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29/05/2018

Oferendas no Ritual Umbandista

Oferendas no Ritual Umbandista

Pergunta: Qual a finalidade das oferendas dentro do ritual Umbandista?

Baiano José: Sei que minha resposta vai desapontar a muitos irmãos e irmãs que direcionam sua mediunidade dentro da lei de Umbanda, mas em pleno século XXI fica inaceitável ainda acreditarmos que velas, frutas, panos e flores possam fazer o resultado acontecer por si só, sem a necessidade de uma reforma intima e uma fé balizada na proposta de Jesus em nossas vidas.

As oferendas em sua origem Africana diferem e muito do objetivo que hoje são direcionadas, lá temos o negro que devido a época em que se encontrava oferecia aos Orixás o que tinha de melhor dentro de sua casa. Tomemos como exemplo quando vamos receber visitas em nossa casa, sempre gostamos de oferecer o que temos de melhor e nesta localidade o negro oferecia o que não lhe faltava a mesa, ai vemos o fundamento da "comida" dentro do ritual Umbanda, originando a festa comemorativa do OLUBAJÉ.

Nos dias atuais com uma gama de informações que nos chegam através dos meios de comunicação como: Sites, mídia televisiva, livros de diversos autores etc... Ainda encontramos irmãos e irmãs sujando cachoeiras, praias, campos, matas etc... Levando a estes locais "comida" para conseguir sucesso financeiro, amor, saúde, paz e harmonia, dons que compete a cada um busca-los através do empenho e da atitude de progresso e isso não compete a este ou aquele Orixá cuja finalidade na natureza como essência divina é bem diferente do que infelizmente ainda presenciamos nas "casas de santo", "terreiros" e "santuários".

Santo não come meus filhos, por que não existe matéria carnal para isso! A ativação do elemento vegetal pode ser feita mentalmente através de uma prece com fé e devoção. Tomemos como exemplo se um de meus irmãos ou irmãs desejam fazer uma oferenda a Oxum em uma cachoeira, podem se dirigir a mesma levando flores que deverão ser plantadas ato este que preserva, não choca e mantem a atitude de respeito para esta força denominada Orixá. Após o plantio, podemos entoar de forma singela um cântico para Oxum e com fé e devoção fazermos nossa oração que lhes asseguro meus irmãos e irmãs será escutada da mesma forma.

Hoje cometem-se excessos em nome da Umbanda e os mesmos mais servem de "muleta vibratória" do que "fundamento doutrinário".

Não adianta nos dirigirmos a um ponto onde se concentra esta ou aquela força de Orixá, para sujarmos e poluirmos este santuário natural. O ato de oferendar a inicio impressiona pelas cores, formas e essências que compõem uma oferenda, mas vale lembrar que isso vai apodrecer com o tempo, gerando náuseas, asco e infelizmente criticas classificando a Umbanda como "manifestação de baixo espiritismo!"

Não temos intenção de ofender aqueles que acreditam que o sabonete e o Manjar para Yemanjá vai lhes trazer algo, isso é uma questão doutrinária em que muitos ainda necessitam desta "muleta" para desenvolverem sua fé e fortalecerem sua crença.

Se, portanto, quando fordes depor vossa oferenda no altar, vos lembrardes de que o vosso irmão tem qualquer coisa contra vós, - deixai a vossa dádiva junto ao altar e ide, antes, reconciliar-vos com o vosso irmão; depois, então, voltai a oferecê-la. - (S. MATEUS, cap. V, vv. 23 e 24.) 8. Quando diz: "Ide reconciliar-vos com o vosso irmão, antes de depordes a vossa oferenda no altar", Jesus ensina que o sacrifício mais agradável ao Senhor é o que o homem faça do seu próprio ressentimento; que, antes de se apresentar para ser por ele perdoado, precisa o homem haver perdoado e reparado o agravo que tenha feito a algum de seus irmãos. Só então a sua oferenda será bem aceita, porque virá de um coração expungido de todo e qualquer pensamento mau. Ele materializou o preceito, porque os judeus ofereciam sacrifícios materiais; cumpria--lhe conformar suas palavras aos usos ainda em voga.

O cristão não oferece dons materiais, pois que espiritualizou o sacrifício. Com isso, porém, o preceito ainda mais força ganha. Ele oferece sua alma a Deus e essa alma tem de ser purificada. Entrando no templo do Senhor, deve ele deixar fora todo sentimento de ódio e de animosidade, todo mau pensamento contra seu irmão. Só então os anjos levarão sua prece aos pés do Eterno. Eis aí o que ensina Jesus por estas palavras: "Deixai a vossa oferenda junto do altar e ide primeiro reconciliar-vos com o vosso irmão, se quiserdes ser agradável ao Senhor."

O Evangelho segundo o espiritismo - Editora FEB
A Umbanda meus irmãos e irmãs passa por um momento de espiritualização e religião sem espiritualização é só um amontoado de dogmas!

Psicografado por Géro Maita


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21/05/2018

As Cores dos Orixás

As Cores dos Orixás

Comentar sobre as cores do Ori­xás é o mesmo que tentar equili­brar-se e manter-se ereto na cris­ta de uma onda ou parar todos os movimentos no meio de um ciclone, pois nenhum Orixá tem uma única cor.

Isto tudo é apenas fruto da tentativa de individualizar o geral e generalizar o individual.

Como dar cor a uma energia?

Desde Oxalá, no extremo positivo, até Omolu, no extremo negativo, todos trazem em si tantas cores que, por não serem visíveis aos olhos humanos e serem ainda desconhecidas, é-nos impossível comentá-las.

Afinal todo Orixá é um mistério em si mesmo, e, por ser um mistério, por sua própria essência divina, assume a cor que lhe atribuem, além de todas as outras, pois um mistério é a Manifestação Divina do Divino Criador, tornada visível aos olhos humanos, os quais, por mais que estudem, jamais serão capazes de penetrar no interior de um mistério para desvendá-lo.

Em verdade, um Orixá irradia todas as cores, pois irradia em todas as sete faixas ou padrões vibratórios, e cada tipo de vibração, ao graduar a velocidade do giro, pode ser para mais ou para menos, dá uma cor a cada um dos elementos irradiados na forma de energias.

Por isso, uns dizem que Ogum é azul e outros dizem que é vermelho. Ou uns dizem que Xangô é vermelho e outros dizem que é marrom.

Os Oguns individualizados assumem a cor vermelha, na Umbanda, porque o próprio astral aceitou essa classificação que fixaria a sua identificação e facilitaria seu entendimento. E o mesmo ocorreu com o marrom de Xangô.

Mas nós sabemos que as cores dos Oguns variam de acordo com a faixa vibratória em que atuam. E o mesmo acontece com todos os Orixás, pois temos Iansãs que irradiam a cor ama­rela, a cor vermelha, a cor azul, a cor cobre, a cor dourada, etc.

Logo, discutir a cor dos Orixás é um assunto ainda desconhecido no plano material. O comprimento de onda ou a velocidade da irradiação é que determina se uma energia irradiada é azul, verde ou vermelha. E o comprimento de onda ou velocidade obedece ao tipo de elemento e ao padrão vibratório da faixa por onde ele está sendo irradiado.

No padrão vibratório cristalino, as cores das energias praticamente desaparecem. No padrão vibratório telúrico, elas assumem tonalidades tão densas, que temos a impressão de poder pegá-las com as mãos.

Além do mais, dentro de uma mesma faixa vibratória, temos os subníveis vibratórios. E aí a coisa complica ainda mais, porque nos subníveis mais eleva­dos, as cores se sutilizam, e, nos mais baixos, elas se densificam.

Mas todos os Orixás são Mistérios Divinos e aceitam, sem discussões as cores que já lhe atribuíram ou haverão de atribuir-lhes, pois, como Mistérios, trazem em si todas as cores.

Então que na mente das pessoas se afixe a cor que melhor irá permitir sua interação vibratória com seu que­rido Orixá, pois através dessa via colo­rida seu Orixá atuará em todo o seu mental, espiritual, emocional e físico, e o fará com tanto amor que, no fim, no imenso oceano da vida, todos serão cintilantes e multicoloridos "pingos" de amor à criação e de fé, muita fé, no nosso amoroso Criador.

Agora passaremos aos nossos ama­dos filhos-de-santo e filhos-de-fé, as cores que temos permissão de revelar, e que, se estudarem um pouco acabarão descobrindo fundamentos profundos no campo das irradiações energéticas que começam a acontecer após nossos "pedidos" e orações, invocações e firmezas, irradiações e cantos.


OXALÁ............. Branco, cristalino, furta-cor.
OIÁ-TEMPO.... Azul escuro, branco, preto e prata.
OXUM.............. Rosa, dourado, azul e amarelo.
OXUMARÈ...... Azul, furta-cor, lilás e azul celeste.
OGUM.............. Azul escuro, prateado, vermelho.
IANSÃ.............. Amarelo, dourado, vermelho-coral.
XANGÔ............ Marrom claro, dourado, vermelho.
EGUNITÁ........ Laranja, dourado e vermelho.
OXOSSI........... Verde, azul escuro e magenta.
OBÁ.................. Magenta, dourado e vermelho.
OBALUAÊ....... Branco, prateado, violeta e branco/preto.
NANÃ............... Lilás, azul claro e roxo.
IEMANJÁ......... Branco azulado, prateado cristalino, azul profundo (anil) e azul claro.
OMOLU............ Vermelho, preto, roxo, branco, vermelho, preto.
EXU.................. Preto e vermelho.
POMBAGIRA............ Vermelho e preto.


Portanto, fiquem com as cores que já se tornaram padrão, e está tudo certo para os nossos amados Orixás, uma vez que eles querem vê-los a partir de sua fé, que deve ser pura e imaculada.

Rubens Saraceni


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17/05/2018

Vestimentas dos Guias da Umbanda

Vestimentas dos Guias da Umbanda

As vestimentas e indumentárias que uma Entidade espiritual séria usa, no ritual umbandista, tem como função expressar, simbolicamente, uma atividade ou característica do seu trabalho ou da sua falange, como também ser um instrumento, cuja duplicidade etérica, é usada nos trabalhos de magia na ajuda aos irmãos a serem socorridos. 

Não se trata de elementos imprescindíveis à mediunização ou atividade de ajuda do Guia ou Protetor, mas apenas um instrumento a mais que embeleza e instrui a quem busca, para além da aparência, a mensagem que estas indumentárias visam oferecer, dando à Umbanda o seu caráter ritualístico.

A Umbanda é uma religião que trabalha, e atua no plano físico ( para interagir com o espiritual ), através dos seus rituais litúrgicos. Desde o acender de uma vela até aos pontos cantados, riscados e etc... Ora, as indumentárias são, para nós, objetos litúrgicos, ou seja: instrumentos que nos levem ao sagrado, como é a capa do Exu, que simboliza seu poder de proteção e defesa e, ao mesmo tempo, é usada a sua contra parte etérica nos trabalhos do terreiro, neste mesmo mister. Sem dúvida, tudo isso dentro do discernimento e amparado pelo afã de, unicamente, realizar o culto umbandista da forma mais bela, simples e espiritualizante possível. Da mesma forma como um culto despido de qualquer aparato pode levar ao orgulho e à ilusão de ser mais espiritualizado que os outros, o culto com uso de indumentárias litúrgicas poderá levar os desavisados ao exagero, a exterioridade, à fantasia, ao luxo e à vaidade. Tanto uma forma de culto quanto outra não pode ser medida pelo mau uso feito por aqueles que a praticam, e sim pelo cumprimento de suas finalidades específicas, a de levar os corações ao altar de Deus, única fonte de paz e alegria.

Seja qual for a forma de culto que se use, isso é de menos importância. O importante é sabermos se esta Casa está cumprindo sua missão de religação, se está proporcionando o encontro com Deus, por meio de Jesus e Seu Evangelho, ou está aprisionando a gurus, guias, exterioridades, filosofias ou espírito tal ou tal.

Diz o Caboclo Ventania de Aruanda que "por trás dos Guias e Orixás está sempre Jesus agindo". Portanto, é preciso "que eu (médium) diminua e que Ele (Jesus) cresça", na vida e nos corações de tantos quantos frequentem as nossas Casas, sejam elas espíritas Kardecistas, sejam elas espíritas Umbandistas.

Lembremo-nos que o padre na igreja usa suas indumentárias (paramentos) e tem seus instrumentos sagrados, o mesmo ocorre com o rabino no judaísmo, com a maçonaria em suas lojas, entre os rosacruzes, e etc...

Uma das diferenças entre a Umbanda e o movimento espírita kardecista é precisamente o uso do ritual ostensivo. Devemos nos utilizar da filosofia kardecista como chão, base de nossa fé, mas não podemos querer espiritizar a Umbanda de acordo com os Centros do movimento puramente espírita kardecista. Por isso a Umbanda é a Umbanda, e para isso foi criada e implantada no Brasil. Se fosse para ser igual ao movimento espírita desnecessária seria a vinda do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Se ela estivesse programada para desenvolver seu culto em mesa, nos moldes do movimento espírita, o mesmo Caboclo não a teria tirado da Federação Espírita de Niterói e a levado para o Terreiro, com a fundação da Tenda Nossa Senhora da Piedade, da Tenda São Jorge, da Tenda Nossa Senhora da Guia, da Tenda São Jerônimo, e etc... A Umbanda foi criada para ser um movimento, dentro do espiritismo, que se utiliza de meios energéticos naturais e que possui seus rituais próprios.

Três dimensões ou aspectos vibracionais formam a Umbanda, como religião, que são:

1.Dimensão Mental ou Tântrica, que se expressa pela mentalização, concentração, prece e canalização com as Vibrações Sagradas. O Congá, no seu aspecto visual simboliza essa dimensão Tântrica.

2. Dimensão Astral ou Mântrica, que vibra no sentimento e eleva o ambiente e as pessoas ao campo da espiritualidade pura, ajudando e proporcionando a sintonia com o plano espiritual e o sagrado. No ritual umbandístico, que deve ser de terreiro, os Cânticos ou Pontos Cantados, o Atabaque, como instrumento litúrgico, como ocorre com as diversas igrejas e religiões que têm seus instrumentos litúrgicos próprios, são os símbolos e meios proporcionadores dessa dimensão vibratória.

3. Físico ou Yântrico, que estabiliza a ritualística e fornece a todos os que adentram aos Templos Umbandistas os meios psicológicos, através da manifestação das formas, que induzem à concentração e difusão das energias vibradas no ambiente e nas pessoas. O próprio Terreiro, como local do culto umbandista, as imagens e quadros, o ritual das Giras, as formas com as quais se apresentam os Espíritos Trabalhadores na Umbanda (Caboclos, Pretos Velhos, Crianças e Exus), os pontos riscados, as indumentárias e instrumentos que eles usam no afã de representar, simbolizar, tornar visíveis suas missões, ordens e comandos, que se projetam no campo etérico e astral realizando o que na Umbanda se chama Magia.

Por tudo isso é que a Umbanda é a Umbanda, com sua beleza própria e com capacidade de religar o homem com Deus, através de Jesus, nosso Divino Oxalá, por meio de todos esses instrumentos de culto e dessa doutrina embasada nos valores filo-religiosos cristãos, kardecistas, afro, ameríndio e oriental.

Que Jesus, nosso Divino Oxalá, nos abençoe.

Pai Valdo


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16/05/2018

Velas na Umbanda

Velas na Umbanda

É comum nos dirigirmos aos centros de Umbanda e notarmos nos altares, pontos riscados ou firmezas de guias e Orixás, velas acessas nos mesmos gerando por parte de mentes desinformadas críticas, preconceitos e dogmas envolvendo o lado sagrado da nossa religião.

Muitos se questionam se vela dá luz para Orixá, santo ou guias da Umbanda e quando não encontramos aqueles que são movidos pela luz de uma ciência "pre-conceituosa" classificando esta prática umbandista como ligação de espíritos inferiores e imperfeitos que ainda buscam nesta luz artificial o alento para suas dores morais.

Devemos lembrar que na Umbanda tudo que é utilizado tem um fundamento sagrado ou seja o lado que se ativa esta ligado ao polo positivo* do elemento usado.

No caso das velas, devemos lembrar que sua utilização dentro dos rituais umbandistas não esta ligado ao fogo material que vemos irradiando na mesma, mas sim, ao fogo etérico que se projeta a partir da mesma e que realiza toda uma ação de purificação no ambiente, pessoa ou sitio espiritual onde for direcionado.

Vale ainda lembrar que nada na vida se realiza sem o poder do verbo, ou seja, tudo que ativamos em seu lado sagrado devemos aprender a dar determinações realizadoras e desencadeadoras de ações positivas, digo positivas, pois tudo que se utiliza dentro de seu lado sagrado na Umbanda esta pautado na lei e na justiça divina.

Quando uma vela é consagrada na força de um Orixá, o fator que rege este Orixá atua com o fogo divino no lado etérico desencadeando a ação solicitada e sempre lembrando que receberemos de acordo com o nosso merecimento.

Claro que uma vela não vai mudar sua vida caro irmão ou irmã, dentro deste principio a lei de Umbanda também atua dentro da reforma intima de cada ser e para tanto basta atentar o teor das consultas que são dadas dentro dos centros pelos guias espirituais, onde os mesmos orientam o consulente e lhe mostram o caminho a seguir, mas quem segue este caminho com suas próprias pernas é a pessoa em questão.

As velas tanto podem ser coloridas como brancas lembrando que a cor branca é o resultado da fusão de todas as cores.

Com esta pequena contribuição pretendemos retirar um pouco do preconceito em torno de nossa religião e lembrarmos sempre que UMBANDA TEM FUNDAMENTO, É PRECISO PREPARAR

Ainda aqui arriscamos lembrar que PREPARO SÓ É ATINGIDO COM CONHECIMENTO.

Que Os Sagrados Orixás nos abençoem!

Pai Géro Maita


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14/05/2018

Ervas na Umbanda

Ervas na Umbanda

Por quê estudar ervas na Umbanda?

Porque as ervas estão presentes em todas as religiões, dentro de todos os rituais religiosos, desde sempre. E a Umbanda é a religião da natureza. Da natureza elemental e da natureza humana.

As ervas são organismos vivos. Há uma vida espiritual contida em cada erva. Isso é chamado de *Imanescência Divina, o espírito vivo de Deus que anima tudo. Dos elementos da natureza o mais parecido com o da natureza humana é o vegetal, pois ele nasce, cresce, se reproduz e morre. Esse espírito vivo possui características energéticas definidas pela vibração passada aos organismos à sua volta. Essa vibração magnética é polarizada, ou seja, pode ser positiva ou negativa. Então, uma erva é atribuída a um orixá por analogia vibratória. Energia que está presente na vibração do orixá com a energia que está presente na vibração da erva.

Para o uso correto de uma erva é necessário saber: o nome da erva e o verbo atuante. **Verbo é o poder realizador divino, é o poder de transformação, consequentemente é magia. O que movimenta ou ativa o poder realizador é o propósito, a intenção.

Uma mesma erva pode proporcionar mais de um poder realizador. Como exemplo a hortelã que é antigripal, vermífugo, estimulante, refrescante, etc.

Uma mesma erva pode ser atribuída a vários orixás. Não pela sua cor, seu formato ou seu visual, e sim pela vibração. Afinal, os orixás estão ligados entre si.

Pode-se usar ervas frescas ou ervas secas. A erva fresca carrega em si a imanescência divina, o fator vegetal e o fator aquático. A erva seca carrega todos os fatores anteriores e mais ainda o fator concentrador, pois sofre o processo de desidratação. Qual é a melhor?

A melhor é aquela indicada pelo seu guia ou protetor de acordo com a necessidade. Ou ainda, nos dias corridos de hoje, a que está mais fácil de se obter. Também sempre lembrar que a lua influencia na quantidade de água na planta. Em luas cheias e crescente haverá mais água nas folhas, e em luas nova e minguante, nas raízes.

As ervas são classificadas como Quentes ou Agressivas, Mornas ou Equilibradoras e Frias ou Específicas. Isso não é uma classificação de acordo com a temperatura da erva, e sim de acordo com seus fatores.

As ervas quentes ou agressivas carregam o poder de agredir estruturas energéticas negativas. Dissolvem larvas astrais, miasmas e cascões energéticos. São muito usadas pelos exus, pelo campo de ação deles, pois atuam na natureza humana, nas linhas de choque (demandas, magias negativas, projeções mentais, etc.). Seus verbos mais utilizados são: limpar, consumir, purificar, dissolver, descarregar. Exemplos mais comuns de ervas quentes: cacto, urtiga, arruda, guiné, comigo-ninguém-pode.

As ervas mornas ou equilibradores carregam o poder de equilibrar, tornar magneticamente receptivo, adequar o padrão energético para não atrair o semelhante. Reconstitui a aura que pode ter sido "esburacada" por cargas negativas. Seus verbos mais utilizados são: equilibrar, manter, adequar, fluir, restaurar, energizar. Exemplos mais comuns das ervas mornas são: hortelã, alevante, sálvia, alfazema, alecrim.

As ervas frias ou específicas tem o seu poder de atuação depois de limpar e de equilibrar. São usadas para mediunidade, para atrair bons fluidos, para prosperidade, para fitoterapia, etc. Exemplos mais comuns de ervas frias são: rosa, anis, jasmim, malva, café, louro, melissa, manjericão.

Observar que uma erva pode ser ao mesmo tempo quente, morna e fria, pois carrega mais de um fator realizador. Os padrões energéticos se complementam, nunca se anulam. Então, por exemplo, pode-se associar o uso de todas elas na preparação de um banho. Neste caso volto a frisar a palavra mágica "intenção". Sempre colocar intenção no uso de uma erva. E esperar o merecimento...

Quando é falado em erva subentende-se toda a planta: raiz, caule, folhas, frutos e sementes. Existem também as resinas, que são a seiva vegetal endurecida extraídas da casca das árvores, muito usadas em defumações.

Sabendo de tudo isso, estaremos mais qualificados para preparar nossos banhos, para entender o uso de uma defumação, entender o uso das ervas em um amaci, e o uso do fumo pelas entidades na Umbanda.


Temos uma herança bastante significativa dentro da Umbanda, que vem dos nossos irmãos do culto de nação. Porque herdamos tanto do culto de nação, do Candomblé? Simples: uma das origens inegáveis dos ritos dentro da Umbanda vem desse culto. O próprio nome dos Orixás, até mesmo por falta de melhores definições, o uso de elementos ritualísticos como atabaques, adjás (um tipo de chocalho de metal), e muito, mas muito mesmo do uso das ervas.

Profundos conhecedores dos mistérios vegetais, nossos irmãos trouxeram da África, nos navios negreiros, seu conhecimento sobre as ervas. Essas ervas conhecidas pelos seus nomes em iorubá, são usadas até hoje no culto.

Preso por dogmas e preceitos, somente os iniciados podiam ter acesso a esse conhecimento, então, quando do surgimento da Umbanda, aqueles que vinham para a religião nascente, traziam fragmentos desse saber.

O fato desse conhecimento ser guardado é pura necessidade de sobrevivência. A tentativa de manter o rito imaculado.

Mas os seus fragmentos foram chegando à Umbanda, foram sendo modificados e adaptados à realidade regional. Não são em todos os lugares que podemos encontrar todas as ervas.

A facilidade que temos na região norte de encontrar, por exemplo, casca de andiroba, não é a mesma de um morador do sul do país. Com o Candomblé acontece a mesma coisa.. Não são em todos os lugares que encontramos as ervas usadas pelo praticante do culto, da forma que chegaram aqui no Brasil.

Então, a necessidade fala mais alto e a criatividade responde. Muitas ervas são adaptadas nos rituais Umbandistas e os nomes em iorubá, vão sendo substituídos pelos nomes populares brasileiros. A presença do Preto Velho na Umbanda, é uma justa homenagem do astral superior, responsável por essa religião, à enorme corrente africana que nos legou muito do que praticamos.

Vemos muitas pessoas interpretar a linha dos nossos amados Pretos Velhos de formas diversas. Como corrente das almas, linha de pais velhos, yorimá... Também temos lido e ouvido atribuições de Orixás que comandam essa linha de trabalho, como Obaluaiyê, Xangô, entre outros.

Mas vemos muitos pretos e pretas velhas manifestados dentro dos terreiros, sempre trazendo suas palavras de conforto, orientação, sabedoria. E muito conhecimento das ervas, dos elementos da natureza, dos benzimentos, das rezas, etc... E cada manifestação traz em si uma mesma linha de conduta, uma espinha dorsal em comum, e nuances de especificação. Então, podemos afirmar que há nessa linha, espíritos amparados e manifestados nas irradiações de Oxalá, Ogum, Oxóssi, enfim, de todos os Orixás? Isso mesmo! Muitos Pretos Velhos trazem a irradiação específica que ampara sua falange, mas a linha como um todo é amparada pelos Orixás Anciãos, os Orixás portadores e manifestadores da Sabedoria Divina: Oxalá, Obaluaiyê, Nanã.

Vemos o Preto Velho incorporando em seu médium, sentado em seu banquinho, com seu galhinho de arruda ou outra erva, um copo d'água do lado... Muitas ervas fazem parte de seu campo de trabalho, muitas receitas de banhos e defumações, o próprio fumo usado em seu cachimbo é erva em uso prático.

Peço permissão a esses amados pais da Umbanda, para dar aqui, uma receita de fumo para cachimbo, banho e benzimento.

Fumo para cachimbo:
tabaco (fumo de tabacaria com o aroma de sua preferência), sálvia e hortelã. Tudo pilado para dar consistência, para uso no cachimbo ou enrolado na palha de milho (encontrada também em tabacaria).

Banho de Preto Velho:
Casca de alho, folhas de café, guiné, arruda, alecrim, sálvia e folhas de chorão.

Benzimento:
Pegue um galho de arruda ou um ramo de guiné, segure em sua mão direita e eleve acima de sua cabeça, fazendo a seguinte reza:
"-Amado Pai Criador, Forças da Natureza, Sagrada corrente dos Pretos Velhos, peço que abençoem essas folhas em nome das três pessoas da santíssima trindade - Pai, Filho e Espírito Santo. Amém."
Com essas folhas da mão, pode-se benzer uma pessoa (criança ou adulto), fazendo sinais da cruz em sua fronte, seu peito e suas costas, palmas da mãos e pés. Sempre agradecendo a Providência Divina pela benção.

Adriano Camargo Erveiro


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11/05/2018

Fundamentos dos Pontos Cantados e Atabaques


Para tentar explicar como se dá a comunicação entre os planos espiritual e material, grosseiramente, podemos imaginar essa comunicação através de frequências.

O rádio, a TV, o celular são exemplos. Estes aparelhos emitem frequências de um ponto, o transmissor, até outro ponto, o receptor. As frequências não se cruzam porque uma é mais forte do que a outra. O receptor recebe apenas a frequência na qual está programado.

Analogamente, se imaginarmos que nossos pensamentos são como frequências e as vibrações emitidas pelos espíritos também são frequências, podemos dizer que são essas frequências que ligam espíritos e matéria, onde conseguimos nos conectar com os espíritos de acordo com nossos pensamentos e atitudes, logo, pensamentos baixos atraem espíritos de camadas mais inferiores do plano espiritual, e pensamentos mais elevados, atraem espíritos mais elevados.

Quando nos dirigimos ao terreiro, dependendo de como foi nosso dia, nossa semana, nós estamos vibrando numa frequência tal que pode interferir nos trabalhos, ajudando ou atrapalhando. Um dia vivido em torno de brigas e discussões, alimentação pesada, pensamentos voltados para o ódio, má conduta, etc, deixam a frequência muito baixa, atraindo espíritos que vibram numa esfera mais baixa, e isso faz com que o trabalho seja prejudicado. Um dia bem vivido, trabalhado e participativo nas coisas particulares, uma boa alimentação, bons pensamentos, preparação mental para a gira, faz com que nossa frequência fique mais elevada, atraindo espíritos de esferas mais elevadas.

Para que os trabalhos não sofram variações excessivas de frequências, para que se evitem a atração de espíritos de esferas inferiores e para o bom andamento da gira, é usado um artifício que acelera o processo para que todos, ou pelo menos a maioria, se concentrem no trabalho e eliminem pensamentos mais baixos, que é cantar e bater palmas.

Como funciona?

Ao final de um espetáculo, um show, um discurso, normalmente as pessoas batem palmas para demonstrar àquele que se apresentou o agradecimento, por compartilhar aqueles minutos de entretenimento ou aprendizado. Se as palmas se estenderem por vários segundos, aos poucos elas vão entrando num ritmo e muito rapidamente todas as pessoas batem palmas no mesmo ritmo e, junto com essa sonorização, algo começa a acontecer: as pessoas começam a se sentir mais alegres, com vontade de rir, ou seja, as pessoas ali envolvidas começam a vibrar numa mesma frequência, e inconscientemente, todas estão fazendo as mesmas coisas que as outras pessoas estão fazendo.

Já com o canto, logo de início, todos começam a cantar juntos, e isso faz com que a vibração das pessoas se equalize mais rapidamente.

Quanto mais cantamos, mais batemos palmas, mais rapidamente elevamos o nível de frequência das pessoas, fazendo com que, momentaneamente, os problemas, a baixa auto-estima, as preocupações, sejam esquecidos, pois todos começam a prestar atenção no trabalho que está sendo realizado e isso ainda ajuda a absorver as informações que estão sendo passadas.

Com a frequência estabilizada, os espíritos conseguem se aproximar mais facilmente de nós, permitindo assim que o trabalho transcorra com mais facilidade e de acordo com o pretendido pelos planos espiritual e material.

Para acelerar mais ainda o processo, usa-se o atabaque, pois o som emitido pelo atabaque ajuda a igualar o ritmo cardíaco de todas as pessoas no terreiro, fazendo com que, por exemplo, para quem chega muito afobado, o ritmo cardíaco é normalizado, diminuindo a afobação, ou para quem chega muito para baixo, com o aumento do ritmo cardíaco, ajuda na elevação da auto-estima. Com base nisso, por estarmos cantando e batendo palmas, além de estarmos mudando nossa frequência, também estamos praticando caridade, por já estar ajudando outras pessoas.

Com todos participando, batendo palmas e cantando, o clima do terreiro já fica muito melhor, pois todos estão ajudando, focados num mesmo objetivo.

No plano espiritual, os guias preparados para o trabalho, aguardam nossa vibração equilibrar-se com a vibração deles, e assim que nossas frequências começam a se igualar, eles se aproximam e iniciam o processo de incorporação.

Quando começamos a cantar os pontos dos guias que trabalharão na gira, estamos dizendo para os guias que já estamos prontos e podemos começar a incorporar.

Normalmente, no processo de incorporação, os guias cantam, muitas vezes para si, para que seja mais fácil ainda, e no caso de um guia estar trabalhando no desenvolvimento de um cambono, o guia canta para o cambono ouvir o ponto e elevar sua frequência para facilitar a incorporação.

Cantamos pontos para ajudar a desincorporação, facilitando assim a “subida” dos guias que levam com eles todo e qualquer tipo de fluído ou influência que possa atrapalhar o médium.

Os pontos cantados trazem mais energia do que podemos imaginar. Quando feitos pelos guias, são conhecidos como “pontos de raiz” e as palavras não podem ser mudadas, pois toda a mironga feita pelo guia está nas disposições das palavras. Quando feita pelo homem, as palavras podem ser mudadas e adaptadas para que fiquem bem arranjadas.

Se prestarmos atenção, alguns pontos parecem não fazer sentido, mas quando cantados, no ritmo certo, acabamos fazendo as mirongas que estão escondidas nos pontos. É por isso que alguns pontos possuem palavras conjugadas de maneira errada ou em tom bem caipira, pois essas palavras foram inseridas nos pontos propositalmente, para poder servir como “palavras mágicas” a serem proferidas por todos, ou seja, os sons que essas palavras produzem é que produzem os efeitos requeridos.

Alguns pontos, quando entoados, podem afastar diversos males, como espíritos obsessores ou pessoas que tentam derrubar o terreiro.

Há pontos de saudação, para defumação, para firmeza, para afastar quiumbas, para descarrego, para despedida, para provocação, para cruzamento de linhas, para cruzamento de falanges, etc. Cada um deve ser cantado de acordo com sua finalidade para o bom andamento do trabalho.

Alguns pontos devem ser evitados cantar tanto dentro do terreiro quanto em nossas casas, pois eles podem atrair maus espíritos. Pontos que falam muito de cemitério, morte, ou qualquer tipo de bestialidade devem ser evitados.

Os atabaques não são simplesmente caixas de madeira com um couro para se batucar, eles são preparados e energizados para o trabalho logo que são trazidos para o terreiro.

Ao ser entregue no terreiro, primeiro é trocado o couro que vem com o atabaque, para eliminar os fluídos de “comércio” que foram depositados sobre ele na loja que o comercializa; depois, são feitos os primeiros preparos de limpeza do atabaque; em seguida, o guia chefe da casa cruza o atabaque iniciando o processo de mironga que será depositada sobre o atabaque. São colocados patuás de acordo com o guia que será o “dono” do atabaque e são feitas rezas sobre ele para fortalecer a energização.

O ogan chefe, ou atabaqueiro chefe, pede forças e energia para o guia, dono do atabaque, para que sejam depositados os fluídos necessários no couro, e toca o atabaque pela primeira vez para que sejam abertas as forças que regerão o atabaque. Em seguida o atabaque é entregue ao ogan que tocará o atabaque nos trabalhos.

Normalmente em um terreiro, os atabaques são múltiplos de três, mas são os guias que definem o número correto a ser utilizado nos trabalhos. O maior dos atabaques é o Rum, destinado ao guia que rege a casa; o segundo, é o Rumpi, destinado ao segundo guia que rege a casa ou ao guia que rege a coroa do pai ou mãe-de-santo fundadores do terreiro; o terceiro, e o menor deles, é o Lé, muitas vezes destinado à Exu ou a um guia homenageado pela casa. As ordens dos donos de cada atabaque são definidas pelos guias que regem o terreiro, podendo eles alterar essa disposição.

O Rum é sempre tocado pelo ogan chefe e só poderá ser tocado por outro ogan desde que o ogan chefe permita. Ele, o Rum, serve para dar os primeiros toques nos pontos, repicar e conduzir os trabalhos. O Rumpi é tocado pelo segundo ogan, dando o ritmo do toque e mantendo a harmonia. O Lé é tocado pelo ogan iniciante, que ainda está em processo de aprendizado, seguindo sempre os toques do Rumpi.

Se um ogan de outro terreiro visitar a casa, este deve pedir autorização ao guia chefe para poder tocar o atabaque, e deverá ter permissão do ogan chefe para tocar o atabaque, que lhe direcionará ao atabaque próprio para receber um convidado (normalmente não é permitido ao convidado tocar no Rum).

Em terreiros tradicionais e candomblés, o ogan chefe sempre é considerado o detentor do conhecimento sobre as giras, assumindo sempre sete anos a mais de experiência sobre o pai ou mãe-de-santo. Isso se deve ao fato de que o ogan conhece todos os preparos para as giras, e é quem conduz a energia de sustentação dos trabalhos.

Os guias normalmente indicam os futuros iniciantes ao ofício de ogan, mas cabe ao ogan chefe permitir a entrada e designar o atabaque para o iniciante.

Um ogan mal intencionado pode derrubar uma gira apenas tocando o atabaque, e muitas vezes, consegue derrubar todo o terreiro. Para que se evitem problemas, há pontos chamados de provocação, onde o ogan do terreiro tenta quebrar as forças do ogan mal intencionado entoando pontos de quebra de forças e demanda.

Cada ogan tem sua função nas giras, além de tocar os atabaques e facilitar a corrente de energias. Um dos ogans, sempre volta sua atenção ao que acontece dentro do congá, mantendo o trabalho em equilíbrio e de acordo com as orientações do guia chefe; outro ogan tem sua atenção voltada à assistência, onde fica atento sobre possíveis problemas ou olhares de pessoas mal intencionadas; o terceiro ogan presta atenção de uma maneira geral, auxiliando os outros ogans.

Alguns terreiros de candomblé não permitem que mulheres sejam ogans alegando, segundo Mattos “(…) que elas não poderiam usar os instrumentos sagrados por ficarem de pajé (menstruadas)” (pg. 93). Ainda citando Mattos, “(…) porém, na umbanda, um indivíduo feminino tem totais condições de ser uma atabaqueira, sem problema algum. Se considerarmos que os Ogãs tem um poder divino, uma faculdade mediúnica musical, esta não vem com o gênero, e sim com o espírito e este por ter origem na essência divina, não tem sexo” (pg. 93).

Há outros instrumentos que são usados nos trabalhos para auxiliar os toques dos atabaques, como o agogo, chocalho, triângulo, pandeiro, berimbau, etc.

É importante que os filhos da corrente e a assistência participem das giras cantando e batendo palmas, pois sem essa união de forças dificultam o bom andamento do trabalho. Se não sabe o ponto, bata palmas, mas principalmente, preste atenção nos pontos, pois normalmente eles são curtos e repetitivos, fáceis de aprender. Para os pontos mais longos, que quase não se repetem, ou mesmo para aqueles pontos que são cantados em giras especiais, como de ciganos, marinheiros ou boiadeiros, os terreiros muitas vezes deixam disponíveis pastas com os pontos escritos, e em alguns casos, as pessoas se reúnem antes das giras para cantarem os pontos e aprenderem aqueles que não sabem.

Não é vergonha não saber os pontos, vergonha é não participar, não ajudar a cantar ou bater palmas, assim como achar que não tem voz boa pra cantar e por isso não cantar.

Cantar ajuda a todos, aos guias, aos médiuns, aos cambonos, a assistência, a afastar maus espíritos, más influências, miasmas no plano astral, energias negativas, e atrai sempre bons fluídos, boas energias e boas vibrações.

Newton Carlos Marcellino

Bibliografia Consultada:
Primeiro Congresso Brasileiro do Espiritismo de Umbanda – Federação Espírita de
Umbanda – Editado pela Federação Espírita de Umbanda – 1942
MATTOS, Sandro da Costa O livro Básico dos Ogans .
ORPHANAKE, João Edson A umbanda às suas ordens. Tríade Editorial
ORPHANAKE, João Edson Umbanda Perguntas e Respostas. Tríade Editorial 


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02/05/2018

Cruzeiro das Almas e Cemitério


O QUE É UM CRUZEIRO DAS ALMAS EM UM CENTRO DE UMBANDA?

Isso da azar? Chama a morte?

PAI OBALUAYÊ, Orixá da transmutação cujo nome significa ( REI SENHOR DAS ALMAS) e com base nos muitos mistérios deste grande e amoroso Orixá abordaremos um tema pouco compreendido dentro da Umbanda o CRUZEIRO DAS ALMAS.

Geralmente encontrado dentro dos cemitérios que na Umbanda conhecemos como CAMPO SANTO ou ainda CALUNGA PEQUENA, o CRUZEIRO DAS ALMAS ficou conhecido como ponto de referência para que velas sejam acesas em lembrança e homenagem das pessoas que ali foram enterradas em um ritual para que suas almas sejam levadas a DEUS. Deixamos claro aqui que não levantamos em hipótese alguma criticas para os irmãos de outras denominações religiosas que lá se dirigem no Cruzeiro ( termo mais conhecido e usado ) tomando o fato citado acima somente como exemplo.

Infelizmente também presenciamos em determinados cruzeiros trabalhos de ordem negativa que fogem do conhecimento de quem o fez do sentido religioso que este ponto de forças tem dentro da Umbanda e ainda vale lembrar que em outras situações encontramos sujeira que também é um fator de desrespeito para com Obaluayê e para com os que lá se dirigem.

Um CRUZEIRO DAS ALMAS é uma passagem, ou ainda, um portal onde o espírito passa de um plano vibratório para outro e o Orixá que rege este campo de ação é Obaluayê, mas o cruzeiro serve somente para isso? Podemos interpretar "plano vibratório" como campo de energias, isso pode se aplicar a diversas situações que estejamos passando em nossas vidas como por exemplo: Uma doença física, emocional, uma obsessão complexa ou mesmo simples, magoas, ódios, rancores e todo sentimento de ordem negativa e quando falamos em TRANSMUTAÇÃO nos referimos também a modificação de vibração que nos problemas citados acima seria o oposto ou seja o lado positivo.

Se nos referimos a "planos" podemos ainda simplificar por "passagens" para que de forma simples nos tornemos mais compreendidos que da o título muito conhecido de Pai Obaluayê como também "SENHOR DAS PASSAGENS"

Direcionamo-nos agora para uma casa, centro, tenda de Umbanda onde encontramos nos terreiro sempre um "cantinho" das almas" ou o CRUZEIRO DAS ALMAS. Muitas vezes um determinado guia nos da uma vela branca e nos pede para firma-la no mesmo, logo interpretamos que estamos com eguns, quiumbas ou algum sofredor, mas nos esquecemos que tal qual no campo santo, ali também é um ponto natural e sagrado de Obaluayê e muitas vezes a "vela" não para os outros, mas sim para nós mesmos, para podermos com a ajuda do Pai Transmutarmos algo de ruim ainda que não estamos conseguindo sozinhos resolver dentro de nós.Lembramos ainda que o Cruzeiro de um centro tem a função de proteger também a casa de ataques de seres infelizes vampiros espirituais, etc... Como no campo santo é feito.

Como podem ver nada tem a ver um cruzeiro das almas com azar ou chamamentos da morte, isso é fruto de crendices populares e gente infelizmente ainda mal informada dentro e fora da Umbanda. Além de um campo de proteção para a casa, ali ficam direcionadas as forças do Orixa Obaluayê, para que de forma sagrada e ritualística elas possam ser evocadas.

Lembramos que o Cruzeiro das Almas é um ponto de luz e deve sempre quando nos direcionamos a ele como em qualquer outro campo de força de Orixás ser feito com respeito, bom senso e acima de tudo FÉ. Espero ter colaborado e desejo muita luz na vida de todos

ATOTO MEU PAI OBALUAYÊ

Pai Géro







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