O Valor da Mediunidade - Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

O Valor da Mediunidade

Publicado em 11/09/2019

O valor da mediunidade


Joaquim, um espírito recém-desencarnado, cuja vida na terra havia sido péssima, fez um requerimento aos mentores espirituais de planos mais elevados, rogando desesperadamente nova oportunidade para resgatar as dívidas contraídas na extinta existência corpórea. Era tão grande seu arrependimento e tanto o torturava a própria consciência que, ao pedido feito, suplicava novo corpo físico, em qualquer situação, qualquer tipo de existência, por pior que fosse: poderia vir louco, cego, aleijado, mudo, idiota, canceroso, leproso, morfético, fosse o que fosse, pouco lhe importaria. Submeter-se-ia com resignação, mas desejava encarnar-se de novo e para isso, suplicava de joelhos. Levado seu pedido ao alto, Deus, em sua infinita misericórdia, avaliou seus rogos, seus desejos, e atendeu-o; dar-lhe-ia oportunidade para reencarnar-se, porém, dizia a permissão, o filho pedinte não necessitava vir à terra com defeito físico, doença ou perturbações mentais. Apenas uma condição era-lhe imposta: nascesse, na terra, como homem normal, mas viria como médium e comprometer-se-ia a prestar a caridade quatro horas por semana, durante trinta anos, ou seja, dos vinte até os cinquenta anos. Feito isso, sua dívida estaria saldada. Joaquim, é claro, chorando de alegria, reencarnou-se.

Até vinte anos de idade, tudo foi normal. Daí em diante desabrochou-lhe a mediunidade. Passou então a frequentar um templo espírita, trabalhando duas horas na terça e duas horas no sábado. Assim, foi levando placidamente sua existência e até casou.

Voltemos ao plano espiritual. Quarenta anos depois do nascimento de Joaquim, os mentores espirituais depararam com outro irmão necessitado de socorros urgentes, para tanto, tinham de recorrer a um médium na terra, que fornecesse fluídos materiais para sintonizar com a vibração grosseira daquele espírito em desespero, a fim de ser aliviado nos sofrimentos morais, após a necessária doutrinação. Um dos mentores, então, lembrou-se do Joaquim, o irmão que fizera o requerimento pedindo para encarnar-se nas piores condições possíveis, mas que por bondade de Deus, apenas lhe fora imposta a faculdade mediúnica com a finalidade de ressarcir males semeados. Sim, o Joaquim era a pessoa indicada, porque deveria estar em plena atividade, já fortalecido em seu dom e ser-lhe-ia útil naquela emergência. Consultada sua ficha cármica, comprovaram o fato. Daí resolveram conduzir aquela alma sofredora até o médium para que sua mediunidade de incorporação, ajudasse o irmão aflito. E levaram-no até o centro, onde o médium compromissado deveria estar atuando, pois era um sábado, dia de sessão.

Chegando ao centro, os mentores viram outros médiuns, menos o Joaquim… um deles disse apreensivo: “talvez esteja doente… vamos até sua residência e apliquemos-lhe passes magnéticos para revitalizar-lhe, neutralizando algum mal-estar que por ventura tenha sido acometido”.

Verificada a ficha do centro, anotaram-lhe o endereço, para lá rumando. Antes, porém, deixaram o espírito angustiado entregue a outros médiuns daquele templo. Ao chegarem ao lar de Joaquim, encontraram-no. Lá estava ele deitado em uma rede, ocioso e indiferente, tomando uma cerveja. Surpresos, os mentores ainda ouviram a esposa do médium irresponsável perguntar-lhe por que não fora ao centro, pois era dia de sessão. O marido respondeu que fazia muito calor e ele já estava cansado de ficar horas e horas a atender irmãos que compareciam ao centro para aborrecê-lo…

Um dos mentores observou: “Não foi este que pediu para reencarnar-se como louco, cego, idiota, leproso, canceroso ou o que merecesse, desde que lhe fosse permitido reencarnar-se em novo corpo físico?… E Deus, na sua infinita benevolência, tão somente lhe impôs servir como médium, trabalhando quatro horas por semana, dos vinte aos cinquenta anos de idade… E só isso? Ele está agora com apenas quarenta de vida terrena!” É verdade, afirmou o outro e ambos tristes, compadecidos do irmão, se retiraram.

Adivinhem o que irá acontecer ao Joaquim, quando novamente regressar ao mundo dos espíritos?…

Aí está, meus irmãos, a responsabilidade do médium, reflitam e muito cuidado para não incidirem no mesmo erro do Joaquim.

Transcrevi esse texto de J.Edson Orphanake (Livro “Umbanda – Perguntas & Respostas) para que, como diz o autor, reflitamos sobre o valor da mediunidade.



Sim, é necessária muita reflexão e atitude quando nos percebemos ou nos entendemos MÉDIUNS.

A base para essa reflexão deve estar relacionada ao fato de que ninguém é médium por acaso. Há mistérios, compromissos, resgates, missão e um longo passado que não temos acesso nesse momento e nessa realidade, portanto, menosprezar ou achar que a mediunidade é simplesmente um dom, um acontecimentos, uma fatalidade, uma escolha, um desejo, uma vantagem ou desvantagem dessa encarnação, é um grande erro.

Um grande erro também é pensar que a não prática, que a falta de atitude ou de movimento a favor do desenvolvimento da mediunidade pessoal e do compromisso espiritual NÃO interferem no presente, no futuro, no outro, no entorno e ainda no plano espiritual. Dessa forma, pensamentos egocêntricos, em que o desejo e as escolhas pessoais prevalecem sobre o coletivo, só promove a própria dor.

Não posso deixar de compartilhar minha experiência junto a uma querida Entidade Espiritual que, muito antes de eu ter acesso a esse texto já a ouvia falar “quem escolheu, pediu e implorou para voltar como médium trabalhador foi você. Quem se comprometeu, combinou, acordou e jurou doação foi você. COMPROMISSO É COMPROMISSO! Assim agimos no Astral, assim agimos no plano material”.

Triste é que essa fala – mesmo com tantas facilidades atuais, com tantos estudos, livros, informações disponíveis – ainda é dita várias vezes, em quase todas as giras, para várias pessoas diferentes.

Mais triste ainda, é quando ela é dita várias vezes para a mesma pessoa.

Não tem jeito, é tudo muito simples, claro e lógico:

* Compromisso é compromisso;
* Ações provocam reações;
* O passado não se muda, mas o futuro, depende das escolhas do presente;
* Ser médium é a maior oportunidade que um ser tem para se transformar em um Ser Humano Melhor.
* Ser médium ativo, desenvolvido, comprometido, compromissado, equilibrado, coeso e coerente, é a MELHOR COISA que o passado pode nos proporcionar.

Mônica Caraccio



“Eu me sinto feliz de ser obstinadamente médium
Eu gosto de ser médium, gosto dessa palavra
Quero morrer médium
É tudo o que eu sempre quis ser…”
(Chico Xavier)



Nenhum comentário:

Postar um comentário