Assiduidade e Pontualidade nos Terreiros - Tenda de Umbanda Luz e Caridade - Tulca

Assiduidade e Pontualidade nos Terreiros

Publicado em 20/09/2017


Assiduidade e Pontualidade nos Terreiros

Vamos entender o que significa cada uma dessas palavras que fazem uma grande diferença dentro de um terreiro de Umbanda.

Assiduidade: O termo assiduidade tem origem no latim assiduus ou assiduitate, significa alguém que é diligente,incessante, frequente, contínuo, que sempre está presente.

Pontualidade: Seria aquele médium que chega sempre no horário, não chega atrasado, responsável com seus compromissos, tem respeito consigo mesmo e aos demais.

Será que um médium que mais falta do que vem no terreiro ele está alcançando o rendimento necessário para seu aprendizado e evolução nas questões espirituais e mediúnicas, da mesma forma que o médium assíduo e pontual?

Com certeza não, muito pelo contrário, ele muitas vezes fica mais perdido que cachorro quando cai da mudança (rsrsrs)quando chega no terreiro, por exemplo se está tendo uma palestra daquelas continuadas, nem vai saber do que estão falando e pior acaba por atrapalhar os demais com perguntas que já foram respondidas, dificultando o trabalho ali proposto.

Fora que um médium assim, se ele não tem comprometimento com questões básicas como essas de assiduidade e pontualidade, será que ele está cumprindo preceitos, resguardos etc, para estar ali dentro de uma gira de Umbanda?

Muitas vezes chega no terreiro, ainda provocando desequilíbrios energéticos que vão na contra mão para com aqueles médiuns que tentam praticar sua religiosidade de forma responsável e correta, não podendo esquecer que os irmãos da corrente acabam por se aborrecer com tais médiuns, criando dificuldades até mesmo interpessoais dentro do terreiro.

Quem pratica da forma correta, com certeza não aceita negligência e desrespeito com sua fé.

Muitas vezes o médium tem problemas com trabalho, nessas questões ele deverá procurar terreiros que trabalhem de acordo com seus horários e necessidades, tentando conciliar suas necessidades da melhor forma, para que consiga cumprir dessa forma sua missão da forma mais adequada. 

Algumas casas trabalham 3x por semana, casas assim até se adequam mais a alguns casos e mesmo assim, alguns dirigentes não aceitam em suas correntes mediúnicas médiuns faltosos com suas responsabilidades, são questões doutrinárias e de diretrizes de cada terreiro devendo ser respeitadas.

Sou sincera em dizer MÉDIUNS TURISTAS os bons dirigentes estão fugindo deles, porque causam muitos problemas.

O médium antes de entrar para dentro da corrente deverá ser informado quanto a essas questões e só entrarem se puderem se adequar as diretrizes, evitando dessa forma desgastes futuros. Mas infelizmente não é assim que acontece, muitos médiuns entram afoitos dentro de um terreiro e nem se preocupam com tais diretrizes e depois de um tempo ou se adequam ou são retirados da corrente por não estarem cumprindo com suas obrigações e isso provoca um desgaste e um desconforto muito grande, um desrespeito para com a casa e o tempo que o dirigente dispensou para aquele filho.

Problemas de comprometimento, nas questões de assiduidade e pontualidade vemos em pequenos e grandes momentos dentro de um terreiro, causando transtornos.


  • Uma delas muito evidenciada é em momentos de obrigações internas dentro da casa, ou externas, onde há horários a serem cumpridos, e os “atrasildos” de sempre acabam atrasando e chegando fora dos horários, atrasando todo mundo junto com eles, alguns dirigentes já cansados dessas posturas e diria folgas, já colocam limites quanto a isso, dão sim um tempo de tolerância mas caso o médium não chegue nesse prazo seguem adiante os deixando para trás, é muito triste quando isso acontece, nenhum dirigente quer em momento de obrigação deixar alguém para trás, mas o bem estar do grupo e da maioria deve prevalecer.


Eventualidades podem acontecer, mas cabe ao médium responsável avisar o dirigente do que está acontecendo com ele, para que o dirigente consiga se moldar a situação, tomando as medidas mais adequadas e evitando é claro aborrecimentos que poderiam ser evitados.


  • Outra situação é no dia a dia das giras no terreiro, atrasos de filhos na casa e até mesmo consulentes que acham que o terreiro tem que estar aberto a sua disposição chegando o horário que chegar, vejam não é assim que funciona, já vi inclusive consulentes chegarem mais de duas horas atrasado e achar ruim porque os cambonos não deixam ele entrar mais no terreiro. É muito desrespeitoso sem motivo aparente uma pessoa chegar horas atrasado ou mesmo passando muito dos minutos de tolerância. Volto a dizer eventualidades acontecem e devemos abrir espaço, mas não podem virar rotina.


Os médiuns e consulentes devem entender que a Umbanda é uma religião como qualquer outra que tem suas doutrinas e diretrizes e nossos terreiros tem que se darem ao respeito também para que não sejam confundidos com a “casa da Maria Joana”, onde as pessoas se dão o direito de fazerem o que bem entendem.

Se deem ao respeito, para se exigir respeito.

Consulentes: uma dica, se um guia o qual tenha confiança lhe passar um tratamento espiritual, respeite a assiduidade que o mesmo exigirá e será pedido a você. Explico: alguns guias vendo algumas necessidades espirituais passam determinados tratamentos que exigem uma frequência pelo menos durante um prazo, muitas vezes o consulente vai em uma ou duas giras, inicia, as coisas melhoram, ele simplesmente abandona tudo, negligenciando a continuidade do tratamento, e com o tempo é como uma doença mal curada se você não toma os antibióticos de acordo, nos dias e horários corretos a doença piora, o processo é exatamente assim em alguns tratamentos espirituais. 

Os médiuns de trabalho ou passistas, devem entender o quanto suas presenças são necessárias porque cada guia tem sua forma de trabalho e atendimento e quando o médium falta aquela pessoa praticamente (não sempre), terá que praticamente reiniciar tudo de novo e isso também provoca choques energéticos espirituais, dificultando ainda mais o tratamento e obtenção do resultado.

Todo dirigente tem orgulho de seus médiuns quando são assíduos e pontuais, porque denota comprometimento, seriedade, integridade, e o mais importante ele sabe COM QUEM PODE CONTAR, já com um médium que mais falta que vem, ele acaba virando um móbile um objeto de decoração, mais um, não acrescenta em nada, muito pelo contrário acaba diminuindo, fora que a grande maioria desses médiuns são médiuns problemáticos e acabam provocando desequilíbrios dentro da corrente porque vivem carregados de energias densas, onde que acabam por descarregar em seus terreiros, e isso poderia ser muito bem evitado se tivessem posturas mais responsáveis e sérias quanto a religião que adotaram para seguir.

Alguns dirigentes infelizmente, não se importam desde que esses médiuns paguem suas mensalidades em dia, outros além disso, fingem-se de cegos, porque casas numerosas em tempos de festa lhes dá ibope, porque uma das várias características de médiuns sem comprometimento é que adoram aparecer em dias de festas, são os chamados médiuns “pombos”.

Mas atitudes assim não são de dirigentes sérios.

A uns anos atrás presenciei uma cena inusitada numa festa de Iemanjá, um terreiro onde as médiuns mulheres estavam impecáveis e os homens idem, muito bem vestidos, paramos para assistir o andar dos trabalhos, e nos deparamos com uma situação realmente constrangedora, os ogãs tocando, cantaram vários e vários pontos para Oxossi, mais de meia hora cantando sem parar, não incorporou nem o pai de santo, nenhum filho se quer deu uma “estremecida”, depois de mais de uma hora tocando, o dirigente deu uma bronca numa médium e ela supostamente incorporou. Esse caso presenciado usamos para debate em nossa casa, dentre várias suposições abordadas do ocorrido, algumas foram questões de comprometimento, seriedade, assiduidade e pontualidade, um médium que está em dia com seus compromissos não tem o porque de seus guias não responderem na hora de uma gira, agora imaginem o que presenciamos na questão de um terreiro inteiro, que diga-se de passagem tinha-se mais de 30 médiuns. Então vejam que número de médiuns não qualifica terreiro se é bom ou não.Como disse um amigo e dirigente, hoje em dia ter poucos médiuns está sendo uma benção (by Claudio Zeus), porque quantidade nunca será sinônimo de qualidade. Reflitam.

O exemplo parte de cima, o dirigente deve ter em sua consciência sua responsabilidade no bom andamento de seus trabalhos e trabalhar com seus médiuns sobre essas questões, e ser exemplo também, porque infelizmente estamos vendo dirigentes que mais cancelam seus trabalhos do que executam, e quando os médiuns vão tentar saber dos porquês é porque estão em festas, viagens, seus terreiros ficam sempre em segundo plano.

Um dirigente que se comporta cotidianamente dessa forma não impõe respeito e seriedade, simplesmente seus médiuns podem seguir seu exemplo ou simplesmente não levá-lo mais a sério e com respeito devido.

Um médium e uma casa que não tem seriedade é um desserviço até mesmo para as pessoas que a frequentam, porque há casos de consulentes que estão a fazer um tratamento espiritual e que necessitam de uma certa frequência, como que uma pessoa pode ser tratada espiritualmente se os médicos (guias) não tem seus instrumentos de trabalho (médiuns)?

Médiuns de trabalho, passistas devem ter essa consciência e respeito e levarem com responsabilidade e seriedade o trabalho mediúnico que se prestaram a executar.

Muitos médiuns ficam revoltados e aborrecidos porque são retirados da corrente por falta de seriedade e comprometimento, mas pensemos num hospital que os enfermeiros, os atendentes, os médicos faltam e nunca estão, teria esse hospital condições de atenderem aos doentes e enfermos que lá chegam? claro que não.

Qual a postura de um administrador hospitalar quanto a esses profissionais? os demitem e trazem profissionais competentes para a execução do serviço.

E assim se procede em um terreiro de Umbanda, o grande Hospital das Almas, um lugar de comprometimento, respeito e seriedade, com pessoas dedicadas e comprometidas, assíduas e pontuais em suas missões.

Cristina Alves




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