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14/08/2012

Lições de Preto Velho - Por José Queid Tufaile


Cenário: reunião mediúnica num Centro Espírita. A reunião na sua fase teórica desenrola-se sob a explanação do Evangelho Segundo o Espiritismo. Os membros da seleta assistência ouvem a lição atentamente. Sobre a mesa, a água a ser fluidificada e o Evangelho aberto na lição nona do capítulo dez: "O Argueiro e a trave no olho".

Dr. Anestor, o dirigente dos trabalhos, tecia as últimas considerações a respeito da lição daquela noite. O ambiente estava impregnado das fortes impressões deixadas pelas palavras do Mestre: "Por que vês tu o argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu?". Findos os esclarecimentos, apagaram-se as luzes principais, para que se desse abertura à comunicação dos Espíritos.

Um dos presentes fez a prece e deu-se início às manifestações mediúnicas. Pequenas mensagens, de consolo e de apoio, foram dadas aos presentes. Quando se abriu o espaço destinado à comunicação das entidades não habituais e para os Espíritos necessitados, ocorreu o inesperado: a médium Letícia, moça de educação esmerada, traços delicados, de quase trinta anos de idade, dez dos quais dedicados à educação da mediunidade, sentiu profundo arrepio percorrendo-lhe o corpo. Nunca, nas suas experiências de intercâmbio, tinha sentido coisa parecida. Tomada por uma sacudidela incontrolável, suspirou profundamente e, de forma instantânea, foi "dominada" por um Espírito. Letícia nunca tinha visto tal coisa: estava consciente, mas seus pensamentos mantinham-se sob o controle da entidade, que tinha completo domínio da sua psique.

O dirigente, como sempre fez nos seus vinte e tantos anos de prática espírita, deu-lhe as boas vindas, em nome de Jesus:

- Seja bem vindo, irmão, nesta Casa de Caridade, disse-lhe o Dr. Anestor.

O Espírito respondeu:

"Zi-boa noite, zi-fio. Suncê me dá licença pra eu me aproximá de seus trabaios, fio?".

- Claro, meu companheiro, nosso Centro Espírita está aberto a todos os que desejam progredir, respondeu o diretor dos trabalhos.

Os presentes perceberam que a entidade comunicante era um preto-velho, Espírito que habitualmente comunica-se em terreiros de Umbanda. A entidade comunicante continuou:

"Vós mecê não tem aí uma cachaçinha pra eu bebê, Zi-Fio?".

- Não, não temos, disse-lhe Dr. Anestor. Você precisa se libertar destes costumes que traz de terreiros, o de beber bebidas alcoólicas. O Espírito precisa evoluir, continuou o dirigente.

"Vós mecê não tem aí um pito? Tô com vontade de pitá um cigarrinho, Zi-fio".

- Ora, irmão, você deve deixar o hábito adquirido nas sessões de Umbanda, se queres progredir. Que benefícios traria isso a você?

O preto-velho respondeu:

"Zi-preto véio gostou muito de suas falas, mas suncê e mais alguns dos que aqui estão, não faz uso do cigarro lá fora, Zi-fio? Suncê mesmo, não toma suas bebidinhas nos fins de sumana? Vós mecê pode me explicá a diferença que tem o seu Espírito que bebe whisky, no fim de sumana, do meu Espírito que quer beber aqui? Ou explicá prá mim, a diferença do cigarrinho que suncê queima na rua, daquele que eu quero pitá aqui dentro?".

O dirigente não pôde explicar, mas ainda tentou arriscar:
- Ora, meu irmão, nós estamos num templo espírita e é preciso respeitar o trabalho de Jesus.

O Espírito do preto-velho retrucou, agora já não mais falando como caipira:

"Caro dirigente, na Escola Espiritual da qual faço parte, temos aprendido que o verdadeiro templo não se constitui nas quatro paredes a que chamais Centro Espírita. Para nós, estudiosos da alma, o verdadeiro templo é o templo do Espírito, e é ele que não deve ser profanado com o uso do álcool e fumo, como vem sendo feito pelos senhores. O exemplo que tens dado à sociedade, perante estranhos e mesmo seus familiares, não tem sido dos melhores. O hábito, mesmo social, de beber e fumar deve ser combatido por todos os que trabalham na Terra em nome do Cristo. A lição do próprio comportamento é que é fundamental na vida de quem quer ensinar".

Houve profundo silêncio diante de argumentos tão seguros. Pouco depois, o Espírito continuou:

"Desculpem a visita que fiz hoje e o tempo que tomei do seu trabalho. Vou-me embora para o lugar de onde vim, mas antes queria deixar a vocês um conselho: que tomassem cuidado com suas obras, pois, como diria Nosso Senhor, tem gente "coando mosquito e engolindo camelo". Cuidado, irmãos, muito cuidado. Deixo a todos um pouco da paz que vem de Deus, com meus sinceros votos de progresso a todos que militam nesta respeitável Seara".

Deu uma sacudida na médium, como nas manifestações de Umbanda, e afastou-se para o mundo invisível. O dirigente ainda quis perguntar-lhe o porquê de falar "daquela forma". Não houve resposta. No ar ficou um profundo silêncio, uma fina sensação de paz e uma importante lição: lição para os confrades meditarem.



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13/08/2012

Mediunidade na Umbanda


Mediunidade é uma oportunidade dada ao espírito para auxiliar na sua evolução. Genericamente, mediunidade é a capacidade de se comunicar com os espíritos.

O ser médium é ser consciente dos seus dons espirituais e direcioná-los em benefício do seu próximo, o ser médium é uma escolha feita pelo espírito antes do nascimento do corpo físico, nada lhe é imposto, desta forma, mediunidade não pode ser vista como uma punição ou um castigo. Quando bem desenvolvida atinge o seu principal objetivo, que é a prática da caridade. Caridade para quem a pratica equilibrando o seu ser integral: físico, mental e espiritual; caridade para quem a recebe, servindo de lenitivo e cultivando a esperança e a fé; e caridade para o espírito que a utiliza como ferramenta para se comunicar com o plano físico e fazer sua caridade, pois também são espíritos em evolução.

O médium de Umbanda foi preparado no astral para trabalhar na Umbanda. É fundamental que ele saiba o que é Umbanda, seus valores, princípios e fundamentos e, principalmente, estude a sua diversidade de pensamentos e de ritualísticas e escolha para seguir aquela vertente que mais se identifique. Procure um Centro de Umbanda sério, que zele pela ética e pelo respeito ao próximo, com base no amor e na fraternidade. Procure conhecer, estudar e participar do que o centro lhe oferece a fim de interagir com a comunidade umbandista, pratique reflexões diárias a fim de entender e auxiliar o seu eu interior, responda para si mesmo o "porquê quero ser médium umbandista", "o que espero da Umbanda" e "como posso seu útil ao meu próximo", para depois fazer sua escolha de forma consciente e responsável.

Estando o médium na corrente espiritual de Umbanda, ele é acolhido pelos Orixás e Guia Chefe da Casa para desenvolver a sua mediunidade, juntamente com seus Guias e Mentores pessoais. É importante que a prática do seu desenvolvimento seja em dia diferente dos dias de trabalhos de caridade do Centro. Procure dar um passo de cada vez, não se deve dar passividade mediúnica a toda energia sentida, lembre-se que o médium pode e deve ter o controle sobre sua incorporação, a mudança voluntária da tela mental no momento da irradiação do espírito, muda automaticamente a sintonia e não permite a incorporação. São fundamentais a economia de ectoplasma e o treino do autocontrole para a harmonia do médium na fase inicial. A educação mediúnica começa doutrinando os seus próprios impulsos, para depois ser um médium que auxilie, de fato, os espíritos que necessitem.

A dificuldade do reconhecimento da autenticidade do transe mediúnico, isto é, a dúvida se "o pensamento é meu ou do espírito", é uma constante entre os médiuns iniciantes e essa incerteza gera ansiedade e o policiamento de suas ações, levando, consequentemente, a um bloqueio nas incorporações. O ideal é que o médium não se cobre, relaxe o seu mental com imagens da natureza, de preferência do reino do seu Orixá ou daquele que no momento esteja sendo chamado na vibração do Terreiro, relaxar e não ter pressa em incorporar, tendo como meta vibrar positivamente em benefício de todos. E se não tiver a mediunidade de incorporação, com certeza tem outros dons igualmente importantes para compartilhar e ser instrumento útil para a espiritualidade.

O mecanismo da mediunidade se efetua através do magnetismo espiritual sobre o chakra coronário, ativando a glândula pineal para produzir a melatonina, hormônio que interage com os neurônios e produz um efeito de sedação, facilitando o controle do espírito sobre o chakra que pretende atuar, exemplo: se for a fala, atua sobre o chakra laríngeo.

A excitação do sistema nervoso antecede ao transe mediúnico, devido a atuação dos chakras no momento da sintonia espírito-médium. Quando os centros de força (chakras) entram em desarmonia, ou absorvem energias contrárias ao equilíbrio do médium, o espírito atuante no momento utiliza de movimentos corporais específicos para desbloquear o campo eletromagnético, daí o fundamento da dança, do giro e demais rituais próprios de cada falange espiritual.

A mediunidade é classificada em: consciente, pré-consciente e inconsciente. A faculdade consciente é a mais comum, encontrada em 70% dos casos. Nela, o espírito se comunica através da tela mental, cabe ao médium decodificar a mensagem e transmiti-la com o mínimo de alteração, pois, desde que a mensagem passa pelo arquivo mental do médium é natural que se molde aos elementos nele inerentes, isto é, a forma da mensagem irá depender das variantes de linguagem que o médium possui, da riqueza ou escassez do vocabulário e do conhecimento sobre o assunto, mas a essência da mensagem não pode ser alterada. A mediunidade pré-consciente é o meio termo entre a consciência e a inconsciência, durante o fenômeno mediúnico o médium é abordado por clarões de consciência e após o transe há uma mínima recordação do que aconteceu. Isto se dá porque há uma exteriorização parcial do perispírito. O espírito tem melhor atuação no órgão fonador, conseguindo falar com o seu próprio estilo de linguagem. A pré-consciência está em 28% dos casos. E finalmente, a mediunidade inconsciente representa apenas 2% dos casos, é uma mediunidade rara e de menor preferência dos espíritos, pois se o médium não participa ativamente do fenômeno não pode usufruir dos benefícios da mensagem, geralmente ele é o mais necessitado em ouvi-la. O mecanismo da inconsciência consiste em o perispírito se afastar, sendo ligado pelo cordão fluídico ao corpo físico, ficando este ao total controle do espírito comunicante.

Mediunidade é, enfim, um dom natural e congênito que serve de aprimoramento para o espírito. É inerente ao ser humano, não depende de religião, grau de instrução, nem de evolução moral, mas é a evolução moral que vai determinar o uso que se faz dela, bem como a consequência desse uso. Na Umbanda, o médium tem a oportunidade de vivenciar diversos tipos de energias, das mais sutis às mais densas e ser o medianeiro dos trabalhadores de Aruanda, que praticam a sua caridade com muita simplicidade e amor.

Do livro Umbanda Luz e Caridade - Ednay Melo




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09/08/2012

Oxóssi

Oxossi

Dia da semana: quinta-feira – dia do Astro Júpiter

Data comemorativa: 20 de janeiro

Sincretismo: São Sebastião

Cor: verde

Ervas: arruda, alfavaca de caboclo, samambaia e outras.

Frutas: todas as frutas.

Flores: flores do campo

Reino Natural: Matas

Elemento: terra

Pedras: Jade (verde) - Esmeralda - Quartzo (verde)

Símbolos: arco e flecha, rabo de cavalo e chifre de boi.

Saudação: Okê Arô! – Significa: Salve o brado do Caboclo!

Astro: Júpiter - Astro que favorece a expansão do conhecimento, a prosperidade e a fartura.

Deuses na mitologia greco-romana: Júpiter para os romanos e Zeus para os gregos.

 

Oxossi é Orixá da saúde, da fartura, do sustento, do conhecimento e da vitalidade. Seus principais atributos são concentração, rapidez, astúcia, sabedoria, intuição, paciência, autocontrole e tudo que favoreça o acerto do alvo, como numa caça. Orixá que cuida, assim como Oxum, do equilíbrio emocional, pois para se acertar um alvo ou atingir uma meta é preciso serenidade e segurança emocional. Cuida da saúde por ter grande conhecimento das ervas medicinais e está sempre associado à alimentação, é o Orixá que provê os alimentos, daí a lenda de ser Orixá caçador. Sua principal representação é o arquétipo da liberdade, com a responsabilidade de ganhar o próprio sustento.

Os seus Falangeiros denominados Caboclos, enviados aos Terreiros para trazer o axé das matas, são espíritos que costumam trabalhar sem usar a fala, eles bradam, gesticulam e promovem todos os tipos de manipulação energética característica de todos os Orixás. Diferente dos Caboclos-entidades, estes sim utilizam a linguagem verbal e se comunicam com médiuns e consulentes. Pode ser a mesma entidade que se apresenta como Falangeiro do Orixá Oxossi e como Caboclo de Oxossi, porém com magnetismo energético, atribuições, funções e posturas diferentes, como podem ser também espíritos diferentes, todos denominados Caboclos.

Na doutrina da Tenda de Umbanda Luz e Caridade, o Orixá Oxossi é representado pelos Caboclos, que por sua vez têm o arquétipo do índio brasileiro. São caboclos que apresentam uma vibratória energética mais sutil e que vêm trazer os benefícios das matas, reino natural deste Orixá. Já os Caboclos-entidades, também trabalham na linha de Oxossi, também carregam o arquétipo do índio brasileiro, apenas diferem no momento da sua apresentação e no tipo de trabalho desempenhado em terra.

Os tipos psicológicos dos filhos de Oxossi são os das pessoas que não aspiram grandes conquistas, satisfazendo-se com o necessário para o seu sustento, pessoas que apreciam a fartura de uma mesa e fazem questão de dividir com os demais. Geralmente são retraídos e desconfiados, preferem estar sozinhos e evitam tudo e todos que possam ameaçar a sua liberdade. São joviais e amam o contato com a natureza. São pessoas leais, sensíveis e muito prestativas. Do lado oposto do Orixá tornam-se críticos, fofoqueiros e vingativos.

Do livro Umbanda Luz e Caridade - Ednay Melo




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07/08/2012

A Trajetória de um verdadeiro zelador de Umbanda


Sentado ali em frente ao seu congá, o velho pai de santo relembra com surpreendente nitidez sua infância e seu primeiro contato com a espiritualidade.

Nitidamente ele se vê na tenra infância a brincar sozinho no amplo quintal da casa de seus pais.

Lembra-se que alguma coisa o fez olhar para as nuvens e diante dele uma estranha imagem se forma: um velho sentado ao redor de uma fogueira e um menino a ouvir-lhe estórias. De alguma maneira o menino ao ver aquela cena sabia que se tratava dele mesmo.

O tempo passou e a cena jamais esquecida e também jamais revelada, o acompanha em sonhos e lembranças.

Cresce e acaba se tornando médium Umbandista.

Aos poucos vai conhecendo seus guias, que vão tomando seu corpo nas diversas "giras de desenvolvimento".

Primeiro o Caboclo que lhe parece muito grande e forte, depois os demais...

Até que, ao completar 18 anos, seu Exu também recebe permissão para incorporar.

Já não é mais médium de gira, a bem da verdade ocupa o cargo de pai pequeno do terreiro. Percebe que não tivera uma adolescência como a da maioria dos jovens que lhe cercam na escola.

Não vai a bailes, festas...

Dedica-se com uma curiosidade e um amor cada vez maior à prática da caridade.

Os anos passam e acaba por abrir seu próprio terreiro. Inúmeras pessoas procuram os seus guias e recebem um lenitivo, uma palavra de consolo e esperança.

Foram tantos os pedidos e tantos os trabalhos realizados que já perdera a conta.

Viu inúmeras pessoas que declaravam amor eterno pela Umbanda e bastava que alguns pedidos não fossem alcançados na plenitude desejada que já se afastavam, criticando o que ontem lhes era sagrado...

Presenciou pessoas que, vindas de outras religiões, encontraram a paz dentro do terreiro, mantido a duras penas, uma vez que nada cobrava pelos trabalhos realizados ("Dai de graça o que de graças recebestes").

Solteiro permanecia até hoje, pois embora tivesse tido várias mulheres que lhe foram caras, nenhuma delas aguentou ficar a seu lado, pois para ele a vida sacerdotal se impunha a qualquer outro tipo de relacionamento. Amava mesmo assim todas aquelas que lhe fizeram companhia em sua jornada terrena.
Brincava, o velho pai de santo, quando lhe perguntavam se era casado e respondia, bem humorado, que se casara muito cedo, ainda menino.

A curiosidade dos interlocutores quanto ao nome da esposa era satisfeita com uma só palavra:

Umbanda, este era o nome da esposa.

Com o passar do tempo, a idade foi chegando; muitos de seus filhos de fé seguiram seus destinos vindo eles também a abrirem suas casas de caridade. O peso da idade não o impede de receber suas entidades. Ainda ecoa, pelo velho e querido terreiro, o brado de seu Caboclo, o cachimbo do Preto-velho perfuma o ambiente, a gargalhada do Exu ainda impressiona, a alegria do Erê emociona a ele e a todos...

Enfim, sente-se útil ao trabalhar.

Hoje não tem gira.

O terreiro está limpo, as velas estão acessas e tudo parece normal. Resolve adentrar ao terreiro para passar o tempo, perdera a noção das horas. Apura os ouvidos e sente passos a seu redor, percebe que alguém puxa pontos e que o atabaque toca. Ele está de costas para todos e de frente para o congá. O cheiro da defumação invade suas narinas...

Seus olhos se enchem de lágrimas na mesma proporção que seu coração se enche de alegria. Estranhamente, não sente coragem ou vontade de olhar para trás, apenas canta junto os pontos. Fixa seus olhos nas imagens do altar, fecha os olhos e ainda assim vê nitidamente o congá, parece que percebe o movimento do terreiro aumentar.

Vira de costas para o congá e a cena o surpreende: vê Caboclos,Boiadeiros, Pretos Velhos, Marujos, Baianos, Erês e toda uma gama de Guias... Até Exus e Pomba Giras estão ali na porteira. Se dá conta que os vê como são, não estão incorporados. Todos lhes sorriem amavelmente.

Dentre tantos Guias, percebe aqueles que incorporam nele desde criança. Tenta bater cabeça em homenagem a eles, mas é impedido. O Caboclo, seu guia de frente, se adianta, lhe abraça, brada seu grito guerreiro... Os demais o acompanham. O velho pai de santo não agüenta e chora emocionado... As lágrimas lhe turvam a vista. Fecha seus olhos e ao abri-los todos os guias ainda permanecem em seus lugares embora calados...

Nota uma luz brilhante em sua direção, Iansã e Omulu se aproximam, seu Caboclo os saúda e é correspondido. A luz o envolve completamente.

Já não se sente mais velho.

Na verdade sente-se jovem como nunca.

Seu corpo está leve e ele levita em direção à luz.

Todos os guias fazem reverência...

O terreiro vai ficando longe envolto em luz...

Ele sorri alegre... A missão estava cumprida...

No dia seguinte, encontram seu corpo aos pés do congá.

Tinha nos lábios um sorriso...

( Autor Desconhecido)



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05/08/2012

Um passo de cada vez...


O desenvolvimento mediúnico é como o desabrochar de uma flor: um fenômeno sutil, que acontece dia a dia, sem milagres ou grandes saltos em sua evolução. Desenvolver a mediunidade é um processo que começa interiormente, buscando a melhora íntima e o desenvolvimento das virtudes superiores, pois apenas através delas, acessa-se o padrão de sintonia ideal com os bondosos mensageiros que a Luz envia.

Mediunidade não é um bem para envaidecer-se, nem uma atividade que tem como objetivo matar o tempo ocioso dentro da matéria. É sim, um trabalho sério, que exige disciplina e maturidade, compaixão e carinho, para que o trabalho não se perca nas áridas ilusões do materialismo exacerbado.

Todo servidor mediúnico é uma ponte de ligação entre os planos mais sutis e a matéria. É uma porta de acesso. Mas, caso essa porta seja aberta, o que transitará por ela? Em verdade, o médium antes de ser elemento passivo na comunicação espiritual, é elemento ativo no processo de sintonia com as forças superiores. A manifestação mediúnica é impressa sobre o conteúdo anímico que todo médium traz, em sua mente e em seu coração.

Por isso o grande esforço dos mensageiros da luz, para que antes das faculdades mediúnicas desabrocharem por completo, o médium passe por um período longo de desenvolvimento, onde suas capacidades acompanharão a própria evolução interna da alma, predisposta ao trabalho de intercâmbio espiritual. A todos esses irmãos, que buscam na mediunidade, uma oportunidade de trabalho redentor, deixamos os seguintes conselhos:

Utilizem-se sempre da palavra amiga, para que a psicofonia reflita os sentimentos trazidos no coração.

Tenham olhos bondosos, que antes de procurar os defeitos alheios, sirvam para a compreensão dos próprios erros, fazendo da clarividência uma ferramenta para o autoconhecimento.

Santifiquem suas mãos com o trabalho honesto e edificante, para que elas possam trazer, através da psicografia, as palavras do mais alto.

Façam com que suas atividades diárias sejam norteadas pelo bom-senso e pela alegria, aumentando a lucidez fora do corpo, quando das excursões noturnas enquanto o corpo físico descansa.

Escolham bem as conversações as quais participam, para que seus ouvidos possam ouvir o sutil.

Cultivem pensamentos elevados e carinhosos em relação ao semelhante, para que a intuição flua, como um rio de bênçãos, a cair do altíssimo.

Não julguem com maldade e extremo rigor as manifestações mediúnicas do próximo, para que não sejam traídos pelo animismo não edificante. Lembrem-se que o mesmo rigor, descaso e sarcasmo destinado ao irmão, um dia poderá ser destinado a vocês.

Estudem, leiam e se instruam, mas não se envaideçam, pois os verdadeiros tesouros espirituais trazemos no coração.

Cuidado com o mau-humor. Ele acaba com qualquer tentativa de contato espiritual elevado. Manter-se sereno e equilibrado perante as pelejas do dia a dia é a maior prova de espiritualização que o ser pode dar.

Sejam simples. Não busquem o fenômeno ou o "show mediúnico." Busquem sim, o esclarecimento, os ensinamentos elevados, o consolo e a fraternidade com os irmãos mais necessitados.

Cuidados com os excessos, trilhem o caminho do equilíbrio, para que suas companhias espirituais também sejam equilibradas.

Façam da oração uma manifestação de fé e confiança verdadeira nas forças celestes, para que o amparado delas nunca falte.

Não se martirizem, nem se tenham como pecadores. Ninguém é perfeito, todos nós temos acertos e erros, débitos e créditos. Trabalhem e perseverem. Sejam críticos, mas não exagerem. Melhore na medida do possível e não se cobre uma postura impossível em relação à vida.

Cada um tem o que merece. Aceitem suas vidas, suas dificuldades, seus problemas, pois eles estão aí por única e exclusiva responsabilidade suas.

Por último, confiem mais em si mesmos. Não desanimem com a aparente falta de evolução em relação a mediunidade. Como dito anteriormente, o processo é lento, sem saltos ou rápidas transformações. Um passo de cada vez. O caminho é longo, mas todos nós temos a eternidade...

Um Espírito Amigo
(Autor desconhecido)



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