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29/12/2016

Livro: A História de Pai Arruda

A História de Pai Arruda

A HISTÓRIA DE PAI ARRUDA
Autores: Pai Arruda / Jennifer Dhursaille


TRECHO DO LIVRO:

(...) Ninguém cai num Terreiro, de sua própria vontade ou herdado compulsoriamente, como foi meu caso, sem dever à Lei Maior Amor e Caridade para com os povos deste planeta.

É o Templo, Casa ou Tenda um imenso buril, onde se aquilatam valores morais e se limpam as vestes espirituais manchadas pelos erros e máculas do passado. E onde se aprende a pensar com o coração e a deixar o espírito comandar a intuição, a fim de, com branco coração e brancas vestes, apresentar-se um dia, como um filho inteiro, digno do olhar do nosso Pai Criador.

Aprendi com esses espíritos de elevada sabedoria, designados no astral para comandar e coordenar os trabalhos espirituais e de magia na Terra, em suas diferentes e variadas apresentações, que a vida é muito mais do que aquilo que podemos ver, e que sua amplitude pode ser apenas sentida, mas não plenamente compreendida pela imensa maioria; apenas por aqueles que já alcançaram um grau muito elevado de consciência desperta. Falar desses aspectos de abrangência do fenômeno que chamamos de "vida" seria rotulado de loucura e heresia em 1750, e como ficção científica e fantasia em 2005 e suas cercanias. Mas posso vos dizer que a vida não ocorre num só lugar nem tão pouco num só tempo, mas de eventos intercalados nas malhas do tempo, onde linhas de muitas vontades desenvolvem tramas que se perpetuam e se espalham como rendas e marolas na superfície do mar quando toca o solo que estais acostumados a chamar de "meu chão". Mas essa mesma trama repercute em outras praias, em outros lugares, e é vista e interage, por vezes, com pessoas das quais não tendes consciente conhecimento. Não existe, pois, "uma vida" num contexto singular, individual, pois que toda a vida é coletiva, e a solidão, a maior das ilusões.

Alcançar um grau espiritual na Terra é, portanto, dominar a lei que chamam Carma e trabalhar para que as ações benéficas atinjam o maior número possível de pessoas, quando a marola atingir a areia, propagando o Bem Maior de forma generalizada. E o grande mago é aquele que, ao perceber e identificar uma ação negativa potencialmente destrutiva, consiga paralisá-la, anulá-la ou direcioná-la de forma que suas ações se dirijam às pessoas e ao tempo certo durante o trajeto, atingindo pontos específicos que assim a positivem durante o seu percurso.

O mago branco é, portanto, um estrategista-alquimista, transmutador do Bem.


OUTRO TRECHO DO LIVRO:

(...) O fardo é a "verdade", algo para o qual a maioria não está preparada. Muitos falam: "Sou uma pessoa verdadeira", ou "Quero a verdade", mas, ao se depararem com a crueza e nudez, desejam não tê-la mais à sua frente, e sim lidar com ela através de subterfúgios e pelas costas, ou pelos lados, onde o confronto é menor e menos hostil para os sentidos. O médium que ingressa na tarefa e assume sua cruz precisa lidar com o fato de que não mais poderá enganar a si mesmo ou, como de tão bom grado tantas vezes nos permitimos, ser enganado. Perceberá também que, ao contrário do apregoado, a verdade não é popular, causa incômodos e atrapalha os planos da maioria. E quem fala a verdade torna-se frequentemente uma presença indesejada e uma pessoa a ser substituída (...)


MAIS UM TRECHO DO LIVRO:

(...) O nome que mantive no Astral, que me foi inspirado na terra por minha amada, logo teve seguidores que o adotaram em nossa legião de trabalhadores nas fileiras da Umbanda. Usa o nome de Pai Arruda todo aquele que, como eu, tem conhecimento magístico adquirido em encarnação no Oriente e que purgou grande parte de suas ações negativas nessa área em encarnação como escravo na América, tendo como mote, como disse Irene, obviamente inspirada pelo Alto ao batizar-me, a cura do "corpo e do espírito" através da manipulação dos elementos da natureza.

Uma vez mais retornei, literalmente, aos palcos da Terra, junto com Irene, numa encarnação de cura emocional-perispiritual para nós, em que desempenhamos um trabalho na esfera da arte, ligado ao teatro. O desenvolvimento das habilidades artísticas tem profunda ação curativa, sobretudo em almas sujeitas a prolongado período de dor e tortura, em que a regeneração através do belo, a face que revela a perfeição divina, se faz necessária.

Embora obviamente estivéssemos envolvidos com a espiritualidade também nesta vida, ainda que de forma diferenciada, ao término dessa experiência carnal derradeira, atuamos incessantemente no plano astral alicerçando os pilares da Umbanda para o futuro de expansão consistente que se faz tão necessária no estabelecimento de uma nova Terra. Certamente mais feliz, pois será onde os seres se relacionam de forma mais harmoniosa e estão 24 horas por dia conscientes de sua herança divina, não mais se permitindo mergulhar nas trevas da ignorância e da dor.

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