Nada contra chamar o médium de incorporação de aparelho, mas gostaria de jogar um pouco de luz para clarear o importante significado do termo cavalo, e se permitirem lembrar que a linguagem de terreiro nos traz a humildade que não era permitida nas mesas dos doutores kardecistas.
Décadas atrás ouvi do caboclo boiadeiro uma singela, mas sábia e profunda definição do porquê eram chamados por eles os Guias de Luz como cavalo.
Vou descrever a resposta desse caboclo com minhas próprias palavras.
Ele me disse:
Meu filho o cavalo é um animal de porte Nobre, diga você que ele, juntamente com o uso do fogo e a descoberta da roda, foi uma das alavancas responsáveis pelo progresso da humanidade.
Usado em tração animal transportando pessoas e cargas, decidindo batalhas, servindo como correio. Até mesmo como alimento em tempos de calamidade e forme ele foi usado.
É um aliado fiel do homem, muitas vezes confundido com o próprio ser humano devido ao seu comportamento!
O filho ou filha de fé, assim como o cavalo, tem que carregar sobre si mesmo a nobreza nas atitudes, ser fiel, humilde, ter força de vontade e acima de tudo vencer os caminhos mais difíceis para cumprir sua missão.
Tendo o filho e a filha de fé tais atributos, os fazem importantíssimos instrumentos na prática da caridade. Na senda do progresso espiritual somente o esforço desinteressado na matéria, e a perseverança necessária na fé, é que nos farão (espíritos desencarnados e encarnados) atingirem a plenitude e a sublimação.
Ao término de tal ensinamento, me senti muito pequeno perante a sua grandiosidade, e ao mesmo tempo da simplicidade do caboclo boiadeiro.
Por isso, sempre que um Guia me chama de cavalo, um sentimento de honra me emociona profundamente!
SARAVÁ
Elvis Ribeiro (Sacerdote Uitaeté)
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