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11/06/2014

Desdobramento do Sonho

Desdobramento do Sonho

Todo Sonho é um Desdobramento?

Desdobramento é a projeção da consciência para fora do corpo físico, é uma capacidade inerente a todo ser humano. Ele se efetua durante o sono e durante o transe mediúnico, porém o sono é o principal mecanismo que desencadeia o desdobramento.

Há controvérsias na literatura sobre a seguinte questão: se todo sonho pode ser considerado um desdobramento. Diante dos nossos estudos e pesquisas chegamos a seguinte conclusão:

Para Freud, o sonho é a realização do desejo ou o encontro com os nossos traumas recalcados no inconsciente, daí os sonhos sem sentido aparente, que é a forma de burlar a censura do nosso superego aliviando tensões e renovando energias, o sonho seria o nosso arquivo mental o qual não temos acesso no estado de vigília, eis o inconsciente apresentado pelo pai da Psicanálise Sigmund Freud. Então, todo sonho é a representação do inconsciente.

Particularmente, temos formação em psicologia analítica e somos também estudiosa da Doutrina Espírita para percebermos, com mais clareza, o conceito dos sonhos de Freud intrinsecamente relacionado com o estudo do desdobramento pelo sonho explicado pela Doutrina Espírita; esta aponta "tipos" de sonhos, como a realização do desejo: sonhar com as vivências do seu estado de vigília; ou sonhos espirituais: viver e atuar como espírito livre do corpo físico; segundo alguns estudiosos da Doutrina Espírita, apenas os sonhos espirituais são considerados desdobramentos. No nosso entendimento, mesmo quando se sonha com suas experiências do estado de vigília, o espírito também se desprende do corpo físico para viver o seu inconsciente, iríamos mais longe e diríamos que o espírito é o próprio inconsciente, entendendo este desprendimento como um desdobramento, como uma experiência do espírito, logo, todo sonho é um desdobramento.

Do livro Umbanda Luz e Caridade - Ednay Melo


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05/06/2014

Saravá Iansã! Eparrê!

Saravá Iansã! Eparrê!

Sagrada Mãe Iansã, eu não sei rezar, não sei fazer clamores e muito menos escrever direito, mas eu venho aqui, de coração falar com a senhora... venho pedir... pra variar... isso eu sei fazer minha mãe, pedir... venho falar, reclamar, questionar... sou displicente, sou humano, e sei fazer tudo isso.

Eu queria trazer flores para a senhora, mas escolhi plantá-las e convidá-la para que venha me ver cuidar delas enquanto meu canto é levado pelo vento.


Como um filho rebelde, resolvi sair do caminho só pra chamar a atenção, e quando a senhora me colocar de volta nele, eu possa senti-la me tocando, mesmo que seja pelo fio da sua sagrada espada.


Peço mãe dos meus caminhos, que seus raios iluminem as estradas à minha volta, para que eu tome as melhores direções.



Peço que quando o escuro tomar conta dos meus olhos, a senhora me guie pelo som do brandir de sua espada. E nas batalhas onde eu não enxergar meus opositores, seus ventos assoprem nos meus ouvidos o que preciso saber, e me coloque no lugar certo para eu me esquivar dos seus golpes traiçoeiros.

Peço merecer seu amor de guerreira, o carinho de sua espada que extirpa o que não me serve para nada. E peço também entender os porquês do que me é bom ou não.
Mãe de um amor guerreiro, não precisa me responder nada em palavras, mesmo porque eu não aprendi a ouvi-las. 

Só me permita senti-la na força dos ventos, e tenha certeza, saberei que a senhora está comigo. Se eu merecer, eu peço minha mãe, que nunca me perca dos seus divinos olhos, porque sabendo que sou olhado pela senhora, não me sinto sozinho.

Eu não sei rezar minha mãe, eu só sei chamar.

Sou eu Mãe Iansã, sou eu que chamo a senhora no seu dia... sou eu que chamo a senhora nos meus dias. Salve o silêncio do raio, salve o estrondo do trovão... e salve o poder da ventania.

Adriano Camargo Erveiro







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31/05/2014

Oxum Mãe Sagrada

Oxum

Orayeyêo oh minha mãe
Orayeyêo vem me valer
Na queda da cachoeira
Eu fazia a minha prece
Pra mãe Oxum me proteger...

Com seu manto sagrado
Me cubra e me ampare
Oh minha mãe!
Tire as dores da minha vida
Me dê a paz e a caridade...

E com sua beleza
Me dê a proteção
Mamãe Oxum
Me estenda a vossa mão...

E eu bato a minha cabeça pra
Louvar a minha mãe Senhora
Que com o seu Abebê
É tão faceira e tão formosa...

A sua dança encanta
Por onde ela passar
Oh mãe sagrada de Umbanda
Olhe para o meu Caminhar...

E Orayeyêo!
Hoje aqui eu venho
Lhe agradecer!
Mãe Oxum me deu a mão
Me deu a sua proteção
Hoje eu tenho um sentido
Em meu viver...

E quando eu errar
Eu pedirei o Seu perdão
Mãe Oxum na Umbanda
Senhora da Conceição...

Letra: Marcelo Varando



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30/05/2014

Trabalhos Encomendados e Promessas de Solução


Trabalhos Encomendados e Promessas de Solução

O que pensar desses anúncios vinculados em jornais ou panfletos distribuídos nas ruas que prometem a solução de nossos problemas amorosos, financeiros e de saúde? Eles funcionam mesmo? Trazem a solução tão desejada?

O primeiro (aspecto a ser analisado) refere-se ao desespero da pessoa que necessita ou deseja a solução. O segundo é ver envolvido o nome da Umbanda nessa questão.

Analisando o primeiro aspecto, podemos desmembrá-lo também em duas vertentes. A primeira diz respeito a compreensão da pessoa que por acreditar que seu problema não seja de seu merecimento ou “culpa”, busca no externo a solução do mesmo. Pessoas que buscam esse tipo de “atendimento” não têm menor noção de espiritualidade, de merecimento, e não estão nem um pouco preocupadas com as conseqüências que este tipo de envolvimento pode trazer, pois as desconhecem. Por acreditarem que o seu problema é conseqüência de ações de terceiros, desafiam o próprio Deus, dizendo-se não merecedoras do que estão passando.

Dentro de suas mentes obnubiladas pela dor e sofrimento, querem uma solução rápida, mágica, que as façam verem-se livres e felizes.

A segunda vertente diz respeito especificamente ao sentimento do solicitante. Muitos pedem que “a pessoa amada volte”. Ora, sabemos que quem ama realmente deseja somente o bem do ser amado, portanto não irá fazer um pedido desta natureza. Outras pessoas pedem que “fulano” perca o emprego, pois ele precisa trabalhar e o “fulano” está atrapalhando; ou então pedem pelo desencarne de “beltrano”. Francamente!

Mas, esses “trabalhos” funcionam?

Certamente que sim! Não para todos, mas para muitos ou alguns. Mas no fundo, no fundo, é imprescindível que haja absoluta harmonia entre o solicitante, o executante, a "vítima" e o astral inferior. Portanto obter o resultado desejado apenas confirma a absoluta sintonia entre essas quatro coisas.

Mas quem executa esses trabalhos em nível astral?

Espíritos que trabalham com forças trevosas, de baixo padrão vibratório e alta densidade perispiritual. Espíritos altamente ligados à matéria, ao mundo encarnado. Não são desprovidos de inteligência, muito pelo contrário, são desprovidos de luz, de esclarecimentos da verdade eterna, de amor. Espíritos que saudosos de seus tempos na terra ainda precisam se alimentar, fumar, beber, urinar, defecar, sentem-se encarnados ainda, sentem dor, prazer sexual, etc. E para satisfazerem as suas necessidades fisiológicas e outras intenções maléficas, reúnem-se em torno de encarnados que poderão, por similitude vibratória, atendê-los em seus desejos e aspirações.

Muitos se agregam aos médiuns que por sua invigilância, cedem lentamente a essas aspirações. Eles são ardilosos, chegam a fazerem-se passar por Exu, dando ao médium a impressão de estar sendo assistido pelo seu próprio Exu. Por isso é tão importante que o médium estude sempre e mantenha-se empenhado no caminho do bem e da caridade.

Dentro de sua ousadia, esses obsessores envolvem o médium dando-lhe “poderes” e sensações prazerosas em nível de terra. Atendem rapidamente as necessidades mais mundanas do médium e se apresentam como “solucionadores” de diversas questões. Mas ainda não é aí que começa a cobrança. O médium empolgado desvia-se ainda mais, começa a procurar lugares onde haja o mesmo tipo de afinidade vibratória, e tudo que estudou recebe outra conotação. Começa a atender pessoas em casa e se diz pai ou mãe no santo e a pedir, sugestionado pelos obsessores, os elementos que irão satisfazer as necessidades deles, e não vê nada de mal em cobrar também pelo trabalho que irá executar. Afinal ele também tem as suas próprias necessidades (jóias, carro novo, casa, etc), mas ter um emprego onde ganhe o seu sustento que é bom, nem pensar, pois não teria tempo para se dedicar com afinco ao serviço ao astral inferior (aliás uma das primeiras exigências dele).

A pessoa que foi pedir, poderá ou não receber a “graça”, ou seja, a solução tão desejada, mas certamente ela receberá algumas tantas companhias que turvarão ainda mais sua mente já tão conturbada e perturbada pela dor. Neste caso em especial, não receber a “graça” é que é a verdadeira graça, pois pode ser um sinal de que a pessoa não está tão envolvida assim com a espiritualidade inferior.

O segundo aspecto desta questão é quando envolvem o sagrado nome da Umbanda nestes trabalhos. A Umbanda não se presta a este tipo de coisa. Quem assim o diz está desviado de seu caminho. A Umbanda trabalha justamente para combater o astral inferior e não compactua com obsessor, mas o orienta e doutrina, ao contrário também do que muitos pensam. Portanto quem cobra por seus "serviços mediúnicos" e compactua com esses pensamentos desviados, não é umbandista, porque a Umbanda é a prática da caridade pela caridade, na busca da evolução.

No embate contra o astral inferior a primeira linha que é utilizada pela Umbanda é a linha de Exu e Pomba Gira, porque são as entidades determinadas pelo Astral Superior para esse trabalho em função de suas características vibratórias, sua enorme capacidade de manipulação energética e seu profundo conhecimento das armadilhas do astral inferior. Exu trabalha para ascender às hostes superiores, ou seja, para um dia vir a ser um Caboclo ou Preto Velho, portanto jamais irá se deixar seduzir por armadilhas que ele tão bem conhece. Além do mais, Exu trabalha sob as ordens de espíritos superiores que são os enviados de Orixá. Logo, por dedução simples e lógica não faz sentido a afirmação de que Exu faz tanto o mal quanto o bem, que não sabe diferenciar um do outro; isso significaria inocência, coisa que está longe de ser uma das características de Exu; além de significar que Exu seria um idiota, e não um espírito de luz, guardião e defensor.

Exu é passional?

Sim, Exu é passional, mas não é bobo e muito menos violenta o livre arbítrio de ninguém. Portanto, Exu não bate, não exige oferenda especial nenhuma, utiliza sim os elementos oferendados (padé e bebida alcoólica), única e exclusivamente para manipular as energias volatilizadas para a consecução dos objetivos propostos pelo Astral Superior, e o mesmo não propõe que o Exu beba através de seu médium, mas que manipule a essência dos elementos oferendados em favor dos seus comandados, estes sim mais apegados as necessidades terrenas.

Eis o motivo de Exu ser tão mal compreendido. Eis o motivo da Umbanda ser tão execrada. As pessoas leigas e os médiuns desprovidos de esclarecimento e orientação, deixam-se levar por exemplos pouco louváveis e acabam misturando as coisas.

O tempo que alguns médiuns perdem em querer aprender “fuxicos”, oferendas e agrados para os Orixás e etc, deveriam usar para elevarem o seu próprio padrão vibratório e se tornarem dignos de se dizerem umbandistas.

Mas nada acontece por acaso, pois todas as vezes que a Umbanda é atacada ela ressurge, tal qual fênix, das cinzas dos médiuns invigilantes, através da força dos que realmente amam a Umbanda.

Trecho do livro "Umbanda, Mitos e Realidade" - Iassan Ayporê Pery









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