Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca Página Otimizada para CLS

29/01/2020

Entendendo o Carma

Entendendo o Carma

Dona Isabel caminhava em direção a Pai Antônio. Chegara a hora de seu atendimento e ela estava para comunicar-lhe sua decisão: pediria afastamento do terreiro.
− Oi zifia! Como vai suncê? Ah quanto tempo hein?!?
− Boa noite Pai Antônio! O senhor já sabe o que eu vim fazer aqui hoje, não sabe?
− Filha se este preto-velho tivesse este poder ele não seria Pai Antônio: seria o próprio Deus, pois só Ele sabe de todas as coisas.
− Como assim vovô?
− Nós não somos advinhos zifia! Se suncê veio aqui é porque tem algo a dizer e este nêgo velho aqui se encontra, de coração aberto, só para te escutar!
− Então acho que tenho que dizer de uma vez, não é vovô?
− Da forma que suncê achar melhor, minha filha!
− É que eu vou pedir desligamento do terreiro! O que o senhor acha disto?
− Filha toda decisão sinaliza um caminho que envolve pensamentos e sentimentos. Onde este caminho vai dar, abaixo de Deus, só teu pensar e sentir é que poderão dizer.
− Como assim Pai Antônio?
− Bom senso minha filha! Toda decisão, de todo ser humano, deve ser pautada pelo bom senso!
− O senhor está dizendo que esta minha decisão não está baseada no bom senso?
− Longe de mim zifia, pois este preto-velho não faz julgamento de valor! Só estou tentando explicar para a filha que a ilusão obscurece o bom senso.
− Ilusão? Como assim?
− Só um instantinho minha filha!
A entidade solicitou que seu cambone lhe trouxesse água gelada. Somente quando ele retornou foi que Pai Antônio disse a Isabel:
− Filha, por caridade, estique sua mão direita e diga se este líquido está quente ou frio.
A entidade derramou um pouco de água mineral, que estava em temperatura ambiente, na mão dela que respondeu-lhe:
− Nem quente, nem fria: está em temperatura ambiente!
− Continue com sua mão esticada.
Pai Antônio derramou a água gelada, que seu cambone trouxera, na destra de sua consulente que falou-lhe:
− Este líquido está gelado!
− Permaneça com sua mão esticada!
O preto-velho tornou a derramar a água mineral em temperatura ambiente na mão de Isabel que disse:
− Esta água está quente!
− Suncê viu de onde nêgo tirou esta água que suncê falou que estava quente?
− Vi sim senhor. O senhor a tirou da garrafa de água mineral!
− E como a mesma água que suncê respondeu que estava em temperatura ambiente, de repente ficou quente?
− É que a água que o senhor jogou na minha mão antes dela estava muito gelada.
− Muito bem minha filha! Suncê é muito sabida! Percebe o que a ilusão dos sentidos pode fazer com seu julgamento? Seu pensamento? Seu sentimento?
− Não totalmente.
− Não se preocupe minha filha! Continue a prosear com este velho que Deus, em sua infinita misericórdia, há de fazê-la compreender certas coisas!
− Vovô eu não consigo mais ver sentido em ficar aqui: o senhor sabe que minha filha, que assim como eu era médium desta casa, acabou de desencarnar fulminantemente por conta de uma enfermidade que ninguém pôde diagnosticar a tempo de salvá-la.
− Salvá-la de que zifia?
− Da morte!
− Mas não existe morte zifia: só existe vida, ainda que em outro plano da existência!
− Nenhuma entidade contou nada para mim ou para ela que só foi saber da doença quando passou mal e os médicos a diagnosticaram como enferma após realização de vários exames.
− Suncê se sentiu traída por nós, minha filha?
− Vocês sabiam da doença?
− Sim minha filha!
− Então, eu me senti traída, porque vocês não me alertaram!
− Filha, e de que adiantaria nosso alerta se a doença começara a se desenvolver em sua filha há dez meses? Se a situação da saúde de sua filha era irreversível há cinco meses e se vocês entraram para corrente mediúnica do terreiro há três meses?
− Mas vocês poderiam ter nos alertado, nos preparado!
− Preparar? Desculpe a franqueza zifia, mas a preparação, a ser realizada com sabedoria e humildade, para a verdade imutável que é o desencarne deve acontecer todo dia e a todo o momento, pois só Deus sabe a hora de cada um.
− Eu vou sair por que acho que vocês podiam ter nos preparado!
− Filha há muito tempo, quando suncê tinha dezesseis anos, seu pai faleceu da mesma moléstia que sua filha apresentou!
− É verdade.
− Seu pai lutou contra a moléstia por quase treze meses!
− Isto também é verdade!
− E foi justamente durante estes treze meses que suncê, somatizando todo o sofrimento pela condição de saúde de seu paizinho, desenvolveu uma úlcera gástrica que tanto lhe incomoda até os dias de hoje!
− É verdade!
− Agora minha filha, abrindo seu coração com honestidade, responda:
− Em que lhe ajudou saber sobre a doença do seu pai à época em que ele estava doente?
− Acho que começo a entender o senhor!
− Zifia Isabel, este nêgo véio fala a suncê que nós, que suncês chamam de entidades, não somos advinhos! Somos falangeiros que militam pela Lei Maior e pela Justiça Divina!
− Eu entendo.
− Para Deus o bem maior está acima das individualidades dos seus humanos filhos e foi por isso que ao mundo Ele enviou Jesus.
Isabel chorou sentidamente ao lembrar-se do sofrimento a que Jesus fora submetido quando encarnado e reconheceu que o sofrimento de sua filha nada foi em comparação ao dele.
Pai Antônio esperou o estado emocional de Isabel tornar a normalidade e disse-lhe:
− Nêgo-velho gostou da sinceridade do seu coração, mas aqui no dia de hoje nós não estamos trabalhando o sofrimento de sua filha; até mesmo porque ela não sofre mais onde se encontra, já que está disposta em repouso e recebendo tratamento adequado para que venha a despertar em momento oportuno!
− Verdade?
− Sim zifia! No dia de hoje trabalhamos o seu sofrimento!
− É vovô! Cada um com seu karma!
− Filha karma não é sofrimento: é libertação!
− Como assim?
− Karma, zifia Isabel, é ter humildade de clamar sabedoria a Deus diante dos desafios que são apresentados na vida de cada um, pois uma vez aprendido o ensinamento, com fé e resignação, evolui-se em direção a Deus-Nosso-Pai!
− Como assim?
− A vida é um karma não pelos sofrimentos que surgem na jornada, mas pela possibilidade de libertação que proporciona se tivermos sabedoria para vencer os desafios no caminho.
− Creio que entendi! A morte de um ente querido é um desafio natural da existência humana. O karma não é sofrer com a perda, uma vez que o sofrimento é natural nesses casos, mas sim alcançar a liberdade incondicional ao vencermos tal desafio.
− Filha tempos atrás suncê contou que a entidade que lhe assiste nas incorporações, o Caboclo Araribóia, apareceu duas vezes em sonho para você e pedia-lhe que continuasse a andar numa estrada, não é verdade?
− Isto vovô! Ele aparecia e me mostrava uma estrada em que eu devia voltar a caminhar!
− Pois então zifia saiba que tal estrada não é necessariamente este terreiro, mas sim a Umbanda Sagrada!
− Verdade?
− Certamente zifia! Se suncê quiser sair do terreiro as portas vão estar abertas assim como se encontravam quando você por elas adentrou neste terreiro pela primeira vez. O importante na sua vida não é o terreiro zifia, seja ele qual for, o importante é a Umbanda!
− Isto é verdade mesmo Pai Antônio porque antes de entrar neste terreiro há três meses, eu fiquei cinco anos afastada da umbanda.
− Nêgo velho entende zifia! Foi quando seu esposo faleceu, não foi?
− Foi isto mesmo vovô!
− Após vinte e cinco anos de casados o seu esposo desencarnou pelo câncer e você, como forma de homenagear o amor que sempre houve entre vocês, decidiu prestar trabalho voluntário em alas hospitalares onde se encontram crianças que possuem câncer, não é verdade?
− Como o senhor sabe disto vovô? Eu nunca contei para ninguém!
− Foi o Caboclo Araribóia zifia!
− Ah é? E porque vovô?
− Por que para Deus o bem maior está acima da individualidade do ser humano.
− Como assim? O senhor poderia explicar?
− Filha o câncer em sua história familiar não é sofrimento apenas: é karma! Possibilidade de libertação em direção a Deus!
− Isto eu estou entendendo!
− Karma é cumprimento da Lei Maior e da Justiça Divina na vida de suas humanas criaturas! Quando estas se envolvem consistentemente em labores caritativos o Pai envia sua Misericórdia como um bálsamo na vida na vida destes Seus filhos.
− Entendo!
− O teu trabalho voluntário em favor das criancinhas fez com que você recebesse a oportunidade de ter a tua filha tratada e assistida pelos médicos do astral a fim de que viesse a ter um desencarne sereno e indolor!
− Meu Deus eu jamais poderá imaginar!
− Posso lhe dizer ainda mais zifia: sabendo que você somatiza com muita facilidade o sofrimento dos que lhe são muito próximos, foi que o Caboclo Araribóia providenciou formas para lhe resgatar de volta para a Umbanda, como um modo de evitar que isto ocorresse!
− Meu Pai Deus é muito bom!
− Até mesmo por que se isto ocorresse as crianças assistidas por você voluntariamente ficariam sem ter como receber o lenitivo que você mais consegue lhes proporcionar: o sorriso!
Dona Isabel chorava copiosamente a cada vez que dizia:
− Deus é bom! Obrigada meu Deus! Obrigada!
Pai Antônio aguardou sua consulente serenar as emoções e, para encerrar aquele atendimento, disse-lhe:
− Foi o que este preto-velho lhe disse zifia: Para Deus o bem maior está acima das individualidades dos seus humanos filhos, mas a misericórdia Dele é, de fato, infinita! Suncê não está sozinha minha filha, nunca se esqueça disto! Vá com a força e a luz de Deus-Nosso-Pai!

Autoria desconhecida



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27/01/2020

Surra dos Guias?

Surra dos Guias?

Muitos são os mitos que surgem dentro da Umbanda e a “surra” dos Guias é um deles. Infelizmente esse mito insiste em perdurar no meio umbandista.

Várias são as pessoas que nos procuram porque “alguém” disse que sua vida não está correndo bem (falta de trabalho, saúde, relacionamento, clientes, etc.) porque os Guias estão lhe dando uma surra pelos mais variados motivos: não fez sua obrigação, não desenvolveu sua mediunidade, etc.

Bom, vamos entender isso: os Guias de Lei da Umbanda, tanto os de Direita como os da Esquerda são espíritos altamente evoluídos, são espíritos de luz a serviço da Luz.

Possuem um grau de compreensão e conhecimento muito acima do nosso, por isso têm a missão de nos guiar, conduzir, nos ensinar, nos amparar e nos fortalecer para que possamos fazer nossa caminhada.

Isso quer dizer que ninguém pode caminhar e evoluir por nós.

Se essa não for a ação do “guia” que você esteja se aconselhando, preste atenção!

Muitas vezes, os Guias nos cobram atitudes e padrões de comportamento que deveríamos tomar para o nosso crescimento e desenvolvimento e, automaticamente, para melhoria de nossa qualidade de vida. Pois muitas vezes nos acomodamos a processos internos ou externos e estagnamos em nossa jornada.

Mas nunca um Guia irá criar problemas na vida de alguém que esteja querendo se melhorar, crescer, aprender e evoluir. Ele está lá para nos ajudar e nos orientar, não para decidir por nós e de forma nenhuma serem causadores de intrigas, confusões e discórdias.

Se essa não for a ação do espírito que você esteja se aconselhando, preste atenção!

Acontece que muitos médiuns, por falta de conhecimento, vaidade, etc, se desvirtuam em seus padrões de comportamento, tanto espiritual como material. Com isso começam a negativar seu campo vibratório e mediúnico e começam a perder o amparo e a proteção espiritual dos Guias de luz. Não porque eles se afastam, mas sim por não conseguirem manter uma linha de ressonância e afinidade com seus tutelados.

Quando isso começa a acontecer os Guias muitas vezes nos chamam a luz da razão, nos alertando para o nosso comportamento. Mas se são ignorados, pois temos o direito livre de escolha, tentam nos mostrar de outras forma que nossas atitudes não são ou não estão coerentes.

Mas, se mesmo assim teimamos em não perceber, nos permitem ficar a mercê das consequências de nossas próprias ações.

Entendam, não são os Guias que se afastam de nós, somos nós que nos afastamos deles!

Com isso, podemos criar um linha de afinidade com espíritos negativos que se afinizam com nosso padrão espiritual, consciencial e energético.

Muitas vezes esses espíritos, se aproveitam da leviandade dos médiuns e se fazem passar por seus Guias, criando muitas vezes grandes confusões na vida tanto do próprio médium como daqueles que se “aconselham” com ele.

Porém, isso nada mais são do que consequências de uma postura leviana.

A cada um segundo as suas obras, já dizia o Divino Mestre.

Sabemos que toda a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.

Caso você esteja tendo algum problema de ordem espiritual ou mediúnica, procure ajuda e esclarecimento, mas saiba que a causa muitas vezes pode estar numa atitude que você insiste em não querer mudar.

Autor desconhecido



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24/01/2020

Homens que Recebem Entidades Femininas

Homens que Recebem Entidades Femininas

Ao chegarmos no terreiro é normal nos depararmos com caboclos, pretos velhos, baianos, erês, boiadeiros e muitas outras entidades masculinas fazendo uso de uma matéria/médium feminina para trabalhar e isso não nos causa o menor espanto, não achamos que aquela mulher por estar cedendo sua matéria a um espirito masculino em seu íntimo queira ser homem, não falamos que na verdade é uma lésbica enrustida e nem que o guia vai deixar ela masculinizada, pelo contrário, é normal, não nos desperta indignação.

Então por que imaginar um médium homem recebendo uma entidade feminina causa tamanho reboliço, indignação e espanto??? Inúmeras são as frases e pensamentos preconceituosos ditas como: “É um gay/homossexual enrustido”, “Homem que recebe pombo gira quer ser mulher na verdade”, “Não existe homem receber pombo gira, isso é desculpa para soltar a franga”, “Homem que recebe pombo gira fica efeminado”

HOMENS PODEM RECEBER ESPÍRITOS FEMININOS, ASSIM COMO MULHERES DÃO PASSAGEM A ESPÍRITOS MASCULINOS.

O que não quer dizer que o homem ao receber uma pombo gira precise ou seja obrigado a permitir que a entidade use saias, brincos, pulseiras, batom e etc, ou que fique dançando e gargalhando, o homem pode dar passagem a entidade feminina de forma contida, ela irá trabalhar da mesma maneira, tem o mesmo axé e força mesmo sem estar usando uma saia, mas se mesmo sendo homem sente-se à vontade com a entidade usando adereços, sem problemas também, desde que se mantenha uma postura adequada, o guia seja ele masculino ou feminino, exu ou pombo gira, não devem expor seu médium ao ridículo, os guias são entidades evoluídas, e devem agir como tal, então em certas situações descabidas que vemos e que são visivelmente inadequadas e contrarias a postura aceitável, não pensemos que aquilo é o guia, pois são atitudes que o próprio médium quem está fazendo.

A falta de postura é um desvio de conduta do médium e não do guia.

Em resumo, homem que recebe pombo gira ou outras entidades femininas continuarão sendo homens, assim como mulheres que recebem Exu, Caboclo e quaisquer outro espirito masculino após a desincorporação continuam sendo mulheres, o que realmente importa é a postura e boa conduta que o médium deve ter para com seus guias quando estiver incorporado, não use da incorporação para extravasar vontades, atitudes e condutas que gostaria de ter, não use do guia para falar o que você gostaria de dizer a alguém.

O MÉDIUM, TENDO CARÁTER, POSTURA E DISCERNIMENTO, NÃO IMPORTA SE TRABALHA COM ENTIDADE MASCULINA OU FEMININA O GUIA IRÁ IMPOR RESPEITO E SE PORTAR ADEQUADAMENTE.

Autor desconhecido





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13/01/2020

Desmistificando o Fumo e a Bebida na Umbanda

Desmistificando o Fumo e a Bebida na Umbanda

Um Exu, uma Pombogira, um Caboclo ou um Preto Velho podem beber água quando incorporados no médium, ou água de coco. Ficar cerca de 4 horas incorporados sem se hidratar é prejudicial à saúde do médium.

Muitos acham que Exu não bebe água. Sim Exu bebe água. Água é elemento de trabalho. Na tronqueira de Exu também tem água.

O médium não morre durante o processo de incorporação, ele continua com todas as suas necessidades biológicas. Incorporação não é possessão.

O Uso do fumo e do álcool não são obrigatórios durante o processo de incorporação em uma gira.

Não há necessidade de um "Caboclo" consumir 10 charutos. Assim como não há necessidade de uma "Pombogira" fumar 3 maços de cigarros e tomar 3 garrafas de cachaça. Como Não há necessidade de um "Preto Velho" utilizar 1 garrafa de vinho.

Tudo é equilíbrio. Todo excesso esconde uma falta. Seja de disciplina ou conhecimento.

O fumo é utilizado para o descarrego, não por vício da entidade.

Vale lembrar que, ao invés de utilizar o cigarro comum que as Pombogiras usam, é recomendando utilizar cigarrilhas ou mini charutos. Pois eles são menos agressivos e não contém o excesso de substâncias químicas que o cigarro comum tem.

O charuto quando feito de ervas específicas se torna menos agressivo que o tradicional. Importante falar que a entidade ela não traga charuto, ou cigarro. Elas puxam e soltam a fumaça. É bom orientar que é totalmente errado a "entidade" jogar fumaça no rosto do consulente.

Também não é ético a "entidade" servir bebida alcoólica à assistência. O álcool é elemento de trabalho.

Sobre o elemento álcool, já vi entidades apenas passar cachaça na mão do médium e descarregar sem ao menos beber um gole do seu marafo. Como já vi entidades manipularem água junto com elemento marafo, tornando um elemento forte de trabalho.

Existem médiuns que não utilizam de fumo ou bebidas alcoólicas por escolha própria, que é um direito ou por algum problema de saúde e durante a gira as entidades trabalham da mesma maneira, respeitando sempre o seu médium. Pois incorporação é uma troca, uma parceria entre médium e guia.

A entidade trabalha com ou sem fumo ou alguma bebida. Quem sabe trabalhar espiritualmente a entidade descarrega com um copo de água, com uma vela, com uma erva ou apenas com um passe magnético.

Entidades não carregam vícios. Não caiam nessa, ah meu malandro só vem se tiver a Brahma dele hum..... Será mesmo o malandro? Meu tranca Ruas só vem se tiver o whisky dele.... Hum será mesmo o tranca Ruas?

Vamos buscar aprender, a Umbanda Caminha evoluindo, mas alguns médiuns insistem em regredir. Nunca um espírito de luz irá prejudicar seu médium porque ele não tem um charuto ou uma bebida, ou por escolher não utilizar esses elementos em conjunto com sua entidade de trabalho. O guia respeita o médium e suas limitações, assim como o médium deve respeitar o guia. A incorporação é uma parceria entre médium e guia. Havendo sempre uma sintonia de lealdade e respeito.

Jefferson Santana.



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05/01/2020

As Fases da Maturidade Espiritual do Médium Umbandista

As Fases da Maturidade Espiritual do Médium Umbandista

Se descobrir médium nem sempre é algo tranquilo, na grande maioria dos casos a pessoa começa a se sentir a cereja no cesto de laranjas, tudo começa com o despertar consciencial, a pessoa começa a se sentir diferente em alguns ambientes, no contato com algumas pessoas, uns começam a ouvir vozes como se alguém tivesse murmurando no seu ouvido, outros começam a ver espíritos que vem e vão, outros a pressentir acontecimentos bem antes mesmo de acontecerem, poderia aqui numerar vários sintomas.

Quando esses sintomas vão se tornando mais ostensivos, a pessoa se nasceu em um berço espírita tudo fica mais fácil se não vai ter que ir buscar ajuda, uma dose de eletricidade acima do normal e descontrolada queima tudo dentro de casa, e uma mediunidade desequilibrada, sem acompanhamento provoca um estrago semelhante. Vários caminhos podem conduzir esse médium até que chegue numa casa espírita ou Umbandista, mas aqui vamos focar no médium Umbandista.

Lembremos que a mediunidade nos foi dada, como lenitivo, aprendizado e reforma, uma oportunidade para que através da prática da caridade e amor ao próximo poderemos nos curar a nós mesmos de nossas mazelas e resgates a serem cumpridos. Que essa trajetória seja antes de mais nada um auto descobrimento de nosso próprio EU.

A ANSIEDADE: Ansiedade, ânsia ou nervosismo é uma característica biológica do ser humano, que antecede momentos de perigo real ou imaginário, marcada por sensações corporais desagradáveis, tais como uma sensação de vazio no estômago, coração batendo rápido, medo intenso, aperto no tórax, transpiração, e outras alterações associadas à disfunção do sistema nervoso autônomo .

O médium quando chega na casa espírita no terreiro, fica ali na assistência muitas vezes fica angustiado, olha para um lado, olha para o outro, cruza as mãos, as pernas, não tem posição que o acomode, os médiuns vão passando por ele, o coração dele parece que vai sair pela boca, ele está tão ansioso que não quer perder um detalhe, observa tudo no terreiro, se perguntarem a ele quem pintou tal quadro no terreiro é capaz de dar o nome do pintor e até a data (rsrsrs), quando começa a gira então seu coração não está mais dentro do seu peito está ali pulando no chão como uma bolinha.

Nessa ansiedade toda, no transcorrer da gira, começa a se sentir estranho, mãos que suam, uns sentem um pouco de sonolência, tontura, o corpo que não para de tremer, arrepios que gelam, e ai vem o medo do desconhecido, e fica pensando o que vai acontecer agora comigo?

Logo é direcionado a estar passando para o passe onde poderá entrar em contato direto com o guia, suas pernas tremem, o guia já sabe o que ele está sentindo, já pega em suas mãos e o conforta, e as sensações vão se acalmando, na realidade se equilibrando entrando na frequência da energia do guia atuante, e começa a vir uma sensação confortável de paz.

É muito importante que o médium relaxe sua mente e corpo nesse momento, enquanto o guia está na aplicação do passe o consulente pode tranquilamente ir fazendo suas preces, ajudando ainda mais em toda troca energética, não se cobre tanto nesse processo, tenha tranquilidade, se concentre nas preces e orações, entrando na sintonia energética.

Infelizmente alguns processos não estão sendo realizados de forma adequada em alguns terreiros, muitos médiuns estão sendo introduzidos dentro de uma corrente espiritual sem antes passar por tratamentos e preparos adequados, e essa fase de equilíbrio é extremamente necessária para quando ele for de fato começar seu despertar consciencial (desenvolvimento mediúnico), um médium, eu costumo falar que ele deve passar por processos de higienização mental e corporal, assistir algumas palestras doutrinadoras, fazer limpezas energéticas com banhos e passes, para que ele fique o máximo em equilíbrio quando de fato for colocar sua roupa branca.

Equilíbrio gera harmonização e sintonia.

Passando por esse processo, ele futuramente será convidado pelo guia chefe a estar ingressando na corrente espiritual daquela egrégora.

Na minha humilde opinião como sacerdotisa acho de suma importância conscientizá-lo primeiramente de sua posição dentro da casa. Dentre doutrinas e regras frisaremos as três questões abaixo:

Ele será um instrumento da caridade dos espíritos na terra, e não o próprio guia encarnado. Essa colocação vocês irão entender mais a frente o porquê dela.

Ser médium não implica ter comunicação num estalar de dedos com os espíritos, quando bem entender e como entender, os espíritos superiores não estarão a sua disposição para o café da manhã, se é que me entendem. 

Lembrando que nossos guias e mentores têm tarefas importantes e cruciais espirituais e não estarão a nossa disposição para motivos fúteis.

O bom médium não é aquele que tem maior facilidade com os espíritos, mas sim aquele que trabalha sua reforma moral e se sintoniza com os bons espíritos. Isso é primordial, um trabalho diário de conscientização e harmonização consciencial que todo médium deveria ter.

Lembremos também que no transcorrer de nossa trajetória mediúnica passaremos por processos que irão nos transformar como pessoas, porque estaremos em estágios de aprendizado contínuo de reforma íntima e espiritual.

Então vejam que o trabalho mediúnico não é para o outro somente, é principalmente para nós mesmos, nos enriquecendo com os ensinamentos e experiências e nos tornando pessoas melhores. O MÉDIUM SERÁ O GRANDE INSTRUMENTO DE RESGATE DE ALMAS, MAS A ALMA MAIOR A SER RESGATA É A SUA PRÓPRIA. FRISE-SE.

O DESLUMBRAMENTO: Tenho observado esse aspecto como um grande problema hoje em dia, porque muitas vezes vem associado com a fantasia. O médium deslumbrado é aquele que não fala de outra coisa a não ser sobre os “seus” guias (SEUS?), sobre o terreiro, tudo para ele é algo fantástico, paranormal, se ouve um barulho diferente é o guia caminhando pela casa, se sonha é aviso, se acontece alguma coisa no serviço de errado, são espíritos nefastos querendo obsediá-lo, alguns médiuns nesse estágio inventam histórias que realmente acabam se tornando engraçadas de tão fantasiosas que são, já vi médiuns dizendo que foi plantar uma planta e seu caboclo estava ali todo sujo de terra escolhendo as sementes, outros que seu cosme vinha acordá-lo para trabalhar, outro que sua pombogira escolhia quem a pessoa deveria ou não namorar e ter um relacionamento, fora as supostas vidências, sensacionalistas, eu vi meu Ogum cavalgando com seu cavalo no meu quintal, você caro irmão (ã), poderá pensar … brincadeira né, infelizmente não é não, e se for alimentado tais deslumbramentos e ilusões o médium pode se caminhar para um fanatismo religioso, então o assunto é sério. Grande partes dessas supostas histórias são falsas, mas o médium acredita tão piamente no que criou em sua mente que para ele são reais.

O médium quando começa a dar tais sinais comportamentais, o dirigente responsável deve trazê-lo de volta a realidade, com doutrina e um bom diálogo, porque muitas vezes o médium age assim porque quer se sentir especial, isso é muito típico de médiuns novos, que querem mostrar aos irmãos de santo e ao dirigente o quanto seus guias são fortes e quanto sua mediunidade está aflorada e ostensiva. Um dirigente experiente lida com essas posturas com propriedade, mas deve tomar cuidado para que esse médium não se torne um problema perante seus outros irmãos de corrente, virando uma onda de fatos inusitados onde um tem algo mais sensacionalista para contar que o outro ou até mesmo virando motivo de chacota e piada. Nossos guias estão muitas vezes a nosso redor sim, mas cuidado para que a realidade não ceda lugar a histórias fantasiosas.

Uma outra observação, não utilizem o nome de seus guias para pendengas pessoais, não é bacana nem no mundo físico tais posturas imagina perante o mundo espiritual. Vamos ter condutas mais amadurecidas e responsáveis quando formos usar o nome de nossos guias e entidades. Eles merecem esse RESPEITO.

AMADURECIMENTO ESPIRITUAL, é extremamente necessário, para que esse médium também não vire motivo de chacota, deboche, não passe a ser desacreditado. Porque esse deslumbramento quando não coibido de forma correta, gera aqueles médiuns que não podem estar em um momento social, que acabam por fantasiar presenças espirituais onde não existem e pior alguns extremamente sugestionados acabam fingindo estar acoplados com espíritos em momentos não propícios como festas e eventos, é muito triste ver um médium se comportando assim, mas triste ainda é trazê-lo a realidade e perceber o desapontamento e a vergonha quando a ficha cai e o médium percebe que não fez um papel muito bacana. Detalhe, um guia sabe perfeitamente onde trabalhar e quando acoplar em seu médium não subestimem a INTELIGÊNCIA E SABEDORIA DE UM GUIA IDÔNEO.

O médium com o tempo ele vai se centrando, vai se amadurecendo, e com o tempo passa a se sintonizar com mais perfeição com seus guias, até chegar numa etapa que já pode ser trabalhado mais efetivamente como um médium de trabalho ou médium passista.

Neste momento, emoções controversas começam a surgir.

Quando é dado ao médium essa passagem de estágio mediúnico, logo vem outro sentimento A INSEGURANÇA, e o médium começa a pensar será que estou pronto? Será que não vou fazer asneira ou alguma bobagem? E se o meu guia falar algo que não acontecer e a pessoa vir e desacreditar nele e em mim? E se alguém desafiar meu guia? Perguntas compreensíveis de um médium RESPONSÁVEL, que tem muito medo de errar e falhar com seus guias e com seu terreiro.

Porque um médium irresponsável, alienado, daqueles que não tem nem dois meses na corrente e já colocaram como passista, não se preocupa com isso em momento algum, para ele o importante é aparecer dar ibope. Vergonha alheia.

Essas e muitas outras perguntas caem na cabeça do médium como marretas, o dirigente vai trabalhando o médium nessa fase, quanto a segurança, motivando sempre o médium estar se preparando quanto a estudos, limpezas, energizações para que o instrumento esteja o mais afinado possível para que o bom músico possa tocá-lo.

Sabemos perfeitamente que todo esse preparo é de suma importância para um bom acoplamento, esse preparo facilita a junção energética com o espírito do guia, para que essa terceira energia seja a mais perfeita possível, sendo forte o suficiente para que o assistido tenha o melhor atendimento.

A palavra chave para essa etapa fora é claro maturidade é CONFIANÇA, em si mesmo e em seu guia, SERIEDADE E RESPONSABILIDADE tendo plena consciência que estaremos lidando com sentimentos, vidas, e principalmente com a espiritualidade do outro, e isso é algo seríssimo. Uma palavra errada, mal colocada, pode desequilibrar a vida do consulente, então o médium deve ter muito cuidado e fazer de tudo possível para que seu acoplamento espiritual seja o mais perfeito possível.

Mas infelizmente alguns médiuns quando percebem que seus guias estão trabalhando bem, atendendo várias pessoas, começam a receber elogios quanto ao trabalho de seus guias, pessoas que vem e dizem que o guia a ajudou, que ela conseguiu uma benção etc, o médium se não se vigiar pode despertar A VAIDADE, ARROGÂNCIA, ORGULHO – o ego exacerbado pode levá-lo a achar que ele é quem está fazendo as graças acontecerem e não mais os seus guias, ou até mesmo enaltecer seus guias colocando os guias de outros irmãos e irmãs no terreiro como se tivessem abaixo dos seus, os desmerecendo, e isso é questão de tempo, gera conflitos, discórdias, fofocas, atritos, que poderiam ser facilmente evitados se tivessem sido observados por um olhar atento de um dirigente sensato e comprometido.

Outros simplesmente o fato de terem passado para passistas, se sentem SUPER IMPORTANTES, EGO INFLADO, e acabam voltando a estaca zero.

O Elogio ofertado para alguém que não tem sabedoria de o receber, é uma arma na mão do insensato.

Tais atitudes pode levar a queda desse médium, porque seus próprios guias vendo tal comportamento podem para lhe ensinar questões de HUMILDADE se afastar dele, e ele achando estar acoplado, passando até mesmo a mistificação, questão de tempo será desmascarado e desacreditado perante sua sociedade religiosa, mas essa e outras são as lições necessárias e duras que a espiritualidade proporciona a quem brinca com espíritos e mediunidade. E principalmente não sabe se colocar em seu devido lugar.

HUMILDADE, HUMILDADE, HUMILDADE esta palavrinha tão importante e essencial na vida de um médium deveria ser bordada em seu uniforme branco, como lembrete para que o médium nunca desviasse de seu propósito primordial FÉ, AMOR, CARIDADE.

Vamos agora falar do médium comprometido, sério, aquele que se dedica de corpo e alma no cumprimento de suas funções mediúnicas para o benefício de seu próximo, que toma seus cuidados diários para ser o melhor instrumento para seus guias.

Médiuns assim se dedicam em prol do amor ao seu próximo de corpo e alma.

Qual o médium que nunca sem querer acabou se envolvendo com o problema de um consulente? Ah… mas não pode fazer isso… Sim não pode, tem que ser evitado tal envolvimento. Mas sempre é possível? Não.

Qual foi o médium que nunca foi abordado após o trabalho por um consulente, sendo confundido até com o próprio guia? Muitos, ah mas não pode… MAS ACONTECE.

O MÉDIUM, ele não é um robô, uma máquina que não tem sentimentos, há casos que por mais que evite, ele acaba se envolvendo emocionalmente, se sensibilizando, e é nesse ponto que vamos tocar num problema muito comum, QUANDO OS MÉDIUNS SE SENTEM DEUS, o médium tem tanta fé, tanta crença em seus guias, que em algumas situações ele acha que pode consertar tudo, reformar tudo, salvar todo mundo, mas infelizmente quando isso não acontece, ELE SE FRUSTA aprendendo uma dura lição que por mais que seja um ótimo médium com excelentes guias, nem tudo ele vai conseguir ter um bom resultado, aprenderá que há leis espirituais que não podem ser rompidas, que mesmo que trabalhe muito, ore muito, nem sempre terá um bom resultado.

Aprenderá que terá situações que seus guias não irão poder intervir mesmo se tratando de si mesmo como seu instrumento, sim meus irmãos há situações que nossos guias não poderão intervir mesmo sendo para nós, porque mesmo o médium está sujeito as leis espirituais, ação e reação, causa e efeito, Semeadura, Merecimento, Retorno.

Nem sempre é fácil constatar isso não é mesmo? mas isso faz parte do trabalho de MATURIDADE ESPIRITUAL.

NÃO SOMOS DEUS, E NEM NOSSOS GUIAS O SÃO, E TODOS NÓS SOMOS INSTRUMENTOS DE UM PROPÓSITO MAIOR. MAS HÁ LIMITES ENTRE O CÉU E A TERRA, QUE SÓ DEUS PODE TRANSPOR.

Nem todas as pedras conseguiremos tirar do caminho do outro, algumas pedras serão pisadas, irão machucar os pés, mas só assim se aprende que elas podem machucar.

INGRATIDÃO: Alguns médiuns batem no peito e dizem: “…eu sei lidar com a ingratidão…” alguns aprendem com a experiência e a maturidade, porque é um fel amargo de se beber que o outro nos oferece, mas ele só é amargo se o engolirmos, não se esqueçam.

Ingratidão nada mais é que o amor que não retornou, que não foi retribuído, que foi ignorado e esquecido.

Está ai uma das lições mais difíceis para o médium aprender em sua trajetória e saber controlar seu emocional, o de aceitar que o outro oferece o que o seu coração está cheio. Simples assim. Perdoando, esquecendo, desapegando e seguindo em frente, há ingratos mas há pessoas justamente ao contrário que tem corações transbordantes de fé, amor, gratidão e por elas já basta para seguir em frente. Se policiem, se vigiem, é fácil quando vemos a ingratidão sendo dirigida ao outro, quando ela vem em nossa direção, é ai que entra e somos testados quanto a nossa maturidade espiritual.

RAIVA E VINGANÇA: aprendam essas duas não são boas conselheiras NUNCA, cuidado médiuns a quem muito foi dado a muito será cobrado, a magia é uma faca de dois gumes, se utilizardes de seus dons para o mal, irá pagar e irá sentir o gosto amargo da Lei do Retorno. Antes de fazer qualquer coisa contra seu semelhante, contra seu inimigo, pense e priorize sua alma primeiro, ela vale mais que seu inimigo então não a perca se sintonizando no mal. Pense nisso. Quando alguém lhe fizer muito mal entregue nas mãos do Pai Maior primeiramente e verá que sua defesa será sua fé, seus guias nunca deixaram descoberto em dias de frio. Mas haja de acordo com a Lei Sagrada de Umbanda.

Lembre-se que o maior escudo de um médium é ele se sintonizar nas forças da FÉ, DO AMOR E CARIDADE, se vistam com essas três roupagens, que vocês irão ver que seus inimigos nem o enxergarão, porque a luz do médium da luz cega quem está nas trevas.

VELHICE, SOLIDÃO E DESAMPARO: Está ai uma fase difícil, quando o médium envelhece, muitas vezes já não está tão atuante, e acaba sendo esquecido pela sociedade religiosa que ele ajudou a construir. Muitos irmãos e irmãs acabam ali abandonados por seus filhos no santo, que se alimentaram de seus conhecimentos e doutrinas e hoje com seus terreiros abertos nem lembram mais de seus pais e mães no santo, e isso é muito triste. Na nossa sociedade religiosa Umbandista nossos velhos devem ser reverenciados, respeitados, mostrando seriedade e comprometimento, respeitando nossos anciões estaremos fortalecendo nossa história, nossa egrégora espiritual, nossas raízes. Não precisa de muito, eles não querem ostentação, apenas uma frase: A benção meu pai, A benção minha mãe, estava com saudades, hoje eu vim te dar um abraço e dizer o quanto Te Amo e quanto você foi importante na minha trajetória, na minha vida.

UM BOM FILHO SEMPRE SERÁ UM BOM PAI.

Espero que esse texto ajude a trazer maiores esclarecimentos aos nossos irmãos e irmãs, que os novos entendam que tudo na Umbanda são etapas, fases a serem percorridas e vencidas, não as pule, todas são necessárias e importantes, e que os mais velhos se encorajem e que tenham paciência e amor pelos mais novos.

QUANDO O MÉDIUM SE COLOCA APENAS EM SER ÚTIL A SEU PRÓXIMO, PRESTANDO A CARIDADE QUE A ESPIRITUALIDADE E MEDIUNIDADE LHE CONCEDE, SE TORNA SOLO FÉRTIL PARA A SEMEADURA E COLHEITA DE BONS FRUTOS.

Cristina Alves





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Para um Tratamento Espiritual dar Certo

Para um Tratamento Espiritual dar Certo

Acredito que todo mundo já se deparou com aquele médium que reclama de tudo, que a vida não está boa, que o dinheiro está curto, que não consegue trabalho, que o relacionamento está indo de mal a pior eteceteras.

O que muitas vezes acontece com esse médium? Por que de um lado vemos um médium próspero e do outro um médium que parece uma tartaruga emborcada que não consegue sair do lugar?

Cada caso é um caso, e deve ser analisado com critério. Mas um dos fatores que observamos a respeito dessas pessoas é que elas simplesmente OUVEM mas não ESCUTAM o que os guias as aconselham.

Um outro fato é que elas querem ser ajudadas mas não querem se esforçar para que isso aconteça. Há muito comodismo, conveniência.

Muitas vezes um médium está em desequilíbrio pelas suas próprias escolhas e posturas perante a vida e nesse caso é preciso que ele esteja disposto a fazer concessões, reformas.

Eu costumo dizer que o médium é um imã quando está em desequilíbrio, ele simplesmente se auto destrói, quando os guias chefes de um terreiro e mesmo os guias do próprio médium percebem tais declínios, lhes manda mensagens pela boca de outras pessoas, por sonhos, por intuições. Um bom guia chefe nesse momento começa a orientar seu pupilo de algumas posturas e mudanças que deverão ser tomadas.

Médiuns devemos deixar claro e frisar, NÃO SÃO PERFEITOS, SÃO FALÍVEIS.

A princípio dependendo do caso podem iniciar com banhos purificadores, equilibradores e mesmo de descarrego, podem pedir que se faça algumas obrigações religiosas, que se volte a prece, a vigília dos pensamentos, médiuns entendam e tenham certeza que somos nossos maiores algozes, muito antes de chamarmos para nós os inimigos espirituais, nós somos a porta que ficou entreaberta, nós permitimos os ataques por questões de sintonia e chamamento pelos nossos atos e pensamentos, condutas morais duvidosas.

A grande dificuldade de nossos mentores é que muitos médiuns nesses estágios, sei lá por ego, orgulho, arrogância, se cegam e simplesmente não fazem o que está sendo pedido, negligenciam suas próprias necessidades espirituais.

Muitas vezes o guia chega e orienta: meu filho, você entrará em preceito e em resguardo, durante esse período de tratamento se abstenha de comer carnes, ir em bares, igrejas e cemitérios, você irá preparar um bom banho energético da seguinte forma, e irá tomar no seguinte horário conforme estou lhe orientando. O médium na frente do guia ou mesmo do dirigente concorda e se predispõe a fazer, só que nos BASTIDORES, faz justamente o contrário e quando faz… faz de qualquer jeito, não utiliza o que foi pedido, faz as pressas, quando pior, acabou de fazer o que lhe foi pedido, já está indo para lugares carregados de energia negativa (ex. bares), na primeira indisposição familiar, já surta, xinga, pragueja contra si mesmo e o mundo etc.

Será que ele irá obter o resultado tão esperado? claro que não, tempo perdido.

Muito pelo contrário, acaba por desequilibrar ainda mais, o que todos os médiuns e mesmo consulentes precisam entender é que um tratamento espiritual só tem um bom resultado quando estamos realmente abertos de coração a sua realização. Um tratamento espiritual não tem muita diferença de um tratamento médico aqui do mundo terreno, se uma pessoa vai num médico e não toma os remédios e não segue as orientações adequadas para o tratamento acaba por arruinar ainda mais seu estado de saúde, é como aquele antibiótico que se não tomado na hora certa as bactérias que estão sendo combatidas, se tornam mais resistentes e mais fortes, agravando ainda mais o estágio da doença.

Um tratamento que um guia receita é algo muito sério, tem as precauções corretas as ervas certas de acordo com aquele filho e o problema, caso contrário é a mesma coisa de ir ao médico e passar com um mal médico. Um tratamento médico realizado por um dirigente que não sabe o que está fazendo pode ser ainda mais danoso, principalmente se ele usar de métodos que vão contra as prescrições e orientações dos guias e mentores. Métodos errados, canalizando energias que no lugar de trazer o lenitivo irão desequilibrar ainda mais o assistido.

Fora esses detalhes tem outras situações, a do médium simplesmente achar que tudo é espiritual e que o espiritual tem que resolver tudo na sua vida. Tem pessoas que vão no terreiro passam com um guia a busca de trabalho, só que não fazem um bom currículo, não buscam cursos de aperfeiçoamento em suas carreiras, não saem a busca de trabalho, muitas nem mandam currículo, acham que o Exú tal ou o Preto Velho X, vai trazer o emprego batendo na porta do cidadão. Pessoal nossos guias e entidades não são garotos de recados.

Como diz uma velha e sábia frase bíblica: FAÇA A TUA PARTE QUE EU TE AJUDAREI.

Os guias não estão aqui para viver a nossa vida por nós, e muito menos correr atrás de trabalho, de amor para ninguém.

Vocês não acham que é um tremendo desconhecimento espiritual achar que um exú e uma pombogira de lei, com todo o trabalho espiritual que possuem no campo astral, vão ficar correndo atrás de trazer a pessoa amada para quem quer que seja? Pensem.

Nossas guardiãs Pombogiras adoram sim tratar da parte emocional, sentimental, trazer o equilíbrio que muitas vezes falta, mas usá-las para trazer a pessoa amada ai já é negligenciar sua forma de atuação. Elas podem sim dar conselhos, trazer mudanças e conscientizações,mas não são alcoviteiros. Entidades que se prestam a tais favores honestamente não se enquadram num patamar de um exú e pombogira de lei, e muitas dessas entidades não são idôneas e cobram bem caro seus serviços, os quais quando acontecem de fato, duram pouco, ou quando duram condenam a uma vida de infelicidades e amarras, estou falando daquelas que fazem principalmente trabalhos de feitiçaria e amarração.

Sim, nossos guias estarão presentes nos nossos piores momentos, como um amigo consolador que cede o ombro para chorarmos e nos protegermos. Nos intuirão, darão sinais, quem tenha olhos que veja. Tudo fica mais fácil de ser enfrentado.

Eu como dirigente fico pensando o que faz um médium ter tamanha displicência em relação a um bom conselho, a um bom tratamento? Em muitos casos lhes fata FÉ VERDADEIRA E LHES SOBRA EGOÍSMO E VAIDADE.

E onde foi falado que ser médium é fácil? pois é, ser médium não é fácil, devemos muitas vezes dar até o que não temos em prol do nosso semelhante. Mas para isso devemos fazer todo o esforço necessário para nos mantermos em equilíbrio.

É muito fácil se manter em equilíbrio quando tudo corre bem, mas quando as coisas começam a não dar tão certo, e as provas da vida nos apresenta muitas vezes nossa Fé fica frágil e duvidosa, e é nessas horas que devemos nos silenciar e ter com nossos guias e mentores, elevar nossos pensamentos ao Pai Maior, é nessas horas que a oração deve ser mais insistente e forte, ao ponto de romper nossas muralhas intimas, até que o caminho se apresente e a resposta venha.

Muitos se revoltam contra Deus, eu orei e Deus não me ouviu, os guias não me ajudaram. Tenham certeza que a oração quando feita com fé é ouvida, e algumas coisas não podem ser mudadas, mas com certeza o alento virá de uma forma ou de outra.

Por essas e outras meus irmãos, antes de cobrar a assistência espiritual, antes de reclamar que nada caminha na sua vida, observe suas condutas e reveja se você está realmente fazendo sua parte, se você realmente está seguindo as orientações prescritas pelos guias e mentores, nossos guias querem o nosso melhor, mas infelizmente não podem infringir ao livre arbítrio no que condiz as nossas próprias escolhas.

Quando um guia lhe der um conselho, escute e acate-o da melhor forma, para que dessa forma mais a frente não lamente e nem tenha que ouvir a frase dolorida de UM TE AVISEI.

Muitas vezes os médiuns me procuram e falam, Mãe Cristina na minha casa não tem explicações, não tem palestras, não temos tratamentos, infelizmente acontece, mas veja não se pode dar o que não se tem, e não podemos tratar quando estamos enfermos também, o que dizer: PROCUREM UM BOM TERREIRO DE UMBANDA. ABENÇOEM E DESAPEGUEM.

Cristina Alves





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29/12/2019

Réveillon nas Praias e a Umbanda

Réveillon nas Praias e a Umbanda

A origem da tradicional festa de réveillon nas praias do Brasil vem das religiões de matriz africana. O ritual de jogar flores ao mar em devoção à Iemanjá, pedindo boas vibrações para o ano novo, bem como pular as sete ondas, o uso de roupas brancas, velas e outras oferendas à Rainha do Mar foi prática exclusiva dos cultos afros nos anos 1950 até 1970.

As pessoas que viam a beleza reluzir nas praias nesta época de fim de ano, foram paulatinamente aderindo aos rituais, quase que mecanicamente, sem entender ao certo os seus fundamentos. Nos anos 1980 e 1990 esses rituais de saudar Iemanjá, pular as sete ondas e vestir o branco se popularizaram nacionalmente.

Infelizmente esta herança religiosa está sendo esquecida por muitos e algumas vezes hostilizada. A partir do ano 1980 os hotéis das praias introduziram os fogos de artifício para angariar turistas, os governos cada vez mais investem em shows pirotécnicos e patrocínios milionários para as festas de réveillon nas praias.

Os rituais de matriz africana nas praias para receber o ano novo estão sendo banidos sutilmente, felizmente uma parte da população aprendeu e mantém a tradição. Mas diante do avanço tecnológico e dos investimentos culturais para a celebração do ano novo, o fundamento religioso está sendo perdido, como também os intolerantes religiosos muitas vezes hostilizam, em mais uma tentativa de denegrir a religião. Outros, apesar de serem contra a religião, não deixam de usar o branco na virada do ano e disfarçadamente jogam flores ao mar...

Será que estamos assistindo com imparcialidade a intolerância às religiões afro também no cenário do réveillon nas praias?

Umbandistas: mantenhamos o nosso espaço para professar a nossa fé, que foi tão duramente conquistado. Que os nossos rituais sejam de fato respeitados e respeitemos o espaço dos nossos irmãos que não professam da mesma fé. A Umbanda é plural e diversa, tem como base o respeito ao livre arbítrio e a Toda Obra de Olorum. Vamos saudar Mãe Iemanjá na beira do mar, não polua suas águas com objetos que possam agredir a vida marinha, leve flores, leve bons pensamentos e leve amor... E independente da religião, desejamos a todos os irmãos da família humana: Feliz Ano Novo, com as bençãos de Iemanjá!

Mãe Ednay





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