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13/01/2013

Orixás

Orixás - Por Pai Etiene Sales

Orixás são divindades.
Fagulhas de um sagrado que mistura o entendimento humano, nossa capacidade de entendimento de tais seres, com a força emanada por eles que nos dão sustento. Principalmente nos piores momentos de nossas vidas.

Orixás são vida.
Uma chama tranquila de vida que nos desperta para uma outra consciência, em que não existe bem nem mau, mas um significado para todos os nossos atos e ações. Fazendo com que saibamos que eles estão lá, em um lugar qualquer, nos orientando, nos guiando, nos enriquecendo de sabedoria. Porém, não são responsáveis pelos nossos erros, nossas escolhas ruins, nossos infortúnios, nossas quedas, nossa ignorância, pois Eles avisam, alertam, orientam ... Mas é nossa a vida e são nossas as escolhas.

Orixás são caminhos. 
Que deveríamos seguir, mas acabamos desviando, tentando atalhos, uma maneira melhor e mais rápida ... Daí voltamos, e eles estão lá nos esperando. Sempre de braços abertos, mesmo que nos sacudam e nos dêem broncas, estão lá, aguardando por nós.

Orixás são temperança.
Têm vontade própria, caráter, glória, perseverança, bondade, carisma ... Todas as características humanas, pois somente assim poderíamos definí-los.; somente assim, poderíamos descrevê-los.; somente assim, eles poderiam se revelar diante de nós. Como um espelho onde é refletida a nossa imagem, mas que tem sua própria têmpera e brilho, os quais não podemos ver com os nossos frágeis olhos, porém, sabemos que Eles estão alí, pois a força que vem do olhar do reflexo é algo a mais que não enxergamos, mas que podemos apenas sentir. Vemos, mas não enxergamos, apenas sentimos.

Orixás são idealizações. 
Onde eles se colocam tudo do que há bom, e onde não conseguimos alcançar esse bom. Ao contrário, só sabemos pedir, arriar, oferecer, obrigações materiais, onde não vemos o retorno útil, pois somos egoístas demais, ignorantes demais, brutos demais e muitos não sentem o retorno daquilo que é oferecido e revertido em nossas vidas. A transmutação da matéria ofertada em energia geradora de uma construção interior que poucos ainda conseguem entender e utilizá-la em suas vidas.

Orixás são luta.
Luta pela vida, por viver, por continuar, por existir, pela família, pelos amigos, pela tribo, pela glória de ser humano ... Ser especial da criação, que luta desde o ventre e continua lutando, não se deixando sub-julgar nem se derrotar pelo mau do sofrimento, do egoísmo, da ganância, do soberba, da exploração do homem pelo próprio homem.

Orixás são amor.
Amor de mães, de pais, de fraternidade, de dividir a comida, compartilhar as responsabilidades, do ensinar as gerações futuras para que se possa preservar uma crença, os ritos, a doutrina, a fé.

Orixás são comunhão. 
Entre Deus (Olorun ou Zamby) e os homens, nas pessoas das entidades. Dos pretos-velhos, dos caboclos, dos exus e pombogiras, dos boiadeiros, dos baianos, das crianças, dos marinheiros, dos ciganos, de tantos e tantos outros que se dispuseram a retornar para, munidos com a força de seus Orixás, orientar e guiar os homens no mundo da Terra, trocando o sofrimento pela alegria.; a dor pelo alívio.; a discriminação e o preconceito, pela liberdade e pelo respeito.; a inveja pelo dividir e compartilhar.; a ignorância pela consciência da humildade do conhecimento de ensinar e aprender ...


Orixás são a minha vida e sem eles eu não sou nada, eu não existo.


Etiene Sales




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Consulta na Umbanda é Coisa Séria

Consulta na Umbanda é Coisa Séria


Existem muitas pessoas que vêm perguntar aos guias sobre assuntos os mais variados: saúde, vida sentimental, vida material e até mesmo vida espiritual.Querem emprego, namorados, dinheiro, posição.

… Querem se livrar dos inimigos, dos aborrecimentos; querem ganhar na loteria, saber do marido ou mulher e com quem andam.

Querem que os guias deem respostas para qualquer pergunta por mais indiscreta e complicada que seja e que, além disso, resolva rapidamente as situações mais escabrosas, os problemas mais difíceis.

Nada disso é sério.

Consulta na Umbanda é esclarecimento, conselho amigo e sábio dado por um guia de Luz e que enxerga longe para ajudar a quem necessita, para caminhar na estrada difícil da escola da vida.

Para guiá-lo para a luz.

O médium que dá consultas, quando incorporado com seus guias, assume uma grande responsabilidade para com a pessoa atendida.

Essa tem, habitualmente, propensão para acreditar cegamente em tudo o que ouve do médium incorporado.

Uma palavra leviana pode ter consequências gravíssimas e irremediáveis, pode levar a erros e injustiças, pode afastar o consulente do caminho da luz, pode provocar dramas.

Alguns assuntos são espinhosos, saúde por exemplo:

médium não é médico, logo não tem direito de diagnosticar nem receitar remédio de farmácia.

Os Guias verificam se a doença é de origem espiritual ou material e, então, aconselham o paciente, porém, sem ter a pretensão de substituir o médico da Terra. Só Ela pode fazer algo.

Alguns guias receitam banhos de ervas ou chás.

Para estes últimos é preciso muito cuidado e o médium responsável deve conhecer bem as ervas receitadas para evitar possíveis aborrecimentos ou acidentes.

Em todos os casos, temos que encarar os seguintes fatos: os guias, por mais esclarecidos e evoluídos que sejam, não são infalíveis nem dotados do conhecimento integral de tudo que acontece no Universo.

O saber de cada guia é fator de sua evolução.

Os guias podem ignorar ou não ter licença para dizer certas coisas.

Ora, uma Entidade de luz é disciplinada e prefere calar-se a dizer o que não deve.

No que se trata de bens materiais, o assunto é complexo, a maioria dos guias prefere ajudar sem falar, por vários motivos:

  • A pessoa está na Terra para aprender uma lição de vida 
  • A mãe pode ajudar o filho e explicar o dever de casa, mas não pode fazê-lo. 
A pessoa tem que lutar para conseguir o que deseja e ela tem um carma a pagar.
Numa prova cármica, em regra geral, ninguém pode interferir.

Muitas vezes o pedido formulado é altamente prejudicial à evolução espiritual do consulente, ou à sua felicidade material futura.

Os guias preferem ouvir os pedidos em silêncio para poder agir em seguida da melhor forma.

Não devemos esquecer que o guia não é onisciente.

Ele corre gira para ficar ciente de todas as circunstâncias.

Ele também não é todo-poderoso.

Só pode dar com licença do Alto e conforme o merecimento de cada um.

Há pedidos sobre o futuro aos quais nem sempre o guia pode responder, o futuro é aleatório e seu conhecimento não é aberto a todos.

Estamos lançados numa trajetória porém temos livre-arbítrio e podemos nos desviar dela.
Algumas perguntas não passam de fofocas e os guias não tem tempo a perder com este gênero.

A parte espiritual é que justifica a existência das consultas.

Um guia que está dando passe não precisa conversar para saber do que é que a pessoa necessita; nem precisa colocar seu médium a par dos problemas que a afligem.

Ele vai ajudar no que for possível.

A utilidade da consulta vem da necessidade que as pessoas têm de contar seus problemas a um amigo discreto, compreensivo e que pode lhe dar bons conselhos, esclarecendo dúvidas, ajudando de fato, explicando, encorajando, consolando.

As pessoas precisam de um ouvido atento, de um amparo afetivo.

Necessitam poder se abrir sem constrangimento.

Tudo isso elas encontram na figura amiga dos guias.”

O médium deve vivenciar a síntese da Sabedoria:


1- FÉ no Poder Eterno da Vida;

2- ESPERANÇA de atingir a perfeição;

3- CARIDADE para retribuir a Misericórdia do Alto;

4- PAZ para sentir a Harmonia da Lei que rege os Espaços;

5- AMOR para com todos os seres e para com todas as forças da Natureza;

6- SABEDORIA como humildade, reconhecendo que somente Deus é possuidor da Sabedoria Divina;

7- CRISTO como presença íntima em nosso coração;

8- COMPREENSÃO – por saber que os seres atuam em planos diferentes de entendimento;

9- SERVIÇO – reconhecendo de que deve colocar-se como servo do Mestre e nunca como senhor;

10- VIGILÂNCIA – observação das falhas que lhe são próprias, antes da constatação dos erros alheios;

11- HUMILDADE – todas as tarefas são importantes e feitas para Aquele que é maior do que todos os companheiros;

12- DAR – sem pensar em receber, agradecendo.


Autor desconhecido



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11/01/2013

A Calunga Grande

A Calunga Grande

O termo "calunga" é de origem bantu e tradicionalmente faz referência à morada dos mortos, ou mais comumente, ao cemitério. Assim, sempre que nos referimos à calunga, estamos nos referindo ao campo santo, o cemitério, o local os despojos carnais são depositados. No entanto, essa palavra assumiu uma outra dimensão. 

Ao serem capturados (ou ao ver seus irmãos sendo feitos cativos) e colocados em navios negreiros, os africanos passaram a ver o mar como um grande cemitério, já que a viagem rumo à escravidão representava uma espécie de morte em vida. Era como se o mar levasse embora tudo que lhes era precioso: os costumes, a crença, a dignidade, o convívio com os entes queridos e, principalmente, a liberdade. Dessa forma, o mar passou a ser encarado como uma grande calunga, ou seja, como um grande cemitério.

Assim surgem dois novos verbetes no vocabulário do negro – e que viriam integrar o dialeto das religiões com matiz africana: a calunga grande (o mar) e a calunga pequena (o cemitério propriamente dito).

Há um aparente paradoxo na utilização desse termo para se referir ao mar, afinal não é ele um dos reinos dos orixás? Não seria o mar a origem da vida? Então como relacioná-lo à morte?

Não esqueçamos que a morte (iku em yorubá) não representa o fim, e sim uma transformação. Não esqueçamos também que Omolu, o orixá da cura, mas também da morte (no sentido de transformação, não de fim), e Iemanjá, a rainha do mar, o princípio e a origem da vida, da maternidade, da concepção.

O que parece ser um paradoxo é, na verdade, a explicação para essa questão. Ao mesmo tempo em que o mar representava a morte aos cativos, representava também um renascimento no Brasil. Não que esse renascimento fosse algo agradável, longe de defender a escravidão, mas era um renascimento no sentido de levar a sua cultura, as suas crenças, os seus orixás a terras tão distantes. Era como se a o pai Omolu determinasse o fim em terras africanas e Iemanjá um recomeço em novas terras, permitindo assim que os povos americanos tivessem a oportunidade de conhecer as divindades pelo ponto de vista africano, e não do europeu, tradicionalmente cristão/católico. Concluímos que aqueles negros cativos, bravos heróis, deram a sua liberdade e a sua vida para nos agraciar com a crença e o conhecimento sobre os divinos orixás, inkisses e voduns. Graças a eles e à sua heroica resistência hoje temos a oportunidade de cultuar essas entidades, sem a viseira das religiões tradicionais da Europa.

Assim sendo, o mar, chamado de calunga grande, que representou em tempos idos um gigantesco cemitério, é para nós um reino sagrado, que nos trouxe essa oportunidade. A quem cultua as divindades do panteão africano não basta reverenciar seus reinos sagrados, é preciso conhecer os seus fundamentos e história. Ao colocar os pés na água do mar, não esqueça de saudar os divinos orixás, a vida e aos nossos ancestrais cativos, a quem devemos tanto.

Douglas Fersan




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08/01/2013

Palavras de um Exu

o guardião da meia noite

O Guardião da Meia Noite, Livro inspirado por Pai Benedito de Aruanda através do médium Rubens Saraceni, nos revela a extraordinária história da trajetória de um Exu, desde sua estadia no corpo físico até se tornar um servidor da Lei Divina. Abaixo, selecionei um trecho do livro que esclarece quem são e como trabalham os nossos fiéis amigos servidores da Umbanda. É mais uma constatação de que, para se conseguir trabalhar nas trevas, é preciso ter luz! Laroiê todos os Exus de Lei! Obrigada, Rubens Saraceni, por este excelente trabalho. (Ednay Melo)

***




Trecho do capítulo "Conhecendo a Lei":

"E eu pensei: Como era poderoso o Guardião dos Sete Portais das Trevas, que leu o meu pensamento.

- Não pense que consegui o meu poder sendo um tolo. Sempre dormi com um olho aberto. Nunca deixei uma ofensa sem resposta, nem um inimigo mais fraco sem conhecer o meu poder. Nunca deixei de respeitar um igual ou de temer a um mais forte. Foi assim que consegui tanto poder. Também nunca saí da lei do carma. Não derrubo quem não merecer, nem elevo quem não fizer por merecer. Não traio ninguém, mas também não deixo de castigar um traidor. Leve o tempo que for necessário, eu o castigo. Não castigo um inocente, mas não perdoo um culpado. Não dou a um devedor, mas não tiro de um credor. Não salvo a quem quer perder-se, mas não ponho a perder quem quer salvar-se. Não ajudo a morrer quem quer viver, mas não deixo vivo quem quer matar-se. Não tomo de quem achar, mas não devolvo a quem perder. Não pego o poder do senhor da Luz, mas não recuso o poder do senhor das Trevas. Não induzo ninguém a abandonar o caminho da Lei, mas não culpo quem dele se afastar. Não ajudo quem não quer ser ajudado, mas não nego ajuda a quem merecer.

Sirvo à Luz, mas também sirvo às Trevas. No meu reino eu mando e sei me comportar. Não peço o impossível mas dou o possível. Nem tudo que me pedem eu dou, mas nem tudo que dou é porque me pediram. Só respeito à Lei do Grande da Luz e das Trevas e nada mais. É isso que o Grande exige de mim, portanto, é isto que eu exijo dos que habitam o meu reino.

Não faço chorar o inocente, mas também não deixo sorrir o culpado. Não liberto o condenado, mas também não aprisiono o inocente. Não revelo o oculto, mas não oculto o que pode ser revelado. Não infrinjo à Lei e pela Lei não sou incomodado.

Agora sabe de onde vem meu poder, senhor da Meia-Noite. Eu sou um dos sete guardiões da Lei nas Trevas; os outros seis, procure e a Lei lhe mostrará.

- Por que o senhor não socorreu o Cavaleiro em sua queda?

- Foi a Lei Maior que assim determinou, por isso eu me calei. Mas quando Ela saiu em seu auxílio, eu arrasei o reino de Lúcifer para saber onde estava o Cavaleiro e acabei descobrindo, pois foi a Lei que me ordenou que assim o fizesse. Ele teve que calar-se e entregar-me o culpado.

- Obrigado, Guardião dos Sete Portais das Trevas! Deu-me uma sábia lição! Sou seu devedor!

- Nada me deve, Senhor da Meia-Noite. Gosto de ensinar a quem quer aprender mas também gosto de castigar quem aprende e faz mau uso do saber.

Ele bateu o pé esquerdo e o recinto se encheu de entidades que haviam sido religiosos quando na carne.

- Eis aí um exemplo do mau uso do saber. Eles aprenderam tudo o que precisavam para suas missões na Terra, mas não seguiram o que pregavam. Usaram do que sabiam em benefício próprio ou para arruinar aos que acreditaram neles. Olhe bem, Guardião da Meia-Noite e verá que os que se diziam sábios, iluminados, profetas, grandes lideres religiosos ou grandes sacerdotes não passavam de otários, idiotas, tolos, imbecis, cegos e mal -intencionados. Verá entre eles todo tipo de defeito e nenhuma qualidade. Eram lobos uns, pois se aproveitavam e comiam suas ovelhas, e hienas outros, pois se contentavam em consumir os restos deixados pelos lobos. Uns e outros, hoje, choram pelo erro cometido, pela oportunidade perdida e pela luz não conquistada. Viveram do mundo e não pelo mundo.

A Lei não os perdoou e os entregou a mim. Eu lhes dou o que merecem porque sou um guardião da Lei nas Trevas, e esta é a minha missão.

A Lei não iria colocar um ser bom e iluminado para castigar os canalhas, nem colocaria um carrasco como eu para premiar aqueles que venceram suas provas. Não!

Os guardiões da Lei na Luz têm uma função como a minha, mas afeita à Luz: não deixam cair quem fez por merecer à ascensão. Eu não deixo subir os que fizeram por merecer a queda. Eu sou a mão que castiga e a que acaricia; sou a mão que derruba e a que levanta. Tudo isso eu sou, e, ainda assim, não sou infeliz, triste, arrependido ou ruim. Não sofro de remorso por castigar aquele que a Lei derrubou, assim como um guardião da Lei na Luz nada sente ao premiar quem merece. Sou o que sou, um guardião da Lei nas Trevas, e me orgulho disso, porque sei que sou necessário a ela.

E tudo isto você também é, ou será, se assumir todo o seu passado, resgatá-lo e se sentir feliz em servir à Lei. Ela o recompensará quando assim quiser, não porque você peça qualquer recompensa pelo seu trabalho, mas porque serve-a sem lamentar por estar nas Trevas, pois Luz e Trevas são dois lados do Criador.

Há os que trabalham durante o dia e dormem à noite, mas também há os que trabalham à noite e dormem durante o dia. Há os animais que só saem de sua morada sob o sol, e aqueles que só o fazem sob o luar. Há o verão, mas também o inverno. O que um aquece, o outro esfria. Há a primavera, mas há também o outono: O que um faz brotar, o outro faz recolher. Há o fogo para queimar e a água para saciar a sede. Há a terra para germinar e há o ar para oxigenar. Há tantas coisas e, no fim, são somente partes do Um.

Por isso lhe digo, Guardião da Meia-Noite, há os anjos e os demônios. Os anjos habitam a Luz e os demônios as Trevas. Uns não condenam aos outros, pois sabem que são o que são porque assim quis o Criador. Aqueles que vivem no meio é que criam tanta confusão com suas descidas na carne. Do nosso lado, não há nada disso. Cada um sabe a que lado pertence. E os que não sabem, são os primeiros de quem nos apossamos. Esta é a Lei que rege a nós e a todo o resto da Criação.

Não vou falar mais, pois precisaria de muito tempo para tal. Espero que possa sair daqui melhor servidor da Lei do que quando chegou.

- Agradeço suas palavras, Guardião dos Portais. Pena que eu seja muito pequeno para ajudá-lo, senão eu diria: se precisar de minha ajuda, é só pedir!

- Pois ainda lhe digo que a maior das pirâmides não prescinde da menor de suas pedras; a maior das aves, de sua menor pena; o maior teto, de sua menor telha, e o maior corpo, do seu menor dedo. O maior rio não rejeita a menor gota de chuva, nem o maior exército o seu mais fraco soldado. O maior rico é aquele que valoriza o menor dos seus bens.

Muito mais eu poderia falar, mas me satisfaço em dizer-lhe: Obrigado, Guardião da Meia-Noite! Se eu precisar de seu auxilio, não terei vergonha de pedir-lhe, pois, por terem vergonha, muitos morrem. Morrem por terem desejado algo e não terem provado o seu gosto. Vergonha não faz parte de meu vocabulário e a palavra que mais prezo é ”respeito”. Aja assim e não será traído, nem odiado, mas respeitado. Nem os maiores passarão por cima de você, nem os menores lhe escaparão.

Ele parou de falar.

- Até a vista, Guardião dos Sete Portais das Trevas!

- Até a vista, Guardião da Meia-Noite!"






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