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Mais um Relato Sobre a Origem da Umbanda no Brasil

Publicado em 20/11/2016

Mais um Relato Sobre a Origem da Umbanda no Brasil

No início do século XX, muitos guardiões receberam nova incumbência. Todo o grande Oriente os convocou. As reuniões iriam acontecer por todo o astral do Brasil em auxílio dos guardiões dos panteões africano e indígena no novo ritual do culto à natureza que iria desabrochar por todo o País.

Os indígenas estavam desaparecendo com a supremacia dos brancos, e os negros, oriundos da África, escasseavam, dando lugar aos europeus que aqui aportavam.

Todo o potencial místico acumulado tinha de ser direcionado para um ritual de ligações com a natureza, tanto indígena como africana.

Nós nos envolvemos a fundo no novo ritual do culto à natureza. A espiritualidade era tabu entre as grandes populações que se aglomeravam nas cidades.

Cada guardião entrou com todos os seus auxiliares. Cada um formou uma estrutura de trabalho adaptada não a mestres iniciados, mas a pessoas comuns que já haviam reencarnado aos milhares. Eram espíritos de negros e índios já educados na imortalidade da alma, no mistério das reencarnações e na lei do carma.

Os europeus ainda estavam na pré-história do mundo espiritual. Só alguns tinham contato com o mundo espiritual e ainda da forma científica, não mística. Era um empecilho aos mestres da Luz no derrame de espiritualismo que tinham iniciado com o reencarne maciço de negros e índios em corpo branco.

Milhares de iniciados na origem, espalhados por todo o planeta, uniram-se no novo ritual de culto à natureza, que nada mais era que a união do ritual africano e do indígena adaptados a uma sociedade católica apostólica romana tradicional.

Por que o lançamento do novo ritual de massa? Muito simples! Os europeus que aqui aportaram já há alguns séculos trouxeram consigo legiões de demônios que os tinham como joguetes bem controlados. A ambição, o ódio, a inveja e a crueldade eram as portas das trevas que eles abriam com muita competência, graças ao mental eivado de ligações malígnas.

Aqui aportaram muitos magos reencarnados que se infiltraram em certas irmandades e, após terem certos mistérios das trevas à mão, não impediam que as portas do inferno fossem abertas para usá-lo em seus objetivos obscuros.

Tudo isso, mais o preconceito espírita, impedia que se combatesse o mal no plano terrestre. Muitos negros tentavam como podia, mas tinham o agravante de serem negros e pouco valorizados.

Então veio a ordem do sétimo plano ou sétima esfera. A ordem foi direta e incisiva: Que o dom do oráculo desperte de forma maciça. Não importa como, mas façam-no despertar!

E cada iniciado na origem formou sua falange de auxiliares à direita e à esquerda. O maior combate teria início. Eu entrei com milhares de amigos que havia um dia tirado das trevas e enviado à Luz. Formávamos a falange de luz da Estrela Guia. Onde houvesse alguém com o nome Estrela incluído no seu, lá estava eu. Havia Estrela do Mar, Sete Estrelas, Estrela Matutina ou da Manhã, Estrela da Noite, Estrela Azul, Estrela Dourada, etc. Esta tinha sido a contribuição dos meus amigos ao nascente ritual do culto à natureza: a Umbanda. Era a reunião dos sete pontos de força da natureza sob o comando dos magos, mestres, sábios, iniciados e sacerdotes que ainda se lembravam, sabiam como e ousavam iniciar uma nova religião, tão antiga quanto a própria humanidade.

O ritual do culto à natureza é uma tentativa de reunião dos sete símbolos sagrados em um só movimento religioso. O Grande Oriente Luminoso entrou com o apoio logístico e seus servidores mais aptos ao novo ritual. O panteão africano, com as suas divindades ancestrais já incorporadas ao mental de milhões de espíritos, e os indígenas, com o seu culto puro à natureza e toda a sua mística.

Nós, os iniciados da origem, não a negávamos e combatíamos os magos negros, feiticeiros e todos os outros com nossa tenacidade habitual. Eu não era o ente incorporante. Minha função era dar apoio a todos os meus comandados que atuavam mediante o dom a incorporação oracular.

Neste movimento, eu incorporei todos os meus auxiliares nas trevas agregando-os às falanges de luz, que era uma forma rápida de resgatarem o pesado carma adquirido no passado, tanto longínquo como recente. Tudo caminhava assim, como caminha hoje e caminhará no futuro. O ritual do culto à natureza é eterno, nunca o eliminarão, ainda que o combatam fortemente.

Os negros criaram a sua linha das almas; os iniciados, a linha do oriente; e os indígenas, a linha de caboclos. Tudo era harmônico, como hoje ainda o é.

Eu reencontrava, no novo ritual, velhos amigos do passado. Nós nos uníamos em grandes agrupamentos na crosta terrestre junto aos pequenos e humildes templos de Umbanda.

Não tínhamos como auxiliares, no plano material, grandes mestres iniciados no ritual, mas, sim, seres humanos com uma vontade imensa de trabalhar em benefício da humanidade como um todo e dos seus semelhantes no particular.

Graças a Deus que continuam assim!

Enfim, tudo caminhava como fora planejado na sétima esfera e colocado em andamento pelas outras seis. Em poucas décadas já superava o espiritismo, o ritual africano puro e outros de origem européia, tais como Maçonaria e Rosa-cruz. A Umbanda abria frentes de ação em todos os cantos do país. Só havia pequenas diferenças de origem funcional ou de linha de força que preponderavam nos trabalhos rituais.

Trecho retirado do livro "O Cavaleiro da Estrela Guia - A Saga Continua" inspirado por Pai Benedito de Aruanda a Rubens Saraceni, no ano 2004.




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