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29/01/2018

As Dificuldades da Mediunidade

As Dificuldades da Mediunidade

Atuar como um intermediário entre seres pertencentes a planos diferentes não é uma tarefa simples, mas é a função do médium, e exige intenso e intermitente esforço de concentração, disciplina e trabalho.

Se a convivência com seres “normais”, encarnados, já é suficiente para levar muita gente à loucura, o que dizer das situações bizarras com as quais os médiuns e paranormais devem lidar diariamente. Imagine, por exemplo, receber visitas de espíritos que não sabem que estão mortos; ver a alma de um enteado deixando o corpo no momento do desencarne; sair do corpo durante o sono e se ver na cama dormindo; escrever mensagens em outros idiomas e sequer entender o que está escrito; andar por aí sem conseguir discernir quem está nesta ou em outra dimensão. As histórias envolvendo os médiuns seguem por esse caminho.

São várias as dificuldades e os desafios enfrentados pelos médiuns quando ainda não se adaptaram às suas faculdades psíquicas, ou ainda não as conhecem bem. Em muitos casos, o próprio desabrochar da mediunidade já é um tanto traumático e amedrontador para o indivíduo, levando-o ao desespero. Segundo Wiliam Jones, presidente do Centro Espírita Seara Bendita, muitas pessoas não prestam a devida atenção a essas manifestações em suas vidas; às vezes nem percebem sua mediunidade, e acabam inutilizando uma ferramenta que pode ser fundamental para o próprio auxílio espiritual, ou o auxílio a uma comunidade.

Na introdução do livro A Vida no Planeta Marte, Hercílio Maes (1913 – 1993), médium que psicografou diversas obras do espírito Ramatís, conta que seu caso começou de forma muito desagradável: “O excesso de fluidos, que vibravam em mim, transformou-se num fenômeno de opressão e ansiedade, que me levou aos consultórios médicos, ingressando, então, na terapia de sedativos e tratamentos de neurose de sangue, sem que, no entanto, conseguissem identificar a verdadeira causa do meu estado, o qual era todo de ordem psíquica. Felizmente, um amigo sugeriu-me que eu devia desenvolver-me num centro espírita. Aceitei a sugestão e, efetivamente, em menos de trinta dias, recuperei minha saúde, quanto a esse estado aflitivo e anormal de perturbações emocionais. Devotei-me, então, a uma leitura intensa do setor espiritualista. Todavia, não consegui livrar-me da complexa confusão anímica, que é a 'via-crucis' da maioria dos médiuns em aprendizado. No meu deslumbramento de neófito, alvorocei-me no anseio de obter ou desenvolver, o mais depressa possível, a mediunidade sonambúlica, pois ainda ignorava que as faculdades psíquicas exigem exaustivo esforço ascensional e que a disciplina, o estudo, a paciência e o critério cristão são os alicerces fundamentais do bom êxito. Além disso, a dor, com todos os seus recursos impiedosos, assaltou-me por largo tempo; doente, fui submetido a quatro operações cirúrgicas; sofrimentos morais, aumentados ainda por prejuízos econômicos, fecharam-me naquela situação acerba em que a alma se vê forçada a olhar as profundidades de si mesma em busca de um mundo extraterreno, liberto das ansiedades mesquinhas e de caráter transitório”.

“Então, no silêncio das noites insones, meditando profundamente, consegui encouraçar-me daquela resignação intrépida que decide o homem a aceitar todos os seus espinhos, desde que seja a serviço do Divino Mestre. E minha alma ouviu o cântico sublime daquele amor que nos leva a compreender que somos uma unidade cooperadora do equilíbrio do Universo Moral, servindo a Deus e ao próximo”.

“Após ter imposto esse traçado a mim mesmo, um dia, escutei a voz amiga e confortadora de Ramatís para guiar-me. E, então, a minha mediunidade começou a florescer como a flor cuja raiz encontrou um solo rico de energias vivificantes”.

Primeiros Avisos

Antes de relatar esse processo, Maes descreve com detalhes o primeiro contato que teve com Ramatís, aos três anos de idade. Já havia nele uma forte predisposição para a mediunidade que, contudo, só veio a aflorar muitos anos depois. Uma explicação possível para o caos em que se transformou sua vida num primeiro momento, pode ter sido a interferência de seu mentor espiritual para avisá-lo que precisava começar a se preparar. Quando a pessoa não atende ao chamado, seja por descrença, descaso ou desatenção, seu mentor pode incitar algum tipo de transtorno – que pode ser de ordem material, física ou existencial – com o objetivo de alertar o médium. “É uma forma de sinalizar o fenômeno”, observa William.

Para Albert Paul Dahoui, escritor de A Saga dos Capelinos (série de nove livros sobre Capela), a mediunidade aconteceu de forma inesperada. Em 1969, aos 22 anos, ateu e materialista, Albert procurava explicações para a vida e o universo através da ciência. “Namorava aquela que viria a ser minha primeira esposa, e ela era umbandista. Quando mencionou o fato, achei aquilo tudo muito estranho e resolvi investigar”, ele conta. Após meses de insistência, conseguiu convencer a esposa a levá-lo ao centro de umbanda. “Lá pelas tantas, ela teve uma manifestação. Neste instante, impelido pela curiosidade, levantei-me para observá-la melhor. Assim que o fiz, senti uma irresistível vontade de me sacudir. Um espírito incorporou-se, como se diz no linguajar comum, e me arremessou contra o chão, após um vôo sensacional. Assim que me levantei, já livre da incorporação, meu corpo todo tremia, mesmo que jamais estivesse tão calmo quanto naquele momento. Pensei comigo: ou enlouqueci ou existe algo nessa coisa toda que preciso descobrir. Alguns dias depois, entrava para o centro de umbanda”. Mais tarde, Dahoui percebeu que já manifestava os sintomas desde os dez anos.

Embora continuasse frequentando o mesmo centro, não foi na umbanda que ele encontrou explicações suficientes para esclarecer inúmeras dúvidas que lhe surgiam. “Temos a sorte de ter os livros de Alan Kardec, assim como o trabalho de vários pensadores e médiuns, especialmente Chico Xavier. Já, na umbanda, salvo exceções que acredito existir mas não as conheço, os livros doutrinários ou são pobres, ou são escritos por pessoas que podem até ter boa vontade, mas são culturalmente primárias”. Albert, que acabou se tornando médium de incorporação e intuitivo, acredita que a mediunidade e os estudos que dela decorreram lhe conferiram uma maior compreensão do universo e dos processos que o constituem. “Mas isto é um trabalho para sempre”, adverte. “Adquirir conhecimento é uma atividade permanente. Entretanto, a compreensão dos fatos existenciais nos dá uma força maior e nos permite superar os problemas”.

Problemas e Soluções

Militar do exército, hoje na reserva, o médium e escritor Eurípedes Kuhl, de 68 anos, também não teve um começo muito tranqüilo. “Tinha sonhos recorrentes sobre desastres aéreos, que se confirmavam em, no máximo, 48 horas. Queda de aviões não são rotina, mas também não são raras. Acontece que eu passei a saber onde e quando. Aí, não me restou escape: procurei freqüentar reunião mediúnica, na tentativa de entender o que isso representava”, conta Eurípedes. Aos poucos o tema dos sonhos deixou de ser “queda de aviões”, e passou a todo tipo de tragédia, que em seguida se consumava, até que um dia as premonições cessaram.

Assim como Dahoui, Eurípedes acredita que, ao conseguir educar a mediunidade, passou a ter uma nova visão da vida e do universo. “Tenho procurando ser mais tolerante, fato que só bem me faz. A visão da vida e da reencarnação, sob a ótica espírita é, para mim, a maior contribuição filosófica que o Espiritismo oferta à humanidade”, diz Eurípedes. Ele observa que, no espírita convicto, conquanto o instinto de conservação impere em todos os seres vivos, “a morte, em si, sem ser desejada, deixa de ser temida. Acredito na existência de outros universos, não apenas o físico (da astronomia) e no espiritual (da concepção espírita), mas também, universos em dimensões ultra-espirituais”.

Wagner Borges, especialista em projeção astral e fundador do Instituto de Pesquisas Projeciológicas e Bioenergéticas, afirma que desde sua primeira experiência mediúnica (enquanto dormia, saiu de seu corpo e pode se observar), já foi logo se informar sobre o fenômeno. “Nunca tive medo, porque sempre procurei entender o que acontecia. Li muitos livros e participei de reuniões em grupo, de modo que minha mediunidade foi se desenvolvendo à medida que eu ia compreendendo cada vez mais esse assunto”. Ele conta que, certa vez, apareceu-lhe um espírito que estava sem a cabeça. Wagner teve de fazê-lo entender que sua cabeça astral continuava lá, que fora o seu corpo material quem sofrera a lesão. “O espírito se apresenta para você da forma como ele mesmo se vê; então eu o vi sem a cabeça. Pouco a pouco, ela foi se reconstituindo, quando ele se convenceu de que ela estava lá”.

Episódios semelhantes são corriqueiros nos centros espíritas. “Houve um homem cujo rosto estava todo deformado, e que não sabia que tinha morrido num acidente de trabalho”, conta William Jones. “Enquanto ele regulava a pressão de uma caldeira ela explodiu na sua frente. Nós lhe 'emprestamos' ectoplasma e recompusemos seu perispírito. Quando ele se olhou com a face refeita, ficou tão feliz que chorava de emoção”, relembra. Depois disso, os médiuns orientaram-no a procurar assistência do plano espiritual. “Ele tentava falar com a família, mas achava que ninguém queria falar com ele porque estava deformado”.

Conhecendo os Sinais

Há cerca 100 tipos de mediunidade, dos quais os mais recorrentes são: a psicografia (mensagens escritas, transmitidas por um espírito através do médium), pictografia (pintura de imagens recebidas), clarividência (capacidade de ver acontecimentos passados ou futuros, ver o corpo astral de outras pessoas e ver espíritos), clariaudiência (propensão para ouvir os espíritos), etc. Os médiuns conhecedores do assunto explicam que cada espírito recebe um potencial diferente mediante sua ocupação na Terra. “Por exemplo”, diz William, “se você encarnou com o objetivo de ajudar a humanidade através do jornalismo, então suas aptidões estarão voltadas para a comunicação. É a mesma coisa com a mediunidade: cada um recebe a que precisa”.

Os sintomas mais comuns indicadores de forte predisposição para a mediunidade são: suor excessivo nas mãos e axilas; maçãs do rosto muito vermelhas e quentes; as orelhas ardem; depressão psíquica e instabilidade emocional, melancolia; distúrbios de sono, ou em excesso, ou insônia; perda do equilíbrio do corpo, sensação de desmaio iminente; súbita aceleração dos batimentos cardíacos (taquicardia); fobia e medo de quase tudo, sensação de insegurança. Mas tudo isso vai se estabilizando e desaparecendo conforme o médium canaliza de forma mais adequada suas faculdades psíquicas com muito estudo, trabalho e disciplina.

Uma das tarefas mais complexas para o médium novato é conseguir discernir as influências que atuam em sua psique. Não se questiona mais o fato de que o ser humano sofre interferências de todos os elementos que compõem o universo, e isso inclui as formas-pensamento de outros seres. De uma maneira ou de outra, todos os seres humanos são, em maior ou menor grau de intensidade, médiuns por natureza. “Às vezes, o indivíduo escreve uma mensagem e não sabe se veio dele mesmo, de seu mentor ou de outro espírito. Nem tem certeza se foi inspiração ou psicografia”, diz William. Além disso, o próprio médium, por falta de confiança ou desenvoltura em lidar com sua mediunidade, pode interferir no que o espírito está tentando lhe dizer.

Dahoui lembra um episódio, quando trabalhava com sua entidade no centro umbandista, em que veio um consulente pedir auxílio espiritual. “Era um homem negro, de trinta anos, e postou-se em perfeito mutismo. Em questão de segundos, passou pela minha cabeça que o rapaz tinha sido abandonado pela esposa e que ela tinha levado sua adorada filha de oito anos. Além disto, estava sendo acusado de desvio de mercadorias na empresa em que era guarda-noturno. Imediatamente, não permiti que minha entidade lhe falasse aquilo. Só podia ser coisa de minha cabeça: era muita desgraça para um homem só”. Convencido de que aquilo era uma criação de sua mente, Dahoui disse ao homem que estava tudo bem e que fosse embora, ao que o consulente, arrasado, retrucou dizendo que não estava nada bem e, em seguida, contou exatamente a mesma história que surgira na mente do médium. “A entidade ainda tinha tentado falar algo, mas eu – um médium novo na época –, fiquei aflito e querendo me ver livre da situação constrangedora”.

Concentrar no Amor

Dahoui ainda observa que, se o espírito quer dizer alguma coisa que o médium acredita ser invenção de sua cabeça – e muitas vezes é mesmo – ele é capaz de não deixar o espírito falar. “Muitas pessoas hão de ficar revoltadas com o que estou dizendo, mas posso assegurar que devo ter tido contato com mais de três mil espíritos e médiuns diferentes nestes 33 anos de pesquisa, e não encontrei um caso sequer em que eu pudesse dizer que o médium não interferiu de uma forma ou de outra, em menor ou maior grau”. Sendo assim, o esforço do médium consiste em “sintonizar a freqüência”, como se fosse uma estação de rádio, de modo que a “melodia” possa fluir com o mínimo de distorção.

Mas a coisa não pára por aí. É unanimidade entre os médiuns experientes que a evangelização é condição indispensável para uma orientação positiva das faculdades mediúnicas. “Não é necessário que a pessoa desenvolva algum tipo de trabalho diretamente ligado ao Espiritismo”, diz William Jones. “Aliás, ela nem precisa ser espírita, mas tem que se desenvolver moralmente e ampliar seu poder de amar incondicionalmente”. Wagner Borges, que não tem uma religião específica, concorda plenamente com esse ponto. “Se você tem amor dentro de você e ele está presente em todas as suas ações, então você já está no caminho certo”.

O executivo Ailton Leite, de 49 anos, nunca trabalhou num centro espírita, apesar de ser médium desde a infância. “Sempre quis ser médico de gente, mas acabei virando um médico de empresas”, conta Leite, que também afirma ter uma forte sintonia com Ramatís. Ele acredita que, se não fosse pela mediunidade, ele não teria mergulhado nos conhecimentos espíritas, que muito contribuíram para seu crescimento moral. “Na profissão em que atuo, a paciência, a honestidade e a serenidade são valiosos atributos”, observa Ailton. “Cada um recebe as faculdades de que necessita para desempenhar uma determinada função nesta vida. Se você é um espírito missionário, que não tem nada a pagar e só vem para trazer conhecimento à humanidade, o plano espiritual pode julgar providencial que sua mediunidade seja muito forte, a fim de que ela potencialize seu trabalho”, explica. William completa dizendo que às vezes, a mediunidade só vem para mostrar algumas coisas à pessoa.

Todos os entrevistados concordam que não é preciso ter uma religião para ser bom e fazer o que é correto. Segundo eles, na ausência de uma educação ética, o médium pode utilizar seu dom negativamente. Pode comercializá-lo, aproveitando-se da fragilidade das pessoas para cobrar por consultas nas quais é capaz de delatar maridos que traem, sócios que roubam, acidentes que irão acontecer ou ensinar como ganhar fortuna fácil. “Existem pessoas que usam seu poder para se promover e chamar a atenção do público”, diz William. Ailton reforça essa tese dizendo que as pessoas sempre procuram os efeitos especiais, em detrimento dos verdadeiros ensinamentos. “Se numa mesma rua estiver um homem que entorta garfos com o poder da mente, e mais adiante houver outro falando sobre amor, justiça e solidariedade, o povo vai atrás do primeiro”, ele ironiza.

A mediunidade em si, como todas as coisas no universo, não é boa nem ruim. O dinheiro na mão de uma pessoa pode servir para comprar uma arma e matar um ser humano, ou para comprar comida e alimentar uma criança faminta. No cosmo, há espíritos comprometidos com a evolução humana, há os que precisam desesperadamente de orientação, e há os que ainda mantêm um apego ferrenho aos bens materiais. Cada qual sintoniza com as pessoas da mesma estirpe, da mesma índole. Ou seja, cabe a cada ser humano determinar suas companhias e seu destino, nesta e em qualquer outra dimensão.


Nathalia Leite





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24/01/2018

Divina Corrente de Umbanda

Divina Corrente de Umbanda

Dia desses estava pensando sobre a sublime missão da Umbanda. Uma religião que permite o culto a natureza, que aceita pessoas de todas as religiões, de todas as cores, bandeiras, passados, crenças, sem exigir nada; que se baseia no intercâmbio mediúnico como forma de aprimoramento livre; que se manifesta de forma simples e alegre, na prece entoada em cânticos, no colorido das pembas, no sacudir das ervas...e, assim, lembrei que a ideia de "corrente" é algo que sempre me chamou a atenção. Hoje entendo um pouco melhor esse conceito.

Mais do que um chavão ou uma metáfora, a concepção de corrente mediúnica tem um fundamento de fraternidade, de universalidade, de união, de apoio e de condensação energética. Nunca vou esquecer a imagem: todos de branco, de mãos dadas, fazendo uma oração em prol de pessoas que nem conheciam...isso é uma corrente mediúnica. A ação de dar as mãos, de estar apoiado por seus irmãos e de apoiá-los, de vibrar em um só coração, um só pensamento em prol daqueles que em muitas situações nos são invisíveis, colocar-se como parte de um todo... diluir-se em meio ao todo. Quando entramos em uma corrente mediúnica, estamos nos colocando a serviço da Luz e, numa postura humilde, estamos dizendo ao Universo: "sou uma peça a mais na grandiosidade da Vida, sou só mais um elo".

Elos fortes são forjados dia a dia, são construídos na experiência de sua própria espiritualidade, na humildade adquirida na dor e na desilusão, na fraternidade construída no desapego e na solidão, na alegria de ser útil, na esperança que a minha fé proporciona...é na aprendizagem profunda sobre as dores e alegrias da Vida que me forjo, me fortaleço para a Caminhada mediúnica. E me fortaleço cotidianamente no respeito e no zelo ao meu próximo e a mim mesmo.

Serei um elo forte da divina corrente de Umbanda quando perceber que não faço parte dessa corrente apenas nos dias de gira, nas saudações, nos trabalhos externos (nos campos naturais) ou quando preciso de ajuda. Serei um bom elo, quando entender que sou co-responsável pelo ideário que a sociedade tem do que é mediunidade e do que é Umbanda. Serei um elo luminoso quanto mais assumir as responsabilidades perante a minha própria espiritualidade; quanto mais aprender a respeitar minha Casa Espiritual, meus irmãos de religião; quanto menos fizer qualquer tipo de distinção em auxiliar; quanto mais eu aprender sobre amar, proteger e respeitar a egrégora que me acolhe e me acompanha...

Seremos melhores elos quanto mais entendermos que somos apenas instrumentos a serviço do Povo de Aruanda.
Salve a Divina Corrente de Umbanda!
Saravá o Povo de Aruanda!

Nelly




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16/01/2018

Parem de Sujar a Imagem da Umbanda!

Parem de Sujar a Imagem da Umbanda!

Este post vai ser redigido de forma "curta e grossa", para que não restem dúvidas aos que têm dificuldades de interpretação de texto.

Chega! Parem de sujar a imagem da Umbanda! Parem de denegrir o nome da Umbanda!

Os Umbandistas não aguentam mais serem taxados de satânicos, loucos, exibicionistas, ignorantes e ridículos.

Pessoas de má índole, ou que pensam ser umbandistas, ou pior, médiuns umbandistas indisciplinados, que banalizam a mediunidade e desrespeitam os fundamentos sagrados da religião, na maioria das vezes nem conhecem esses fundamentos, essas pessoas desrespeitam toda a comunidade umbandista com atitudes grotescas, criminosas, insanas e até cômicas perante a sociedade leiga no que se refere à religião de Umbanda.

Poderia tentar justificar aqui o porquê dessas pessoas agirem dessa forma, poderia supor que trata-se de sério processo obsessivo, mas prefiro acreditar que é falta de vergonha na cara mesmo. Acredito que os próprios espíritos desencarnados são vítimas dessas pessoas, que unidas aos seus obsessores e kiumbas são verdadeiras sombras por onde passam, verdadeiros exércitos das trevas que tentam desconstruir toda edificação de amor que todas as religiões pregam.

A internet está cheia de pretensos umbandistas que usam o nome da religião para fazer meio de vida, para ensinar absurdos, para satisfazerem o próprio ego veiculando imagens das entidades incorporadas, exibindo o sagrado no profano, numa total falta de respeito.

Como se não bastasse, recentemente, estar na mídia crimes de seitas satânicas sendo associados à religião afro de forma geral, por falta de discernimento e bom senso, temos, mais recentemente ainda, um vídeo circulando na internet onde uma criatura embriagada é parada em uma blitz de trânsito em Porto Alegre para o teste do bafômetro e o seu suposto exu manifesta-se simulando a mediunidade de incorporação, perante os olhos de todos do local, para defendê-la e impedir que a mesma submeta-se a tal teste. O Umbandista verdadeiro quando vê esta cena não sabe se ri ou se chora. Lamentável!!!

Nós, umbandistas, que trabalhamos dias, meses e anos para desmistificar e fortalecer a religião em sua base de amor e caridade, que trabalhamos duramente em nossos terreiros para formar médiuns sérios, esclarecidos e disciplinados, não podemos nos omitir diante de tamanha agressão às religiões espiritualistas de forma geral. Que a justiça de Xangô se estabeleça em feixes de luz sobre a consciência de todos, para que saibam separar o joio do trigo.

Ednay Melo






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15/01/2018

Impressões de um Iniciante

Impressões de um Iniciante

Sentados nas fileiras dos consulentes, olhamos para dentro do congá e vemos nestes médiuns a espiritualização que almejamos.

São como que mensageiros, verdadeiros anjos, seres especiais, com uma grande missão: amparar e ajudar a humanidade! Por estar próximo a estes seres humanos diferentes sentimos a grande aura do espírito que se comunica, e um facho da essência de DEUS. Médiuns de UMBANDA e suas entidades, para quem olha de fora são médicos de DEUS, com poder de abrandar nossas dores físicas e curar os males do corpo. São advogados dos CÉUS, com missão de fazer a justiça de que necessitamos. São senhores da MAGIA capazes de transformar pó em ouro, escriturários em doutores, auxiliares em chefes, indiferença em AMOR, ignorância em SABER. É ISTO MESMO?

Sentado nas fileiras dos consulentes, é isto mesmo! Após adentrar para a corrente mediúnica observo como os médiuns de UMBANDA são pessoas comuns, com profissões comuns, com vida comum, pensamentos comuns. E em alguns casos me decepciono por que alguns guardam mágoas, são vingativos, fofoqueiros, maledicentes, orgulhosos, vaidosos, e indiferentes ao que acontece no astral. Como entender isto? Em pessoas especiais, médiuns que acoplam em seus corpos seres divinos, como entender que os conselhos, a sabedoria, a determinação e a coragem de seus guias não transformem seus mentais, não toque em seus corações, como entender isto?

Não espere resposta a este conflito nas próximas linhas, pois eu não entendo! Mas, refletindo sobre isto, um destes enviados divinos assopra aos meus ouvidos: Lembra-se do que é merecimento, liberdade de escolha, dívidas passadas, carmas e justiça divina? Lembra-se filho?

Conforme vamos seguindo neste caminho escolhido, o “caminho espiritual”, começamos a entender algumas das máximas Umbandistas de uma maneira intima: umbanda é a escola da vida, acolher a todos e a nenhum virar as costas, aprender com quem saiba mais ensinar a quem saiba menos.

Dentro do terreiro é o melhor lugar para exercitar a tolerância, aceitar as diferenças, propagar o perdão,respeitar os diferentes níveis de cada um, seja social, cultural, moral ou evolutivo. É o lugar certo para se aprender que a justiça divina existe e a esta justiça não se contesta, se aceita, pois desconhecemos os direitos e deveres de cada um perante DEUS. E justiça não é aquilo que nos favorece, justiça é algo de DEUS para com todos.

O caminho espiritual é um caminho solitário onde alguns são tocados e outros não, mas todos estão no caminho e em algum momento nesta caminhada, em diferentes épocas e estágios, todos deverão ser tocados pelo respeito às diferenças e pela aceitação das mesmas. Além da resignada lição de todos os dias que a escola da vida nos ensina.

Antônio Biso dos Santos





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14/01/2018

Quem são os Pretos Velhos?

Quem são os Pretos Velhos?

Muita pretensão seria trazer em um único artigo, todas as informações a respeito desta tão importante Equipe Espiritual.

Com humildade, virtude por eles tão ensinada, que trazemos à você, esta singela contribuição para o seu estudo.

Entende-se no Espiritismo que a Criação Divina está em constante movimento e sintonia, as quais, por menores que sejam as moléculas, cada uma tem sua função e ciclo sempre rumo à evolução.

Por longos períodos o Espiritismo, por conta de adeptos ainda em fase rudimentar evolutiva, entendiam que apenas os Espíritos de seres em fase encarnatória que adquiriram algum grau de instrução acadêmica, tivessem permissão e moral para nos transmitir mensagens edificantes.

Em um presente tão distante deste passado, infelizmente, essa ainda é uma verdade em muitas reuniões mediúnicas.

Na Equipe Espiritual ou Linha Espiritual que os Pretos Velhos trabalham, não existe essa separação, pois na espiritualidade o que tem importância, são os valores a serem enviados a quem teve a oportunidade da reencarnação e que em conjunto, se faz cumprir a missão de constante ensinamento e por quê não dizer; aprendizado, pois os humildes, por mais sábios que possam ser, sempre se permitem aprender.

Foi no período da Escravidão no Brasil, onde predominantemente, o povo Africano sofreu com o tráfico de seus nativos é que se fez ponto principal e mais relatada expiação desses Espíritos, sendo sempre importante também destacar, que muitos Pretos Velhos sequer são negro ou até mesmo, velhos e obviamente, trabalham tanto na polaridade masculina quanto na feminina.

Alguns destes Trabalhadores foram grandes Médicos, Padres, Químicos, Magos e conhecedores da manipulação de todos os elementos da Terra em toda parte do Planeta, não somente no Brasil. Entretanto, todos, em algum período de vida terrena e em fase mais primitiva, cometeram atos que lhes acarretaram consequências que os levaram a um ciclo provatório evolutivo emergente mas de duras provas de humilhações, dores, perdas e decepções, tendo como herança dessas sofridas encarnações, a honrosa missão de ser luz e nos mostrar a importância de cada dificuldade que conseguiram superar.

Por culpa do preconceito, orgulho e falta de conscientização, esta equipe teve e ainda tem, dificuldades em exercer seu primoroso trabalho em favor da evolução espiritual.

Atuantes com mais intensidade nos Terreiros de Umbanda, religião anunciada numa reunião Espírita através do Médium Zélio Fernandino de Moraes pelo Espírito do Caboclo das 7 Encruzilhadas, os Pretos Velhos e outros tantos Espíritos até então excluídos, tiveram espaço para enfim trazer seus valiosos ensinamentos.

E antes mesmo da Umbanda se fazer presente no planeta uma gama de Espíritos precisaram fazer escola para se apresentarem da forma que fazem hoje, como velhos psicólogos cuidadores da nossa psiquê. Estudaram muito nas escolas espirituais para poderem se apresentar como fazem hoje, porque só a teoria com a ação nos leva a um completo aprendizado. São Espíritos que já venceram a ignorância e são doutores no ensinamento de como se faz para ter a humildade, a serenidade dos mais vividos com sabedoria. Sentimentos e posturas imprescindíveis para um adiantamento espiritual necessário.

Muitos ainda titubeiam quando os mesmos se manifestam em seus médiuns nas reuniões Espíritas com postura, voz ou trejeitos de pessoas mais velhas, pois ainda julga-se o livro pela capa. Isso não deve ser visto como misticismo. Um médium que tem sua conduta moral preservada e lapidada de acordo com os ensinamentos Crísticos, tem humildade suficiente para se fazer medianeiro de um Espírito que em elevadíssima evolução se submete a vir em terra em seu mais humilde e sofrido envólucro espiritual, para diante dos que buscam por ensinamentos em suas dores e aflições, encontrem ali, acima de tudo, o colo e a compaixão de quem entende a dor do seu irmão (sim, todos somos irmãos, filhos de um mesmo pai) e trazem consigo um antídoto, ensinando o poder analgésico e transformador que tem a fé.

Não podemos esquecer que Espíritos zombeteiros podem se passar por Espíritos evoluídos e o que os diferenciam é o teor da mensagem passada.

“Aquele que tem ouvidos para ouvir, que ouça! Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mateus 11:15 e 11:27).

Eles se fazem “menores” a seu ver, para que no momento da comunicação você não se sinta em nenhum momento humilhado ou tolo, como se sentiria se diante de um “Doutor” estivesse.

Eles falam como falamos com as crianças, porque independente da idade, diante de Deus, todos somos pequeninos, aprendendo 3 simples lições:

Primeira:
•Escutar - a voz do coração

Segunda:
•Falar - depois de ter feito a primeira

Terceira:
•Caminhar - no caminho do bem

Sábios em manipular os elementos que a Divina criação nos presenteia, estes Espíritos, manipulam o poder magnético de cada um deles, tendo um papel importantíssimo na quebra de feitiços maléficos, sejam eles com ou sem auxílio material. Possuem também como todo elevado espírito, o poder de cura, constantemente realizadas em benzimentos com ervas mas nunca sem o auxílio primordial da fé conjunta com o necessitado.

Quando a Humanidade tiver total ciência de que o poder dos bons pensamentos, atos e acima de tudo, da fé são tão grandes que por si só fazem valer a lei do merecimento, os Pretos Velhos poderão se quiserem, abrir mão de qualquer particularidade, da defumação que o seu cachimbo com ervas medicinais faz para limpar o campo energético do encarnado, sujo por ruins pensamentos, não mais utilizarão velas, pois teremos poder mental suficiente de ligação com as forças supremas sem necessidade de chama, seremos a faísca que se ligará com o todo, enfim o Preto Velho poderá vir em terra puramente, de mãos vazias de matéria e cheias de luz se revelando como ele realmente é.

Mas enquanto uma única alma precisar do auxílio dessas poderosas ferramentas energéticas, elas serão sim utilizadas

Quem de fato precisa evoluir, somos nós e não eles. Se nos falta muito estudo, compreensão e compaixão pra entender os irmãos de caminhada, imagine o que nos falta para poder compreender inteiramente a espiritualidade.

E se fica a dúvida de até quando se farão necessárias as manifestações do modo que são feitas até o presente momento, como disse um sábio Vovozinho certa vez, aqui vos digo: “Assim será até quando Zâmbi (Deus) quiser.”

Jackelline Furuuti
Blog Letra Espírita




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11/01/2018

Não Lembro de Nada


O assunto objeto desta matéria com certeza trará para alguns bastante dissabor e repulsa, pois tocará na vaidade e no ego daqueles que não querem que venham à baila determinadas verdades atinentes ao fenômeno da incorporação. No entanto, como o compromisso do Jornal Umbanda Hoje é ver os adeptos da religião mais esclarecidos e livres de determinados mitos que tanto prejudicam os iniciantes no culto, resta-nos tão somente esclarecermos um ponto nevrálgico sobre o presente tema., 
Sabemos que na Umbanda fala-se muito em mediunidade de incorporação semiconsciente e inconsciente, que, via de regra, ensejam verdadeiras dicussões doutrinárias a respeito.

Não vamos nos ater a explicarmos o processo de acoplamento de um espírito aos chakras e centros nervosos do médium, sendo tema para o futuro.

As incorporações em que os espíritos deixam completamente inconsciente o médium, com tomada integral de todas as faculdades biopsicomotoras, é fenômeno raríssimo nas religiões mediúnicas. Em tempos imemoriais, foi a forma encontrada pelos espíritos para cumprirem suas missões no plano físico sem que o medianeiro pudesse interferir em suas tarefas, pois muitas pessoas não acreditavam na ação dos espíritos sobre o corpo humano e, por isto, se tivessem alguma porcentagem de consciência, acabariam por intervir, voluntária ou involuntáriamente, no labor dos amigos espirituais.

O fato é que, na mediunidade de incorporação semiconsciente, que, diga-se de passagem, também tem seus graus de variação, o espírito ao desprender-se do médium com o qual trabalha, deixa neste quase que a totalidade das informações recebidas ou transmitidas durante uma sessão. Caso haja alguma necessidade, o espírito, atuando no sistema nervoso central e também no cérebro, pode fazer com que o médium deixe de lembrar de alguma coisa, mas isto é exceção. A regra é o médium lembrar-se de quase tudo que foi dito pelo espírito trabalhador.

Neste sentido, muito importante é o respeito e a obediência que os médiuns devem ter para com o segredo de sacerdócio, tópico que analisaremos oportunamente.

Infelizmente alguns médiuns que trabalham semiconscientemente insistem em dizer que não se lembram de nada depois que o espírito interventor se afasta. E o fazem por duas razões básicas: primeiro, querem dar um maior valor a sua mediunidade, dizendo: ” eu sou especial porque trabalho sem consciência”; segundo, para se eximirem de responsabilidade, caso haja alguma comunicação equivocada, por influência do próprio médium, dizendo este depois: ” eu sou inconsciente, quem errou foi o espírito”.

Repito: a mediunidade de incorporação inconsciente ainda existe, mas é raríssima, e quem a tem geralmente não fala, porque é assunto pessoal, e também é circunstância difícil de ser provada.

Na atualidade, não se concebe deixar os iniciantes com a falsa idéia de que, incorporados por um espírito, sua mente se apagará temporariamente. Muitos médiuns sob a ação dos espíritos acham que não estão incorporados, visto terem ouvido de outros que, durante a manifestação dos espíritos, não há consciência no médium. Criam com isto uma série de dúvidas na mente dos iniciantes, fazendo com que muitos pensem até não serem médiuns de incorporação.

A Umbanda vai crescer. E crescerá através de médiuns mais preparados, mais esclarecidos em relação aos fenômenos mediúnicos. Desta forma, farão cair por terra falsas verdades que estão, infelizmente, ainda sendo difundidas irresponsavelmente por alguns.

Jornal Umbanda Hoje




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10/01/2018

O Silêncio dos Lobos

O Silêncio dos Lobos

Pense em alguém poderoso.

Essa pessoa briga e grita como uma galinha ou olha em calmo silêncio, como um lobo?

Os lobos não gritam.

Eles têm uma aura de força e poder. Observam em silêncio.

Somente os poderosos, sejam lobos, homens ou mulheres, respondem a um ataque verbal com o silêncio.


Além disso, quem evita dizer tudo o que tem vontade, raramente se arrepende por magoar alguém com palavras ásperas e impensadas.

Exatamente por isso, o primeiro e mais óbvio sinal de poder sobre si mesmo é o silêncio em momentos críticos.

Se você está em silêncio, olhando para o problema, mostra que está pensando, sem tempo para debates fúteis.

Se for uma discussão que já deixou o terreno da razão, quem silencia e continua a trabalhar mostra que já venceu, mesmo quando o outro lado insiste em gritar a sua derrota.

Olhe… sorria… silencie… vá em frente.


Lembre-se de que há momentos de falar e há momentos de silenciar.

Escolha qual desses momentos é o correto, mesmo que tenha que se esforçar para isso.

Por alguma razão, provavelmente cultural, somos treinados para a (falsa) ideia de que somos obrigados a responder a todas as perguntas e reagir a todos os ataques.

Não é verdade. Você responde somente ao que quer responder e reage somente ao que quer reagir.

Você nem mesmo é obrigado a atender seu telefone pessoal.

Falar é uma escolha, não uma exigência, por mais que assim o pareça.

Você pode escolher o silêncio.

Além disso, você não terá que se arrepender por coisas ditas em momentos impensados, como defendeu Xenócrates, mais de trezentos anos antes de Cristo, ao afirmar:

“Arrependo-me de coisas que disse, mas jamais de meu silêncio.”


Responda com o silêncio, quando for necessário.

Use sorrisos, não sorrisos sarcásticos, mas reais, use o olhar, use um abraço ou use qualquer outra coisa para não ter que responder em alguns momentos.

Você verá que o silêncio pode ser a mais poderosa das respostas.

E, no momento certo, a mais compreensiva e real delas.


Aldo Novak







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