Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca: Orixás na Umbanda

15/08/2024

Poema para Oxalá

Oxalá com pombo branco da paz


Eu,

Teu filho gestado por tuas mãos, do barro que Nanã ofertou para que dele o homem fosse animado, pelo teu hálito que nos envolve qual manto sagrado, veste sem mancha de um rei ornado de prata, inclino-me na terra e saúdo o ventre de minha origem, o Orum onde moras.

Senhor da brancura que nos guia com teu Opaxorô – teu cajado que como uma lança quebra os tropeços do caminho. Tu que olhas pelo fado do homem antes mesmo dele na terra os pés firmar, animai meu espírito com a tua sabedoria.

Vendo Airá o tomar em seus ombros, alquebrado por tua velhice e tuas dores, choro em silêncio quando os atabaques tocam em tua honra, tudo se faz lento e quebra nossa vã pressa, ao toque Igbin em que vens sobre a terra ouvir os teus; sinto como se vencesses o tempo em minhas necessidades, sendo Velho, dentro de ti o amparo me vem como de um guerreiro, diante de tua palavra forte como uma espada tremem meus inimigos; sendo Moço me aconselhas como um sábio, e me restaura como barro novo em tua paz.

Como a terra árida germina sob a chuva, minha mente brota um canto em que se enraíza uma prece humilde, sob tua presença e teu olhar do qual furtar-me não posso.

Senhor da colina, que como tu meus pensamentos sejam elevados, que como tuas alvas vestes sejam meus atos, limpos de qualquer mácula de orgulho ou falsidade.

Tu que crias com autonomia e tens teus juízos ocultos aos olhos dos viventes, olhai por minha pequenez para que em tua face busque sempre a justiça enquanto sobre mim repousar teu manto aberto.

Epa, epa, Babá!

A.D.




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24/06/2023

Xangô e São João Batista

Xangô e São João Batista


Hoje é Dia 24 de Junho Dia de São João - Dia de Xangô    


O SINCRETISMO DE SÃO JOÃO E XANGÔ


Breve biografia de São João 


São João Batista nasceu no dia 24 de Junho.


Filho de Zacarias e Isabel, e primo de Jesus Cristo.


Nasceu com a missão de preparar o caminho para a chegada do Messias.


Por esse motivo, a imagem de São João Batista é geralmente apresentada como um menino com um carneirinho no colo, pois foi ele, segundo a Bíblia, que anunciou a chegada do cordeiro de Deus, o Cristo Jesus.


Diz a história bíblica, que na antiga Judéia, as primas Isabel e Maria, mãe de Jesus, estavam grávidas.


Como moravam distantes, elas combinaram, que a primeira a ganhar bebê anunciaria a novidade acendendo uma fogueira em frente à própria casa.


Santa Isabel cumpriu a promessa quando do nascimento de seu filho, João Batista.


É considerado o último dos profetas, e o primeiro apóstolo.


Os evangelhos dizem que, ainda no ventre de sua mãe, João percebe a presença do Messias, "estremecendo de alegria" na presença de Maria, quando esta ia visitar a prima Isabel.


O evangelho de São Mateus fala das pregações e dos batismos que realizava às margens do rio Jordão, não distante de Jericó.


Foi João Batista quem batizou o próprio Cristo.


Crítico da hipocrisia e da imoralidade, João Batista condenou publicamente o fato do rei ser amante da própria cunhada, Herodíades.


Salomé, filha de Herodíades, dançou tão bonito diante de Herodes, que este lhe prometeu o presente que quisesse.


A mãe de Salomé aproveitou a oportunidade para se vingar: anunciou que o presente seria a cabeça de João Batista sobre uma badeja.


João Batista, juntamente com os profetas Elias e Eliseu, é considerado o protótipo do ideal ascético, e modelo de vida perfeita. 


Podemos dizer até, que ele, João, seria o próprio Agnus Dei (o Cordeiro de Deus), portador e síntese da tradição judaica mais pura, que ardia entre os Essênios daquela época.


O valor simbólico e filosófico de João Batista, portanto, ultrapassa completamente o dogma católico:


João batizava os seus adeptos com água (ou seja, utilizando um símbolo material), mas afirmava, que o que viria depois dele "batizaria com fogo", isto é, o Espírito Santo.


João Batista é o único santo, além de Virgem Maria, de quem a liturgia celebra o nascimento para o Céu, celebrando o nascimento segundo a carne.


Na comunidade religiosa da igreja católica os missionários de São João batista, ou seja, seus membros (sacerdotes ou leigos) consagram a sua vida a Cristo, através dos votos de castidade, obediência e pobreza.


Numa atitude de acolhimento e de disponibilidade, alicerçados no Cristo da Eucaristia, os missionários de São João Batista devem tornar-se para os homens de hoje sinais do Reino e anunciar os caminhos do senhor, a exemplo do seu padroeiro.


Deste modo, o simbolismo de "Yohanan" (João em hebraico) ganha, com os séculos, uma poderosa força, que é cultivada por várias correntes gnósticas até chegar à idade média, na qual hospitalários e templários, desde a sua origem, invocam João Batista para seu patrono.


Assim, São João, o fogo e o solstício de verão, no hemisfério norte, estão indissoluvelmente ligados com uma ação, um trabalho essencialmente transformador, no qual o "Fogo Sagrado" agirá, quer como agente hermético-alquímico, quer como condição necessária para o trabalho, quer como inteligência criadora, criativa e genial, avessa a qualquer Avatar, porque não reconhece poder na Terra superior a Deus.


Anel de ligação entre a antiga e nova aliança (Moisés e Jesus, respectivamente), João foi acima de tudo o enviado de Deus, uma testemunha fiel da luz, aquele que anunciou Cristo e O apresentou ao mundo.


A tradição da fogueira nasceu antes do Cristo.


Queimar fogueiras, naquela época, significava, saudar a chegada do verão, e apenas no século VI, o catolicismo associou as comemorações pagãs ao aniversário de São João Batista.


Os portugueses no século XIII incluíram São Pedro, e Santo Antônio, e no Brasil, a data é celebrada desde 1583.


O Orixá Xangô


Xangô é a divindade que rege o fogo, o trovão, os raios, muito semelhante a Javé, Zeus, Odin e Tupã.


Pode, através da sua justiça, dispensar favores, movendo favoravelmente ventos, raios, trovões para nos defender e para ganharmos causas.


A sua Lei é como a rocha, dura, justa, cega...


Portanto, devemos pensar duas vezes antes de batermos a mão, a cabeça e clamarmos por justiça, pois se a nossa demanda for justa ele nos amparará e se não for aos rigores de sua lei seremos chamados e o seu raio de correção virá para cima de nós mesmos. Então quando nos sentirmos injustiçados, devemos pedir que Xangô nos esclareça e se estivermos certos então que ele esclareça a outra parte e se esta não ouvir então não precisamos nem pedir, que a lei de ação e reação é automática e se cumprirá a justiça de Xangô em nossas vidas.


O santuário natural, sagrado, ponto de força e habitat, aonde costuma-se depositar oferendas é no alto de uma pedreira ou na cachoeira.


Na pedreira, com Iansã, Xangô nos traz o arrojo, a determinação, a fortaleza, a segurança, a firmeza e a sustentação.


Na cachoeira, junto com Oxum, nos purifica, nos energiza, nos dá vida, vigor, saúde e inteligência.


No esoterismo de Umbanda Xangô é o Senhor das Almas, cujo atributo é a sabedoria afim de exercer a Justiça Divina, aferindo em sua balança todas as almas.


Através da manipulação do elemento fogo, Xangô, mais do que fazer cumprir a lei kármica para todos os seres viventes, ilumina o caminho a ser seguido, bem como ajuda a libertar dos grilhões milenares dos enganos que escravizam a consciência. 


Os sincretismos de Xangô na Umbanda


No sincretismo associou-se o Xangô das Pedreiras a São Jerônimo, aquele que amansa o leão e que tem o poder da escrita e o livro onde escreve na pedra suas leis e seus julgamentos.


Protetor dos intelectuais, dos magistrados.


Já na cachoeira o sincretismo foi com São João Batista, por causa do batismo de Jesus, de lavar a cabeça na água doce para se purificar.


Com o poder do fogo de Xangô é queimado, destruído tudo o que é de ruim e ocorre a transmutação trazendo tudo o que é de bom, todo o bem possível, de acordo com o nosso merecimento. 


Isso é o que pedimos nas fogueiras do mês de junho.


Alguns dizem que São Judas Tadeu, por ter um livro na mão também pode sincretizar-se com Xangô ou que tem uma linha espiritual que atua nas correntes de Xangô.


Assim, Tudo o que é ligado a trabalhos e pedidos de estudos, à cabeça, papéis, entregamos a linha de Xangô.


Xangô é o grande Rei, poderoso, autoritário, porém que tem compaixão e é justo.


Xangô tem autoridade é valente, mas tem um grande e bom coração.


O seu machado é o símbolo da imparcialidade.


É uma divindade da vida, representado pelo fogo ardente e por essa razão não tem afinidade com a morte e nem com os outros orixás que se ligam à morte.


Xangô, sincretizado com São João Batista, é também o patrono da linha do oriente, na qual se manifestam espíritos mestres em ciência ocultas, astrologia, quiromancia, numerologia, cartomancia. Por este motivo, a linha dos ciganos vêm trabalhar nesta irradiação.


Salve São João, Kaô Cabecilê Xangô!!!


A.D.



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Xangô

Xangô


 É TEMPO DE XANGÔ


A nossa sofrida Terra suplica por mais Justiça, Verdade, Igualdade. Necessita mais que nunca de Fraternidade, Solidariedade.


As distonias emocionais parecem se alastrar, como venda nos olhos e corações. Difícil discernir, difícil compreender o que é válido, o que é essencial.


Devemos então evocar a Força de Pai Xangô, devemos buscá-lo subindo todas pedreiras, andando sobre os seixos e pedras, por mais pontiagudas que sejam. Devemos sintonizar com suas poderosas emanações, de Segurança, de Solidez, Firmeza, perceber através da introspecção, o machado de Xangô cortando as demandas, a sua proteção invencível.


Entender que não há maldade que não finde, e que Xangô ilumina nossos caminhos à medida que compreendemos sua mensagem, que concilia severidade com justiça, exigência com reconhecimento, cobrança com recompensa, e acima de tudo muita proteção nos momentos difíceis e tormentosos.


Enquanto não adquirimos discernimento, como todos os Orixás com sua Bondade, Xangô vai nos ensinando, quebrando as mandingas, dia após dia, e às vezes as contendas são necessárias para valorizarmos a benção que ainda não vemos.


Na força da reza, Pai Xangô tira de nós todo mal, o mal externo que nos assola, mas também o mal que ainda habita em nós, sorrateiro. Nos ensina o valor da Liberdade Plena, com toda a responsabilidade que ela exige, para que dentro da Justiça a gente veja a diferença entre Bem e Mal, certo e errado, os limites, sabendo andar, aqui lá, sem nos perturbar ou nos conspurcar.


Kaô, Kabecile, Salve Senhor Xangô! Saravá!


Alex de Oxóssi


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23/03/2023

Oxóssi e Seus Filhos

Quando Oxóssi escolhe um filho e por ele intercede, não há força que possa destruir essa poderosa união.

Oxóssi protege seus filhos, assim como um leão protege seus filhotes. Pelo seu rebento, Ele é capaz de tudo. E de tudo Ele faz.

Os filhos de Oxóssi carregam consigo uma parte de seu pai, que é independente, inteligente, perspicaz, generoso, destemido e objetivado.

Os filhos de Oxóssi emanam uma elegância e um encanto que só um jovem e forte caçador tem.

Oxóssi pega seus filhos no colo, os carrega nas costas, e lhes ensina a arte de caçar, de enganar a caça, e de como não desperdiçar nada. Tudo nessa vida é sagrado. Tudo é usado e cheio de axé.

Oxóssi ensina seus filhos a se esconderem nas matas, a se recarregarem silenciando seu interior para melhor interagir com o que há em seu entorno.

A não se entregar e confiar facilmente em qualquer um que passe. Mas ele também ensina que o amor é uma coisa ótima, e desobrigada. E que uma vida sem ele é uma vida desperdiçada.

Oxóssi sempre vai zelar por seus filhos, como se todos fossem pequenos erês. Sempre que preciso, Ele os colocará no colo, e os encherá de zelo e carinho.

Sempre que preciso for, Oxóssi irá guerrear ao lado deles. E eles trarão consigo o triunfo e a vitória.

Oxóssi não deixa um filho sem prosperidade, sem amor e sem caça. Oxóssi não deixa um filho no chão.

Com seu ofá ele traz vida. Com o irukeré Ele espanta a negatividade.

Oxóssi é rei de Ketu. E seus filhos são todos príncipes. Porque por acaso, moço(a), você já viu um filho de Oxóssi que não fosse nobre?

Òde tafáre fun wá!
(tradução: "O caçador é por nós!")






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18/05/2022

Festa dos Orixás

 

Festa dos Orixás

Fui convidado a uma festa com todos os orixás.

Mas apenas podia me dirigir a eles uma vez e com uma única pergunta. Assim o fiz.

A Exu perguntei: Como movimentar a vida quando tudo se encontra cristalizado?

Exu respondeu: Produzindo inversões nos padrões que estão estabelecidos.

A Ogum perguntei: Como abrir meus caminhos quando eles se encontram fechados?

Ogum respondeu: Com a coragem do guerreiro que nunca se dá por vencido.

A Oxóssi perguntei: Como distribuir fartura para aqueles que amo?

Oxóssi respondeu: Ninguém é tão pobre que não tenha nada para dar!

A Omulu perguntei: Como curar os outros, mesmo estando ferido?

Omulu respondeu: Aprendendo que a dor dos outros não é menor que a sua. Nenhuma dor deve ser desprezada. Abra mão de seu Ego e será capaz de se curar curando.

A Oxumarê perguntei: Como ser capaz de se regenerar de tempos em tempos como a serpente?

Oxumarê respondeu: Deixando morrer a pele que já não te serve mais. Enquanto você insistir em habitar uma pele morta, sua vida não poderá ser regenerada.

A Ossain perguntei: Por que a verdadeira magia está na simplicidade das ervas?

Ossain respondeu: Porque só através de muito esforço conseguimos ser simples como a natureza!

A Nanã perguntei: Como cuidar da minha ancestralidade?

Nanã respondeu: Tendo a consciência que um dia você também será um ancestral. Cuide de seus ancestrais como você gostaria que seus descendentes cuidassem de você.

A Oxum perguntei: Como encontrar o amor verdadeiro?

Oxum simplesmente disse: Olhando sempre para o espelho!

A Iansã perguntei: Como ser livre e independente, como ser livre como o vento?

Iansã respondeu: Sabendo reconhecer aquilo que te aprisiona. Se você não souber o que te prende, jamais será capaz de fluir como o vento.

A Xangô perguntei: Como aprender a ser justo?

Xangô respondeu: Sabendo ouvir a todos e desprender-se do Ego.

A Obá perguntei: Como perseverar enquanto tudo desmorona?

Obá respondeu: Mantendo o amor intocável dentro de si mesmo.

A Iyewa perguntei: Como ter visão espiritual?

Iyewa respondeu: Conectando-se profundamente aos ciclos naturais e as energias universais.

A Logun-Edé perguntei: Como ser flexível?

Logun respondeu: Tendo capacidade de se adaptar a qualquer ambiente.

A Iemanjá perguntei: Como encontrar harmonia e paz na família?

Iemanjá respondeu: Sendo você mesmo a paz que deseja;

A Oxalá perguntei: Como semear a paz em meio a guerra?

Oxalá respondeu: Ouvindo tudo que você ouviu até aqui e aplicando em sua vida.

Autor desconhecido


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17/04/2022

Orixás


Muito temos estudado ao longo do tempo sobre os Orixás e ainda muita dúvida existe a respeito do tema em questão. A palavra Orixá significa ORI: Alto, cabeça ou o que está em cima e IXA: Luz, iluminado, assim podemos interpretar que ORIXÁ significa “AQUELE QUE ILUMINA NOSSOS PENSAMENTOS”

Os primeiros registros do culto aos Orixás têm como referência a África, berço da cultura negra tão oprimida pelo histórico da escravidão. Lá, diferente do que vemos aqui no Brasil, os Orixás não eram tão humanizados como notamos nos dias de hoje e a ritualística envolvendo os mesmos era disciplinada e mantida na cultura de tradição, ou seja, passada pelos antepassados sucessivamente aqueles que os precederiam em sua jornada religiosa.

Como citamos acima, reparamos nos dias de hoje muitos desejando serem donos da verdade suprema e vale lembrar que no que tange a lei divina o homem e o próprio meio onde vive está sempre em plena evolução, digo isso pois o sentido sagrado dos Orixás ficou muito comparado ao meio onde o ser vive, atribuindo-se a qualidade do Orixá ao temperamento emocional de seus supostos “filhos e filhas”.

Como exemplo podemos citar: “Sou briguento por ser filho de Ogum” ou ainda “As mulheres que choram por qualquer coisa tendem a ser filhas de Oxum” e por ai vai colocando algo sagrado na condição do profano infelizmente, mas isso se dá devido a falta de compreensão e estudo detalhado dos cultos e principalmente da qualidade dos Orixás, além claro do preparo dos médiuns despreparados que ingressam em determinadas casas que não apoiam o estudo da Umbanda.

Orixás, antes de mais nada, são qualidades divinas, ou seja, ligadas a Deus e nestas qualidades se destacam sete, que são cultuadas no movimento Umbandista. São elas: A Fé, o Amor, o Conhecimento, a Justiça, a Lei, a Evolução e a Geração divina. Cada uma destas qualidades compõem uma força ligada a determinada função energética que Deus exerce sobre o homem e toda criação divina.

Quando falamos de fé lembramos de Oxalá, que rege a crença de cada um em sua jornada evolutiva, não adianta desejarmos algo se não acreditamos que podemos alcançá-lo, da mesma forma, não adianta estarmos ligados a um credo religioso se não aprendemos a crer ou a acreditar. Oxalá rege a ligação entre o homem e Deus, é aquele que nos estimula a encontrarmos Deus dentro de nós mesmos, a não desistirmos diante dos obstáculos da lei do carma natural, isso se chama fé. Oxalá tem atuação em nosso chacra coronário.

O Amor divino é regido por Oxum, ainda pouco compreendido, não nos referimos ao amor carnal, ou seja, entre homens e mulheres, mas sim, ao amor universal, onde compreendemos que somos todos irmãos e como irmãos, Oxum desperta em nós o senso de solidariedade, de perdão, de compaixão pelo nosso semelhante, Amor que “cobre a multidão dos seus pecados”, Amor que nos renova as forças e sempre nos dá esperanças de um novo recomeçar. Oxum atua sobre nosso chacra cardíaco.

Oxóssi, é o sustentador natural da vegetação, que nos remonta à cura divina, na natureza encontramos uma grande variedade de forças energéticas que ainda desconhecemos, atuando a mesma tanto para cura de nosso corpo físico, quanto espiritual. Na natureza também encontramos um campo energético absorvedor natural das cargas nocivas das “formas pensamento” geradas pelos seres em desequilibro tanto encarnados como desencarnados. Por reger nosso chacra frontal, Oxóssi também atua em nosso pensamento e eventualmente estimula o nosso aprendizado em geral.

Xangô podemos de forma simples interpretar como o aplicador da Justiça Divina ou, ainda, a lei de causa e efeito a que todos nós estamos expostos pelos nossos atos e pensamentos. Se “não cai uma folha de uma árvore, sem que Deus o saiba”, Xangô vigia nossos passos dando através das leis de Deus um direcionamento em nossas vidas. Tiramos como exemplo Moisés quando recebeu do alto os 10 mandamentos, ali se balizava a Justiça de Deus dando direcionamento para o homem alcançar sua evolução. Xangô vibra sua força através de nosso chacra umbilical.

Ordenação é a qualidade regida por Ogum, ou seja, na criação divina tudo tem tempo e hora certa para acontecer, nada vem quando desejamos, mas sim, quando estamos preparados e para nos encontrarmos preparados tudo tem que estar em ordem. Ogum também atua na organização energética de nosso planeta envolvendo as matas, os rios, os mares, ou seja, tudo o que foi criado por Deus. Cada coisa está em seu devido lugar, esta energia que ordena e organiza todos os eventos da criação e das criaturas chama-se Ogum. O chacra Laríngeo é regido por Ogum.

Evolução, ou passagens de níveis vibratórios são regidos por Omulu, ainda tão mal compreendido dentro da Umbanda, sendo comparado com o Orixá das doenças e pestes, por ter seu campo de forças no cemitério. Quando falamos de morte, não podemos ter nossa mente voltada somente para morte física, mas sim para morte ou anulação de inúmeros defeitos que trazemos em nossos espíritos e que através da bênção da reencarnação temos oportunidade de corrigi-los. Omulu, é a força divina que nos estimula a evoluirmos sempre, aumentando assim nosso padrão vibratório. Vale lembrarmos que a doença também é uma oportunidade de crescimento para o ser, pois a dor transforma. O chacra que é estimulado por Omulu é o chacra esplênico.

A Criação Divina é regida por nossa mãe Iemanjá, um dos Orixás mais festejados na Umbanda. Gerar, dar vida, esta é uma das funções de Iemanjá, pois a criatividade, desde a criação do mundo, envolve o ser. Encontramos esta força divina atuando no meio científico, acadêmico, humano e religioso. Para mudar opiniões são necessárias palavras novas e para gerar palavras novas é preciso ter inspiração divina, fator que é regido por Iemanjá. Tem seu campo de forças nos mares, pois lá se desenvolvem um infinito ciclo de vida. O chacra estimulado por Iemanjá é o básico.

Vale lembrar que existem duas qualidades de Orixás:

ORIXÁS MAIORES, ou seja, a qualidade geradora divina, que nunca incorporam em médium algum;

ORIXÁS INTERMEDIÁRIOS, ou seres manifestadores destas qualidades divinas, que atuam dentro da vibração do Orixá Maior e, sim, estes são os que se manifestam nas Engiras de Umbanda.

O sincretismo religioso não veio da África, mas sim foi criado no Brasil através do movimento de Cabula, oriundo dos negros que eram obrigados a participarem da missas dominicais e que através das imagens católicas nos altares encontraram semelhanças com as qualidades dos Orixás.

Orixá não tem forma, é energia. As imagens que vemos nos altares são pontes de ligação vibratória para aqueles que ainda precisam de referência energética para se ligarem ao divino. Dentro deste sincretismo encontramos:


OXALÁ, sincretizado com JESUS CRISTO

OXUM, sincretizada com NOSSA SENHORA DO CARMO

OXÓSSI, sincretizado com SÃO SEBASTIÃO

XANGÔ, sincretizado com SÃO JOÃO

OGUM, sincretizado com SÃO JORGE

OMULU, sincretizado com SÃO ROQUE

IEMANJÁ, sincretizada com NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO

IANSÃ, sincretizada com SANTA BÁRBARA

(Pode haver variação de acordo com a Região)


Com este breve estudo, esperamos de forma simples termos esclarecido um pouco mais sobre o tema Orixás e, também, assim esperamos, quebrar certos preconceitos, lembrando que o estudo é base fundamental dentro de qualquer religião.

Géro Maita



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13/02/2022

Valores que Ogum nos Ensina

Valores que Ogum nos Ensina


1) A coragem. Coragem para lidar com todas as atribuições que a vida nos apresenta. Coragem para romper com todos os nossos medos. Coragem para correr atrás daquilo que toca o nosso coração, buscar, verdadeiramente os nossos sonhos. Coragem para permitir que a espiritualidade nos transforme no nosso Eu superior. Coragem para dizer não aquilo que nos faz mal e nos oprime. Coragem para se entregar ao Pai Maior.

2) A força. Força que habita o nosso ser e vibra em nossa essência. Força que capacita a modificar, com nossas próprias mãos, tudo aquilo que nos desagrada. Força para assumir aquilo que é correto e justo, apesar de todas as consequências. Força para vencer o desânimo, o cansaço e toda angústia. Força que nos impulsiona a proteger aqueles que amamos.

3) A perseverança. Ogum nos mostra que aqueles que não desistem encontram o bom êxito em seus caminhos. Ensina-nos que os desafios sempre aparecem, mas nem por isto devemos nos desviar dos nossos objetivos. Que o esforço e a vontade bem direcionada é recompensada. Que aquele que planta sementes positivas inevitavelmente colherá bons frutos. Que quando tudo parecer bloquear nossa caminhada, devemos criar uma saída onde parece haver somente limites.

4) A determinação. De peito aberto e disposição no coração, direcionarmos nossas energias para construirmos a vida que desejamos. A não desistirmos na primeira dificuldade, mas darmos o melhor de nós a cada momento. Que Deus nos capacitou com as ferramentas necessárias para transformar nossa realidade. Que antes da vitória é preciso lutarmos por aquilo que aspiramos. Ogum nos ensina a enfrentarmos, diariamente, tudo aquilo que atrasa nosso crescimento material, moral e espiritual.

5) A boa vontade. Ogum é pioneiro, ele veste sua armadura, empunha sua espada, monta em seu cavalo e vai para a linha de frente. Não espera pedir, não aguarda o mal acontecer. Ele nos ensina a ir e fazer. A sermos o primeiro a se voluntariar a realizar o que é bom e correto. Cumprir nossa missão e nossos deveres. Sua vibração traz o ânimo para a ação. Silenciar as desculpas e justificativas, apenas executar aquilo que nos propomos a vivenciar.

6) O autodomínio. Este Orixá mostra-nos o caminho para nos tornarmos trabalhadores do Cristo. Com disciplina, fé e vontade firme. Permite-nos vencer nossas imperfeições e, dessa maneira, alinharmos nossa alma à Espiritualidade Superior. Todo orgulho, ego, arrogância, perversidade deve ser enfrentado. Porém, não o mal que observamos nos outros, isto é muito fácil, mas aquele que habita o nosso ser. Nossas emoções, hábitos e pensamentos devem ser trabalhados não para nos derrubarem, mas sim para tornarem-se nossos aliados, conduzindo-nos a caminhos virtuosos.

7) A vitória. A maior batalha é conosco mesmo e o verdadeiro guerreiro, da qual Pai Ogum é o modelo, é aquele que venceu esta contenda. Mais do que nos auxiliar na realização de nossos fúteis desejos materiais, Ogum abre os caminhos para a luz, a evolução espiritual, o encontro com Deus. Habitamos temporariamente nossos corpos físicos para passarmos pelas experiências necessárias ao nosso desenvolvimento. Reconhecer este processo e permitir que o amadurecimento interno aconteça, é, mais do que qualquer outro fato, ser vitorioso na vida.

Autor desconhecido


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23/07/2021

Iansã


Iansã, o raio que ilumina as trevas do ego!
  
Vós surgiu, minha Mãe, Como uma tempestade. E nos seus olhos eu vi, A bela face da verdade. 

Rainha de encantadores Jacutás, Senhora de todos os Congás. Chuva que acaricia o Ser, Ventania que traz o poder. Ouço vossa voz melodiosa, E de minha alma mil canções florescem. Entre as brumas, percebo-te esplendorosa, Dançando entre estrelas que descem. 

És a beleza da tormenta, E o brilho do anoitecer. És o raio que acalenta, E o fulgor do amanhecer. És o som do trovão, E a Justiça de Xangô. És o amor em turbilhão, E o canto de Agô. És a força da guerra, Que conduz ao campo da paz. És a semeadura da terra, Com os ventos que a semente traz. És o caminho reto, Que a todos vigia. Vitória, contigo é certo, És a estrela que guia. 

Sopro de luz e axé, Rainha de todo Orixá. Flecha veloz na mata de Oxóssi, Menina dos olhos de Oxalá... És o ritmo do barravento, Que ensina a dançar na guerra. És a fúria dos elementos, Que dissipam toda treva. És a chama da coragem, Início, busca e determinação. És o começo da grande viagem, Pelos longos caminhos da evolução. És a faísca que brilha no bambuzal, E o corisco que açoita o ego. És o sangue, a força vital, E a direção que conduz o cego. És a espada que degola o vício, Guerreando ao lado de Ogum. És a linda canção que desabrocha, Dos lábios de papai Olorum. És luta, suor e trabalho, Que enobrece o coração. És honra, força e amparo, No jardim da compaixão... 

Por ti, Oh! Mãe, o raio estoura, E do alto até o embaixo, A voz de Xangô ecoa... Luz que a Vida ampara, Em uma de suas faces vejo, O semblante de Santa Bárbara... Vento que afasta os males, O seu uivo reverenciamos, Nas pedreiras e nos vales... Ventarola que sopra no mar, É por ti que as ondas quebram, No reino de Iemanjá... 

Almas santas, venham todas me valer! Toco o solo e te saúdo, Rainha do Balê... Infinito é seu esplendor, E nem mesmo com mil versos, Cantaríamos todo seu valor... Mãe Divina, em ti vejo o amor, E em seu cálice apanho, A mais tenra flor... 

Eparrei Iansã, Eparrei bela Oyá! Nos guie, hoje e sempre, Pelas voltas que o mundo dá... 


*

Iansã é uma das mães Orixás mais cultuadas dentro da Umbanda e do Candomblé. Seu nome vem do yorubá - Iyá Mesan (a mãe de nove filhos). Iansã simboliza o aspecto guerreiro e protetor da Mãe Divina. É o arquétipo da mulher determinada, que vai à luta e não espera as coisas acontecerem. Como vibração divina, Iansã é o próprio axé que movimenta toda a Criação. É também força direcionadora dentro da vida dos seres humanos. Senhora da Lei, é aplicadora e desencadeadora dos processos cármicos ligados à justiça divina. Mas é também amparadora e guardiã dos trabalhos dármicos (missão) desempenhados por diversas consciências encarnadas aqui na Terra. 

Seu elemento é o ar na sua forma mais revolta. Muito comum também associá-la às tempestades e a qualquer tipo de evento climático. Na Umbanda, está ligada às pedreiras, devido a sua forte ligação com Xangô. Tem como símbolos principais o raio e a espada. O raio é o símbolo da Justiça Divina atuando no plano físico. A espada é o instrumento da Lei, que zela, protege e ampara a todos. Em um nível mais profundo e romântico, o raio é a força que ilumina as trevas do ego, iluminando assim toda nossa sombra psíquica e mostrando-nos o caminho verdadeiro para a autorrealização espiritual. A espada é o símbolo da luta pessoal, do melhoramento, da morte dos próprios vícios e viciações. 

Seu sincretismo acontece com Santa Bárbara, santa católica, que tem como símbolos o cálice e a espada, além de ser evocada durante as tempestades. O sincretismo afro-católico sempre foi e ainda é muito importante dentro dos rituais afro-brasileiros, especialmente dentro da Umbanda. Entendemos e vemos Santa Bárbara como uma manifestadora das qualidades de Iansã. Santa Bárbara é Iansã, Iansã não é “apenas” Santa Bárbara, mas através dela percebemos uma manifestação humana dessa força. Santa Bárbara é, na linguagem própria do culto, uma filha iluminada de Iansã, que reflete em todos os sentidos as qualidades desse Orixá. Uma “alma-partícula de Iansã”, enviada pela Mãe à Terra... 

Além disso, aqui o conceito de egrégora torna-se extremamente importante, pois quando alguém ora e eleva-se através de Santa Bárbara, acessa mentalmente uma egrégora (somatório coletivo de pensamentos e sentimentos elevados) construídos através dos muitos anos em que existe o culto a essa santa. Mais do que isso, também acessa e entra em sintonia com os espíritos socorristas que atuam dentro dessa egrégora de Santa Bárbara. A isso soma-se dentro da Umbanda a egrégora/vibração de Iansã e o trabalho de seus muitos falangeiros, em uma síntese bem universalista e ecumênica, tão própria da religião. 

Lembrando sempre aos mais “tradicionalistas” que os Orixás não são africanos, mas sim são universais, estão em todos os povos, etnias e culturas. Como divindades amorosas que são, por todos velam, independentemente de raça, cor, língua etc... Lembrando também que talvez a única e verdadeira egrégora que exista seja a do AMOR INCONDICIONAL, e é por ela que Iansã e Santa Bárbara trabalham juntas, pois estão muito além das tolas convenções ou preconceitos dos seres humanos, pois é o amor, o amparo e o zelo pela humanidade o que verdadeiramente importa a essas queridas Mães. 

Sua saudação é o Eparrey! (entoado de forma vibrante), som que faz referência ao barulho das trovoadas, além de ser uma saudação à força dos raios e tempestades. É um poderoso mantra de defesa espiritual que pode ser vibrado mentalmente dentro do chacra frontal em situações de assédios e demandas espirituais. 

Seu toque dentro da Umbanda é o barravento, ritmo vindo da cultura bantu, percutido de forma veloz, que potencializa o axé movimentador da mãe, além de ser o toque ideal para que suas falangeiras dancem e girem pelo terreiro, “horizontalizando” e trazendo para o campo físico toda vibração e energia de Iansã. 

Iansã também é considerada a senhora dos eguns (espíritos desencarnados). É ela que, depois da partida do cordão de prata, direciona os espíritos para o plano espiritual, depositando todos nas mãos amorosas de papai Omulu, Orixá responsável pelas passagens de um plano para o outro. Quando cultuada dessa forma, ganha o nome de Iansã das Almas ou Iansã do Balê. Balê é um nome africano para “casa dos mortos” ou cemitério. 

Suas festas e homenagens acontecem no dia 4 de dezembro, devido ao sincretismo católico. Sua cor é o amarelo e o vermelho. Seu número o nove. Nos cultos de nação é também chamada de Oyá, um epíteto para Iansã, nome que também faz referências a seus domínios em relação ao tempo climático.

Autor desconhecido


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23/05/2021

A Tristeza dos Orixás

A Tristeza dos Orixás

Foi, não há muito tempo atrás, que essa história aconteceu. Contada aqui de uma forma romanceada, mas que traz em sua essência, uma verdadeira mensagem para os umbandistas…

Ela começa em uma noite escura e assustadora, daquelas de arrepiar os pêlos do corpo. Realmente o Sol tinha escondido-se nesse dia, e a Lua, tímida, teimava em não iluminar com seus encantadores raios, brilhosos como fios de prata, a morada dos Orixás.

Nessa estranha noite, Ogum, o Orixá das “guerras”, saiu do alto ponto onde guarda todos os caminhos e dirigiu-se ao mar. Lá chegando, as sereias começaram a cantar e os seres aquáticos agitaram-se. Todos adoravam Ogum, ele era tão forte e corajoso.

Iemanjá que tem nele um filho querido, logo abriu um sorriso, aqueles de mãe “coruja” quando revê um filho que há tempos partiu de sua casa, mas nunca de sua eterna morada dentro do coração:

– Ah Ogum, que saudade, já faz tanto tempo! Você podia vir visitar mais vezes sua mãe, não é mesmo? – ralhou Iemanjá, com aquele tom típico de contrariedade.

– Desculpe, sabe, ando meio ocupado – Respondeu um triste Ogum.

– Mas, o que aconteceu? Sinto que estás triste.

– É, vim até aqui para “desabafar” com você “mãeinha”. Estou cansado! Estou cansado de muitas coisas que os encarnados fazem em meu nome. Estou cansado com o que eles fazem com a ” espada da Lei” que julgam carregar. Estou cansado de tanta demanda. Estou muito mais cansado das “supostas” demandas, que apenas existem dentro do íntimo de cada um deles… Estou cansado…

Ogum retirou seu elmo, e por de trás de seu bonito capacete, um rosto belo e de traços fortes pôde ser visto. Ele chorava. Chorava uma dor que carregava há tempos. Chorava por ser tão mal compreendido pelos filhos de Umbanda.

Chorava por ninguém entender, que se ele era daquele jeito, protetor e austero, era porque em seu peito a chama da compaixão brilhava. E, se existe um Orixá leal, fiel e companheiro, esse Orixá é Ogum. Ele daria a própria Vida, por cada pessoa da humanidade, não apenas pelos filhos de fé. Não! Ogum amava a humanidade, amava a Vida.

Mas infelizmente suas atribuições não eram realmente entendidas. As pessoas não viam em sua espada, a força que corta as trevas do ego, e logo a transformavam em um instrumento de guerra. Não vinham nele a potência e a força de vencer os abismos profundos, que criam verdadeiros vales de trevas na alma de todos. Não vinham em sua lança, a direção que aponta para o autoconhecimento, para iluminação interna e eterna.

Não! Infelizmente ele era entendido como o “Orixá da Guerra”, um homem impiedoso que utiliza-se de sua espada para resolver qualquer situação. E logo, inspirados por isso, lá iam os filhos de fé esquecer dos trabalhos de assistência a espíritos sofredores, a almas perdidas entre mundos, aos trabalhos de cura, esqueciam do amor e da compaixão, sentimentos básicos em qualquer trabalho espiritual, para apenas realizaram “quebras e cortes” de demandas, muitas das quais nem mesmo existem, ou quando existem, muitas vezes são apenas reflexos do próprio estado de espírito de cada um. E mais, normalmente, tudo isso torna-se uma guerra de vaidade, um show “pirotécnico” de forças ocultas. Muita “espada”, muito “tridente”, muitas “armas”, pouco coração, pensamento elevado e crescimento espiritual.

Isso magoava Ogum. Como magoava:

– Ah, filhos de Umbanda, por que vocês esquecem que Umbanda é pura e simplesmente amor e caridade? A minha espada sempre protege o justo, o correto, aquele que trabalha pela luz, fiando seu coração em Olorum. Por que esquecem que a Espada da Lei só pode ser manuseada pela mão direita do amor, insistindo em empunhá-la com a mão esquerda da soberbia, do poder transitório, da ira, da ilusão, transformando-na em apenas mais uma espada semeadora de tormentos e destruição.

Então, Ogum começou a retirar sua armadura, que representava a proteção e firmeza no caminho espiritual que esse Orixá traz para nossa vida. E totalmente nu ficou frente à Iemanjá. Cravou sua espada no solo. Não queria mais lutar, não daquele jeito. Estava cansado…

Logo um estrondo foi ouvido e o querido, mas também temido Tatá Omulu apareceu. E por incrível que pareça o mesmo aconteceu. Ele não agüentava mais ser visto como uma divindade da peste e da magia negativa. Não entendia, como ele, o guardião da Vida podia ser invocado para atentar contra Ela. Magoava-se por sua alfange da morte, que é o princípio que a tudo destrói, para que então a mudança e a renovação aconteçam, ser tão temida e mal compreendida pelos homens.

Ele também deixou sua alfange aos pés de Iemanjá, e retirou seu manto escuro como a noite. Logo via-se o mais lindo dos Orixás, aquele que usa uma cobertura para não cegar os seus filhos com a imensa luz de amor e paz que irradia-se de todo seu ser. A luz que cura, a luz que pacifica, aquela que recolhe todas as almas que perderam-se na senda do Criador. Infelizmente os filhos de fé esquecem disso…

Mas o mais incrível estava por acontecer. Uma tempestade começou a desabar aumentando ainda mais o aspecto incrível e tenebroso daquela estranha noite. E todos os outros Orixás começaram a aparecer, para logo, começarem também a despir suas vestimentas sagradas, além de deixarem ao pé de Iemanjá suas armas e ferramentas simbólicas.

Faziam isso em respeito a Ogum e Omulu, dois Orixás muito mal compreendidos pelos umbandistas. Faziam isso por si próprios. Iansã queria que as pessoas entendessem que seus ventos sagrados são o sopro de Olorum, que espalha as sementes de luz do seu amor. Oxossi queria ser reverenciado como aquele que, com flechas douradas de conhecimento, rasga as trevas da ignorância. Egunitá apagou seu fogo encantador, afinal, ninguém lembrava da chama que intensifica a fé e a espiritualidade. Apenas daquele que devora e destrói. Os vícios dos outros, é claro.

Um a um, todos foram despindo-se e pensando quanto os filhos de Umbanda compreendiam erroneamente os Orixás.

Iemanjá, totalmente surpresa e sem reação, não sabia o que fazer. Foi quando uma irônica gargalhada cortou o ambiente. Era Exu. O controvertido mensageiro, guardião, também chegava para a reunião, acompanhado de Pombagira, sua companheira eterna de jornada.

Mas os dois estavam muito diferentes de como normalmente apresentam-se. Andavam curvados, como que segurando um grande peso nas costas. Tinham na face, a expressão do cansaço. Mas, mesmo assim, gargalhavam muito. Eles nunca perdiam o senso de humor!

E os dois também repetiram aquilo que todos os Orixás foram fazer na casa de Iemanjá. Despiram-se de tudo. Exu e Pombagira, sem dúvida, eram os que mais razões tinham de ali estarem. Inúmeros eram os absurdos cometidos por encarnados em nome deles. Sem contar o preconceito, que o próprio umbandista ajudou a criar, dentro da sociedade, associando-o a figura do Diabo:

– Hahaha, lamentável essa situação, hahaha, lamentável! – Exu chorava, mas Exu continuava a sorrir. Essa era a natureza desse querido Orixá.

Iemanjá estava desesperada! Estavam todos lá, pedindo a ela um conforto. Mas nem mesmo a encantadora Rainha do Mar sabia o que fazer:

Espere! – pensou Iemanjá! – Oxalá, Oxalá não está aqui! Ele com certeza saberá como resolver essa situação.

E logo Iemanjá colocou-se em oração, pedindo a presença daquele que é o Rei entre os Orixás. Oxalá apresentou-se na frente de todos. Trazia seu opaxorô, o cajado que sustenta o mundo. Cravou ele na Terra, ao lado da espada de Ogum. Também despiu-se de sua roupa sagrada, pra igualar-se a todos, e sua voz ecoou pelos quatro cantos do Orun:

– Olorum manda uma mensagem a todos vocês meus irmãos queridos! Ele diz para que não desanimem, pois, se poucos realmente os compreendem, aqueles que assim o fazem, não medem esforços para disseminar essas verdades divinas. Fechem os olhos e vejam, que mesmo com muita tolice e bobagem relacionada e feita em nossos nomes, muita luz e amor também está sendo semeado, regado e colhido, por mãos de sérios e puros trabalhadores nesse às vezes triste, mas abençoado planeta Terra. Esses verdadeiros filhos de fé que lutam por uma Umbanda séria, sem os absurdos que por aí acontecem. Esses que muito além de “apenas” prestarem o socorro espiritual, plantam as sementes do amor dentro do coração de milhares de pessoas. Esses que passam por cima das dificuldades materiais, e das pressões espirituais, realizando um trabalho magnífico, atendendo milhares na matéria, mas também, milhões no astral, construindo verdadeiras “bases de luz” na crosta, onde a espiritualidade e religiosidade verdadeira irão manifestar-se. Esses que realmente nos compreendem e buscam-nos dentro do coração espiritual, pois é lá que o verdadeiro Orun reside e existe. Esses incríveis filhos de umbanda, que não colocam as responsabilidades da vida deles em nossas costas, mas sim, entendem que tudo depende exclusivamente deles mesmos. Esses fantásticos trabalhadores anônimos, soltos pelo Brasil, que honram e enchem a Umbanda de alegria, fazendo a filhinha mais nova de Olorum brilhar e sorrir…

Quando Oxalá calou-se os Orixás estavam mudados. Todos eles tinham suas esperanças recuperadas, realmente viram que se poucos os compreendiam, grande era o trabalho que estava sendo realizado, e talvez, daqui algum tempo, muitos outros juntariam-se nesse ideal. E aquilo alegrou-os tanto que todos começaram a assumir suas verdadeiras formas, que são de luzes fulgurantes e indescritíveis. E lá, do plano celeste, brilharam e derramaram-se em amor e compaixão pela humanidade.

Em Aruanda, os caboclos, pretos-velhos e crianças, o mesmo fizeram. Largaram tudo, também despiram-se e manifestaram sua essência de luz, sua humildade e sabedoria comungando a benção dos Orixás.

Na Terra, baianos, marinheiros, boiadeiros, ciganos e todos os povos de Umbanda, sorriam. Aquelas luzes que vinham lá do alto os saudavam e abençoavam seus abnegados e difíceis trabalhos. Uma alegria e bem – aventurança incríveis invadiram seus corações. Largaram as armas. Apenas sorriam e abraçavam – se. O alto os abençoava…

Mas, uma ação dos Orixás nunca fica limitada, pois é divina, alcançando assim, a tudo e a todos. E lá no baixo astral, aqueles guardiões e guardiãs da lei nas trevas também foram alcançados pelas luzes Deles, os Senhores do Alto. Largaram as armas, as capas, e lavaram suas sofridas almas com aquele banho de luz. Lavaram seus corações, magoados por tanta tolice dita e cometida em nome deles. Exus e Pombagiras, naquele dia foram tocados pelo amor dos Orixás, e com certeza, aquilo daria força para mais muitos milênios de lutas insaciáveis pela Luz.

Miríades de espíritos foram retirados do baixo-astral, e pela vibração dos Orixás puderam ser encaminhados novamente à senda que leva ao Criador. E na matéria toda a humanidade foi abençoada. Aos tolos que pensam que Orixás pertencem a uma única religião ou a um povo e tradição, um alerta. Os Orixás amam a humanidade inteira, e por todos olham carinhosamente.

Aquela noite que tinha tudo para ser uma das mais terríveis de todos os tempos, tornou-se benção na vida de todos. Do alto ao embaixo, da esquerda até a direita, as egrégoras de paz e luz deram as mãos e comungaram daquele presente celeste, vindo diretamente do Orun, a morada celestial dos Orixás.

Vocês, filhos de Umbanda, pensem bem! Não transformem a Umbanda em um campo de guerra, onde os Orixás são vistos como “armas” para vocês acertarem suas contas terrenas. Muito menos esqueçam do amor e compaixão, chaves de acesso ao mistério de qualquer um deles. Umbanda é simples, é puro sentimento, alegria e razão. Lembrem-se disso.

E quanto a todos aqueles, que lutam por uma Umbanda séria, esclarecida e verdadeira, independente da linha seguida, lembrem-se das palavras de Oxalá ditas linhas acima.

Não desanimem com aqueles que vos criticam, não fraquejem por aqueles que não tem olhos para ver o brilho da verdadeira espiritualidade.

Lembrem-se que vocês também inspiram e enchem os Orixás de alegria e esperança. A todos, que lutam pela Umbanda nessa Terra de Orixás, esse texto é dedicado. Honrem-los. Sejam luz, assim como Eles!

Autor desconhecido




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26/03/2019

Importância do Orixá Regente

Orixás na Umbanda

Qual é a Importância de saber quem é o Orixá regente da coroa do médium?

Um dia desses vi esse debate num grupo e o que mais chamou a atenção foi a divergência entre as opiniões.

Então, vamos lá... Todos nós temos uma coroa regida por todos os Orixás que são associados ao médium, seja conforme prefiram chamar, de orixá de frente, chefe de Coroa, pai de cabeça, seus juntós... enfim... como a prática na sua casa resolva cultuar, afinal não é o que vai mudar a essência da finalidade.

O fato é que saber qual é a ordem da regência na coroa do médium pode ser muito favorável ao próprio médium, quanto ao zelador responsável pelo desenvolvimento espiritual e mediúnico do filho.

Para o zelador, saber a influência sobre seu filho, vai auxiliá-lo na orientação e formação de um ser humano mais equilibrado através das ferramentas que a sabedoria de Umbanda nos oferece.

Para o médium, o entendimento de que ser filho de um determinado Orixá lhe trás a obrigação de desenvolver suas qualidades e policiar e buscar melhorar-se quanto aos aspectos negativos.

Experimente ser um filho de Ogum determinado ao invés de ser um filho briguento ou filha de Iansã motivadora ao invés de ser intempestiva.

E lembre-se sempre que não adianta ter os caminhos abertos por Ogum sem ter a saúde de Omulu ou a prosperidade de Oxóssi ou o amor de Oxum.

Babalorixá Márcio Rogério







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05/02/2019

Oxum

Oxum

É a força dos rios, que correm sempre adiante, levando e distribuindo pelo mundo sua água que mata a sede. É a Mãe da água doce, Rainha das cachoeiras, Deusa da candura e da meiguice.

Orixá da prosperidade e da riqueza interior, ela é a manifestação do Amor, o amor puro, real, maduro, solidificado, sensível e incondicional, por isso é associada à maternidade e ligada ao desenvolvimento da criança ainda no ventre da mãe, da mesma maneira que Yemanjá.

A regência fascinante de Oxum é o processo de fecundação, na multiplicação da célula mater.

É Oxum quem gera o nascimento de novas vidas que estarão no período de gestação numa bolsa de água – como ela, Oxum, rainha das águas.

É, sem dúvida alguma, das regências mais fascinantes, pois é o início, a formação da vida. É Oxum que "tomará conta" até o nascimento, quando, então, entrega à Yemanjá, que será responsável pelo destino daquela criança.

Oxum não vê defeitos nos seus filhos, não vê sujidade. Os seus filhos são verdadeiras jóias, e ela só consegue ver o seu brilho. É por isso que Oxum é a mãe das crianças, seres inocentes e sem maldade, zelando por elas desde o ventre até que adquiram a sua independência.

Os seus filhos, melhor, as suas jóias, são a sua maior riqueza. Como acontece com as águas, nunca se pode prever o estado em que encontraremos Oxum; como também não podemos segurá-la em nossas mãos. Assim, Oxum é o ardil feminino, considerada a deusa do amor, a Vênus africana. O casamento, o ventre, a fecundidade e as crianças são de Oxum, assim como, talvez por consequência, a felicidade.

De menina-moça faceira, passando pela mulher irresistível até a senhora protetora, Oxum é sempre dona de uma personalidade forte, que não aceita ser relegada a segundo plano, afirmando-se em todas circunstâncias da vida.

Oxum é o amor, é a capacidade de sentir amor. A partir desse amor é que se dá a origem as Agregações, e consequentemente origina a concepção das coisas.

Ela é o elo que une os Seres sob uma mesma crença, trazendo a união espiritual. É o elo que une dois Seres sob o mesmo amor, agregando-os onde se dá inicio à concepção de uma nova vida. Ela é quem agrega os bens materiais que torna um ser rico, portanto, é conhecida como Orixá da Riqueza, Senhora do Ouro e das Pedras Preciosas.

O toque dos atabaques, que acompanha sua dança no candomblé, é denominado ijexá. A dança de Oxum é a mímica da mulher faceira, que se embeleza e atavia, exibindo com orgulho colares e pulseiras tilintantes.

Diante do espelho sorri, vaidosa e feliz, por se ver tão linda e sedutora. Essa doçura de encanto feminino, porém, não revela a deusa por inteiro. Pois ela é também guerreira intrépida e lutadora pertinaz.

Como as águas dos rios, a força de Oxum vai a todos os cantos da terra. Ela dá de beber às folhas de Ossain, aos animais e plantas de Oxossi, esfria o aço forjado por Ogum, lava as feridas de Obaluaê, compõe a luz do arco-íris de Oxumarê.

Oxum está em tudo, pois, se amamos algo ou alguém é porque ela está dentro de nós.

Mônica Caraccio




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17/01/2019

O que são Orixás?

O que são Orixás?

Para nós, trabalhadores das diversas fraternidades, que acreditamos e confiamos em regentes espirituais, temos a crença que Deus dividiu seus fatores ou energias em diversas formas, dotando seus filhos ou espíritos, humanizando-os com seus atributos e instruindo-os para serem polos magnéticos e condensadores para parâmetros humanos, atribuímos muitas vezes aos Orixás nossos modos de ser, viver, comportar, pensar, agir, e por fim acreditar.

O Orixá está na natureza, mas não é apenas a natureza. São fatores de energia e pontos de fixação para a evolução humana e principalmente aos trabalhadores da seara espírita umbandista ou Candomblecista. Enfim... É mais uma benção de Deus.

O Umbandista deve buscar o equilíbrio de todas estas forças através da prática da caridade, do amor e respeito à natureza e às coisas de Deus. A Umbanda nos ampara e propõe trazer o equilíbrio destas forças para as nossas vidas, desta forma seus filhos serão sempre polos atrativos e condensadores dessa energia.

Trabalhar na Umbanda ou ser seguidor de seus ensinamentos e parâmetros ensina e demonstra aos seres humanos que tudo está sempre em completa mutação nada é estático ou imóvel, a evolução é continua e chama a todos para que caminhem, ao lado e através de seus enviados de luz, que sempre nos trazem palavras de consolo, amparo, força, esclarecimento, caridade e amor, e assim fazer ultrapassar as paredes físicas do terreiro de Umbanda a sua mensagem.

Sendo a Caridade o objetivo principal do médium Umbandista.

A Umbanda não se propõe a ser solução milagrosa para todos os problemas de ordem materiais criados por nós, mas propõe que, através da harmonização com as forças da natureza, encontremos amparo e alívio para os nossos problemas.

Essas forças da natureza estariam dentro de nós, nascemos já preparados para a nossa batalha ou desafios como muitos comentam, somos amparados por nossos senhores, ou seja, nossos Orixás que significa:

Ori....Coroa....Cabeça;
Xá....Senhor .....luz...

Poderíamos dizer que Orixá significa:

Senhor da Cabeça ou;
Senhor da Luz

Cada Orixá tem função específica e até as que são antagônicas se harmonizam frente as nossas necessidades, por Graça do Criador.

Todas as energias emanadas pelos Orixás estando em equilíbrio nos tornam pessoas melhores e facilitam a nossa passagem na Terra, por isso falei em benção de Deus, e também em manifestações básicas e harmônicas dos Orixás apesar de algumas manifestações serem antagônicas, mas no fundo complementares. Tudo isso justifica e explica, enfim, o porquê é fundamental o estarmos equilibrados aos sete planos divinos com seus respectivos Orixás, explica o porquê de não nos dedicarmos a um ou dois Orixás específicos apenas.

Dentro da Umbanda trazemos todos os Orixás para fazer parte de nossa vida, ou seja, a Fé, Lei, Justiça, Conhecimento, Evolução, Amor, Cura e por fim a Proteção, todas essas forças devem fazer parte da caminhada do médium Umbandista, todos temos a necessidade do amparo divino para conseguirmos a realização de nossos planos reencarnatórios.

Sendo Orixá a tradução mais evoluída do nosso sistema manifestado através das forças da natureza, não poderíamos, nós, termos a mais pura essência desses complexos etéreos. E sim a centelha desfocada que se reflete, manifesta e influencia o médium. Que vem traduzida e decodificada em uma linguagem compreensível para nós.

A formação do arquétipo de cada um depende do grau evolutivo do médium, e contribuições dadas a sua formação, tais como, nível de consciência de vida de acordo com sua visão espiritual; qualidade da aprendizagem feita de encarnação para encarnação; historicidade cultural nesta encarnação; formação familiar e serviços prestados à comunidade em forma de caridade.

Quanto mais o médium trabalha em função da sua melhoria como ser humano, maior e melhor é a qualidade da influência vinda das Egrégoras do astral, pertencentes aos regentes da coroa mediúnica, ou seja, menos impurezas ele absorverá, já que seus sentimentos se tornarão forte filtro.

A jornada de um trabalhador de luz terá algumas facilitadoras, porém não será nada fácil atingir o objetivo final, ele dependera e muito do comportamento dentro e fora do terreiro, porque a todo o momento seremos lembrados que para alcançarmos a luz e podermos fazer parte dela, temos que deixar para trás a força das trevas e negatividades dos planos inferiores que tão bem conhecemos.

Somos importantes para Deus e os Orixás, mas também somos importantes para as trevas ou escuridão, devido ao magnetismo humano. Somente nós, seres humanos, temos a energia capaz de abrir alguns campos espirituais que se chama ectoplasma, através dessa energia invisível aos olhares dos homens, muitas formas e pensamentos são alimentadas ou mesmo curadas nos planos espirituais, por isto devemos sempre estar vigilantes sobre a nossa capacidade e dedicação ao bem.

Somos importantes de verdade, Deus nos quer ao seu lado sempre, nos envia seus guerreiros e guerreiras para que possamos vencer a nossa batalha particular, o resultado desta guerra dependerá única e exclusivamente dos nossos desejos e querer.

Roberley Meirelles





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03/12/2018

Cores, Datas Comemorativas e Dias da Semana dos Orixás


Cores, Datas Comemorativas e Dias da Semana dos Orixás

A Umbanda é uma religião que nos dá a oportunidade de escolher a melhor forma de praticá-la, respeitando os valores e crenças de cada um. Na umbanda existem conceitos universais, aqueles que se não forem seguidos não se pode considerar Umbanda, como por exemplo a crença em Deus e nos Orixás, a crença nos trabalhadores que formam as linhas de Umbanda como os Caboclos, os Pretos Velhos e Ibejis, a prática da caridade sem qualquer tipo de cobrança, seja material ou psicológica, não sacrificar animais, o predomínio da cor branca, trabalhos direcionados apenas para o Bem, entre outros. 

A questão das cores dos Orixás, datas comemorativas e dias da semana está confundindo muitos irmãos de fé diante de tantas informações desencontradas, mas que se apreciadas empaticamente, fazem todo o sentido dentro da realidade de cada um. A Umbanda é diversa e cada Terreiro tem a sua doutrina ditada pela espiritualidade que o rege, portanto devemos respeitar todos os conceitos abordados em cada doutrina.

O julgamento precipitado, a crítica que acaricia o ego, a falta de sensatez de discursos superficiais do que não se conhece, prejudica mais do que aclara o entendimento, sem contar que é uma falta de caridade para com o próximo que pensa diferente dele.

Creio que os Orixás e nossos queridos trabalhadores de Umbanda pouco se importam com a forma de determinados ritos e crenças, desde que a intenção seja pura e verdadeiramente para o Bem. Não existem melindres entre a espiritualidade da Umbanda, existe sim entre os umbandistas. É certo que o consenso de pensamentos e ideias determinaria com mais precisão a identidade umbandista, mas se ele nem sempre existe, não pode ser atribuído ao acaso, é mister supor que predomina na espiritualidade umbandista o respeito pela liberdade de consciência, ausente em muitos de nós.

Feita esta pequena introdução sobre a diversidade na Umbanda, vamos agora falar um pouco sobre este tema de acordo com a doutrina da nossa Casa, a Tenda de Umbanda Luz e Caridade:

Vamos começar pelas cores que são dadas aos Orixás. Percebemos que as cores que os representam têm significado apenas para nós encarnados, que precisamos sempre de um referencial para conduzir a nossa fé. Os Orixás são luzes que emanam do Criador para todos, em todas as circunstâncias que se fizer necessária a sua atuação, vibram em todas as cores e principalmente na cor que adotamos para cultuá-los. 

De acordo com a cromoterapia, ciência que utiliza as cores para restabelecer a saúde, cada cor tem um significado e transmite um tipo de energia. Existem as cores vibrantes como a vermelha, laranja e a amarela, as cores equilibradoras como o azul, rosa, lilás, as cores tranquilizantes que remetem a paz, como o branco e a cor neutra como o marrom e o preto. 

As cores são também classificadas de acordo com a temperatura:

Cores quentes remetem à sensação de calor e dinamismo: vermelha, laranja, amarela
Cores frias remetem à sensação de frio e suavidade e estão associadas à água: azul, verde, violeta
Cores neutras remetem à sensação de neutralidade: marrom, cinza, bege

Na Umbanda, podemos aplicá-las também na representação que se aproxima da cor dos elementos de cada Orixá, ou do fenômeno da natureza, ou do seu reino específico, bem como na característica de personalidade dos seus filhos. Então, diante dessas informações adotamos as seguintes cores em nossa Casa, concordando com algumas cores já adotadas em alguns segmentos de Umbanda:

PAI OXALÁ - COR BRANCA: representação maior da fé, cor que remete à paz espiritual e ao mais evidente simbolismo da Umbanda, igualdade entre todos. O branco está presente em todas as cores e Pai Oxalá está presente em todos os Orixás.

De acordo com a física, quando a luz branca incide numa das faces de um prisma óptico, ocorre a dispersão da luz nas sete cores, o que também nos remete ao Pai Oxalá se expandindo através dos sete Orixás Sagrados.

IANSÃ - COR AMARELO-DOURADO OU COR DE MEL (a cor dourada ou cor de mel são variações da cor amarela): O maior simbolismo de Iansã é o raio, e neste predomina a cor amarela, além do que a cor amarela é uma das cores mais velozes, onde a velocidade é uma das características desta Orixá. A cor amarela é também cor quente e vibrante que melhor representa esta Orixá que também é do fogo e muito dinâmica.

OXUM - COR AZUL ROYAL: O maior simbolismo de Oxum é a água, o azul royal é a cor que se forma no encontro da água do rio com o mar. O azul é cor fria que remete à suavidade e ao equilíbrio, e a principal característica desta Orixá é favorecer o equilíbrio emocional.

OGUM - COR VERMELHA: Símbolo do fogo, cor que sugere altivez, dinamismo, força para o combate, em momentos de luta o "sangue pulsa nas veias", diz o ditado popular. Os romanos utilizavam a bandeira vermelha nas batalhas para estimular as glândulas endócrinas, que ajudam a liberar adrenalina, aumentando o nível de energia. Ogum é Orixá do fogo e da impulsividade, considerado guerreiro de Umbanda e no nosso entendimento a cor vermelha é a que melhor lhe representa.

XANGÔ - COR MARROM: Cor neutra, que remete à imparcialidade e neutralidade, requisitos imprescindíveis para se fazer justiça, atributo principal deste Orixá. O marrom também é a cor que mais se aproxima da cor do elemento terra, elemento do Orixá Xangô. 

OXÓSSI - COR VERDE: Cor que melhor representa o reino específico deste Orixá: as matas. Cor fria que também sugere paciência e equilíbrio, características fundamentais para se acertar um alvo, como numa caça. Oxóssi é caçador!

IEMANJÁ - COR AZUL CLARA: Cor que melhor representa o reino específico desta Iabá: o mar. O azul é cor fria que favorece à intuição, à devoção e à tranquilidade, características desta Orixá.

OMULU - CORES PRETA E BRANCA: Cores que melhor representam os extremos opostos. Omulu é o Orixá da transformação, auxilia no encaminhamento das almas após o desenlace do corpo físico, portanto, está entre a vida e a morte, que são simbolicamente os extremos opostos, podendo-se atribuir o branco para a vida e o preto para a morte.

EXUS - CORES PRETA E VERMELHA: Tradicionalmente, a cor preta é associada às trevas, que é o principal campo de atuação dos nossos guardiães e a cor vermelha é associada ao arquétipo de bravura, luta e dinamismo, principal característica dos Exus de Lei. A cor vermelha também é atribuída ao Orixá Ogum que direciona a Lei para que os Exus a façam cumprir, dessa forma, os Exus trabalham sob a vibração do Orixá Ogum, compartilhando entre eles a cor vermelha.


Agora passaremos a falar um pouco das datas comemorativas dos nossos Orixás. Seguimos as datas comemorativas da nossa região, simples assim. E por quê? Porque acreditamos na sábia frase de Jesus: "quando duas ou mais pessoas estiverem reunidas em meu nome, eu lá estarei!". Se em uma região a maioria dos fiéis vibram e emitem seus pensamentos para aquela força que designa um Orixá, é mais provável que a sintonia e o alcance dos objetivos sejam mais evidentes, adotamos a famosa frase "A união faz a força". Na nossa região, por exemplo, o dia consagrado para Iemanjá é 8 de dezembro, onde é sincretizada com Nossa Senhora da Conceição. Para nós não faz nenhum sentido louvá-la no dia 2 de fevereiro, data consagrada a esta Orixá no sul e sudeste do país. Então, para nós, as datas comemorativas dos Orixás e entidades de Umbanda, são:

OXÓSSI: 20 DE JANEIRO (Sincretizado com São Sebastião)
OGUM: 23 DE ABRIL (Sincretizado com São Jorge)
PRETOS VELHOS: 13 DE MAIO (Dia da libertação dos escravos)
POVO CIGANO: 24 DE MAIO (Dia de Santa Sara Kali)
XANGÔ: 24 DE JUNHO (Sincretizado com São João)
OMULU: 16 DE AGOSTO (Sincretizado com São Roque)
EXUS: 24 DE AGOSTO (Tradicionalmente, é considerado um mês de mau agouro e estas entidades estão mais diretamente ligadas ao combate do mal)
IBEJIS: 27 DE SETEMBRO (Sincretizado com São Cosme e Damião)
OXUM: 16 DE JULHO (Sincretizada com Nossa Senhora do Carmo)
IANSÃ: 04 DE DEZEMBRO (Sincretizada com Santa Bárbara)
IEMANJÁ: 08 DE DEZEMBRO (Sincretizada com Nossa Senhora da Conceição)
OXALÁ: 25 DE DEZEMBRO (Sincretizado com Jesus Cristo)


Passaremos agora aos dias da semana. Desde tempos remotos, os dias da semana são atribuídos aos astros, com forte influência da mitologia greco-romana, desta forma, com relação aos dias da semana de vibração maior de cada Orixá, adotamos o seguinte esquema:

SEGUNDA-FEIRA - IEMANJÁ: Dia do astro lua, lua é deusa greco-romana que refere-se à Grande Mãe, principal atributo desta Orixá.

Obs:
SEGUNDA-FEIRA também é dia de vibração maior de: OMULU, PRETOS VELHOS, EXUS GUARDIÃES: Dia adotado tradicionalmente ao combate às energias trevosas, ao descarrego de energias densas. Estas entidades trabalham mais diretamente com elementos para o desmanche de magias e de influências negativas. O mar é grande fonte de descarrego energético, o mar de Iemanjá!

TERÇA-FEIRA - OGUM: Dia consagrado a Marte, o deus romano da Guerra, equivalente a Ogum, nosso General de Umbanda.

QUARTA-FEIRA - IANSÃ: Dia do astro mercúrio. Mercúrio é nome romano cujo deus tem muitas atribuições, uma delas é ser o deus das almas dos mortos, que as encaminham após a morte, assemelha-se a uma das atribuições da Orixá Iansã. Para os gregos o nome Hermes equivale a Mercúrio, que representa velocidade, astúcia, equilíbrio (par com Xangô), diplomacia, comunicabilidade e todo tipo de atividade mental, características que identificam a Orixá Iansã. De acordo com a mitologia romana, é dia consagrado ao deus Mercúrio, que também influenciou o nome do elemento mercúrio cuja principal característica é a rapidez dos voos, que equivale a representação dos ventos de Iansã. Xangô é o seu par de equilíbrio com o elemento terra e a representação do seu reino natural que são as pedreiras, simbolicamente, elementos fixos e firmes em equilíbrio com a inconstância dos ventos.

QUINTA-FEIRA - XANGÔ e OXÓSSI: Dia do astro júpiter, associado a Zeus que na mitologia grega é o deus dos céus e do trovão, fenômeno natural atribuído ao Orixá Xangô. Júpiter é conhecido como "o grande benéfico", simboliza o máximo da expansão. Rege questões ligadas à filosofia, ao comportamento humano em geral e à ética. A influência de Júpiter também favorece a expansão do conhecimento, a prosperidade e a fartura, características do Orixá Oxossi.

SEXTA-FEIRA - OXUM: Dia consagrado ao astro Vênus, que na mitologia romana equivale a deusa venus, deusa do amor, da fertilidade e da beleza, atributos da Orixá Oxum.

SÁBADO - OMULU: Dia do astro saturno. Divindade romana complexa, que representa o tempo e a terra, reina no sábado. Na astrologia saturno é símbolo complexo que atrai elementos deletérios de outros planetas, equivale à complexidade do Orixá Omulu, por ser o Orixá base para a atuação de todos os outros Orixás, assim como a terra é a base para a construção de toda edificação.

DOMINGO - OXALÁ: Dia consagrado ao astro rei: o sol, intimamente relacionado com as qualidades atribuídas ao Pai de todos nós, Pai Oxalá. O sol está ligado ao arquétipo de realeza, grandeza, luz, equilíbrio de todos os planetas e sustentação da vida, assim como Pai Oxalá representa o princípio e a razão de todas as coisas.

Como vimos acima, as cores, datas comemorativas e dias da semana consagrados aos sete Orixás básicos da Umbanda e adotados na Tenda de Umbanda Luz e Caridade, têm o respaldo de uma justificativa coerente e consciente e esperamos, de alguma forma, contribuir com o aprendizado dos que buscam aliar a fé e a razão aos conceitos e práticas umbandistas.

Ednay Melo


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Acompanhe este breve ensaio sobre planeta regente do ano:

A determinação do Regente do Ano, segundo a tradição astrológica, tem como base um ciclo de 36 anos. A cada ciclo de 36 anos é atribuída uma regência planetária (Regente do Ciclo). Dentro deste ciclo existem ciclos menores anuais, que também possuem seus respectivos regentes (Regente do Ano).
Na atribuição dessas regências, são considerados apenas os astros antigos. Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno.

Para saber o Regente do Ciclo e Regente do Ano desejado, consulte a tabela abaixo:
- Na primeira linha, em negrito, temos o ano em que se inicia o ciclo e o Regente do Ciclo

- Na coluna da esquerda veja o ano desejado, a direita o Regente do Ano.

Veja também qual era o Regente do Ciclo e o do Ano por ocasião de seu nascimento.


A  tabela mostra 4 ciclos maiores:

Marte (1909 a 1944), Lua (1945 a 1981), Sol (1981 a 2016), Saturno (2017 a 2052),

com os respectivos regentes de cada ano.


Ciclo de 
Marte
Ciclo da 
Lua
Ciclo do 
Sol
Ciclo de
 Saturno
Ano
Regente
Ano
Regente
Ano
Regente
Ano
Regente
1909
Marte
1945
Lua
1981
Sol
2017
Saturno
1910
Sol
1946
Saturno
1982
Vênus
1918
Júpiter
1911
Vênus
1947
Júpiter
1983
Mercúrio
2019
Marte
1912
Mercúrio
1948
Marte
1984
Lua
2020
Sol
1913
Lua
1949
Sol
1985
Saturno
2021
Vênus
1914
Saturno
1950
Vênus
1986
Júpiter
2022
Mercúrio
1915
Júpiter
1951
Mercúrio
1987
Marte
2023
Lua
1916
Marte
1952
Lua
1988
Sol
2024
Saturno
1917
Sol
1953
Saturno
1989
Vênus
2025
Júpiter
1918
Vênus
1954
Júpiter
1990
Mercúrio
2026
Marte
1919
Mercúrio
1955
Marte
1991
Lua
2027
Sol
1920
Lua
1956
Sol
1992
Saturno
2028
Vênus
1921
Saturno
1957
Vênus
1993
Júpiter
2029
Mercúrio
1922
Júpiter
1958
Mercúrio
1994
Marte
2030
Lua
1923
Marte
1959
Lua
1995
Sol
2031
Saturno
1924
Sol
1960
Saturno
1996
Vênus
2032
Júpiter
1925
Vênus
1961
Júpiter
1997
Mercúrio
2033
Marte
1926
Mercúrio
1961
Marte
1998
Lua
2034
Sol
1927
Lua
1963
Sol
1999
Saturno
2035
Vênus
1928
Saturno
1964
Vênus
2000
Júpiter
2036
Mercúrio
1929
Júpiter
1965
Mercúrio
2001
Marte
2037
Lua
1930
Marte
1966
Lua
2002
Sol
2038
Saturno
1931
Sol
1967
Saturno
2003
Vênus
2039
Júpiter
1932
Vênus
1968
Júpiter
2004
Mercúrio
2040
Marte
1933
Mercúrio
1969
Marte
2005
Lua
2041
Sol
1934
Lua
1970
Sol
2006
Saturno
2042
Vênus
1935
Saturno
1971
Vênus
2007
Júpiter
2043
Mercúrio
1936
Júpiter
1972
Mercúrio
2008
Marte
2044
Lua
1937
Marte
1973
Lua
2009
Sol
2045
Saturno
1938
Sol
1974
Saturno
2010
Vênus
2046
Júpiter
1939
Vênus
1975
Júpiter
2011
Mercúrio
2047
Marte
1940
Mercúrio
1976
Marte
2012
Lua
2048
Sol
1941
Lua
1977
Sol
2013
Saturno
2049
Vênus
1942
Saturno
1978
Vênus
2014
Júpiter
2050
Mercúrio
1943
Júpiter
1979
Mercúrio
2015
Marte
2051
Lua
1944
Marte
1980
Lua
2016
Sol
2052
Saturno

Acompanhe este breve ensaio sobre os planetas e os deuses da mitologia greco-romana:


"Na Antiguidade, as diferentes civilizações buscavam no céu explicações para as suas origens e procuravam conexões entre as milhares de estrelas para representar seus deuses e mitos. Assim como em uma grande tela, imaginava-se que as estrelas eram pontos que, conectados uns aos outros, formavam desenhos – as constelações.

Naquela época, havia a noção de que o céu era imutável, já que as estrelas aparentemente não mudam de posição entre si – hoje se sabe que as estrelas fazem uma trajetória ao redor da galáxia. Entretanto, percebiam-se entre as estrelas alguns objetos brilhantes mudando constantemente de posição em relação a elas.
Esses pontos luminosos (cinco, no total) foram identificados há cerca de 5 mil anos pelos mesopotâmios (povo que vivia onde atualmente está o Iraque) e denominados planetas, palavra de origem grega que quer dizer ‘corpo errante’. O Sol e a Lua também eram considerados planetas, uma vez que modificavam suas posições em relação às constelações.
Em homenagem a esses corpos celestes, os mesopotâmios criaram a semana com sete dias e consagraram cada dia a um planeta
Em homenagem a esses corpos celestes, os mesopotâmios criaram a semana com sete dias e consagraram cada dia a um planeta. Em muitos idiomas ainda é possível perceber essa associação. Por exemplo: segunda-feira em inglês é Monday (algo como ‘dia da Lua’), em espanhol é lunes e em italiano é lunedi.
Os povos antigos identificavam os planetas como divindades. Por isso, deram a esses astros os nomes de deuses da mitologia greco-romana.
Ao planeta que se desloca mais rapidamente no céu foi atribuído o nome do deus romano Mercúrio (Hermes, na mitologia grega), que era o mensageiro dos deuses. Mercúrio retorna à mesma posição no céu em apenas 88 dias. O planeta mais brilhante e bonito de se observar recebeu o nome da deusa da beleza, Vênus (Afrodite, para os gregos).
O planeta vermelho, que nos lembra sangue, foi batizado com o nome do deus da guerra, Marte (Ares, para os gregos). Para o brilhante planeta que se move lentamente, com imponência e majestade, foi dado o nome de Júpiter (Zeus, para os gregos), o rei dos deuses. Finalmente, o planeta que se move mais devagar, gastando quase 30 anos para voltar ao mesmo lugar no céu, como se fosse muito velho, foi chamado de Saturno (Chronos, para os gregos), considerado a personificação do tempo." (Texto Adilson de Oliveira - Departamento de Física da Universidade Federal de São Carlos)

OS SETE ASTROS PRIMORDIAIS



Os sete astros regentes do Zodíaco são o Sol, a Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. São os astros primordiais que compõem a hierarquia celeste do Zodíaco, tal como a concebeu o homem da Antiguidade, segundo um princípio sutil e coerente, uma interpretação da composição do universo que, naqueles tempos, poderíamos chamar científica. Devem ser considerados primordiais visto serem os elementos constitutivos essenciais, os mecanismos fundamentais do Zodíaco.

OS SETE ORIXÁS BÁSICOS:

IANSÃ - OXUM - IEMANJÁ - XANGÔ - OGUM - OMULU - OXÓSSI



Acompanhe a relação dos astros - mitologia greco-romana e os Orixás na tabela abaixo: (use o celular na horizontal)


ASTRO
DIA DA SEMANA
CARACTERÍSTICAS
DEUS/DEUSA NA MITOLOGIA
ORIXÁS CORRESPONDENTES
Mercúrio
Quarta-feira
Planeta mais rápido - completa uma revolução em 88 dias. Questões relativas ao comércio, negócios, astúcia, comunicação, mente racional, destreza, racionalização, palavra escrita e falada e toda capacidade de receber ou transmitir informação, opiniões, críticas;

Mercúrio para os Romanos e Hermes para os Gregos.
Iansã
Vênus
Sexta-feira
É o objeto mais brilhante no ceú noturno depois da Lua
- bela aparência no céu. Questões relativas ao amor, afeto, sensualidade, prazer, relacionamento, bens e valores, beleza, harmonia, arte, feminino em geral;

Vênus deusa romana do Amor e da Beleza. Afrodite para os gregos.
Oxum
Marte
Terça-feira
Sua cor vermelha era associada pelas antigas civilizações com o sangue das batalhas. Questões relativas à luta, competição, liderança, coragem, combatividade, guerras, auto-afirmação, auto-motivação, busca da identidade, conquistas, iniciativa, independência, espontaneidade, vitalidade física, força, energia masculina em geral;

Marte para os romanos e Ares para os gregos.
Deus romano da guerra.
Ogum
Júpiter
Quinta-feira
É o maior de todos os planetas em tamanho, em massa.  Questões relativas à expansão, crescimento, mente superior, fé, espiritualidade, otimismo, entusiasmo, moralidade, prosperidade, educação superior, contato com outras culturas, valores morais e éticos, filosofia, aspirações, esportes, grandes negócios, leis;

Júpiter para os romanos e
Zeus para os gregos, que na mitologia grega é o deus dos céus e do trovão.
A influência de júpiter também favorece a expansão do conhecimento, prosperidade e fartura.
Xangô e Oxóssi
Saturno
Sábado
Saturno é um planeta lento, e demora cerca de 29 anos para completar um ciclo completo em volta do Sol.
Questões relativas às estruturas, hierarquias, responsabilidade, seriedade, perseverança, concentração, esforço, estratégia, estruturação, competência, busca da estabilidade, durabilidade, compromisso, respeito às leis, estabelecimento de limites;
Saturno lembra-nos das nossas fronteiras, as nossas responsabilidades, e os nossos compromissos. Traz a definição das nossas vidas.
Saturno, deus romano do cultivo e agricultura. Chronos para os gregos.

Omulu 
Lua
Segunda-feira
Questões relativas ao emocional, sentimentos, receptividade, passado, família, mulher, povo, nossa capacidade de sentir, de nos sensibilizarmos ao meio ambiente, o que alimenta tanto física como psiquicamente;

Diana para os romanos, deusa que refere-se à Grande Mãe. Selene para os gregos.
Iemanjá
Sol
Domingo
Astro rei. O sol está ligado ao arquétipo de realeza, grandeza, luz,   equilíbrio de todos os planetas e sustentação da vida. Questões relativas à inteligência, grandes lideranças, ego, auto-afirmação, vitalidade, tomada de consciência, criatividade, auto-expressão.

Hélio para os gregos e Apolo para os romanos.
Pai Oxalá



Ednay Melo
Fontes de Pesquisa:
http://www.oocities.org
http://cienciahoje.uol.com.br
https://parana-online.com.br
http://br.syvum.com
http://mapaastral.org/



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