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11/02/2013

Eu Sou Umbandista

Eu Sou Umbandista

Eu sou Umbandista...Mas o que é isso? O que é ser Umbandista?

É não ter vergonha de dizer: "Eu sou Umbandista".

É não ter vergonha de ser identificado como Umbandista.

É se dar, acima de tudo a um trabalho espiritual.

É saber que um terreiro, um centro, uma casa de Umbanda é um local espiritual e não a Religião de Umbanda em seu todo, mas todos os terreiros, centros e casas de Umbanda, representam a Religião de Umbanda.

É saber respeitar para ser respeitado, é saber amar para ser amado, é saber ouvir para ser escutado, é saber dar um pouco de si para receber um pouco de Deus dentro de si.

É saber que a Umbanda não faz milagres, quem os faz é Deus e quem os recebe os mereceu.

É saber que uma casa de Umbanda não vende nem dá salvação, mas oferece ajuda aos que querem encontrar um caminho.

É ter respeito por sua casa, por seu sacerdote e pela Religião de Umbanda como um todo: irmandade.

É saber conversar com seu sacerdote e retirar suas dúvidas.

É saber que nem sempre estamos preparados. Que são necessários sacrifícios, tempo e dedicação para o sacerdócio.

É entrar em um terreiro sem ter hora para sair ou sair do terreiro após o último consulente ser atendido.

É mesmo sem fumar e beber dar liberdade aos meus guias para que eles utilizem esses materiais para ajudar ao próximo, confiando que me deixem sempre bem após as sessões.

É me dar ao meu Orixá para que ele me possua com sua força e me deixe um pouco dessa força para que eu possa viver meu dia-a-dia numa luta constante em benefício dos que precisam de auxílio espiritual.

É sofrer por não negar o que sou e ser o que sou com dignidade, com amor e dedicação.

É ser chamado de atrasado, de sujo, de ignorante, conservador, alienígena, louco.

E ainda assim, amar minha religião e defendê-la com todo carinho e amor que ela merece.

É ser ofendido físico, espiritual e moralmente, mas mesmo assim continuar amando minha Umbanda.

É ser chamado de adorador do Diabo, de Satanás, de servo dos Encostos e mesmo assim levantar a cabeça, sorrir e seguir em frente com dignidade.

É ser Umbandista e pedindo sempre a Zamby para que eu nunca esteja Umbandista.

É acreditar mesmo nos piores momentos, com a pior das doenças, estando um caco espiritual e material, que os Orixás e os guias, mesmo que não possam nos tirar dessas situações, estarão ali, ao nosso lado, momento a momento nos dando força e coragem; ser Umbandista é acima de tudo acreditar nos Orixás e nos guias, pois eles representam a essência e a pureza de Deus.

É dizer sim, onde os outros dizem não!

É saber respeitar o que o outro faz como Umbanda, mesmo que seja diferente da nossa, mas sabendo que existe um propósito no que ambos estão fazendo.

É vestir o branco sem vaidade.

É alguém que você nunca viu te agradecer porque um dos seus guias a ajudou e não ter orgulho.

É colocar suas guias e sentir o peso de uma responsabilidade onde muitos possam ver ostentação.

É chorar, sorrir, andar, respirar e viver dentro de uma religião sem querer nada em troca.

É ter vergonha de pedir aos Orixás por você, mas não ter vergonha de pedir pelos outros.

É não ter vergonha de levar uma oferenda em uma praia ou mata, nem ter vergonha de exercer a nossa religiosidade diante dos outros.

É estar sempre pronto para servir a espiritualidade, seja no terreiro, seja numa encruza, seja na calunga, seja no cemitério, seja na macaia, seja nos caminhos. Seja em qualquer lugar onde nosso trabalho seja necessário.

É se alegrar por saber que a Umbanda é uma religião maravilhosa, mas também sofrer porque os Umbandistas ainda são tão preconceituosos uns com os outros.

É ficar incorporado 5, 6 horas em cada uma das giras, sentindo seu corpo moído e ao mesmo tempo sentir a satisfação e o bem estar por mais um dia de trabalho.

É sentir a força do zoar dos atabaques, sua vibração, sua importância, sua ação, sua força dentro de uma gira e no trabalho espiritual.

É arriar a oferenda para o Orixá e receber seu Axé.

É ver um consulente entrar no terreiro chorando e vê-lo mais tarde sair do terreiro sorrindo.

É ter esperança que um dia, nós Umbandistas, acharemos a receita do respeito mútuo.

É ser Umbandista mesmo que outros digam que o que você faz, sua prática, sua fé, sua doutrina, seu acreditar, sua dedicação, seu suor, suas lágrimas e sacrifício, não sejam Umbanda.

É saber que existe vaidade mesmo quando alguém diz que não têm vaidade: vaidade de não ter vaidade.

É saber o que significa a Umbanda não para você, mas para todos.

É saber que as palavras somente não bastam. Deve haver atitude junto com as palavras: falar e fazer, pensar e ser, ser e nunca estar.

É saber que a Umbanda não vê cor, não vê raça, não vê status social, não vê poder econômico, não vê credo. Só vê ajuda, caridade, luta, justiça, cura, lágrima… e bom, mal e bem...Os problemas, as necessidades e a ajuda para solucionar os problemas de quem a procura.

É saber que a Umbanda é livre; não tem dono, não tem Papa, mas está aí para ajudar e servir a todos que a procuram.

É saber que você não escolheu a Umbanda, mas que a Umbanda escolheu você.

É amar com todas as forças essa Religião maravilhosa chamada Umbanda.

Etiene Sales



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08/02/2013

Médium Espírita x Médium Umbandista


Médium Espírita x Médium Umbandista

Médiuns de Umbanda nascem com os chackras totalmente abertos e girando em frequências de bastante aceleração. Isto porque já fica designado desde o planejamento da encarnação do espírito o tipo de atuação mediúnica que irá desenvolver. Esta modalidade de atuação mediúnica é determinada pelo Conselho dos Senhores do Carma. Geralmente, mas nem sempre, os médiuns umbandistas tiveram uma atuação muito intensa com magia negra no passado, já inclusive durante os tempos de Atlântida, por isso hoje possuem muito conhecimento para trabalhar com energias densas e desmanchar trabalhos feitos para o mal. A rotação acelerada dos chackras é necessária para que dispersem com mais rapidez a extrema carga que um médium de Umbanda deve transmutar durante sua encarnação como médium. Desde o seu nascimento as entidades que serão seus guias já se polarizaram nesses chakras, cada qual com atuação mais ou menos intensa, conforme a entidade. Os espíritos que vestem a roupagem fluídica de pretos-velhos ou exús se ligam mais no chackra básico e chackra gástrico. Os que vestem a roupagem de caboclos se limam mais no chakras cardíaco e laríngeo e assim por diante. 

No Espiritismo ou Kardecismo os chakras dos médiuns são mais fechados e só abrem aos poucos, durante a sua vida, conforme seu desenvolvimento espiritual e mediúnico. Médiuns espíritas não necessitam de grande rotação de seus chackras, pois que trabalham mais com a questão da reforma íntima e preparação moral e espiritual da humanidade, além da libertação de espíritos sofredores e obsessores de níveis mais sutis. A Umbanda tem um compromisso sério com a varredura dos planos abissais da Terra, onde se encontram legiões mais graduadas na arte da magia negra, com repercussão muito intensa na vida de muitas pessoas e na própria sociedade humana, em todos os setores. Leiam obras de Robson Pinheiro: "Legião" e "Senhores da Escuridão", por exemplo. Por isso é que são preparadas na egrégora da Umbanda, nos planos espirituais, entidades especialistas em magia branca ou anti-goécia, que irão manipular os quatro elementos (água, terra, fogo e ar), acessando assim o éter físico, que é a substância com a qual conseguem destruir as bases do mal instaladas nos reinos das sombras. Por isso é que a Umbanda tem os seus Orixás, que são as energias vibratórias de cada reino da natureza. É por isso que a Umbanda tem todo aquele arsenal de elementos da natureza. O Espiritismo trabalha com ondas mentais e mais sutis, isto é, menos mórbidas. Portanto não precisam usar matéria densa, que provém dos elementos materiais - este o motivo das oferendas e despachos.

Cada coisa no seu lugar, pois o Pai é sábio! Cada médium com suas funções, pois os compromissos são diferentes  para cada qual! Mas muitas pessoas podem ter tanto atribuições na Umbanda, quanto no Espiritismo, pois o Espiritismo é uma doutrina de esclarecimento sobre vida espiritual, uma filosofia de vida com base nas múltiplas existência, a reencarnação, na lei de ação e reação e na questão da comunicação com o mundo espiritual. No entanto, muitas pessoas que trabalham no Espiritismo jamais trabalharão na Umbanda, pois seus chackras não vieram preparados para receber grandes cargas espirituais que terão que ser dissipadas com a ajuda dos guias responsáveis por isso, em cada um dos seus chackras correspondentes. Por isso é que os médiuns de Umbanda precisam girar e ter tantos movimentos e brados característicos. Esta "performance" espiritual mediúnica foi estudada detidamente pelos elaboradores da Umbanda no plano espiritual, pois a Umbanda nasceu no Brasil e sua doutrina difere muito de antigas modalidades de sincretismo baseados principalmente no Candomblé, que difere bastante da Umbanda que emergiu no Brasil, através de Zélo de Moraes, incorporando o Caboclo das Sete Encruzilhadas, pela primeira vez. Toda a ritualística da Umbanda diz respeito à elevada sabedoria dos guias que, na sua maior parte, são exímios manipuladores de magia branca, por terem sido altos sacerdotes dos templos imemoriais da Atlântida e do Egito Antigo (leiam "Baratzil, terra das estrelas", de Roger Feraudy).

A Umbanda é uma ciência divina, que aciona os sons, os movimentos, as cores, a luz, o magnetismo, a eletricidade, a magia com os elementos e os elementais da natureza, a química e a física transcendentes não estudadas pela ciência oficial, mas que um dia serão de conhecimento de todos os seres humanos nos seus fundamentos totalmente comprováveis por mecanismos espirituais que ainda serão trazidos à Terra. O Espiritismo é a bússola para atingirmos nossa ascensão espiritual. Tudo é maravilhoso: a diversidade na unidade. O futuro da humanidade será o de compreender todos os pedaços ou retalhos desta grande colcha de retalhos que é a "Verdade". A perfeição da obra divina de dar espaço para tudo e todos! Unindo todos estes retalhos e tendo o entendimento de cada coisa sobre a Terra, respeitando todas as religiões e filosofias, todos o tipos de trabalho espiritual, todos os dons diferenciados entre os médiuns de um e de outro segmento da verdade, estaremos compreendendo a extensão do Amor Divino que, para todos os seus filhos, encarnados e desencarnados, dá encaminhamento e solução de tudo quanto necessitam para sua evolução! Muita paz e luz para todos os irmãos desta abençoada rede de conhecimento!

Rosane - extraída do fórum da Rede Brasileira de Umbanda






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Elementos e Ritos na Umbanda


Rituais e Elementos na Umbanda


Elementos e ritos utilizados na prática dos Templos de Umbanda:

Defumação - Ato de purificar o ser, o objeto e o ambiente, através da fumaça. É o ato de anular e neutralizar as energias negativas através de aromas, ou seja, das essências de ervas. No ritual das Giras umbandistas a defumação é feita com a mistura de alecrim, benjoim, incenso, alfazema e mirra. Em outros tipos de defumações são usadas ervas de acordo com a necessidade da utilização.A defumação é uma prática antiquíssima de todas as religiões e de todos os povos.

A defumação tem sempre caráter de limpeza ambiental e psico-espiritual.

O emprego sistemático da fumaça deve ser reminiscência indígena. Entre todas as tribos da raça Tupi, o Tabaco é considerado como planta sagrada.

O segredo e a utilização desses elementos por parte de nossas entidades, do uso do cachimbo, do charuto e do cigarro nos trabalhos, é uma forma de defumação, não se trata de uso como vício, por isso eles sopram a fumaça.

Atuação do Defumador:

1ª. - A essência do defumador, desfazendo-se no ambiente, isto é, misturando-se com o éter atmosférico, vai ser sentido e usado pelos espíritos, neutralizando e desfazendo as energias pesadas;

2ª - Seu aroma desperta alguns centros nervosos dos médiuns, fazendo esses centros vibrarem de acordo com as irradiações fluídas espirituais.

Fogo - Utilizado para acender defumadores, charuto, cachimbo, cigarro e pólvora. O fogo da pólvora (tuia) produz o estouro e a fumaça para que expulse a negatividade, rompendo o campo magnético. Associado nos ritos de magia religiosa age como afastador de espíritos inferiores e destruidor (queima) as energias pesadas, estourando as bolsas miásmicas do ambiente, sempre fruto dos pensamentos dos seres que nele estão ou habitam.

Velas - Vieram para a Umbanda por influência do Catolicismo.

Iluminadas, são pontos de convergência para que o umbandista fixe sua atenção e possa assim fazer sua rogação ou agradecimento a Deus, aos Orixás e Guias. Na vela encontramos a vibração dos 4 elementos naturais: água, terra, fogo e ar. É a atuação da magia dos elementos. Ao acendê-la de forma religiosa através da prece, produz-se a indução ao movimento magístico com as Forças Sutis Eólicas, Igneas, Hídricas e Telúricas. Ao iluminá-las, também, homenageia-se, como símbolo de fé, a Deus, Jesus, a Mãe Santíssima, aos Orixás e Guias, reforçando uma energia que liga, de certa forma, o corpo ao espírito.

Água - Sua utilidade é imensa. Serve para os banhos, amacis, para cozinhar, para lavar as guias, para descarregar os maus fluídos pela captação, para o batismo, para fluidificação. Dependendo de sua procedência (mares, rios, chuvas e poços), terá um emprego diferente nos rituais.

A água poderá concentrar uma vibração positiva ou negativa, dependendo do seu emprego.

Ponto Riscado – São sinais gráficos que refletem uma energia, atraem espíritos, fornecem ordens e comandos de atuação espiritual, identificam os Guias em trabalho. Cada ponto, seja de Caboclo, do Preto Velho ou do Exu, tem uma interpretação, podendo identificar aquele que o risca, podendo caracterizar a natureza do trabalho.

Bater Cabeça - O médium da Casa, num ato de humildade e em respeito às firmezas do Congá, deita-se de barriga pra baixo em frente a ele (Gongá) a fim de pedir proteção. Tem, também, o significado ritual de entrega ao serviço de Deus no trabalho mediúnico espiritual do Templo a que pertence.

Congá - Altar Ritualístico, onde ficam os símbolos, elementos de irradiação, imagens, etc... É o ponto de atração e irradiação no Abaçá.

Sineta Litúrgica - Deve ser utilizada e consagrada em momentos apropriados somente por pessoas capacitadas para tal, devendo ser guardada no Congá. Tem o significado litúrgico de chamar a atenção para o sagrado e evocar os bons espíritos trabalhadores.

Otá - Pedra (de rio, cachoeira ou praia), axé do Orixá (onde se fixa a força mágica da Vibração). O otá tem vida energética quando ativado; somente assim é um otá. Sua forma, dependendo do Orixá, poderá ser redonda, arredondada (ovalada) ou comprida. É um condensador e funciona como um transformador energético.

Indumentárias Litúrgicas (Roupas e Apetrechos) - Os guias não precisam deles. Entretanto, para melhor expressarem a mensagem simbólica que visam transmitir, assumindo as formas perispirituais que assumem. Assim como o Sacerdote, o Rabino, o Marçom usam indumentárias simbólicas/litúrgicas em seus cultos e reuniões, na Umbanda os Guias usam certas indumentárias, de acordo com sua Linha e Falange, como símbolo vibratório e místico.

Charutos, Cachimbos e Cigarros - O segredo e a utilização desses elementos por parte de nossas entidades, o modo como a fumaça é dirigida (magia) tem o seu fundamento em várias culturas religiosas. A fumaça tem o valor defumatório.

Pemba - A força esotérica da Escrita astral, na Umbanda, é feita pela Pemba (giz oval - forma cônica), que tem o poder de abrir e fechar trabalhos de magia, e de purificar, quando em forma de pó é lançada ao ar no ambiente em que se utiliza.

Iniciações - É um dever, um compromisso com a função sacerdotal do médium. Implica na presença do Sacerdote, que com sua força espiritual, com o conhecimento do ritual e do material a ser aplicado na Iniciação, estabelece o elo, o canal entre o filho e as forças espirituais da egrégora.

Oferendas - É um ato livre através do qual se oferece aos Orixás e Guias elementos materiais, principalmente relativas à alimentação, elementos extraídos da natureza, com o fim de homenagear aos Orixás e Guias e realizar a magia pelo trabalho, por parte dos espíritos, da contraparte etérica das oferendas.

Curimbas ou Pontos Cantados - São cânticos homenageando e invocando as Entidades, marcando o início de sua incorporação ou desincorporação, para criar formas mágicas para determinados trabalhos, para abrir e fechar sessões no Terreiro, parar pedir forças espirituais, para afastar espíritos maus, etc...

Atabaques - Eles servem para manter o ambiente sob uma vibração homogênea e fazer com que todos os médiuns permaneçam em vibração (danças, aceleração do médium).

Bater com as pontas dos dedos, no chão - Saudando, homenageando e pedindo licença ao local.

Guias (fios de contas) - É um colar ritual de miçangas, contas de cristal, de louça, de frutos pequenos, de pedras, construídos de acordo com a Entidade, que designa também a cor de sua preferência. Podem ter pequenos objetos presos a eles.

Vestimenta - Roupa Branca - É a vestimenta para a qual devemos dispensar muito carinho e cuidado, idênticos ao que temos para com nossos Orixás e Guias. As roupas devem ser conservadas limpas, bem cuidadas, assim como as guias (fios de contas), não se admitindo que um médium, após seus trabalhos, deixe suas roupas e guias no Terreiro, esquecidas.

Toalha Branca - Trata-se de um pano branco em formato de toalha (retangular), podendo ser contornado ou não com renda, fino ou grosso, de tamanho aproximado de 0,50 x 0,76 m. É utilizado para o médium bater cabeça. É símbolo do trabalho espiritual.

Trabalhar descalço - O médium, sempre que possível, ao incorporar, deve trabalhar descalço por uma questão de humildade e para facilitar a incorporação, bem como para haver melhor descarga dos fluídos nocivos, diretamente para a terra. Estando o médium calçado, estará isolado da terra, o que dificultará a eliminação dos fluídos nocivos (negativos).

Banhos de Descarga - São coisas sérias, requerendo atenção de quem os toma. Pode ser um banho de flores, ervas ou essências. Cada um deles traz o seu magnetismo e a pessoa vai absorvê-lo de modo que ao tomá-lo, elimina toda a influência negativa agregada a sua vibratória humana (corpo etérico). As ervas, de preferência, devem ser colhidas por pessoas capacitadas para tal, em horas e condições exigidas, entretanto, podem ser usadas também as adquiridas no comércio (frescas), desde que quem vá usá-las, as conheça. As essências também devem ser utilizadas com cuidado, pois contêm muita vibração, como os outros banhos, somente devem ser tomados por indicação do pai do Templo a que pertence.

Uso - O chacra mediúnico (frontal) e glândula (nuca) são os dois pontos que fecham a faixa vibratória mediúnica. Com elas, para o cérebro convergem as vibrações captadas, sendo razão indispensável para que o banho seja derramado sobre a cabeça, pois daí parte todo comando do corpo, o que por outro lado acarretará prejuízo, quando mal aplicado (no caso das ervas e essências), caso este em que o magnetismo do banho não estiver em harmonia com a vibratória mediúnica da pessoa (Orixá de Coroa). Por isso se deve ter conhecimento das ervas a serem utilizadas, pois o banho de defesa ou desimpregnação não deve ser colocado na cabeça, mas tomado dos ombros para baixo.

Passe - Os passes fazem parte do corpo doutrinário do Espiritismo. Eles remontam aos mais remotos tempos e constituem recursos naturais, postos à disposição dos homens para as tarefas de socorro ao próximo. O Novo Testamento demonstra que Jesus e os Apóstolos utilizavam-se dos passes como recursos magnéticos curadores aliados a recursos espirituais, curando pela imposição das mãos ou pelo influxo das palavras de fé. Graças à sua feição, o Espiritismo conserva e difunde essa modalidade de auxílio, a fim de atender uma infinita quantidade de pessoas que batem às portas dos Centros Espíritas, na esperança de cura ou de alívio.

"O Passe é uma "transfusão de energias psicofísicas, operação de boa vontade, dentro da qual o companheiro do bem cede de si mesmo em benefício de outrem" (Emmanuel).

Para o êxito dessa operação, cabe ao médium passista buscar na prece o fio de ligação com os planos mais elevados da vida. Mágoas excessivas, paixões, desequilíbrio nervoso e inquietude, bem como alimentos inadequados e alcoólicos, são fatores que reduzem as possibilidades do passista e que, portanto, devem ser evitados. Aqueles que se consagram aos trabalhos de assistência aos enfermos através de passes, devem cultivar, além da humildade, boa vontade, pureza de fé, elevação de sentimentos e amor fraternal.

Nos processos patológicos orgânicos, os "passes" não dispensam os recursos da Medicina, devendo ser utilizados como complemento.

Cumprimento Ombro-a-Ombro - Quando um Guia cumprimenta um consulente ou um assistente com o bater de ombro, isto é sinal de igualdade, de fraternidade e grande amizade.

Pontos de Segurança – São locais onde estão plantados condensadores energéticos magísticos necessários ao ritual umbandista. Podemos citar como pontos de segurança de um Templo a Tronqueira, o Cruzeiro das Almas, o Centro do Abacá, etc...

Batismo - É realizado através da água, do fogo (vela), do sal, das ervas, da pemba e óleos sacramentais.

Amaci - São ervas frescas maceradas na água limpa (de cachoeiras, nascentes, etc...) que tem por finalidade a lavagem de cabeça. Pode ser amaci iniciático ou amaci geral.


Fonte: Boletim Eletrônico Doutrinário do T. E. do Cruzeiro da Luz -Ano 2012 – 29



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O Sagrado na Dança

O Sagrado na Dança

O sagrado na dança e o seu valor nos cultos afro-brasileiros 

Vamos iniciar aqui uma reflexão sobre movimento, dança e expressão corporal nas giras dos cultos afro-brasileiros, sua importância, suas matrizes e seus significados.

As danças se manifestam em cultos religiosos das mais variadas vertentes, sendo possível nos remeter as mesmas através dos registros históricos das religiões e cultos pagãos. Porém, nas religiões cristãs e nas suas diferentes manifestações contemporâneas também encontramos a dança como maneira de expressar, louvar e reverenciar a Deus.

Na maioria dos templos umbandistas e candomblecistas a dança está presente em boa parte do trabalho espiritual. Algumas pessoas podem ainda não ter percebido qual a real importância desta movimentação dentro do trabalho, dando margem a diversas interpretações e questionamentos.

Algumas justificativas comuns a cerca do assunto partem do principio da manutenção da cultura, afinal tanto o candomblé quanto a umbanda remetem diretamente a história dos povos afro-brasileiros que traz a dança como uma forte representação cultural, assim como a música.

Outra explicação comumente encontrada é que o ritmo musical faz com que as pessoas deixem seus corpos a vontade e com isso a dança surge, de maneira natural e sem maiores significados.

Vamos abordar agora um olhar, pouco menos apontado, mas que acreditamos ajudar no desenvolvimento de nossa caminhada dentro dos estudos sobre cultos afro-brasileiros.

A dança, assim como a música, a fala, o olhar e a gestualidade cênica, são linguagens. Nossa sociedade tende a valorizar e utilizar com mais intensidade as linguagens oral e escrita, contudo as demais linguagens não deixam de existir e de terem suas características próprias dotadas de grande poder de comunicação.

Sendo a dança e a música duas linguagens do ser humano, pode-se começar a pensar a respeito da presença das mesmas, como maneiras de comunicação entre os membros de uma corrente espiritual, encarnados, desencarnados e também como manipulação de energias.

A movimentação corporal, assim como os diferentes ritmos musicais, influencia a energia e interfere nas frequências rítmicas e cardíacas dos corpos, seja de quem dança e toca, como também de quem está envolvido no ambiente.

Mais especificamente a dança, com suas movimentações e expressões corporais, pode atingir níveis mentais e emocionais com uma facilidade diferenciada das demais linguagens. Ao trabalhar com os chacras e receptores sensoriais (em regiões corporais nas quais os receptores aparecem com mais intensidade ou menos intensidade), a transmutação energética ocorre, caracterizando assim, já um trabalho espiritual, sem a necessidade do uso da fala, outras linguagens e até mesmo outros paramentos.

Pode-se assim seguir o raciocínio e concluir que com uma dança no trabalho espiritual, momentos de descarrego, passe energético, e até mesmo consulta já estariam sendo realizados? Sim! O que nos faz crer que necessitamos desses momentos em particular, com o guia nos orientando verbalmente, cruzando nossos pés com pemba, utilizando de ervas em nosso benzimento e aspergindo água consagrada em nosso corpo é o nosso olhar acostumado para o trabalho espiritual convencional, que não está errado, pelo contrário, mas a necessidade, na verdade não existiria!

Até mesmo esta sequência relatada acima, se configura como uma movimentação corporal riquíssima, compondo uma dança se observarmos atentamente como os guias se porta, utilizando os corpos mediúnicos, para trabalharem: movimentação, expressão corporal e dança! Exercite seu olhar para isso quando tiver a oportunidade de assistir a uma gira. Veja quão maravilhoso é o dançar implícito nos movimentos “padrão” das giras.

Sobre as danças sagradas, próprias de cada linha ou de cada manifestação da energia dos orixás, sabemos que é possível ler estes movimentos, que nos trazem histórias e memórias. Da mesma maneira que um sábio preto velho nos orienta sobre nossas angustias com suas histórias de encarnações passadas, outros guias e manifestações das energias dos orixás nos aconselham nos remetendo as suas histórias contadas através do corpo que dança. O corpo que dança a coragem de encarar uma batalha, o corpo que dança a colheita, o corpo que dança a purificação nas águas límpidas, o corpo que capta do lodo a transmutação das energias em momentos de passagem... São diversas e inúmeras as possibilidades.

Algumas danças características das energias dos orixás já são de conhecimento da maioria dos frequentadores dos cultos. Pode-se facilmente reconhecer quando se dança para Oxum, quando se dança para Ogum e também quando há a manifestação da energia na linguagem corporal. Muitos são os pontos de identificação, porém um deles e talvez o de maior importância seja a postura das mãos. Através da postura e nível de energia das mãos e apenas nisso, é possível identificar o orixá que está sendo louvado ou canalizado. E porque será que é através das mãos que isso ocorre, se temos todo o corpo em movimento?

Mais uma vez podemos nos utilizar os saberes da ciência para entendermos isso. No nosso corpo existem pontos de maior concentração de receptores sensoriais, como já dito. Estes pontos conectam-se com nosso cérebro captando sinais físicos e do ambiente para serem processados e armazenados no córtex. Nossas mãos são pontos de grande concentração de receptores sensoriais. Temos outras regiões também muito sensíveis como a boca, olhos, ouvidos e pés, porém as mãos representam uns dos pontos mais sensíveis do nosso corpo. Sendo assim, fica fácil entender o quanto é possível ocorrer à expressão e a comunicação, bem como a representação de uma energia através da postura das mãos (mais firme, direcionada, leve, suave, etc.).

Nossa comunicação com o astral, com mundo espiritual está diretamente relacionada com a nossa energia e nossas emoções, o que se relaciona intimamente com nosso corpo (aceitamos aqui a concepção de que corpo e mente estão integrados e são indissociáveis). Assim sendo, podemos começar a observar com mais atenção e dar mais valor para as danças sagradas nos cultos afro-brasileiros, fazendo destes momentos de grande beleza, possibilidades de meditação, reflexão, transmutação, agradecimento e entrega ao sagrado que se manifesta.

Giuliana Marcellino





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