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Sonhos Premonitórios

Publicado em 28/03/2018


O que são sonhos premonitórios? Como diferenciar uma premonição de um sonho comum? Saiba o que fazer quando você tiver sonhos desse tipo. 
Existem importantes observações na literatura espírita sobre os sonhos premonitórios. É fundamental conhecê-las para que se possa construir uma base sólida e clara sobre o assunto. Tanto nas obras da codificação como em outras complementares, ressalta-se o discernimento que devemos ter em suas diferentes manifestações. Vejamos algumas dessas citações com o objetivo de compreender melhor os seus significados, sem nos prender em más interpretações.

Codificação espírita
A pergunta 404 de O Livro dos Espíritos diz: “Que se deve pensar das significações atribuídas aos sonhos? Os sonhos não são verdadeiros como o entendem os ledores de buena-dicha, pois fora absurdo crer-se que sonhar com tal coisa anuncia tal outra. São verdadeiros no sentido de que apresentam imagens que para o Espírito têm realidade, porém que, freqüentemente, nenhuma relação guardam com o que se passa na vida corporal. São também, como atrás dissemos, um pressentimento do futuro, permitido por Deus, ou a visão do que no momento ocorre em outro lugar a que a alma se transporta”.

Prossegue ainda na pergunta 405: “Acontece com frequência verem-se em sonho coisas que parecem pressentimento, que, afinal, não se confirma. A que se deve atribuir isto? Pode suceder que tais pressentimentos venham a confirmar-se apenas para o Espírito. Quer dizer que este viu aquilo que desejava, foi ao seu encontro. É preciso não esquecer que, durante o sono, a alma está mais ou menos sob influência da matéria e que, por conseguinte, nunca se liberta completamente de suas idéias terrenas, donde resulta que as preocupações do estado de vigília podem dar ao que se vê a aparência do que se deseja, ou do que se teme. A isto é que, em verdade, cabe chamar-se efeito da imaginação. Sempre que uma idéia nos preocupa fortemente, tudo o que vemos se nos mostra ligado a essa idéia”.

A Gênese, também se refere ao tema. Relata que José, pai de Jesus, foi advertido por um anjo em sonhos para que fugisse para o Egito com o menino. O capítulo XV da obra faz uma reflexão sobre as advertências que podem ser feitas por intermédio dos sonhos e que fazem parte dos livros sagrados de todas as religiões. Salienta ainda que o fenômeno nada tem de anormal, já que durante o sono o espírito se desliga dos laços da matéria para entrar momentaneamente na vida espiritual, porém adverte que nem sempre se pode deduzir que os sonhos são avisos ou tenham significado específico.

Além das obras de Allan Kardec, há citações sobre o tema em outros livros de cunho espírita. O livro Recordações da Mediunidade – da médium Yvonne A. Pereira, orientado pelo espírito de Bezerra de Menezes, diz: “Existem vários processos pelos quais o homem poderá ser informado de um ou outro acontecimento futuro importante da sua vida. Comumente, se ele fez jus a essa advertência, ou lembrete, pois isso implica certo mérito, ou ainda certo desenvolvimento psíquico, de quem o recebe, é um amigo do Além, um parente, o seu espírito familiar ou o próprio guardião maior que lhe comunicam o fato a realizar-se, preparando-o para o evento, que geralmente é grave, doloroso, fazendo-se sempre em linguagem encenada, ou figurada, como de uso no Invisível, e daí o que chamais “avisos pelo sonho”, ou seja, sonhos premonitórios...

O estudo da lei de causa e efeito é matemática, infalível, concreta, para a observação das entidades espirituais de ordem elevada, e, assim sendo, ele se comunicará com o seu pupilo terreno através da intuição, do pressentimento, da premonição, do sonho etc. O estudo da matemática de causa e efeito é mesmo indispensável, como que obrigatório, às entidades prepostas à carreira transcendente de guardiães, ou guias espirituais. Estudo profundo, científico, que se ampliará até prever o futuro remoto da própria Humanidade e dos acontecimentos a se realizarem no globo terráqueo, como hecatombes físicas ou morais, guerras, fatos célebres etc., daí então advindo a possibilidade das profecias quando o sensitivo, altamente dotado de poderes supranormais, comportar o peso da transmissão fiel aos seus contemporâneos.”.

Devemos encarar com naturalidade

O livro Conduta Espírita, ditado por André Luiz ressalta algumas observações a respeito da postura que se deve assumir diante dos sonhos e suas revelações: “Encarar com naturalidade os sonhos que possam surgir durante o descanso físico, sem preocupar-se aflitivamente com quaisquer fatos ou idéias que se reportem a eles. Há mais sonhos na vigília que no sono natural.

Extrair sempre os objetivos edificantes desse ou daquele painel entrevisto em sonho. Em tudo há sempre uma lição. Repudiar as interpretações supersticiosas que pretendam correlacionar os sonhos com jogos de azar e acontecimentos mundanos, gastando preciosos recursos e oportunidades da existência em preocupação viciosa e fútil. Objetivos elevados, tempo aproveitado. Acautelar-se quanto às comunicações intre vivos, no sonho vulgar, pois, conquanto o fenômeno seja real, a sua autenticidade é bastante rara. O espírito encarnado é tanto mais livre no corpo denso, quanto mais escravo se mostre aos deveres que a vida lhe preceitua.

Não se prender demasiadamente aos sonhos de que recorde ou às narrativas oníricas de que se faça ouvinte, para não descer ao terreno baldio da extravagância. A lógica e o bom senso devem presidir a todo raciocínio.

Preparar um sono tranqüilo pela consciência pacificada nas boas obras, acendendo a luz da oração, antes de entregar-se ao repouso normal. A inércia do corpo não é calma para o Espírito aprisionado à tensão. Admitir os diversos tipos de sonhos, sabendo, porém, que a grande maioria deles se originam de reflexos psicológicos ou de transformações relativas ao próprio campo orgânico. O Espírito encarnado e o corpo que o serve respiram em regime de reciprocidade no reino das vibrações”.

O importante colaborador da doutrina espírita, Léon Denis, na obra No Invisível, faz relevantes comentários sobre os sonhos premonitórios no capítulo XIII que reproduzimos alguns trechos para melhor entendimento: “Os sonhos em suas variadas formas, têm uma causa única: a emancipação da alma. Esta se desprende do corpo carnal durante o sono e se transporta a um plano mais ou menos elevado do Universo, onde percebe, com o auxílio de seus sentidos próprios, os seres e as coisas desse plano.

Algumas vezes, quando suficientemente purificada, a alma, conduzida por espíritos angélicos, chega em seus transportes alcançar as esferas divinas, o mundo em que se geram as causas. Aí paira, sobranceira ao tempo, e vê desdobrarem-se o passado e o futuro. Se acaso comunica ao invólucro humano um reflexo das sensações colhidas, poderão estas constituir o que se denomina sonhos proféticos.

Nos casos importantes, quando o cérebro vibra com demasiada lentidão para que possa registrar as impressões intensas ou sutis percebidas pelo Espírito, e este quer conservar, ao despertar, a lembrança das instruções que recebeu, cria então, pela ação da vontade, quadros, cenas figurativas das imagens fluídicas, adaptadas à capacidade vibratória do cérebro material, sobre o qual, por um efeito sugestivo, as projeta energicamente. E, conforme a necessidade, se é inábil para isso, recorrerá ao auxílio dos Espíritos mais adiantados, e assim revestirá o sonho uma forma alegórica”.

Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição especial 08.

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Na doutrina espírita aprendemos que durante o repouso do nosso corpo, as ligações de nossa alma com a matéria de afrouxam permitindo nosso trabalho, aprendizado e contato com o plano espiritual variando conforme sua vibração energética. Os sonhos de fato podem ser uma leitura interpretativa feita em seu inconsciente que tenta uma comunicação com o indivíduo, mas pode também ser uma lembrança de situações vividas no plano astral durante o sono.

Os sonhos premonitórios ou precognitivos expressam esse conhecimento prévio sobre determinada situação que ainda não ocorreu. Essas informações podem ter sido passada à você em um de seus desdobramentos, ou seja, essa conexão com o outro plano.

A mensagem que é passada, muitas vezes por seus mentores espirituais, tem a função de alertar para algumas situações futuras que envolvam algum risco. Elas também podem estar te preparando para um acontecimento, como por exemplo a morte de uma pessoa próxima, que talvez você até possa estar ajudando em seu desencarne através de seus trabalhos no plano astral.

É possível que algum de seus sonhos premonitórios não aconteçam, afinal o futuro é mutável de acordo com o livre arbítrio que temos e isso pode ser um ponto positivo, pois se um desses sonhos tinha a intenção de te alertar para determinada situação então significa que o alerta foi recebido e você passou a ter mais cuidado.

Algumas vezes esses sonhos podem, no dia seguinte, aparecer como lembranças confusas através de símbolos e interpretações variadas, afetando a claridade da informação passada que pode ter sido envolta de significados que foram dados por suas mentes dificultando o entendimento da mensagem. Isso é explicado devido a linguagem dos espíritos ser telepática, contrária a nossa comunicação terrena que usa os cinco sentidos físicos, o que faz com que a nossa matéria não codifique por completo aquela informação recebida em suas experiências durante o plano astral.

Ricardo Guelfi





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