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O que Define Pai e Mãe de Cabeça?

Publicado em 08/11/2016

O que Define Pai e Mãe de Cabeça?

Pergunta: Por que encontramos nos dias de hoje ainda, tanta confusão quanto a leitura de Ori na Umbanda onde por diversas fontes não se identifica de maneira correta o Orixá regente da coroa do médium?

Pai Antonio: Meus filhos, Oxalá conosco! Nas religiões iniciáticas do passado encontraremos o médium ainda preso a inúmeros fenômenos da matéria e dogmáticos ligados a um período de iniciação que o mesmo deveria passar.

Neste período o conhecimento, a responsabilidade e principalmente o comprometimento eram despertados no iniciando para que o mesmo soubesse de que tal ato e período não se pautavam em brincadeiras, mas em fundamentos tidos como sagrados.

Vejam meus filhos, antes de tudo nos referimos a um período no ciclo evolutivo da humanidade, onde tudo obedece à lei de transformação e evolução, ciclos regidos por Oxumarê e Obaluayê, não se entendendo que hoje tais práticas deveriam ser aplicadas ante a anunciação dos novos tempos.

O período que nos dedicamos dentro de um determinado grupo seja religioso ou de outra forma de cultura se refere à sabedoria que nos vai sendo passada aos poucos e prevalecendo o dito que: “Quando o trabalhador esta pronto o trabalho aparece”, poderemos compreender que nem tudo pode ser ensinado e ser eficiente na criação se não houver antes estudo e preparação.

A Umbanda meus filhos, foi banalizada ao longo destes mais de 100 anos de sua fundação em nosso planeta Terra, justamente por que muitos desejaram pular suas fases que visavam segundo a visão dos regentes da Umbanda a fase de amadurecimento de cada médium.

Encontramos um divisor de águas na doutrina dos espíritos, que é uma ciência a ser estudada antes de tudo nos idos do século XVIII e que ainda não foi totalmente compreendida pelo habitante do Planeta, pois não fere, mas soma a doutrina e o amadurecimento de cada núcleo religioso do planeta, sem ofender a origem, mas despertando a consciência de cada um no sentido de atualizar contextos e promover o universalismo planetário, condição que permitirá que o período da “nova Jerusalém” se incie dentro ainda desta fase de aquário em que vivemos.

Nos terreiros frutos do despreparo e vitimas ainda das lendas mal interpretadas, encontramos médiuns preocupados em preencher seu capricho pessoal, optando de maneira irresponsável para este ou aquele Orixá, que possuem mais afeições devido a imagem destorcida que criaram do mesmo associando o arquétipo falho humano ao arquétipo divino, onde sem a devida preparação e estudo fica inviável o amadurecimento espiritual de cada individuo.

Por detrás deste cenário encontraremos Pais e Mães do segredo que não aprenderam a conduzir seus próprios passos criando ilusões e alimentando o desequilíbrio nas mentes invigilantes que fugindo da verdade acorrem a estes locais que em nada tem a ver com a Umbanda e sua raiz e síntese divina.

A origem do Orixá de cabeça filhos, está dentro do aspecto divino da criação e ainda com base nos ciclos evolutivos e reencarnatórios de cada ser encontraremos o disparador de emoção e razão que vão impulsionar o ser reencarnado a não cometer mais os erros de outrora, a isso ligado a função dos Orixás de frente que regem tão somente a atual encarnação de cada ser.

Oráculos, métodos advinhatórios, ultrapassados no tempo e manipulados por pessoas que mais visam lucros financeiros do que a alegria de servir ao seu semelhante, servem somente para serem joguetes das trevas desviando cada ser do seu ciclo evolutivo, colocando-o dentro da redoma da vaidade, preguiça e despreparo espiritual.

Mas se os filhos me permitem antes de mais nada fazer uma pergunta lhes digo:

O que seria mais importante?

Preocuparmos-nos tanto com quem rege nossa coroa, ou sermos filhos e representantes de todos os Orixás que são qualidades de Deus e auxiliarmos dentro da escola da pratica da caridade chamada Terra?

Acreditarmos que este ou aquele Orixá que foi retirado de sua essência divina esteja ilusoriamente brigando por esta ou aquela cabeça ou tratarmos de vivenciarmos todos os seus dons divinos diariamente.

Derramarmos sangue de animais indefesos e lotarmos vales, praias, cachoeira, matas e demais sítios da natureza de oferendas que irão se tornar lixo depois de algum tempo, ou em nome de Orixá contribuir para matar a forme que mata todos os dias diante ainda da desigualdade social em que o ser humano vive.

É preciso meus filhos que antes de nos envolvermos em adivinhações infundadas, nos preparemos adequadamente para estarmos realmente preparados para através de gente preparada sabermos a que regência encarnatória nós pertencemos.

A Umbanda precisa de médiuns mais preparados filhos e sem a caminhada do estudo e do auto-amadurecimento que deve ser balizado no evangelho do Cristo que se adapta a qualquer meio religioso do planeta dificilmente conseguiremos sucesso.

É hora de abrir os olhos e o coração para as novas mudanças que antevem os novos ciclos evolutivos do ser, ante os novos tempos que já são chegados.

A Umbanda é religião libertadora, mas cada médium ou simpatizante deve antes de mais nada libertar-se da prisão de ilusão que criou dentro de si mesmo, escravizando-se ao passado e esquecendo de abrir seus olhos e enxergar o presente.

Pai Antonio das Almas / Gero Maita




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