Mas há uns poucos médiuns que, mesmo cansados, com fome, cheios de afazeres em casa, nem bem ouvem as palmas do “salve o fechamento dos trabalhos” e já vão correndo buscar a vassoura, pano, balde e rodo... Para eles, a Gira ainda não acabou!
Todos os momentos do Ritual de Umbanda são sagrados e possuem o seu axé todo especial – a abertura, a defumação, o bater cabeça no altar, o incorporar o Orixá, o dar consultas incorporado do Guia, o cambonear, o cantar na curimba, tudo é maravilhoso e nos faz sentir Pai Olorum mais perto de nós.
Mas o que poucos sabem (e muitos nem querem saber!) é que há um axé muito especial que só recebe quem limpa o chão de um solo sagrado!
É o “Axé da Gratidão” dos Pais e Mães Orixás e de todos os Guias que compõem a Egrégora do Templo... eles sabem todo o esforço que esses filhos fazem para varrer, limpar e deixar brilhante e perfumado o chão sagrado que lhes deu local e oportunidade para fazerem a caridade por tantas horas.
Tenho certeza que se os Guias pudessem, com toda sua humildade, consciência, energia e vontade, fariam eles mesmos a limpeza física do terreiro. Mas impossibilitados pela condição de espíritos desencarnados, inspiram seus filhos a terem essa iniciativa.
O médium vai limpando e agradecendo, feliz, por ter aquela Casa, aqueles irmãos, aquele Dirigente Espiritual, aquele trabalho lindo que acabou de realizar... E o “Axé da Gratidão” o envolve por inteiro num abraço super protetor e esse filho vai embora com uma energia extra para sua casa, sua semana, sua vida!
É uma pena que nem todos enxerguem essa limpeza como um importante ato devocional. Feliz daqueles que já enxergaram e sabem trazer mais esse axé para suas vidas!
Fabiana Carvalho
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