Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca: Estudos da Doutrina Espírita

09/01/2019

08 Perguntas sobre Mediunidade e Depressão

08 Perguntas sobre Mediunidade e Depressão

Mediunidade é uma bela oportunidade de crescimento e aprendizado. Vê-la como uma prova imposta em função de dívidas do passado é cultivar uma visão doentia de algo que, em verdade, é uma benção, um tesouro.

É comum ouvirmos a expressão: “estou com problemas mediúnicos.” Todavia, não é a mediunidade o problema, mas o médium. Consideremos, porém, que não existem problemas mediúnicos, temos problemas morais e emocionais que são refletidos no exercício da mediunidade. A mediunidade é uma força neutra e sua aplicação toma o colorido moral inerente ao médium. Existem problemas psicológicos e não mediúnicos.

Um exemplo típico disso são as depressões. Muitas pessoas são orientadas a desenvolver mediunidade como solução de sua depressão. Entretanto, são muitos os médiuns portadores de depressão que assumem fervorosamente a tarefa mediúnica nessa expectativa, e não obtém o que desejavam. E os que conseguem algum resultado, certamente estavam em encerramento de seu processo doentio ou eram portadores de depressões leves ou moderadas, que regridem com relativa facilidade a tratamentos e iniciativas espirituais.

A rigor, em casos de depressão crônica, portanto mais severa, a orientação do exercício mediúnico pode, inclusive, constituir um risco. Dependendo do estágio e do momento do doente, a atividade mediúnica pode ser fator de agravamento do quadro psíquico.

Elaborei abaixo uma pequena entrevista com as perguntas que recebo com mais freqüência sobre o tema. O intuito é apenas ter algum material para uma boa conversa sobre o assunto, nada mais…


1) A mediunidade causa a depressão?

A mediunidade é uma benção, um tesouro de trabalho e crescimento espiritual. A faculdade em si mesma não é causa de perturbação. Quando alguém usa a expressão “problemas mediúnicos” é necessário distinguir que os problemas são da personalidade mediúnica, isto é, do médium.

Consideremos a mediunidade como recurso de evolução e a depressão como uma doença cuja causa repousa nas velhas atitudes morais do médium. Mediunidade não causa depressão. Entretanto, é freqüente encontrarmos médiuns portadores de sintomas depressivos. Nesse caso, a aplicação da mediunidade ou, como é mais conhecido, o desenvolvimento mediúnico pode ser terapêutico, amenizando as dores do deprimido. Apenas amenizando-os, fique claro! Ainda assim, a cura da depressão não virá do exercício mediúnico e sim da reeducação emocional do deprimido por meio da mudança de condutas que alicerçam o núcleo moral da depressão.


2) Os deprimidos são portadores de obsessão?

Algumas pesquisas feitas em grupos mediúnicos e hospitais psiquiátricos espíritas mencionam a presença de obsessão em 70% dos casos de depressão.

Aqui também é preciso uma distinção. Não é a obsessão que causa a depressão. A depressão é doença mental que pode ocorrer sem fatores espirituais coercitivos, embora a maioria dos casos, por se tratar de atitudes infelizes na caminhada evolutiva, carreia para o deprimido uma série de influências de ordem energética e espiritual como fatores de agravamento e não causais.


3) Qual a relação entre perturbação espiritual e depressão?

Alguns tipos de depressão mais leves ou moderadas podem ser acionadas por presença espiritual perturbadora.

Mesmo neste caso, depois de socorridas as influências espirituais, o deprimido precisa examinar quais foram as causas dentro de si mesmo para que aquilo acontecesse.

Nem a obsessão e nem a perturbação espiritual podem causar a depressão, sem que o deprimido tenha em si mesmo algum componente psíquico não resolvido que constitui a raiz da sua doença.

Perturbação espiritual e obsessão são fatores agravantes e não causais.


4) Os deprimidos obsidiados devem obrigatoriamente educar a mediunidade?

O exercício da mediunidade é terapêutico para vários quadros mentais e até para algumas doenças orgânicas, trazendo alívio e amenização de dores.

Porém cada caso deve ser analisado criteriosamente, uma vez que a indicação da atividade mediúnica não pode ser tratada de forma generalizada. O exercício da mediunidade age apenas como um processo de depuração energética para que o doente não piore, além de promover a oportunidade de o médium entrar em contato com sentimentos diversos para análise pessoal. Para as pessoas deprimidas, romper com a interferência espiritual do obsessor, poderá na maioria dos casos, apenas abrandar e/ou mascarar os sintomas da doença, já que a solução da depressão sempre será a libertação da consciência e o desenvolvimento dos potenciais íntimos que a criatura traz em si mesma.

A depressão é uma doença sintomática, ou seja, é uma dor que está querendo chamar a atenção do doente para algo que ele não quer ver ou para algo que ele não está cuidando adequadamente na sua vida interior. Dessa forma é imprescindível que o deprimido compreenda que será necessário buscar várias fontes de ajuda, uma vez que se trata de uma doença complexa. A pessoa com sintomas depressivos sempre deve ser orientada a procurar o devido suporte médico e psicoterapêutico.


5) Como saber quando um deprimido não deve frequentar a reunião mediúnica?

Não existe regra no assunto. Darei uma pálida idéia que não deve constituir um roteiro, mas apenas um caminho que deverá ser aprimorado.

Existem alguns ciclos pertinentes às depressões crônicas nos quais os doentes experimentam vários sintomas que já lhe são habituais, mas com características mais acentuadas, como por exemplo: sentem-se mais exauridos, mais tristes, totalmente indispostos com ao contacto social, com larga confusão mental, presença de episódios de insônia persistente, extremamente irritadiços e com profunda apatia afetiva.

Naturalmente, em grupos que se respeitam e existe uma convivência saudável, ficará evidente quando um médium com depressão apresentar alterações que comprometem sua atuação mediúnica. Nesse caso, um afastamento programado de algumas semanas com acompanhamento fraterno do grupo, torna-se desejável em favor do doente e da tarefa.


6) O que a Casa Espírita deve fazer pelo deprimido?

Orientá-lo sobre a conduta a seguir para recuperar sua saúde. Oferecer o apoio da fluidoterapia espírita na amenização das dores, encaminhá-lo para profissionais da saúde mental que sejam competentes e humanos e, sobretudo, acolhê-lo com muito afeto, dando oportunidades de integrar-se às atividades da Casa Espírita.

Entretanto, como descrevo em meu livro DEPRESSÃO E AUTOCONHECIMENTO, a depressão necessita de reeducação comportamental e emocional.

A depressão atinge várias dimensões do ser humano. Quando o depressivo usa medicação, alcança sua dimensão orgânica. Quando faz psicoterapia, investe na recuperação de sua dimensão psicológica. Quando realiza tratamento espiritual, trata sua dimensão dos corpos sutis. Mas depressão tem quatro fundamentais dimensões que são: bio-sócio-psíquico-espiritual. A sua solução só pode vir da dimensão onde ela foi gestada, isto é, a social. É através do comportamento que se constrói uma doença mental, e somente através da reeducação dessa conduta será possível se libertar dela.

Que conduta está por trás das depressões mais severas? Como reeducar essa conduta padrão que é a raiz da depressão?

É a isso que meu livro se propõe: orientar o depressivo, sua família e também ao Centro Espírita sobre como lidar com o assunto e melhor orientar o doente.


7) Os médiuns têm tendência à depressão?

Os médiuns têm tendência a carregar alguma alteração no seu campo mental, mas não necessariamente a depressão. Todavia, eu ainda não conheci um médium que não tenha alguma relação a ser resolvida e reeducada com os temas: depressão e as perturbações da sexualidade.

Isso tem explicações muito sensatas que valem a pena serem analisadas.


8) Qual a orientação adequada a um médium com depressão?

Primeiramente aceitar que está doente e necessita tratamento em várias dimensões. Em seguida, orientá-lo sobre o exercício da mediunidade no bem e seus pré-requisitos. Durante seu tratamento, acolhe-lo e acompanhá-lo com muito carinho para que encontre apoio nas iniciativas de melhora. Posteriormente, enquadrá-lo no trabalho espiritual.

Claro que não podemos fazer isso nessa ordem que mencionei para todos os casos. Portanto, o bom senso deve inspirar essa orientação ao depressivo, cientes de que cada caso será de natureza particular.

Bom, ficamos por aqui. Vamos parar um pouquinho para refletir.

Wanderley Oliveira





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01/04/2018

Médiuns não são Adivinhos


Em artigo na Revista Espírita, janeiro de 1858, intitulado “Médiuns julgados” Kardec ensina que os médiuns não são adivinhos, mas intérpretes das inteligências do outro mundo.

Logo, o médium sozinho nada produz, pois precisa do concurso dos Espíritos.

Kardec aborda o tema por conta de um teste que acadêmicos fizeram com médiuns para que adivinhassem o que estava escrito numa carta ou lessem algo num livro fechado.

O prêmio de 500 dólares ou 2.500 francos seria dado ao médium que acertasse as respostas.

Médium não é adivinho, mas intermediário dos Espíritos. Os Espíritos, por sua vez, não são fantoches, têm vontade própria e não se sujeitam a este ou aquele capricho, ao contrário, os Espíritos sérios afastam-se de quem age com interesse pecuniário ou por mera curiosidade, no intuito de colocá-los à prova.

Já vi dezenas de vezes alguém pedir ao médium que lhe diga isto ou aquilo, revele esta ou aquela coisa.

Pior: pude presenciar, sem qualquer cerimônia, médium devastando existências anteriores de quem o procurava e afirmava, categórico: vocês são inimigos do passado, eis a causa de tanta desavença. Você foi assassinada por ele em outra vida, eis porque não se dão bem nesta.

Gente sem um mínimo de preparo embarca nesta “furada” e entra em parafuso. Afasta-se das pessoas e não realiza o que deve ser realizado, ou seja, harmonização com os familiares.

Simplesmente tolera, numa lamentável atitude de superioridade e um falso perdão para com o seu suposto assassino.

Não, definitivamente não é este o objetivo da mediunidade. Adivinhar não é para médiuns, ao menos os médiuns que se educaram nos preceitos desenvolvidos por Allan Kardec.

O orgulho, porém, fala alto e alguns médiuns deixam levar-se por ele. Querem a glória, bajulação, seguidores… Então, tornam-se adivinhos e respondem a todas as perguntas que lhes são propostas. Fogem à mínima gota de humildade e, vencidos pelo orgulho, sucumbem…

Ignoram ser o orgulho, como acentua Kardec, a chaga que os Espíritos ignorantes da verdade exploram com mais habilidade.

A mediunidade não é tarefa fácil, exige esforço contínuo por trabalhar as próprias mazelas e livrar-se do orgulho.

Num mundo em que os 15 minutos de fama vem sendo o objetivo de muita gente, constatou-se que a mediunidade é campo fértil para uma exposição mais potente da figura.

Adivinhações, revelações das mais esquisitas, busca pelos holofotes tornaram-se comuns…

Quando o espetacular ganha espaço o simples perde o brilho…

Entretanto, médiuns não são adivinhos, não detém qualquer poder especial. Podem, portanto, ter sua faculdade suspensa caso os Espíritos assim considerem conveniente.

Conforme consta em O livro dos Médiuns, os bons Espíritos alegram-se com a simplicidade de coração, esta, por sua vez, irmã da humildade, o antídoto para o orgulho.

Pensemos nisto.

Wellington Balbo





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29/03/2018

Causas da Insônia


A ciência já explicou até o momento do ponto de vista dela o motivo pelo qual não conseguimos dormir, isto é, termos a tão conhecida insônia que ataca grande parcela mundial. É evidente que a ciência como não admite conceitos filosóficos vai buscar em nossos órgãos físicos a causa de qualquer anomalia, afinal a maioria dos cientistas não admite a existência de um Ser Superior, até porque em muitas situações eles dizem ser o próprio deus.

Mas quem além de encarar a ciência com grande admiração e respeito e também depositar na fé suas expectativas de evolução, pois afinal somos matéria perecível, mas também somos alma/espírito, constata que em muitos casos não conseguimos dormir por questões que a ciência não nos convence. Claro que se estivermos sentido dor, uma preocupação e até efeito de algum acontecimento fora da rotina que nos acometeu ou nos envolvemos, vamos ficar sem sono, mas normalmente nestes casos, passada a origem o sono volta normalmente, isto naqueles que sempre tiveram um dormir regular.

Mas vamos supor que certa pessoa tenha um inimigo que pode vir a lhe emboscar de momento para outro. Esta, pessoa, normalmente evitará sair de casa, e se sair será sob muita tensão, e voltará tão logo possa. Acontece que do ponto de vista espiritual, estamos sempre em relação com a vida além da matéria e quando dormimos, deixamos o corpo material em repouso mantendo-se apenas na vida orgânica e saímos, já que somos espírito! Mas em razão de muitos terem inimigos de outras vidas ou inimigos que viveram aqui juntos nesta vida, mas retornaram ao plano espiritual antes, o espírito que somos a exemplo daquela pessoa que não sai de casa e/ou volta rapidamente, age da mesma maneira, preferindo ficar o mais tempo possível no estado de vigília, por medo de confrontar- e ao adormecer.

Se temos corpo que adormece e descansa, temos o espírito que não precisa descansar, mas que também pode ficar adormecido, muito bem explicado no livro de Chico Xavier, Os Mensageiros, no capítulo “os que dormem”. Então é perfeitamente compreensível que não consigamos dormir, a não ser sob efeito de drogas lícitas (medicamentos), que forçará que o organismo relaxe, e por consequência o espírito ao invés de desprender-se permanece também num estado semelhante aos que acreditam no “sono eterno”. Por isso encontramos a dificuldade de conciliar o sono. Devemos procurar o esclarecimento religioso sobre o assunto para buscar solução para esta influenciação. Que o Mestre nos ampare a todos.

Nilton Cardoso Moreira





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Sofrimento Sem Diagnóstico Médico


Muitas pessoas fazem um calvário intérmino nos consultórios médicos e psicológicos, buscando tratamentos para sofrimentos que nem sempre são diagnosticados. Essas ocorrências são conhecidas pelos profissionais da saúde. É desconcertante escutar do especialista que o paciente não tem nenhuma doença, e este alegar que sofre.

A ciência ainda não alcança o Espírito imortal, multiexistencial; não conhece o períspirito; nem atina que nossa sociedade física interage com sociedade extrafísica, relação esta que reflete no comportamento pessoal e social. A relação entre o mundo físico e o extrafísico se dá por meio da faculdade humana chamada mediunidade, definida por Allan Kardec da seguinte forma: “Toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é médium. Essa faculdade é inerente ao homem.”

Uma pessoa não é consequente, exclusivamente, da genética e do ambiente. É originário de uma longa trajetória evolutiva transitada em todas as culturas, etnias, gênero e diversos papéis socias… A personalidade de hoje é a síntese dessa história multimilenar.

As conquistas e desacertos das vidas anteriores refletem na personalidade atual, através de qualidades, culpas, conflitos pessoais e interpessoais. Determinados transtornos são heranças de erros passados. Inimigos “gratuitos” que nos perseguem sem causa atual, são desafetos do passado. Essas heranças do pretérito são, muita vez, os tormentos atuais ocultos.

No livro Reencontro com a Vida, o espírito Manoel P. de Miranda lista algumas enfermidades não alcançadas no exame médico e esclarece o porquê. Diz ele: “Muitas enfermidades de diagnose difícil, pela variedade da sintomatologia, têm suas raízes em distúrbios da mediunidade de prova, isto é, aquela que se manifesta com a finalidade de convidar o espírito a resgates aflitivos de comportamentos perversos ou doentios mantidos em existências passadas.” A seguir o benfeitor relaciona as enfermidades físicas e psicológicas:

Área física: “dores no corpo, sem causa orgânica; cefalalgia periódica, sem razão biológica; problemas do sono – insônia, pesadelos, pavores noturnos com sudorese –; taquicardias, sem motivo justo; colapso periférico sem nenhuma disfunção circulatória, constituindo todos eles ou apenas alguns, perturbações defluentes de mediunidade em surgimento e com sintonia desequilibrada. ”

Área psicológica: “ansiedade, fobias variadas, perturbações emocionais, inquietação íntima, pessimismo, desconfianças generalizadas, sensações de presenças imateriais — sombras e vultos, vozes e toques — que surgem inesperadamente, tanto quanto desaparecem sem qualquer medicação, representando distúrbios mediúnicos inconscientes, que decorrem da captação de ondas mentais e vibrações que sincronizam com o perispírito do enfermo, procedentes de entidades sofredoras ou vingadoras, atraídas pela necessidade de refazimento dos conflitos em que ambos — encarnado e desencarnado — se viram envolvidos.”

Observe se você sofre padecimentos não detectados pelos profissionais de saúde, faça uma leitura de tal situação à luz do Espiritismo que elucida: “Coisa alguma acontece fora das Leis Cósmicas e das necessidades de evolução.” Portanto, veja como indicativo de equívocos do passado que pede reparação por meio da prática do amor. Praticar o amor é acordar para a vida!

Referências:
Kardec, A. O Livro dos Médiuns. Tradução J. H. Pires. Lake. cap. 14, item 159. 1991
Miranda, M. P. de., espírito. Reencontro com a Vida, página 70. Divaldo P. Franco, médium. Editora Leal. 2006
Angelis, J., espírito. Diretrizes para o Êxito, página 89. Divaldo. P. Franco, médium. Editora Leal. 2004.

Mario Mas





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28/03/2018

Sonhos Premonitórios


O que são sonhos premonitórios? Como diferenciar uma premonição de um sonho comum? Saiba o que fazer quando você tiver sonhos desse tipo. 
Existem importantes observações na literatura espírita sobre os sonhos premonitórios. É fundamental conhecê-las para que se possa construir uma base sólida e clara sobre o assunto. Tanto nas obras da codificação como em outras complementares, ressalta-se o discernimento que devemos ter em suas diferentes manifestações. Vejamos algumas dessas citações com o objetivo de compreender melhor os seus significados, sem nos prender em más interpretações.

Codificação espírita
A pergunta 404 de O Livro dos Espíritos diz: “Que se deve pensar das significações atribuídas aos sonhos? Os sonhos não são verdadeiros como o entendem os ledores de buena-dicha, pois fora absurdo crer-se que sonhar com tal coisa anuncia tal outra. São verdadeiros no sentido de que apresentam imagens que para o Espírito têm realidade, porém que, freqüentemente, nenhuma relação guardam com o que se passa na vida corporal. São também, como atrás dissemos, um pressentimento do futuro, permitido por Deus, ou a visão do que no momento ocorre em outro lugar a que a alma se transporta”.

Prossegue ainda na pergunta 405: “Acontece com frequência verem-se em sonho coisas que parecem pressentimento, que, afinal, não se confirma. A que se deve atribuir isto? Pode suceder que tais pressentimentos venham a confirmar-se apenas para o Espírito. Quer dizer que este viu aquilo que desejava, foi ao seu encontro. É preciso não esquecer que, durante o sono, a alma está mais ou menos sob influência da matéria e que, por conseguinte, nunca se liberta completamente de suas idéias terrenas, donde resulta que as preocupações do estado de vigília podem dar ao que se vê a aparência do que se deseja, ou do que se teme. A isto é que, em verdade, cabe chamar-se efeito da imaginação. Sempre que uma idéia nos preocupa fortemente, tudo o que vemos se nos mostra ligado a essa idéia”.

A Gênese, também se refere ao tema. Relata que José, pai de Jesus, foi advertido por um anjo em sonhos para que fugisse para o Egito com o menino. O capítulo XV da obra faz uma reflexão sobre as advertências que podem ser feitas por intermédio dos sonhos e que fazem parte dos livros sagrados de todas as religiões. Salienta ainda que o fenômeno nada tem de anormal, já que durante o sono o espírito se desliga dos laços da matéria para entrar momentaneamente na vida espiritual, porém adverte que nem sempre se pode deduzir que os sonhos são avisos ou tenham significado específico.

Além das obras de Allan Kardec, há citações sobre o tema em outros livros de cunho espírita. O livro Recordações da Mediunidade – da médium Yvonne A. Pereira, orientado pelo espírito de Bezerra de Menezes, diz: “Existem vários processos pelos quais o homem poderá ser informado de um ou outro acontecimento futuro importante da sua vida. Comumente, se ele fez jus a essa advertência, ou lembrete, pois isso implica certo mérito, ou ainda certo desenvolvimento psíquico, de quem o recebe, é um amigo do Além, um parente, o seu espírito familiar ou o próprio guardião maior que lhe comunicam o fato a realizar-se, preparando-o para o evento, que geralmente é grave, doloroso, fazendo-se sempre em linguagem encenada, ou figurada, como de uso no Invisível, e daí o que chamais “avisos pelo sonho”, ou seja, sonhos premonitórios...

O estudo da lei de causa e efeito é matemática, infalível, concreta, para a observação das entidades espirituais de ordem elevada, e, assim sendo, ele se comunicará com o seu pupilo terreno através da intuição, do pressentimento, da premonição, do sonho etc. O estudo da matemática de causa e efeito é mesmo indispensável, como que obrigatório, às entidades prepostas à carreira transcendente de guardiães, ou guias espirituais. Estudo profundo, científico, que se ampliará até prever o futuro remoto da própria Humanidade e dos acontecimentos a se realizarem no globo terráqueo, como hecatombes físicas ou morais, guerras, fatos célebres etc., daí então advindo a possibilidade das profecias quando o sensitivo, altamente dotado de poderes supranormais, comportar o peso da transmissão fiel aos seus contemporâneos.”.

Devemos encarar com naturalidade

O livro Conduta Espírita, ditado por André Luiz ressalta algumas observações a respeito da postura que se deve assumir diante dos sonhos e suas revelações: “Encarar com naturalidade os sonhos que possam surgir durante o descanso físico, sem preocupar-se aflitivamente com quaisquer fatos ou idéias que se reportem a eles. Há mais sonhos na vigília que no sono natural.

Extrair sempre os objetivos edificantes desse ou daquele painel entrevisto em sonho. Em tudo há sempre uma lição. Repudiar as interpretações supersticiosas que pretendam correlacionar os sonhos com jogos de azar e acontecimentos mundanos, gastando preciosos recursos e oportunidades da existência em preocupação viciosa e fútil. Objetivos elevados, tempo aproveitado. Acautelar-se quanto às comunicações intre vivos, no sonho vulgar, pois, conquanto o fenômeno seja real, a sua autenticidade é bastante rara. O espírito encarnado é tanto mais livre no corpo denso, quanto mais escravo se mostre aos deveres que a vida lhe preceitua.

Não se prender demasiadamente aos sonhos de que recorde ou às narrativas oníricas de que se faça ouvinte, para não descer ao terreno baldio da extravagância. A lógica e o bom senso devem presidir a todo raciocínio.

Preparar um sono tranqüilo pela consciência pacificada nas boas obras, acendendo a luz da oração, antes de entregar-se ao repouso normal. A inércia do corpo não é calma para o Espírito aprisionado à tensão. Admitir os diversos tipos de sonhos, sabendo, porém, que a grande maioria deles se originam de reflexos psicológicos ou de transformações relativas ao próprio campo orgânico. O Espírito encarnado e o corpo que o serve respiram em regime de reciprocidade no reino das vibrações”.

O importante colaborador da doutrina espírita, Léon Denis, na obra No Invisível, faz relevantes comentários sobre os sonhos premonitórios no capítulo XIII que reproduzimos alguns trechos para melhor entendimento: “Os sonhos em suas variadas formas, têm uma causa única: a emancipação da alma. Esta se desprende do corpo carnal durante o sono e se transporta a um plano mais ou menos elevado do Universo, onde percebe, com o auxílio de seus sentidos próprios, os seres e as coisas desse plano.

Algumas vezes, quando suficientemente purificada, a alma, conduzida por espíritos angélicos, chega em seus transportes alcançar as esferas divinas, o mundo em que se geram as causas. Aí paira, sobranceira ao tempo, e vê desdobrarem-se o passado e o futuro. Se acaso comunica ao invólucro humano um reflexo das sensações colhidas, poderão estas constituir o que se denomina sonhos proféticos.

Nos casos importantes, quando o cérebro vibra com demasiada lentidão para que possa registrar as impressões intensas ou sutis percebidas pelo Espírito, e este quer conservar, ao despertar, a lembrança das instruções que recebeu, cria então, pela ação da vontade, quadros, cenas figurativas das imagens fluídicas, adaptadas à capacidade vibratória do cérebro material, sobre o qual, por um efeito sugestivo, as projeta energicamente. E, conforme a necessidade, se é inábil para isso, recorrerá ao auxílio dos Espíritos mais adiantados, e assim revestirá o sonho uma forma alegórica”.

Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição especial 08.

***

Na doutrina espírita aprendemos que durante o repouso do nosso corpo, as ligações de nossa alma com a matéria de afrouxam permitindo nosso trabalho, aprendizado e contato com o plano espiritual variando conforme sua vibração energética. Os sonhos de fato podem ser uma leitura interpretativa feita em seu inconsciente que tenta uma comunicação com o indivíduo, mas pode também ser uma lembrança de situações vividas no plano astral durante o sono.

Os sonhos premonitórios ou precognitivos expressam esse conhecimento prévio sobre determinada situação que ainda não ocorreu. Essas informações podem ter sido passada à você em um de seus desdobramentos, ou seja, essa conexão com o outro plano.

A mensagem que é passada, muitas vezes por seus mentores espirituais, tem a função de alertar para algumas situações futuras que envolvam algum risco. Elas também podem estar te preparando para um acontecimento, como por exemplo a morte de uma pessoa próxima, que talvez você até possa estar ajudando em seu desencarne através de seus trabalhos no plano astral.

É possível que algum de seus sonhos premonitórios não aconteçam, afinal o futuro é mutável de acordo com o livre arbítrio que temos e isso pode ser um ponto positivo, pois se um desses sonhos tinha a intenção de te alertar para determinada situação então significa que o alerta foi recebido e você passou a ter mais cuidado.

Algumas vezes esses sonhos podem, no dia seguinte, aparecer como lembranças confusas através de símbolos e interpretações variadas, afetando a claridade da informação passada que pode ter sido envolta de significados que foram dados por suas mentes dificultando o entendimento da mensagem. Isso é explicado devido a linguagem dos espíritos ser telepática, contrária a nossa comunicação terrena que usa os cinco sentidos físicos, o que faz com que a nossa matéria não codifique por completo aquela informação recebida em suas experiências durante o plano astral.

Ricardo Guelfi





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06/11/2017

A Natureza do Perispírito

A Natureza do Perispírito

Conhecer melhor o corpo fluídico que envolve o espírito é a chave que permite compreender a enorme gama de fenômenos mediúnicos.

Alcione Rebelo Novelino - Associação Médico-Espírita do Brasil

Perispírito, corpo fluídico ou corpo espiritual, no dizer dos espíritos, é um corpo fluido que envolve o espírito. Kardec é quem deu a este corpo fluídico o nome de perispírito, em alusão ao perisperma, membrana que envolve a semente de um fruto.

O perispírito é um dos produtos mais importantes do Fluido Cósmico Universal. "É uma condensação deste fluido em torno de um foco inteligente ou alma". Tanto o corpo carnal como o perispírito são matéria e derivam do fluido cósmico, mas a matéria de ambos se encontra em diferentes condições vibratórias, como diria André Luiz.

Praticamente todas as civilizações humanas do passado falaram no perispírito. Os egípcios conheciam-no como o "KHA". Na índia, no Rig Veja, fala-se em "Iíngua-sharira", enquanto que no esoterismo judeu é o "nephesh". Paracelso o chamou de "corpo astral" ou "evestrum" e Paulo de Tarso o denominou como "corpo espiritual" ou "corpo incorruptível".

Formado dos fluidos espirituais de cada globo, o perispírito varia de acordo com o meio onde se encontra. Suas características dependem do nível moral e espiritual alcançado por cada individualidade, pois é esta moral idade e espiritualidade alcançada em numerosas experiências reencarnatórias que funcionará como um foco de atração para este ou aquele elemento (átomo) da matéria espiritual, de sorte que o perispírito retratará sempre o nível espiritual de cada criatura.

Portanto, o corpo espiritual ou perispírito tem uma forma para se constituir bem distinta do corpo físico. Enquanto que este é formado basicamente dos elementos carbono, oxigênio, hidrogênio e nitrogênio (constituintes básicos da matéria orgânica), os átomos espirituais que compõem o perispírito variam de acordo com sua evolução.

MATRIZ ESPIRITUAL DO CORPO

Kardec nos ensina que o perispírito, por meio de uma expansão do mesmo, une-se ao ser humano desde o momento da fecundação do óvulo pelo espermatozóide. Daí para frente, orienta a divisão celular do mesmo, unindo-se ao corpo físico célula a célula, órgão a órgão, molécula a molécula, átomo a átomo. Esta união permanece por toda a vida física do indivíduo e só por ocasião da morte do corpo físico é que ocorre a desunião do perispírito, quando ele volta ao mundo espiritual, que é seu local de origem.

Orientando a divisão celular, o perispírito é, por isso mesmo, a matriz do corpo físico. Numerosos fenômenos podem ser explicados quando conseguimos perceber que a matriz do corpo físico se encontra fora do mesmo, embora agregado a ele. Um deles é o intrincado fenômeno da embriogênese.

É muito conhecido entre os embriologistas e curiosos o fato de que, quando nos estágios iniciais de formação do embrião, ao se colocar uma célula que, em seu lugar de origem, já estava sendo diferenciada para dar formação a uma estrutura do aparelho digestivo, por exemplo, em um local que deveria redundar no olho do organismo, esta célula que já estava se diferenciando regride para seu estágio de indiferenciação e começa agora a se diferenciar novamente, para ajudar a formar o olho do organismo. Tudo se passa como se, por trás da gênese orgânica, houvesse "algo" que orientasse sua formação.

É a este algo que o fisiologista francês Claude Bernard dá o nome de "idéia diretriz", Hans Driesch dá o nome de "intelékia" e o dr. Hernani Guimarães Andrade, parapsicólogo brasileiro, dá o nome de "modelo organizador biológico". O Espiritismo nos ensina que esse "algo" que organiza a matéria orgânica nada mais é que uma das propriedades do perispírito que se manifesta como a matriz orientadora do corpo físico.

O leitor poderá objetar que tal princípio está concentrado nos genes que estão inseridos nos cromossomos das células, como vem demonstrando tão bem a genética, ciência que estuda os fenômenos da hereditariedade. Sem dúvida, a genética tem elucidado muitas leis que regem a hereditariedade, mas está longe de conhecer e explicar todos os fenômenos da organogênese.

Dentre os muitos fatos que a genética ainda não consegue explicar, poderíamos citar como exemplo o curioso fato das moscas sem olhos. O dr. Hernani Guimarães Andrade relata em seu livro Psi Quântico que "realizando o cruzamento entre si, as moscas das frutas (Orosophila melanogaster) portadoras dos genes recessivos correspondentes ao caráter "mosca sem olhos" podem gerar o aparecimento de moscas sem olhos. Neste caso, a linhagem é pura com relação a este caráter, o que quer dizer que, de acordo com as leis da genética, as descendências deverão ser sempre moscas sem olhos. Entretanto, não é isto exatamente o que ocorre. Depois de um certo número de gerações por entrecruzamento de moscas cegas, surgirão novamente moscas com olhos normais" .

Diante de fenômenos como este, os geneticistas se perguntam: o que aconteceu ou o que interferiu nos genes para provocar tal mutação e corrigir o defeito da cegueira das moscas? Para tal pergunta, a genética não tem resposta. No entanto, se ela não responde, o Espiritismo o faz, quando nos afirma que toda a experiência da vida no planeta está registrada no perispírito e que, por isso mesmo, quando ocorre alguma anomalia no código genético da matéria, o espírito lança mão do arquivo mnemônico do perispírito para corrigi-Ia, provocando pequenas alterações nos genes no transcorrer das gerações, até que o defeito ou anomalia seja corrigido.

O Espiritismo não veio para desacreditar a genética ou qualquer outra ciência, mas veio para se associar a ela, a fim de permitir explicar numerosos fatos que a ciência por si só logra fazê-lo.

É bem conhecido o fato de que, no ser humano, todas as células físicas se desgastam e são substituídas, de sorte que, excetuando-se as células do sistema nervoso, todas as outras células são trocadas. No espaço de aproximadamente oito anos, todas as células do organismo foram substituídas, mas, no entanto, a criatura conserva seus traços fisionômicos. Esta "memória" que permite a recomposição celular sem perda dos sinais fisionômicos do indivíduo é mais uma das propriedades do perispírito.

O perispírito retrata nosso estado mental, pois, como foi mencionado na introdução, a matéria espiritual que está agregada ao corpo espiritual depende do grau de desenvolvimento moral e espiritual do espírito. Daí decorre que o que a pessoa é está estampado em sua fisionomia.

ALTERAÇÕES TRANSITÓRIAS DA FORMA

Uma das características da matéria espiritual é o fato dela ser muito dócil à ação plasmatizante do pensamento. Ela sofre a ação do pensamento e se modela de acordo com as sugestões do mesmo. Isto nos permite compreender uma série de fenômenos do plano espiritual. Um deles é o fato de que, estando o espírito condicionado que está doente, enfiridado ou aleijado, plasma em seu organismo, por mecanismos de auto-sugestões mentais, os sinais das moléstias que acredita possuir, enfiridando-se ou provocando aleijões. No entanto, basta se libertar dos condicionamentos para que o organismo espiritual volte a se apresentar totalmente saudável.

Estas sugestões podem também chegar ao espírito por via indireta, através de forte sugestão mental vinda de um outro espírito. André Luiz, espírito que nos escreve através da medi unidade psicográfica de Chico Xavier, conta em seu livro Libertação como uma mulher no plano espiritual, após sofrer fortes sugestões mentais hipnóticas de um outro espírito de que era uma loba, acabou por acatá-las, incorporando-as ao seu perispírito, cuja matéria espiritual se modelou de acordo com as sugestões.

Gradativamente, as expressões fisionômicas dessa senhora foram se modificando até tomar a forma de uma loba. Estes fenômenos de transformação fisionômica do espírito por sugestões hipnóticas é conhecido como "Iicantropia". No entanto, é preciso que se esclareça que esta é uma alteração provisória e não definitiva, pois quando cessam as sugestões hipnóticas, imediatamente o indivíduo recupera sua fisionomia humana. Portanto, não se trata de um retrocesso involutivo, o que nunca acontece, conforme nos esclarece a doutrina espírita.

A matéria espiritual se situa em um espaço diferente do nosso, possivelmente em um espaço de mais de três dimensões. Isto nos permite compreender o porquê do corpo espiritual ou perispírito poder atravessar nossa matéria sem impedimento. Um espírito pode atravessar nossas paredes e nossas portas mesmo que fechadas.

PERCEPÇÕES E SENSAÇÕES

No corpo físico, a percepção do mundo exterior é feita através dos órgãos dos sentidos. Exceto o fato que nos permite perceber o meio que nos cerca através de todo o nosso organismo, nós só podemos ouvir pelos nossos ouvidos, ver pelos olhos, degustar pelo paladar e sentir os odores pelo nosso olfato.

No entanto, no plano espiritual, pode-se perceber o mundo espiritual através de todo o perispírito, isto é, pode-se ver, sentir, ouvir, perceber odores e o gosto das substâncias por qualquer parte do perispírito e não somente pelos órgãos dos sentidos.

Alguns fatos paranormais estudados por nossos cientistas parecem apoiar estes conceitos. O dr. César
Lombroso, famoso metapsiquista italiano, teve, no transcorrer de sua vida, vários médiuns de renome à sua disposição e que lhe permitiram interessantes pesquisas e estudos.

Certa feita, trabalhou com sensitivas que apresentavam uma sensibilidade exacerbada quando em estado hipnótico. Estas sensitivas, quando em transe hipnótico, eram capazes de perceber odores e sons pelas mais variadas localizações de seu corpo. Eram, por exemplo, capazes de sentir odores pelos pés, ouvirem pelos joelhos etc.

Se formos explicar o fato pela teoria espírita, o que ocorre é que no indivíduo em transe hipnótico, o perispírito se expande e se exterioriza além dos limites corporais. Como a sensibilidade do perispírito é global, a capacidade de penetrar o meio externo pode acontecer em qualquer ponto do organismo. No entanto, quando o indivíduo sair do estado hipnótico, o perispírito se recolhe aos limites do corpo físico e a percepção exterior volta a ser feita apenas através dos sentidos físicos.

Outros fatos que também parecem cooperar para que se acredite na sensibilidade global do perispírito são as experiências conscientes de desdobramento. O sr. Monroe, de nacionalidade norte-americana, apresenta esta interessante característica de se desdobrar conscientemente. Muitas dessas experiências ele relata em seu livro Viagens Fora do Corpo.

Em uma dessas viagens, conta o sr. Monroe que andava por um determinado local quando, sem que virasse a cabeça, teve a sensação de ter visto um determinado objeto que estaria situado atrás dele. Ao voltar a cabeça para trás, constatou a presença do objeto. Em inúmeras outras experiências de desdobramento, percebeu que poderia ver sem os olhos, até tomar consciência de que, estando desdobrado e com sua consciência trabalhando em seu perispírito, poderia ter uma visão de 360 graus e não necessitaria dos olhos para ver. Ver pelos olhos era tão somente um condicionamento que adquirira com seu corpo físico.

Como já conhecemos, a matéria que compõe o perispírito dos espíritos depende do grau evolutivo do mesmo. Quanto mais evoluído, maior é a capacidade do espírito de atrair átomos mais sutis da matéria espiritual para formar seu perispírito. Esses átomos mais sutis são de pouca densidade e muitas vezes emitem luminosidade. Esta baixa densidade permite a esses espíritos sofrerem uma atração gravitacional muito pequena do planeta onde se encontram, o que lhes facilita a locomoção e permite a alguns deles a volitação, isto é, a capacidade de voar. A luminosidade irradiada pelos átomos espirituais permite que esses espíritos irradiem luz e até mesmo possam ser reconhecidos por seu espectro luminoso.

FENÔMENOS MEDIÚNICOS

Todos os fenômenos mediúnicos acontecem graças às propriedades do perispírito. Portanto, no perispírito se encontra a chave para o conhecimento desses fenômenos.

Para que aconteça o fenômeno mediúnico, é preciso que o perispírito se expanda e se exteriorize para além do corpo físico. É o que Kardec chama de "exteriorização do perispírito". Assim expandido, o perispírito passa a exibir suas propriedades, apercebendo-se do meio espiritual que o cerca. Se essa percepção não impressionar nenhuma área específica do cérebro, o indivíduo tem uma percepção geral do plano espiritual, que lhe chega à consciência geralmente na forma de impressões emocionais, como de agrado ou desagrado. Quando estas impressões conseguem atingir determinadas áreas cerebrais, elas podem ser específicas e o indivíduo pode "ver" ou "ouvir" o mundo espiritual.
Os espíritos podem, por sua vontade (e isto também está na dependência de suas aquisições evolutivas), condensar as moléculas de seu perispírito até que as mesmas se aproximem das características das moléculas da matéria física, o que permite que sejam vistos pelos médiuns videntes.

A bicorporeidade é a visualização do espírito de um indivíduo encarnado. O indivíduo em desdobramento, isto é, com seu perispírito afastado de seu corpo físico, poderá também sofrer uma condensação de suas moléculas, que, se forem de grande intensidade, poderá impressionar até os olhos físicos de qualquer criatura, dando a impressão de que o indivíduo tem dois corpos, o que é vulgarmente conhecido como "homens duplos".

TRANSFIGURAÇÃO DO PERISPÍRITO

Na transfiguração, o médium em transe mediúnico sofre um apagamento de seus traços
fisionômicos e aparece a fisionomia da entidade comunicante.

O que parece ocorrer é que há uma exteriorização do perispírito do médium além dos limites de seu corpo físico. Por mecanismos de afinidades, ocorre uma sintonia do perispírito da entidade que deverá se comunicar, formando-se uma atmosfera psíquica perispiritual comum entre o médium e a entidade. Através desta atmosfera perispirítica comum, há uma simbiose de pensamentos, sentimentos e sensações de ambos. Em seguida, as moléculas do perispírito do médium sofrem uma condensação, formando uma névoa brumosa em torno do médium, escondendo seus traços fisionômicos. Por mecanismos telepáticos, o médium recebe as impressões fisionômicas da entidade comunicante e o próprio psiquismo do médium impressiona seu perispírito com os traços fisionômicos da entidade comunicante, dando a impressão de que a entidade entrou no corpo do médium. Este tipo de fenômeno é bastante raro.

Fenômeno ainda mais raro é quando o médium sofre uma transfiguração e, com seu perispírito exteriorizado e as moléculas do mesmo condensadas, permite que se veja seu estágio evolutivo estampado em seu perispírito. O caso mais inusitado de que se tem notícia é o fenômeno da transfiguração de Cristo no Monte Tabor.

Contam-nos os evangelistas que, certa feita, Cristo convidou três de seus discípulos (Pedro, João e Tiago) para orarem com ele numa alta montanha, que parece ser o Monte Tabor. Estando Cristo em oração, eis que o rosto deste resplandece como o sol, suas vestes ficam alvas como a luz e, como esta, surgiram Moisés e Elias a seu lado. E então Pedro disse: "Senhor, que bom é estarmos aqui, pois faremos três tendas, uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias". Isto ele dizia porque não sabia o que dizer. Neste momento, uma nuvem os cobriu e uma voz, como um trovão, surgiu de dentro dela e disse: "Este é o meu filho amado, em quem me com prazo, ouvi-o"! Os três apóstolos se assustaram tanto que colaram seus rostos ao chão.

Neste caso, podemos entender a transfiguração de Cristo como a exteriorização de seu perispírito, seguida pela condensação das moléculas do mesmo, permitindo que os discípulos o pudessem ver em toda sua glória, isto é, em toda sua evolução.

O estudo do perispírito é muito apaixonante. No conhecimento de sua natureza e propriedades se encontra a chave que nos permite compreender uma gama enorme de fenômenos biológicos, psíquicos e paranormais.




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31/10/2017

O Duplo Etérico

O Duplo Etérico


O DUPLO ETÉRICO

Postado em Editora Vivência

Sua função primordial é servir de ligação entre o perispírito e o corpo carnal, funcionando como um filtro das energias que chegam e saem do físico, protegendo o ser de cargas negativas que podem gerar desequilíbrios e doenças.

- Por Eduardo Kulcheski -

Quando os elementos espiritual, perispiritual e físico se contactaram, observou-se a necessidade de haver um filtro que absorvesse e reciclasse as energias vitalizadoras que passariam a percorrer essas três entidades. Assim, criou-se o filtro conhecido como "duplo etérico", que é a sede dos centros de captação de energia, o elo mais tênue, que liga o corpo ao seu perispírito, ou o mais denso, que une o perispírito e o espírito ao seu corpo físico momentâneo.

O duplo etérico, composto por energias bastante densas, quase materiais, mas ainda ocultas da visão humana, é o responsável pela repercussão vibratória direta do perispírito sobre o corpo carnal. Sua atividade principal é filtrar, captar e, por isso mesmo, canalizar para o corpo físico todas as energias que deverão alimentá-lo. Esta comunicação é feita através dos chacras, que captam as vibrações do espírito e as transferem para as regiões correspondentes na matéria física.

As obras complementares, sobretudo as de autoria de André Luiz, trouxeram mais dados sobre a especificação dos invólucros dos espíritos. Ele afirma que o corpo mental é o envoltório sutil da mente e que o corpo vital ou duplo etérico é a duplicata energética que reveste o corpo físico do homem. Diz ainda que o corpo mental preside a formação do corpo espiritual, que, por sua vez, comanda a formação do corpo físico juntamente com o corpo vital.

Natureza e Características
O duplo etérico é permanentemente acoplado ao corpo físico, sendo responsável por sua vitalização. Portanto, morrendo o corpo físico, imediatamente morrerá o correspondente corpo etérico. É constituído por éter físico emanado do próprio planeta Terra e funciona com êxito tanto no limiar do plano espiritual como do plano físico. Sua textura varia conforme o tipo biológico humano, ou seja, será mais sutil e delicado nos seres superiores e mais denso nas criaturas primitivas.

Ele funciona como um mediador na ligação entre o corpo físico e o perispírito, não sendo, portanto, um veículo separado da consciência. É um campo mais denso que o perispiritual, condensando as energias espirituais que seguem para o físico, mas, ao mesmo tempo, recebe os impulsos físicos, converte-os e direciona-os aos arquivos perispiríticos, mentais, inconscientes e espirituais. Atua como uma proteção natural contra investidas mais intensas de habitantes menos esclarecidos do plano espiritual, defendendo também do ataque de bactérias e larvas que podem invadir não só a organização física durante a encarnação, mas a própria constituição perispiritual.

No entanto, o duplo etérico é a reprodução exata do corpo físico do homem e se distancia ligeiramente da epiderme, formando uma cópia vital e de idênticos contornos. Apesar dele ser um corpo invisível aos olhos carnais, apresenta-se aos videntes e aos desencarnados como uma capa densa e algo física. De aparência violeta-pálida ou cinza-azulada, o duplo etérico, em condições normais, estende-se cerca de 6mm além da superfície do corpo denso correspondente.

As energias que entram no organismo físico, como o fluido vital, passam pelas regiões do duplo etérico responsáveis pela absorção e circulação destas: os centros de força conhecidos como chacras. Os chacras do duplo etérico são temporários, durando o tempo que este existir, ao contrário dos chacras perispirituais, que são permanentes. Cada chacra conta com uma localização e função principal, correspondente a uma região de plexos nervosos do corpo físico. São sete os principais chacras, ligados entre si por condutos conhecidos como meridianos, por onde flui a energia vital modificada pelo duplo etérico.

Sensibilidade do Duplo Etérico

O duplo etérico acusa de imediato qualquer hostilidade ao corpo físico e ao perispírito, através dos centros sensoriais correspondentes na consciência perispiritual e física. O perispírito, por sua vez, como um equipamento de atuação nos planos sutilíssimos do espírito imortal, ao manifestar seu pensamento, seus desejos ou sentimentos em direção à consciência física, também obriga o duplo etérico a sofrer os impulsos bons e maus, tal qual os espíritos desencarnados quando atuam no mundo oculto, inclusive acusando aos sentidos físicos os ataques dos espíritos malfeitores.

Algumas criaturas que sofreram mutilação de um ou mais membros do seu corpo se queixam de dores nesses órgãos físicos amputados. Essa sensibilidade ocorre porque a operação cirúrgica não foi exercida sobre o duplo etérico, que é inacessível às ferramentas do mundo material. Assim, é comum às pessoas sem pernas ou braços ainda conservarem uma sensibilidade reflexa por algum tempo, a qual é transmitida para sua consciência pelos correspondentes membros etéricos.

Apesar do duplo etérico ser desprovido de inteligência e não apresentar sensibilidade consciente, ele não é apenas um intermediário passivo entre o perispírito e o organismo carnal, reagindo de forma instintiva às emoções e aos pensamentos daninhos que perturbam o perispírito e, depois, causam efeitos enfermiços no corpo carnal. Este automatismo instintivo lhe possibilita deter a carga deletéria dos aturdimentos mentais que baixam do perispírito para o corpo físico, pois, do contrário, bastaria o primeiro impacto de cólera para desintegrar o organismo carnal e romper sua ligação com o perispírito, resultando no desencarne do ser.

Deve-se considerar que os pensamentos desatinados provocam emoções indisciplinadas, gerando ondas, raios ou dardos violentos que se lançam da mente incontrolada para o cérebro físico por meio do duplo etérico, destrambelhando o sistema nervoso do homem sob esse mar revolto de vibrações antagônicas. Em seguida, perturba-se a função delicada dos sistemas endócrino, linfático e sangüíneo, podendo ocorrer conseqüências físicas na forma de patologias, como apoplexia, decorrente do derrame de sangue vertido em excesso pela cólera, síncope cardíaca, em virtude da contenção súbita da corrente sangüínea alterada pelos impactos do ódio, ou a repressão violenta da vesícula, devido a uma explosão de ciúme.

Algumas emoções afetam o duplo etérico em sua tarefa de medianeiro entre o perispírito e o corpo físico. No entanto, quando submetido a impactos agressivos do perispírito perturbado, o duplo etérico baixa seu tom vibratório, impedindo que os raios emocionais que descem da consciência perispiritual afetem o corpo carnal, promovendo uma espécie de barreira vibratória. Assim, faz com que haja uma imunização contra a freqüência vibratória violenta do perispírito, contraindo sua densidade no sentido de evitar o fluxo dessas toxinas mortíferas, deixando o impacto psíquico de ódio, cólera ou ciúme impossibilitado de fluir livremente e atingir o sistema fisiológico do corpo físico.

Afastamento compulsório

Entretanto, quando o duplo etérico não consegue reagir com seus recursos instintivos de modo a proteger o corpo físico contra uma explosão emocional do perispírito, recebe um impulso de afastamento compulsório. Neste caso, a vitalidade orgânica do homem cai instantaneamente, fazendo com que desmaie ou tenha o que chamamos de "ataques".

Ante os impactos súbitos e violentos do perispírito, o chacra cardíaco é o centro de forças etéricas que mais sofre os efeitos de tal descarga, por ser o responsável pelo equilíbrio vital e fisiológico do coração. É por isso que, nestes casos, há o risco de enfartes cardíacos de conseqüências fatais. No entanto, o duplo etérico, por seu instinto de defesa, mobiliza todos os recursos no sentido de evitar que os centros de força etérica se desintegrem por completo.

Agora, caso a descarga violenta do perispírito não consiga atingir o corpo físico devido à reação defensiva do duplo etérico, as toxinas emocionais sofrem um choque de retorno e voltam a se fixar no perispírito, ficando nele instaladas até que sejam expurgadas na atual ou em uma futura encarnação. Isto porque a única válvula de escape para esses venenos psíquicos é o corpo físico, que, para propiciar essa "limpeza", sofre o traumatismo das moléstias específicas inerentes às causas que lhes dão origem.

Aliás, os desajustes morais são uma fonte crescente de distúrbios psíquicos, gerando um número cada vez maior de indivíduos neuróticos, esquizofrênicos e desesperados, tudo isso como conseqüência da intensa explosão de emoções alucinantes que destrambelham o sistema nervoso. Isto resulta em um aumento cotidiano do índice de vítimas, pois o duplo etérico torna-se impotente para resistir ao bombardeio incessante das emoções tóxicas e agudas vertidas pela alma e alojadas no perispírito até que sejam transferidas ao corpo físico. Se a carga deletéria acumulada em vidas anteriores for aumentada com desatinos da existência atual, essa saturação pode gerar afecções mórbidas mais rudes e cruciantes, como o câncer e outras enfermidades.

O transe mediúnico, a anestesia total, os passes, os ataques epilépticos, a hipnose, a catalepsia e os acidentes bruscos são fatores que afastam o perispírito e o duplo etérico. Quando este se separa do corpo carnal, provoca no homem uma redução de vitalidade física e queda de temperatura, pois o corpo físico se mantém com reduzida cota de fluido vital para se nutrir, esteja adormecido ou em transe.

Epilepsia e hipnose

O epiléptico é uma pessoa cujo duplo etérico se afasta com freqüência de seu corpo físico. O ataque epiléptico e o transe mediúnico do médium de fenômenos físicos apresentam certa semelhança entre si, com a diferença de que o médium ingressa no transe de forma espontânea, enquanto o epiléptico é atirado ao solo assim que seu duplo etérico fica saturado dos venenos expurgados pelo perispírito e se afasta violentamente, a fim de escoá-los no meio ambiente sob absoluta imprevisão de seu portador. Em certos casos, verifica-se que o epiléptico também é um médium de fenômenos físicos em potencial, já que a incessante saída de seu duplo etérico pode lhe abrir uma brecha medi única que o sensibiliza para a fenomenologia mediúnica.

Todo ataque epiléptico é um estado de defesa do corpo físico, que expulsa o duplo etérico e o perispírito para que estes se recomponham energeticamente, trocando energias negativas por positivas. Os epilépticos são pessoas que tiveram ação com energias muito densas em encarnações passadas. Assim, os psicotrópicos utilizados pelos médicos dificultam o desprendimento do duplo etérico, evitando os ataques.

Já o hipnotizador atua pela sugestão na mente do hipnotizado, Induzindo-o ao estado de transe hipnótico. Resulta daí o afastamento parcial do duplo etérico, que fica à deriva, permitindo a imersão no subconsciente. Com isso, o hipnotizado abre uma fresta no plano espiritual que lhe permite até mesmo manifestar e dar vivência aos estágios de sua infância e juventude ou mesmo de alguns acontecimentos e fatos de suas vidas pretéritas.

Quando o duplo etérico se distancia por alguns centímetros do corpo físico, a ação física diminui e a abertura para a atuação do perispírito se amplia, tornando-se um catalisador das energias espirituais. Por isso, favorece o despertar de seu subconsciente e a imersão ou exteriorização dos acontecimentos arquivados nas camadas mais profundas do ser.

As anestesias operatórias, os anti-espasmódicos, os gases voláteis, as drogas e sedativos hipnóticos, o óxido de carbono, óxido de carbono, o fumo, os barbitúricos, os entorpecentes, o ácido lisérgico e certos alcalóides como a mescalina são substâncias que operam violentamente nos interstíclos do duplo etérico.Embora a necessidade obrigue o médium a se utilizar por vezes de algumas destas substâncias em momentos imprescindíveis, é sempre imprudente exagerar no uso delas sob qualquer pretexto ou motivo. O médium que abusa de entorpecentes que atuam com demasiada freqüência em seu duplo etérico se transforma em um alvo mais acessível ao assédio do mundo inferior.

Rompimentos do duplo etérico

A estrutura íntima do duplo etérico fica seriamente afetada quando, por meio de desregramentos e vícios, a pessoa utiliza substâncias corrosivas como álcool, fumo, drogas em geral e certos medicamentos cujos componentes químicos sejam inegavelmente tóxicos. Ocorre um bombardeio à constituição do duplo etérico, queimando e envenenando as células etéricas e formando buracos semelhantes às bordas queimadas de um papel, criando brechas por onde penetram as comunidades de larvas e vírus do subplano espiritual, utilizados comumente por inteligências sombrias como uma maneira de facilitar seu domínio sobre o homem.

Acontece que sem a proteção dessa tela, que os mantém naturalmente afastados dos habitantes dos subplanos espirituais, os médiuns começam a perceber formas horripilantes, criadas e mantidas pelos seres infelizes que estagiam nas regiões mais densas do plano umbralino, ocorrendo os mais diversos distúrbios que comprometem o equilíbrio físico-psíquico do ser humano. Falta aos médiuns a proteção etérica que violentaram pelo uso de substâncias químicas tóxicas que lhes destruíram parte do escudo que a natureza lhes dotou para sua segurança, a fim de impedir a abertura prematura da comunicação entre o plano espiritual e o físico. Embora essa destruição não seja completa, criando apenas rasgos ou brechas, sua falta é verdadeiramente nociva, pois o duplo etérico é de suma importância para o equilíbrio do ser humano.

As lesões do duplo etérico são difíceis de serem recompostas. Para restabelecer o equilíbrio em tais casos, além dos recursos terapêuticos utilizados com freqüência nos centros espíritas, deve-se promover a doação e a transfusão de fluido vital ectoplasmático, suprindo a falta ou revitalizando a parte afetada do duplo etérico.

Camada protetora

O duplo etérico é, para o ser encarnado, como um manto protetor, protegendo a pessoa contra o ataque e a multiplicação de bactérias e larvas espirituais que, sem a proteção da tela etérica, invadiriam a organização não somente do corpo físico como a constituição perispiritual durante a encarnação.

O duplo etérico assemelha-se à camada de ozônio que reveste o planeta Terra, pois, na verdade, essa camada protetora tem, por analogia, a mesma função do duplo etérico no ser humano.

Quando é destruída a camada de ozônio do planeta, formando "buracos" em locais onde deveria haver a proteção natural, certos raios solares penetram pelas falhas e produzem diversos tipos de males nas pessoas imprevidentes do mundo.




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22/12/2015

O Médium Obsidiado

O médium obsidiado


Trecho do Livro: Obsessão e Desobsessão / Suely Caldas

“Se um médium não se conduzir convenientemente perante a Doutrina, ou por qualquer outra circunstância demonstrar sinais de domínio de um obsessor, será indispensável que suspenda qualquer labor mediúnico, visto que já não poderá inspirar confiança as comunicações que receber e se poderá também prejudicar grandemente, dando ensejo à solidificação da obsessão.’ (Recordações da Mediunidade, Yvonne A. Pereira, capítulo 10.)

Todo obsidiado é médium. Isto não significa, contudo, que ele deva desenvolver a sua faculdade. Na maior parte das vezes é exatamente o que ele não deve fazer. Antes de mais nada, requer um tratamento espiritual condizente com o seu estado.

André Luiz esclarece: “O obsidiado, porém, acima de médium de energias perturbadas, é quase sempre um enfermo, representando uma legião de doentes invisíveis ao olhar humano.” (37) São “médiuns doentes”, diz o citado autor espiritual, que trazem consigo “aflitiva mediunidade de provação”. Quanto a se encaminhar o médium obsidiado às reuniões para educação e desenvolvimento da sua mediunidade, é ainda André Luiz que adverte ser indispensável que, “antes de tudo, desenvolva recursos pessoais no próprio reajuste”, lembrando que “não se constroem paredes sólidas em bases inseguras”. (38)

Há que se ter cautela no que se refere à problemática mediúnica do obsidiado, pois, com o pensamento cerceado pelo obsessor, logicamente não está em condições de um desenvolvimento normal.

Quanto aos médiuns que já estão atuando, os que já têm uma atividade equilibrada, seria absurdo catalogá-los todos como obsidiados. Embora todos os médiuns, tanto quanto todos os seres humanos, sejam suscetíveis de sofrer obsessões. Como diz Joanna de Ângelis: “Ninguém que esteja em regime de exceção, na face da Terra.”

Ante uma obsessão sutil ou evidente a afligir o médium, afirma Kardec categoricamente: “A obsessão, de qualquer grau, sendo sempre efeito de um constrangimento e este não podendo jamais ser exercido por um bom Espírito, segue-se que toda comunicação dada por um médium obsidiado é de origem suspeita e nenhuma confiança merece.” (39)

Kardec dedica ao problema da obsessão o capítulo 23 de “O Livro dos Médiuns”, asseverando que ela se apresenta em três principais variedades: simples, de fascinação e de subjugação. O Codificador diz preferir o termo subjugação em lugar de possessão, de uso mais antigo. Afirma que, a seu ver, ambos os termos são sinônimos, preferindo, entretanto, adotar subjugação para referir-se a obsessões mais graves. Justifica sua opção dizendo que a palavra possessão “implica a crença de seres criados para o mal e perpetuamente votados ao mal”, o que não é verdade, pois todos os seres têm as mesmas possibilidades de evolução, de progresso. E, ainda, que “implica igualmente a ideia do apoderamento de um corpo por um Espírito estranho, de uma espécie de coabitação”, quando realmente o que existe é uma constrição. Entretanto, revendo o assunto em “A Gênese”, capítulo 14º, item 47, o mestre lionês passa a adotar o termo possessão, talvez por ser este de uso mais popular, esclarecendo então que: “Na possessão, em vez de agir exteriormente, o Espírito atuante se substitui, por assim dizer, ao Espírito encarnado; toma-lhe o corpo para domicílio, sem que este, no entanto, seja abandonado pelo seu dono, pois que isso só se pode dar pela morte. A possessão, conseguintemente, é sempre temporária e intermitente, porque um Espírito desencarnado não pode tomar definitivamente o lugar de um encarnado, pela razão de que a união molecular do perispírito e do corpo só se pode operar no momento da concepção.” (40)

Kardec ressalta também quão graves são as conseqüências da fascinação. Dentre todas as modalidades, talvez seja esta a mais difícil de ser tratada e curada. O que se observa nestes casos, é que a pessoa fascinada se compraz sobremaneira com a situação em que vive, iludida pelo obsessor, que alimenta a sua vaidade, exacerbando-a, cada vez mais intrincada se torna a questão, à medida que o enfermo passa a necessitar da aproximação do fascinador, numa simbiose completa em que ambos se obsidiam mutuamente. Presenciamos um caso desse tipo. L... é portadora de uma fascinação que se tem mostrado resistente a quaisquer orientações. Certa feita, apresentou-se no C. E. Ivon Costa. Dizia ser médium em grande atividade mediúnica e desejosa de frequentar as reuniões que julgava adequadas ao seu grau de desenvolvimento. Contou que exercia a sua mediunidade em casa, onde recebia, através da psicografia e da psicofonia, conselhos para todas as pessoas do seu conhecimento, solicitados ou não. Esclarecida quanto aos inconvenientes dessa prática, foi convidada a frequentar as reuniões públicas e aconselhada a não se descurar do estudo da Doutrina e do labor da caridade. Ela realmente frequentou durante certo tempo as reuniões públicas, mas passou, a trazer páginas que afirmava serem psicográficas, constando de conselhos e orientações assinadas pelos Mentores do Centro e recebidas em seu lar. Tais mensagens eram completamente desconexas, confusas e incompreensíveis, embora L... as julgasse de alto nível. Manteve-se avessa a quaisquer ponderações, irredutível em seu ponto de vista e achando injustas todas as observações que lhe foram feitas, com discrição e carinho, afastando-se em breve do Centro. Soubemos que L... tem percorrido outros Centros da cidade e agindo da mesma maneira. Jamais admitiu que possa estar sendo vítima de um Espírito mistificador, e tal como Kardec esclarece, como característica principal dessa modalidade de obsessão, afasta-se de toda e qualquer pessoa que a possa orientar. “Geralmente, o Espírito que se apodera do médium, tendo em vista dominá-lo, não suporta o exame crítico das suas comunicações; quando vê que não são aceitas, que as discutem, não se retira, mas inspira ao médium o pensamento de se insular, chegando mesmo, não raro, a ordenar-lhe.” (Grifos nossos.) (41)

Este comentário de Allan Kardec e o que transcrevemos a seguir são da maior relevância para que se perceba a diferença existente entre a atuação de um Espírito desejoso de enganar e fazer o mal e a do Espírito que somente pratica a caridade e o amor, ensinando o bem e a verdade. Diz-nos o mestre lionês, referindo-se à análise das comunicações: “Repetimos: este meio é único, mas é infalível, porque não há comunicação má que resista a uma crítica rigorosa. Os bons Espíritos nunca se ofendem com esta, pois que eles próprios a aconselham e porque nada têm que temer do exame. Apenas os maus se formalizam e procuram evitá-lo, porque tudo têm a perder. Só com isso provam o que são.” (Grifos nossos.) (42)

Idêntico proceder vale para os médiuns. Aqueles que se melindram por uma que outra observação que se lhes faça, que por qualquer motivo sintam-se feridos no seu amor próprio e que por isso se afastem da reunião, estarão comprovadamente sob o assédio de obsessores.

Há médiuns que se julgam infalíveis, e, o que é mais sério, jamais admitem que possam sofrer sequer uma influenciação espiritual de ordem inferior. Julgam-se imunes, como que vacinados contra as obsessões. No entanto, como é fácil resvalarmos! Como somos frágeis perante as nossas próprias fraquezas! Como somos visados!

Façamos ecoar em nossos ouvidos, em nosso coração, a advertência notável de André Luiz, já citada no capítulo 4 da Primeira Parte, “Gradação das obsessões”, quando ele diz que “somos, por vezes, loucos temporários, grandes obsidiados de alguns minutos (...) doentes do raciocínio em crises periódicas, médiuns lastimáveis da desarmonia (...)“ Quem de nós pode afirmar o contrário?

Cônscios de nossas fraquezas, recorramos ao Senhor, dizendo-lhe: “Eu creio, Senhor! ajuda a minha incredulidade.” (Marcos, 9:24.)

(37) Missionários da Luz, André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 18, 13ª edição FEB. (38) Nos Domínios da Mediunidade, André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, capítulo 9, 10ª edição FEB. (39) O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, item 242, 42ª edição FEB. (40) O termo possessão, na literatura espírita mediúnica, é adotado com bastante freqüência (vide, por exemplo, Nos Domínios da Mediunidade) e na prática designa aqueles casos realmente mais graves de obsessão. Seria, assim, o seu grau máximo. (41) O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, item 248, 42ª edição FEB. (42) Id., Ib., item 266



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02/11/2015

Médiuns Videntes

Médiuns Videntes


Os médiuns videntes são dotados da faculdade de ver os Espíritos. Há os que gozam dessa faculdade em estado normal, perfeitamente acordados, guardando lembrança precisa do que viram. Outros só a possuem em estado sonambúlico ou aproximado do sonambulismo. É raro que esta faculdade seja permanente , sendo quase sempre o resultado de uma crise súbita e passageira. Podemos incluir na categoria de médiuns videntes todas as pessoas dotadas de segunda-vista. A possibilidade de ver os Espíritos em sonho é também uma espécie de mediunidade, mas não constitui propriamente a mediunidade de vidência. 

O médium vidente acredita ver pelos olhos, como os que tem a dupla-vista, mas na realidade é a alma que vê, e por essa razão eles tanto vêem com os olhos abertos ou fechados. Dessa maneira, um cego pode ver os Espíritos como os que têm visão normal.

Devemos distinguir as aparições acidentais e espontâneas da faculdade propriamente dita de ver os Espíritos. As primeiras ocorrem com mais freqüência no momento da morte de pessoas amadas ou conhecidas, que vêm advertir-nos de sua passagem para o outro mundo. Há numerosos exemplos de casos dessa espécie, sem falar das ocorrências de visões durante o sono. De outras vezes são parentes ou amigos que, embora mortos há muito tempo, aparecem para nos avisar de um perigo, dar um conselho ou pedir ajuda. Essa ajuda é sempre a execução de um serviço que ele não pôde fazer em vida ou o socorro das preces.

Essas aparições constituem fatos isolados,tendo um caráter individual e pessoal. Não constituem, pois, uma faculdade propriamente dita. A faculdade consiste na possibilidade, senão permanente, pelo menos freqüente, de ver os Espíritos que se aproximam, mesmo que estranhos. É essa faculdade que define o médium vidente.

Entre os médiuns videntes há os que vêem somente os espíritos evocados, podendo descrevê-los nos menores detalhes dos seus gestos, da expressão fisionômica, os traços característicos do rosto, as roupas e até mesmo os sentimentos que revelam. Há outros que possuem a faculdade em sentido mais geral, vendo toda a população espírita do ambiente ir e vir e, poderíamos dizer, entregue a seus afazeres.

Livro dos Médiuns (cap 14) - Allan Kardec



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30/07/2015

Sobre Humildade no Espiritismo e na Umbanda


Sobre humildade no espiritismo e na umbanda



Evangelho Segundo o Espiritismo
Cap. VII - Bem-Aventurados os Pobres de Espírito

Comentário sobre o texto do Evangelho: "Bem-Aventurados os Pobres de Espírito"

Sobre Humildade no Espiritismo e na Umbanda

Entendemos como "pobres de espírito" os que enaltecem tudo o que é ou está relacionado com o mundo da matéria, sem que nenhum benefício lhe traga como espírito eterno. A humildade é um dos sinais da riqueza do espírito. Muito ouvimos falar em humildade, mas o que é mesmo humildade? Como defini-la? É mesmo possível praticá-la sem enganar a nós mesmos, porque muitas vezes o verniz das boas qualidades morais encobrem um ser humano fragilizado e perdido em sua própria consciência...

Várias opiniões foram dadas no momento do nosso Evangelho e não se chegava a um acordo do que seja humildade. Humildade é baixar a cabeça sempre e concordar com tudo? Preciso me anular para ser humilde? Ser humilde é não revidar uma ofensa, não se defender? O Evangelho mostra uma grande verdade, as pessoas cultas ou pseudo-sábias têm a tendência a menosprezar tudo o que não são capazes de compreender ou tudo o que contraria as suas opiniões. Daí vemos claramente que a soberba e a prepotência, que nada mais é do que a fragilidade do caráter, é o principal empecilho para o exercício da humildade. O verdadeiro sábio não tem a necessidade de convencer ninguém, se isto acontece é porque não acredita nele próprio e precisa do reconhecimento exterior para se sentir melhor.

Mas, voltando para a pergunta "o que é humildade", chegamos a conclusão que ela vai depender do momento! Somos seres humanos imperfeitos ainda e Deus sabe disso, nossa obrigação como cristãos é fazer o esforço para nos melhorarmos, na medida do nosso possível! Um exemplo: uma mulher religiosa faz o seu esforço constante para não se sobrepor a ninguém na sua vida cotidiana, procura fazer o exercício da humildade... No entanto, esta mulher além de cristã ela é também mãe e não suporta alguém destratar seu filho na sua frente, neste caso ela se sobrepõe e pode até atacar para defender seu filho, pode encobrir as faltas do filho, pode cair em erro que para ela é acerto... Um dia talvez ela esteja preparada para ser humilde em todas as circunstâncias, mas agora o seu momento evolutivo não lhe cobra porque ainda não é capaz de entender. 

Então vamos dar um basta no falso moralismo dos que pregam as virtudes do Evangelho e se iludem de que são capazes em todos os momentos de imitar os "santos", não é assim e Deus sabe que não pode ser assim. Devemos sim compreender o outro em seu momento, respeitar e proporcionar-lhe uma nova oportunidade.

Quando no nosso Evangelho chegamos a conclusão de que a humildade vai depender do momento, lembramos da nossa religião, o que aliás sempre fazemos, colocamos a Umbanda em tudo o que estudamos. Daremos outro exemplo que é um fato constante. Geralmente alguns irmãos espíritas, por lerem em demasia, se acham os donos da verdade e a maioria aponta a Umbanda como "uns pobres irmãos que ainda não evoluíram..." Vale para os desencarnados também! Subestimam a grandeza dos nossos Guias porque geralmente têm linguagem pobre e se posicionam com a aparência da última encarnação, interessante lembrar que um distinto estudioso da doutrina espírita um dia disse que devemos doutrinar os nossos Pretos Velhos porque ainda estão com posturas e aparência da última encarnação, e este ilustríssimo irmão deve ter esquecido, quando fez esta afirmação, que a sua mentora se apresenta com a roupagem fluídica de uma freira quando de sua última encarnação! Assista ao vídeo, que é antigo mas ainda repercute dolorosamente ao ouvir:





Podemos dizer que este irmão, neste momento do vídeo, está sendo humilde?

Por que é difícil para ele entender que usando a aparência de um preto velho, espíritos evoluidíssimos baixam em nossos terreiros para abraçar e consolar os que sofrem, muitas vezes baixam em médiuns que não sabem nem ler e escrever, mas cujo coração reflete o amor e a bondade sempre, a prática da humildade faz parte da sua rotina e é dessa forma que entra em sintonia perfeita com os espíritos superiores e lhe servem de ferramenta no transe mediúnico. Fato incontestável que muitos irmãos espíritas tentam, nas "profundezas da sua sabedoria", atestar ao fenômeno em vão. Falta-lhes humildade!

Salientamos que não temos nada contra o irmão que se apresenta neste vídeo, que dá, incontestavelmente, valiosas contribuições à Doutrina Espírita e cujo trabalho cristão desempenha até hoje com muito esmero. Que Deus abençoe o seu trabalho e a sua vida missionária. Apenas no pronunciamento deste vídeo achamos que o irmão não foi coerente e justo. E trazemos este vídeo como exemplo porque ele é apenas um entre vários irmãos espíritas que não entendem os fundamentos da Umbanda e não perdem a oportunidade de nos denegrir de forma sutil e publicamente, apresentando sempre uma falsa humildade. Quem foi espírita e hoje é umbandista sabe do que estamos falando.

Mas nós umbandistas, façamos a nossa parte! Isto não quer dizer também que todos os umbandistas são humildes. Não, infelizmente, a nossa religião como todas as religiões são formadas por pessoas diversas, boas e más, humildes e egoístas, a formação do caráter não depende da religião que se professa. Mas temos, como umbandistas, uma convivência mais próxima com os espíritos que não se dizem humildes mas se comportam como tal, através da retidão de postura de um Caboclo, através da conversa de igual para igual ao pé do toco de um Preto Velho, através da pureza das brincadeiras dos Ibejis! Aprendamos com eles a ser humildes.

Percebemos que a nossa Umbanda a cada dia se divide e se fecha em grupos. No mais das vezes grupos de pseudos sábios dentro da Umbanda, que numa postura de afirmar que a sua Umbanda é verdadeira, despreza tudo e todos que lhe contrariam as convicções. Muitos umbandistas se tratam como concorrentes e não como irmãos, e isto também é falta de humildade. Conhecemos um grupo que além das convicções que defendem como sendo as únicas certas, se perdem diante de um perigoso fanatismo de pessoas e espíritos.

Na nossa Casa, damos oportunidade a todos a nos conhecerem e nos fazer conhecer também a cada um, com os nossos erros e acertos, dúvidas e certezas, convicções e o respeito pela convicção do outro. O nosso estudo é aberto a todos que queiram, gratuitamente, cujo objetivo principal é, além do estudo sistematizado da doutrina Espírita e de Umbanda, é fazer nos conhecer para depois decidir pela casa. Temos a nossa verdade sim, acreditamos e seguimos nossa verdade, e quando o outro também sentir a nossa verdade como a dele também, então estará pronto para fazer parte da nossa corrente mediúnica e dividir conosco a nossa vivência na Umbanda que praticamos, cientes de que a umbanda que praticamos não é a única verdadeira, mas é a única e verdadeira para nós que fazemos a Tenda de Umbanda Luz e Caridade. 

Axé a todos
Ednay Melo






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27/07/2015

Esquecimento do Passado


Esquecimento do passado

Evangelho Segundo o Espiritismo
Cap. V - Ítem 12
Tema: Esquecimento do Passado



ESQUECIMENTO DO PASSADO

O esquecimento do passado é uma sábia providência de Deus. Nós espiritualistas que acreditamos na reencarnação, sabemos que ela se faz necessária para o aprimoramento do espírito, seja através da oportunidade do resgate e correção das faltas passadas, seja através de somar experiências necessárias à evolução do espírito, seja através do compromisso assumido pelos missionários nas causas do Bem Maior.

Em todas as situações, esquecemos temporariamente do nosso passado, a fim de que esta lembrança não prejudique a nossa proposta de crescimento na encarnação atual. Como exemplo podemos citar dois inimigos do passado que se reencontram nesta vida como pai e filho para juntos aprenderem, através do amor paternal e filial, a resgatar as faltas pretéritas em um constante exercício de tolerância e de respeito mútuo. Imaginem se ambos soubessem das suas desavenças do passado? Seria muito difícil, talvez impossível, manter a convivência com a proposta de superação. Porém de alguma forma a lembrança se anuncia por uma "vaga" intuição, é quando encontramos respostas a tantas desavenças familiares, dessa forma a lembrança surge através dos sentimentos de repúdio, aquela íntima conclusão: "não sei o porquê, mas não tolero este meu parente..."

O texto do Evangelho salienta que o esquecimento se dá apenas enquanto na vida corpórea. Lembramos que somos espíritos em evolução e geralmente, enquanto encarnados neste planeta de expiação e provas, somos tal como crianças espirituais, muito distantes das esferas elevadas da Criação, portanto em constante aprendizado e crescimento. Isto quer dizer que quando o espírito desencarna e volta a fazer parte da vida espiritual ele continua sendo o mesmo, daí ele precisa de uma preparação prévia para que, gradualmente, tenha a lembrança do seu passado, precisa-se ter elevação em nível de qualidades morais para estar pronto para lidar com a revelação de um passado desajustado e talvez assustador.

Ednay Melo





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23/07/2015

Comentário sobre "A Parábola do Semeador"

Comentário sobre a parábola do semeador


Todos nós somos convidados a semear, a difundir a palavra do Mestre Jesus através do trabalho no Bem.

Deus é tão Bom que deu várias oportunidades ao homem para se utilizar do seu livre arbítrio e escolher, uma ou mais, entre várias religiões distribuídas em todo o planeta. Não estamos afirmando que a religião é necessária para a prática do Bem, encontramos muitas pessoas iluminadas pelo Evangelho sem terem nenhuma religião. A religião ajuda a partir do momento em que nos unimos a outras pessoas que professam da mesma fé, a fim de servirem de estímulo e base familiar espiritual, como também fornecer um ensino sistematizado através das suas doutrinas.

Acreditamos que cada pessoa está na religião que merece e que precisa no seu momento evolutivo, por isto não existe religião certa ou errada. Como cada um vai fazer uso dos ensinamentos do Evangelho também irá depender da maturidade espiritual de cada um. Devemos respeitar as etapas que todo ser humano atravessa, como nos diz o Livro dos Espíritos, questão 1006:

"Deus criou os seres simples e ignorantes, e todos devem progredir num tempo mais ou menos longo, de acordo com a própria vontade."

Citando a nossa religião Umbanda, também nela existe a diversidade de pensamentos, cada Casa tem por base de sua doutrina a raiz do seu dirigente, de onde sobressai a sua fé e todo o seu aprendizado, que deve ser respeitada.

A lição do Evangelho é a semente, o solo fértil ou com pedras e espinhos representa o coração do homem, que tem o livre arbítrio para seguir na luz ou nas trevas de sua ignorância. A Umbanda traz a luz, os que ainda não veem é porque seu solo contém muitas pedras e espinhos. Mas o que importa é semear sempre porque a colheita, mesmo em tempo impreciso, é certa e abundante.

Ednay Melo




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22/07/2015

Comentário do Cap. IX do Livro dos Médiuns

Comentário do cap. IX



Comentário do Cap. IX - Livro dos Médiuns / Allan Kardec


DOS LUGARES ASSOMBRADOS
Ítem 132 - perg. 1 a 11

Os espíritos que se apegam a objetos e lugares são sempre espíritos inferiores, sem necessariamente serem maus.

Os espíritos não têm preferências pelas ruínas ou lugares desertos, isto denota a ideia fantasiosa do ser encarnado, logicamente que os espíritos se aproveitam disto se querem brincar com alguém que tenha este pensamento fantasioso.

Os espíritos preferem os lugares habitados, com exceção de alguns que preferem a solidão, tal como os espíritos encarnados, preferência marcada pela individualidade de cada um.

Os espíritos não se baseiam em dias e horas, que são referenciais puramente terrenos. Nós umbandistas abrimos um parêntese nesta questão, porque em nossos rituais consideramos os dias de determinados Orixás e entidades, bem como a hora, denominada "hora grande" (meio dia e meia noite) é fundamento em outras crenças, que devem ser respeitados. Existem sim exceções nos conceitos da Doutrina Espírita, os nossos fundamentos são apresentados também pelos espíritos, que se utilizam, entre outros, de dias e horas terrenos para a execução de determinados rituais umbandistas.

Um espírito evoluído quando desencarna não fica apegado ao seu corpo que está no túmulo. As preces direcionadas a ele podem ser evocadas de qualquer lugar, não apenas do cemitério como muitos encarnados fazem, pois na verdade o que precisam é de um objeto para direcionar a sua atenção.

Enfim, os espíritos podem sim habitarem lugares ditos assombrados por questões particulares e individuais e são sempre espíritos de ordem inferior. Os espíritos superiores podem permanecer nestes lugares afim de ajudar e proteger, mas nunca assustam ou mostram a sua presença.

Ednay Melo




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21/07/2015

Comentário do Cap. VIII do Livro dos Médiuns

Comentário do cap VIII


COMENTÁRIO DO LIVRO DOS MÉDIUNS / ALLAN KARDEC

Cap. VIII - DO LABORATÓRIO DO MUNDO INVISÍVEL

P. Como se processa o vestuário e acessórios que os espíritos nos apresentam?

R. De forma aparente. O vestuário do espírito é uma imitação do que ele usava quando encarnado, se assim queira apresentar-se, e ele o torna tangível através da mobilização do perispírito com o princípio material disponibilizado no fluido cósmico universal.

Não há uma regra geral para a aparição dos objetos. As vestes normalmente são produzidas com o auxílio do perispírito, já os acessórios são produzidos através somente do fluido cósmico universal, ambos em conjunto com a vontade do espírito. Todos os fenômenos espirituais são realizados diante da extração do elemento universal.

Os espíritos têm poder sobre os elementos materiais. Através da vontade eles plasmam qualquer objeto. 
Ex: Tem forte vontade de tomar café, imagina esta bebida quentinha e cheirosa depositada em uma xícara e, assim, surge ao seu lado uma xícara de café.

O espírito pode dar ao objeto não somente a forma, mas também as suas propriedades. Com o exemplo da caixa de rapé: se a senhora aspirasse este elemento, este a faria espirrar.

Então, o espírito pode usar o seu poder sobre a matéria para a aquisição de medicamentos, de alimentos, etc, surtindo o mesmo efeito dos existentes na matéria, diante da necessidade, da vontade do espírito e da permissão de Deus.

P. Os objetos que se tornam tangíveis podem permanecer assim e tornarem-se de uso?

R. Poderia, mas não se faz porque está fora das leis.

P. O espírito inferior também tem este poder? Poderia ele se utilizar de um objeto para o mal, como atirar uma flecha ou a bala de uma arma de fogo contra alguém?

R. Poderia, mas não o faz porque não tem permissão.

P. Todos os espíritos têm o conhecimento exato de como plasmar um objeto?

R. Quanto mais elevado é o espírito, mais facilmente ele consegue. Quando o espírito é de ordem inferior isto se dá de forma instintiva.

Lembramos, caro leitor, do filme "Ghost". Quando o espírito do metrô ensina o outro a empurrar um objeto e quando lhe é perguntado como ele consegue, ele responde: "E eu sei lá como consegue! Só sei que tem que ter vontade e emoção!"

Este exemplo ilustra que o espírito inferior pode produzir o fenômeno da aparição, mas nem sempre tem o entendimento. Este fato é mostrado sempre em obras espíritas, quando do relato de verdadeiras organizações das sombras que não conseguem por em prática os seus projetos nefastos, por falta de entendimento da ciência espiritual, e logo são desfeitos e combatidos pela sabedoria dos espíritos de luz.

Enfim, ao espírito é possível grande ação sobre a matéria elementar, é possível não somente formar substâncias, como também modificar-lhes as propriedades pela ação da sua vontade. Isto explica também a questão do magnetismo que cerca todos os trabalhos espirituais.

Ednay Melo




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