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17/09/2013

O que é Mediunidade?


O que é mediunidade

Mediunidade é a faculdade humana pela qual se estabelecem as relações entre homens e espíritos. É uma faculdade natural, inerente a todo ser humano, por isso, não é privilégio de ninguém. Em diferentes graus e tipos, todos a possuímos. O que ocorre é que, em certos indivíduos mais sensíveis à influência espiritual, a mediunidade se apresenta de forma mais ostensiva, enquanto que, em outros, ela se manifesta em níveis mais sutis.

A mediunidade é, pois, a faculdade natural que permite sentir e transmitir a influência dos espíritos, ensejando o intercâmbio e a comunicação entre o mundo físico e o espiritual. Trata-se de uma sintonia entre os encarnados (vivos) e os desencarnados (mortos), permitindo uma percepção de pensamentos, vontades e sentimentos. O Espiritismo vê a mediunidade como uma oportunidade de servir, de praticar a caridade, sendo uma benção de Deus que faculta manter o contato com a vida espiritual. Graças ao intercâmbio, podemos ter aqui não apenas a certeza da sobrevivência da vida após a morte, mas também o equilíbrio para resgatarmos com proficiência os “débitos”, ou seja, desajustes adquiridos em encarnações anteriores.

É graças à mediunidade que o homem tem a antevisão de seu futuro espiritual e, ao mesmo tempo, o relato daqueles que o precederam na viagem de volta à erraticidade, trazendo informes de segurança, diretrizes de equilíbrio e a oportunidade de refazer o caminho pelas lições que absorve do contato mantido com os desencarnados. Assim, possui uma finalidade de alta importância, porque é graças a ela que o homem se conscientiza de suas responsabilidades de espírito imortal.

Sendo inerente ao ser humano, a mediunidade pode aparecer em qualquer pessoa, independentemente da doutrina religiosa que abrace. A história revela grandes médiuns em todas as épocas e todos os credos. Além disso, a mediunidade não depende de lugar, idade, sexo ou condição social e moral.

A ação dos espíritos

Diz a questão 459 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec: “Os espíritos influem sobre nossos pensamentos e ações? A este respeito, sua influência é maior do que podeis imaginar. Muitas vezes, são eles que vos dirigem”.

A idéia da ação dos espíritos não nasceu com o Espiritismo, já que sempre existiu desde as épocas mais remotas da vida humana na Terra. Todas as religiões pregam sobre a ação dos espíritos de forma direta ou indireta e nenhuma nega completamente estas intervenções. Inclusive, criaram dogmas e cerimônias relativas a elas, como promessas (pedir alguma forma de ajuda para um espírito em troca de um sacrifício) e exorcismos (cerimônia religiosa para afastar o “demônio” ou os espíritos maus).

A ação mediúnica não está limitada às sessões, vivemos mediunicamente entre dois mundos e em relação permanente com entidades espirituais. Isto se dá porque muitos espíritos povoam os mesmos espaços em que vivemos, muitas vezes nos acompanhando em nossas atividades e ocupações, indo conosco aos lugares que freqüentamos, seguindo-nos ou evitando-nos conforme os atraimos ou repelimos.

Estamos cercados por espíritos e sua influência oculta sobre os nossos pensamentos e atos se faz sentir pelo grau de afinidade que mantivermos com eles. Inúmeros espíritos benfeitores também se comunicam conosco, por via inspirativa ou intuitiva, todas as vezes em que nos dispomos a ser úteis aos nossos irmãos em nossa vida social. Quantas vezes um conselho sensato e oportuno que damos sob a intuição de um benfeitor espiritual consegue mudar o rumo de uma vida e até, em certos casos, salvar ou evitar que uma família inteira seja precipitada no abismo de uma desgraça? O amor verdadeiro e desinteressado não requer lugar nem hora especial para ser praticado, pois o nosso mundo, com o sofrimento da humanidade torturada, é igualmente um vasto campo de serviço redentor.

Entretanto, não julguemos que a mediunidade nos foi concedida para um simples passatempo ou para a satisfação de nossos caprichos. Ela é coisa séria e, possuindo-a, devemos procurar suavizar os sofrimentos alheios. Ao desenvolvermos a mediunidade, lembremo-nos de que ela nos é dada como um arrimo para conseguirmos mais facilmente a perfeição, para liquidarmos mais suavemente os pesados “débitos” que contraímos em existências passadas e para servirmos de guia aos irmãos que se encontram mais desajustados espiritualmente.

Mediunidade em desarmonia

Existem alguns sinais mais freqüentes do aparecimento da mediunidade em desarmonia, que são: cérebro perturbado, sensação de peso na cabeça e ombros, nervosismo (ficamos irritados por motivos sem importância), desassossego, insônia, arrepios (como se percebêssemos passar alguma coisa fria), sensação de cansaço geral, calor (como se encostássemos em algo quente), falta de ânimo para o trabalho e profunda tristeza. Precisamos usar nosso bom senso para percebermos com clareza se os sintomas acima citados são frutos de uma obsessão espiritual, indicando uma mediunidade desequilibrada, ou o resultado de uma auto-obsessão, um desequilíbrio nosso mesmo, gerando neuroses e outros tipos de distúrbios. Muitas vezes, a ajuda de um psicólogo, de preferência espírita ou espiritualista, é necessária.

Mas o que o médium deve fazer nestes momentos de alterações emocionais? Todo iniciante, a fim de evitar inconvenientes na prática mediúnica, primeiramente deve se dedicar ao indispensável estudo prévio da teoria e jamais se considerar dispensado de qualquer instrução, já que poderá ser vítima de mil ciladas que os espíritos mentirosos preparam para lhe explorar a presunção.

Junto com o conhecimento teórico, o médium deve procurar desdobrar a percepção psíquica sem qualquer receio ou temor. Na orientação do desenvolvimento mediúnico, é importante que ele procure as instruções espíritas, para evitar percalços e dissabores. É aconselhável o desenvolvimento mediúnico em grupos especialmente formados para isto, pois pessoas bem orientadas, que se reúnem com uma intenção comum, formam um ambiente coletivo bem favorável ao intercâmbio. É importante também que o médium jamais abuse da mediunidade, empregando-a para a satisfação da curiosidade.

Reforma Íntima – o fundamental

Educar e desenvolver a mediunidade é aprender a usá-la. Para que sejamos bem-sucedidos, devemos cultivar virtudes como a bondade, a paciência, a perseverança, a boa vontade, a humildade e a sinceridade. A mediunidade não se desenvolve de um dia para o outro, por isso, devemos ter muita paciência. Sem perseverança, nada se alcança, pois o desenvolvimento exige que sejamos sempre persistentes. Ter boa vontade é comparecer às sessões espíritas com alegria e muita satisfação. A humildade é a virtude pela qual reconhecemos que tudo vem de Deus e, se faltarmos com a sinceridade no desempenho de nossas funções mediúnicas, mais cedo ou mais tarde sofreremos decepções.

Ensinamentos é que não faltam em todas as circunstâncias de manifestações da vida. A faculdade mediúnica em harmonia pode fazer grandes coisas. A educação pode começar no simples modo de falar aos outros, transmitindo brandura, alegria, amor e caridade em todos os atos da vida.

A mediunidade se desenvolve naturalmente nas pessoas de maior sensibilidade para a captação mental e sensorial de coisas e fatos do mundo espiritual que nos cerca, o qual nos afeta com suas vibrações psíquicas e afetivas. Da mesma forma que a inteligência e as demais faculdades humanas, a mediunidade se desenvolve no processo de relação.

Quando a mediunidade aflorar sem um preparo prévio do médium, é preciso orientá-lo para que os fenômenos se disciplinem e ele empregue acertadamente sua faculdade. Não se deve colocar em trabalho mediúnico aqueles que apresentam perturbações ou que possuam desconhecimento sobre o assunto. Primeiramente, é preciso ajudar a pessoa a se equilibrar no aspecto psíquico, através de passes, vibrações e esclarecimentos doutrinários.

É fundamental que o médium busque sua reforma íntima com sinceridade. Através de uma compreensão maior acerca da vida, despertando sentimentos como compaixão, respeito, humildade etc, e da prática da caridade, seremos, com certeza, instrumentos do Amor Universal. O médium também precisa ser amigo do estudo e da boa leitura, além de moderado. Por fim, deve sempre cultivar a oração diária, pois ela é um poderoso fortificante espiritual e um benéfico exercício de higiene mental.

Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição especial 05.


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16/09/2013

Candidato ao Mediunato

Candidato ao mediunato


É muito bonito reconhecer e admirar as qualidades espirituais dos outros: a inteligência, a generosidade, a delicadeza, a nobreza de sentimentos.

Mas, quase sempre, fica uma pontinha de despeito em quem falta uma ou outra, principalmente os talentos intelectuais para a arte, a música, a poesia, a oratória, a liderança.

Minha gente, tudo isto tem um preço. Quem traz hoje estas facilidades pagou o preço do esforço e da dedicação, do empenho, muitas vezes, até do sacrifício. E estes dons estão disponíveis pra todos que resolvam encarar os mesmos desafios.

Não tem milagre, nem mágica, só tem estudo e prática, estudo e prática, estudo e prática.

Quantas pessoas sonham com uma mediunidade frutífera, produtiva. Isto também, teve um preço, pago em seguidas reencarnações, porque só a vida cai do céu e é dada de presente. O tempo dentro da vida é nossa dádiva divina. O resto é conquista, resultado do desenvolvimento de si mesmo nos campos da virtude e do conhecimento.

Da mesma forma, se vocês vivem hoje neste planeta, tiveram as oportunidades que tiveram, estudaram ou não, cada uma destas coisas é merecimento particular de cada um.

Se você tem possibilidade de se abrigar sob um teto, desfrutar de uma série de confortos e praticidades, foram conquistas suadas. Se, graças a Deus, você não está num leito de dor, é porque na justiça de Deus, você não está precisando disto. O que não significa que não venha a precisar... E, se você precisa disto, neste momento, tenha paciência, que não é para sempre.

Se vocês moram num país que não tem vulcão nem terremoto, é merecimento de vocês, o que não significa que vocês não possam merecer estar nestas condições, no futuro, dependendo das suas ações e dos seus pensamentos.

Tudo é muito flexível nas leis divinas, os acontecimentos se moldam de acordo com as suas atitudes. Então, antes de querer ser artista, músico ou orador, visualize a estrada de trabalho e esforço pessoal que conduzem até lá.

Se você deseja uma mediunidade produtiva, comece a usar bem aquilo que já possui, que assim, você se candidata a maior responsabilidade. Não despreze a vereda do estudo, das leituras esclarecedoras. E acima de tudo, não invente faculdades que não existem, apenas siga com boa intenção as inspirações superiores dos Amigos Espirituais, que a sua sinceridade e desejo verdadeiro representam o ponto de partida para que, algum dia, esteja apto a realmente prestar serviços à Humanidade encarnada e desencarnada.

A mediunidade bem dirigida não é uma senda de glórias, mas sim a opção pelo trabalho árduo e nobilitante.

No entanto, seja o que for, nas áreas da cultura ou das potencialidades da alma, só tenha bem claro que nada, nada nos vem de graça, como nada na vida dos sábios e dos santos que hoje reverenciamos apareceu de uma hora pra outra como obra da sorte ou do acaso.

Rita Foelker



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15/09/2013

Como Agradar um Orixá


Certa vez, um homem foi se consultar com um Babalawo. Queria saber por que não dava nada certo em sua vida.

Ao receber a mensagem de Ifá, descobriu qual era o problema. O Babalawo lhe disse:

- Meu filho, sua vida não vai pra frente porque você não fez as oferendas que deveria.

Surpreso o homem indagou:

- Fiz oferendas a todos os Orixás. Como posso não ter feito as oferendas que deveria?! Fui à cachoeira, agradei mamãe Oxum com Ipetê. Fui até o mar, a Yemanjá ofertei flores e perfumes. Nos campos, ofereci a Ogum um cará regado com muito dendê. A Yansã, arriei nos pés de um bambuzal nove acarajés. Em um lindo bosque, oferendei um sarapatel à Nanã e na Calunga deixei junto ao cruzeiro um alguidar com pipocas à Obaluayê. Xangô comeu um saboroso amalá que arriei na pedreira e a Oxossi, levei até as matas um banquete com abóbora, milho, côco e muito mais. E ao glorioso pai Oxalá, oferendei, em um lindo jardim, uma saborosa canjica coberta com muito mel. Agora pergunto: - Ainda faltou alguma coisa?!

- Faltou o principal, meu filho!

Quando você foi à cachoeira agradar a Oxum, pediu-lhe amor e lhe deu um Ipetê. Mas não ofertou o amor que ela esperava que tivesse pela sua religião, pelos seus antepassados e pelo seu semelhante.

Nas águas de Yemanjá, você pediu que abençoasse sua família, mas não é só com flores e perfumes que se agrada a rainha do mar. É preciso que trate a todos os seus irmãos com respeito, pois somos todos uma só família.

Nos campos de Ogum, não basta lhe dar um cará. Necessita-se ter a bravura de um guerreiro para suportar os desafios inerentes à vitória almejada.

Os ventos de Yansã, que sacodem o bambuzal, trazem os ares da certeza que põem em ordem os corações duvidosos, levando os eguns desorientados, desde que os acarajés ali arriados sejam regados com o fogo da coragem e do entusiasmo.

Nos bosques sagrados de Nanã, só se consegue adentrar com profundidade quem traz consigo não só o sarapatel, mas a sabedoria, pois sem ela não se pode se livrar do lamaçal da vida causado pela maledicência, geradora da falta de fé.

Na casa do velho Obaluayê, o senhor das passagens, não adianta arriar o deburu (pipoca) se não vivenciar o que isto representa. É necessário mergulhar no fogo da intolerância, deixar a casca dura da vingança e saltar como uma linda flor.

O amalá deixado na pedreira só agrada a Xangô se seu coração não estiver como uma pedra, pois assim não adianta pedir para ele aplicar a justiça sobre seus desafetos, porque você não evoluiu o suficiente para discernir justiça de vingança. Seria melhor ter pedido que o ensinasse a proceder com justiça para com o próximo.

Para Oxossi, não era necessário um banquete. A fartura em sua vida virá quando você repartir com os menos favorecidos aquilo que você tem em abundância, pois quem reparte aquilo que tem, nuca lhe faltará.

Quanto ao bondoso e cristalino pai Oxalá, requer-se muito mais que uma canjica para agradá-lo. Sua oferenda é o seu coração. Não basta que a canjica esteja cândida; seu coração é que deve estar tomado da mais pura brancura.

Você pediu paz, mas não agiu de forma pacífica durante toda a sua vida. E ainda disse que os trabalhos não deram certo.

Ora! Não foram os trabalhos, ebós, sacrifícios e oferendas que fracassaram. Avalie sua vida até os dias de hoje. Coloque um ponto final no modo egoísta de viver. Volte até o recanto dos Orixás e lhes peça todo o axé necessário para que suas mãos possam produzir neste mundo a paz, o amor, a fartura, a justiça, a coragem, a sabedoria e a força geradora das obras do bem. Somente após mudar sua própria maneira de agir, de modo a poder plantar e regar boas sementes, você poderá colher os frutos de um novo amanhecer. Até lá, faça com fé suas oferendas. Os guias espirituais estarão junto de você.

Mas não esqueça que a maior oferenda é o seu coração!

Ronaldo Figueira


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12/09/2013

A Comunicação entre os Dois Planos

Temos recebido de várias pessoas, seguidoras de outras correntes religiosas, e-mails com textos ou mensagens, que apesar de alguns dos autores não admitirem, querem “abrir os nossos olhos” para a verdade, deles é claro. Alguns buscam realçar a questão dos “milagres” como base para sustentar que Deus escolheu a religião deles para os produzir. Isso não seria um privilégio?


Primeiro queremos dizer que não serão os “milagres” que irão nos convencer, já que não acreditamos neles. Acreditamos sim, que eles são na verdade fatos naturais cujas leis ainda desconhecemos, que acontecem desde os tempos primitivos, em todos os lugares a qualquer um. Não existe nenhum privilégio para quem quer que seja, já que “Deus não faz acepção de pessoas”, e principalmente, porque, como está livro Sabedoria (11, 24): “Tu amas tudo o que existe, e não desprezas nada do que criastes. Se odiasse alguma coisa, não a terias criado”.


Mas queremos realçar um dos pontos fundamentais da Doutrina Espírita, inclusive por ter sido por ele que ela se formou, que é sobre a comunicação com os mortos e que eles possam interferir no mundo dos chamados “vivos”.


O caso que iremos contar agora, não está devidamente relatado como acontecido, pois infelizmente a memória nos trai não retendo tudo aquilo que queremos, mas é um fato real e relatado em reportagens televisivas, há pouco tempo atrás.


Um casal comemorando as bodas de ouro (ou seria de prata?), junto com familiares e amigos estavam numa Igreja participando de uma missa realizada em agradecimento a Deus pelo convívio mútuo dos cônjuges até aquela data, e nos dias de hoje, diga-se de passagem, isso se torna cada vez menos freqüente, já que a separação se tornou uma rotina para muitos casais. Para guardar aquele acontecimento, a belíssima cerimônia foi filmada já que no futuro a lembrança do que ocorreu naquele dia poderia se perder completamente.


Nos dias que se sucederam, todos os familiares se juntaram para assistir o que foi gravado em vídeo-cassete, mas ninguém tinha atentando para um pequeno detalhe. Até que, num determinado dia, um dos que assistiam chamou a atenção de todos para duas pessoas, que bem ao fundo da Igreja, estavam indo de um lado para outro. Conseguiram identificar uma delas. A surpresa foi geral, pois era a imagem de um parente que havia morrido, ou seja, voltou para o mundo espiritual de onde veio, assumindo a sua verdadeira condição de ser espiritual.


Reboliço muito grande, na época. Apareceram em vários canais de TV exibindo a fita, da qual o casal afirmava categoricamente reconhecer, entre aqueles dois que atravessavam de um lado para outro na Igreja, um de seus parentes desencarnado. Num determinado canal de TV, chamaram “especialistas” para opinar sobre o ocorrido, e entre eles estava um padre católico. Esse padre, que se diz especialista em parapsicologia, na verdade um reconhecido antiespírita, disse que tudo se tratava de fruto da imaginação. Que teria sido o inconsciente das pessoas que teriam produzido tal coisa. Desculpe-nos, mas foi bom ver, o casal partindo para cima deste dito padre, que se não fosse contido, talvez o esganasse ali diante de milhões de telespectadores.


Só que este padre, travestido de cientista, não explicou como o inconsciente consegue produzir a imagem de uma pessoa, que ninguém poderia estar pensando naquele momento, e o contrário não se pode provar, passou a ter vida própria, para caminhar de um lado a outro na Igreja. Entretanto, este mesmo padre, aceita sem contestar que aqueles aos quais os católicos chamam de santos, aparecem. Citam a aparição de vários deles e em muitas ocasiões, fato, inclusive, que recorre aos anais da Igreja para comprovar. Aí perguntamos: somente os espíritos de santos católicos podem se manifestar?


Já que falamos em santos, podemos acrescentar: se não há nenhum tipo de comunicação com os mortos, qual o sentido de os católicos fazerem preces e pedido a eles? E mais, como esses santos atendem aos pedidos sem que haja uma via de comunicação entre o mundo espiritual e o material? Veja bem, podemos encontrar a maior prova de que os mortos se comunicam exatamente naquilo em que acreditam.


Mas não queremos ficar só nessa prova, vamos agora recorrer à Bíblia, Livro Sagrado, que segundo aceitam é a palavra de Deus, e tudo que nela contém não há erro.


Analisemos as seguintes passagens:


1 Samuel 10, 6: E o espírito do Senhor tomará conta de ti, de modo que entrarás em transe com eles, sendo transformado num outro homem.


Aqui percebemos claramente a ocorrência de uma pessoa em transe (mediúnico) recebendo a influência de um espírito. Ora, você irá dizer que se trata de “o” espírito e não “um” espírito? Segundo afirmam vários estudiosos da Bíblia quando em grego não aparece o artigo definido é porque a tradução correta deverá ser de “um” e não “o” como se costuma colocar em algumas traduções bíblicas. Ademais, perguntamos: se fosse realmente o espírito de Deus, ele iria “baixar” em alguém? Mais à frente você entenderá porque colocamos “baixar”. Será que existe um ser humano com tamanha elevação para poder receber no seu corpo a influência direta do Criador? Pode ser que alguém acredite nisso, mas nós não, já que não conseguimos enxergar Deus como o simples Criador da Terra, mas o Criador do Universo infinito, do qual não temos ainda capacidade de compreender a magnitude.


1 Samuel 11, 6: Quando Saul ouviu estas palavras, o espírito de Deus tomou conta dele, e foi possuído de violenta cólera.


Essa passagem é para comprovar que Deus não influência as pessoas, da forma que os espíritos fazem. Os que aceitam isso deverão admitir também que Deus ao influenciar alguém possa fazer com que a pessoa se tome de “violenta cólera”, conforme narrado nesta passagem. Somente fanático poderá aceitar um absurdo desse.


1 Samuel 16, 14-16.23: O espírito do Senhor se tinha retirado de Saul e cada vez mais freqüentemente o assaltava um mau espírito da parte do Senhor. Então os cortesãos de Saul lhe disseram: “Está bem claro que o espírito mau de Deus te assalta. Ordene nosso senhor – nós teus servos estamos às tuas ordens –que procuremos um homem que saiba tocar cítara. Quanto vier sobre ti o mau espírito de Deus, ele vai tocar com sua mão e te sentirás melhor”. Quando o mau espírito de Deus se apoderava de Saul, Davi tomava a cítara, sua mão dedilhava as cordas e Saul se sentia aliviado e melhorava, e o espírito mau se afastava dele.


Saul sendo ora influenciado por um espírito bom (espírito do Senhor), ora por um espírito mau (espírito mau de Deus) é perfeitamente aceitável, é o que realmente acontece. Não há como contestar, para aqueles que não possuem espírito sectário, de egoísmo eclesiástico ou fanatizados por seus líderes religiosos.


1 Samuel 19, 9-10: Um dia um espírito mau do Senhor baixou sobre Saul; ele estava sentado em casa com a lança na mão, enquanto Davi dedilhava a cítara. Em dado momento Saul quis espetar a Davi na parede com a lança, mas Davi conseguiu esquivar-se de Sal, de modo que este acertou a lança apenas na parede. Davi fugiu, escapando ileso.


1 Samuel 19, 19-20: Quando comunicaram a Saul que Davi estava em Naiote em Rama, ele enviou mensageiros para prender a Davi. Estes viram a comunidade dos profetas, presidida por Samuel, falando em transe profético. Então o espírito de Deus baixou sobre os mensageiros de Saul, de modo que também eles entraram em transe profético. Quando referiram isto a Saul, ele mandou outros mensageiros, mas também estes foram tomados de transe profético. Saul ainda mandou uma terceira vez outros mensageiros, os quais também entraram em transe. Então ele mesmo se pôs a caminho de Rama. Quando chegou à grande cisterna, situada em Soco, perguntou: “Onde estão Samuel e Davi?” Alguém respondeu: “Eles estão em Naiot em Ramá”. Quando se pôs a caminho para lá, para Naiote em Rama, baixou também sobre ele o espírito de Deus, de modo que durante todo o caminho até chegar a Naiot em Ramá, estava em transe profético. Também ele tirou a roupa e ficou em transe diante de Samuel; caiu no chão e ficou sem roupa todo este dia e toda a noite. Por isso dizem: “Então também Saul é do número dos profetas?’


Observar nessas duas narrativas acima, as expressões “um espírito mau do Senhor baixou” e “o espírito de Deus baixou” é tal e qual se fala normalmente quando, não conhecendo o fenômeno mediúnico, dizem: “o espírito baixou” em fulano ao verem alguém que está sob a influência de um espírito. Qual a diferença?


As duas provas mais incontestáveis da comunicação com os mortos, vamos encontrar uma no Antigo Testamento e outra no Novo Testamento.


A primeira é velha conhecida dos nossos adversários que querem de todas a maneiras buscar uma outra interpretação para ela, de modo que não fique evidenciado o fato de que houve uma comunicação com o espírito de uma pessoa que já havia falecido. Está narrado em 1 Samuel 28, que iremos resumir: Saul, cercado pelos filisteus, querendo saber o que ia acontecer ao povo no caso da guerra contra eles, busca a pitonisa de Endor para que ela lhe adivinhe o que estaria para acontecer no futuro. Pede à médium, no caso é uma mulher, para que evoque o espírito de Samuel, para que ele possa consultá-lo a respeito do que lhe afligia. O espírito Samuel aparece e, incorporado, ou seja, “baixou” na médium, diz a Saul que ele, seus filhos e o povo judeu, iriam morrer naquela guerra. O que de fato aconteceu posteriormente.


Na que encontramos no Novo Testamento, devemos realçar que o fato acontece, nada mais nada menos, de que com Jesus. Na ocasião, Ele, acompanhado de Pedro, Tiago e João, sobe ao Monte Tabor, lá se transfigura e aparecem os espíritos Moisés e Elias que conversam com Ele (Mateus 17, 1-9). Não há como a coisa ficar mais clara que isso. Repetimos, somente os fanáticos é que não vêem, ou não querem ver.


Poderíamos colocar várias pesquisas realizadas sobre a comunicação dos mortos, feitas por pessoas idôneas e de reconhecido saber científico. Mas não iremos colocar por dois motivos. O primeiro é porque certas coisas apesar de serem fatos reais não necessitam de comprovação, até mesmo porque, em algumas situações, as condições de provas são muito difíceis, a exemplo de Deus, que até hoje ninguém provou a existência, apesar de todos nós aceitarmos tranqüilamente a sua existência. Em segundo, é que sempre os atuais donos da verdade, que ao menos se propõem a fazer a pesquisa com o mesmo rigor científico desses pesquisadores, irão afirmar: as condições de época...; que Freud ainda não havia trazido a hipótese do inconsciente, etc. Aliás, essa tal hipótese do inconsciente é falada, mas nunca alguém provou a sua existência, como e em que condições esse inconsciente produz os fatos a ele atribuído. Já que ainda ninguém provou tudo isso, devem, por isso mesmo, ser tratado como hipótese.


Vamos falar de testemunhos de pessoas que não pertencem às hostes espíritas, para que não falem que estamos puxando a “brasa para a nossa sardinha”. Novamente citaremos dois casos.


O primeiro deles está relatado no livro “O Além Existe”, onde o autor relata o caso da comunicação que teve com seu filho já desencarnado. O autor chama-se Lino Sardos Albertini, de cuja biografia extraímos: advogado, profissional liberal, exerce atividade em Trieste, onde reside na Rua Piccardi, 43. Foi presidente da Academia de Estudos Jurídicos e Econômicos “Cenáculo Triestino” e presidente da Junta Diocesana de Ação Católica de Trieste. É (ou foi) vice-presidente nacional da União Pan-européia Italiana e presidente da Arqueoclube de Trieste. É autor de vários ensaios. Na contra-capa se diz:


“Este livro é a crônica de um diálogo incomum, entre duas diferentes dimensões, entre o aquém e o além, entre o pai que chama e um filho, morto em circunstâncias dramáticas, que responde. O diálogo ocorre através de uma sensitiva que categoricamente exclui qualquer recompensa e se recusa a desenvolver uma atividade pública”.


“Ela pratica um tipo de escrita automática por meio da qual desemaranha o fio que mantém unidos o advogado e seu filho, André”.


“Crítico e descrente no começo, Lino Sardos Albertini teve de resignar-se aos fatos inexplicáveis que André apresentava, a lógica severa das respostas, a sua coerência. Extraordinária é a maneira de transmissão das mensagens”.


“Envolvente como um romance, impregnado – mesmo na situação dolorosa – de fé e esperança, este livro há de induzir os seus leitores a uma meditação profunda”.


O livro de que dispomos, foi traduzido da 12ª edição italiana (um best-seller?), por uma editora de orientação estritamente católica que é a “Edições Loyola”, mas infelizmente quando depararam com o que realmente tinham editado, não se publicou mais nenhuma nova edição. Assim, a verdade mais uma vez, foi para debaixo do tapete.


O segundo livro é mais interessante porque o seu autor é um padre católico. Seu nome é Pe. François Brune. Do qual se diz:


“O Pe. François Charles Antoine Brune é bacharelado em Latim, Grego e Filosofia. Cursou seis anos de “Grand Seminaire”, sendo cinco no Instituto Católico de Paris e um na Universidade de Tubingen. Tem cinco anos de curso superior de Latim e Grego na Universidade de Sorbone. Estudou as línguas assírio-babilônico, hebreu e hierógrafos egípcios. Foi licenciado em Teologia no Instituto Católico de Paris em 1960, e em Escritura Sagrada, no Instituto Bíblico de Roma, em 1964. Foi professor de diversos “grands Seminaires” durante sete anos. Estudou a tradição dos cristãos do Oriente e dedica-se a estudos dos fenômenos paranormais”.


Segundo temos notícias o Pe. Brune é o representante do Vaticano para assuntos de Transcomunicação Instrumental (Comunicação dos mortos por aparelhos eletrônicos).


Em seu livro, diz o Pe. François Brune:


“Escrevi este livro para tentar derrubar o espesso muro de silêncio, de incompreensão, de ostracismo, erigido pela maior parte dos meios intelectuais do ocidente. Para eles, dissertar sobre a eternidade é tolerável; dizer que se pode entrar em comunicação com ela é considerado insuportável”.


“Tomem este livro como um itinerário. Abandonem, tanto quanto possível, suas idéias preconcebidas. Não tenham medo; se este livro não os transformar, logo se aperceberão. Em todo caso, leiam esta obra como a história de uma descoberta fabulosa e verdadeira”.


“Progressivamente então, surgirão essas verdades essenciais que se tornarão, assim eu lhes desejo, a matéria de suas vidas. A morte é apenas uma passagem. Nossa vida continua, sem qualquer interrupção, até o fim dos tempos. Levaremos conosco para o além nossa personalidade, nossas lembranças, nosso caráter”.


“O após vida existe e nós podemos nos comunicar com aqueles que chamamos de mortos”.


Fica aí como conclusão final a fala do Pe. Brune, cujo conteúdo sugerimos reflexão aos que tentam dizer que tudo no Espiritismo é superstição, fruto da imaginação, etc.


Paulo da Silva Neto Sobrinho





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