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27/05/2012

Umbanda Tradicional


Umbanda Tradicional
Tenda Espírira Nossa Senhora da Piedade

Umbanda Tradicional é a preconizada pelo médium Zélio Fernandino de Moraes e o Caboclo das Sete Encruzilhadas, com a fundação da primeira Tenda de Umbanda: a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade.

A pesquisa aqui apresentada, com relação a esta vertente da Umbanda, a Umbanda Tradicional, visa unicamente discorrer sobre os vários aspectos da Religião de Umbanda sob o prisma dos seus fundadores, a fim de conhecer e direcionar os conceitos estudados à realidade individual de cada um, sem emitir nenhum tipo de julgamento, respeitando sempre a diversidade de pensamentos da nossa amada religião.


Zélio Fernandino de Moraes

"Zélio Fernandino de Moraes nasceu no dia 10 de Abril de 1891, no distrito de Neves, município de São Gonçalo - Rio de Janeiro. Filho de Joaquim Fernandino Costa, oficial da Marinha, e Leonor de Moraes, formavam uma família tradicional no bairro das Neves, no município de São Gonçalo, Rio de Janeiro. Em 1908, aos 17 anos, Zélio havia concluído o curso propedêutico (ensino médio) e preparava-se para ingressar na escola Naval, a exemplo de seu pai, quando fatos estranhos começaram a atordoar sua juventude.

Em alguns momentos Zélio era visto falando em tom manso, com a postura de um velho, com sotaque diferente de sua região, dizendo coisas aparentemente desconexas, chamando a atenção da família. Preocupados com a situação mental do menino que se preparava para seguir carreira militar na Marinha, e tornando as manifestações cada vez mais freqüentes, encaminharam-no ao Dr. Epaminondas de Moraes (tio de Zélio), médico psiquiatra e diretor do Hospício da Vargem Grande. Após vários dias de observação, não encontrando seus sintomas em nenhuma literatura médica, sugeriu a família que o encaminhasse a um padre, para que fosse feito um ritual de exorcismo, pois desconfiava que seu sobrinho estivesse possuído por forças infernais. Foi chamado outro parente, tio de Zélio, padre católico que realizou o dito exorcismo para livrá-lo da possível presença do demônio e saná-lo dos ataques. Mais uma vez não obtiveram sucesso.

Algum tempo depois, Zélio foi tomado por uma paralisia parcial, a qual os médicos não conseguiam entender. Um belo dia, Zélio levantou-se de seu leito e disse: "amanhã estarei curado" e no dia seguinte começou a andar como se nada tivesse acontecido.

Nenhum médico soube explicar como se deu a sua recuperação. Sua mãe D. Leonor de Moraes levou o menino Zélio a uma curandeira chamada D. Cândida, figura conhecida na região onde morava e que incorporava o espírito de um preto-velho chamado Tio Antônio. A entidade recebeu o rapaz e fazendo suas rezas lhe dissera que possuía o fenômeno da mediunidade e deveria trabalhar com a caridade.

Um amigo sugeriu encaminhá-lo a Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro, em Niterói, fundada em 30 de junho de 1907, pelo então Eugênio Olímpio de Souza, no município vizinho a São Gonçalo, onde foi chamado a sentar-se na mesa pelo presidente da sessão José de Souza, recebendo no dia 15 de novembro de 1908 a entidade que viria a fundar a Umbanda, o Caboclo das Sete Encruzilhadas.

No dia 16 de novembro do mesmo ano, incorporado com essa entidade, funda a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade.

Casou-se muito cedo com Maria Izabel de Moraes para que não se perdesse nos prazeres da vida, tiveram quatro filhos, sendo eles Zélio, Zélia, Zarcy e Zilméia.

O pai de Zélio freqüentemente era abordado por pessoas que queriam saber como ele aceitava tudo que vinha acontecendo em sua residência, sua resposta era sempre a mesma, em tom de brincadeira respondia que preferia um filho médium ao lugar de um filho louco.

Fundou mais de dez mil tendas, que partiram da Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade ou das que dela descenderam, sempre que possível, ele mesmo acompanhava toda a fundação, indo a diversos estados para realizar a abertura delas.Foi um trabalho árduo e incessante para o esclarecimento, difusão e sedimentação da religião de Umbanda.

Nunca usou como profissão a sua mediunidade, sempre trabalhou para sustentar sua família e muitas vezes manter os templos que o Caboclo fundou, além das pessoas que se hospedavam em sua casa para os tratamentos espirituais, sendo que muitas dessas foram curadas.

Nunca aceitara ajuda monetária de ninguém era ordem do seu guia chefe, apesar de inúmeras vezes isto ser oferecido a ele.

Após 55 anos de atividade, entregou a direção dos trabalhos da Tenda Nossa Senhora da Piedade a suas filhas Zélia de Moraes Lacerda e Zilméia de Moraes da Cunha.

Mais tarde, Zélio e sua esposa Maria Isabel de Moraes, médium ativa da Tenda e aparelho do Caboclo Roxo, fundaram a cabana de Pai Antônio no distrito de Boca do Mato, município de Cachoeira do Macacú – RJ, dedicando a maior parte das horas de seu dia ao atendimento de portadores de enfermidades psíquicas e a todos os que o procuravam.

Já com mais idade, e com a saúde debilitada, voltou a Niterói-RJ para tratamento médico. Preparado pelos seus guias espirituais e prevendo a sua morte, um dia antes de fazer sua passagem, entregou a guia do Caboclo das Sete Encruzilhadas para sua filha Zilméia. Zélio faleceu no dia 03 de outubro de 1975 aos 84 anos, sendo sepultado no Cemitério de Maruí, em São Gonçalo."

A partir de 1918, foram fundadas mais sete Tendas sob a orientação do Caboclo das Sete Encruzilhadas:

Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição, fundada por Gabriela Dionysio Soares e posteriormente dirigida por Antonio Eliezer Leal de Souza em 1918;

Tenda Espírita São Pedro, dirigida por José Meirelles;

Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia de Oxossi, dirigida por Dorval Vaz;

Tenda Espírita Santa Bárbara, dirigida por João Salgado;

Tenda Espírita Oxalá, dirigida por Paulo Lavóis;

Tenda Espírita São Jorge, dirigida por João Severino Ramos, médium de Ogum Timbiri em 1935.

Tenda Espírita São Jerônimo, dirigida por Capitão José Álvares Pessoa, também em 1935.

Zélio de Moraes não escreveu nada sobre si ou sobre a religião que teve seu inicio em 15 de Novembro de 1908.

Em 1904, o livro “As Religiões do Rio”, escrito por João do Rio, apresenta um estudo aprofundado dos cultos no Rio de Janeiro e em momento algum aparece a palavra Umbanda, o que endossa que nem a religião de Umbanda, nem a palavra, eram presentes no Rio de Janeiro, onde nasceu a Umbanda.

Os primeiros textos sobre a Umbanda aparecem em um livro chamado “No Mundo dos Espíritos”, em 1925, uma coletânea de reportagens feitas pelo Jornalista Leal de Souza para o vespertino da época chamado “A Noite”, onde aparece, entre outras, uma reportagem do Centro Tenda Nossa Senhora da Piedade com o Médium Zélio de Moraes.

Leal de Souza era médium na Tenda Nossa Senhora da Piedade e por orientação de Zélio de Moraes e do Caboclo das Sete Encruzilhadas, se tornaria o dirigente da Tenda Nossa Senhora da Conceição.

O primeiro livro de Umbanda foi publicado em 1933 por Leal de Souza e recebeu o nome de “O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda”, neste livro há um capitulo (Cap. 23) intitulado “O Caboclo das Sete Encruzilhadas”, onde o autor que conviveu muitos anos com o fundador da Umbanda fala um pouco sobre a entidade, veja abaixo:

“Se alguma vez tenho estado em contato consciente com algum espírito de luz, esse espírito é, sem duvida, aquele que se apresenta sob o aspecto agreste, e o nome bárbaro de Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Sentindo-o ao nosso lado, pelo bem estar espiritual que nos envolve e sensibiliza, pressentimos a grandeza infinita de Deus, e, guiados pela sua proteção, recebemos e suportamos os sofrimentos com uma serenidade quase ingênua, comparada ao enlevo das crianças, nas estampas sacras, contemplando a beira do abismo, sob as asas de um anjo, as estrelas do Céu.

O Caboclo das Sete Encruzilhadas pertence à falange de Ogum, e, sob a irradiação da Virgem Maria, desempenha uma missão ordenada por Jesus. O seu ponto emblemático representa uma flecha atravessando um coração, de baixo para cima; - A flecha significa a direção, o coração é o sentimento e o conjunto – orientação dos sentimentos para o alto, para Deus...

Entre a humildade e a doçura extremas, a sua piedade se derrama sobre quantos o procuram, e não poucas vezes, escorrendo pela face do médium, as suas lágrimas expressam a sua tristeza, diante dessas provas inevitáveis a que as criaturas não podem fugir...

A linguagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas varia, de acordo com a mentalidade de seus auditórios. Ora chã, ora simples, sem um atavio, ora fulgurante nos arrojos da alta eloqüência, nunca desce tanto, que se abastarde, nem se eleva demais, que se torne inacessível.”

As Sete Linhas "Assim, seguindo a Lei difundida pelo Caboclo das Setes Encruzilhadas, trabalhamos com 7 Linhas Brancas, a saber: Oxalá, Ogum, Oxossi, Xangô, iemanjá (oxum e nanã), Iansã e Exú.

Enquanto os Caboclos atuam integrados a estas Sete Linhas, a Linha dos Pretos Velhos se manifesta dividida em vários ramos ou “Povos” (de Angola, do Congo, de Cambinda, de Banguela, de Minas Gerais, da Bahia, etc...) Temos ainda as Falanges das Crianças, do Oriente, das Almas, de Omulú (a Morte – o Velho) e de Abaluaiê (a Vida – o Novo), cada uma delas atuando em diversas faixas vibratórias específicas e delimitadas, condizentes com as determinações do Astral Superior. Na Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, as Falanges de Marinheiros e Boiadeiros apresentam-se integradas aos Caboclos.

Todo este conjunto, dividido hierarquicamente em linhas, legiões, falanges, agrupamentos, grupos, mentores, guias e protetores, operam em absoluta harmonia entre si, situando-se dentro das vibrações energéticas (ou faixa de energia) que lhes são mais harmônicas. Embora se apresentem como trabalhadores humildes e incultos, em sua grande maioria são espíritos de adiantado estágio evolutivo."

Ednay Melo

Fontes de Pesquisa:

Site Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade

Trecho extraído do JUS - Jornal de Umbanda Sagrada



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23/05/2012

História da Umbanda

História da Umbanda

A pesquisa aqui apresentada, visa unicamente discorrer sobre os vários aspectos da Religião de Umbanda sob o prisma dos seus estudiosos, a fim de conhecer e direcionar os conceitos estudados à realidade individual de cada um, sem emitir nenhum tipo de julgamento, respeitando sempre a diversidade de pensamentos da nossa amada religião.

Umbanda é uma religião diversificada, que utiliza elementos de outras religiões, como Catolicismo, Espiritismo, Candomblé e a religiosidade indígena.

O termo "Umbanda" significa "magia que cura" (Heli Chaterlain - Contos Populares de Angola - 1889).

As raízes da Umbanda são difusas. A mais aceita foi a criada em 1908, pelo médium Zélio Fernandino de Moraes, sob a influência do Caboclo das Sete Encruzilhadas:

UMBANDA TRADICIONAL

No final de 1908, Zélio Fernandino de Moraes, um jovem rapaz com 17 anos de idade, que preparava-se para ingressar na carreira militar na Marinha, começou a sofrer estranhos "ataques". Sua família, conhecida e tradicional na cidade de Neves, estado do Rio de Janeiro, foi pega de surpresa pelos acontecimentos.

Esses "ataques" do rapaz eram caracterizados por posturas de um velho, falando coisas sem sentido e desconexas, como se fosse outra pessoa que havia vivido em outra época. Muitas vezes assumia uma forma que parecia a de um felino lépido e desembaraçado que mostrava conhecer muitas coisas da natureza.

Após examiná-lo durante vários dias, o médico da família recomendou que seria melhor encaminhá-lo a um padre, pois o médico (que era tio do paciente), dizia que a loucura do rapaz não se enquadrava em nada que ele havia conhecido. Acreditava mais, era que o menino estava endemoniado.

Alguém da família sugeriu que "isso era coisa de espiritismo" e que era melhor levá-lo à Federação Espírita de Niterói, presidida na época por José de Souza. No dia 15 de novembro, o jovem Zélio foi convidado a participar da sessão, tomando um lugar à mesa.

Tomado por uma força estranha e alheia a sua vontade, e contrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer dos componentes da mesa, Zélio levantou-se e disse: "Aqui está faltando uma flor". Saiu da sala indo ao jardim e voltando após com uma flor, que colocou no centro da mesa. Essa atitude causou um enorme tumulto entre os presentes. Restabelecidos os trabalhos, manifestaram-se nos médiuns kardecistas espíritos que se diziam pretos escravos e índios.

O diretor dos trabalhos achou tudo aquilo um absurdo e advertiu-os com aspereza, citando o "seu atraso espiritual" e convidando-os a se retirarem.

Após esse incidente, novamente uma força estranha tomou o jovem Zélio e através dele falou: −"Porque repelem a presença desses espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens. Será por causa de suas origens sociais e da cor ?"

Seguiu-se um diálogo acalorado, e os responsáveis pela sessão procuravam doutrinar e afastar o espírito desconhecido, que desenvolvia uma argumentação segura.

Um médium vidente perguntou: − "Por quê o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram, quando encarnados, são claramente atrasados? Por quê fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz? E qual o seu nome irmão?

− "Se querem um nome, que seja este: sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque para mim, não haverá caminhos fechados."

− "O que você vê em mim, são restos de uma existência anterior. Fui padre e o meu nome era Gabriel Malagrida. Acusado de bruxaria fui sacrificado na fogueira da Inquisição em Lisboa, no ano de 1761. Mas em minha última existência física, Deus concedeu-me o privilégio de nascer como caboclo brasileiro."

Anunciou também o tipo de missão que trazia do Astral:

− "Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã (16 de novembro) estarei na casa de meu aparelho, às 20 horas, para dar início a um culto em que estes irmãos poderão dar suas mensagens e, assim, cumprir missão que o Plano Espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados.”

O vidente retrucou: −"Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto" ? perguntou com ironia. E o espírito já identificado disse:

− "Cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei".

Para finalizar o caboclo completou:

− "Deus, em sua infinita Bondade, estabeleceu na morte, o grande nivelador universal, rico ou pobre, poderoso ou humilde, todos se tornariam iguais na morte, mas vocês, homens preconceituosos, não contentes em estabelecer diferenças entre os vivos, procuram levar essas mesmas diferenças até mesmo além da barreira da morte. Por quê não podem nos visitar esses humildes trabalhadores do espaço, se apesar de não haverem sido pessoas socialmente importantes na Terra, também trazem importantes mensagens do além?"

No dia seguinte, na casa da família Moraes, na rua Floriano Peixoto, número 30, ao se aproximar a hora marcada, 20:00 h, lá já estavam reunidos os membros da Federação Espírita para comprovarem a veracidade do que fora declarado na véspera; estavam os parentes mais próximos, amigos, vizinhos e, do lado de fora, uma multidão de desconhecidos.

Às 20:00 h, manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Declarou que naquele momento se iniciava um novo culto, em que os espíritos de velhos africanos que haviam servido como escravos e que, desencarnados, não encontravam campo de atuação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas em sua totalidade para os trabalhos de feitiçaria; e os índios nativos de nossa terra, poderiam trabalhar em benefício de seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social.

A prática da caridade, no sentido do amor fraterno, seria a característica principal deste culto, que teria por base o Evangelho de Jesus.

O Caboclo estabeleceu as normas em que se processaria o culto. Sessões, assim seriam chamados os períodos de trabalho espiritual, diárias, das 20:00 às 22:00 h; os participantes estariam uniformizados de branco e o atendimento seria gratuito. Deu, também, o nome do Movimento Religioso que se iniciava: UMBANDA – Manifestação do Espírito para a Caridade.


Tenda Espírira Nossa Senhora da Piedade
A Casa de trabalhos espirituais que ora se fundava, recebeu o nome de Nossa Senhora da Piedade, porque assim como Maria acolheu o filho nos braços, também seriam acolhidos como filhos todos os que necessitassem de ajuda ou de conforto.

Ditadas as bases do culto, após responder em latim e alemão às perguntas dos sacerdotes ali presentes, o Caboclo das Sete Encruzilhadas passou a parte prática dos trabalhos.

O caboclo foi atender um paralítico, fazendo este ficar curado. Passou a atender outras pessoas que haviam neste local, praticando suas curas.

Nesse mesmo dia incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala mansa, foi confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os presentes à mesa dizendo as seguintes palavras:

"− Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nêgo deve arrespeitá."

Após insistência dos presentes fala:

"− Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nego."

Assim, continuou dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa na reunião pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e ele responde:

"− Minha caximba. Nêgo qué o pito que deixou no toco. Manda mureque buscá."

Tal afirmativa deixou os presentes perplexos, os quais estavam presenciando a solicitação do primeiro elemento de trabalho para esta religião. Foi Pai Antonio também a primeira entidade a solicitar uma guia, até hoje usadas pelos membros da Tenda e carinhosamente chamada de "Guia de Pai Antonio".

No dia seguinte, verdadeira romaria formou-se na rua Floriano Peixoto. Enfermos, cegos etc. vinham em busca de cura e ali a encontravam, em nome de Jesus. Médiuns, cuja manifestação mediúnica fora considerada loucura, deixaram os sanatórios e deram provas de suas qualidades excepcionais.

O pai de Zélio frequentemente era abordado por pessoas que queriam saber como ele aceitava tudo que vinha acontecendo em sua residência, sua resposta era sempre a mesma, em tom de brincadeira respondia que preferia um filho médium ao lugar de um filho louco.

Em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas recebeu ordens do Astral Superior para fundar sete tendas para a propagação da Umbanda. As agremiações ganharam os seguintes nomes: Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia; Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição; Tenda Espírita Santa Bárbara; Tenda Espírita São Pedro; Tenda Espírita Oxalá, Tenda Espírita São Jorge; e Tenda Espírita São Gerônimo. Enquanto Zélio estava encarnado, foram fundadas mais de 10.000 tendas a partir das mencionadas.

E sempre que possível, ele mesmo acompanhava toda a fundação, indo a diversos estados para realizar a abertura delas.Foi um trabalho árduo e incessante para o esclarecimento, difusão e sedimentação da religião de Umbanda.

A partir daí, o Caboclo das Sete Encruzilhadas começou a trabalhar incessantemente para o esclarecimento, difusão e sedimentação da religião de Umbanda. Além de Pai Antônio, tinha como auxiliar o Caboclo Orixá Malé, entidade com grande experiência no desmanche de trabalhos de baixa magia.

Embora não seguindo a carreira militar para a qual se preparava, pois sua missão mediúnica não o permitiu, Zélio Fernandino de Moraes nunca fez da religião sua profissão. Trabalhava para o sustento de sua família e diversas vezes contribuiu financeiramente para manter os templos que o Caboclo das Sete Encruzilhadas fundou, além das pessoas que se hospedavam em sua casa para os tratamentos espirituais, que segundo o que dizem parecia um albergue. Nunca aceitara ajuda monetária de ninguém era ordem do seu guia chefe, apesar de inúmeras vezes isto ser oferecido a ele.

Ministros, industriais, e militares que recorriam ao poder mediúnico de Zélio para a cura de parentes enfermos e os vendo recuperados, procuravam retribuir o benefício através de presentes, ou preenchendo cheques vultosos. "Não os aceite. Devolva-os!", ordenava sempre o Caboclo.

A respeito do uso do termo espírita e de nomes de santos católicos nas tendas fundadas, o mesmo teve como causa o fato de naquela época não se poder registrar o nome Umbanda, e quanto aos nomes de santos, era uma maneira de estabelecer um ponto de referência para fiéis da religião católica que procuravam os préstimos da Umbanda. O ritual estabelecido pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas era bem simples, com cânticos baixos e harmoniosos, vestimenta branca, proibição de sacrifícios de animais. Dispensou os atabaques e as palmas. Capacetes, espadas, cocares, vestimentas de cor, rendas e lamês não seriam aceitos. As guias usadas são apenas as que determinam a entidade que se manifesta. Os banhos de ervas, os amacis, a concentração nos ambientes vibratórios da natureza, a par do ensinamento doutrinário, na base do Evangelho, constituiriam os principais elementos de preparação do médium.

O ritual sempre foi simples. Nunca foi permitido sacrifícios de animais. Não utilizavam atabaques ou quaisquer outros objetos e adereços.

Os atabaques começaram a ser usados com o passar do tempo por algumas das Tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas a Tenda Nossa Senhora da Piedade não utiliza em seu ritual até hoje.

Casou-se muito cedo com Maria Izabel de Moraes para que não se perdesse nos prazeres da vida, tiveram quatro filhos, sendo eles Zélio, Zélia, Zarcy e Zilméia.

Após 55 anos de atividades à frente da Tenda Nossa Senhora da Piedade (1º templo de Umbanda), Zélio entregou a direção dos trabalhos às suas filhas Zélia e Zilméa, continuando, ao lado de sua esposa Isabel, médium do Caboclo Roxo, a trabalhar na Cabana de Pai Antônio, em Boca do Mato, distrito de Cachoeiras de Macacu – RJ, dedicando a maior parte das horas de seu dia, ao atendimento de portadores de enfermidades psíquicas e de todos os que o procuravam.

Já com mais idade, e com a saúde debilitada, voltou a Niterói-RJ para tratamento médico. Preparado pelos seus guias espirituais e prevendo a sua morte, um dia antes de fazer sua passagem, entregou a guia do Caboclo das Sete Encruzilhadas para sua filha Zilméia. Zélio faleceu no dia 03 de outubro de 1975 aos 84 anos, sendo sepultado no Cemitério de Maruí, em São Gonçalo."

Em 1971, a senhora Lilia Ribeiro, diretora da TULEF (Tenda de Umbanda Luz, Esperança, Fraternidade – RJ) gravou uma mensagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas, e que bem espelha a humildade e o alto grau de evolução desta entidade de muita luz. Ei-la: "A Umbanda tem progredido e vai progredir. É preciso haver sinceridade, honestidade e eu previno sempre aos companheiros de muitos anos: a vil moeda vai prejudicar a Umbanda; médiuns que irão se vender e que serão, mais tarde, expulsos, como Jesus expulsou os vendilhões do templo. O perigo do médium homem é a consulente mulher; do médium mulher é o consulente homem.

É preciso estar sempre de prevenção, porque os próprios obsessores que procuram atacar as nossas casas fazem com que toque alguma coisa no coração da mulher que fala ao pai de terreiro, como no coração do homem que fala à mãe de terreiro. É preciso haver muita moral para que a Umbanda progrida, seja forte e coesa. Umbanda é humildade, amor e caridade – esta a nossa bandeira. Neste momento, meus irmãos, me rodeiam diversos espíritos que trabalham na Umbanda do Brasil: Caboclos de Oxossi, de Ogum, de Xangô.

Eu, porém, sou da falange de Oxossi, meu pai, e não vim por acaso, trouxe uma ordem, uma missão. Meus irmãos: sejam humildes, tenham amor no coração, amor de irmão para irmão, porque vossas mediunidades ficarão mais puras, servindo aos espíritos superiores que venham a baixar entre vós; é preciso que os aparelhos estejam sempre limpos, os instrumentos afinados com as virtudes que Jesus pregou aqui na Terra, para que tenhamos boas comunicações e proteção para aqueles que vêm em busca de socorro nas casas de Umbanda. Meus irmãos: meu aparelho já está velho, com 80 anos a fazer, mas começou antes dos 18. Posso dizer que o ajudei a casar, para que não estivesse a dar cabeçadas, para que fosse um médium aproveitável e que, pela sua mediunidade, eu pudesse implantar a nossa Umbanda.

A maior parte dos que trabalham na Umbanda, se não passaram por esta Tenda, passaram pelas que saíram desta Casa. Tenho uma coisa a vos pedir: se Jesus veio ao planeta Terra na humildade de uma manjedoura, não foi por acaso. Assim o Pai determinou.

Podia ter procurado a casa de um potentado da época, mas foi escolher aquela que havia de ser sua mãe, este espírito que viria traçar à humanidade os passos para obter paz, saúde e felicidade.

Que o nascimento de Jesus, a humildade que ele baixou à Terra, sirvam de exemplos, iluminando os vossos espíritos, tirando os escuros de maldade por pensamento ou práticas; que Deus perdoe as maldades que possam ter sido pensadas, para que a paz possa reinar em vossos corações e nos vossos lares. Fechai os olhos para a casa do vizinho; fechai a boca para não murmurar contra quem quer que seja; não julgueis para não serdes julgados; acreditai em Deus e a paz entrará em vosso lar. É dos Evangelhos.

Eu, meus irmãos, como o menor espírito que baixou à Terra, mas amigo de todos, numa concentração perfeita dos companheiros que me rodeiam neste momento, peço que eles sintam a necessidade de cada um de vós e que, ao sairdes deste templo de caridade, encontreis os caminhos abertos, vossos enfermos melhorados e curados, e a saúde para sempre em vossa matéria. Com um voto de paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e caridade, sou e sempre serei o humilde Caboclo das Sete Encruzilhadas".

Zélio Fernandino de Moraes dedicou 66 anos de sua vida à Umbanda, tendo retornado ao plano espiritual em 03 de outubro de 1975, com a certeza de missão cumprida. Seu trabalho e as diretrizes traçadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas continuam em ação através de suas filhas Zélia e Zilméa de Moraes, que têm em seus corações um grande amor pela Umbanda, árvore frondosa que está sempre a dar frutos a quem souber e merecer colhê-los.

Foram fundadas mais sete Tendas sob a orientação do Caboclo das Sete Encruzilhadas:

Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição, fundada por Gabriela Dionysio Soares e posteriormente dirigida por Antonio Eliezer Leal de Souza em 1918;

Tenda Espírita São Pedro, dirigida por José Meirelles;

Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia de Oxossi, dirigida por Dorval Vaz;

Tenda Espírita Santa Bárbara, dirigida por João Salgado;

Tenda Espírita Oxalá, dirigida por Paulo Lavóis;

Tenda Espírita São Jorge, dirigida por João Severino Ramos, médium de Ogum Timbiri em 1935.

Tenda Espírita São Jerônimo, dirigida por Capitão José Álvares Pessoa, também em 1935.

Zélio de Moraes não escreveu nada sobre si ou sobre a religião que teve seu inicio em 15 de Novembro de 1908.

Em 1904, o livro “As Religiões do Rio”, escrito por João do Rio, apresenta um estudo aprofundado dos cultos no Rio de Janeiro e em momento algum aparece a palavra Umbanda, o que endossa que nem a religião de Umbanda, nem a palavra, eram presentes no Rio de Janeiro, onde nasceu a Umbanda.

Os primeiros textos sobre a Umbanda aparecem em um livro chamado “No Mundo dos Espíritos”, em 1925, uma coletânea de reportagens feitas pelo Jornalista Leal de Souza para o vespertino da época chamado “A Noite”, onde aparece, entre outras, uma reportagem do Centro Tenda Nossa Senhora da Piedade com o Médium Zélio de Moraes.

Leal de Souza era médium na Tenda Nossa Senhora da Piedade e por orientação de Zélio de Moraes e do Caboclo das Sete Encruzilhadas, se tornaria o dirigente da Tenda Nossa Senhora da Conceição.

O primeiro livro de Umbanda foi publicado em 1933 por Leal de Souza e recebeu o nome de “O Espiritismo, a Magia e as Sete Linhas de Umbanda”, neste livro há um capitulo (Cap. 23) intitulado “O Caboclo das Sete Encruzilhadas”, onde o autor que conviveu muitos anos com o fundador da Umbanda fala um pouco sobre a entidade, veja abaixo:

“Se alguma vez tenho estado em contato consciente com algum espírito de luz, esse espírito é, sem duvida, aquele que se apresenta sob o aspecto agreste, e o nome bárbaro de Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Sentindo-o ao nosso lado, pelo bem estar espiritual que nos envolve e sensibiliza, pressentimos a grandeza infinita de Deus, e, guiados pela sua proteção, recebemos e suportamos os sofrimentos com uma serenidade quase ingênua, comparada ao enlevo das crianças, nas estampas sacras, contemplando a beira do abismo, sob as asas de um anjo, as estrelas do Céu.

O Caboclo das Sete Encruzilhadas pertence à falange de Ogum, e, sob a irradiação da Virgem Maria, desempenha uma missão ordenada por Jesus. O seu ponto emblemático representa uma flecha atravessando um coração, de baixo para cima; - A flecha significa a direção, o coração é o sentimento e o conjunto – orientação dos sentimentos para o alto, para Deus...

Entre a humildade e a doçura extremas, a sua piedade se derrama sobre quantos o procuram, e não poucas vezes, escorrendo pela face do médium, as suas lágrimas expressam a sua tristeza, diante dessas provas inevitáveis a que as criaturas não podem fugir...

A linguagem do Caboclo das Sete Encruzilhadas varia, de acordo com a mentalidade de seus auditórios. Ora chã, ora simples, sem um atavio, ora fulgurante nos arrojos da alta eloqüência, nunca desce tanto, que se abastarde, nem se eleva demais, que se torne inacessível.”

As Sete Linhas "Assim, seguindo a Lei difundida pelo Caboclo das Setes Encruzilhadas, trabalhamos com 7 Linhas Brancas, a saber: Oxalá, Ogum, Oxossi, Xangô, Iemanjá (oxum e nanã), Iansã e Exú.

Enquanto os Caboclos atuam integrados a estas Sete Linhas, a Linha dos Pretos Velhos se manifesta dividida em vários ramos ou “Povos” (de Angola, do Congo, de Cambinda, de Banguela, de Minas Gerais, da Bahia, etc...) Temos ainda as Falanges das Crianças, do Oriente, das Almas, de Omulú (a Morte – o Velho) e de Abaluaiê (a Vida – o Novo), cada uma delas atuando em diversas faixas vibratórias específicas e delimitadas, condizentes com as determinações do Astral Superior. Na Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, as Falanges de Marinheiros e Boiadeiros apresentam-se integradas aos Caboclos.

Todo este conjunto, dividido hierarquicamente em linhas, legiões, falanges, agrupamentos, grupos, mentores, guias e protetores, operam em absoluta harmonia entre si, situando-se dentro das vibrações energéticas (ou faixa de energia) que lhes são mais harmônicas. Embora se apresentem como trabalhadores humildes e incultos, em sua grande maioria são espíritos de adiantado estágio evolutivo."

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UMBANDA ESOTÉRICA

Segundo Roger Feraudy, "a Umbanda surgiu há 700.000 anos em dois Continentes perdidos: Lemúria e Atlântida, que teriam afundado no oceano em um cataclismo planetário, os quais teriam sido os locais em que terráqueos e seres extra-terrestres teriam vivido juntos e onde estes teriam ensinado àqueles sobre o "Aumpram" (Umbanda) a verdadeira Lei Divina."

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No início do século XX a Umbanda foi muito perseguida diante do preconceito a toda religião que tivesse semelhança com os rituais africanos. Os Terreiros eram destruídos e os praticantes presos. Entre os inúmeros episódios desse tipo, destacou-se, por exemplo, o da chamada "Quebra de Xangô", em Maceió, Estado de Alagoas, a 2 de fevereiro de 1912. Em uma ação organizada pela Liga dos Republicanos Combatentes, os mais importantes Terreiros de Xangô foram destruídos na Capital Alagoana, tendo Pais de Santo e religiosos sido espancados e imagens de cultos destruídas.

Em 1939 é fundada a Federação Espírita de Umbanda, que em 1941, promoveu o Congresso Brasileiro de Espiritismo de Umbanda.

Em 1945, José Álvares Pessoa, dirigente de uma das sete casas de Umbanda fundadas inicialmente pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, obteve junto ao Congresso Nacional a legalização da prática da Umbanda.

Estas perseguições levaram ao medo fazendo com que os umbandistas camuflassem suas práticas com o verniz de outras religiões, como o Espiritismo codificado por Alan Kardec, muitos umbandistas até hoje se dizem espíritas.


Dentre as ramificações da Umbanda hoje existentes, destacam-se:

Umbanda Tradicional (Zélio de Moraes / Caboclo das Sete Encruzilhadas)

Umbandomblé ou Umbanda Traçada (Influência do Candomblé)

Umbanda Esotérica (Woodrow Wilson da Mata e Silva / Pai Guiné de Angola)

Umbanda Esotérica Iniciática (Benjamin Gonçalves Figueiredo / Caboclo Mirim)

Jurema Sagrada (Dos Mestres Juremeiros - Tradição Nordestina)

Umbanda Branca ou de mesa (Influência da Doutrina Espírita Kardecista)

Umbanda Universalista (Aceita todas as formas de Umbanda)

Omolokô (Tancredo da Silva Pinto)

Umbanda Guaracyana (Sebastião Gomes de Souza / Caboclo Guaracy)

Umbanda Aumpram (Roger Feraudy / Pai Tomé)

Umbanda Eclética Maior (Oceano de Sá ou Mestre Yokaanam)

Umbanda dos Sete Raios (Ney Nery dos Reis / Israel Cysneiros)

Umbandaime (Sebastião Mota de Melo)

Umbanda Proto-Síntese Cósmica (Francisco Rivas Neto)

Umbanda Sagrada ( Rubens Saraceni / Pai Benedito de Aruanda)


A Umbanda é conhecida, erroneamente, pelo termo "macumba", que nada mais é do que um instrumento musical usado durante as giras, que as pessoas se referiam da seguinte forma: "estão batendo a macumba..." ficando então conhecidas as giras como "macumbas" ou culto omolokô. Com o passar do tempo, tudo que envolvia algo que não se enquadrava nos ensinamentos impostos pelo Catolicismo, Protestantismo e outras religiões, era considerado "macumba"; com isso, acabou por virar um termo pejorativo.

A Umbanda é uma religião livre, cujos conceitos são passados oralmente, de geração a geração, dessa forma, a sua ritualística e fundamentação é adaptada a cada pensamento que forma uma vertente dentro da religião. Diante de determinado tema existem diversas interpretações, dessa forma deve-se ter o cuidado ao selecionar o que melhor lhe convier, porém, existem alguns conceitos básicos que são encontrados na maioria das Casas, São eles:

1) A existência de um Princípio Criador – DEUS, O Onipotente e Irrepresentável; chamado Zambi. Algumas das entidades, quando incorporadas, podem nomeá-lo de outra forma, como por exemplo Tupã para caboclos, entre outros, mas são todos o mesmo Deus;

2) A manifestação trina do Princípio Criador, dentro da visão Naturalista e Espiritualista;

3) A Crença nos Orixás dos Cultos Afro-Brasileiros e nas Linhas da Umbanda;

4) A existência de entidades espirituais, mensageiros das vibrações dos Orixás, ainda em evolução, buscando o aperfeiçoamento; A manifestação dos Guias para exercer o trabalho espiritual incorporado em seus médiuns ou "aparelhos", também chamados de "cavalos";

5) A Reencarnação e a Lei do Carma;

6) A existência do Espírito, sobrevivendo ao Homem, em caminho da evolução, buscando o aperfeiçoamento;

7) A prática da mediunidade em suas diversas manifestações;

8) O Amor, manifestado como Caridade, na palavra e na ação; A obediência aos ensinamentos básicos dos valores humanos, como: fraternidade, caridade e respeito ao próximo. Sendo a caridade uma máxima encontrada em todas as manifestações existentes;

9) A afirmação de que o Homem VIVE NUM Campo Vibratório, sendo Ele próprio um Campo Vibratório que o seu Livre Arbítrio comanda, dentro do princípio da natureza trina: Espírito, Alma e Corpo;

10) Uma doutrina, uma regra, uma conduta moral e espiritual que é seguida em cada casa de forma variada e diferenciada, mas que existe para nortear os trabalhos de cada terreiro;

11) A Umbanda possui identidade própria e não se confunde com outras religiões ou cultos, embora a todos respeite fraternalmente, partilhando alguns princípios com muitos deles;

12) A Umbanda está a serviço da Lei Divina e só visa ao bem. Qualquer ação que não respeite o livre-arbítrio das criaturas, que implique em malefício ou prejuízo de alguém ou se utilize de magia negativa, não é umbanda;

13) A Umbanda não realiza em qualquer hipótese o sacrifício ritualístico de animais nem utiliza quaisquer elementos destes ritos em oferendas, ou trabalhos;

14) A Umbanda não preconiza a colocação de despachos ou oferendas em esquinas urbanas e sua reverência às forças da natureza implica preservação e respeito a todos os ambientes naturais da Terra;

15) Todo serviço da Umbanda é de caridade, jamais cobrando ou aceitando retribuição de qualquer espécie por atendimentos, consultas ou trabalhos. Quem cobra por serviço espiritual não é umbandista;

Ednay Melo

Fontes de Pesquisa:

Umbanda Essa Desconhecida - Roger Feraudy
Contos Populares de Angola - Heli Chaterlain
Trecho extraído do site Sociedade Espiritualista Mata Virgem
Trecho extraído do site Federação Brasileira de Umbanda
Umbanda por Fernando Sepe
Site Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade
Trecho extraído do JUS - Jornal de Umbanda Sagrada



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20/05/2012

Rituais na Umbanda


Ritual na Umbanda

 Ritual é a ação repetitiva e padronizada, que constitui uma prática cerimonial, fundamentado de acordo com a tradição ou costumes de uma sociedade, com valor simbólico que visa determinado objetivo.

O ritual está e sempre esteve presente em todas as sociedades humanas. As religiões e seus matizes simbólicos utilizam os rituais como forma prática de vivenciar a fé e proporcionar um relacionamento dinâmico com suas Divindades.

A Umbanda é marcada por ritualísticas, desde o momento em que se adentra ao Terreiro, saudando a Porteira e demais Firmezas, enveredando pelo bater cabeça, pela formação da gira, pelos pontos cantados e riscados, pela defumação e o banho de ervas, o acender de velas e o cruzamento com pembas, as saudações aos Orixás, etc, tudo marca um ritual e um Fundamento na Lei de Umbanda.

Existem críticas a estes rituais, quando se afirmam que são práticas que não são necessárias à realidade espiritual, desde que o espírito não necessita da matéria para desempenhar o seu trabalho. Outros vão mais longe e afirmam que são práticas próprias do ser não evoluído, preso ainda a tudo que envolve a matéria grosseira. Preconceito e arrogância dos que preferem apenas julgar, sem conhecer.

É preciso entender que todas as religiões se completam e todos os rituais, próprios de cada uma, são canais de ligação com a espiritualidade e que só se chega a um fim através dos meios, e os meios ritualísticos são utilizados pela espiritualidade porque eles, mais do que nós, sabem respeitar o ambiente no qual interagem, se utilizando de todas as ferramentas nele disponíveis para o objetivo que queiram alcançar. Sem falar no Fundamento, no mistério contido em cada ação ritualística, que só os executores da Lei Maior conhecem.

Que os nossos rituais sejam movidos pela fé e livres de qualquer preconceito, que aprisiona mais do que liberta.

Do livro Umbanda Luz e Caridade - Ednay Melo



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15/05/2012

Caboclos na Umbanda

Caboclos na Umbanda


A linha dos Caboclos na Umbanda é representada pelo Povo Indígena. Não é composta apenas por espíritos de índios, mas por todo espírito que tenha como missão integrar e expandir ações através de conceitos de fraternidade, igualdade, respeito, determinação, persistência, coragem e dinamismo na luta por conquistas e propagação da fé nas forças da natureza.

O arquétipo dos Caboclos na Umbanda é o do índio brasileiro. Discorreremos, brevemente, sobre a história desse povo que marcou a história do Brasil e influenciou muitos fundamentos da Religião de Umbanda. Usaremos o verbo no tempo pretérito, porém no presente a população indígena no Brasil conta com menos de 0,2% da população brasileira e ainda guardam os costumes que são da sua origem.

Os índios que chegaram ao Brasil antes do descobrimento vieram da Ásia através do Estreito de Bering (hipótese mais aceita pelos estudiosos). Nesta época, esta raça mantinha a pureza de sua origem, sem a interferência do homem branco que sempre tentou dominá-los e apagar o que a natureza os proporcionou.

Eles viviam, basicamente, da caça e da pesca. Quando o índio ia caçar ia acompanhado de uma mulher. Sua estratégia era o silêncio, a atenção e os passos rápidos, entravam em mata fechada, marcando o caminho com cipó para não se perderem na volta, e assim que ouviam o barulho e avistassem a sua presa, ele atirava a flecha com precisão. A função da mulher na caçada era ir apanhar a presa e colocá-la em uma bolsa de corda.

Os alimentos adquiridos pelos índios, tanto da caça como da pesca, eram divididos por todos da tribo. Não havia o costume de armazenar, guardar para si. Eles doavam, trocavam, de forma que todos garantissem a subsistência. Não havia comércio nem propriedade particular, não havendo, portanto, uma classe dominante.

A religião dos índios, tal como na Umbanda, estava ligada às forças da natureza e era manifestada através de magia e mistério. Os deuses mais importantes eram:

O Sol – Guaraci: mãe de todos os homens;

A lua – Jaci: criadora dos vegetais;

Ser Supremo – Tupã: que se manifestava ao homem através das forças da natureza.

Eles acreditavam na vida após a morte, tinham a crença de que os bons espíritos passeavam nas estrelas e os maus ficavam a vagar por entre a aldeia e o cemitério, tinham medo dos maus espíritos e muita superstição.

As cerimônias religiosas eram ministradas pelo Pajé, que também desempenhava o papel de curandeiro e conselheiro.

Com a síntese acima da história dos índios, concluímos que o povo indígena, dominado pelo sentimento de união, é o símbolo perfeito de fraternidade, demonstrando maior evolução espiritual. Não precisou aprender nem integrar aos seus valores uma filosofia religiosa, para vivenciar atitudes que demonstram respeito e amor ao próximo, a virtude é inerente à sua personalidade, é natural e não adquirida.

A Linha dos Caboclos na Umbanda representa a bravura desta raça, aliada aos princípios morais do Evangelho. Qualidades que os caracterizam: silêncio, observação, atitude, lealdade, fraternidade, coragem.

Os caboclos são simples e objetivos em suas comunicações, demonstrando firmeza em seus propósitos, emitindo segurança e bem-estar aos seus consulentes. São regidos pelo Orixá Oxossi, mas trabalham na vibratória de qualquer Orixá, atuando em qualquer Reino, de acordo com o objetivo pretendido. Os caboclos dão consultas e realizam trabalhos de magia dentro do Terreiro, estabelecendo uma relação mais próxima com os encarnados. Eles compõem a Linha de Trabalho da Umbanda, juntamente com os Pretos Velhos e Ibejis.

Do livro Umbanda Luz e Caridade - Ednay Melo



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10/05/2012

Tipos de Mediunidade


Mediunidade de Psicofonia

Psicofonia é a mediunidade de comunicação oral; o espírito se utiliza somente das cordas vocais do médium. É uma das faculdades mais encontradas e mais vantajosas, pois permite a manifestação objetiva dos espíritos, permite o diálogo facilitando o atendimento aos que necessitam de ajuda ou esclarecimento, além de auxiliar de forma direta os espíritos que precisam de doutrinação e consolação. É uma mediunidade desenvolvida em mesa e a mais utilizada pela Doutrina Espírita.


Mediunidade de Incorporação

Incorporação é um tipo de mediunidade de psicofonia, a diferença entre ambas é que na incorporação o espírito se utiliza de todo o corpo do médium e não apenas da fala.

Na Umbanda a mediunidade mais utilizada é a de incorporação consciente. O termo incorporação torna-se adequado não porque o espírito se "apossa" do veículo físico, mas porque a atuação energética através da melatonina ativa várias representações do aparelho sensitivo no córtex cerebral, dentre eles o mecanismo da motricidade, onde o espírito controla além da fala, os gestos do médium. Este é impulsionado a obedecer ao comando do comunicante, mas fique bem claro: tudo só acontece com a permissão e vontade do médium, afinal, o corpo é dele e a ele cabe o controle final. Daí a importância da educação mediúnica e do estudo, do entendimento real de que somos responsáveis por nossas atitudes, principalmente no transe mediúnico.


Mediunidade de Vidência

É a capacidade de ver espíritos de forma limitada. A vidência se efetua com os “olhos da alma” e não do corpo, por isto pode-se ver de olhos fechados; pode-se também ter a impressão que se vê com os olhos do corpo, mas sempre são os olhos espirituais que vê. A prática constante habilita o médium a diferenciar a mediunidade de vidência do pensamento. A mediunidade de vidência se constitui de forma permanente ou frequente, diferente das aparições que são passageiras e fatos isolados.

 

Mediunidade de Clarividência

Clarividência é um tipo de vidência mais aprimorada, com detalhes, geralmente com a percepção dos acontecimentos fora do alcance dos cinco sentidos físicos e que ultrapassa o tempo e o espaço. Um exemplo de clarividência são as premonições. A clarividência do futuro não mostra um fato consumado, mas a predisposição para aquele fato acontecer, pois existe o respeito ao livre arbítrio onde todo ser humano tem o poder inato de mudar o seu destino.


Mediunidade de Audiência

Capacidade de ouvir a voz do espírito intimamente, ou no exterior como a voz de um encarnado.


Mediunidade de Clariaudiência

São sons espirituais ouvidos no exterior, com os “ouvidos da alma”. Sempre de forma clara e muitas vezes mistura-se a outras percepções do plano espiritual.

 

Obs. A vidência / Clarividência e a Audiência / Clariaudiência são manifestações essencialmente anímicas. Concluímos com os nossos estudos que podem-se tornar mediúnicas se houver a participação, interferência e comunicação com espíritos desencarnados.


Mediunidade de Psicografia

É a capacidade de escrever sob a influência dos espíritos, atualmente é conhecida como “psicografia direta” porque utiliza a mão do médium. É a mais completa forma de comunicação, que se efetua de forma simples e cômoda. É também a mediunidade mais fácil de ser desenvolvida.

A mediunidade de psicografia classifica-se em mecânica, semi-mecânica e intuitiva.

Na mecânica, o médium desconhece totalmente o teor do que está sendo escrito, Seu braço e mão são dominados pelo espírito, que escreve através deles com muita rapidez e geralmente a letra e assinatura são idênticas as do espírito comunicante. O pensamento do médium surge após a mensagem ter sido escrita.

Na semi-mecânica, a mensagem passa pelo arquivo mental do médium, mas ele não tem controle sobre o seu braço. Seu pensamento surge na medida em que as palavras são escritas.

Na intuitiva a mensagem chega ao arquivo mental do médium e ele a escreve de acordo com os seus pensamentos e ideias. Neste tipo de psicografia, o pensamento do médium surge antes da mensagem. É o tipo de psicografia mais comum.

 

No desenvolvimento mediúnico adotado na Tenda de Umbanda Luz e Caridade, o médium é treinado em todos os tipos de mediunidade descritas acima, com respeito a sua natureza pessoal, seu tempo e limite para desenvolver.


Desdobramento

Desdobramento é a projeção da consciência para fora do corpo físico, é uma capacidade inerente a todo ser humano. Ele se efetua durante o sono e durante o transe mediúnico, porém o sono é o principal mecanismo que desencadeia o desdobramento.

            Há controvérsias na literatura sobre a seguinte questão: se todo sonho pode ser considerado um desdobramento. Diante dos nossos estudos e pesquisas chegamos a seguinte conclusão:

Para Freud, o sonho é a realização do desejo ou o encontro com os nossos traumas recalcados no inconsciente, daí os sonhos sem sentido aparente, que é a forma de burlar a censura do nosso superego aliviando tensões e renovando energias, o sonho seria o nosso arquivo mental o qual não temos acesso no estado de vigília, eis o inconsciente apresentado pelo pai da Psicanálise Sigmund Freud. Então, todo sonho é a representação do inconsciente.

Particularmente, temos formação em psicologia analítica e somos também estudiosa da Doutrina Espírita para percebermos, com mais clareza, o conceito dos sonhos de Freud intrinsecamente relacionado com o estudo do desdobramento pelo sonho explicado pela Doutrina Espírita; esta aponta "tipos" de sonhos, como a realização do desejo: sonhar com as vivências do seu estado de vigília; ou sonhos espirituais: viver e atuar como espírito livre do corpo físico; segundo alguns estudiosos da Doutrina Espírita, apenas os sonhos espirituais são considerados desdobramentos. No nosso entendimento, mesmo quando se sonha com suas experiências do estado de vigília, o espírito também se desprende do corpo físico para viver o seu inconsciente, iríamos mais longe e diríamos que o espírito é o próprio inconsciente, entendendo este desprendimento como um desdobramento, como uma experiência do espírito, logo, todo sonho é um desdobramento.

Do livro Umbanda Luz e Caridade - Ednay Melo



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08/05/2012

Pretos Velhos



A Linha dos Pretos Velhos na Umbanda é composta por espíritos cuja missão é propagar e auxiliar no cumprimento das Leis Divinas, de forma simples, clara e objetiva, facilitando o acesso a todos, sem distinção de raça, credo ou grau de instrução.

Os Pretos Velhos não são espíritos apenas de anciãos negros e escravos. São espíritos já adiantados em seu grau de evolução, cujas provas foram vivenciadas em outras existências. A sabedoria e a humildade são suas marcas, cujo simbolismo reflete na figura do velho negro escravo sua melhor expressão: o velho como símbolo de sabedoria e o escravo como símbolo de humildade. O ser humano precisa de símbolos para a compreensão e interação no mundo, tudo se expressa para o ser encarnado em forma de símbolo, a escrita é um símbolo da linguagem, por exemplo. É um referencial necessário a quem está em trânsito terreno e os espíritos sabem e agem conforme os parâmetros de onde atuam. Por isto, as Linhas e Falanges da Umbanda se apresentam com as características que melhor se adequam à sua essência espiritual e missão a ser cumprida.

Os Pretos Velhos são profundos conhecedores da magia e do dinamismo psíquico que interage com os elementos mágicos, assim, uma simples baforada com o seu cachimbo atua exatamente onde deve atuar para o objetivo que se quer atingir, como dizemos nós umbandistas: "tem fundamento!"

A presença dos nossos queridos Pretos Velhos nos Terreiros expressa sempre simplicidade, humildade e muito amor, um amor tão verdadeiro que o sensitivo é capaz de perceber a sua aproximação através de uma imensurável emoção, um sentimento de acolhimento sublime, de paz e alegria íntimas.

O trabalho dos Pretos Velhos é abrangente, por ser uma linha cuja bandeira é o próprio Amor e cuja bagagem espiritual lhes confere o título de sábios. Eles podem atuar em qualquer trabalho e em qualquer circunstância que haja necessidade. Recebem a influência do Orixá Omulu, cuja mutação de energias favorece o objetivo maior dos Pretos Velhos, que é a transformação moral das criaturas para a construção de um mundo melhor e mais justo.

Do livro Umbanda Luz e Caridade - Ednay Melo




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06/05/2012

Ibejis


Ibejis - Por Ednay Melo


No Brasil, os Ibejis são sincretizados com os Santos Católicos São Cosme e São Damião e na Umbanda é a linha que, juntamente com as linhas de Caboclos e Pretos Velhos, forma o triângulo de força que é a base da religião.

Apesar de se apresentarem com a roupagem fluídica de crianças, nem todos desencarnaram no corpo infantil. A Linha dos Ibejis representa a pureza e inocência das crianças, daí criança, nestes termos, é apenas um referencial arquetípico. Todo espírito que tem como missão trabalhar a alegria, a pureza, benevolência, amor, leveza d'alma, simplicidade, recorrendo ao princípio de todas as coisas, encontrará nesta falange os melhores recursos de atuação.

Os pontos de força dos Ibejis são os Reinos de todos os Orixás, são influenciados por estes dependendo do trabalho que irão desempenhar, porém, são regidos pela Orixá Oxum. Ibeji não é um Orixá, é uma entidade que compõe a Linha de Trabalho da Umbanda.

Usando as características infantis para trabalharem dentro dos princípios da Magia da Umbanda, mascaram o seu grande poder de atuação, desta forma, nunca subestime o trabalho de um Ibeji somente porque se apresenta, aparentemente, em ritmo de brincadeiras e perspicácias infantis. O fundamento das brincadeiras dos Ibejis é favorecer o relaxamento das defesas conscientes e inconscientes, que muitas vezes dificultam o auxílio dos Guias. Tais defesas é um mecanismo da personalidade inerente ao ser humano, proteger-se de traumas sofridos de formas conscientes ou inconscientes. Então os Ibejis proporcionam o relaxamento, a descontração e o equilíbrio energético necessário para o tratamento espiritual que a pessoa precisa.

Na relação mediúnica, trabalham na eliminação dos miasmas astrais e reposição energética. São grandes auxiliares das Falanges Astrais de Cura e das Falanges que atuam na desobsessão.

Do livro Umbanda Luz e Caridade - Ednay Melo



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