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03/12/2018

Dirigente de Umbanda - Carma ou Mérito


Dirigente de Umbanda - Carma ou Mérito

PERGUNTA: A incumbência de dirigente de Umbanda, como denominam popularmente de Pai ou Mãe de terreiro, é carma ou mérito?

Nega véia costuma dizer que a maioria dos presentes que ganhamos tem o papel do pacote mais bonito do que o conteúdo. E esse é um deles. O médium que recebe da espiritualidade a missão de dirigir um agrupamento de outros médiuns, o faz, em primeiro lugar por necessidade de evolução e em segundo lugar porque possui a confiança daqueles que lhe dão tal incumbência.

Vamos falar daqueles que receberam a missão do plano espiritual, traçado feito antes de sua encarnação na terra e não daqueles dirigentes "feitos" em cursos.

Tarefa mediúnica das mais difíceis e que exige dedicação total daquele espírito reencarnado, além de dose extrema de paciência, perseverança, humildade e amor. Mas ao mesmo tempo, exige dele também pulso firme e forte personalidade para impossibilitar que sua colheita seja prejudicada pela invasão das pestes.

A dificuldade de cumprir a tarefa de dirigente sempre se acentua dentro do terreiro, com os médiuns e muito pouco na caridade com o povo.

Todo médium de tarefa, é um ser encarnado para curar seu espírito endividado e o terreiro é o hospital onde vai se internar por um longo tempo de sua vida na terra. Sabemos que a maioria dos pacientes são impacientes, não é mesmo? E aí é que complica!

O dirigente também não deixa de ser um doente que além de se tratar, agora pode estagiar ajudando aos médiuns de sua corrente "hospitalar".

Isso não o coloca como um semi-deus perfeito do qual não se admitem mais erros, muito menos como alguém que tudo pode, em qualquer hora e em qualquer situação. Dele será exigido posturas mais firmes bem como entendimento mais apurado. Ele deverá se aprimorar constantemente com estudo e reforma íntima, exigindo da corrente igual compromisso.

Tais posturas serão necessárias em função do tamanho de sua responsabilidade e dentre elas está a de cortar o mal pela raiz, priorizando sempre a corrente como um todo, sem privilégios a quem quer que seja.

Ao assumir tal posto diante da espiritualidade, antes de reencarnar, já estará consciente de que sua vida não será "comum" e que certamente terá que abdicar de muitas coisas materiais, em favor do lado espiritual.

O termo Pai e Mãe agraciam o médium com a postura de se colocar como tal, amparando, educando e auxiliando a corrente como verdadeiros filhos de seu coração.

Tarefa mais difícil ainda, pois esses "filhos" não vieram de seu ventre e não nasceram ontem. São adultos, viciados e com personalidade formada. Cada um com seus egos aflorados, com suas necessidades de reformulação e o fato de portarem a mediunidade, já os qualifica como devedores em potencial. E certamente, reeducar um adulto é muito mais difícil do que educar uma criança. É pepino torto.

Observo nos terreiros por onde ando que muito se exige do dirigente e muito pouco se retribui. Falta nos médiuns, desde respeito até aquilo que os deveria mover dentro da corrente, que é amor. Humildade então, meus filhos, é coisa rara.

Nega véia costuma dizer que criança que se cria como bibelô, como tal vai quebrar quando adulto. Todo aquele que não teve rédea firme na infância para domar suas más tendências, vai chegar no terreiro e expô-las de modo a perturbar a ordem do lugar. Hora e vez de impor as leis que regem a Casa, independente do que possa pensar a respeito disso, o médium em questão. Se mesmo indisciplinado, tiver algo de humildade, vai receber o chamamento como aprendizado e ali vai crescer, mas se pelo contrário, além da indisciplina prevalecer nele a arrogância e o orgulho, acolherá como ofensa e infelizmente, o remédio é amargo para essa doença.

A tarefa é tão árdua que muitos desistem na metade da caminhada, outros se corrompem, mas, ainda bem que uma grande maioria volta à casa com sua coroa iluminada pela luz do dever cumprido e a estes, o mérito de conseguir dar um salto em sua evolução.

Por Vovó Benta – Psicografia Leni W. Saviscki


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O Encanto dos Orixás

Leonardo Boff

Como é bom saber que existem pessoas que não são umbandistas e conseguem ter a sensibilidade de entender a Umbanda, talvez mais do que muitos dos que se dizem umbandistas. Vale a pena ler o texto, abaixo, do teólogo Leonardo Boff:

Quando atinge grau elevado de complexidade, toda cultura encontra sua expressão artística, literária e espiritual.
Mas ao criar uma religião a partir de uma experiência profunda do mistério do mundo, ela alcança sua maturidade e aponta pra valores universais. É o que representa a Umbanda, religião, nascida das matrizes da mais genuína brasilidade, feita de europeus, africanos e indígenas.

O nome Umbanda é carregado de significação. É composto de OM (o som originário do universo nas tradições orientais) e de BANDHA (movimento incessante da força divina). Sincretiza de forma criativa elementos das várias tradições religiosas de nosso país, criando um sistema coerente.

Privilegia as tradições do Candomblé da Bahia por serem as mais populares e próximas aos seres humanos em suas necessidades. Mas nãs as cria como entidades, apenas como forças ou espíritos puros que através dos Guias espirituais se acercam das pessoas para ajudá-las.


Os Orixás, o Rompe Mato, o Sete Flechas, a Cachoeira, a Jurema e os Caboclos representam facetas arquetípicas da Divindade. Elas não multiplicam Deus num falso panteísmo mas concretizam, sob os mais diversos nomes o único e mesmo Deus.

Este, se sacramentaliza nos elementos da natureza com nas montanhas, nas cachoeiras, nas matas, no mar, no fogo e nas tempestades. Ao confrontar-se com estas realidades, o fiel entra em comunhão com Deus. A Umbanda é uma religião profundamente ecológica. Devolve ao ser humano o sentido da reverência face as energias cósmicas. Renuncia aos sacrifícios de animais para restringir-se somente às flores e à luz, realidades sutis e espirituais.

Há um diplomata brasileiro, Flávio Perri, que serviu em embaixadas importantes como Paris, Roma, Genebra e Nova York, que se deixou encantar pela religião da Umbanda. Com recusros das ciências comparadas das religiões e dos vários métodos hermenêuticos, elaborou perspicazes reflexões que levam exatamente este título: “O Encanto dos Orixás”, desvendando-nos a riqueza espiritual da Umbanda. Permeia seu trabalho com poemas próprios de fina percepção espiritual. Ele se inscreve no gênero dos poetas místicos como: Alvaro Campos (Fernando Pessoa), Murilo Mendes, T.S. Elliot e o sufi Rumi. Mesmo sob o encanto, seu estilo é contido, sem qualquer exaltação, pois é esse rigor que a natureza dos espíritos exige.

Além disso, ajuda a desmontar preconceitos que cercam a Umbanda, por causa de suas origens nos pobres da cultura popular, espontaneamente sincréticos. Que eles tenham produzido significativa espiritualidade e criado uma religião cujos meios de expressão são puros e singelos revela quão profunda e rica é a cultura desses humilhados e ofendidos, nossos irmãos e irmãs. Como se dizia nos primórdios do Cristianismo que, em sua origem, também era uma religião de escravos e de marginalizados:


Os pobres são nossos mestres, os humildes, nossos doutores.


Talvez algum leitor estranhe que um teólogo como eu, diga tudo isso que escrevi. Apenas respondo:
Um teólogo que não consegue ver Deus para além dos limites de sua religião ou igreja não é um bom teólogo. É antes um erudito de doutrinas. Perde a ocasião de se encontrar com Deus, que se comunica por outros caminhos e que fala por diferentes mensageiros, seus verdadeiros anjos. Deus desdobra de nossas cabeças e dogmas.

Leonardo Boff



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Como Reconhecer uma Casa de Umbanda


Como Reconhecer uma Casa de Umbanda
Sede da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade - Berço da Umbanda - 1908


Podemos ter a Umbanda como a “Manifestação do espírito para a prática da caridade pura, e em todas as suas formas”, assim como disse o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Portanto, por essa definição visualizamos o verdadeiro sentido dessa religião.

As Casas, Tendas, Templos, Centros, Terreiros que têm a pura essência de Umbanda são aqueles:
  • Onde se fala em Deus;
  • Onde se prega a palavra e os ensinamentos de Jesus Cristo;
  • Onde se pratica a Caridade;
  • Onde se dá valor a Simplicidade e Humildade; 
  • Onde não há cobrança, pois espíritos não precisam de dinheiro ou barganha; 
  • Onde não há matança (corte) de animais, pois matar animais, que são filhos de Deus, não é fazer caridade;
  • Onde se prega a Fé; 
  • Onde se prega o Amor; 
  • Onde se prega o Conhecimento; 
  • Onde se prega a Justiça; 
  • Onde se prega a Lei; 
  • Onde se prega a Evolução; 
  • Onde se prega a Vida. 
Locais onde não se fala em Deus, Jesus, onde há cobrança e matança (corte) de animais e onde são feitas coisas sem devido conhecimento, através da superstição, colocando o medo nas pessoas que frequentam, esses locais não podem ser considerados detentores da Essência de Umbanda e devemos alertar para a sua periculosidade espiritual.

Esses locais por terem baixo teor vibracional, tendem a ser frequentados por pessoas e espíritos de baixa moral (já que semelhante atrai semelhante), devem ser evitados, com o risco de se ter, através das leis espirituais da “ação e reação” e do “Karma”, sérios danos às pessoas, não só no aspecto Financeiro, como Moral e Espiritual. Por isso... Cuidado! Estude, Conheça, Pesquise, se Informe...

Umbanda é Caridade, Umbanda é Paz, Umbanda é Amor!

Denis Sant'Ana





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Pisando as Areias Sagradas

Pisando as Areias Sagradas

A Umbanda, como qualquer outra religião, possui alguns fundamentos que deveriam ser observados por todos os seus adeptos e simpatizantes mas, infelizmente, por falta de conhecimento, conveniência, modernidade, etc, vem aos poucos caindo em desuso em nossos Terreiros.

Um destes fundamentos é o chamado descalçamento, ou seja, o ato de retirar os calçados afim de adentrar ao local sagrado onde encontra-se o Pegi, afim de passar pela consulta com as Entidades ali manifestadas em seus médiuns.

O "Rito do Descalçamento", ou o descalçar os pés ao aproximar-se de um lugar santo tem o prestígio da antiguidade e universalidade ao seu favor.

É conhecidíssima a passagem bíblica onde o Altíssimo fala a Moisés através da sarça ardente, mandando tirar as sandálias dos pés visto que o lugar em que estava pisando era terra santa. Alguns autores acreditam que é dessa ordem que as nações orientais derivaram o costume de executar todos os seus atos de culto religioso com os pés descalços, porém é muito provável que esta cerimônia estivesse em uso muito tempo antes da circunstância da sarça ardente, e que o legislador judaico a reconhecesse como sinal de reverência.

Somos, particularmente, da opinião que tal costume foi derivado dos antigos patriarcas e transmitido por tradição oral às gerações seguintes.

A direção de Pitágoras aos seus discípulos, por exemplo, era expressa nas seguintes palavras: "Oferece sacrifícios e adora com os teus pés descalços".

Os muçulmanos, ao irem executar suas devoções, sempre deixam suas sandálias à porta da mesquita. Os Druidas tinham o mesmo costume ao celebrarem seus ritos sagrados; assim como os antigos peruanos deixavam sempre seus sapatos à porta ao entrarem no magnífico Templo consagrada à adoração ao sol.

Tal hábito, portanto, é um símbolo de reverência. Significa, na linguagem do simbolismo, que o lugar a que se vai aproximar desse modo humilde e reverente é consagrado a algum objetivo santo.

A área reservada ao Pegi - este Sanctum Sanctorum do Templo Umbandista, onde são inculcadas as solentes verdades da vida, da morte e da imortalidade - o adepto, assim como o consulente, ao entrar deve purificar seu coração de toda contaminação e lembrar-se, como o devido sentimento de sua aplicação prática, dessas palavra que outrora caíram sobre os ouvidos do antigo patriarca judeu: "Tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa".

Isto quer dizer que não devemos levar para dentro do lugar sagrado as imundícies do mundo exterior, especialmente aquelas que podem ser carregadas por nossos calçados, maculando assim a sacralidade do lugar. Devemos ter em mente que tal ato, além de uma questão de respeito ao Terreiro, deve ser considerado como medida de higiene.

Outro aspecto que devemos considerar é a questão energética, visto que o corpo em contato direto com o solo cria um ponto onde as energias negativas são descarregadas, funcionando como uma espécie de "fio-terra".

Portanto, da próxima vez que participar de uma gira, não se esqueça de colocar em prática este costume tão antigo, respeitoso e benéfico a todos os participantes.

Fonte: Ouvindo as vozes de Aruanda




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O Porquê dos Uniformes na Umbanda


O Porquê dos Uniformes na Umbanda

Determinado dia, numa conversa sobre religiões, em que os interlocutores eram umbandistas e espíritas, defrontei-me com a afirmação de um deles (kardecista) sobre a desnecessidade da utilização de vestimentas uniformes na Umbanda, e que tal prática era irrelevante para o intercâmbio com a Espiritualidade.

Em razão da ignorância (falta de conhecimento) de algumas pessoas que, não sendo umbandistas, insistem em expressar opiniões preconceituosas, a elas dedico esta matéria.

Uma das diretrizes trazidas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, por ocasião da anunciação da Umbanda no plano físico, evento histórico ocorrido em 15/16 de novembro de 1908, em Neves, São Gonçalo – R.J, é a que diz respeito à IGUALDADE.

Sabemos que na atual sociedade, com valores deturpados ou invertidos é comum as pessoas avaliarem umas as outras, não pelo grau de espiritualidade, caráter, boas ações ou honestidade, mas sim pelo que se apresenta ou ostenta a nível de posses.

Dentro deste contexto é corriqueiro embora extremamente falho, valorizar ou conceituar os habitantes deste planeta tendo como base a apresentação pessoal externa do indivíduo, ao invés de se atentar para os qualificativos internos (subjetivos). Prioriza-se bens materiais em detrimento das virtudes.

E é justamente por isto que a Umbanda adotou o vestuário uniforme (branco, é claro!), para que alguns assistentes ainda enraizados e equivocados conceitos, não tenham como dar vazão aos seus distorcidos juízos de valor.

Assim, quem adentra por um terreiro na esperança de cura ou melhora de seus problemas jamais terá a oportunidade de identificar no corpo mediúnico, todos com trajes iguais, eventuais ou supostas diferenças intelectuais, culturais e sociais. Não terá a oportunidade de saber que por trás daquela roupa sacerdotal se encontra um engenheiro, um diplomata, um rico empresário, um camelô, ou uma empregada doméstica.

Porque há quem vincule a eficácia de um socorro espiritual tomando por parâmetro o próprio médium através do qual a Entidade Espiritual se manifesta. Se o medianeiro atuasse nas sessões espírito-caritativas com trajes civis, as pessoas que pensam da forma retrocitada passariam a tentar avaliar o grau de intelectualidade, de situação financeira, social etc, pela qualidade do vestuário apresentado pelos médiuns.

Então, sacerdotes calçando sapatos de fino couro, camisas e calças de marcas famosas, seriam facilmente identificados e preferencialmente procurados. Outros tantos, humildes na sua apresentação, seriam deixados em segundo plano.

Observem em reuniões de certos seguimentos religiosos que criticam a Umbanda, o que acontece durante seus cultos: Desfiles de roupas de grife, ternos arrojados, calçados importados, em verdadeira hemorragia de vaidade e auto-afirmação. Estes que assim se apresentam são o centro das atenções, admirações, bajulações e exaltações, enquanto aqueles que não têm condições financeiras de se vestir, amargam a indiferença e o ostracismo.

Em nossa religião isto não acontece (em Templos de Umbanda sérios!), porque mesmo aquele que se apresenta em trajes suntuosos, terá que necessariamente substituí-los por um uniforme, uniforme este igual ao que é utilizado por um biscateiro, uma dona-de-casa ou um desempregado, durante as sessões de terreiro.

Na Umbanda, Sopro Divino que a todos refresca, o personalismo ou destaque individual é algo que jamais deverá existir. Somos meros veículos de manifestação da Espiritualidade Superior, e a par disto, devemos sempre nos mostrar coletivamente, sem identificações pessoais ou rótulos, tão somente como elos iguais de mesma força e importância, neste campo de amor e caridade nominado Umbanda.

Os que se colocam contra o vestuário uniforme dos sacerdotes umbandistas, são aqueles mesmos que, não tendo conhecimento sobre a ação nefasta de certos fluidos etéreo-astrais sobre a matéria, estando em lugares ou com pessoas portadoras de magnetismo inferior, ao chegarem nos Centros (kardecistas) para darem passes, sem tomar banho e trocar de roupa, esta impregnada de cargas fluídico-magnéticas densamente negativas, que por conseguinte interferem no campo áurico e perispiritual dos médiuns, simplesmente acabam através da imposição e dinamização das mãos, passando ao assistente toda ou parte daquela energia inferior que carrega.

Na Umbanda o uniforme do médium ou está no vestiário do terreiro, e portanto dentro do cinturão de defesa do mesmo, ou está em casa, sendo lavado e passado, longe do contato direto com as forças deletérias.

Aconselho aos detratores da Umbanda um pouco mais de estudo, humildade e respeito, pois que a utilização dos uniformes em nossa liturgia tem fundamento, tem um porquê. Vestimenta umbandista é sinônimo de igualdade e de higiene astral-física.

Saravá Umbanda !!!!

Autor desconhecido





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Orixá Omulu


Aos 25 dias do mês de junho do ano 2000 a mídia anunciou ao mundo a revolucionária descoberta da ciência - O Projeto Genoma conseguiu mapear o código genético do ser humano, o que, segundo os cientistas responsáveis, trará grandes benefícios para a cura de doenças que afligem a humanidade.

Contudo, já vem de muito antes, mais precisamente da Idade Média, a busca do Homem, com pretensão de se tornar Deus, de experimentos através da Alquimia, na intenção de descobrir o elixir da vida eterna. Todavia, diante deste grande avanço científico devemos parar e refletir: O Homem decifrou o código genético físico, mas, e o espírito? Deste só Deus tem o código, fazendo os seres humanos de nosso planeta encarnarem e desencarnarem num corpo de moléculas agregadas e perecíveis (corpo físico), quantas vezes forem necessárias a sua evolução.

E são estes dois extremos, Encarne (vida física) e Desencarne (morte física) que Deus colocou sob a supervisão de OMULU, O Orixá da Transformação (em yorubá Omo = filho, Lu = Senhor).

Esta Grande Potência Astral Inteligente, quando relacionado à vida e à cura, por alguns recebe o nome de Obaluayê (em yorubá Oba = rei, Lu = Senhor, Ayê = terra). Tem sob seu comando incontáveis legiões de espíritos que atuam nesta Irradiação ou Linha, trabalhadores do Grande Laboratório do Espaço e verdadeiros cientistas, médicos, enfermeiros etc., que preparam os espíritos para uma nova encarnação, além de promoverem a cura das nossas doenças. Atuam também no plano físico, junto aos profissionais de saúde, trazendo o bálsamo necessário para o alívio das dores daqueles que sofrem.

O Senhor da Vida é também Guardião das Almas que ainda não se libertaram da matéria. Assim, na hora do desencarne, são eles, os falangeiros de Omulu, que vêm nos ajudar a desatar nossos fios de agregação astral-físico (cordão de prata, cordão fluídico), que ligam o corpo astral ao corpo material.

Os comandados de Omulu, dentre outras funções, são diretamente responsáveis pelos sítios pré e pós-morte física (hospitais, cemitérios, necrotérios), envolvendo estes lugares com poderoso Campo de Força Fluídico-Magnético, a fim de não deixarem que os vampiros astrais (kiumbas desqualificados) sorvam energias do duplo etérico, do tônus vital e do éter sanguíneo dos corpos físicos em vias de falecerem ou falecidos.

Ao contrário do que alguns poucos desinformados afirmam, a Irradiação ou Linha de Omulu se faz representar aqui no plano terrestre, especificamente nos terreiros, nas formas fluídico-perispirituais que conhecemos. São Caboclos (as), Pretos (as) - Velhos (as), Crianças e Exus que atuam nesta Linha, identificando-se como nomes tais como Preto-Velho Pai Benedito da Calunga Pequena; Caboclo do Cruzeiro das Almas; Tranca-Rua das Almas; e Mariazinha da Pedra Furada.

Saravá Omulu!

Autor desconhecido



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A Mediunidade como Pilar

A Mediunidade como Pilar

A Umbanda é diferente do Candomblé, apesar de ambos cultuarem os Orixás. A diferença principal é a mediunidade. Na Umbanda, os médiuns recebem os espíritos de seres humanos que passaram pela Terra e atingiram um certo grau de evolução. São os espíritos dos nossos ancestrais, reverenciados na Umbanda porém tratados como eguns no Candomblé, não sendo permitida sua presença nos barracões ou roças que seguem realmente as tradições das nações ketu, jeje ou angola. No Candomblé, quem se manifesta nos iniciados são os Orixás, considerados como divindades ou forças divinizadas da natureza. Existem até algumas lendas que falam da passagem dos orixás pela Terra na forma humana, como Xangô quando ele foi o rei de Oyó, Obá e Oyá suas esposas etc. Mas essas estórias se referem a um tempo mítico. Já a mediunidade com espíritos dos ancestrais é o pilar do sistema religioso da Umbanda.

Algumas pessoas acreditam que as entidades que se manifestam na Umbanda são espíritos comuns de pessoas que desencarnaram mais ou menos recentemente. Para esses adeptos, o trabalho na mediunidade favorece a evolução tanto do médium quanto da entidade. No entendimento da Umbanda Esotérica, conforme as obras de W. W. da Matta e Silva, os mentores de Umbanda não são espíritos quaisquer. Na verdade são espíritos muito antigos, ancestrais da humanidade inteira que por misericórdia divina se manifestam nas formas adaptadas de Caboclos, Pretos-velhos, Crianças e Exus. Vêm com a missão de trazer as vibrações dos Orixás, os espíritos de Deus, sob o comando do Cristo Jesus. São, portanto, ordenados de cima para baixo através das hierarquias celestes e não dependem dos humanos encarnados para seguirem suas vias evolutivas.

De qualquer modo, para ser um médium de verdade é preciso ter uma preparação especial. É preciso estar muito bem estruturado do ponto de vista energético, emocional, moral e de consciência para suportar ser o mediador da interação entre o plano espiritual e o plano material. Não é fácil. Mesmo pessoas que encarnaram com a missão de serem médiuns, que tiveram os chacras e o corpo astral estruturados antes do reencarne para esse contato mediúnico se desgastam facilmente e não conseguem manter seu mediunato por um longo período. E se não se cuidarem, acabam a carreira mediúnica dando incorporações vacilantes, consultas atravessadas e até servindo de ponte para o baixo astral que os utiliza como intermediários para obsessores e quiumbas travestidos de entidades de Umbanda. Muitos terreiros terminam assim, com a mediunidade do pai ou da mãe de santo corrompida e com a presença de entidades negativas infiltradas, levando aos desmandos do sexo, álcool e dinheiro.

É possível entender o risco que envolve o trabalho mediúnico na Umbanda. Se observarmos o kardecismo, por exemplo, veremos que as comunicações são feitas por mentores que são espíritos de um grau vibratório próximo ao de nós encarnados. Não existe uma grande diferença entre o médium e seu mentor espiritual. Também os desencarnados não-mentores que se apresentam são pessoas comuns, mães, filhos, pais, avós dos consulentes que transmitem suas mensagens por meio da psicografia ou da psicofonia. Existem ainda os obsessores cujas influências negativas são resolvidas por meio de passes e de doutrinação. Na maior parte são espíritos sofredores, perdidos no umbral que se associam a encarnados com os quais têm alguma conexão kármica ou vibratória. O trabalho do Espiritismo é de suma importância e atende a uma plêiade de espíritos situados nas esferas espirituais próximas do plano terrestre.

Na Umbanda, temos uma diferença maior entre o médium e as entidades atuantes. Os espíritos ancestrais vêm de esferas elevadas, com os conhecimentos necessários para trabalhar na magia, mexer no karma dos consulentes e lidar com espíritos obsessores mais graves. Se o médium não está bem preparado e sintonizado com seu guia, os trabalhos podem não ocorrer como deveriam e o primeiro a sentir os impactos será ele mesmo, pois as cargas negativas ficarão no terreiro e no campo astral do médium. Como já dissemos, os quiumbas que são combatidos pelos caboclos, pretos-velhos e exus são espíritos enquistados no mal, conscientes de suas ações negativas e muitas vezes conhecedores da magia negra e das artimanhas necessárias para atingir a fraqueza dos seres humanos. Tais espíritos não são convencidos com doutrinações, eles sabem o que fazem e porque o fazem. Nesse embate entre a Luz e as sombras, o médium é o grande instrumento e o ambiente astral do terreiro é o campo de batalha. Claro que as demandas acontecem no plano astral, mas o ponto de sustentação física é o templo.

Por esses motivos, ser médium de Umbanda é uma tarefa árdua que requer um espírito indômito, uma persistência hercúlea e um burilamento moral contínuo para não sucumbir aos perigos e tentações. O conhecimento metódico e a iniciação são armas importantíssimas para quem quer se aventurar nesse campo. A manutenção zelosa do contato com seus mentores é imperativa.

Autor desconhecido



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