- As guias não são colares de enfeite. Podem ser bonitas, brilhantes e coloridas, mas sua função não é o embelezamento. Servem de facilitador para a conexão do médium com a entidade que representam. Podem também funcionar como elemento de proteção, atraindo a vibração da entidade para o campo áurico da pessoa.
- As guias são imantadas, não são? - observou Lilian, e Eleonora assentiu. - Podemos dizer então que são uma espécie de amuleto?
- Pode-se dizer que sim.
-Mas, então, como conciliar sua utilização com a doutrina de Kardec, que nós seguimos, quando ele diz que amuletos e talismãs são dispensáveis? Não há aí uma incoerência? Ou a Umbanda contradiz a doutrina de Kardec?
- A Umbanda não veio para segregar, mas para somar aos ensinamentos que levam ao engrandecimento do homem. E nenhuma religião se contradiz. Existem formas de ver. Para uns, há os espíritos de caboclos e pretos velhos. Para outros, tudo é o espírito santo. Que diferença isso faz?
- Nenhuma. Contudo, a contradição ainda persiste.
- Não há contradição. A doutrina de Kardec dispensa o uso de amuletos, mas não os proíbe e nem poderia. Assim como nós dispensamos o uso de roupas coloridas, mas temos que reconhecer a sua eficácia para determinados segmentos religiosos. Assim também as guias e demais elementos, pois a Umbanda trabalha com a manipulação das energias daí provenientes, enquanto Kardec as considera desnecessárias, porque concentra a sua força no poder mental da oração.
- Então, quer dizer que só os elementos bastam para os trabalhos na Umbanda?
- Umbanda é magia, e os elementos nada são sem a vontade e o pensamento. Eles são apenas facilitadores, e há segmentos religiosos que o dispensam.
- Qual é o melhor método? - Perguntou Nádia.
- Não existe o melhor. Existe o ser humano que deve procurar a sua melhora em qualquer religião, culto ou seita.
Trecho do livro "Jurema das Matas" / Leonel - Mônica de Castro
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