Os primeiros registros do culto aos Orixás têm como referência a África, berço da cultura negra tão oprimida pelo histórico da escravidão. Lá, diferente do que vemos aqui no Brasil, os Orixás não eram tão humanizados como notamos nos dias de hoje e a ritualística envolvendo os mesmos era disciplinada e mantida na cultura de tradição, ou seja, passada pelos antepassados sucessivamente aqueles que os precederiam em sua jornada religiosa.
Como citamos acima, reparamos nos dias de hoje muitos desejando serem donos da verdade suprema e vale lembrar que no que tange a lei divina o homem e o próprio meio onde vive está sempre em plena evolução, digo isso pois o sentido sagrado dos Orixás ficou muito comparado ao meio onde o ser vive, atribuindo-se a qualidade do Orixá ao temperamento emocional de seus supostos “filhos e filhas”.
Como exemplo podemos citar: “Sou briguento por ser filho de Ogum” ou ainda “As mulheres que choram por qualquer coisa tendem a ser filhas de Oxum” e por ai vai colocando algo sagrado na condição do profano infelizmente, mas isso se dá devido a falta de compreensão e estudo detalhado dos cultos e principalmente da qualidade dos Orixás, além claro do preparo dos médiuns despreparados que ingressam em determinadas casas que não apoiam o estudo da Umbanda.
Orixás, antes de mais nada, são qualidades divinas, ou seja, ligadas a Deus e nestas qualidades se destacam sete, que são cultuadas no movimento Umbandista. São elas: A Fé, o Amor, o Conhecimento, a Justiça, a Lei, a Evolução e a Geração divina. Cada uma destas qualidades compõem uma força ligada a determinada função energética que Deus exerce sobre o homem e toda criação divina.
Quando falamos de fé lembramos de Oxalá, que rege a crença de cada um em sua jornada evolutiva, não adianta desejarmos algo se não acreditamos que podemos alcançá-lo, da mesma forma, não adianta estarmos ligados a um credo religioso se não aprendemos a crer ou a acreditar. Oxalá rege a ligação entre o homem e Deus, é aquele que nos estimula a encontrarmos Deus dentro de nós mesmos, a não desistirmos diante dos obstáculos da lei do carma natural, isso se chama fé. Oxalá tem atuação em nosso chacra coronário.
O Amor divino é regido por Oxum, ainda pouco compreendido, não nos referimos ao amor carnal, ou seja, entre homens e mulheres, mas sim, ao amor universal, onde compreendemos que somos todos irmãos e como irmãos, Oxum desperta em nós o senso de solidariedade, de perdão, de compaixão pelo nosso semelhante, Amor que “cobre a multidão dos seus pecados”, Amor que nos renova as forças e sempre nos dá esperanças de um novo recomeçar. Oxum atua sobre nosso chacra cardíaco.
Oxóssi, é o sustentador natural da vegetação, que nos remonta à cura divina, na natureza encontramos uma grande variedade de forças energéticas que ainda desconhecemos, atuando a mesma tanto para cura de nosso corpo físico, quanto espiritual. Na natureza também encontramos um campo energético absorvedor natural das cargas nocivas das “formas pensamento” geradas pelos seres em desequilibro tanto encarnados como desencarnados. Por reger nosso chacra frontal, Oxóssi também atua em nosso pensamento e eventualmente estimula o nosso aprendizado em geral.
Xangô podemos de forma simples interpretar como o aplicador da Justiça Divina ou, ainda, a lei de causa e efeito a que todos nós estamos expostos pelos nossos atos e pensamentos. Se “não cai uma folha de uma árvore, sem que Deus o saiba”, Xangô vigia nossos passos dando através das leis de Deus um direcionamento em nossas vidas. Tiramos como exemplo Moisés quando recebeu do alto os 10 mandamentos, ali se balizava a Justiça de Deus dando direcionamento para o homem alcançar sua evolução. Xangô vibra sua força através de nosso chacra umbilical.
Ordenação é a qualidade regida por Ogum, ou seja, na criação divina tudo tem tempo e hora certa para acontecer, nada vem quando desejamos, mas sim, quando estamos preparados e para nos encontrarmos preparados tudo tem que estar em ordem. Ogum também atua na organização energética de nosso planeta envolvendo as matas, os rios, os mares, ou seja, tudo o que foi criado por Deus. Cada coisa está em seu devido lugar, esta energia que ordena e organiza todos os eventos da criação e das criaturas chama-se Ogum. O chacra Laríngeo é regido por Ogum.
Evolução, ou passagens de níveis vibratórios são regidos por Omulu, ainda tão mal compreendido dentro da Umbanda, sendo comparado com o Orixá das doenças e pestes, por ter seu campo de forças no cemitério. Quando falamos de morte, não podemos ter nossa mente voltada somente para morte física, mas sim para morte ou anulação de inúmeros defeitos que trazemos em nossos espíritos e que através da bênção da reencarnação temos oportunidade de corrigi-los. Omulu, é a força divina que nos estimula a evoluirmos sempre, aumentando assim nosso padrão vibratório. Vale lembrarmos que a doença também é uma oportunidade de crescimento para o ser, pois a dor transforma. O chacra que é estimulado por Omulu é o chacra esplênico.
A Criação Divina é regida por nossa mãe Iemanjá, um dos Orixás mais festejados na Umbanda. Gerar, dar vida, esta é uma das funções de Iemanjá, pois a criatividade, desde a criação do mundo, envolve o ser. Encontramos esta força divina atuando no meio científico, acadêmico, humano e religioso. Para mudar opiniões são necessárias palavras novas e para gerar palavras novas é preciso ter inspiração divina, fator que é regido por Iemanjá. Tem seu campo de forças nos mares, pois lá se desenvolvem um infinito ciclo de vida. O chacra estimulado por Iemanjá é o básico.
Vale lembrar que existem duas qualidades de Orixás:
ORIXÁS MAIORES, ou seja, a qualidade geradora divina, que nunca incorporam em médium algum;
ORIXÁS INTERMEDIÁRIOS, ou seres manifestadores destas qualidades divinas, que atuam dentro da vibração do Orixá Maior e, sim, estes são os que se manifestam nas Engiras de Umbanda.
O sincretismo religioso não veio da África, mas sim foi criado no Brasil através do movimento de Cabula, oriundo dos negros que eram obrigados a participarem da missas dominicais e que através das imagens católicas nos altares encontraram semelhanças com as qualidades dos Orixás.
Orixá não tem forma, é energia. As imagens que vemos nos altares são pontes de ligação vibratória para aqueles que ainda precisam de referência energética para se ligarem ao divino. Dentro deste sincretismo encontramos:
OXALÁ, sincretizado com JESUS CRISTO
OXUM, sincretizada com NOSSA SENHORA DO CARMO
OXÓSSI, sincretizado com SÃO SEBASTIÃO
XANGÔ, sincretizado com SÃO JOÃO
OGUM, sincretizado com SÃO JORGE
OMULU, sincretizado com SÃO ROQUE
IEMANJÁ, sincretizada com NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
IANSÃ, sincretizada com SANTA BÁRBARA
(Pode haver variação de acordo com a Região)
Com este breve estudo, esperamos de forma simples termos esclarecido um pouco mais sobre o tema Orixás e, também, assim esperamos, quebrar certos preconceitos, lembrando que o estudo é base fundamental dentro de qualquer religião.
Géro Maita
Boa Tarde, e o Orixá Iansã, qual é o chacra, não falaram dela.
ResponderExcluirBom dia, achei o texto muito informativo, mas queria que falassem sobre Iansã e Nanã também. Como atuam e qual chakra regem.
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