No terreiro filhos vão e vêm, outros vão e não voltam mais, isso faz parte. Eles podem ir, quem não pode ir sou eu!
Essa é uma realidade que um dirigente tem que encarar, temos que ter amor ao que fazemos e respeito aos filhos, temos que nos apegar totalmente à missão, à sagrada espiritualidade.
Mas apegar-se aos filhos como elo para o cumprimento da missão é muito perigoso, pois, a única garantia de permanência para a vida toda num terreiro de Umbanda é a do dirigente.
Se tiver cem filhos no terreiro o dirigente estará lá, se tiver três filhos no terreiro a mesma coisa, nada muda, porque a missão não está entrelaçada aos adeptos e muito menos ao espaço físico, mas sim na espiritualidade, nos guias!
Embora a Umbanda seja um coletivo e isso é muito prazeroso, é preciso compreender que existe uma espiritualidade que pertence a cada indivíduo, a cada pessoa e que esse crescimento é individual, que essa missão é individual, pertence a cada um, porém, essa missão seja por um período curto ou extenso é comungada entre pessoas com a mesma finalidade dentro de uma religião, perante uma mesma casa, essa que deve ser zelada pelos filhos porque ela que acolhe a missão de cada um que ali está presente sob a zeladoria do dirigente espiritual.
O dirigente espiritual não deve alicerçar a sua missão ao filho espiritual, os filhos devem alicerçar sua missão na Umbanda e na casa que frequentam, porque a casa abraça a todos e quando eu digo "a casa" eu digo o espaço físico que se torna um lar espiritual a todos aqueles que estão debaixo daquele teto.
O dirigente e sua missão deverão se alicerçar apenas no sagrado, esse que estará com o dirigente por onde ele estiver, seja num templo com cem filhos, numa casa com dez filhos ou num cômodo com dois filhos.
Padrinho Catucá
Nenhum comentário:
Postar um comentário